faça o da revista copafest – edição 5

Propaganda
REVISTA COPAFEST – ED. 05 | 2012
EUMIR
DEODATO
e mais
KASSIN
E A MAGNÉTICA
INTERGALÁCTICA
SHINKANSEN
HORTA, LIMINHA,
MORELENBAUM
e SUZANO
PEPEU GOMES
INSTRUMENTAL
SOM QUENTE
É O DAS NEVES
SÁBADO BAILE
EDITORIAL
.4
O COPA É UMA FESTA
.6
por Bernardo Vilhena
por Roberto Muggiati
DEODATO – UM DOM DADO POR DEUS
.8
. 12
OS DIÁRIOS DE LEONARD PLUME
. 17
GALERIA COPAFEST
ÍNDICE
por Hugo Sukman
O Copacabana Palace, patrimônio
cultural do Rio de Janeiro desde 1985,
conclui este ano, a mais ampla reforma
do prédio histórico. Um novo lobby
e mais charme nos apartamentos.
por Reinaldo Figueiredo
SHINKANSEN – HORTA, LIMINHA
MORELENBAUM e SUZANO
por Helena Aragão
ALTA FIDELIDADE
por Carol Rosman
AS AVENTURAS ANIMADAS
DE KASSIN E SUA MÚSICA
UM BAILE NAS ONDAS DO COPA
PEPEU GOMES GUITARRA BRASIL
por Moraes Moreira
RECEITA PARA FAZER SOM QUENTE
por Bernardo Oliveira
www.copacabanapalace.com.br
. 23
. 24
por Frederico Coelho
CRÉDITOS
Av. Atlântica 1702 Copacabana
Rio de Janeiro RJ Brasil
. 18
PROGRAMAÇÃO
. 27
. 28
. 31
. 36
. 37
EDITORIAL
POR BERNARDO VILHENA
Música
para ouvir
e dançar
Nesta edição do CopaFest teremos a
oportunidade de observar um painel
de influências que fizeram da música
produzida nesse país uma das mais
respeitadas em todo o mundo. E isto
não é uma afirmação ufanista, porque se
observarmos o repertório internacional
da música instrumental, mesmo sem
recorrer a estatísticas, creio que o Brasil
venha em segundo lugar em número de
títulos gravados.
No mês e ano em que comemoramos os
50 anos do famoso concerto do Carnegie
Hall, estamos chegando à 5ª edição do
CopaFest. Como sempre trazendo uma
programação que consagra os 3 pilares
da Música Instrumental Brasileira: melodia,
harmonia e ritmo.
Hoje, estamos vivendo um momento
espetacular da Música Instrumental
Brasileira. A internet abriu aos jovens a
perspectiva de pesquisar nosso passado
musical de dentro do seu estúdio
caseiro. Esse fato criou uma realidade
altamente favorável, o florescimento
de uma geração aberta, sem posições
restritivas. Ou seja: o ambiente perfeito
para expandir conhecimento e ousar
experimentos.
Grandes bandas ou mini-orquestras exibem
a qualidade do músico brasileiro na arte
de improvisar. Seja para ouvir, seja para
dançar. A música mais do que qualquer
arte tem a capacidade de demonstrar a
diversidade da nossa cultura. No mesmo
palco podemos ouvir/assistir durante
90 minutos muitas das matrizes que
compõem o universo musical brasileiro.
Bem-vindos ao CopaFest!
Bernardo Vilhena é poeta e
curador do CopaFest
4
5
O COPA
É UMA FESTA
POR ROBERTO MUGGIATI
investiu em astros nacionais de porte
internacional, como o pianista Dom
Salvador, radicado nos EUA há 40 anos; o
multi-instrumentista Hermeto Pascoal; o
percussionista da histórica banda fusion
de Miles Davis, Airto Moreira, que festejou
no Fest seus 70 anos; e, nesta edição, o
pianista e arranjador Eumir Deodato (há
quem prefira seus arranjos para o álbum
Sinatra-Jobim aos do prestigiado Claus
Ogerman). Mais recentemente, o CopaFest
ganhou a Noite do Baile, animada em
2011 por Lincoln Olivetti e, neste ano,
por Wilson das Neves. Das dezenas de
festivais que acontecem anualmente no
Brasil, o CopaFest soube impor desde
o início o seu diferencial: inteligência,
sensibilidade e vibração.
