Disciplinas: História Professor: Cleyton Machado Data: 28/02 Cidades-estados: Ur, Uruk, Lagash, Nippur-Patesi: sumo-sacerdote e chefe militar. Mitos: a criação do mundo por Marduk, a confecção do ANTIGUIDADE ORIENTAL Para a organização econômica dessa fase, costuma-se atribuir a expressão “Modo de Produção Asiático”. A agricultura, base da economia desses Estados, era praticada por comunidades de camponeses presos à terra, que não podiam abandonar seu local de trabalho e viviam submetidos a um regime de servidão coletiva. Todas as terras pertenciam ao Estado, representado pelas figuras do imperador, rei ou faraó que se apropriavam do excedente agrícola (produção que supera o consumo imediato), distribuindo-o entre a nobreza, formada por sacerdotes e guerreiros. Esse Estado todo-poderoso, onde os reis ou imperadores eram considerados verdadeiros deuses, intervinha diretamente no controle da produção. MESOPOTÂMIA A Mesopotâmia era uma região que se localizava entre os rios Tigre e Eufrates no continente asiático, onde atualmente encontra-se o Iraque. Este fato deu origem ao seu nome, que significa “terra entre rios”. fazia parte de uma grande região conhecida como “Crescente Fértil”, pois era a região mais fértil do mundo antigo, juntamente com Egito, Palestina, Fenícia dentre outras civilizações que se desenvolveram as margens de rios. Varias civilizações surgiram na Mesopotâmia, como: Sumérios: Base cultural da Mesopotâmia: cidade-estado, metalurgia, roda, escrita (cuneiforme). Assurbanipal: conquistou o Egito e criou a Biblioteca de Nínive (reuniu um amplo acervo cultural de toda a região, formada por dezenas de milhares de blocos de argila). Os Caldeus: 2º Império Babilônico. Nabucodonosor: conquistas militares (o reino de Judá - “Cativeiro da Babilônia”) e obras arquitetônicas (os Jardins Suspensos da Babilônia e a Torre de Babel). homem com barro e a versão de um dilúvio universal. Os Acádios: Cidades: Agadê, Sippar, Babilônia. Sargão I: dominou o centro e o sul da Mesopotâmia: império. Assimilaram a cultura sumeriana. Os Amoritas: 1º Império Babilônico. Capital: Babilônia (centro econômico e cultural). Hamurábi: Código de Hamurábi - 1º código de leis escritas da História, baseado na Lei de Talião (“olho por olho, dente por dente”) Os Assírios: Violência e crueldade. Terror como instrumento de dominação. Sargão II: conquista o reino de Israel. Militarismo organizado e cruel: o primeiro exército organizado do mundo, com recrutamento obrigatório e que se tornou uma força permanente após o reinado de Tiglatfalasar III (tomou a cidade de Babilônia). Capitais: Assur, depois Nínive (Senaqueribe). Os povos possuíam algumas características semelhantes, entretanto, a região era frequentemente palco de varias invasões e guerras. Como no Egito, a agricultura (base de sua economia) dependia das cheias dos rios Tigre e Eufrates. O controle econômico era exercido pelo Estado, conforme os padrões do “modo de produção asiático”. Plantava-se a cevada, o trigo e o centeio. A religião na Mesopotâmia era politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses, o Rei além de chefe absoluto, também era considerado o representante de Deus na terra, formando assim uma Teocracia. As heranças culturais deixadas pelos povos da Mesopotâmia são vários, como a astronomia, matemática, arquitetura, o desenvolvimento da escrita e do primeiro código de leis, a invenção da roda, entre outras que ainda em nossos dias são utilizadas, evidenciando a grande importância da Mesopotâmia. CULTURA: Escrita: Cuneiforme (uma representação figurada evocando a coisa ou o ser), decifrada por Grotefend e Rawlison. Literatura: “Epopéia de Gilgamesh” e o “Mito da Criação”. Ciências: Astronomia (movimento dos planetas, estrelas e previsão de eclipses; calendário com o ano de doze meses, dividido em semanas de sete dias e estes, em períodos de doze horas); Matemática (divisão, multiplicação, raiz quadrada, raiz cúbica, divisão do circulo em 360 graus). Arquitetura: arcos, zigurates (templos). EGITO A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano (margens do rio Nilo) entre 3200 a.C (unificação do norte e sul) a 32 a.c (domínio romano). A importância do rio Nilo Como a região é formada por um deserto (Saara), o rio Nilo ganhou uma extrema importância para os egípcios. O rio era utilizado como via de transporte (através de barcos) de mercadorias e pessoas. As águas do rio Nilo também eram utilizadas para