Gestao e Mitigacao do HIV SIDA.GIRH (512981)

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A fita vermelha é um símbolo da
solidariedade pelas pessoas infectadas
com o HIV e por aquelas que têm de
viver com SIDA.
Síndrome da imunodeficiência adquirida
Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA — em inglês: acquired immunodeficiency
syndrome - AIDS) é uma doença do sistema imunológicohumano causada pelo vírus da
imunodeficiência
humana (VIH
—
em inglês:human
immunodeficiency
virus -
HIV).[1] [2] [3] Durante a infecção inicial, uma pessoa pode passar por um breve período
doente, com sintomas semelhantes aos da gripe. Normalmente isto é seguido por um período
prolongado sem qualquer outro sintoma. À medida que a doença progride, ela interfere mais e
mais no sistema imunológico, tornando a pessoa muito mais propensa a ter outros tipos de
doenças, como infecções oportunistas e câncer, que geralmente não afetam as pessoas com
um sistema imunológico saudável.
O HIV é transmitido principalmente através de relações sexuais sem o uso de preservativo
(incluindo sexo anal e, até mesmo, oral), transfusões de sangue contaminado, agulhas
hipodérmicas e de mãe para filho, durante a gravidez, o parto ou amamentação. Alguns
fluidos corporais, como saliva e lágrimas, não transmitem o vírus.[5] A prevenção da
contaminação pelo HIV, principalmente através de programas de sexo seguro e de troca de
agulhas, é uma estratégia fundamental para controlar a propagação da doença. Apesar de
ainda não existir uma cura ou uma vacina, o tratamento antirretroviral pode retardar o
desenvolvimento da doença e elevar a expectativa de vida do portador do vírus. Enquanto o
tratamento antirretroviral reduz o risco de morte e de complicações da doença, estes
medicamentos são caros e podem estar associados a efeitos colaterais.
A pesquisa genética indica que o HIV surgiu no centro-oeste da África durante o início do
século XX.[6] A AIDS foi reconhecida pela primeira vez em 1981, pelo Centro de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, e a sua causa — o HIV — foi identificada
na primeira metade da década.[7] Desde a sua descoberta, a AIDS causou a morte de
aproximadamente 30 milhões de pessoas (até 2009).[8] Em 2010, cerca de 34 milhões de
pessoas eram portadoras do vírus no mundo.[9] A AIDS é considerada umapandemia, um surto
de doença que está presente em uma grande área e que está se espalhando ativamente.[10]
HIV/AIDS têm tido um grande impacto na sociedade contemporânea, tanto como uma doença
quanto como uma fonte dediscriminação. A doença também tem impactos econômicos
significativos. Há muitos equívocos sobre o HIV/AIDS, tais como a crença de que ela pode
ser transmitida pelo contato casual não-sexual. A doença também se tornou sujeita a muitas
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controvérsias envolvendo as religiões, além de ter atraído a atenção médica e política
internacional (e um financiamento de larga escala) desde que foi identificada em 1980.[11]
Historial
Descoberta
A AIDS foi observada clinicamente pela primeira vez em 1981, nos Estados Unidos. Os casos
iniciais
ocorreram
em
um
grupo
de
usuários
de
drogas
injetáveis
e
de
homens homossexuais que estavam com a imunidade comprometida sem motivo aparente.
Eles
apresentavam
sintomas
de pneumonia pelo
fungo Pneumocystis
carinii (PCP),
uma infecção oportunista incomum até então, conhecida por ocorrer em pessoas com
o sistema imunológico muito debilitado.[13] Pouco depois, um número inesperado de homens
gays desenvolveu um tipo de câncer de pele raro chamado sarcoma de Kaposi.[14] [15] Muitos
mais casos de PCP e de sarcoma de Kaposi surgiram, quando um alerta foi dado ao Centro de
Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que enviou uma força-tarefa para acompanhar o
surto.[16]
Robert Gallo, codescobridor do HIV no início dos anos
1980 entre (da esquerda para a direita) Sandra Eva,
Sandra Colombini e Ersell Richardson.
Nos primeiros dias o CDC não tinha um nome oficial para
a doença e referia-se a ela por meio das condições clínicas
associadas como, por exemplo, alinfadenopatia, chamando-a de "linfadenopatia generalizada
persistente".[17] [18]Eles também usavam "Sarcoma de Kaposi e infecções oportunistas", nome
pelo qual uma força-tarefa foi criada em 1981.[19] Em determinado momento, o CDC cunhou
a
frase
"a
doença
dos
4
H's",
uma
vez
que
a
síndrome
parecia
afetarhaitianos, homossexuais, hemofílicos e usuários de heroína.[20] Na imprensa geral, o
termo "GRID", de gay-related immune deficiency (em português: deficiência imunológica
relacionada aos gays - tradução livre), tinha sido inventado.[21] No entanto, depois de
determinar que a AIDS não estava restrita à comunidade homossexual,[19] percebeu-se que o
termo GRID estava errado e a sigla AIDS, deacquired immunodeficiency syndrome (em
português: síndrome da imunodeficiência adquirida, SIDA), foi introduzida em uma reunião
em julho de 1982.[22] Em setembro daquele mesmo ano, o CDC começou a se referir à doença
como AIDS.[23]
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Em 1983, dois grupos de pesquisa independentes liderados por Robert Gallo e Luc
Montagnier declararam que um novoretrovírus poderia ter infectado os pacientes com AIDS e
publicaram suas descobertas na mesma edição da revistaScience.[24] [25] Gallo afirmou que o
vírus que seu grupo de pesquisa isolou de um paciente com AIDS tinha uma forma muito
semelhante a de outros vírus T-linfotrópicos, que sua equipe tinha sido a primeira a isolar. O
grupo de Gallo chamou o vírus recém isolado de HTLV-III. Ao mesmo tempo, o grupo de
Montagnier isolou um vírus a partir de um paciente que apresentava inchaço dos nódulos
linfáticos do pescoço e fraqueza física, dois sintomas característicos da AIDS. Contradizendo
o relatório do grupo de Gallo, Montagnier e seus colegas mostraram que as proteínas do
núcleo do vírus eram imunologicamente diferentes das do HTLV-I. O grupo de Montagnier
chamou o vírus que isolaram delymphadenopathy-associated virus, LAV (em português:
"vírus associado à linfadenopatia").[16] Quando, em 1986, descobriu-se que estes dois vírus
eram o mesmo, LAV e HTLV-III foram renomeados para HIV, sigla em inglês de vírus da
imunodeficiência humana.[26]
Origem
Acredita-se que os vírus HIV-1 e HIV-2 tenham se originado em primatas no centrooeste africano e foram transferidos para os seres humanos no início do século XX.[6] O HIV-1
parece ter se originado no sul de Camarões através da evolução do SIV (cpz), o vírus da
imunodeficiência símia (SIV), que infecta os chimpanzés selvagens (o HIV-1 descende do
SIVcpz endêmico nas subespécies de chimpanzés Pan troglodytes troglodytes).[27] [28] O
parente mais próximo do HIV-2 é o SIV (smm), um vírus do Cercocebus atys atys,
um macaco do Velho Mundo que vive no litoral da África Ocidental (do sul do Senegal ao
oeste da Costa do Marfim).[29] Os macacos do Novo Mundo, como o macaco-da-noite, são
resistentes à infecção pelo HIV-1, possivelmente devido a uma fusão genômica de
dois genes com resistência viral.[30] Acredita-se que o HIV-1 tenha ultrapassado a barreira das
espécies pelo menos em três ocasiões diferentes, dando origem a três grupos de vírus (M, N e
O).[31]
Da esquerda para a direita: Chlorocebus, a fonte
do SIV; Cercocebus atys, a fonte do HIV-2 e
um chimpanzé, a fonte do HIV-1
Há evidência de que humanos que participavam
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de atividades com animais selvagens, como caçadores ou vendedores de animais silvestres, se
infectaram com o SIV.[32] No entanto, o SIV é um vírus fraco que, normalmente, é suprimido
pelo sistema imunológico humano dentro de poucas semanas após a infecção. Acredita-se que
várias transmissões de pessoa para pessoa desse vírus em rápida sucessão são necessárias para
dar-lhe tempo suficiente para se transformar no HIV. Além disso, devido a sua taxa de
transmissão pessoa-a-pessoa relativamente baixa, o SIV só pode se espalhar por toda a
população na presença de um ou mais canais de transmissão de alto risco, que eram ausentes
na África antes do século XX.[33]
