lendo - - Loja Maçônica Renascença Maranhense Nº621

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LOPES BOGEA, suas máxima, poesias e profecias,
Helio Viana junho de 2012
A "turma dos 10", quando iniciamos, na verdade éramos 9. Na 1ª sessão seguinte, chegou o Ir.
Miguel Roedler, iniciado na Loja Regeneração Sul Bahiana de Ilhéus-Bahia com prancha
autorizando-o a dar seqüência da sua vida maçônica na Renascença Maranhense. Daí o título de
Turma dos 10.
É impressionante a sintonia recíproca desses aprendizes com dois sapientes Mestres; Raimundo
Lago e João Batista Lopes Bogea; estes os “adotaram”, aqueles sempre os veneraram.
É óbvio que muitas instruções maçônicas sempre são dadas fora da Loja, de maneira informal e
fácil assimilação; para nós, as mesmas, normalmente aconteciam nas manhãs de domingos no
Asilo, ministradas pelos sapientes mestres, seguidas de um banho musical e aquecidas por
“pólvora amarela”.
Lopes Bogea era da Loja 17 de outubro, onde também fez história. Era normal estarmos
presentes também nas suas sessões às segundas feiras e, nas 6ª feiras, ele sempre estava conosco
na Renascença.
HINO DA LOJA
Em sessão do dia 01/08/75, O Ven. Mestre Ir\ Raimundo Lago colocou em apreciação do
plenário da Loja a letra de uma canção “Renascer é Viver”- de autoria do Ir\ Bogea, que em
seguida a cantou, com acompanhamento musical de um gravador, sendo calorosamente
aplaudido. O Ir\ Feitosa de imediato propôs que a mesma fosse adotada como Hinoda Loja
Renascença e gravado um disco para ser tocado em todas as Sessões solenes; foi a provado por
unanimidade.
NOSSA BIBLIOTECA
Em diversas Atas, ao longo do tempo há cobranças e incentivo dos IIr\ Padua, Domingos Matos
Pereira e Lopes Bogea, entre outros, para que fosse instalada uma biblioteca na Loja, inclusive
com algumas doações e trabalhos feitos por ele. Nada mais que justo que o local desse acervo
tenha o seu nome.
SUA INCLUSÃO EM NOSSO QUADRO
Diante dessa convivência fomos conhecendo seus valores e trabalhos realizados. Segundo
consta em nossa Ata de 29/08-75, apresentamos proposta para a sua aquisição como Membro
Honorário de nossa Loja, já que sua filiação iria onerá-lo, pesando no seu orçamento. Consta
que “devido a problemas da atual legislação maçônica (???), o assunto ficou sob malhete...”
No mês seguinte a justificação foi a falta do Orador de Ofício e o tal problema da “legislação
Maçônica” – que eu nunca soube- perdurou por quase 3 anos. Constantemente eu cobrava em
Loja, até que em 09/12/77 (segundo a Ata dessa data) insisti para colocar em votação e foi
aprovada por unanimidade. Nessa noite ele não estava presente; logo após a sessão fui à sua
casa, com duas dúzias de cargas de “pólvora amarela”, para festejar a sua inclusão oficial em
nosso quadro.
A formalização deu-se em 24/02/78.
Devido ao período em que fiquei “adormecido”, desconheço as providencias formais que o
tornou membro efetivo do quadro.
SUAS MÁXIMAS
Elas estão presentes em quase todas as suas canções e poesias alem daquelas que eternizamos
em nossas instalações, sendo a mais destacada que “Neste Asilo há zelo”, na entrada do seu
pavilhão central.
APELIDOS: citando apenas dois parentes meus que nos visitaram – o violeiro meu Tio Nego
Viana, um dos autores da letra da musica sertaneja “O Rei do Gado”, já falecido, nunca foi
negro, ele apelidou de “Tio Preto”; meu sogro, Felice Vissicaro, ainda vivo, com 95 anos, que
gostava da água e castanha dos cocos, apelidou de “roe côco”, assim como a vários outros IIr\
MORRO DO ALECRIM E SUAS PROFECIAS
Não me lembro de algum outro Irmão ter se referido antes a um local atrás da nossa capela, sob
a sombra das mangueiras, como o “Morro do Alecrim”, como o fazia constantemente o Ir\
Lopes Bogea. Alí, para que eu levasse para São Paulo, ele usando o gravador do meu carro,
gravou uma fita com sua canção “Exaltando minha terra”, que ainda hoje mexe com minhas
emoções. Numa época em que ninguém falava em Vale do Rio Doce e o Porto Itaqui ainda
engatinhava ele profetizava os dias atuais, exalta nossas belezas naturais, alem de registrar parte
da nossa historia.
Há alguns anos, nessa mesma época, pedi à sobrinha Heleudes que me digitasse a sua letra, vale
a pena le-la:
“EXALTANDO MINHA TERRA"
Eu nasci em uma terra,
onde a beleza se encerra...
é meu sagrado torrão.
tem sobradões de azulejos,
onde na história vejo,
sinhazinhas e barões...
sacadas lindas de ferro,
e pedras de cantaria,
com trabalhados balcões...
é terra de serenatas,
violões, grogues, mulatas,
e seus famosos pregões:
“arroz de cuxá...",
“pamonha tá quentinha...",
"pirulito...", "derresso...".
Esta terra altaneira,
é atenas brasileira,
meu Maranhão.
(bis)
Cidade dos meus amores,
jardim repleto de flores,
riquezas, encantos, luar.
na "Baia de São Marcos",
velas promessas e barcos,
no verde azul deste mar.
entardecer cor-de-rosa,
terra de fontes famosas:
"Bispo","Pedra",Ribeirão".
ilha de gente feliz...
cidade de São Luis,
capital do Maranhão.
Está terra altaneira,
é atenas brasileira,
meu Maranhão. (bis)
As praias de "Olho D´Água",
"Ponta
D´Areia"
Das
Magoas,"Araóca", "Araçagi".
"Caóca" e "Bate Vento"...
Lençóis praia monumento,
a natureza está ali.
"Itaqui" porto menino,
Alcântara, festa "Divino",
São José de Ribamar.
"Bumba-Meu-Boi" tão bonito,
procissão, povo contrito,
tambor-crioula... Oxalá.
Guimarães, Cururupu,
pescado e camarão,
coco-óleo babaçu.
mamona e algodão,
ajudando esta nação,
abastece o norte e o sul.
minha terra é de esperança,
o progresso lá avança,
cada dia, dia mais,
siderúrgica chegando,
Itaqui-porto exportando,
minério de Carajás.
está terra altaneira,
é atenas brasileira,
meu Maranhão. (bis)
está terra altaneira,
é atenas brasileira,
meu Maranhão. (bis)
´Tio Hélio, agradeço pela lembrança de papai , neste dia de São João Batista, seria seu
aniversário. Vivo sei que ele está, pois sua poesia ficou na história.
um abraço de sua sobrinha, Heleudes Bogéa
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