beber, pescar e fertilizar as margens, nas épocas de cheias, favorecendo a agricultura. O PERÍODO DINÁSTICO: O ANTIGO IMPÉRIO (3200-2300 a.C.): Capitais: Tinis, depois Mênfis. Agricultura de regadio. Construção de obras hidráulicas. Construção das grandes pirâmides (túmulos): Quéops, Quéfren e Miquerinos -> demonstram o conhecimento arquitetônico e a força da fé dos egípcios. Instabilidade política e social: lutas entre os nomarcas, revoltas sociais e desorganização da produção. O MÉDIO IMPÉRIO EGÍPCIO (2000-1580 a.C.): Restabelecimento do poder do faraó e da unidade do império. Capital: Tebas. Invasão dos hicsos (1750 a.C.): povos de origem asiática -> usavam cavalos, carros de guerra e a metalurgia do ferro. Ocupação dos hebreus: chegaram ao Egito fugindo das secas, da fome e das guerras na Palestina. Chegaram a participar da administração hicsa (José chegou a ser vice-rei). O NOVO IMPÉRIO EGÍPCIO (1580-525 a.C.): A dominação hicsa desenvolveu sentimentos de união e militarismo entre os hebreus. Os hicsos são expulsos do Egito em 1580 a.C. por Amósis I. Os hebreus são dominados e escravizados pelos egípcios. Os hebreus conseguem sair do Egito, sob o comando de Moisés, no chamado Êxodo. Capitais: Tebas, depois Akhetaton. Tutmés III expandiu o império: subjugou os sírios e fenícios. Amenófis IV promoveu uma revolução teológica, substituindo o politeísmo pelo monoteísmo (crença no deus Aton) com o objetivo de diminuir o poder dos sacerdotes de Amon-Ra. Amenófis mudou seu nome para Akhenaton e transferiu a capital para Akhetaton. Amenófis foi deposto pelos sacerdotes e substituído por Tutankhamon, que restituiu o culto politeísta. O túmulo de Tutankhamon foi descoberto intacto em 1922 d.C. Ramsés II continuou as conquistas e o expansionismo militar: hititas. Declínio da civilização egípcia e domínio assírio (Assurbanipal), em 662 a.C.. Ao longo da história, ainda seriam dominados por persas, gregos, macedônios, romanos, árabes, turcos, e ingleses. Sociedade Egípcia A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo que o faraó era a autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra. Sacerdotes, militares e escribas (responsáveis pela escrita) também ganharam importância na sociedade. Esta era sustentada pelo trabalho e impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. Os escravos também compunham a sociedade egípcia e, geralmente, eram pessoas capturadas em guerras. Trabalhavam muito e nada recebiam por seu trabalho, apenas água e comida. Escrita no Egito Antigo A escrita egípcia também foi algo importante para este povo, pois permitiu a divulgação de ideias, comunicação e controle de impostos. Existiam duas formas principais de escrita: a escrita demótica (mais simplificada e usada para assuntos do cotidiano) e a hieroglífica (mais complexa e formada por desenhos e símbolos). As paredes internas das pirâmides eram repletas de textos que falavam sobre a vida do faraó, rezas e mensagens para espantar possíveis saqueadores. Uma espécie de papel chamado papiro, que era produzido a partir de uma planta de mesmo nome, também era utilizado para registrar os textos. Os hieróglifos egípcios foram decifrados na primeira metade do século XIX pelo linguista e egiptólogo francês Champollion, através da Pedra de Roseta. Economia A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura que era realizada, principalmente, nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de mercadorias e o artesanato. Os trabalhadores rurais eram constantemente convocados pelo faraó para prestarem algum tipo de trabalho em obras públicas (canais de irrigação, pirâmides, templos, diques). Religião no Egito Antigo: a vida após a morte A religião egípcia era repleta de mitos e crenças interessantes. Acreditavam na existência de vários deuses (muitos deles com corpo formado por parte de ser humano e parte de animal sagrado) que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos deuses eram muito realizadas e tinham como objetivo agradar aos seres superiores, deixandoos felizes para que ajudassem nas guerras, colheitas e momentos da vida. Cada cidade possuía deus protetor e templos religiosos em sua homenagem. Mumificação Como acreditavam na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos faraós colocando-os em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo. A vida após a morte seria definida, segundo crenças egípcias, pelo deus Osíris em seu tribunal de julgamento. O