Óbito por ruptura atraumática da veia renal em paciente com dengue: Relato de caso. Autores: Bruno Venna Franco¹[email protected]; Ana Flavia Dalari Zanelato¹; Paulo Eduardo de Mesquita²; Juliana Saucedo Pontes Volpon³; Maria 4 Paola Piccarolo Ceravolo . ¹Discente do curso de Medicina de Presidente Prudente; ²Docente do Curso de medicina de Presidente Prudente, Infectologista, Hospital Regional de Presidente Prudente, ³Patologista, Hospital Regional de Presidente Prudente; 4 Cirurgiã vascular, Hospital Regional de Presidente Prudente. Fundamentação/Introdução: A ruptura atraumática da veia renal é uma condição rara, de difícil diagnóstico, que pode levar ao óbito. Utilizando os unitermos “spontaneous renal vein rupture”, para pesquisa no Google Scholar, recuperou-se apenas uma citação. Esta ocorrência, simultânea a infecção aguda pelo vírus da dengue faz deste relato singular e gera reflexões sobre sua possível correlação etiopatogênica. Objetivo: Descrever o caso de homem, 46 anos, com diagnóstico de dengue e ruptura da veia renal, atendido em serviço hospitalar na cidade de Presidente Prudente. Delineamento/Métodos: Estudo retrospectivo, observacional ,qualitativo, tipo relato de caso, realizado a partir do levantamento de prontuário e revisão bibliográfica (PubMed, Google Scholar, e SpringerLink). Resultados: Homem de 46 anos, busca o serviço de emergência três dias consecutivos com queixa de cefaléia, êmese e febre. Recebeu hipótese diagnóstica de dengue e foi liberado com prescrição de repouso, hidratação oral e medicação sintomática. Sem melhora dos sintomas no terceiro retorno, os médicos que o atenderam perceberam sinais de choque. Expansão volêmica com solução fisiológica foi iniciada. O hemograma admissional revelava 96.000 plaquetas e 12760 leucócitos. O hematócrito e a hemoglobina estavam em 49.8% e 17g/dL. As condições do paciente se deterioram rapidamente nas horas subsequentes. O paciente é transferido para a sala de emergência, submetido a intubação orotraqueal e cateterização venosa central. Iniciou-se infusão de noradrenalina conjuntamente a reposição de sangue total. Vinte horas após a admissão hospitalar, o paciente apresentou parada cardíaca refratária a reanimação. A pesquisa de anticorpos contra o vírus da dengue de amostra do soro resultou positiva. Em necropsia, identificou-se aneurisma roto da veia renal esquerda (2,8 cm diâmetro). A causa básica do óbito foi dada como choque hipovolêmico secundário a hemorragia interna consequente a ruptura da veia renal. Figura 1 Aspecto macroscópico visualizado em necropsia evidenciando aneurisma roto da veia renal esquerda (2,8 cm diâmetro). Conclusão: Trata-se de um quadro compatível com dengue grave e a priori, a hipotensão arterial foi entendida como uma complicação. Todavia os médicos que realizaram o atendimento consideraram a possibilidade de outra causa para o choque. A observação necroscópica confirmou a segunda hipótese. Fica o registro para os médicos que trabalham em serviços de emergência: hipotensão arterial em pacientes com dengue constitui na maioria dos casos uma complicação da própria patologia, no entanto, outras causas devem ser incluídas aos diagnósticos diferenciais. Palavras-chave: dengue; choque; ruptura; atraumática; veia renal. Bibliografia: CURY, J. et al. Trauma urológico. Rev. Med., São Paulo, v. 87, n. 3, p. 184-194, jul/set. 2008. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/revistadc/article/viewFile/59077/62062> . SINGHI, S.; KISSOON, N.; BANSAL, A. Dengue e dengue hemorrágico: aspectos do manejo na unidade de terapia intensiva. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre , v. 83, n. 2, supl. p. S22-S35, May 2007 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S002175572007000300004&lng=en&nrm=iso>. VAL-BERNAL, J. F.; FERNANDEZ, N.; RASINES G. L. Symptomatic solitary right renal vein aneurysm: A case report. Cardiovacular Pathology, Houston, v. 9, n. 1, p. 29-32, jan/fev. 2007. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10739904>. YONEYEMA T. et al. Left renal vein aneurysm: imaging findings. Abdomen Imaging, Scottsdale, v. 28, n. 2, p. 233-35, mar/abr. 2003. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12592471>.