Os canais de transmissão de alto risco específicos, que permitiram que o vírus se adaptasse
aos seres humanos e se espalhasse por toda a sociedade, dependem do calendário proposto
para a travessia de animais para humanos. Estudos genéticos do vírus sugerem que o ancestral
comum mais recente do grupo M do HIV-1 remonta ao ano de 1910.[34] Os defensores dessa
data ligam a epidemia do HIV ao surgimento do colonialismo e do crescimento das grandes
cidades africanas coloniais, o que levou a diversas mudanças sociais, como um maior grau
de promiscuidade sexual, disseminação da prostituição e alta frequência de casos de doenças
genitais (como a sífilis) nas cidades coloniais nascentes.[35] Embora as taxas de transmissão do
HIV durante a relação sexual vaginal sejam baixas em circunstâncias normais, elas são muitas
vezes aumentadas se um dos parceiros sofre de uma doença sexualmente transmissível que
cause úlceras genitais. No início do anos 1900, as cidades coloniais eram notáveis por sua alta
prevalência de prostituição e de casos de úlceras genitais. Em 1928, por exemplo, acredita-se
que em torno de 45% das mulheres residentes no leste de Kinshasa, no Congo, eram
prostitutas, e, em 1933, cerca de 15% de todos os moradores da mesma cidade tinham
sífilis.[35]
Uma visão alternativa defende que práticas médicas inseguras na África após a Segunda
Guerra Mundial, como a reutilização de seringas não esterilizadas durante programas
de vacinação em massa, uso de antibióticos e de campanhas de tratamento anti-malária, foram
os vetores iniciais que permitiram que o vírus se espalhasse e se adaptasse aos seres
humanos.[33] [36] [37]
O caso mais antigo e bem documentado de HIV em humanos remonta a 1959, na República
Democrática do Congo.[38] O vírus pode ter estado presente nos Estados Unidos desde
1966,[39] mas
a
grande
maioria
das
infecções
que
ocorrem
fora
da África
subsaariana (incluindo nos Estados Unidos) podem ser rastreadas até um único indivíduo
desconhecido que se infectou com o HIV no Haiti e, em seguida, trouxe a infecção para os
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Estados Unidos por volta de 1969.[40] A epidemia se espalhou rapidamente entre os grupos de
alto risco (inicialmente em homens que faziam sexo frequente com outros homens). Em 1978,
a prevalência de HIV-1 entre homossexuais masculinos residentes de Nova Iorque e São
Franciscoera estimada em 5%, sugerindo que vários milhares de pessoas no país estavam
infectadas.[40]
Progressão e sintomas
Existem três fases principais da infecção pelo HIV: infecção aguda, latência clínica e
AIDS.[41] [42]
Infecção aguda
Sintomas da infecção aguda por HIV (em inglês)
O período inicial após a contaminação pelo HIV é
chamado de infecção aguda ou síndrome retroviral
aguda.[41] [43] Muitos indivíduos desenvolvem uma doença
semelhante à gripe ou à mononucleose entre duas e quatro
semanas após a exposição ao vírus, enquanto outras
pessoas não têm sintomas significativos.[44] [45]Os sintomas ocorrem entre 40% e 90% dos
casos e geralmente incluem febre,inchaço dos gânglios linfáticos, inflamação de garganta
(laringite ou faringite), erupção cutânea, dor de cabeça e/ou feridas na boca e
genitais.[43] [45] A erupção da pele, que ocorre entre 20% e 50% dos casos, apresenta-se no
tronco na forma de exantema maculopapular.[46] Algumas pessoas também desenvolvem
infecções oportunistas nesta fase.[43] Sintomas gastrointestinais como náuseas, vômitos ou
diarreia podem ocorrer, assim como sintomas neurológicos de neuropatia periféricaou
de síndrome de Guillain-Barré.[45] A duração dos sintomas varia, mas geralmente persistem
por uma ou duas semanas.[45]
Devido ao seu carácter não-específico, estes sintomas frequentemente não são reconhecidos
como sinais de infecção por HIV. Mesmo os casos que são avaliados por um médico da
família ou por um hospital são muitas vezes diagnosticados como uma das muitas doenças
infecciosas comuns. Assim, recomenda-se que o HIV seja considerado em pacientes que
apresentem febre sem explicação aparente e que podem ter fatores de risco para a
contaminação.[45]
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Latência clínica
Os sintomas iniciais são seguidos por uma fase de latência clínica chamada de HIV
assintomático ou crônico.[42] Sem tratamento, esta segunda fase da infecção por HIV pode
durar de três anos[47] a mais de 20 anos[48] (em média, cerca de oito anos).[49] Embora
geralmente não apareçam sintomas no início, perto do final desta fase muitas pessoas sofrem
com febre, perda de peso, problemas gastrointestinais e dores musculares. [42] Entre 50 e 70%
das pessoas também desenvolvem linfadenopatia generalizada persistente, caracterizada por
um inchaço inexplicado e indolor de mais de um grupo de gânglios linfáticos (exceto na
virilha) por um período de três a seis meses.[41]
Embora a maioria dos indivíduos infectados com HIV-1 tenham uma carga viral detectável e,
na ausência de tratamento, eventualmente acabam por desenvolver a AIDS, uma pequena
percentagem (cerca de 5%) mantêm níveis elevados de células T CD4+ (linfócito T auxiliar)
sem terapia antirretroviral por mais de 5 anos.[45] [50] Estes indivíduos são classificados como
"pacientes assintomáticos de longo prazo".[50] Outro grupo é daqueles que mantêm uma carga
viral baixa ou indetectável sem tratamento antirretroviral, que são conhecidos como
"controladores de elite" ou "supressores de elite". Eles são uma de cada 300 pessoas
infectadas.[51]
Síndrome da imunodeficiência adquirida
Principais sintomas da AIDS
A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA ou AIDS
- sigla em inglês) é definida quando a contagem de células
T CD4+ está abaixo de 200 células por μLde sangue ou pela
ocorrência de doenças específicas, em associação com uma
infecção por HIV. Na ausência de tratamento específico,
cerca de metade das pessoas infectadas com HIV
desenvolvem AIDS cerca de dez anos após a contaminação.
As condições iniciais mais comuns que alertam sobre a
presença de AIDS são a pneumocistose (40%), caquexia (20%) e candidíase esofágica. Outros
sinais comuns incluem infecções respiratórias recorrentes.[45]
As infecções oportunistas podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos eparasitas que
normalmente seriam controlados pelo sistema imunológico.[52] Cada infecção ocorre, em
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parte, em relação aos organismos que são comuns no ambiente que a pessoa vive.[45] Estas
doenças podem afetar quase todos os órgãos do organismo.[53]
As pessoas com AIDS têm um risco maior de desenvolver vários tipos de câncer,
como sarcoma de Kaposi, linfoma de Burkitt, linfoma do sistema nervoso central primário
e câncer cervical.[46] O sarcoma de Kaposi é o tipo de câncer mais comum e ocorre entre 10%
a 20% das pessoas com HIV. O segundo tipo de câncer mais comum é o linfoma, que é a
causa da morte de quase 16% das pessoas com AIDS e é o sinal inicial de AIDS em 3% a 4%
delas. Esses tipos de câncer estão associados com o herpesvírus humano 8. O câncer cervical
ocorre com mais frequência em pacientes com AIDS devido à sua associação com o vírus do
papiloma humano (HPV).[12]
Além disso, as pessoas com AIDS frequentemente têm sintomas sistêmicos, como febre
prolongada, suores (especialmente à noite), inchaço dos gânglios linfáticos, calafrios,
fraqueza e perda de peso.[54] A diarreia é um sintoma comum presente em cerca de 90% das
pessoas com AIDS.[55] Pacientes com AIDS também podem ser afetados por diversos
sintomas psiquiátricos e neurológicos independentes de infecções oportunistas e cânceres.[56]
Transmissão
O HIV é transmitido por três vias principais: contato sexual, exposição a fluidos ou tecidos
corporais infectados e de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação
(conhecida como infecção perinatal).[4] Não há nenhum risco de contrair o HIV através de
exposição a fezes, secreções nasais, saliva, escarro, suor, lágrimas, urina ou vômito de pessoas
infectadas, a menos que estes estejam contaminados com sangue.[65] É possível se infectar por
mais de uma cepa do HIV, uma condição conhecida como superinfecção pelo HIV.