coração era pesado pelo deus da morte, que mandava para uma vida na escuridão aqueles cujo órgão estava pesado (que tiveram uma vida de atitudes ruins) e para uma outra vida boa aqueles de coração leve. Muitos animais também eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo com as características que apresentavam: chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro (reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos), serpente (poder de ataque), águia (capacidade de voar), escaravelho (ligado à ressurreição). Civilização A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos. Na medicina, os procedimentos de mumificação, proporcionaram importantes conhecimentos sobre o funcionamento do corpo humano. A última grande cidade fundada por fenícios, Cartago, caiu sob o domínio de Roma, vitoriosa nas Guerras Púnicas. Arquitetura egípcia No campo da arquitetura podemos destacar a construção de templos, palácios e pirâmides. Estas construções eram financiadas e administradas pelo governo dos faraós. Grande parte delas eram erguidas com grandes blocos de pedra, utilizando mão de obra escrava. As pirâmides e a esfinge de Gizé são as construções mais conhecidas do Egito Antigo. HEBREUS OS FENÍCIOS A Fenícia, cujo território hoje corresponde ao Líbano, deixou-nos o alfabeto fonético, criado por volta do ano 1.000 a.C., como grande herança. A importância desse alfabeto reside justamente no fato de se constituir na base dos alfabetos grego e, posteriormente, o latino. O período de apogeu dos fenícios, povo descendente dos cananeus, foi entre 1.200 a.C. até 800 a C. , quando fundaram várias cidades-Estado, entre as quais Arad, Biblos, Ugarit, Sidon e Tiro -essa última muito citada no Antigo Testamento da Bíblia. Após esse período entraram em declínio e no século VI a.C. caíram sob domínio dos persas. Notabilizaram-se pela produção de um artesanato de luxo -- joias, estatuetas, caixas de marfim etc. -vinculado ao seu comércio marítimo, sendo, aliás, juntamente com Creta, os maiores comerciantes marítimos do período. O próprio sistema político, talassocracia, é proveniente da importância dos comerciantes marítimos. Os hebreus tiveram uma história de migração, lutas, fugas e cativeiros, mas procuravam e conseguiram preservar sua cultura. A civilização hebraica, formada por pastores nômades viviam na cidade de Ur, na Mesopotâmia. Conduzidos por Abraão, partiram de Ur e se estabeleceram na Palestina. No meio do seu território havia o rio Jordão, que fazia da região a área mais fértil e favorável para a agricultura. Eles chegaram a Palestina por volta de 2.000 a. C., esse território era conhecido como terra de Canaã. Há um registro completo sobre a vida dos hebreus na Bíblia. Lá estão registrados toda sua peregrinação, sua moral, costumes, leis e história religiosa. Eles deixaram como herança o monoteísmo, a crença em um único Deus verdadeiro. Podemos dividir a história dos hebreus em 3 etapas: governo dos patriarcas, governo dos juízes e governo dos reis. Governo ou Era dos Patriarcas Os hebreus eram dirigidos por patriarcas, estes eram líderes políticos, que eram encarados como o “pai” da comunidade. O primeiro grande líder, ou patriarca hebreu foi Abraão, segundo o antigo testamento. Abraão era mesopotâmico, originário de Ur, da Caldéia. Abraão conduziu os hebreus de Ur, rumo a Palestina (terra prometida). Chegaram por volta de 2000 a.C., viveram na Palestina por quase três séculos. Durante esse tempo, Abraão fundou uma cultura religiosa monoteísta. Eles saíram de Ur em direção a terra Prometida confiando na promessa de seu único Deus Jeová de levá-los a uma terra que mana ‘leite e mel’. Depois de Abraão, a liderança foi passando de pai para filho. De Abraão foi para Isaac e depois para Jacó. Este último teve um destaque interessante, pois Jacó teve seu nome mudado para Israel e teve doze filhos, que deram origem as doze tribos de Israel. Os hebreus tiveram conflitos com vizinhos e uma terrível seca que assolou a Palestina, obrigando-os a emigrar para o Egito, onde permaneceram por mais de 400 anos. Eram perseguidos e escravizados pelos faraós. Somente a ideia de libertação consolou um povo abatido e escravizado. Essa ideia veio por meio de Moisés. Os hebreus liderados por ele, fugiram do Egito. Essa fuga é conhecida como “Êxodo”. Podemos ver no êxodo, do relato bíblico algumas particularidades, como a ocasião em que o Deus dos hebreus, Jeová, abriu o mar Vermelho. Eles