Atração de insetos pela iluminação artificial com enfoque nos

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Atração de insetos pela iluminação artificial com enfoque nos
coleópteros
Medeiros, B. A. S.
Instituto de Biociências – Universidade de São Paulo
Entre as espécies coletadas em mais de 3 dias,
Introdução
A atração de insetos pela iluminação artificial é
um fenômeno comum e o conhecimento
preciso das causas dessa atração pode trazer
subsídios para evitar a disseminação de
doenças, ataque de pragas e desequilíbrio
ecológico,
entre
outras
possíveis
1
conseqüências dela .
O principal mecanismo de atração ocorre
quando o inseto toma uma fonte de luz
terrestre (em vez de celeste) como referência
2,3
para navegação . Uma vez que ele se
movimenta em relação a essa fonte, o inseto
acaba realizando um movimento curvo em
direção à referência. Nesse caso, a radiação
ultravioleta (UV) pode ser um indicador
importante, uma vez que, num ambiente sem
iluminação artificial, ela é emitida quase que
exclusivamente pelos corpos celestes.
Em geral, os insetos são mais atraídos por
4,5
lâmpadas emissoras de UV . Assim, o objetivo
deste estudo foi testar o poder de atração de
diferentes lâmpadas sobre os insetos e,
enfocando as espécies de Coleoptera e tentar
detectar se há diferenças no nível de espécie
com relação ao padrão geral.
Material e Métodos
As lâmpadas de postes adjacentes foram
trocadas, ficando com a seguinte configuração:
• Lâmpada de vapor de mercúrio (HG). Emite
principalmente azul, violeta e UV.
• Lâmpada de vapor de sódio (NA). Emite
principalmente amarelo e um pouco de UV
• Lâmpada de vapor de sódio com placa de
policarbonato como filtro para raios UV (NF).
• Poste sem lâmpada, como testemunho (T).
Foram instaladas armadilhas próximas à
luminária de cada poste, contendo álcool a
70% para sacrificar os espécimes coletados.
Por meio de ANOVA, comparou-se o número
total de insetos, de coleópteros e de indivíduos
de cada espécie coletados em cada armadilha.
Resultados
Os insetos como um todo e os coleópteros
seguiram o padrão de atração HG>NA>NF>T
(p < 0,001).
observou-se comportamentos distintos:
• A: 25 espécies que foram mais atraídas por
HG e não diferenciam as outras lâmpadas.
• B: 7 espécies que foram mais atraídas por
NA e não diferenciam as outras lâmpadas.
• C: 3 espécies que não diferenciam HG de
NA, mas diferenciam pelo menos uma dessas
de NF e T.
• D: 31 espécies que não foram atraídas
diferencialmente por qualquer lâmpada.
Discussão
Quanto aos insetos e coleópteros como um
todo, o padrão segue a literatura. As espécies
de Coleóptera do grupo A e do grupo C
seguem o padrão geral e provavelmente
possuem diferenças de sensibilidade ao UV.
O grupo B vai contra o esperado. São
formuladas duas hipóteses que não podem ser
falseadas no momento: repulsão dos insetos
pela luz azul (ou atração pela amarela) ou viés
da posição da lâmpada.
A maioria das espécies do grupo D apareceu
em número muito pequeno, com duas
exceções que podem estar sendo atraídas pelo
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álcool e não pelas lâmpadas .
Conclusão
Apesar da existência de variações, fica claro
que um fator crítico para a atração de insetos a
longa distância é a emissão de UV e esta deve
ser controlada.
Referências Bibliográficas
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