Relação sexual
O modo mais comum de transmissão do HIV é através do contato sexual com uma pessoa
infectada.[4] A maior parte de todas as contaminações por HIV no mundo ocorrem através de
contatos heterossexuais (ou seja, relações sexuais entre pessoas do sexo oposto);[4] no entanto,
o padrão de transmissão varia significativamente entre os países. Nos Estados Unidos, em
2009, a maior parte das transmissões ocorreram em homens que fazem sexo com
homens,[4] sendo 64% de todos os novos casos.[67]
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No que diz respeito aos contatos heterossexuais não protegidos, as estimativas de risco de
transmissão do HIV por ato sexual parecem ser de quatro a dez vezes maiores em países de
baixa renda do que nos países de alta renda.[68] Em países pobres, o risco de transmissão de
mulheres para homens é estimado em 0,38% por relação sexual e a transmissão de homens
para mulheres em 0,30%. Estimativas equivalentes em países mais ricos são de uma taxa de
transmissão de 0,04% por relação sexual de mulheres para homens e de 0,08% de homens
para mulheres.[68] O risco de transmissão durante o sexo anal é especialmente alto, estimado
em 1,4% a 1,7% por contato sexual, heterossexual ou homossexual.[68][69] Embora o risco de
transmissão através do sexo oral seja relativamente baixo, ele existe.[70] O risco de se infectar
através do sexo oral tem sido descrito como "praticamente nulo",[71] no entanto alguns casos
têm sido relatados.[72] O risco de transmissão por relação sexual oral receptiva é de 0% a
0,04%.[73] Em contextos que envolvem a prostituição em países de baixa renda, o risco de
transmissão da mulher para o homem foi estimado em 2,4% por relação e de homem para
mulher em 0,05%.[68]
O risco de transmissão aumenta com a presença de muitas doenças sexualmente
transmissíveis[74] e úlceras genitais.[68]As úlceras genitais parecem aumentar o risco de
infecção em cerca de cinco vezes.[68] Outras doenças sexualmente transmissíveis,
como gonorreia, clamídia, tricomoníase e vaginose
bacteriana,
estão
associadas
com
aumentos ligeiramente menores nos riscos de transmissão.[73] A carga viral de uma pessoa
infectada também é um importante fator de risco para a transmissão tanto sexual quanto de
mãe para filho.[75] Durante os primeiros 2,5 meses de uma transmissão de HIV, o poder de
contágio de uma pessoa infectada é doze vezes maior devido a alta carga viral.[73] Se a pessoa
está nos estágios finais da infecção, as taxas de transmissão são cerca de oito vezes
maiores.[68]
Profissionais do sexo (incluindo os da indústria pornográfica) têm um aumento na taxa de
HIV.[76] [77] O sexo sem proteção pode ser um fator associado com aumento do risco de
transmissão.[78] Agressões sexuais também aumentam o risco de transmissão do HIV, visto
que preservativos raramente são usados e traumas físicos na vagina ou no reto são frequentes,
além de poder haver um maior risco de infecção simultânea de doenças sexualmente
transmissíveis diferentes.[79]Também há registros de casos de pessoas que infectam outras
propositalmente ou que querem se infectar com o vírusHIV, por conta de algum tipo
de transtorno psicológico.[80] No Brasil, a transmissão consciente do vírus é crime e
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configuralesão corporal grave, delito previsto no artigo 129, parágrafo 2º, do Código
Penal (CP), com pena de reclusão de dois a oito anos.[81]
Fluidos corporais
O segundo modo mais frequente de transmissão do HIV é através de sangue e
dehemoderivados.[4] Pelo sangue a transmissão pode ocorrer através da partilha de seringas
durante o uso de drogas injetáveis, picada de agulha acidentais, transfusão de sangue (ou de
hemoderivados) contaminado ou injeções médicas com equipamento não esterilizado. O risco
de transmissão ao compartilhar uma seringa durante o uso de drogas é de entre 0,63 e 2,4%
por ato, com uma média de 0,8%.[82] O risco de contrair o HIV de uma picada de agulha a
partir de uma pessoa infectada pelo vírus é estimado em 0,3% (cerca de 1 em 333) por ato e o
risco por exposição a membrana ou mucosa com sangue infectado é de 0,09% (cerca de 1 em
1000 ) por ato.[65] Nos Estados Unidos, usuários de drogas intravenosas responderam por 12%
de todos os novos casos de HIV em 2009,[67] e, em algumas áreas mais de 80% das pessoas
que usam drogas injetáveis são portadoras do HIV.[4]
O HIV é transmitido em cerca de 93% das transfusões de sangue que envolvem sangue
infectado.[82] Nos países desenvolvidos, o risco de contrair HIV de uma transfusão de sangue
é extremamente baixo (menos de um em meio milhão), visto que há uma melhor seleção de
doadores e uma triagem de HIV é realizada;[4] por exemplo, no Reino Unido, o risco é
relatado em um em cinco milhões.[83] Nos países de baixa renda, apenas metade das
transfusões são adequadamente selecionadas (em 2008)[84] e estima-se que até 15% das
infecções por HIV nestas áreas vêm de transfusão de sangue e de hemoderivados
contaminados, o que representa entre 5% e 10% das infecções globais.[4] [85]
O uso de equipamento médico sem esterilização desempenha um papel significativo na
propagação do HIV na África subsaariana. Em 2007, entre 12 e 17% das infecções nesta
região foram atribuídos ao uso de seringas médicas.[86] AOrganização Mundial de
Saúde (OMS) estima que o risco de transmissão como resultado de uma injeção médica na
África seja de 1,2%.[86] Riscos significativos também estão associados a procedimentos
invasivos, assistência ginecológica e atendimentos odontológico nesta área do mundo.[86]
Pessoas com tatuagens, piercings e escarificações estão, teoricamente, em risco de infecção,
mas nenhum caso confirmado foi documentado.[87] Não é possível para mosquitos ou outros
tipos de insetos transmitir o HIV.[88]
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Mãe-filho
O HIV pode ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez, durante o parto ou através
do leite materno.[89] [90] Esta é a terceira forma mais comum de transmissão do HIV no
mundo.[4] Na ausência de tratamento, o risco de transmissão antes ou durante o nascimento é
de cerca de 20%, enquanto na amamentação é de 35%.[89] Em 2008, a transmissão
perinatal foi responsável por cerca de 90% dos casos de HIV em crianças.[89] Com o
tratamento adequado, o risco de infecção entre mãe e filho pode ser reduzido para cerca de
1%.[89] O tratamento preventivo envolve a mãe iniciar a terapiaantirretroviral durante a
gravidez, fazer o parto através de uma cesariana, evitar a amamentação e administrar
medicamentos antirretrovirais para o recém-nascido.[91] Muitas destas medidas não estão,
porém, disponíveis no mundo em desenvolvimento.[91] Se o sangue contaminar alimentos
durante a pré-mastigação, pode haver risco de transmissão.[87]
Virologia
Um diagrama mostrando a estrutura do vírus HIV
O HIV é a causa da doença conhecida como AIDS/SIDA.
O HIV é um retrovírus que infecta primariamente os
componentes do sistema imunológico humano, tais como
as células T CD4+, macrófagos e células dendríticas. Ele
direta e indiretamente destrói as células T CD4+.[92]
O HIV é um membro do gênero Lentivirus,[93] parte da família Retroviridae.[94] Os lentivírus
compartilham
muitas
características morfológicas e
biológicas.
Muitas
espécies
de mamíferos são infectadas pelos lentivírus, que são tipicamente responsáveis por doenças de
longa duração, com um longo período de incubação.[95] Os lentivírus são transmitidos como
um vírus de RNA em sentido positivo. Após a entrada na célula-alvo, o genoma do RNA viral
é convertido emDNA de cadeia dupla através de uma transcriptase reversa codificada pelo
vírus, que é transportada juntamente com o genoma viral na partícula do vírus. O DNA viral
resultante é depois importado para o núcleo da célula e integrado ao DNA celular por
uma integrase codificada pelo vírus.[96] Uma vez integrado, o vírus pode tornar-se latente,
permitindo que ele e sua célula hospedeira não sejam detectados pelo sistema
imunológico.[97]Alternativamente, o vírus pode ser transcrito, produzindo novos genomas de
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RNA e proteínas virais que são "empacotados" e liberados a partir da célula como novas
partículas virais, que então começam o ciclo de replicação de novo.[98]
Dois tipos de HIV foram caracterizados: HIV-1 e HIV-2. O HIV-1 é o vírus que foi
originalmente descoberto (e também inicialmente referido como LAV ou HTLV-III). É
mais virulento, infeccioso,[99] e é a causa da maior parte das infecções de HIV no mundo. O
HIV-2 é menos infeccioso em comparação ao HIV-1, o que indica que menos pessoas serão
infectadas por exposição ao HIV-2. Devido à sua capacidade de transmissão relativamente
fraca, o HIV-2 está amplamente confinado à África ocidental.[29]
Fisiopatologia
Depois que o vírus entra no organismo, há um período de rápida replicação viral, levando a
uma grande quantidade de vírus no sangue periférico. Durante a infecção primária, o nível de
HIV pode chegar a vários milhões de partículas de vírus por microlitro de sangue.[100] Esta
resposta é acompanhada por uma diminuição acentuada do número de células T
CD4+circulantes. A viremia aguda é quase invariavelmente associada com a ativação das
células T CD8+, que matam células infectadas com HIV e, subsequentemente, com a
produção de anticorpos ou de seroconversão. A resposta de células T CD8+ é considerada
importante no controle dos níveis de vírus, que chega a um pico e depois entra em declínio,
conforme as contagens de células T CD4+ se recuperarem. Uma boa resposta das células T
CD8+ tem sido associada a uma progressão mais lenta da doença e a um prognóstico melhor,
apesar de não eliminar o vírus.[101]
Micrografia eletrônica de varredurade HIV-1, em cor
verde, saindo de umlinfócito cultivado.