fugiram do Egito, perambularam 40 anos no deserto e por fim retornaram à palestina. Moisés não chegou a entrar na Palestina, por isso quem os conduziu até lá foi Josué, sucessor de Moisés. Mas para reapossarem a Palestina, os hebreus tiveram que travar intensas lutas com os cananeus e posteriormente com os filisteus, povos que ocuparam a região. Foram quase dois séculos de lutas e nesse período os hebreus foram governados pelos juízes. Governo ou Era dos Juízes Antes quem julgava os hebreus era o patriarca. Agora havia líderes militares, indicados das doze tribos que julgavam tudo. Esse período se estendeu por uns 300 anos, entre a conquista da Palestina (chamada também de Canaã) até o início da monarquia. Entre esses chefes estavam: Gideão, Jefté, Samuel e Sansão, conhecido por sua monstruosa força. Governo ou Era dos Reis (Monarquia) Os filisteus ainda representavam muita ameaça aos hebreus, visto que lutavam pelo completo controle do território da Palestina. Isso fez com que os hebreus instituíssem a monarquia, para poder assim centralizar o poder e ter mais força para enfrentar os adversários. O primeiro rei hebreu foi: Saul, da tribo de Benjamim. Ele, porém não teve sucesso em enfrentar os inimigos e, em batalha ao ver que não conseguiria derrotar seus adversários, ele e seu escudeiro se suicidam. Já no século XI a. C., Davi, sucessor de Saul, conseguiu mostrar eficiência nos combates militares. Venceu os inimigos, tornou a nação hebraica forte e estabilizada. Tinham um exército brilhante e Jerusalém se tornou a capital. Seu filho, Salomão, o sucedeu em 966 a. C., este ficou conhecido na história pela imensa fortuna e sabedoria que adquiriu. Ampliou a participação no comércio, construiu várias obras públicas, como o famoso templo de Jerusalém, dedicado a Jeová. Os exageros iam da economia à cultura. Mas havia altos impostos e os camponeses trabalhavam muito nas construções. Isso gerou descontentamento geral que piorou com a morte de Salomão. O resultado foi que com o filho de Salomão, o reino acabou se dividindo. Criando o reino de Israel e o Reino de Judá. Com as capitais em Samaria e Jerusalém, respectivamente. Com isso o reino ficou vulnerável e logo foi levado ao cativeiro pelos babilônios. Estes saquearam o templo em Jerusalém e destruíram tudo. O cativeiro iniciou-se em 587 a.C. e durou até 538 a.C.. Depois houve o retorno a Palestina e o início da reconstrução das muralhas da cidade, do templo e da própria cidade. Mais tarde, foram conquistados novamente pelos greco-macedônios e pelos romanos. Em 70 d.C. Tito, general romano, destruiu Jerusalém e os hebreus abandonaram a Palestina. Esse abandono é chamado de Diáspora. Somente em 1948 foi fundado novamente o Estado de Israel, junto com conflitos com árabes e de outras nacionalidades. Mas somente nos anos 90 , foi que surgiram acordos, mas não com paz completa. Sociedade Hebraica A maioria eram camponeses, pastores e escravos. Pagavam altos impostos ou então serviam em vários trabalhos como o serviço militar. Acima dessa classe tem os burocratas e comerciantes. No topo estavam os grandes fazendeiros, sacerdotes, funcionários públicos e a família real. Economia Na maior parte do tempo a economia era baseada na agricultura e na criação de ovelhas e cabras. Somente a partir do reinado de Salomão é que os hebreus desenvolveram mais o comércio. Cultura A religião era a base da cultura. O monoteísmo – crença em um só deus – acabou influenciando o surgimento do cristianismo e do islamismo. Os hebreus tinham Jeová ou Iavé, como único Deus. Acreditavam que Jeová enviaria o messias e que libertaria o povo. Comemoravam a Páscoa, que na verdade representava a saída dos hebreus do Egito (êxodo) além do pentecostes, que era o derramamento do Espírito Santo sobre os cristãos. Guardavam também o sábado, resguardando-se de qualquer atividade. Os hebreus nos influenciam muito em sentido religioso e literário, mas foram vagarosos no desenvolvimento científico. Na arquitetura destaca-se o Templo em Jerusalém, dedicado a Jeová, construído por Salomão PERSAS Os persas viviam onde hoje é o Irã. A partir do século VI a.C., iniciaram a conquista de um dos maiores impérios da Antiguidade. Em 1935, a Pérsia passou a se chamar Irã. Localização: Os persas formaram o maior império do Oriente Antigo, unificando vários povos do Crescente Fértil, suas fronteiras se estendiam do Mar Mediterrâneo até o Oceano Índico. Habitavam o planalto do