Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte Avaliação de diferentes densidades de plantio para o abacaxizeiro cv. Imperial no Triângulo Mineiro Israel Sobreira Domingos(1), Ester Alice Ferreira(2), Pércia Monteiro Rocha Soares da Silva(3) (1) Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, [email protected]; (2) Pesquisadora/Bolsista BIP FAPEMIG/EPAMIG - Uberaba, [email protected]; (3) Bolsista BIC JUNIOR FAPEMIG/EPAMIG Introdução Durante várias décadas, o estado de Minas Gerais ocupou a primeira posição no ranking nacional de produção de abacaxi, onde os municípios de Canápolis, Monte Alegre de Minas e Frutal, localizados na região do Triângulo Mineiro, sempre se destacaram como grandes produtores, sendo inclusive responsáveis por cerca de 90% da produção do Estado. Entretanto, a produção mineira de abacaxi foi superada pela dos estados do Tocantins e do Pará, sendo, atualmente, a terceira maior do Brasil (IBGE, 2008). Dentre os motivos apontados como responsáveis por essa queda na produtividade, destaca-se o ataque do fungo Fusarium subglutinans, causador da fusariose, cuja incidência vem-se acentuando a cada ano, colocando em risco o comprovado potencial para a abacaxicultura (SANTA CECÍLIA; CHAUFOUN, 1998). Embora existam práticas de manejo mediante controle químico e cuidados na obtenção da muda, o uso de cultivares resistentes tem sido o procedimento mais indicado para o controle de pragas e doenças frutíferas, não sendo diferente para a cultura do abacaxi. A cultivar Imperial, lançada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, é um híbrido resultante do cruzamento de ‘Perolera’ com ‘Smooth Cayenne’, com características semelhantes à ‘Smooth Cayene’, que é a principal cultivar plantada na região, porém altamente suscetível à fusariose (CABRAL; MATOS, 2005). Apesar da semelhança, a substituição de cultivares numa região é uma EPAMIG. Resumos expandidos 2 tarefa difícil, pois dependerá da adoção da nova cultivar pelos produtores, que precisam sentir-se seguros para iniciar seus plantios, e da aceitação dessa cultivar pelos consumidores. Para isso, faz-se necessária a realização de estudos que busquem alternativas que agreguem características desejáveis, comprovem o potencial da cultivar e incentivem os produtores. O adensamento é uma prática de manejo que vem despertando o interesse dos produtores de abacaxi para o aumento da produtividade e, consequentemente, do lucro (REINHARD, 1980; SILVA, 1998). Esta técnica apresenta como vantagens a conservação da umidade do solo, a redução da ação dos ventos que ocasionam tombamento das plantas; a conservação da matéria orgânica do solo, com menor ação da erosão; temperatura mais constante na lavoura, beneficiando os microrganismos do solo; crescimento vertical das folhas, dando maior proteção aos frutos contra queimadura solar; melhor aproveitamento e uso racional da terra. As vantagens do adensamento, aliadas à adoção da cultivar Imperial, resistente à fusariose, podem ser a alternativa para recuperar a produtividade e estimular, ainda mais, o cultivo do abacaxi no Triângulo Mineiro. Diante do exposto, neste projeto propôs-se avaliar o comportamento da referida cultivar em diferentes densidades de plantio. Material e Métodos O ensaio está sendo conduzido em área cedida pela Cooperativa dos Produtores de Abacaxi de Canápolis (Coopac), cujo município está situado a 19º 39’19”S e 47º 57’27”W, numa altitude 795 m, com pluviosidade média anual 1.600 mm, temperatura média anual de 22,6ºC e umidade relativa do ar média de 68%. O clima é classificado como AW, tropical quente, segundo a classificação de Köppen. O solo foi previamente preparado com aração, gradagem e corrigido segundo a necessidade determinada