Em suma, o HIV causa a AIDS ao esgotar as
células T CD4+. Isto enfraquece osistema imunológico e
permite infecções oportunistas. As células T são essenciais
para a resposta imunológica e, sem elas, o organismo não consegue combater infecções ou
matar células cancerígenas. O mecanismo de depleção das T CD4+difere nas fases aguda e
crônica da doença.[102] Durante a fase aguda, a liseinduzida pelo HIV resulta na morte das
células infectadas pela contagem delinfócitos T citotóxicos no declínio de células T CD4+,
embora a apoptose também possa ser um fator. Durante a fase crônica, as consequências da
ativação imunitária generalizada juntamente com a perda gradual da capacidade do sistema
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imunológico de gerar novas células T parecem representar o lento declínio do número de
células T CD4+.[103]
Embora os sintomas característicos da deficiência imunológica causada pela AIDS/SIDA não
apareçam durante anos depois que uma pessoa está infectada, a diminuição do volume de
células T CD4+ ocorre durante as primeiras semanas de infecção, especialmente na mucosa
intestinal, que alberga a maior parte dos linfócitos encontrados no corpo.[104] A razão para a
perda preferencial de células T CD4+ em mucosas é que a maioria dessas células expressam a
proteínaCCR5 que o HIV utiliza como um co-receptor para ter acesso às células, ao passo que
apenas uma pequena fracção de células T CD4+ presentes no sangue fazem isso.[105]
Durante a infecção aguda, o HIV procura e destrói as células T CD4+ que expressam a
CCR5.[106] Eventualmente, uma resposta imune vigorosa pode controlar a infecção e iniciar
a fase de latência clinica. As células T CD4+ nos tecidos da mucosa permanecem
particularmente afetadas.[106] A replicação contínua do HIV provoca um estado de ativação
imunológica generalizada persistindo durante toda a fase crônica.[107] A ativação imunológica,
que é refletida pelo aumento de células imunológicas ativadas e pela liberação
de citocinas pró-inflamatórias, resulta da atividade de vários produtos gênicos do HIV e da
resposta imune à replicação do HIV. Ela está também relacionada com a composição do
sistema da barreira mucosa gastrointestinal causada pelo esgotamento de células T CD4+ nas
mucosas durante a fase aguda da doença.[108]
Diagnóstico
Sede da UNAIDS em Genebra,Suíça.
O diagnóstico de AIDS em uma pessoa infectada com o
HIV é baseado na presença de certos sinais ou sintomas.
Desde 5 de junho de 1981, muitas definições têm sido
desenvolvidas para a vigilância epidemiológica. No entanto, o estadiamento clínico dos
pacientes não era um destino para esses sistemas, pois eles não são sensíveis nem específicos.
Nos países em desenvolvimento é usado o sistema de estadiamento da Organização Mundial
da Saúde para infecção pelo HIV e para a doença, através de dados clínicos e de laboratório.
Em países desenvolvidos, o sistema de classificação do Centers for Disease Control and
Prevention (CDC) é usado.[109]
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A fita vermelha é um símbolo da
solidariedade pelas pessoas infectadas
com o HIV e por aquelas que têm de
viver com SIDA.
Classificação da OMS
Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) agrupou essas infecções e condições em
conjunto através da introdução de um sistema de estadiamento para pacientes infectados com
HIV-1. Uma atualização ocorreu em setembro de 2005. A maioria dessas condições
são infecções oportunistas que são facilmente tratáveis em pessoas saudáveis.[109]

Estágio I: infecção pelo HIV é assintomática e não classificada como AIDS;

Estágio II: inclui pequenas manifestações mucocutâneas e recorrentes infecções do trato
respiratório superior;

Estágio III: inclui diarreia crônica inexplicada por mais de um mês, as infecções
bacterianas e a tuberculose pulmonar;

Estágio IV: incluia a
toxoplasmose cerebral, candidíase do esôfago, traqueia, brônquios e pulmões e o sarcoma
de Kaposi; essas doenças são indicadores da AIDS.
Sistema de classificação do CDC
Existem duas principais definições para a AIDS, ambos produzidos pelo Centers for Disease
Control and Prevention (CDC). A velha definição é a referência para a AIDS usando doenças
que eram associados a ela, como por exemplo alinfadenopatia, condição clínica pela qual os
cientistas descobridores do HIV originalmente nomearam o vírus.[17] [18] Em 1993, o CDC
expandiu a sua definição para a AIDS incluindo todas as pessoas HIV positivas com
contagens de células T CD4 + abaixo de 200 por l de sangue ou 14% do total de linfócitos. A
maioria dos novos casos de aids nos países desenvolvidos usam essa definição ou a definição
pré-1993 do CDC. O diagnóstico de AIDS ainda está de pé, mesmo que, após o tratamento, a
contagem de células T CD4 + sobe para acima de 200 por l de sangue ou outras doenças
definidoras da AIDS são curados.[110]
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solidariedade pelas pessoas infectadas
com o HIV e por aquelas que têm de
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Teste de HIV
Exame de HIV ELISA
Muitas pessoas desconhecem que estão infectadas com o
HIV.[111] Menos de 1% da população sexualmente ativa urbana na
África foi testada e esta proporção é ainda menor em populações
rurais. Além disso, apenas 0,5% das mulheres grávidas que
frequentam as unidades de saúde urbana são aconselhadas, testadas
ou recebem os seus resultados. Mais uma vez, essa proporção é
ainda menor nas unidades de saúde rurais. Assim, os produtos de doadores de sangue e do
sangue utilizado em medicina e pesquisa médica são rastreados para o HIV.[111]
Testes de HIV são geralmente realizados no sangue venoso. Muitos laboratórios utilizam
testes de quarta geração de triagem que detectam anticorpos anti-HIV (IgG e IgM) e do
antígeno p24 do HIV. A detecção de anticorpos anti-HIV ou antígeno em um paciente
previamente conhecido como negativo, é evidência de infecção pelo HIV. Indivíduos cuja
primeira amostra indica evidências de infecção pelo HIV terão uma repetição do teste em uma
segunda amostra de sangue para confirmar os resultados.[111]
O período de janela imunológica (tempo entre a infecção inicial e o desenvolvimento de
anticorpos detectáveis contra a infecção) pode variar, uma vez que pode levar 3-6 meses para
soroconversão e teste positivo. A detecção do vírus usando a reação em cadeia da
polimerase (PCR) durante o período de janela é possível e as evidências sugerem que uma
infecção pode ser detectada mais cedo do que quando se utiliza um teste de despistagem de
quarta geração de AIA.[111]
Os resultados positivos obtidos por PCR são confirmados por testes de anticorpos.[112] Testes
de HIV rotineiramente utilizados para a infecção em recém-nascidos e lactentes (isto é,
pacientes com menos de 2 anos),[113] nascidos de mães HIV-positivas, não têm valor por causa
da presença de anticorpos maternos para o HIV no sangue da criança. A infecção pelo HIV só
pode ser diagnosticada por PCR, o teste para HIV DNA pró-viral em linfócitos de
crianças.[114]
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Prevenção
Contato sexual
1. O preservativo é o metódo mais eficaz de prevenção contra o
HIV/AIDS e outras DSTs.
2. Uma clínica de prevenção da AIDS em Dharamshala, Himachal
Pradesh,Índia.
3. O Obelisco de Buenos Airescoberto por um preservativo de 67
metros durante o Dia Mundial de Combate à AIDS.