As paredes do grande hotel estão
impregnadas de música, sob a bênção
do jazzófilo-mor Jorginho Guinle. Em
seus quase 90 anos, passaram pelo
Copacabana Palace estrelas como Ella
Fitzgerald, Lena Horne, Marlene Dietrich,
Edith Piaf, Nat King Cole, Ray Charles,
Sammy Davis Jr. e Tony Bennett. A partir
de 2009, o jazz e a música instrumental
brasileira encontraram ali um novo
espaço: o CopaFest. A primeira edição fez
justamente a ponte entre o famoso hotel
e o lendário Beco das Garrafas — a um
quarteirão dali —, berço da bossa nova. As
principais atrações foram os pianistas João
Donato e Osmar Milito, Paulinho Trompete,
e o saxofonista e compositor Paulo Moura,
num comovente adeus (Paulo morreria
menos de um ano depois). Sob a curadoria
de Carol Rosman e Bernardo Vilhena,
com produção da M’Baraká Experiências
Relevantes, o CopaFest logo mostrou sua
cara. Sem apelar para nomes importados,
Roberto Muggiati é jornalista,
autor dos livros Blues: Da Lama à Fama
e Improvisando Soluções.
6
o
n
a
ic ACE
s
ú
L
m
A
e
P
d
que ,
A
s
s
i
a
l
a
N
i
stiv Brasi
d
e
A
f
o
o
3 CAB
s de nte n esde a,
a
n
e
d
i
e
dez nualm impor ligênc ão
A
s
P
a
a
e
D em
be
raç
int
ec st sou ncial: e vib
CO
t
n
ade
aco aFe ifere
d
ilid
op
o C o seu sensib
io
iníc
7
GALERIA
CopaFest
Zé Luis e a banda Magnética
Paulinho Trompete
Chico Pinheiro
2ª EDIÇÃO
César Camargo Mariano
ABRIL 2010
João Donato
1ª EDIÇÃO
Paulo Moura
Eduardo Neves
AGOSTO 2009
David Feldman
Osmar Milito
Hermeto Paschoal
Marcos Valle
Mauro Senise
Edu Lobo
4ª EDIÇÃO
Lincoln Olivetti
Banda Mantiqueira
3ª EDIÇÃO
OUTUBRO 2011
ador
Dom Salv
NOVEMBRO 2010
Clube do Balanço
Leo Gandelman
Hector Del Curto
Airto Moreira
Arthur Verocai
Gilson Peranzzetta
UM DOM DADO POR DEUS
POR HUGO SUKMAN
“Meu Deus, quanta coisa Deus deu a
Deodato!”, escreveu Tom Jobim, num
daqueles seus tão sutis e precisos achados
poéticos, na contracapa do primeiro LP de
Eumir Deodato, “Inútil Paisagem”, de 1964.
Mas Tom falava mais do que o “dado por
Deus”, ou seja, o dom que Deodato carrega
até no nome. Falava da excelência, da
invenção, da musicalidade, da precocidade
que chamava a atenção mesmo naquele
ninho de cobras que era a música brasileira
no miolo dos anos 60. O disco, lançado pela
impecável gravadora Forma (que estava para
o samba jazz como a Elenco para a bossa
nova), trazia pela primeira vez o nome de
Deodato na capa, e ao mesmo tempo o seu
piano e a sua escrita orquestral, executando
exclusivamente peças de Jobim. O maestro,
mesmo sem nunca ter sido dado a elogios
fáceis, não se conteve:
13
foto: Dario Zalis
DEODATO
“É incrível que um rapaz de 22 anos possa escrever
para orquestra como Eumir escreve. Não basta
ser musical, talentoso, habilidoso, sabido ou sábio.
Escrever para orquestra é coisa que envolve toda
uma técnica, experiência, um passado de erros
passados a limpo, e eu não creio que Eumir tenha
tido, com 22 anos, tempo para isso. Mas o fato aí está:
suas partituras são magnificamente bem escritas, com
cada instrumento no seu melhor lugar, com equilíbrio na
distribuição, com graça e inovação no ritmo, harmonia
e fraseado. Seus arranjos são sérios mas gostosos,
clássicos mas inovadores. Eumir Deodato não é só o
perfeito engenheiro de pontes que todo arranjador
deve ser, mas também o criador e o poeta que
todo arranjador tem de ser. E o piano de Eumir?
Excelente! Impecável! Oportuno!”.
Nada além precisaria ser escrito
sobre Deodato, nenhuma
exclamação a mais. A não
ser que Deodato não tivesse
vivido, dos 22 anos em diante,
o que o mestre da música
brasileira já antevia sem meias
palavras naquele primeiro
trabalho. Mas Dedoato
cumpriria com sobras os
desígnios de Jobim.
14
Ao se mudar para os Estados Unidos,
em 1968, para acompanhar o violonista
Luiz Bonfá, Deodato parecia que ia
cumprir a sina do músico brasileiro na
América: trabalhos brazucas, como
ele os fez aos montes, como arranjos
para Astrud Gilberto (“Beach Samba”),
Marcos Valle (“Samba 68”) e Tom Jobim
(“Tide”), além de trilhas sonoras de
filmes levemente latinos, como “The
Adventurers”, que tinha música também
de Tom Jobim. Mas o “dado por Deus” de
Deodato que Jobim percebera ainda no
Brasil foi também logo percebido no ninho
de cobras ainda mais venenosas que era
a música americana, e ele começou a
trabalhar com as maiores estrelas do jazz,
da black music e também da música pop,
como Paul Desmond, Wes Montgomery,
Sarah Vaughan, George Benson, Roberta
Flack (o megassucesso “Killing me
Softly”, por exemplo) e Aretha Franklin.