Irã, situado a leste da Mesopotâmia, uma região semiárida, com montanhas, ricas em minerais, desertos e poucos vales férteis, de clima seco, com grandes oscilações de temperatura. Origem do Império Persa: A partir de 2000 a.C., a região foi ocupada por povos de pastores e agricultores, vindos do sul da atual Rússia, que invadiram o planalto. Os medos fixaram-se ao norte do planalto do Irã, enquanto os persas se estabeleceram na parte sudeste, próxima ao golfo Pérsico. Os primeiros habitantes desse planalto dedicaramse ao pastoreio e, nos vales férteis, desenvolveram o cultivo de cereais, frutas e hortaliças. A região era também rica em recursos minerais, encontrados nas montanhas vizinhas: ferro, cobre, prata etc. Formação: No século VIII a.C., os medos possuíam um reino com exército organizado, que dominava povos iranianos e persas, obrigando-os a pagar impostos. Em 550 a.C. (séc. VI a.C.), Ciro, do clã persa dos aquemênidas, liderou uma rebelião contra os medos, vitorioso, reuniu sob seu domínio todas as tribos que habitavam o planalto iraniano. Fundador do Império Persa, Ciro, o Grande, após vencer os medos e reunir sob seu domínio todas as tribos que habitavam o planalto iraniano, conquistou os reinos da Lídia e as cidades gregas da Ásia Menor. Em 539 a.C., conquistou a Mesopotâmia. Por sua ordem, nesse mesmo ano, os judeus retornaram à Palestina, terminando assim o cativeiro da Babilônia. Ciro incorporou ao império toda a Mesopotâmia, a Fenícia e a Palestina. Ciro morreu em combate, em 529 a.C., e foi sucedido pelo filho, Cambises, que com um grande exército conquistou o Egito, em 525 a.C., na batalha de Pelusa. Ao voltar para a Pérsia, Cambises morreu assassinado em uma revolta interna. Foi sucedido por Dario I (521-486 a .C.). Administração: O sistema administrativo persa foi um dos mais eficientes da Antiguidade Oriental. O Império Persa era governado por uma monarquia absoluta teocrática. Possuía quatro capitais: Susa, Persépolis, Babilônia e Ecbátana. Dario I enfrentou diversas rebeliões dos povos dominados. A fim de combater as rebeliões, Dario I dividiu o Império Persa em 20 províncias denominadas Satrápias, e nomeou sátrapas, altos funcionários reais, para administrá-las. Com a intenção de não dar poderes absolutos aos sátrapas, nomeou para cada província um general e um secretário subordinados diretamente ao sátrapa. O sátrapa era responsável pela arrecadação dos impostos em seu território. Uma parte dos tributos ele usava para manter a administração e o exército, a outra, ele enviava para o rei. Para evitar traições, Dario I, enviava fiscais reais às Satrápias, conhecidos como “os olhos e os ouvidos do rei”, para fiscalizá-los. Para garantir o controle do império, o rei possuía um poderoso exército e mandou construir uma rede de estradas ligando os grandes centros, que lhe permitiram mandar seus funcionários ou o exército de um extremo ao outro com relativa facilidade. A mais famosa era estrada real, que ia de Susa até Sardes, na Ásia Menor, com uma extensão de 2500 quilômetros. Ele organizou um eficiente sistema de correios e instituiu uma moeda, o dárico, cunhada em prata ou ouro, para facilitar as atividades comerciais. O rei dos persas não era considerado um deus, mas apenas um representante de Deus diante dos homens. Apesar dos conquistadores persas respeitarem os usos e costumes das regiões conquistadas, era constante as rebeliões das populações subjugadas contra a dominação persa. Declínio: O governo de Dario I não só marcou o apogeu do império (período compreendido entre o final do século VI a.C. e o início do século V a.C), mas também o início de sua decadência. O grande objetivo de Dario I era conquistar a Grécia; mas, em 490 a.C., foi derrotado pelas cidades gregas sob o comando de Atenas. Xerxes, filho de Dario que o sucedeu no poder, também foi derrotado pelos gregos. Em 330 a.C., o Império Persa caiu sob o domínio de Alexandre, da Macedônia. Com dificuldades de manutenção do poder interno, a Pérsia enfraqueceu-se, sendo alvo de vários golpes políticos. Alexandre, o Grande, da Macedônia, conquista a Pérsia em 330 a.C. Mais tarde, depois da dominação macedônica, os persas caíram sob o jugo romano, só ressurgindo de forma independente no século III d. C. No século VII, o Império Persa acabou conquistado pelos árabes, incorporando traços de sua cultura, como a religião islâmica. Economia e sociedade: Baseava-se na agropecuária, com irrigação pela água