O uso de preservativos reduz o risco de transmissão de HIV em cerca de
80% a longo prazo.[115] Quando os preservativos são utilizados de forma
consistente por um casal em que uma das pessoas está infectada, a taxa
de contaminação por HIV é inferior a 1% por ano.[116] Há algumas
evidências que sugerem que o preservativo feminino pode oferecer um
nível de proteção equivalente.[117] A aplicação de um gel vaginal
contendo tenofovir (um inibidor da transcriptase reversa) imediatamente antes do sexo
reduziu as taxas de infecção em aproximadamente 40% entre as mulheres africanas.[118] Por
outro lado, o uso doespermicida nonoxinol-9 pode aumentar o risco de transmissão, devido à
sua tendência de causar irritação vaginal e retal.[119] A circuncisão na África subsaariana
"reduziu a contaminação de HIV por homens heterossexuais entre 38% e 66% em 24
meses."[120] Com
base
nesses
estudos,
a Organização
Mundial
de
Saúde e
a UNAIDS recomendaram em 2007 a circuncisão como um método válido de prevenção da
transmissão de HIV da mulher para o homem.[121] A eficácia desse método na proteção contra
a transmissão de homem para mulher ainda é contestada[122] [123] e os benefícios da
circuncisão nos países desenvolvidos e entre homens que fazem sexo com homens ainda são
indeterminados.[124] [125] [126] Alguns especialistas temem que a menor percepção de
vulnerabilidade entre homens circuncidados pode causar um comportamento sexual de maior
risco, negando assim os métodos preventivos.[127]
Programas de incentivo a abstinência sexual não parecem afetar o risco de contaminação por
HIV.[128] Evidências de benefícios em educação de casais também são igualmente
pobres.[129] No entanto, uma educação sexual abrangente, desde a escola, pode diminuir o
comportamentos de alto risco.[130] Uma minoria significativa de jovens continua a se envolver
em práticas de alto risco, apesar de saberem sobre a existência e as consequências da AIDS,
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subestimando seu próprio risco de se infectar com o HIV.[131] Não se sabe se o tratamento de
outras doenças sexualmente transmissíveis é eficaz na prevenção do HIV.[74]
Pré-exposição
O tratamento de pessoas infectadas com HIV, cuja contagem de células CD4 for igual ou
maior que 350 celulas/μL, com antirretrovirais protege 96% dos seus parceiros sexuais contra
a
infecção.[132] Trata-se
de
uma
redução
de
10
a
20
vezes
no
risco
de
transmissão.[133] A profilaxia pré-exposição com uma dose diária detenofovir, com ou
sem emtricitabina, é eficaz em uma série de grupos, incluindo homens que fazem sexo com
homens, casais heterossexuais em que um dos membros está infectado pelo HIV e jovens
africanos.[118] Ela também pode ser eficaz em usuários de drogas injetáveis, sendo que um
estudo determinou uma diminuição no risco entre 0,7 e 0,4 por 100 pessoas ao ano.[134]
Algumas precauções universais dentro do ambiente de assistência de saúde são consideradas
eficazes na redução do risco de contaminação por HIV.[135] O uso de drogas injetáveis é um
importante fator de risco e estratégias de redução de danos, como programas de troca de
agulhas e de terapia de substituição de opiáceos, parecem ser eficazes em diminuir este
risco.[136] [137]
Pós-exposição
A administração de antirretrovirais dentro de 48 a 72 horas após a exposição ao sangue ou
secreções genitais de uma pessoa infectada pelo HIV é o período referido como profilaxia
pós-exposição (PPE).[138] A utilização de um único antirretroviral, a zidovudina, reduz o risco
de uma infecção por HIV em cinco vezes após um ferimento por picada de agulha.[138] Em
2013, o regime de prevenção recomendado nos Estados Unidos consistia em três
medicamentos:tenofovir, emtricitabina e raltegravir, alcançando uma redução ainda maior do
risco.[139]
O tratamento PPE é recomendado após uma agressão sexual quando sabe-se que o agressor
seja
HIV
positivo,
mas
é
controverso
quando
o
seu
estado
sorológico
é
desconhecido.[140] Geralmente, a duração do esquema profilático é de quatro semanas[141] e é
frequentemente associado com efeitos colaterais quando a zidovudina é usada; cerca de 70%
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dos casos resultam em sintomas adversos, como náuseas (24%), fadiga (22%), angústia
emocional (13%) e dores de cabeça (9%).[65]
Mãe-filho
Programas de prevenção da infecção perinatal pelo HIV (de mãe para filho) podem reduzir as
taxas de transmissão de 92 a 99%.[89] [136] A prevenção é principalmente usar uma combinação
de medicamentos antivirais durante a gravidez e após o nascimento do bebê, além de
usar mamadeiras ao invés de amamentar a criança.[89] [142] Se a substituição da alimentação é
aceitável, factível, acessível, sustentável e segura, as mães devem evitar amamentar seus
bebês; a amamentação exclusiva porém é recomendada durante os primeiros meses de vida, se
este não for o caso.[143] Se a amamentação exclusiva é realizada, o fornecimento
de profilaxia antirretroviral prolongada ao lactente diminui o risco de transmissão do
vírus.[144]
Vacinação e cura
Em 2012 ainda não existia uma vacina eficaz para o HIV/AIDS.[145] Um único teste da vacina
RV 144, publicado em 2009, encontrou uma redução parcial do risco de transmissão de cerca
de 30%, estimulando alguma esperança na comunidade científica que pesquisa o
desenvolvimento de uma vacina realmente eficaz.[146] Mais estudos da vacina RV 144 estão
em andamento.[147] [148]
Em 2007, médicos de uma clínica na Alemanha conseguiram curar um paciente com
AIDS/SIDA e leucemia. Os médicos escolheram um doador que tivesse uma mutação no seu
DNA capaz de defender o sistema contra o HIV. Após isso, fizeram o transplante de medula
óssea no portador de SIDA e leucemia. A surpresa veio ao fazer novos testes, quado
descobriu-se que o vírus HIV tinha sumido do organismo do paciente. Atualmente o paciente
já está há mais de dois anos sem o vírus HIV e sem a leucemia, contudo, a doença ainda pode
estar escondida em seu corpo. O médico que realizou a operação, no entanto, quis "minimizar
falsas esperanças" geradas pelo sucesso da operação, que já foi retratada nas principais
revistas especializadas, já que ele foi obtido em um caso "muito específico" e durante o
tratamento de outra doença grave. Espera-se que este caso abra caminho para curar outros
infectados.[149] Em 2011, o Conselho Superior de Pesquisa Científica da Espanha (CSIC sigla em espanhol) anunciou ter criado uma vacina que foi capaz de criar uma resposta
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imunológica contra o vírus HIV em 90% dos voluntários, mantendo seu efeito após um ano
em 85% deles.[150]
Tratamento
Não existe atualmente nenhuma vacina disponível para o HIV ou um tratamento que cure o
HIV/AIDS. Os únicos métodos conhecidos de prevenção baseiam-se evitar a exposição ao
vírus ou, na falta disto, um tratamento antirretroviraldiretamente após a exposição, chamado
profilaxia pós-exposição (PEP).[151] A PEP tem um calendário muito exigente de quatro
semanas de dosagem, além de também ter efeitos secundários muito desagradáveis,
como diarreia, mal estar,náuseas e fadiga.[152] Em 2010 havia mais de 6,6 milhões de pessoas
que mantinham esse tipo de tratamento em países de baixa e média renda.[9]
Antirretroviral
Abacavir – um análogo nucleosídeo inibidor da transcriptase
reversa (NRTIs ou NARTI)
As opções de terapias antirretrovirais atuais são combinações
(ou "coquetéis") que são compostas por pelo menos três
medicamentos pertencentes a, no mínimo, dois tipos (ou
"classes")
de
agentes
antirretrovirais
diferentes.[153] Inicialmente, o tratamento é dado tipicamente através de um inibidor da
transcriptase reversa não-nucleósido (NNRTI — sigla em inglês), além de dois inibidores da
transcriptase reversa análogos de nucleósidos (NRTI — sigla em inglês).[153] Os NRTIs
típicos
incluem: zidovudina (AZT)
ou tenofovir (TDF)
e lamivudina (3TC)
ou emtricitabina(FTC).[153] As combinações de agentes, que incluem inibidores de protease,
são usados se o regime acima perder eficácia.[153]
O
momento
de
iniciar
a
terapia
antirretroviral
ainda
é
uma
questão
em
debate.[46][154] A Organização Mundial da Saúde (OMS), governos europeus e os Estados
Unidos recomendam que os antirretrovirais sejam administrados em todos os adolescentes,
adultos e mulheres grávidas com uma contagem de CD4 inferior a 350/μl ou aqueles com
apresentação de sintomas, independentemente da contagem de CD4.[46] [153] Isto é apoiado