Como se não bastasse, trabalhou com
simplesmente Frank Sinatra em “Sinatra
& Co.”, entrando para o seletíssimo grupo
de Claus Ogerman, Nelson Riddle, Don
Costa e pouquíssimos outros.
Ainda no Brasil, tornou-se logo o grande
arranjador brasileiro jovem, ao lado apenas
de um Luiz Eça, e no mesmo naipe de gênios
veteranos como Radamés Gnattali, Moacir
Santos e Gaya. Tanto que passou a ser o
arranjador oficial de Jobim, mas também
o orquestrador da nova música brasileira, e
vamos citar só como exemplo o monumental
arranjo de “Travessia”, que consagraria
Milton Nascimento. Como músico, também
não ficava atrás, liderando com seu órgão
elétrico o “combo” Os Catedráticos, uma
all star big band de samba jazz que lançou
quatro LPs cultuados até hoje por fãs de jazz,
DJs europeus e colecionadores japoneses. E
participava dos principais conjuntos do Rio
de Janeiro, do noneto de Roberto Menescal
ao Os Gatos, de Durval Ferreira. Isso para
não falar de trilhas para cinema, como a
de “Garota de Ipanema”, a superprodução
de Leon Hirszman que tentou unir o
Cinema Novo à Bossa Nova, e de algumas
composições que emplacaram como o
standard “Razão de Viver” (com letra de
Paulo Sérgio Valle e dezenas de gravações
no Brasil e no mundo) e sucessinhos como
“Baiãozinho”, tão ao gosto da bossa nova.
15
fotos: ??????
Parecia, mais uma vez, que a sorte estava
definida: tudo bem, Deodato seria, com seu
dom dado por Deus, o arranjador brasileiro
de maior sucesso internacional. Até que,
em 1973, ele realiza o que seria sua obraprima como arranjador, sua peça mais
popular (cinco milhões de discos vendidos
na época) e premiada (o Grammy, para
começar): uma versão jazz, pop e futurista
de “Also Sprach Zarathustra”, de Richard
Strauss, uma espécie de Ovo de Colombo
que todos buscavam – a fusão da música
negra popular (americana, latina e brasileira)
com a música clássica europeia, sem perda
de autenticidade de ambas – e que Deodato
alcançou. Este trabalho o levou ao Madison
Square Garden e ao mundo inteiro.
De uns dez anos para cá voltou a
se apresentar ao vivo mundo afora,
normalmente como um trio – aliás,
formação registrada em seu último CD,
ao vivo no Rio, gravado em 2007. Agora,
reaparece na cidade natal, no CopaFest,
com um formato maior, naipe de sopros,
percussão, guitarra, baixo, bateria e seu
piano “excelente, impecável e oportuno”.
Uma chance de ver, afinal, o que mesmo
Deus deu a Deodato.
Desde então, Deodato é um disputado
produtor e arranjador, tendo assinado
sólidas parcerias com dezenas de
cantores e grupos como Kool & The Gang
(“Celebration”, por exemplo), Earth, Wind &
Fire e até a islandesa Björk.
Hugo Sukman é jornalista e autor do livro
“Histórias Paralelas – 50 anos de música brasileira
(Casa da Palavra)”
16
Reinaldo Figueiredo é integrante do Casseta & Planeta,
contrabaixista da Companhia Estadual de Jazz
e está em todas as edições do CopaFest
SHIN
KAN
SEN
“Japan,
here we go!”
“Tô formando
uma banda para
levar o Liminha
para o Japão,
quer participar?”
Com esse telefonema bastante inusitado
de Toninho Horta, Marcos Suzano
foi convidado a integrar Shinkansen,
um conjunto que reúne um dream
team da música brasileira – Jacques
Morelenbaum completa o quarteto.
Aparentemente, os critérios de seleção
foram informais e muito simples: ser um
poderoso instrumentista e ter alguma
relação, profissional e/ou afetiva, com
o Japão. Tudo para levar o produtor,
uma das referências do rock nacional, a
realizar o sonho de conhecer o pequeno
país do outro lado do mundo.