das montanhas, na criação de gado e na exploração de minérios. A moeda era o dárico, cunhada em ouro, que estimulou o comércio e consequentemente o artesanato. Com a formação do império, o comércio passou a ser uma atividade importante, dando origem a uma camada de ricos comerciantes. Por ele passavam rotas de caravanas comerciais ligando a Índia e a China ao mar Mediterrâneo. O comércio impulsionou a indústria de tecidos de luxo, jóias, mosaicos e tapetes de rara beleza. A sociedade persa era dividida em rígidas camadas sociais. No topo da sociedade estava o rei, abaixo do rei estavam os aristocratas (sacerdotes, nobreza e os grandes comerciantes). Depois, a camada média da população (pequenos comerciantes, artesãos e soldados). Os camponeses, considerados homens livres, formavam outra classe social. Estes viviam miseravelmente, muito explorados eram obrigados a entregar quase tudo o que produziam para os donos das terras. Eram obrigados também a prestar serviços na construção de palácios e de obras públicas (canais de irrigação, estradas, etc.). Por último, vinham os escravos, aprisionados nas conquistas militares, formavam um grupo numeroso, que executavam os trabalhos mais pesados na construção de palácios e obras públicas. Religião: O profeta Zoroastro ou Zaratustra criou uma religião dualista, que afirmava ser o universo dividido entre um deus mau, Arimã; e um deus bom, Ormuz, que lutam até a vitória final do bem. Zoroastro viveu entre 628 e 551 a.C. Seus princípios estão contidos no livro sagrado denominado Zend-Avesta. Os persas aceitavam a existência de duas divindades opostas, que estavam sempre em luta: Aura-Mazda (o Bem) era o deus da luz e criador das coisas boas da Terra e Arimã (o Mal) era o responsável pelas doenças e pelas desgraças do mundo, sendo o deus das trevas. A vitória final seria de Aura-Mazda, que lançaria Arimã num precipício. Acreditavam também na imortalidade da alma, na ressurreição dos mortos e no juízo final. Muita característica do zoroastrismo influenciou outras religiões, como o cristianismo e o judaísmo. Algumas virtudes recomendadas pelo zoroastrismo, como o cumprimento às obrigações de trabalho, obediência aos governantes, criação de muitos filhos e cultivo da terra, serviam também para convencer a camada mais inferior da sociedade persa a não se revoltar contra a situação de exploração a que vivia submetida. Essa concepção religiosa acabou por se transformar em importante fator de controle político e social por parte dos reis e da aristocracia persa. Cultura: As criações artísticas e intelectuais sofreram influência das culturas dos povos vizinhos. Os persas optaram a princípio pela escrita cuneiforme, inventada pelos sumérios, que depois foi substituída por uma escrita alfabética. Adotaram o uso de moeda (o dárico), visando ao desenvolvimento do comércio. Na arquitetura, os persas usaram como modelo as construções babilônicas e egípcias, embora os grandes monumentos persas não fossem templos – como no Egito e na Mesopotâmia – e sim palácios reais. EXERCÍCIOS 1) (UFSC 2006) “Bagdá - O famoso tesouro de Nimrud, desaparecido há dois meses em Bagdá, foi encontrado em boas condições em um cofre no Banco Central do Iraque em Bagdá, submerso em água de esgoto, segundo informaram autoridades do exército norte-americano. Cerca de 50 itens, do Museu Nacional do Iraque, estavam desaparecidos desde os saques que seguiram à invasão de Bagdá pelas forças da coalizão anglo-americana. Os tesouros de Nimrud datam de aproximadamente 900 a.C. e foram descobertos por arqueólogos iraquianos nos anos 80, em quatro túmulos reais na cidade de Nimrud, perto de Mosul, no norte do país. Os objetos, de ouro e pedras preciosas, foram encontrados no cofre do Banco Central, em Bagdá, dentro de um outro cofre, submerso pela água da rede de esgoto. Os tesouros, um dos achados arqueológicos mais significativos do século 20, não eram expostos ao público desde a década de 90. Uma equipe de pesquisadores do Museu Britânico chegará na próxima semana a Bagdá para estudar como proteger os objetos.” (O ESTADO DE SÃO PAULO. Versão eletrônica. São Paulo: 07 jun. 2003. Disponível em www.estadao.com.br.) Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) em relação às sociedades que se desenvolveram naquela região na Antiguidade. 01. A região compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje se localizam os territórios do Iraque, do Kweite (Kwait) e parte da Síria, era conhecida como Mesopotâmia. 