pelo fato de que, se o tratamento for iniciado neste nível, o risco de morte é reduzido.[155] Em
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adição, os Estados Unidos recomendam o tratamento para todas as pessoas infectadas com
HIV, independentemente da contagem de CD4 ou da apresentação de sintomas, no entanto,
faz esta recomendação com menos convicção para aqueles com contagens mais
elevadas.[156] A OMS também recomenda o tratamento para aqueles que estão co-infectados
com tuberculose ou com hepatite B crônica e ativa.[153] Uma vez iniciado o tratamento,
recomenda-se que a administração dos medicamentos continue sem interrupções ou
"pausas".[46] Muitas pessoas são diagnosticadas apenas após o momento de quando o
tratamento ideal deveria ter começado.[46] O resultado de longo prazo esperado da terapia é
uma contagem de plasma HIV-RNA abaixo das 50 cópias/μL.[46] Níveis para determinar se o
tratamento é eficaz são inicialmente recomendados depois de quatro semanas do seu início e,
quando os níveis caem abaixo de 50 cópias/μL, são recomendados exames médicos a cada
três a seis meses.[46] O controle é considerado inadequado quando a taxa for maior do que 400
cópias/μL.[46] Com base nestes critérios, o tratamento é eficaz em mais de 95% dos pacientes
durante o primeiro ano.[46]
Com o desenvolvimento da terapia antirretroviral, em
1996, a mortalidade e as infecções oportunistas foram
reduzidas em mais de 72%. Já é possível viver mais de 25
anos com HIV sem apresentar nenhum sintoma ou efeito
colateral.[157]
Entre os benefícios da terapia antirretroviral estão a
diminuição do risco de desenvolver a AIDS e a
diminuição do risco de morte.[158] No mundo em desenvolvimento, os antirretrovirais também
melhoram a saúde física e mental do portador do vírus.[159] Com o tratamento, o risco de
contrair tuberculose cai em cerca de 70%.[153] Entre os benefícios adicionais estão a
diminuição do risco de transmissão da doença aos parceiros sexuais e uma diminuição da
chance de transmissão da mãe para o filho.[153] A eficácia da terapia depende, em grande
parte, da manutenção correta do tratamento.[46] Entre as razões para a não-adesão aos
antirretrovirais por portadores do HIV estão a falta de acesso a assistência médica,[160] apoio
social inadequado, doenças mentais e abuso de drogas.[161] A complexidade dos regimes de
tratamento (devido ao número de comprimidos e à frequência de administração) e os efeitos
adversos podem reduzir a adesão dos pacientes à terapia.[162] Mesmo que o custo seja uma
questão importante para alguns medicamento,[163] 47% das pessoas que precisavam deles
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receberam os antirretrovirais em países de baixa e média renda em 2010.[9] A taxa de adesão é
semelhante em países de baixa renda e alta renda.[164]
Efeitos adversos específicos estão relacionados com o medicamento usado.[165] Alguns
relativamente comuns incluem:lipodistrofia, dislipidemia e diabetes mellitus, especialmente
com os inibidores de protease.[41] Outros sintomas comuns incluem diarreia[165] [166] e um
aumento no risco de doença cardiovascular.[167] Tratamentos recomendados mais recentes
estão associados com menos efeitos adversos[46] e certos medicamentos podem estar
associados com defeitos congênitose, portanto, podem ser inadequados para mulheres que
queiram ter filhos.[46]
As recomendações de tratamento para crianças são um pouco diferentes daquelas direcionadas
aos adultos. No mundo em desenvolvimento, em 2010, 23% das crianças que precisavam de
tratamento tinham acesso a ele.[168] A OMS e os Estados Unidos recomendam o tratamento
para todas as crianças com menos de 12 meses de idade.[169] [170] Para os pacientes entre um e
cinco anos de idade, os Estados Unidos recomendam o tratamento para aqueles com
contagens de HIV-RNA superiores a 100 000 cópias/μL. Naqueles com mais de cinco anos, a
terapia é indicada quando a contagem de CD4 for menor que 500/μl.[169]
Infecções oportunistas
Medidas para prevenir infecções oportunistas são eficazes em muitas pessoas com HIV/AIDS.
Além de melhorar a doença daquele momento, o tratamento com antirretrovirais reduz o risco
de desenvolver infecções oportunistas adicionais.[165] Avacinação contra hepatite A e B é
recomendada para todas as pessoas em risco de se infectarem pelo HIV; no entanto, a vacina
também pode ser dada após a infecção.[171] A profilaxia de trimetoprim/sulfametoxazol em
bebês entre quatro e seis semanas de idade e a interrupção da amamentação em crianças
nascidas de mães portadoras do HIV são recomendadas em ambientes com recursos
limitados.[168] Também é recomendado evitar PCP quando a contagem de CD4 de uma pessoa
for inferior a 200 células/uL e em quem tem ou já teve PCP.[172] Pessoas
com imunossupressãosubstancial também são aconselhadas a receber terapia profilática
para toxoplasmose e meningite cryptococcus.[152]Medidas preventivas adequadas reduziram a
taxa dessas infecções em 50% entre 1992 e 1997.[173]
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Medicina alternativa
Nos Estados Unidos, aproximadamente 60% das pessoas com HIV utilizam várias formas
de medicina alternativa ou complementar,[174] embora a eficácia da maior parte destes
tratamentos terapêuticos seja questionada.[175] No que diz respeito ao aconselhamento
nutricional, existe algumas evidências que mostram benefícios através do uso de suplementos
de micronutrientes.[176] As provas da eficácia da suplementação com selênio são mistas, com
alguma evidência experimental de benefício.[177] Há alguma evidência de que suplementos
de vitamina A em crianças reduzem a mortalidade e melhoram o crescimento.[176] Na África,
mulheres grávidas e lactantes nutricionalmente comprometidas receberam uma suplementação
multivitamínica que apresentou bons resultados para as mães e as crianças.[176] A ingestão
dietética de micronutrientes por adultos infectados pelo HIV é recomendada pela Organização
Mundial da Saúde.[178] [179] A OMS afirma ainda que vários estudos indicam que a
suplementação de vitamina A, zinco e ferro pode produzir efeitos adversos em adultos HIV
positivos.[179] Não há evidência suficiente para apoiar o uso de medicamentos à base de
plantas.[180]
Paciente de Berlim
O caso de Timothy Ray Brown, conhecido como "paciente de Berlim", é o único que se tem
até hoje de uma "cura" para o HIV, já que o vírus foi completamente eliminado de seu corpo,
mesmo com a descontinuidade da terapia antirretroviral. Após ser diagnosticado com HIV, os
médicos detectaram uma leucemia mieloide aguda (um tipo de câncer que afeta o sistema
imunológico) e o paciente recebeu transplante de medula óssea.[181]
Acredita-se que a completa eliminação do vírus de seu organismo foi possível por dois
motivos. Primeiro, o paciente foi submetido a diversas sessões de quimioterapia para a
realização do transplante, o que eliminou grande parte das células que continham
reservatórios. Segundo, o indivíduo doador continha uma mutação no gene responsável por
codificar o co-receptor CCR5 - importante no processo de entrada do vírus nas suas célulasalvo -, que suprimia sua expressão; assim, a nova população de células do sistema imune não
possuía tal proteína em sua superfície, sendo resistente à infecção pelo vírus e impedindo a
formação de novos reservatórios. Tal procedimento foi repetido na tentativa de conseguir
eliminar o vírus em outros pacientes, porém ainda não se obteve sucesso, já que volta a haver
aumento da carga viral sem a terapia antirretroviral.[182] .
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Porém tal procedimento só é adequado para pacientes que precisam de transplante de medula
óssea por outra razão que não a infecção por HIV, além de que apresenta muitos riscos e
desafios, pois deve-se encontrar um indivíduo com haplótipo de HLA compatível para o
transplante e que também seja homozigoto para a mutação no gene do co-receptor CCR5 e o
acompanhamento clínico deve ser bem rigoroso [182] . Em casos em que o doador não
carregava o gene codificante do CCR5, após o transplante, observou-se uma queda na carga
viral por alguns anos, porém houve recidiva da doença meses após a descontinuidade da
terapia antirretroviral, mostrando que a mutação em tal gene foi importante para a cura do
paciente de Berlim.[183]
Prognóstico
Esperança de vida corrigida pela incapacidade epadronizada para a idade para HIV e AIDS
(por 100 mil habitantes - 2004).