POR HELENA ARAGÃO
TONINHO HORTA
LIMINHA
JAQUES MORELENBAUM
MARCOS SUZANO
19
Os contatos com produtores japoneses
logo abriram a possibilidade de transformar
o projeto em disco e turnê por lá. Uma
matéria em um jornal carioca celebrou
o encontro e muita gente ficou curiosa
com o som que sairia da formação violão/
guitarra (Horta), violoncelo (Morelenbaum),
percussão (Suzano) e baixo (Liminha).
foto: Marcelo Silva
Meses depois, aparece o motivo que
precisavam para retomar os ensaios e
acabar o disco: o convite para participar
do CopaFest. Todos voltam a se reunir
no Nas Nuvens e fazer o interessante
exercício de ouvir o que já haviam
gravado. As expressões são de alegria
e aprovação. Ouvem músicas inteiras e
também pequenos temas registrados
para serem trabalhados. Zona Norte, por
exemplo, tem participação involuntária
de Toninho: ele não tocou na faixa
porque caiu no sono ali mesmo no
estúdio. De brincadeira, os amigos
gravaram seu ronco e samplearam,
dando um jeito de incluir como efeito
da música. “É o Soninho Horta”,
brinca Suzano.
Horta já esteve 22 vezes no Japão. Suzano
tem o recorde do grupo: foi 32 vezes.
Jacques Morelenbaum, 12 vezes. Assim
sendo, os ensaios no estúdio Nas Nuvens,
de Liminha, são recheados de “causos”
dos três nas terras nipônicas. A brincadeira
começou em maio do ano passado,
quando se reuniram algumas vezes para
compor e criar os arranjos. Com tantos
anos de carreira, os quatro já haviam
se cruzado muitas vezes em estúdios e
festivais, mas raramente tiveram chance de
tocar juntos – e muito menos de compor.
Toninho Horta
Liminha
Há entre as faixas gravadas uma tal
Vinheta 1, suingadíssima, que deixa
todo mundo dançando nas cadeiras.
Liminha pega o laptop e avisa: “Vamos
dar um nome para ela agora: ‘Agradável
surpresa’”. Há ainda um tema em
piano (Liminha) e tabla (Suzano), feito
no começo do ano, quando Suzano
participou da gravação do disco de
Erasmo Carlos naquele mesmo estúdio.
Jacques ouve com cara de novidade e
aprova, já viajando nas possibilidades
‘cellísticas’ de participar da brincadeira.
Mas no meio do caminho apareceram
tsunamis e terremotos. Apreensivos com
a situação do Japão depois da tragédia
do começo do ano, os integrantes do
Shinkansen substituíram as negociações para
o disco por mensagens de solidariedade aos
amigos de lá. E, com as agendas atribuladas
por shows, produções e projetos pessoais,
acabaram adiando a estreia.
Marcos Suzano
Jaques Morelenbaum
20
21
Shinkansen começa assim
sua vida criativa, do Rio de
Janeiro a Tóquio, com música
universal que é passaporte
para o resto do mundo.
As canções já prontas dão amostras
da variedade criativa de um grupo que
reúne gente de formação bem diferente:
roqueira, clássica, popular e universal.
Japan, here we go, é jazzística e brinca
com a batida do samba. Self service,
de Liminha, tem ritmo complexo e
melodia sofisticada. Maracatuesday, de
Morelenbaum, é uma das poucas em que
Horta abandona a guitarra para usar o
violão. Ragga, de Suzano, usa e abusa de
efeitos, dando forma a uma sonzeira cheia
de timbres diferentes. Shinkansen, de
Horta, homenageia o trem-bala japonês.
Walking in the clouds, também do mineiro,
emociona Suzano. “Se tocarmos essa neste
momento em Tóquio, tenho certeza que
todo mundo vai cair no choro.”
músicas podem mudar. Mas a essência está
ali, já permitindo conversas sobre selos
internacionais que podem se interessar
pelo disco. A ideia é que ele tenha 12 faixas,
3 de autoria de cada um. “Aqui tudo é
dividido irmamente”, brinca Liminha.
É possível que até o dia do show, ou do
disco pronto, muitas dessas informações
mudem. Trechos novos podem surgir em
gravações já feitas, improvisos devem
aparecer e entrar na dança, nomes de
Shinkansen começa assim sua vida criativa, do
Rio de Janeiro a Tóquio, com música universal
que é passaporte para o resto do mundo.
Os quatro acreditam que após o pontapé
inicial será mais fácil embalar e fazer
diversos shows mundo afora. E estão felizes
por estrear no Rio, morada de três deles
(apenas Toninho tem porto seguro em Belo
Horizonte) e cidade com cada vez menos
espaço para a música instrumental. Ao falar
nisso, Suzano cita mais uma vez o exemplo
japonês: “Em Tóquio você tem 80 opções
de espaços dedicados à música numa
noite. Falta palco médio para isso no Rio.”
Helena Aragão é jornalista
22
ALTA
FIDELIDADE
POR CAROL ROSMAN
Pesquisadores incansáveis da música do
Brasil e do mundo, os cinco discotecários
do coletivo Vinil é Arte — Pedro,
Niggas, Formiga, Tuta e MBgroove —
vêm acumulando descobertas, muito
conhecimento e muito vinil. MPB, samba,
rock, pop, funk, soul, ritmos latinos,
africanos e jazz reunidos em sensacional
coleção de bolachas das décadas de 50,
60 e 70 com títulos de tirar o folego.
a pegada, são a reciprocidade da paixão
investida, são a razão da alta fidelidade.
