ISSAMIR FARIAS SAFFAR POLIMORFISMOS EM GENES DE REPARO DO DNA (XPC, ERCC1, XRCC7) EM MULHERES COM CÂNCER DO COLO DO ÚTERO Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de Mestre em Ciências SÃO PAULO 2010 ISSAMIR FARIAS SAFFAR POLIMORFISMOS EM GENES DE REPARO DO DNA (XPC, ERCC1, XRCC7) EM MULHERES COM CÂNCER DO COLO DO ÚTERO Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de Mestre em Ciências Orientador: Co-orientadores: Prof. Dr. Ismael Dale Cotrim Guerreiro da Silva Prof. Dr. Adalberto Abrão Siufi Dr. Paulo D’Amora SÃO PAULO 2010 Farias Saffar, Issamir Polimorfismos em genes de reparo do DNA (XPC, ERCC1, XRCC7) em mulheres com câncer do colo do útero. Issamir Farias Saffar. --São Paulo, 2010. x, 50f. Tese (Mestrado) Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Mulher (Ginecologia). Título em inglês: DNA repair gene variants XPC, ERCC1, XRCC7 in women with cervical cancer. 1. Câncer 2. Colo do útero 3. Genes de reparo 4. Polimorfismos. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA Chefe do Departamento de Ginecologia Prof. Dr. Afonso Celso Pinto Nazário Coordenador do Programa de Pós-Graduação Prof. Dr. Manoel João Batista Castello Girão SÃO PAULO 2010 BANCA EXAMINADORA PRESIDENTE DA BANCA Prof. Dr. Ismael Dale Cotrim Guerreiro da Silva Professor Associado do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina – UNIFESP-EPM. TITULARES Prof. Dr. Sergio Mancini Nicolau Professor Associado do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina – UNIFESP-EPM. Prof. Dr. Paulo D’Amora Doutor pelo Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina – UNIFESP-EPM. Profa. Dra. Regina Affonso Doutora pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Universidade de São Paulo – IPEN-USP. SUPLENTE Prof. Dr. Roberto Euzébio dos Santos Professor Adjunto do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - FCMSCSP. Dedicatória Este trabalho é dedicado... À minha família, minha esposa Maria Leticia, nossos filhos Luis Eduardo, Luis Augusto e Maria Luisa, e à minha Mãe Undina. vi Agradecimentos À DEUS, por me mostrar sempre a direção para seguir em frente. PROF. DR. ISMAEL DALE COTRIM GUERREIRO DA SILVA, Professor Associado e Livre Docente do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP), pelo incentivo e orientação, de modo especial, em todos os momentos da realização deste trabalho. PROF. DR. ADALBERTO ABRÃO SIUFI, Professor Adjunto do Departamento de Clínica Cirúrgica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, pelo companheirismo e incentivo para a realização deste trabalho. Prof. DR. LUIZ FELIPE TERRAZAS MENDES, Professor Adjunto do Departamento de Clínica Cirúrgica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como grande incentivador da minha carreira. Ao DR. PAULO D’AMORA, Pesquisador do Laboratório de Ginecologia Molecular da EPM-UNIFESP, pela co-orientação, auxílio e dedicação para elaboração deste trabalho. Ao mestrando JOÃO PAULO FERREIRA DE OLIVEIRA KLEINE, colaborador para realização deste trabalho. A todos os médicos e residentes do Hospital do Câncer Prof. Dr Alfredo Abrão, pelo auxílio no encaminhamento e atendimento aos enfermos. À Fundação Carmen Prudente de Mato Grosso do Sul pelas condições proporcionadas para a coleta de dados nessa instituição. vii Agradecimentos À ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA da Universidade de Federal de São Paulo, especialmente ao Laboratório de Ginecologia Molecular, um agradecimento aos meus conhecidos e amigos que me ajudaram nesta empreitada. A todos as pacientes que em mim confiaram, meus sinceros agradecimentos. viii Índice DEDICATÓRIA...................................................................................................................... vi AGRADECIMENTOS............................................................................................................. vii RESUMO............................................................................................................................. x INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 1 PROPOSIÇÃO....................................................................................................................... 