O padrão de cor é geneticamente estruturado dentro da espécie

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51º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005
Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4
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Palavras-chave: Sistemática molecular; Arraia de água-doce,
Policromatismo; Potamotrygon scobina, DNA mitocondrial
Toffoli, DR1*; de Almeida, MP2; Farias, IP1
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Laboratório de Evolução e Genética Animal, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Amazonas. 2Museu Paraense
Emilio Goeldi.
O padrão de cor é geneticamente
estruturado dentro da espécie
policromática Potamotrygon scobina?
A família de arraias-de-água-doce Potamotrygonidae é um grupo monofilético pertencente à ordem Myliobatiformes
(arraias-com-ferrão), composta por 18 espécies válidas. Porém, apesar de ampla revisão por Rosa (1985) a
taxonomia e sistemática do grupo ainda não está resolvida, com ao menos cinco espécies a serem descritas.
O alto grau de policromatismo torna difícil a identificação das espécies do grupo, freqüentemente havendo
padrões de coloração semelhantes entre diferentes espécies (obs.pess.). Potamotrygon scobina é uma espécie que
ocorre na bacia de drenagem média e baixa do rio Amazonas e apresenta um alto grau de policromatismo.
Foram coletados vários indivíduos dessa espécie nas águas do arquipélago Marajó, Pará, que foram utilizados
para a elaboração de um sistema de classificação de espécimens por padrão geral de cor. Esse estudo teve como
objetivo determinar se existe associação entre os cinco padrões de cor estabelecidos e padrões genéticos, o que
poderia indicar uma revisão na posição taxonômica dessa espécie, sendo que a cor seria um marcador indicativo
de uma linhagem evolutiva singular. Foram analisadas um total de 17 indivíduos, 5 do padrão de coloração
“spot isolado”; 2 do padrão “roseta normal”; 4 do padrão roseta modificada e 4 do padrão preto e 1 com
padrão “estranho”. O DNA total foi extraído de tecido muscular com o kit de extração de DNA da Amersham
Bioscience. A reação de PCR foi utilizada com primers para o gene mitocondrial ATPase. Esse gene foi escolhido
porque tem se mostrado um bom marcador molecular para diferenciação de espécies, e mesmo híbridos, como
tucunarés, curimatã e arraias da família Potamotrygonidade. O produto de PCR foi purificado com o kit
de purificação da Amersham Biosciences. A reação de seqüência foi realizada com o kit de sequenciamento Dye
Terminator da Amersham Biosciences e as seqüências geradas no seqüenciador MEGABACE 1000. As seqüências
foram editadas manualmente e alinhadas no programa Bioedit 5.0.9. Foi gerada hipótese filogenética de NJ,
utilizando modelo de substituição K2. A árvore filogenética encontrada apresentou estruturação haplotípica
porém não houve associação dos clados encontrados com determinado padrão de coloração. Esse resultado
indica que Potamotrygon scobina encontrada na foz do rio Amazonas trata-se somente de uma espécie com alto
grau de policromatismo intraespecífico. A hipótese de ser uma espécie única é corrobarada pela ausência de
associação entre um dado padrão de coloração e padrões de habitat preferencial, reprodução ou alimentação (de
Almeida, em preparação). Esse resultado pode ser extrapolado na inferência da posição taxonômica de outras
espécies da família, sugerindo que as espécies de Potamotrygonidae apresentam alto grau de policromatismo
intraespecífico que não está associado à linhagens evolutivas diferenciadas dentro dessas espécies.
Apoio Financeiro: CAPES, IFS.
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