02. Na Mesopotâmia viveram diversos povos, entre os quais podemos destacar os sumérios, acádios, assírios e babilônios. 04. A religião teve notável influência na vida dos povos da Mesopotâmia. Entre eles surgiu a crença em uma única divindade (monoteísmo). 08. Os babilônios ergueram magníficas construções feitas com blocos de pedra, das quais são exemplos as pirâmides de Gisé. 16. Os povos da Mesopotâmia, além da significativa contribuição no campo da Matemática, destacaram-se na Astronomia e entre eles surgiu um dos mais famosos códigos de leis da Antiguidade, o de Hamurábi. 32. Muitos dos povos da Mesopotâmia possuíram governos autocráticos. Entre os caldeus surgiu o sistema democrático de governo. 2) “O grande patriarca da Bíblia Hebraica é também o antepassado espiritual do Novo Testamento e o grande arquiteto sagrado do Alcorão. Abraão é o ancestral comum do judaísmo, do cristianismo e do islamismo. É a chave do conflito árabe-israelense. É a peça central da batalha entre o Ocidente e os extremistas islâmicos. É o pai - e, em muitos casos, o suposto pai biológico - de doze milhões de judeus, dois bilhões de cristãos e um bilhão de muçulmanos em todo o mundo. É o primeiro monoteísta da história”. (FEILER, Bruce. Abraão. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. p. 19.) Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) com base no texto e nos seus conhecimentos sobre os assuntos a que ele se refere. 01. O judaísmo, o cristianismo e o islamismo são religiões monoteístas que nasceram na mesma região do mundo, o Oriente Médio. 02. Embora os judeus e os cristãos encontrem na Bíblia muitas das suas crenças, o Alcorão é o livro sagrado comum ao judaísmo, ao cristianismo e ao islamismo. 04. O judaísmo, o cristianismo e o islamismo possuem elementos comuns em sua tradição. 08. Podemos encontrar, entre as muitas causas do conflito árabe-israelense, elementos relacionados à religião, como, por exemplo, a disputa por Jerusalém, cidade sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos. 16. A História registra uma convivência pacífica e a tolerância entre judeus, muçulmanos e cristãos, até a criação do Estado de Israel no século XX. 3) (UFSC 2013) A educação em Esparta Ensinavam a ler e escrever apenas o estritamente necessário. O resto da educação visava acostumá-los à obediência, torná-los duros à adversidade e fazê-los vencer o combate. Do mesmo modo, quando cresciam, eles recebiam um treinamento mais severo: raspavam a cabeça, andavam descalços, brincavam nus a maior parte do tempo. Tais eram seus hábitos. PLUTARCO. A vida de Licurgo. In: PINSKY, Jaime. 100 textos de História Antiga. 4. ed. São Paulo: Contexto, 1998. p. 109. Sobre o papel da educação e da escrita nas sociedades antigas, é CORRETO afirmar que: 01. o Egito antigo, extremamente dependente do rio Nilo e de seu regime de cheias, fez da agricultura sua principal atividade econômica. Esta característica impediu o desenvolvimento da escrita naquela sociedade. 02. conforme o trecho acima citado, podemos perceber que a educação tem estreita relação com as características sociais. O militarismo de Esparta influenciou a educação de suas crianças. a escrita cuneiforme, criada pelos assírios na antiga Mesopotâmia, tinha por função estabelecer acordos comerciais com os etíopes. a educação que uma criança recebia na antiguidade dependia da posição social e do gênero. As mulheres atenienses, por exemplo, recebiam uma educação familiar que lhes qualificava para as atividades domésticas e os cuidados com os filhos. na China, o confucionismo valorizava uma educação pautada no respeito às tradições, ressaltando valores como moderação e harmonia. 04. 08. 16. 4) (UFSC 2008) Subitamente, entreabria-se o quadro sonoro para irromper o coro das lamentações. Acabavam no ar, lucíolas extintas, os derradeiros sons da harpa de David; perdia-se em ecos a derradeira antístrofe de Salomão; [...]. Clamavam as imprecações do dilúvio, os desesperos de Gomorra; flamejava no firmamento a espada do anjo de Senaqueribe; dialogavam em concerto tétrico as súplicas do Egito, os gemidos de Babilônia, as pedras condenadas de Jerusalém. POMPÉIA, Raul. O Ateneu. São Paulo: Ática, 1990. p. 37. Sobre os hebreus e os judeus, é CORRETO afirmar que: 01. David foi considerado o primeiro patriarca hebreu. 02. Senaqueribe foi o rei responsável pela retirada dos hebreus de Jerusalém para a Babilônia, fato este conhecido como Êxodo. 