7 ARTIGO SUBMETIDO À REVISTA INTERNATIONAL JOURNAL OF GYNECOLOGICAL CANCER............................................................................................................................... 8 DISCUSSÃO.......................................................................................................................... 30 CONCLUSÕES...................................................................................................................... 33 BIBLIOGRAFIA DA INTRODUÇÃO E DISCUSSÃO.................................................................. 34 ANEXOS............................................................................................................................... 42 ix Resumo Estudos demonstram que polimorfismos em genes relacionados ao reparo do DNA estão envolvidos na patogênese de diversas doenças neoplásicas, como o câncer ginecológico, particularmente o câncer do colo do útero. O presente estudo, caso-controle, compara os polimorfismos dos genes XPC, ERCC1 e XRCC7 em 77 mulheres com câncer cervical (70 casos de carcinoma espinocelular e 7 casos de adenocarcinoma do colo do útero) e 73 mulheres saudáveis atendidas no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, entre Junho de 2007 e Maio de 2009. No Laboratório de Ginecologia Molecular da EPM-UNIFESP, os polimorfismos desses genes foram detectados pela técnica de reação em cadeia da polimerase seguida da análise do polimorfismo do fragmento de restrição (PCR-RFLP). As distribuições genotípicas dos polimorfismos no grupo de casos e controle estavam em Equilíbrio de Hardy-Weinberg (p>0,05). Pelo teste exato de Fisher as distribuições genotípicas dos polimorfismos (XRCC7 (G-C): GG (11,7%), GC (41,6%) e CC (46,8%) no grupo de casos e GG (20,5%), GC (41,1%) e CC (38,4%) no grupo controle (p=0,31); ERCC1 (C-T): CC (39,0%), CT (51,9%) e TT (9,1%) no grupo de casos e CC (53,4%), CT (38,4%) e TT (8,2%) no grupo controle (p=0,20); XPC (A-C): AA (50,6%), AC (41,6%) e AA (7,8%) no grupo de casos e AA (45,2%), AC (37,0%) e CC (17,8%) no grupo controle, p=0,19) não apresentaram diferença estatística significante. Nossos resultados mostram que os polimorfismos XPC, ERCC1 e XRCC7 não são correlacionados ao risco para desenvolvimento do câncer do colo do útero na população estudada. x Introdução Câncer do colo do útero O Câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública, correspondendo à segunda causa de câncer em mulheres no mundo, perdendo apenas para o câncer de mama. Anualmente são registrados cerca de 500.000 casos novos e 250.000 mortes em decorrência da doença [1-3]. Aproximadamente 80% dos casos desse tipo de câncer ocorrem nos países em desenvolvimento, com coeficientes de incidência maiores na America Latina, Caribe, Àfrica sub-saariana e sul e sudeste da Ásia [1-4]. As maiores incidências no Brasil foram, respectivamente em Cuiabá (37,7%), Brasília (37,7%) e Goiânia (33,9%). São Paulo ocupou a 13ª posição, com coeficiente padronizado de 21,1% [5]. No Brasil há cerca de 69 milhões de mulheres com 15 anos ou mais sob o risco de desenvolverem câncer do colo do útero [6]. Segundo dados do IARC (International Agency for Research on Cancer), o câncer do colo do útero é o segundo maior tumor com maior incidência e mortalidade nas mulheres brasileiras, estando atrás somente do câncer de mama [6,7]. O Ministério da Saúde estimou cerca de 19.000 casos da doença para o ano de 2008 no Brasil, dos quais 3.500 no Estado de São Paulo. A incidência do câncer do colo do útero varia conforme faixa etária, sendo progressivamente maior a partir dos 20 – 29 anos e atingindo o pico em torno dos 45 – 49 anos de idade [7]. Em relação aos fatores de risco no aparecimento do câncer do colo do útero, atualmente se considera o papiloma vírus humano (HPV) como o principal agente associado à doença, sendo classificado pelo IARC como carcinógeno 1 Introdução do grupo I. Os tipos 16, 18, 31, 33, 35, 45, 51, 52, 58 e 59 são considerados de alto risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero [8]. O risco de câncer do colo do útero em decorrência da infecção pelo HPV foi analisado em diversos estudos caso-controle, com odds ratio variando de 18 a 200. Outros fatores de risco associados à doença são: o inicio da atividade sexual precoce, número elevado de parceiros sexuais, multiparidade, uso