Revoluções Inglesas – texto

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Para melhor compreender o tema, voltaremos um pouco no tempo. As
guerras, como a Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Duas Rosas
arruinaram a nobreza; tais acontecimentos levaram a ascensão da Dinastia
Tudor (uma era chamada Absolutismo). Podemos destacar alguns reis:
- Henrique VII: governo marcado pela consolidação do poder.
- Henrique VIII: Características mais marcantes do absolutismo houve ainda
a reforma protestante e o Ato de Supremacia (pelo qual o Rei tornava-se
Rei da Igreja Anglicana).
Em seguida temos os filhos do ultimo rei citado:
- Eduardo VI: Dá continuidade a reforma do pai.
- Maria I: Casa-se com um rei católico e restabelece o catolicismo – através
da perseguição de protestantes.
- Elizabeth I: Retoma a política do pai (Henrique VIII), reforçando a política
mercantilista (intimamente relacionada ao domínio marítimo) e a posse das
colônias (América do Norte – Vírginia). Outro fato foi a Invencivel Armada
Espanhola (que até então detinha o domínio dos mares) que em uma
expedição tentou derrubar a Inglaterra, porém não obteve sucesso, sendo
derrotada por Elizabeth – o que reforçou o poderio inglês.
A morte de Elizabeth I marca o fim da Dinastia Tudor, pois não havia um
herdeiro direto ao trono. Neste contexto, o cenário apresenta a então
autoridade real consolidada, os grupos emergentes compostos por
mercantilistas e comerciantes; em contrapartida a aristocracia se apegava
muito a religião (desde que o mundo é mundo, a fé aparece como uma luz
que guia o homem além daquilo que a razão é capaz de explicar), o que
geraria certas turbulências no governo (o conflito entre católicos e
protestantes, que perduraria ainda por muito tempo...).
Dados tais fatos surge Jaime I (rei da Escócia e primo de Elizabeth I
para assumir o trono), que não recebeu apoio político por defender ideais
absolutistas do direito divino dos reis. Dentre suas medidas podemos citar a
união da Inglaterra e da Escócia; outro ocorrido foi a aliança entre este rei e
a nobreza, título eram vendidos a esta, consequentemente os burgueses e
o Parlamento (este o considerava estrangeiro e inapropriado ao cargo)
ficam descontentes com tais medidas. Jaime ainda adota o Anglicanismo,
desta forma persegue os católicos e calvinistas, isto somado ao controle
das finanças sem a intervenção do Parlamento (imposição de medidas
como monopólio real) ocasionaram fugas ao Novo Mundo (as colônias na
América do Norte – o navio Mayflower).
Com a sua morte, seu filho Carlos I chega ao poder, tentando reforçar o
absolutismo e seus poderes cobra novos impostos sem aprovação do
Parlamento (gerando tensão entre a Coroa e o Parlamento). Sendo assim,
teve que assinar a Petição dos Direitos, uma espécie de Segunda Carta
Magna inglesa, que limitava os poderes monárquicos (submetidos ao
Parlamento). Algum tempo depois, Carlos I dissolve o Parlamento, contudo
uma rebelião na Escócia (que viria a ser uma Guerra Civil) fez necessária a
arrecadação de fundos para conte-la (tentativas frustradas de tributos
feudais, monopólios, multas e impostos), e o rei teve de reconvocar o
Parlamento.
Neste período as forças inglesas aparecem divididas:
CAVALEIROS
Favoráveis ao Rei
Latifundiários
ROUNDEHEADS ou Cabeças redondasdevido ao corte de cabelo curto, contrariando
o costume da época (cabelos longos)
Favoráveis ao Parlamento
Pequenos proprietários, comerciantes e
manufatureiros
Calvinistas
Anglicanos e
católicos
Os “roudheads”, comandados por Oliver Cromwell, derrotam os
Cavaleiros em Naseby. O então rei Carlos I (que estava fugindo) se rende,
mas tenta reorganizar seu exército; acaba sendo derrotado definitivamente.
Foi preso e condenado pelo Parlamento (59 votos à favor), sendo
decapitado em frente ao Palácio de Whitehall em Londres; este foi um
marco pois pela primeira vez um rei era executado por ordem do
Parlamento e não por intrigas palacianas, além de ter sepultado ideais como
o “direito divino e absoluto dos reis”.