sem dados
≤ 10
10–25
25–50
50–100
100–500
500–1000
1000–2500
2500–5000
5000–7500
7500-10000
10000-50000
≥ 50000
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A AIDS tornou-se uma doença crônica em muitas áreas do mundo, ao invés de uma doença
aguda e fatal.[184] O prognóstico varia entre as pessoas e tanto a contagem de células CD4
quanto a taxa de carga viral são úteis para resultados previsíveis.[45] Sem tratamento, o tempo
médio de sobrevivência após a infecção pelo HIV é estimado entre 9 e 11 anos, dependendo
do subtipo do vírus.[185] Após o diagnóstico de AIDS, se o tratamento não estiver disponível, o
período de sobrevivência é de entre 6 e 19 meses.[186] [187] A terapia antirretroviral e a
prevenção apropriada de infecções oportunistas reduzem a taxa de mortalidade em 80% e
aumentam a expectativa de vida para um jovem adulto recém-diagnosticado entre 20 e 50
anos.[184] [188] [189] Isto é quase dois terços[188] da população geral.[46] [190] Se o tratamento for
iniciado no final da infecção, o prognóstico não é tão bom:[46] por exemplo, se o tratamento
for iniciado após o diagnóstico de AIDS, a expectativa de vida é de cerca de 10 a 40
anos.[46] [184] Metade dos bebês nascidos com HIV morrem antes dos dois anos de idade, sem
tratamento.[168]
As principais causas de morte por HIV/AIDS são as infecções oportunistas e alguns tipos
de câncer, os quais são muitas vezes resultado de uma falha progressiva do sistema
imunológico.[173] [191] O risco de câncer parece aumentar conforme a contagem de CD4 for
inferior a 500/μL de sangue.[46] A taxa de progressão clínica da doença é muito variável entre
os indivíduos e é afetada por uma série de fatores, como a suscetibilidade da pessoa e sua
função imunológica,[192] como acesso a assistência médica, presença de doenças
oportunistas[186] [193] e
a cepa (ou
estirpe)
em
particular
do
vírus
envolvido
na
infecção.[194] [195]
A co-infecção por tuberculose é uma das principais causas de doença e morte em pacientes
com HIV/AIDS, presente em um terço de todas as pessoas infectadas pelo HIV e que causa
25% das mortes relacionadas com esse vírus.[196] O HIV é também um dos mais importantes
fatores de risco para a tuberculose.[197] A hepatite C é outra infecção oportunista muito
comum em que cada doença aumenta a progressão da outra.[198] Os dois tipos de câncer mais
comuns associados ao HIV/AIDS são o sarcoma de Kaposi e o linfoma não Hodgkin.[191]
Mesmo com o tratamento antirretroviral, a longo prazo, as pessoas infectadas pelo HIV
podem
desenvolver perturbações
periférica,[201] diversos
tipos
neurocognitivas,[199] osteoporose,[200] neuropatia
de
câncer,[202] [203] nefropatia[204] e doença
cardiovascular.[166] Ainda não está claro se estas condições são resultado da infecção pelo
HIV ou de efeitos adversos do tratamento.
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Epidemiologia
Prevalência estimada do HIV/AIDS entre jovens adultos (15-49) por país em 2011:
>15%
5-15%
2-5%
1-2%
0,5-1,0%
0,1-0,5%
<0,1%
sem informação
Estimativa do total de pessoas vivendo com o
HIV/AIDS por país.
A pandemia da AIDS também pode ser vista
como várias epidemias de subtipos distintos,
cujos principais fatores na sua propagação são a
transmissão sexual e a transmissão vertical de mãe para filho, no nascimento ou através
do leite materno.[10] Apesar da recente melhora do acesso ao tratamento antirretroviral e os
cuidados de prevenção em muitas regiões do mundo, a pandemia da AIDS custou cerca 2,1
milhões de vidas (variação de 1,9-2,4 milhões) em 2007, sendo que 330 mil pessoas eram
menores de 15 anos.[185] Globalmente, cerca de 33,2 milhões de pessoas viviam com
o HIV em 2007, incluindo 2,5 milhões de crianças. Estima-se que 2,5 milhões (variação de
1,8-4,1 milhões) pessoas foram infectadas em 2007, incluindo 420 mil crianças.[185]
A África subsariana continua sendo, majoritariamente, a região mais afetada pela doença.
Estima-se que em 2007, a região continha 68% de todas as pessoas vivendo com AIDS e 76%
de todos os óbitos por AIDS do mundo. Com 1,7 milhões de novas infecções, o número de
pessoas vivendo com HIV foi para 22,5 milhões, sendo que 11,4 milhões de órfãos da AIDS
vivendo na região vivem nessa área do continente africano. Ao contrário de outras regiões, a
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maioria das pessoas vivendo com o HIV na África subsaariana em 2007 (61%) eram
mulheres. A prevalência em adultos em 2007 foi estimada em 5% e a AIDS continua a ser a
maior causa de mortalidade nesta região do planeta.[185]
A África do Sul tem a maior população de portadores do HIV no mundo, seguida
pela Nigéria e pela Índia.[205] O sul e o sudeste da Ásia são a região afetada da pior forma e,
em 2007, estima-se que esta região continha 18% de pessoas vivendo com a AIDS e cerca de
300 mil dos óbitos devido a doença no mundo.[185] A Índia tem cerca de 2,5 milhões de
infecções e uma prevalência estimada em adultos de 0,36%.[185] A expectativa de vida da
população caiu drasticamente nos países mais afetados pelo vírus; em 2006, por exemplo,
estima-se que a expectativa de vida ao nascer caiu de 65 para 35 anos em Botswana.[10]
Nos Estados Unidos, jovens mulheres afro-americanas também estão em risco invulgarmente
elevado de infecção peloHIV.[206] Os afro-americanos formam 10% da população, mas
respondem por cerca de metade dos casos de HIV/AIDS em todos os Estados Unidos.[207] Isto
acontece devido, em parte, à falta de informações sobre a AIDS e a uma percepção de que não
são vulneráveis ao vírus, além do acesso limitado a recursos médicos e uma maior
probabilidade de manter contato sexual sem o uso de preservativo.[208]
Mundo lusófono
África e Timor-Leste
Nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) a doença também é presente.
Cerca de 2,1% da população adulta de Angola está infectada pelo vírus HIV, o que totaliza
cerca de 180 mil pessoas convivendo com a doença no país. Em Cabo Verde, a taxa de
prevalência estimada por infecção do HIV é de 0,5% e 1,5% e, até 2006, 1 940 casos
confirmados haviam sido registrados no país. Guiné-Bissau tem uma prevalência de HIV
estimada entre 7,3% da população, o que caracteriza uma situação de epidemia de HIV
generalizada. Em Moçambique, a taxa de prevalência do HIV é de cerca de 16% da
população, ou cerca de 1,6 milhão de pessoas que convivem com a epidemia do vírus no
país.São Tomé e Príncipe apresenta uma taxa de infecção pelo HIV de 1%.[209] No TimorLeste não há dados precisos sobre o número de infectados pelo vírus.[209]
Brasil
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HIV/SIDA em Portugal e KIT SIDA
Em Portugal, no ano de 2013 foram diagnosticados quase três
casos por dia de infeção por VIH/Sida, o que equivale a um total
de 1.093 situações e a uma taxa de 10,5 novas infeções por
100 000 habitantes.[212]
Desde 1983, quando o primeiro caso da doença foi registrado
em Portugal, e até 2013, o governo do país diagnosticou cerca de
47.390 casos de infeção por VIH/Sida[212] e a percentagem de
pessoas que tomam conhecimento do seu estado seropositivo para
o VIH quando vão doar sangue é o mais elevado da Europa Ocidental, numa estimativa de
100 por cada milhão de habitantes.[209]
O relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) relativo à situação da
doença a 31 de dezembro de 2013 refere que 20,7% das situações diagnosticadas nesse ano já
se encontravam no estado de sida.[213] O número de novos diagnósticos em homens foi 2,4
vezes superior ao das mulheres, com a idade mediana à deteção da infeção a ser de 40
anos.[214]
O modo de transmissão mais frequente do VIH foi o contacto heterossexual, referido em 61%
dos casos, com a transmissão por relações sexuais entre homens a surgir em 43% dos novos
casos.[215] Oshomossexuais tendem a ser mais jovens que os heterossexuais à data do
diagnóstico, com metade a terem menos de 32 anos.[216] A transmissão por consumo de droga
representou sete por cento dos diagnósticos.[217]
No que se refere à infeção nas crianças, desde o diagnóstico do primeiro caso pediátrico, em
1984, foram notificados 479 casos até 2013 com igual distribuição entre sexos e com o modo
de transmissão mais frequente a ser o contágio mãe-filho.[218]
O relatório "Portugal em Números 2015 - Infeção VIH, SIDA e Tuberculose", apresentado
pela Direção-Geral da Saúde (DGS), revela que em 2014 houve um decréscimo de 17,3% no
número de novos casos de infeção pelo vírus HIV em relação a 2013.[219]
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Cultura e sociedade
Estigma
Ryan White tornou-se uma criança símbolo do HIV depois de ser
expulso da escola por causa de sua infecção.