O CopaFest está em sua quinta edição.
Em todas tem contado com a presença
marcante do coletivo Vinil é Arte tocando
exclusivamente Música Instrumental
Brasileira. Sua performance no CopaFest
é essencialmente jazzística porque traz
técnica — sem pirotecnia — e emoção,
segue a trilha do inesperado, fugindo da
obviedade, surpreende. Sempre com
muito balanço e elegância.
No trigésimo aniversário do compact
disc, o CD, que nasceu para desbancar
o LP, vemos que a banca durou pouco.
Balzaquiano, precocemente envelhecido,
o CD nunca chegou ao apogeu. E o vinil,
quase centenário, está aí, bem sacudido,
num corpinho de 20. Testemunha, desde
o seu surgimento nos anos 40, de todos
os movimentos musicais, seus marasmos
e revoluções, conquistou amantes
incondicionais. O afã da procura nas lojas,
o prazer da compra, da posse, a magia da
arte da capa, a leitura do encarte, o cheiro,
Carol Rosman é produtora de shows e discos
de música instrumental e curadora do CopaFest
23
POR FREDERICO COELHO
entre vários trabalhos, a trilogia de discos
“+ 2” e a trilha sonora do espetáculo do
Grupo Corpo batizada Ímã. Além desses
dois grupos, Kassin é sócio-fundador
do coletivo Orquestra Imperial, reunião
de músicos que expandem o samba e a
música popular brasileira em suas várias e
ricas possibilidades sonoras.
Apesar de ser um dos produtores musicais
mais requisitados de sua geração – talvez
o mais requisitado atualmente –, Kassin
sempre foi um músico de bandas. Em sua
trajetória de multi-instrumentista, ele fez
e faz parte de grupos e coletivos musicais
que nunca passaram despercebidos pela
crítica especializada de sua geração. E se
(ainda) não é uma estrela popular, Kassin
certamente é uma constelação de ideias
para seus pares e seu público.
Em seu atual projeto apresentado nesta
edição do CopaFest, Kassin mostra mais
uma vez sua capacidade de arregimentar
músicos de alta qualidade ao redor de
ideias sonoras certeiras e sagazes. Em
trabalhos de produção e em seu disco solo
lançado em 2011 – o fundamental Sonhando
Devagar –, Kassin vem montando uma
grande banda com instrumentistas que o
acompanham em vários projetos, inclusive
na grandiosa trilha sonora de animação
japonesa intitulada Michiko to Hatchin.
Seu início de carreira na mítica banda do
underground carioca Acabou la Tequila
já apresentava um vigoroso trabalho com
uma série de músicos que após o fim
do grupo seguiram caminhos sonoros
independentes pela cena musical da
cidade (Autoramas, Canastra e Nervoso
e os Calmantes, por exemplo). Com
Domenico Lancellotti e Moreno Veloso fez,
24
Ideia: Kassin | foto: Chiara Banfi | execução: Bady Cartier
AS AVENTURAS
ANIMADAS DE KASSIN
E SUA MÚSICA
Base de sua apresentação no show do
festival, o músico afirma que a trilha sonora
da animação foi seu primeiro projeto como
compositor e arranjador para formações
com até 14 músicos. Em diálogo criativo
com a obra de maestros e arranjadores
como Moacir Santos ou com bandas da
cena Japonesa, como o “death jazz” da Soil
& “Pimp” Sessions, Kassin conseguiu levar
suas composições para lugares até então
pouco explorados pela atual geração da
música brasileira.
Outro ponto fundamental de seus trabalhos
é a fidelidade a um grupo de músicos que
surgiram na cena carioca e que fazem a
ponte entre diferentes frentes musicais.
Stephane San Juan, Alberto Continentino,
Felipe Pinaud e Bidu Cordeiro são os fiéis
parceiros escolhidos dessa vez para tocar
nas faixas da trilha. Vozes de Thalma de
Freitas, B Negão, Ritchie e Áurea Martins
iluminam faixas conduzidas por esse
núcleo sonoro que ainda conta com várias
participações especiais.
Kassin sempre traz duas marcas em
seus trabalhos – e em Michiko to Hatchin
não é diferente. A primeira é o aspecto
permanente de surpresa. Seus ouvintes
nunca sabem o que encontrar na próxima
esquina de seus álbuns, mostrando que
o ecletismo sonoro, muito mais do que
apresentar fragilidade de repertório,
demarca a força criativa de um músico que
tem o privilégio de conviver em seu dia-a-dia
profissional com as mais diversas matrizes e
ideias da música brasileira e mundial. Mudar
de estilos, sobrepor escolas, reverenciar
mestres do passado e do presente sem cair
no saudosismo ou na redundância, tudo
isso são traços marcantes de sua produção.
