COLÉGIO ESTADUAL AMARO CAVALCANTI DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA PROFª: TEREZA CRISTINA 2º ANO - ENSINO MÉDIO TURMAS: 2209 / 2010 / 2011 FOLHAS DE ESTUDO – 1º BIMESTRE/2014 ADJETIVOS E ADVÉRBIOS VALORATIVOS (como mecanismo de introdução ao juízo de valor e recurso modalizador) ADJETIVOS Qual a carga semântica (de sentido) dos adjetivos? Estão ligados às qualidades sensoriais (cor, qualidades, beleza, tamanho, som, tato) ou às qualidades morais (bondade, maldade, pureza, generosidade, mesquinhez, coragem, timidez, ousadia) Que tipo de adjetivos? Descritivos ou valorativos? Os descritivos ou caracterizadores (azul, alto, macio...) apenas dizem objetivamente como é a coisa que descrevem; os valorativos atribuem juízos de valor, são subjetivos (bom, bonito, mesquinho...). Os adjetivos estão na posição normal (depois dos substantivos) ou não? Se não, tal acentuará a qualidade sobre o ser em si. Os adjetivos podem aparecer pospostos ou antepostos. No primeiro caso remetem mais para o físico, o material ou o concreto, enquanto no segundo exprimem o psicológico, o subjetivo ou o abstrato. EX.: Um mulher bela; um homem rico (adjetivo posposto - objetividade, aspecto físico, materialidade). EX.: Uma bela mulher, um rico homem (adjetivo anteposto - subjetividade, valores psicológicos e morais). A adjetivação expressiva pode ser simples, dupla ou múltipla. Quando há mais do que um adjetivo aposto ao substantivo, cada um pode traduzir a realidade objetiva e independente, ou a realidade subjetiva, resultante da impressão que causou. EX.: "0 quarto escurecia no crepúsculo frio e melancólico de Inverno." (Eça de Queirós, Os Maias) EX.: "Quando (...) puderdes sustentar com essa mulher uma conversa afetuosa, sincera, leal como sustentaríeis com um amigo ou com uma irmã." (Júlio Dinis, Uma Família Inglesa) EX.: "E também uma bonomia astuciosa, egoísta, irônica, subjacente ao ímpeto altivo do seu pescoço amarelo e da sua poupa azul." (Jorge de Sena, Os Grão-Capitães) ADVÉRBIOS Os advérbios exercem alguma função estilística especial? Quais as circunstâncias da mensagem verbal ou frásica que exprimem - modo, dúvida, tempo, causa...? O advérbio, em particular o de modo, enquanto completa o sentido do verbo, tem uma função descritiva: EX.: As meninas saíram vagarosamente. Ele andou depressa. Ouve bem. O advérbio de modo pode ter uma função valorativa: - substituindo o adjetivo EX.: Ela trajava tristemente um vestido já gasto. (= ela, triste, trajava um vestido já gasto.) - associando-se ao adjetivo e superlativando o atributo EX.: Era uma mulher magnificamente bela. - surgindo, em fórmulas binárias ou ternárias, para intensificar a ideia expressa no primeiro e provocar a musicalidade da frase "É verdade. Falou de ti, constantemente, irresistivelmente, imoderadamente." (Eça de Queirós) - apresentando um valor metafórico EX.: "Devia recolher-se virginalmente à noitinha." (Eça de Queirós) MARCAS MODAIS NOS VERBOS Em algumas situações não é possível expressar através das formas simples do verbo circunstância que pretendemos. Neste caso, recorremos aos tempos compostos, que são formados da seguinte maneira: VERBO AUXILIAR + FORMA NOMINAL DO VERBO (gerúndio, particípio ou infinitivo). Exemplos: Vou comer pouco hoje. Temos estudado muito. Ele estava andando pela praia hoje. Os verbos principais carregam a maior carga semântica da forma verbal composta, já os verbos auxiliares são responsáveis por marcar o tempo, o modo, o número e a pessoa daquela forma verbal. Exemplos: Vou comer, vais comer, fomos comer. Tinha estudado, tínhamos estudado, terão estudado. Estou andando, estaremos andando, estariam andando. Podemos distinguir ainda os verbos auxiliares segundo o valor semântico que carregam. Temos, assim, os verbos auxiliares modais e os verbos auxiliares aspectuais. Verbo Auxiliar Modal Expressam o modo como o locutor enxerga aquela ação verbal. Juntos com o verbo principal eles formam uma locução verbal. São eles: dever, poder, ter, saber, crer, precisar, etc. Exemplos: João pode andar pela praia hoje. João deve andar pela praia hoje. João precisa andar pela praia hoje. Como podemos ver, dependendo do verbo auxiliar utilizado, o locutor pode expressar certeza, dúvida, desejo, etc. Verbo Auxiliar Aspectual Neste caso, o verbo auxiliar acrescenta a noção de aspecto, de como a ação se realizou. São eles: estar, começar, pôr, continuar, etc. Eles estavam vendo TV. Eles continuavam vendo TV. Começaram a fazer perguntas. Continuaram a fazer perguntas. Estavam