Não se desenvolve AIDS apenas ao conviver socialmente com um
soropositivo. Apertar a mão, abraçar ou compartilhar o uso de
utensílios domésticos não traz nenhum risco de contágio.[220]
No entanto, o estigma da AIDS persiste no mundo em uma variedade de maneiras, como
através do ostracismo, da rejeição e da discriminação de pessoas portadoras do HIV; da
aplicação de testes de HIV de forma obrigatória, sem o consentimento prévio ou a proteção
da confidencialidade das pessoas; violentar indivíduos infectados pelo HIV ou pessoas que
são
consideradas
como
infectadas
pelo
HIV
e
colocar
pessoas
HIV
positivo
emquarentena.[220] O medo da violência e do preconceito impede que muitas pessoas que
procuram fazer o teste clínico, retornem para ver o resultado ou iniciem o tratamento,
transformando o que poderia ser uma doença crônica tratável em uma sentença de morte, além
de perpetuar a propagação do vírus.[221]
O estigma pode ser dividido em três categorias:

Reflexo do medo e do receio de que possam ser associadas com alguma doença mortal e
transmissível.[222]

O uso do HIV/AIDS para expressar atitudes em relação a grupos sociais e estilos de vida
que alguns acreditam estarem associados com a doença.[222]

Estigmatização de pessoas ligadas à questão do HIV/AIDS ou pessoas HIV positivas.[223]
Muitas vezes, o estigma da AIDS é expresso em conjunto com um ou mais estigmas,
particularmente
aqueles
com homossexualidade, bissexualidade, promiscuidade, prostituição e
associados
uso
de
drogas
intravenosas. Em muitos países desenvolvidos, há uma associação entre AIDS e
homossexualidade ou bissexualidade e esta associação está relacionada com níveis mais
elevados de preconceito sexual, tais como atitudes homofóbicas.[224] Existe também uma
associação preconceituosa entre a doença e todo tipo de comportamento sexual entre dois
homens, incluindo o sexo entre homens saudáveis e sem qualquer infecção.[222]
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Impacto econômico
Mudanças na expectativa de vidaentre 1960 e 2012 em alguns países africanos duramente
atingidos pelo HIV
O HIV e a AIDS afetam o crescimento econômico de países, ao reduzir a disponibilidade
de capital humano.[225] Sem alimentação e assistência médica adequadas, o que geralmente
está disponível em países desenvolvidos, uma grande quantidade de pessoas sofrem e morrem
de complicações relacionadas à AIDS no mundo. Elas não só são incapazes de trabalhar, mas
também necessitam de assistência médica frequente. A previsão é de que isto provavelmente
irá causar um colapso das economias e das sociedades em países com uma população
portadora da AIDS significativa. Em algumas áreas altamente infectadas, a epidemia deixou
para trás muitos órfãos que passaram a serem cuidados por avós idosos.[226]
O aumento da mortalidade tem resultados em uma população qualificada e uma força de
trabalho menor. Esta força de trabalho menor é constituída por pessoas cada vez mais jovens,
com
conhecimentos
e
experiências
de trabalho reduzidas,
levando
à
redução
da produtividade do país todo. Um aumento no tempo de folga dos trabalhadores para cuidar
de familiares doentes ou de licenças por doença também reduzem a produtividade. O aumento
da mortalidade reduz os mecanismos de capital humano e de investimento nas pessoas,
através da perda da renda e da morte dos pais.[226]
Por afetar principalmente jovens adultos, a AIDS reduz a população tributável de uma nação,
por sua vez, reduzindo os recursos disponíveis para gastos públicos como educação e serviços
de saúde não relacionados à AIDS, resultando em um aumento da pressão sobre as finanças
do governo e em um crescimento mais lento da economia. Isso resulta em um menor
crescimento da base de cálculo, um efeito que é reforçado se houver gastos crescentes para
tratar os doentes, em treinamento (para substituir trabalhadores doentes), subsídios de doença
e para cuidar dos órfãos da AIDS. Isto é especialmente verdadeiro se o aumento acentuado da
mortalidade adulta deslocar a responsabilidade da família para o governo em cuidar desses
órfãos.[226]
No nível familiar, os resultados da AIDS são a perda de renda e o aumento dos gastos com
saúde pelo responsável da família. Um estudo realizado na Costa do Marfim mostrou que
famílias com um paciente HIV/AIDS gastam duas vezes mais em despesas médicas do que
outras famílias.[227]
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Mídia
David Kirby, um ativista anti-AIDS, fotografado por
Therese Frare com sua família em seu leito de morte. A
imagem foi publicada na revista Life, além de ter sido
usada numa controversa campanha da Benetton
Um dos primeiros casos de AIDS entre famosos
aconteceu com o estadunidenseRock Hudson, um ator homossexual que tinha sido casado e se
divorciou, que morreu em 2 de outubro de 1985 após ter anunciado que era portador do vírus
em 25 de julho daquele mesmo ano. Ele havia sido diagnosticado em 1984.
Em 24 de novembro de 1991, o vírus ceifou a vida de roqueiro britânico Freddie Mercury,
vocalista da banda Queen, que morreu de uma doença relacionada à AIDS, sendo que o
diagnóstico da doença só foi revelado no dia anterior.[229] No entanto, ele tinha sido
diagnosticado como HIV positivo em 1987.[230]
Um dos primeiros casos famosos de heterossexuais portadores do vírus foi o deArthur Ashe,
um tenista estadunidense. Ele foi diagnosticado como HIV positivo em 31 de agosto de 1988,
tendo contraído o vírus de transfusões de sangue durante uma cirurgia cardíaca no início da
década de 1980. Outros testes dentro de 24 horas após o diagnóstico inicial revelaram que
Ashe tinha AIDS, mas ele não comunicou o público sobre o seu diagnóstico até abril de
1992.[231] Ele morreu aos 49 anos, em 6 de fevereiro de 1993.[232]
Religião
O debate sobre a religião e a AIDS tornou-se altamente controverso nos últimos vinte anos,
principalmente porque algumas autoridades religiosas declararam publicamente sua oposição
ao uso de preservativos.[238] [239] A abordagem religiosa para impedir a propagação da AIDS,
de acordo com um relatório feito pelo especialista estadunidense em saúde Matthew Hanley
intitulado The Catholic Church and the Global AIDS Crisis, argumenta que são necessárias
mudanças culturais, incluindo uma volta à ênfase na fidelidade dentro do casamento e
àabstinência sexual fora dele.[239]
Algumas organizações religiosas chegam a afirmar que a oração pode curar os pacientes com
HIV/AIDS.
Em
2011,
a BBCinformou
que
algumas
igrejas
em Londres estavam
reivindicando que orações poderiam curar a AIDS e o Centro de Estudo de Saúde Sexual e
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HIV, em Hackney, informou que várias pessoas pararam de tomar a medicação por conta
disso, às vezes por conselho direto de seu pastor, o que levou a uma série de
mortes.[240] A Synagogue Church Of All Nations fez um anúncio de uma "unção na água" para
promover a cura por Deus, embora o grupo negue que aconselhe as pessoas a parar de tomar a
medicação.[240]
Negação, conspirações e equívocos
Um pequeno grupo de pessoas continua a questionar a conexão entre o vírus HIV e a doença
AIDS,[241] além da existência do próprio HIV ou a validade dos testes e métodos de
tratamento da síndrome.[242] [243] Estas alegações, conhecidas como negacionismo da AIDS,
foram examinadas e rejeitadas pela comunidade científica internacional.[244] No entanto, elas
tiveram um impacto político significativo, particularmente na África do Sul, onde o governo
adotou oficialmente o negacionismo da AIDS entre 1999 e 2005 e foi o responsável pela
resposta ineficaz do país à epidemia e pelas centenas de milhares de mortes e contaminações
que poderiam ter sido evitadas.[245] [246] [247] A Operação INFEKTION foi uma das medidas
adotadas pela União Soviética em todo o mundo para divulgar informações de que os Estados
Unidos haviam criado o HIV/AIDS. Pesquisas mostram que um número significativo de
pessoas acreditavam — e continuam a acreditar — em tais alegações.[248]
Há muitos equívocos sobre o HIV e a AIDS. Três dos erros mais comuns sobre a doença são
os de que a AIDS pode se espalhar através do contato casual, que a relação sexual com uma
virgem curará a AIDS[249] [250] [251] e que o HIV pode infectar apenas homens homossexuais e
usuários de drogas. Outros equívocos são de que qualquer ato de coito analentre dois homens
homossexuais não infectados pode levar a infecção pelo HIV e que a discussão aberta da
homossexualidade e do HIV nas escolas irá levar a um aumento das taxas
de homossexualidade e AIDS.
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