Onde ouvimos ecos de Moacir Santos, João
Donato, Marcos Valle ou Wilson das Neves,
ouvimos também, sempre, Kassin.
Para os que situam Kassin no espaço
supostamente limitado do produtor –
mesmo com a sua ampla capacidade
de atuação –, o repertório que será
apresentado no show do CopaFest
marcará definitivamente a presença de
um arranjador com uma perspectiva
renovadora do nosso cenário musical. A
inventividade, o frescor e a qualidade das
composições apresentadas por Kassin e
sua banda não deixarão dúvidas de que,
quanto mais diversos os nossos caminhos
sonoros, mais ricos e abertos serão nossas
opiniões sobre a música e a vida.
Frederico Coelho é ensaísta, pesquisador
e professor de Literatura Brasileira
e Artes Cênicas da PUC-Rio.
26
UM BAILE
NAS ONDAS
DO COPA
O CopaFest
vai abrir os salões do
Copacabana Palace
para você dançar!
03 NOV. / SÁB.
PEPEU GOMES INSTRUMENTAL 21h
SOM QUENTE É O DAS NEVES 23h
POR MORAES MOREIRA
Esta história começou cedo, de forma
precoce. Ainda menino, no bairro Fazenda
Garcia em Salvador onde morava com
seus irmãos também músicos, Pepeu já
se destacava. Tirava som de qualquer
amplificador, por mais elementar que fosse,
demonstrava uma grande habilidade e
exibia uma impressionante saúde musical.
fotos: Wagner Fulco
PEPEU
GOMES
GUITARRA
BRASIL
Não foi à toa que, com sua banda Os Leif’s,
acompanhou Caetano e Gil no lendário
show de despedida “Barra 69” quando
eles partiram para Londres, exilados pela
ditadura militar. Naquela ocasião Gil lhe
apresentou um disco de Jimi Hendrix, e
poucos dias depois o danado já tocava
com uma alegria contagiante todos
aqueles riffs do mestre da guitarra.
O Trio Elétrico da Bahia, principalmente
o dos inventores Dodô e Osmar, foi outra
importante fonte de inspiração. Estava
assim forjado o grande instrumentista,
pronto para partir pra vida. E foi
exatamente o que ele fez.
Fã incondicional dos Beatles,
destrinchava com incrível facilidade o
repertório daquela banda. Posso afirmar
que era uma delícia ouvi-lo, cantando
num inglês “imbromation” maravilhoso,
todos aqueles sucessos que encantaram
o mundo nos anos sessenta.
29
RECEITA PARA FAZER
posição
assumiu a
s,
o
n
ia
m
a
B
vos
do isto co
Já nos No
da, fazen
n
a
o
b
id
a
v
d
u
o
ro
m seu
de maest
tência. Co
e
e
u
p
q
m
a
o
d
c
a
n
assar
absoluta
deixava p
ca
o
o
ã
p
n
é
o
a
d
m
ia
u
N
privileg
onformes.
ores
sse nos c
os afinad
m
a
ti
não estive
is
x
e
o
ã
n
nos
a
a
v
d
a
in
deix
em que a
conferia e
le
e
s. A
s,
to
o
n
ic
e
n
rum
eletrô
dos os inst
da,
n
a
B
a
d
trinques to
s
os disco
n
á
st
as
e
rd
to
o
s de c
prova dis
strumento
in
s.
s
o
d
ro
a
e
n
m
fi
ente a
onde inú
rigorosam
m
e
c
re
a
p
a
sa
o pela ca
ão Gilbert
o
J
e
ue
d
q
o
m
e
talvez
A passag
aianos era
B
ta
s
is
o
rr
v
a
o
it
N
u
dos
enial g
a
o nosso g
d
a
e
c
u
q
-o
o
ra
a
d
, tornan
faltava p
ilo
st
e
l.
u
a
rs
se
sse
e unive
aprimora
leiríssimo
si
ra
b
is
a
vez m
passeia
mentista,
ulti-instru
m
e aço e
é
d
u
s
e
e
p
Pe
los violõ
e
p
a
ra
u
lt
o
nv
da guitarr
com dese
andolim e
b
a
o
n
d
o
m
ix
a
lé
a
contrab
de nylon,
.
arem um
o
g
it
n
jo
o
e
b
S
r
.
e
a
baian
te vai faz
n
e
m
a
ra
rt
e
c
mistu
sua mão,
ele é uma
guagens,
lin
endrix,
H
o
i
d
n
im
ri
J
e
Transf
dolim com
n
a
B
am o
o
rm
d
que fo
de Jacob
redientes
g
r ao
in
s
fo
o
m
tr
e
u
sical. Qu
u
além de o
m
o
o
rs
e
univ
ivo de tud
seu imenso
rutar ao v
sf
e
r.
e
d
iz
rá
d
e
pod
cabo de
CopaFest
isto que a
SOM QUENTE
POR BERNARDO OLIVEIRA
Antes do preparo, é preciso estar ciente
de que o “som quente”, sobretudo para
nós, cariocas, não equivale a um som de
pista de dança, um som que faz dançar
de qualquer maneira, a qualquer custo.