de contraceptivos orais, tabagismo, deficiências nutricionais de beta-caroteno, vitamina C e de folato e exposição materna ao dietilestilbestrol, estando este último relacionado ao adenocarcinoma de células claras [9-14]. O sistema de estadiamento mais utilizado para o câncer do colo do útero é o proposto pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO). O estadiamento é essencialmente clínico, empregando-se no estudo histopatológico somente nos casos onde os tumores são microscópicos [15]. Segundo a ultima revisão do estadiamento de 1994, o tumor microscópico de até 7mm de extensão e com profundidade de invasão do colo do útero de até 3mm é classificado como 1AI. Se a profundidade de invasão for maior do que 3mm, mas não superior a 5mm, o tumor pertence ao estádio IA2. Quando o tumor for microscópico, mas tiver profundidade de invasão superior a 5mm ou extansão maior do que 7mm, é estadiado como IB. Os tumores macroscópicos são todos estadiados clinicamente, levando-se em consideração apenas o exame físico e os exames subsidiários. No estádio IB (macroscópico) o tumor infiltrativo e está ao colo do útero (IB1 se o tumor tiver até 4cm e IB2 quando maior). Se o exame especular vaginal nota-se acometimento do terço superior e médio da vagina, estadia-se o tumor como 2 Introdução IIA, mas se houver infiltração de pelo menos um dos ligamentos cervicais laterais (paramétrios), como IIB. No estádio III, o tumor acomete até o terço inferior da vagina (IIIA) ou estende-se até a parede pélvica lateral (IIIB). Se houver infiltração da parede do reto ou da bexiga os tumores são estadiados como IVA e se houver metástases à distância, IVB [15]. O tratamento do câncer do colo do útero é baseado no estadiamento clínico. Na maioria dos centros de tratamento de câncer ginecológico, adota-se como padrão o estadiamento preconizado pela FIGO. Tanto a radioterapia como a cirurgia podem ser utilizadas para o tratamento do câncer do colo de útero [16]. Nos estádios IIB a IV, a radioterapia exclusiva é o tratamento de escolha e, pelo menos, cinco estudos prospectivos mostraram superioridade da associação da radioterapia à quimioterapia comparada à radioterapia isolada [17-22]. Genes envolvidos no reparo do DNA Os polimorfismos, variações genéticas herdadas que ocorrem naturalmente, estão presentes em pelo menos 1% da população geral, são encontrados com certa freqüência e dependendo da sua localização no gene podem modificar a função da proteína codificada por esse gene e com isso podem vir a modular a interação entre os fatores exógenos ou endógenos com alvos celulares específicos [23]. O tipo de variação mais comumente encontrada na seqüência de DNA são os polimorfismos de um único nucleotídeo (SNP, do inglês, single nucleotide polymorphism). A determinação de SNP tem se tornado um importante método de caracterização de diferenças individuais no mapeamento genético, quando comparado a seqüência genômica padrão [24]. As 3 Introdução estratégias para a obtenção do genótipo das amostras que apresentam SNPs têm seu foco nas regiões que codificam possíveis alterações na seqüência de aminoácidos, no processo de divisão entre introns e exons ou nas regiões promotoras dos genes [25]. A resposta individual ao estresse químico ou físico pode variar de acordo com a função de determinado gene em particular, ou de uma combinação entre os genes que regulam a absorção, metabolismo, morte celular (apoptose/necrose), sistema imune e reparo do DNA [26]. As enzimas de reparo do DNA estão associadas com a susceptibilidade a reconhecidos agentes genotóxicos que agridem os cromossomos, tais como os fármacos antitumorais e radiações ionizantes [27-29]. Atualmente, é reconhecido que a reparação do DNA não envolve somente a reversão direta do dano, mas também outros dois distintos mecanismos, chamados de reparo por excisão (de base, BER, do inglês: base excision repair, e de nucleotídeo, NER, do inglês: nucleotide excision repair) e reparo de quebras de fita dupla do DNA (recombinação homóloga, HR, do inglês: homologous recombination; e reparação não-homóloga: NEHJ, do inglês: nonhomologous end joining) [30]. As mutações em genes envolvidos no reparo do DNA são responsáveis pelo desenvolvimento de tumores e por várias