04. no século XX, após a Segunda Guerra Mundial, com a criação do Estado de Israel pela ONU, os judeus voltaram a se reunir em um território. 08. no primeiro milênio a.C., os hebreus foram retirados à força de Canaã pelos egípcios, que os levaram ao vale do rio Nilo e os fizeram escravos. 16. o dilúvio, narrado no Antigo Testamento, provavelmente foi inspirado em um relato muito mais antigo, conhecido pelos sumérios. 32. a construção do Templo de Jerusalém por Salomão foi um marco na centralização política dos hebreus durante o período monárquico. 64. a religião dos hebreus não teve qualquer importância na construção da identidade daquele povo. 5) Várias sociedades antigas se desenvolveram ao longo de rios. Sobre elas, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01. As antigas China e Índia também são consideradas sociedades hidráulicas e se favoreceram, respectivamente, dos rios Amarelo e Indo. 02. A China antiga foi rica em pensadores, como Sun Tzu, Confúcio e Lao-Tsé. Uma obra conhecida até hoje e que foi produzida no seio desta sociedade é o tratado militar « A arte da guerra ». 04. A Mesopotâmia, região localizada entre os rios Tigre e Eufrates, foi assim batizada pelos gregos por ficar entre os dois rios. 08. Vários povos formavam o que conhecemos por Mesopotâmia. Entre os principais, figuram aqueus, jônios, eólios e dórios. 16. O Egito foi uma sociedade expansionista desde o período inicial de sua unificação política, o que levou aquela sociedade a estender suas conquistas até o território que hoje conhecemos como Paquistão. 32. O ciclo agrícola proporcionado pelo rio Nilo se refletiu nas concepções mitológicas dos egípcios antigos. 6) “A Suméria era um território novo (...) estava coberta de grandes pântanos, cheia de juncos altos, interrompida por bancos de barro e areia periodicamente inundados pelas enchentes. Através de canais tortuosos entre os juncos, as águas barrentas dos dois rios corriam lentamente para o mar. Mas eram piscosas, e os juncos abrigavam muitas aves silvestres e outros animais e, nos terrenos que emergiam, as tamareiras proporcionavam todos os anos uma quantidade considerável de frutos nutritivos”. Gordon Childe A região descrita acima refere-se: a) ao fértil território ocupado pelos fenícios. b) ao Vale do Jordão, onde se aglutinaram as tribos hebraicas conduzidas por Abraão. c) ao Vale do Indo e Ganges, alcançando por tribos arianas em busca de terras férteis, por volta de 2000 a.C. d) aos Vales do Nilo, intensamente disputados, por sua fertilidade, pelas tribos dos reinos do Alto e Baixo Egito. e) à Mesopotâmia, intensamente disputada pelas tribos semitas nômades e vindas do Deserto da Arábia. 7) Examine as proposições e responda de acordo com o código: I. A região que compreendia a Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates e atualmente parte do Iraque, foi habitada por diferentes povos semitas, entre os quais se incluíam os sumérios. II. A cidade de Babel, capital do império de Hamurábi, desenvolveu-se e abrigou parte da civilização babilônica antes do nascimento de cristo. III. Outro importante rei babilônico, em cujo império foram construídas grandes obras arquitetônicas, foi Nabucodonosor, que também viveu antes do nascimento de cristo. a) Todas as proposições são verdadeiras. b) Apenas as proposições I e II são verdadeiras. c) Apenas as proposições I e III são verdadeiras. d) Apenas as proposições II e III são verdadeiras. e) Todas as proposições são falsas. 8) A recente Guerra do Iraque destruiu tesouros históricos valiosos dos museus de Bagdá, referentes às milenares civilizações mesopotâmicas. Sobre tais civilizações, é INCORRETO afirmar: a) A Mesopotâmia, embora situada entre montanhas e desertos e sem florestas, dispunha de outros recursos naturais que possibilitaram a sedentarização humana na região. b) Os recursos naturais disponíveis foram aproveitados, mediante a drenagem de pântanos, a abertura de canais e a construção de reservatórios. c) Os sumérios forneceram a base cultural das civilizações mesopotâmicas, tendo desenvolvido inúmeras técnicas, dentre elas, a da escrita cuneiforme. d) A Babilônia constituía uma cidade-estado, que dominou a região em decorrência das riquezas obtidas por sua posição estratégica como entreposto comercial entre o Oriente e o Ocidente. e) A unidade territorial e política mesopotâmica foi destruída pelos assírios, povo guerreiro do norte da região.