Nesta acepção, para ser quente, a música
precisa levantar a poeira com arranjos
fortes, cozinha de primeira, metais
robustos e muita, muita percussão!
Moraes Moreira é cantor,
compositor e parceiro de Pepeu Gomes
desde os Novos Baianos
E o balanço? Não pode ser quadrado,
mas faceiro, insinuante, ensaboado, como
se reza na terra do samba, do choro e da
gafieira. Relaxa, pode afastar os móveis
da sala e misturar samba com salsa, soul,
maracatu e até rock’n’roll, mas sem abrir
mão do sincopado, do ritmo “moleque,
matreiro, bem malandreado, invocado pra
gente sambar” — como diz um belo samba
de Luiz Grande, membro de outra realeza,
Imperatriz da Leopoldina.
Pode-se afirmar, de saída, que um som
quente não é matéria para iniciantes, mas
para quem conhece o métier, sabe do riscado!
Em outras palavras, para Wilson das Neves.
31
A lista é interminável e se completa com
quatro trabalhos lançados a partir de
meados de 68, entre eles O Som Quente é
o das Neves (1976), seu quarto álbum como
band leader.
Das Neves é mais do que um baterista, ele é
o baterista do Brasil. É ainda cantor de timbre
peculiar, compositor elegante e arranjador
visionário, mestre das baquetas que se sai de
forma magistral com o tamborim, a caixa, o
agogô, o surdo, o tarol e a caixa de fósforos
eternizada por Cyro Monteiro, referência para
seu canto repleto de divisões malandreadas.
Igualmente infinita é a lista dos artistas
que acompanhou em discos e shows: foi
integrante das orquestras de Astor Silva e
Maestro Cipó, do conjunto de Ed Lincoln,
guardião do ritmo de cantoras como Elza
Soares, Clara Nunes e Elizeth Cardoso, e de
boa parte dos artistas da chamada MPB,
de Chico Buarque a Maíra Freitas.
O CopaFest acerta em cheio ao reunir um
grupo de músicos de alto nível em torno
da reconstituição deste álbum — entre
eles, André Tandeta, Armando Marçal,
João Rebouças e Zé Bigorna. Não somente
pelo título sugestivo e por sua evidente
atualidade, tanto na concepção musical
como nos arranjos, mas porque traz à
memória algumas características que a
ausência de uma reedição à altura de sua
importância se encarregou de esconder.
Reconhecido no exterior ao reeditar, com
Ivan “Mamão” Conti (Azymuth), o grupo Os
Ipanemas, integrante da Orquestra Imperial,
além de colaborar ativamente com grupos
e artistas da atualidade como o rapper
americano Madlib (no projeto Brasilintime),
Kassin e Roberta Sá, entre outros, das Neves
gravou discos inaugurais da Bossa Nova, do
Tropicalismo, da retomada nos anos sessenta
do samba tradicional, além de verdadeiras
pérolas como Coisas, de Moacir Santos, Na
Fonte, de Beth Carvalho, Lugar Comum, de
João Donato, o primeiro disco de Monarco…
Dando prosseguimento à fórmula
elaborada nos discos anteriores — a saber,
Juventude 2000 (1968), O Som Quente é
o das Neves (1969) e Samba Tropi - Até aí
morreu Neves (1970) —, Wilson das Neves
e seu Conjunto criaram uma sonoridade
determinante na reelaboração do cenário
da música instrumental brasileira dos
anos 70, ainda impactada pelo sucesso
estrondoso da Bossa Nova e de seu primo
mais agitado, o Samba Jazz — ou, ainda,
pelo “Samba no prato” de Edison Machado,
sua ramificação hard bop.
33
foto: Domenico Lancellotti
O CopaFest acerta em cheio ao reunir um grupo de músicos
de alto nível em torno da reconstituição deste álbum.
O canto macio e anasalado de Wilson das
Neves também já despontava como um de
seus maiores trunfos, bem como o talento
de compositor, assinando quatro das
doze faixas do álbum: “Estou Chegando
Agora”, “Que é isso menina”, “Tema para
Elizeth” e “Sá Nega”, parceria com Geraldo
Barbosa e Ineres. Afora isso, o álbum ainda
revela uma mistura de autores que supera
qualquer expectativa pós-tropicalista,
reunindo na mesma seara Orlandivo e João
Donato (que assinam “Os caras querem”),
Baden e Vinícius (“Berimbau”), Average
White Band (“Pick Up The Pieces”),
e botando o Tio Sam para pegar no
tamborim com uma versão malemolente
do clássico rock’n’roll de Bill Haley, “Rock
Around the Clock”. Uma das peças mais
curiosas do disco é a interpretação de
“O canto do Pajé”, escrito por Villa-Lobos
no início da década de 30, quando fora
nomeado Superintendente de Educação
Musical e Artística para o Estado do Rio,
com o objetivo de ensinar música a partir
de canções inspiradas no folclore.