doenças hereditárias caracterizadas por alterações metabólicas complexas [31]. O NER é considerado como o mais flexível de todos os mecanismos de reparação devido a sua capacidade de eliminar uma variedade de lesões que distorcem a hélice e provocam mudança na estrutura química do DNA. Após a excisão do oligonucleotídeo contendo o dano, o intervalo é preenchido através da síntese de DNA, seguindo a ligação entre as extremidades. A via NER 4 Introdução repara preferencialmente os genes que estão sendo transcritos, isto é, a reparação de uma lesão que bloqueia a transcrição e inibe a produção de um RNA e de uma proteína é realizada com maior eficiência e mais rapidamente comparada com outras partes do genoma que estão sendo usadas pela célula [32]. Recentes estudos demonstraram que o aumento dos níveis de expressão do gene ERCC1 (Excision Repair Cross Complementing Group 1), um dos genes envolvidos na via do NER, está associado ao acréscimo da atividade da proteína endonuclease que atua no processo celular de reparo do DNA em diferentes tecidos [33]. Mais ainda, a expressão do ERCC1 vem sendo associada à resistência celular e clínica a quimioterapia em pacientes com neoplasia pulmonar, gástrica, mamária e ovariana [34-37]. O polimorfismo no códon 118 do gene ERCC1 é caracterizado por uma troca de uma citosina (AAC) por uma timina (AAT) e testes in vitro descrevem que este SNP pode ser responsável por alterações no RNA mensageiro (RNAm) e da proteína levando a alteração na sensibilidade a alguns quimioterápicos. Este polimorfismo tem sido estudado em pacientes com câncer de pulmão, colo-retal e gástrico, sendo que vários autores demonstraram o valor preditivo desse marcador como parâmetro de resposta a quimioterapia [38-42]. O gene XRCC7 (Cross-Complementing Group7) é um gene que também está envolvido nas vias de reparo de quebra e de recombinação do DNA. O SNP intrônico, G6721T, no gene XRCC7 foi descrito como fator determinante e causador de instabilidade do seu respectivo RNA mensageiro em indivíduos que apresentam maior sensibilidade para radiações ionizantes, entretanto há poucos estudos na literatura correlacionando esse SNP e o câncer [43,44]. 5 Introdução O gene XPC (Xeroderma Pigmentosum Group C) produz uma proteína que possui uma interação física e funcional com a timina-DNA do grupo BER. O polimorfismo Lys939Gln localiza-se no exon 15, é um dos polimorfismos do gene XPC que está envolvido em diferentes tipos de câncer tais como de mama, de bexiga, de cabeça e pescoço e de pulmão [45]. Frente a evidências de que alterações em mecanismos de reparo do DNA possam de alguma maneira, estar envolvidas na etiopatogenia ou fisiopatologia do câncer do colo do útero, e que os genes reparo constituem importantes reguladores da homeostase gênica, propusemo-nos estudar polimorfismos dos genes ERCC1, XRCC7 e XPC em mulheres com e sem câncer do colo do útero. 6 Proposição Propõe-se, no presente trabalho, o estudo da prevalência dos polimorfismos presentes nos genes de reparo do DNA, XPC, ERCC1, e XRCC7 em mulheres com e sem câncer do colo do útero. 7 Artigo Submetido à Revista International Journal of Gynecological Cancer 8 Title Page Polymorphic DNA repair genes XPC, ERCC1, XRCC7 and the Risk for Cervical Cancer Authors: Issamir Farias Saffar1,2, MD; Paulo D’Amora3, PhD; Fabricio Colacino Silva1,2, MD; Adalberto Abrão Siufi1,2 MD, PhD; João Paulo Ferreira de Oliveira Kleine3; Jefersson Baggio Cavalcante1,2 MD; Leandro Rodrigo Acosta1, MD; Guido Marks1, MD; Cristina Valleta de Carvalho3, PhD; Ana Maria Massad-Costa3 MD, PhD; and Ismael Dale Cotrim Guerreiro da Silva3, MD, PhD. Citation: Saffar IF, D’Amora P, Silva FC, Siufi AA, Kleine JP, Cavalcante JB, Acosta LR, Marks G, Carvalho CV, Massad-Costa AN, and Silva ID. Affiliations: 1. Department of Surgery, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil; 2. Alfredo Abrão Cancer Hospital, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil; 3. Molecular Gynecology Laboratory, Gynecology Department, Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP), São Paulo, Brazil. Running Title: DNA repair genes and cervical cancer. Key words: XPC, ERCC1, XRCC7, polymorphisms, cervical cancer. Disclosure information: The authors have nothing to disclose. Financial