Obra do maior pintor barroco do País é restaurada em igreja de

Propaganda
Obra do maior pintor barroco
do País é restaurada em
igreja de Salvador (BA)
A igreja foi construída em 1731 em alvenaria de pedra e
tijolo, com fachada rococó e uma torre terminada em bulbo.
A obra é atribuída a José Joaquim da Rocha.
A pintura do forro da nave da Igreja da Venerável Ordem
Terceira de São Domingos Gusmão, atribuída a José Joaquim da
Rocha, maior pintor do barroco brasileiro, está sendo
restaurada.
O conjunto de edificações e a igreja, pertencentes à Venerável
Ordem Terceira de São Domingo Gusmão, localizados no Centro
Histórico de Salvador, são os primeiros monumentos baianos a
receber investimento do PAC Cidades Históricas, através do
Iphan, que contratou serviços técnicos especializados de
arquitetura e engenharia, no valor de R$ 7,5 milhões.
A igreja tem apenas uma torre.
A igreja foi construída em 1731 em alvenaria de pedra e
tijolo, com fachada rococó e uma torre terminada em bulbo,
ficando a outra inconclusa. Já a pintura no forro da nave com
173 metros quadrados, de concepção ilusionista barroca, teria
sido executada por volta de 1781, segundo Carlos Ott, autor da
publicação intitulada Escola Baiana de Pintura.
As obras de restauração começaram o ano passado e, ao acessar
o forro da nave, constataram-se logo os danos no madeiramento
e na pintura. O que seria apenas uma remoção de verniz e
sujidades, tornou-se um trabalho inédito realizado em
Salvador.
“Acredito que estamos diante de um momento importante de
revalorização e resgate de um raro exemplar da pintura barroca
pensada e executada na Salvador do século XVIII”, afirma o
coordenador dos trabalhos Júlio Maia, restaurador e artista
plástico, especialista em restauração de bens móveis e em
gestão e prática de obras de conservação e restauro do
patrimônio cultural.
Pintura descaracterizada
A representatividade historiográfica que envolvia a pintura
encontrada na nave, levou Júlio Maia a solicitar uma avaliação
da mestre e doutoranda pela UNICAMP, Mônica Farias, que desde
2006 estuda a pintura de Falsas Arquiteturas em Salvador,
especificamente o legado deixado por José Joaquim da Rocha.
Já no primeiro encontro e com a obra a poucos centímetros dos
olhos, Mônica revela que ficou “abismada com o que via e
constou tamanha velação e ocultamento de elementos decorativos
e figurativos, bem como incongruências gramaticais de partes
arquitetônica e figurativa”.
“Se a pintura da nave da igreja da Ordem
Domingos pertence de fato ao José Joaquim da
ser algo que estava oculto, velado, ou por
representava, pois a que estava ali em nada
Terceira de São
Rocha, teria que
baixo do que se
se parecia com a
gramática figurativa e paleta artística do pintor”, salienta
Mônica.
O forro, segundo documentos do século XIX, passou por três
intervenções. Bento Capinam foi o primeiro a intervir, o
segundo já em 1877, foi Francisco José Rufino de Sales que não
concluiu o trabalho sendo chamado para isso José Antônio da
Cunha Couto. No século XX também foram feitas intervenções no
forro da nave o que descaracterizou a pintura original.
No processo de restauração muita coisa específica da paleta de
José Joaquim da Rocha (re)apareceu, incluindo aí as cores e
suas nuances, o efeito de luz e sombra, algumas
especificidades figurativas, como vasos de flores, guirlandas,
anjos, cartelas, pináculos, fragmentos corporais completos.
Partes da malha arquitetônica que emoldura a cenografia
central com falhas de traça, repintadas em cores opacas e
densas escondendo a volumetria, sacadas descontinuadas, são
outras agrúrias encontradas e que puderam, dentro das
possibilidades, serem resgatadas.
Encontrada folha de ouro
Outro fato inédito também foi descoberto
restauração: a utilização do uso do ouro
tetos em Salvador. Até o presente momento
era registrada em igrejas europeias,
portuguesas.
nesse processo
em uma pintura
essa ocorrência
em específico
de
de
só
as
Encontrar a folha de ouro aplicada em uma pintura de forro
aqui insere novas leituras e interpretações não somente para a
técnica empregada pelo artista, mas pelo nível de
financiamento e efeito cenográfico que a Irmandade empregava
para a execução da obra alcançar o desejado, que ultrapassava
a questão decorativa.
Percebe-se a presença do uso do ouro em muitos lugares nesta
pintura, uma técnica que coloca o José Joaquim da Rocha em
situação de relevância, pois ele era, também, dourador.
Para Mônica, resgatar a obra na sua fiel intimidade e ir o
mais próximo da produção primeva, é consolidar uma história
que envolve não apenas um nome, mas a relevância desta para a
conjuntura de uma época. “As técnicas utilizadas, a
consolidação de Salvador como uma Colônia de avançado
conhecimento científico para a produção de pinturas de forro,
o poder financeiro religioso e, sobretudo, o objetivo
Tridentino alcançado pelas Ordens Religiosas, tudo isto está
envolvido em uma produção desta tipologia”, ressalta.
“É uma descoberta espetacular”, afirma o superintendente do
Iphan na Bahia, Carlos Amorim. Ele disse que a obra estava, e
ainda continuará, em algumas partes, descaracterizada pelo
excesso de repinturas e restauros inadequados, mas “o que já
conseguimos, revelando elementos decorativos, arquitetônicos e
figurativos ocultos por camadas densas de tinta e mesmo por
critérios de desconhecimento da continuidade da gramática
geométrica, já nos fornece uma nova realidade historiográfica
à obra”.