O cenário da época foi denominado por alguns historiadores como
século das Luzes, caracterizado pelas novas idéias e moldes
contemporâneos. Entra em cena o Regime Republicano.
Oliver Cromwell assume o governo, no início com apoio do Parlamento.
Em 1653 dissolve o Parlamento e institui e ditadura, sendo ele o Lorde
Protetor da República. Durante sua atuação a Inglaterra vai ganhando os
moldes de potência que, de fato, viria a ser; para tanto algumas medias
foram tomadas. Como os Atos de Navegação que protegia os mercadores
ingleses e suprimiam a participação holandesa, eliminando concorrentes, tal
imposição ocasionou uma guerra entre Inglaterra e Holanda. Os ingleses
saíram vitoriosos consolidando desse modo sua hegemonia marítima.
Oliver morre em 1658 marcando o fim da ditadura, o cenário instável da
época somado ao insucesso de Richard Cromwell (filho de Oliver) faz com
que o Parlamento retorne e restabeleça-se a monarquia, com o retorno dos
Stuart.
Carlos II (filho do rei Carlos I que foi decapitado) é coroado, o que
marcou a Restauração monárquica. O rei era simpatizante do catolicismo e
tenta restabelecer o absolutismo. Enquanto isso o Parlamento se divide
entre:
- Whig: composto por burgueses liberais, adversários dos Stuart e
partidários do Parlamento.
- Tory: mais conservadores, a favor do absolutismo, pró – Stuart, eram em
sua maioria adeptos do anglicanismo.
Jaime II irmão e sucessor de Carlos II, dá continuidade a política deste.
A oposição dos Whigs torna-se mais intensa e um fato derrubaria seu
governo: Jaime II casou-se duas vezes, na primeira com uma protestante
(tendo duas filhas com esta), já na segunda vez com uma católica (tendo
um herdeiro com esta); o herdeiro por ser católico era uma ameaça a Whigs
e Tories porque ele poderia num futuro restaurar o absolutismo e o
catolicismo.
Sendo assim Guilherme de Orange, que era casado com uma das filhas
do primeiro casamento de Jaime II, assume o trono em um acontecimento
que ficou conhecido como a Revolução Gloriosa. No seu governo,
Guilherme jura “Bill of rights” (Declaração dos Direitos) que foi a base da
monarquia parlamentar, decretando um exército permanente, liberdade de
imprensa e individual, proteção a propriedade privada e a autonomia do
poder judiciário. Outro ocorrido foi o Ato de Tolerância que decretava a
liberdade religiosa.
O que se pode concluir com tais estudos?
A monarquia absolutista foi substituída pela Monarquia Parlamentar
Constitucional; muitos comparam o papel da revolução Gloriosa à
importância que a Revolução Francesa teve a França. As revoluções
criaram as condições propicias ao desenvolvimento da burguesia e a
eclosão posterior da Revolução Industrial, nesta a Inglaterra foi pioneira,
pois reunia as condições favoráveis e essenciais:
- acumulo de capital no capitalismo comercial;
- poder naval e as colônias (conseqüências da vitória sobre a Invencível
Armada espanhola e aos Atos de Navegação);
- Banco da Inglaterra (fundado após a Revolução Gloriosa) junto a
Companhia da Índias estimularam a produção de matéria prima básica
(tendo destaque o setor têxtil);
- os acontecimentos levaram ao Êxodo Rural, no qual a mão de obra
abundante e como conseqüência barata;
- abundancia de ferro e carvão (essenciais ao processo).
Revoluções acontecem a todo momento, em todos os lugares. Imagine
a Inglaterra como uma criança teimosa, que cresceu e passou por muitos
obstáculos até chegar ao posto de potência. Revolução é lutar por algo, é
alcançar objetivos e atingir metas. O conceito está intimamente ligado a
evolução,pois esta faz parte da essência do homem.
Agradeço a atenção daqueles que leram o texto, e estão assim como a
Inglaterra, ou outros países, trilhando uma jornada chamada história; nesta
muito já aconteceu, porém sempre há muito mais por vir.
Fontes: História Geral; Claúdio Vicentino; Ed. Scipione; páginas 212-217.
e Apostila UNO; História; n7 (A gestação do mundo burguês); Capítulo 1.
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