Support: This work was supported by grants from Fundação Carmem Prudente and Hospital do Câncer Alfredo Abrão in Campo Grande, Mato Grosso do Sul State, Brazil. Correspondence should be address to: Issamir Farias Saffar Rua Pedro de Toledo, 781, 4ºandar - frente Molecular Gynecology Laboratory The Federal University of São Paulo 04039-032, São Paulo, Brazil. Phone: +55-11-5579-1534 fax: +55-11-5579-3321 E-mail: [email protected] *Manuscript (All Manuscript Text Pages in MS Word format, including References and Figure Legends) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 1 Polymorphic DNA repair genes XPC, ERCC1, XRCC7 and the Risk for 2 Cervical Cancer 3 ABSTRACT 4 5 Objective: DNA repair genes play a key role in maintaining genomic stability and integrity. 6 DNA repair gene polymorphisms, such as those of Xeroderma pigmentosum complementation 7 group C (XPC), excision repair cross-complementing gene (ERCC1), and X-ray repair cross- 8 complementing group 7 gene (XRCC7), contribute to carcinogenesis. In this study, we 9 investigated the correlation between cervical cancer risk and XPC, ERCC1, XRCC7 genetic 10 variants. Methods: A case-control study of 77 cases of cervical cancer (including 70 11 carcinoma and 7 adenocarcinoma) and 73 normal women was performed. Three single 12 nucleotide polymorphisms (SNPs) (XRCC7, XPC, ERCC1) were genotyped by polymerase 13 chain reaction and restriction fragment length polymorphism (PCR-RFLP). Results: 14 Genotype frequencies of were similar between cases and controls: XRCC7 (G→C): GG 15 (11,7%), GC (41,6%), CC (46,8%) in cases vs. GG (20,5%), GC (41,1%), CC (38,4%) 16 controls (p=0,31); ERCC1 (C→T): CC (39,0%), CT (51,9%), TT (9,1%) in cases and CC 17 (53,4%), CT (38,4%), TT (8,2%) in controls (p=0,20); XPC (A→C): AA (50,6%), AC 18 (41,6%), AA (7,8%) in cases and AA (45,2%), AC (37,0%), CC (17,8%) in controls, 19 (p=0,19). No association of XPC, ERCC1 or XRCC7 and cervical cancer was found, and none 20 of the 3 SNPs influenced the risk of cervical cancer in our study. Conclusion: Our results 21 showed that there were no correlations between the genetic variations in DNA repair genes 22 and the susceptibility to cervical carcinoma in the studied population. 23 24 1 25 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 INTRODUCTION 26 27 Cervical cancer is one of the most frequent cancers in women. It is well established that the 28 human papillomavirus (HPV) is imputed as a prime etiologic factor of cervical carcinoma and 29 its precursor lesion, cervical intraepithelial neoplasia (CIN). Around 30% of women with 30 sexual experience are infected with high-risk HPV. However, only 1% of these women will 31 develop CIN and cervical carcinoma. This indicates that HPV infection is not sufficient to 32 develop CIN or cancer, and other cofactors, such as polymorphisms in DNA repair genes, 33 should be considered [1]. 34 DNA repair genes play a key role in maintaining genomic stability and integrity. It is now 35 thought that an individual’s DNA repair capacity is genetically determined, and is the result 36 of a combination of multiple genes that display subtle differences in their activity. Single 37 nucleotide polymorphisms (SNPs) may cause subtle structural alterations in repair enzymes, 38 and subsequent modulation of cancer susceptibility. In humans, more than 100 genes are 39 involved in the 5 major DNA repair pathways, including nucleotide excision repair (NER) 40 and homologous recombinational repair [2]. 41 A number of SNPs in DNA repair genes have been identified. Defects in DNA repair 42 pathways are found to be associated with many types of cancer, including cervical carcinoma 43 [3]. The X-ray repair cross-complementing group 7 (XRCC7) gene encodes the catalytic 44 subunit of a DNA-activated protein kinase, which is involved in the nonhomologous end 45 joining repair pathway in murine cells and humans. Defects in the XRCC7 gene make the 46 DNA-activated protein kinase activity undetectable in murine mutants and these cells 47 sensitive to ionizing radiation [4]. 48 Xeroderma pigmentosum complementation group C, also known as XPC, is a protein which 49 in humans is encoded by the XPC gene. XPC us involved in the recognition of bulky DNA 2