Restauração de bens móveis e integrados
Carlos Amorim informou que, além da obra original de José
Joaquim da Rocha, foram descobertas ainda pinturas subjacentes
nas paredes dos corredores laterais, nas paredes da nave, na
parte alta próxima ao forro e nas paredes da capela-mor, no
alto ao fundo das sanefas.
Na sacristia foram reveladas pinturas escaioladas (imitação de
mármore) nas tábuas da cimalha do forro com frisos em prata
(coisa rara de se ver), em todas as cercaduras das portas e
das janelas, nas molduras das telas. “Todas as pinturas na
parte inferior das paredes são de boa qualidade artística”,
destaca.
A intervenção proposta na Igreja da Venerável Ordem Terceira
de São Domingos Gusmão contempla a execução de obras que
promoverão o restauro dos bens imóveis, dos bens integrados e
da imaginária da Arte Sacra, guardadas no interior da igreja e
a requalificação dos espaços internos promovendo
acessibilidade universal a todos os seus ambientes internos.
a
Serão também readequadas as instalações elétricas para atender
as novas cargas exigidas. “Com as ações elencadas teremos
totalmente restaurado um monumento tão importante na
composição do quadrilátero do Terreiro de Jesus”, enfatiza
Carlos Amorim.
Fonte original da notícia: Tribuna da Bahia
Salvador (BA) – Tapumes de
obras
do
IPHAN
promovem
educação patrimonial
O objetivo é
disponibilizar informações referentes ao monumento e os
procedimentos técnicos utilizados no processo de restauração.
A praça Terreiro de Jesus, localizada no Centro Histórico da
capital baiana, ganhou mais um bonito visual, com exposição de
educação patrimonial ao ar livre. Dentro do Projeto Tapume, a
Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Domingos Gusmão, que
está sendo restaurada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN), é a primeira obra do PAC Cidades
Históricas com os tapumes apresentando fotos coloridas e
informações sobre a história do templo e dos procedimentos
técnicos utilizados no processo de restauração.
A partir de agora, as obras de conservação e restauração que o
IPHAN realizará nos monumentos históricos em Salvador, com
recursos do PAC Cidades Históricas, serão protegidas pelos
tapumes com conteúdos específicos e educacionais. O Projeto
Tapume foi lançado em 2005 e fazia parte do Programa
Monumenta.
Igreja de São Domingos Gusmão
A Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Domingos Gusmão é
um monumento de grande relevância para o patrimônio histórico
e religioso da Bahia, localizada no sítio Histórico de
Salvador, no Pelourinho. O IPHAN-BA está executando obras de
restauração e conservação, com valor estimado de R$ 7 milhões.
A intervenção contempla o restauro dos bens imóveis; dos bens
integrados e da imaginária da Arte Sacra, guardadas no
interior da igreja; requalificação dos espaços internos,
promovendo a acessibilidade universal a todos os seus
ambientes. Toda a parte elétrica da igreja também será
readequada para atender às novas instalações.
Construção iniciada em 1731
A igreja de São Domingos Gusmão teve sua construção iniciada
em 1731. Em alvenaria de pedra e tijolo, a igreja possui
fachada rococó e uma torre terminada em bulbo, ficando a outra
inconclusa. No seu interior, a talha neoclássica substituiu a
primitiva barroca, com destaque para a pintura do forro da
nave, atribuída a José Joaquim da Rocha, de concepção
ilusionista barroca. Sofreu reforma de 1873 a 1888, quando foi
aberto uma clarabóia no altar-mor e as talhas douradas do teto
foram sacrificadas. O tombamento inclui todo o seu acervo.
Fonte: IPHAN
IPHAN-BA publica edital para
execução
das
obras
de
restauração e conservação de
Igreja
O Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Bahia (IPHANBA) publica hoje (30) o primeiro edital de licitação do PAC
das Cidades Históricas, que aplicará R$ 142,10 milhões na
capital baiana, com 23 intervenções em monumentos,
equipamentos e edifícios históricos.
O objeto desta licitação, que será realizada em 11 de março, é
a contratação de serviços técnicos especializados de
arquitetura e engenharia, visando a execução das obras de
restauração e conservação da Igreja da Venerável Ordem
Terceira de São Domingos Gusmão, monumento de grande
relevância para o patrimônio histórico e religiosa da Bahia,
localizado no sítio Histórico de Salvador, no Pelourinho.
O valor estimado para a execução dos serviços é de
aproximadamente R$ 7, 6 milhões. A intervenção proposta
contempla a execução de obras que promoverão o restauro dos
bens imóveis; dos bens integrados e da imaginária da Arte
Sacra, guardadas no interior da igreja; bem como a
requalificação dos espaços internos promovendo a
acessibilidade universal a todos os seus ambientes internos.
Serão também readequadas as instalações elétricas para atender
as novas cargas exigidas e as instalações. Os serviços devem
ser realizados em um prazo máximo de 480 dias.
Com a restauração será aumentada a capacidade de ação social
na região e, por consequência propiciando o crescimento do
turismo, a execução de eventos e encontros sociais, além da
ampliação dos espaços expositivos da Igreja e da Casa da Ordem
situada ao lado da Igreja.
O Edital e seus Anexos poderão ser lidos e/ou obtidos na
Superintendência do IPHAN-BA, situado na Rua Visconde de
Itaparica, 08, Barroquinha, Salvador, Bahia, nos dias úteis,
no horário de 8h às 12h e de 13h às 17h. O Edital também está
disponibilizado
no
http://www.comprasnet.gov.br.
Fonte: IPHAN
endereço
eletrônico
Download