O bordão “Ô, sorte!”, imortalizado por Das
Neves, foi inventado em parceria com o
imperiano Roberto Ribeiro (1940-96). Ao
se encontrarem nos ensaios da alviverde de
Madureira, celebravam com esta expressão
de júbilo: “Ô, sorte… de te encontrar aqui”.
Hoje não há um só concerto de samba em
que os membros do grupo não utilizem esta
expressão como forma de agradecer pela
própria sorte.
Receita para se fazer “som quente”, enfim,
não há. Mas hoje não parece haver dúvidas
de que Wilson das Neves é um dos indivíduos
mais capacitados no mundo para fazê-lo.
Bernardo Oliveira é professor de filosofia
no IFCS/UFRJ, critico de música e cinema,
baterista e compositor. Edita o blog Matéria,
sobre música e adjacências
foto: Dan Behr
No entanto, o valor de O Som Quente é o
das Neves não se esgota no fato de que,
como afirma o baterista André Tandeta,
antecipou de forma visionária “o que viria a
ser feito, brilhantemente, pela Banda Black
Rio” — diga-se de passagem, capitaneada
por outro célebre imperiano, Oberdan
Magalhães, egresso da banda de Dom
Salvador. Reunindo um repertório eclético,
que mistura Villa-Lobos com Baden
Powell, Jovem Guarda com funk, soul,
salsa e outros ritmos, acabou por liberar a
música instrumental no Brasil dos vícios e
cacoetes da bossa dos anos 60, abrindo
seu horizonte para outras possibilidades.
CRÉDITOS
TRUPE FESTIVAL
editor
Bernardo Vilhena
assistente
Carol Rosman
idealização
Bernardo Vilhena
Isabel Seixas
M’Baraká Experiências Relevantes
realização
Isabel Seixas
Diogo Rezende
M’Baraká Experiências Relevantes
curadoria
Carol Rosman
Bernardo Vilhena
projeto gráfico
Ana Paula Moniz
Bady Cartier
colaboradores
Frederico Coelho
Hugo Sukman
Reinaldo Figueiredo
Bernardo Oliveira
Helena Aragão
Carol Rosman
Robertro Muggiati
Moraes Moreira
Revisão
William Oliveira
direção de arte
M’Baraká Experiências Relevantes
Diogo Rezende
Ana Paula Moniz
Bady Cartier
projeto gráfico
Ana Paula Moniz
Bady Cartier
M’Baraká Experiências Relevantes
Coordenação de Comunicação
João Morais
coordenação do projeto
Isabel Seixas
coordenação do produção
Rita Vilhena
O
Ã
Ç
A
M
PROGRA
gerente financeiro
Larissa Victório
realização
M’Baraká Experiências Relevantes
+ Equipe M’baraka
Nathalia Rezende – produção administrativa
Ana Luisa Fonseca – produtora
Mariana Solis – designer
Tatiana Almeida – assistente financeiro
Rafael Santos – assistente geral
assessoria de imprensa
Approach
Ana Carolina Pinto
[email protected]
João Veiga
produção executiva
Thayane Alves
[email protected]
assistente de produção
Aloisio Moraes
Tel.: (21) 3461-4616 – ramal 181
www.approach.com.br
Cláudia Montenegro
[email protected]
*Fotos gentilmente cedidas pelos artistas. Exceto Lincoln Olivetti, Edu Lobo, Gilson Peranzzeta, Mauro Senise e Clube do Balanço que foram feitas por Carlos Miller.
m.br
copafest.co
TRUPE REVISTA
01 NOV. / QUI.
AND
EODATO E BIG B
21h EUMIR D
02 NOV. / SEX.
E A MAGNÉTICA
21h KASSIN
A
INTERGALÁCTIC
NSEN
23h SHINKA
A,
HORTA, LIMINHM
e SUZANO
MORELENBAU
03 NOV. / SÁB.
O BAILE com
TRUMENTAL
S
IN
S
E
M
O
G
U
E
21h PEP
O DAS NEVES
É
E
T
N
E
U
Q
M
O
23h S
IL É ARTE
nos intervalos VIN
fotografia:
José Wellington
Empregado da TAESA
TRANSMITIR ENERGIA É
LEVAR DESENVOLVIMENTO
AO PAÍS.
Para a Companhia, transmitir energia
significa também respeitar o meio
ambiente, incentivando o esporte e a
cultura do nosso povo.
Por meio de uma busca incessante pela
qualidade, a TAESA desenvolve ações
econômicas, sociais e ambientais.
É com grande orgulho que, pela
quarta vez, a TAESA se faz presente
no COPA FEST.
TAESA, brasileira por excelência.
Download