a fazer perguntas. A partir destes poucos exemplos, já podemos perceber a diferença de significado quando utilizamos algum desses verbos aspectuais. Eles agem sobre o verbo principal trazendo uma nova informação semântica, como se fossem advérbios caracterizando aquela ação verbal. COESÃO SEQUENCIAL A coesão sequencial se refere ao desenvolvimento textual propriamente dito por procedimentos de manutenção e progressão temática. Na prática, é aquela que se estabelece por meio de conectivos, cuja função é, basicamente, ligar as frases e estabelecer uma relação de sentido entre elas. Observe a tirinha a seguir: (Quino) Há, acima, uma sequência textual. As frases transcritas a seguir estão articuladas por meio de conectivos que estabelecem diferentes relações de sentido (semântico): “Vou ao mercado e já volto.” (ADIÇÃO) “Não abra a porta para ninguém mesmo que a pessoa insista.” (CONCESSÃO) “E se for a felicidade?” (CONDIÇÃO) Assim, podemos dizer que a COESÃO SEQUENCIAL prevalece na tira da personagem Mafalda. SE LIGA! Cuidado com conectivos que podem apresentar diferentes sentidos de acordo com o contexto em que estejam inseridos. Observem os exemplos a seguir: Como combinamos, não haverá aula amanhã. (CONFORMIDADE) Os manifestantes correram como loucos após os primeiros disparos. (COMPARAÇÃO) Como houve muitas reclamações, o professor anulou a prova. (CAUSA) Note que, apesar de o conectivo ser o mesmo nas três sentenças (“como”), as relações de sentido estabelecidas são completamente diferentes. Nunca deixe de levar o contexto em consideração! COESÃO REFERENCIAL. Para começar nosso estudo, vamos à tirinha da famosa personagem Mafalda: (Quino) Observe que os pronomes “ISSO” e “ISTO” funcionam como elementos coesivos, uma vez que conectam informações presentes na tira. Perceba que tais termos aparecem em situações diversas de fala e têm propósitos diferentes. Para entender a importância de saber utilizá-los corretamente em um texto, precisamos estudar alguns conceitos mais amplos. Vamos lá?! COESÃO REFERENCIAL Esse tipo de coesão ocorre quando determinado elemento textual se remete a outro, substituindo-o. A referência, inicialmente, pode ser em relação a um dado externo ou interno ao texto. Dessa forma, temos: Coesão por Referência Exofórica: é aquela que se refere a um elemento fora do texto. EX.: “A gente era pequena naquele tempo. E aquele era um tempo em que ainda se apregoava nas ruas. Não em todas as ruas, mas naquela onde vivíamos. Naquela rua, que tinha por nome a data de um santo, o tempo passava mais lentamente do que no resto da cidade de Porto Alegre.” (Trecho inicial de uma crônica, postada no site http://revistagloborural.globo.com, por Letícia Wierzchowski) Note que as expressões em destaque se referem a informações externas ao texto. Coesão por Referência Endofórica: é aquela que faz referência a algo dentro do texto. SE LIGA! A referência endofórica pode ser feita a algo mencionado anteriormente no texto – anáfora – ou a algo mencionado posteriormente – catáfora. Analise os exemplos a seguir: 1) Não consegui passar o recado para seu pai, pois, quando eu voltei, ele já havia ido embora. (“ele” -> termo anafórico) 2) Lá estava ela, ali parada, minha amiga! (“ela” -> termo catafórico) Note que, no primeiro exemplo, o pronome “ELE” desempenha função anafórica uma vez que RETOMA a expressão “seu pai”. Já no segundo, vemos o pronome “ELA” exercendo função catafórica, já que se refere a um termo posteriormente expresso – “minha amiga”. Lembre-se: ISTO, ESTA, ESTE (e demais contrações) -> CATAFÓRICOS ISSO, ESSA, ESSE (e demais contrações) -> ANAFÓRICOS Observe: No Brasil, o problema é este: a violência. A violência cresce a cada dia no Brasil. Esse problema deve ser combatido por meio de medidas mais eficazes. Note como, na 1ª frase , o referente “violência” está localizado posteriormente, logo o pronome “este” desempenha função catafórica; já na 2ª frase , a referência foi feita anteriormente, portanto o pronome “esse” possui função anafórica. Para finalizar, mais alguns exemplos de termos que exercem coesão referencial, evitando, assim, indesejáveis repetições vocabulares: O trabalho que eu fiz mereceu destaque. (pronome relativo, retomando o termo “trabalho” e ligando as orações) Tenho dois objetivos: o primeiro é passar no vestibular; o segundo, arrumar um bom emprego. (numerais que substituem os respectivos “objetivos”) Moramos no Brasil. Aqui, as leis não são respeitadas como deveriam. (advérbio retomando o substantivo próprio “Brasil”)