URBANIZAÇÃO E SUSTENTABILIDADE As modificações ambientais decorrentes do processo antrópico de ocupação dos espaços e de urbanização, que vêm acontecendo em escala global, especialmente nos dois últimos séculos, ocorrem em taxas incompatíveis com a capacidade suporte dos ecossistemas, ou seja, o quanto que o meio ambiente é capaz de suportar, levando em consideração a disponibilidade alimentar, o espaço e outras condições abióticas tais como: temperatura, umidade, concentração gasosa etc. Essas modificações impostas pelos padrões de consumo e de produção das sociedades alteram os ambientes naturais: exploração indiscriminada dos recursos naturais; além dos excessos produzidos que o meio não consegue reciclar; potencializando o risco de exposição a doenças. O “ecossistema urbano” é caracterizado pela alta densidade demográfica; importação de energia para manter o sistema em funcionamento; elevado volume de resíduos; alteração significativa da diversidade biológica nativa (retirada da cobertura vegetal); desequilíbrio nos principais ciclos biogeoquímicos (água, nitrogênio e carbono); impermeabilização do solo desencadeando alteração no curso d’água. A pegada ecológica (ecological footprint) que é a utilização de áreas para produzir alimentos, disposição de resíduos, dejetos e suporte habitacional, vem aumentando enquanto que a área disponível vem diminuindo (aumento populacional e à degradação de áreas). Esse crescimento populacional observado, principalmente no último século, associado à exagerada taxa de consumo dos recursos naturais somado ao acelerado e desgovernado processo de urbanização, principalmente nos países emergentes, resultou no aumento dos índices de poluição urbana, com modificações ambientais de ordem global, acelerando efeito estufa, reduzindo a camada de ozônio e significativamente a biodiversidade. O consumo dos recursos naturais em bases insustentáveis resulta na degradação dos sistemas físico, biológico e social; agravando os riscos à saúde. Considerando aspectos sanitários, a disposição irregular dos resíduos sólidos, favorece a proliferação de insetos, outros artrópodes e roedores que são reservatórios naturais e/ou vetores de várias doenças: leptosperose - causada pela bactéria presente na urina dos ratos; salmonelose - causada pela bactéria presente nas fezes do rato; peste bubônica - causada pela bactéria presente na pulga do rato; disenteria amebiana - causada por protozoários veiculados pelas baratas e outros insetos; entre outras. O agravamento globalizado do desmatamento e da destruição dos solos (compactação, impermeabilização, erosão) e uma produção fora do comum de resíduos sólidos (domésticos, industriais, hospitalares, embalagens de agrotóxicos), líquidos (esgotos domésticos, industriais, agropecuários; provocando a eutrofização), gasosos (óxidos de enxofre e de nitrogênio, gerando a chuva ácida; gases do efeito estufa; CFC’s e similares que destroem a camada de ozônio) e radiativos (luz; calor; material radioativo) afeta a qualidade da água, solos, a e saúde, além de alterar a capacidade reprodutiva vegetal, animal e humana. Mecanismos alternativos e menos agressivos como o uso de energias limpas (principalmente etanol); energias alternativas, tais como biomassa, eólica, hídrica e solar; o processo de reflorestamento e mecanismos de mercado ou licenças ambientais negociáveis é necessário para qualidade de vida. Um dos mecanismos de mercado mais conhecido é o crédito de redução de emissão ou créditos de carbono (considerados commodities, que são mercadorias negociadas com preços estabelecidos pelo mercado internacional), cujo programa visa à negociação de emissões de gases que potencializam o efeito estufa através de acordos internacionais (Protocolo de Quioto), determinando cota máxima que países desenvolvidos podem emitir. Países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono. Créditos carbono (reduzir, e política reciclar, de dos Rs reutilizar, renovar,...) são mecanismos que precisam estar política de presente na relacionamento ambiental. O caminho para um novo estilo de desenvolvimento: crescimento econômico, ambientalmente saudável e socialmente justo; satisfazendo às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras, faz-se necessário para a sustentabilidade. Profª. Teresa Cristina de Toledo Francisco Jornal Tribuna Impressa