Capitulo_2

Propaganda
Márcia de Castro Oliveira Pólo: Marabá
Capítulo 2 – Conceitos antigos e atuais sobre meio ambiente
1.1) Mudanças da visão geral sobre a conservação do meio ambiente
O conceito de Freitas apresenta uma nova abordagem sobre o meio ambiente, antes
considerada como atraso, e impossível de ser cultivada junto com as regras de sucesso
econômico: “[...]A relação exemplar entre ética e economia pode servir de grande motor
para a enriquecida economia do bem-estar multidimensional, assimilado o bem-estar
como direito fundamental, a ser vivenciada com equidade, lisura e sem provocar
sofrimento alheio.” (FREITAS, 2011).
Há alguns anos, era difícil ouvir estudantes e famílias conversando sobre o meio
ambiente e a degradação que este sempre sofreu por causa do comportamento destrutivo
do ser humano. A produção e consumo sempre foram o foco dos esforços da indústria,
comércio e política eo tema“meio ambiente” só foi abordado pela nossa lei Fundamental
em 1988.“O despertar ecológico, embora explosivo em várias partes do mundo, é
relativamente recente e, por isso mesmo, carente ainda de melhor proteção jurídico
institucional.” (MILARÉ, 2007). O debate dos governos mundiais sobre o grande
aumento da poluição já tinha sido discutido em 1972, na Conferência do Meio
Ambiente, em Estocolmo, capital da Suécia, abordando “o impacto que as organizações
causavam ao meio ambiente.” (TRIGUEIRO, 2009).
Depois que todos os meios de comunicação começaram a noticiar as descobertas e
resultados de pesquisas sobre efeito estufa, aquecimento global e como esses resultados
ambientais afetariam a economia mundial, o assunto começou a ser motivo de mudança
de paradigmas da gestão de empresas aos lares do mundo todo. De acordo com Freitas
“É importante reconhecer, vez por todas, que existe verdadeiro conflito valorativo e
biológico, que não pode mais ser negligenciado. Um conflito de paradigmas em matéria
de sobrevivência, que não se deixa contornar, a não ser pelo abandono resoluto de um
dos padrões.” (FREITAS, 2011).
Na atualidade, discussões e notícias sobre o uso de sacolas plásticas, reciclagem e
sustentabilidade são comuns nos noticiários, escolas e no trabalho. Os novos desenhos
animados infantis estão cheios de lições de conservação e respeito ao meio ambiente.
Até um “selo verde” está disponível para as grandes construções que utilizam seus
recursos de maneira ecologicamente consciente com medidas sustentáveis adotadas
tanto na construção, quanto na sua manutenção diária, “o cenário aponta para um
comportamento raro, quando os interesses econômicos se unem aos ambientais. Isso
porque, apesar de o custo da construção ser de 1% a 7% mais caro, em média, a
valorização estimada na revenda é de 10% a 20%, além de o investimento proporcionar
até 30% de redução no valor do condomínio e diminuição média de 9% no custo de
operação durante toda a vida útil, de acordo o Green BuildingCouncil Brasil (GBC
Brasil), que orienta a respeito do selo Leed (sigla em inglês para liderança em design em
energia e meio ambiente) no país.” (GASPARIN, 2012.)
Esse “comportamento raro” é apontado como a regra em um futuro próximo. Empresas
que tem comportamento ecologicamente adequado são bem vistas pela sociedade, que
se tornou um agente fiscalizador dos abusos que agridem o meio ambiente.
Revistas de alta vendagem e reconhecimento batem pesado na tecla do papel da política
em relação à preservação da natureza. Recentemente a revista Veja questionou o Novo
Código Florestal Brasileiro em relação aos manguezais (ecossistema de transição entre
o mar e o continente), pois, o texto, já aprovado pelo Senado e em breve na Câmara dos
Deputados, disponibiliza de 10% a 35% das áreas de mangue para a instalação de
salinas e criação de camarões. (SALVADOR, 2012, p. 108-112.)
Márcia de Castro Oliveira Pólo: Marabá
.
É o temor das consequências que assombra o futuro e traz novas abordagens sobre o
meio ambiente e que sua preservação é de extrema necessidade e urgência, levando em
consideração o muito que já se fez para destruí-lo.
Márcia de Castro Oliveira Pólo: Marabá
1.2) Sustentabilidade
A sustentabilidade tem ganhado força no mundo todo. As grandes empresas que não
apresentam nenhum interesse pela prática do assunto são vistas com maus olhos pela
sociedade e grandes investidores. Países ricos têm sido pressionados por aqueles que já
apresentam resultados no processo de adaptação. Em seu livro Sustentabilidade: direito
ao futuro, Freitas indica a insaciabilidade como oposto da sustentabilidade:
[...] Nessa medida, o diagnóstico não deixa maiores dúvidas: muitos muros
mentais terão de cair, dado que a cultura: muitos muros mentais terão de cair,
dado que a cultura da insaciabilidade é autofágica e se destrói, como atesta o
perecimento de várias civilizações.
Pra sair da rotina insana, a presente sociedade do conhecimento terá de se
tornar uma sociedade do autoconhecimento. Somente assim experimentará
chances objetivas de fazer frente à gravidade dessas múltiplas crises que
interagem entre si. Crise do aquecimento global, do ar irrespirável, da
desigualdade brutal de renda, da favelização incontida, da tributação
regressiva e indireta, da escassez de democracia participativa, das doenças
facilmente evitáveis, da falta de paternidade consciente, do stress hídrico, da
queimada criminosa, assim por diante.
Certo, os remédios contra a insaciabilidade despótica, verdadeira síndrome,
podem apresentar efeitos colaterais e suscitam resistências e discussões.
(FREITAS, 2007.)
O Brasil encontra vantagens econômicas na sustentabilidade, pois, por ser um país
ecologicamente riquíssimo, está em franca evolução no aprendizado do crescimento
econômico sustentável, que permite que o país explore seu potencial na produção de
suas matérias primas abundantes, com domínio dobre suas características renováveis e
não renováveis, tornando assim, a sustentabilidade como uma visão ecológica e
econômica extremamente viável.
[...] a preservação do meio ambiente precisa ser apoiada, uma vez que o
crescimento econômico desequilibrado pode ocasionar desastres naturais
inimagináveis. A água, por exemplo, em breve se tornará escassa, devendo se
transformar em objeto de disputa. Em outras palavras, os recursos não
renováveis do planeta precisam estar contemplados nas propostas de
desenvolvimento sustentável.”
(MENDES, TREDEZINI, BORGES E FAGUNDES, 2009.)
Segundo Milaré,“Como atributo, a sustentabilidade dos recursos está associada à sua
durabilidade, ou seja, um bem ou recurso é sustentável na medida em que pode – ou
deve – durar para tender às necessidades dos ecossistemas sociais (em particular nos
processos de produção e consumo).”(MILARÉ, 2007).
As gerações futuras terão uma primeira impressão diferente de sustentabilidade se
comparada com a visão das gerações passadas à atual (sendo que nos dias atuais
experimenta-se os impactos da adaptação), pois, daqui para frente, esta já estará inserida
na formação ética e mercadológica dos profissionais das mais diversas áreas. A cada
dia, estudos e conceitos são explorados ao máximo para desenvolver maneiras de
produzir de forma renovável e descobrir opções para se aproveitar o que antes era
descartado. Sustentabilidade é um conceito do saber produzir e usufruir sem deixar a
ética, moral e cidadania para trás.
Download