pelo resultado da análise de solo. Para irrigação, está sendo usado o sistema já instalado no local. Foram utilizadas mudas do tipo filhote, produzidas em viveiro específico para esse fim, uniformes, apresentando, aproximadamente, 30 cm de altura, bom aspecto fisiológico e fitossanitário. Essas foram plantadas em fileiras Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte 3 duplas, seguindo os tratamentos, cujas densidades de plantio variaram da menor à maior utilizada no Brasil, incluindo a densidade usada pelos produtores da região e estão apresentadas na Tabela 1. Para facilitar a marcação das covas nos espaçamentos propostos, foi utilizado um bambu, onde foram marcados os espaçamentos. Em cada bloco e para cada tratamento, as “varetas-guia”, previamente marcadas, eram estendidas e o plantio realizado. Até o momento, foi avaliado o desenvolvimento da planta mediante seu crescimento iniciado um ano após o plantio e obtido a cada 45 dias, cujos resultados parciais foram submetidos à análise estatística no software – Sistema de Análise de Variância para Dados Balanceados (Sisvar) (FERREIRA, 2000). Na ocasião da colheita, serão avaliadas, ainda, as seguintes características: altura da planta até a base do fruto (cm), comprimento da folha ‘D’ (cm), comprimento do pedúnculo (cm) diâmetro do pedúnculo (cm); número de mudas tipo filhote e número de mudas tipo rebentão. Resultados e Discussão As plantas têm apresentado desenvolvimento satisfatório, bom aspecto fisiológico e principalmente fitossanitário. Não houve diferença estatística para crescimento de plantas até o momento (Tabela 2), o que pode ser atribuído à baixa atividade fisiológica, por causa das temperaturas baixas na ocasião em que os primeiros dados foram obtidos. Referências CABRAL, J.R.S.; MATOS, A.P. Imperial, nova cultivar de abacaxi. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2005. 4p. (Emprapa Mandioca e Fruticultura. Comunicado Técnico, 114). EPAMIG. Resumos expandidos 4 FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45., 2000, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar, 2000. p.255-258. IBGE. Lavoura temporária: abacaxi. Rio de Janeiro, [2008]. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?z=p&o=20&i=P>. Acesso em: 19 fev. 2009. REINHARDT, D.H.R.C. Produção e qualidade do abacaxi “Pérola” em diferentes densidades de plantio e níveis de adubação NPK. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.15, n.4, p.399-404, out. 1980. SANTA CECILIA, L.V.C.; CHALFOUN, S.M. Pragas e doenças que afetam o abacaxizeiro. Informe Agropecuário. Abacaxi: tecnologia de produção e comercialização, Belo Horizonte, v.19, n.195, p.40-57, 1998. SILVA, J.R. O adensamento como forma de aumentar a produtividade do abacaxi. Informe Agropecuário. Abacaxi: tecnologia comercialização, Belo Horizonte, v.19, n.195, p.62-64, 1998. de produção e Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte 5 Tabela 1 - Tratamentos a serem avaliados na cultivar Imperial no Triângulo Mineiro Densidade de plantio (plantas/ha) Tratamento Espaçamento 1 90 x 40 x 30 51.280 2 90 x 40 x 25 61.500 3 90 x 40 x 20 76.900 4 90 x 30 x 30 55.500 5 90 x 30 x 25 66.600 6 90 x 30 x 20 83.300 7 80 x 30 x 30 60.600 8 80 x 30 x 25 72.700 9 80 x 30 x 20 90.900 10 70 x 30 x 30 66.600 11 70 x 30 x 25 80.000 12 70 x 30 x 20 100.000 13 50 x 30 x 28 70.000 Tabela 2 - Resumo das análises de variância para crescimento de plantas de abacaxi em diferentes densidades de plantio Fontes de variação Tratamento Grau de liberdade Quadrado médio 12 30,693122 Bloco 3 7,586875 Erro 1 36 47,990304 Época 3 428,025502 36 3,551088 Erro 2 117 3,448294 Total corrigido 207 Época x Tratamento NOTA: CV 1 (%) = 13,95; CV 2 (%) = 3,74. Média geral: 49,6480420.