I ENCONTRO DE DIÁLOGOS LITERÁRIOS: Um olhar para além das fronteiras ISBN – 978-85-88753-26-6 IRACEMAS BRASILEIRAS: UMA LEITURA COMPARATIVA ENTRE O ROMANCE DE JOSÉ DE ALENCAR E A MÚSICA DE CHICO BUARQUE Lidio Zschornack (FECILCAM) Orientadora: Wilma dos Santos Coqueiro (FECILCAM) RESUMO Antonio Candido (2006), o expoente na crítica literária brasileira, destaca que a literatura, como toda arte, tem como paradigma a sociedade em si, pois é do meio social que vem as marcas ideológicas representadas nas obras literárias. Assim sendo, o romance Iracema, de José de Alencar, que veio a lume em 1865, e o poema Iracema Voou, de Chico Buarque, gravado em 1998, são obras revestidas com os valores sociais de épocas distintas. José de Alencar, destacado escritor brasileiro na época do Romantismo, apresenta a personagem Iracema de uma forma idealizada, mas também como metáfora da colônia explorada pelo europeu. Representa, assim, embora de maneira velada, a progressiva desculturação do povo indígena e o massacre físico imposto aos nativos. Por outro lado, o compositor Chico Buarque de Hollanda, ao resgatar a personagem Iracema, ele o faz dentro do contexto histórico brasileiro do final do século XX. A Iracema deste sublinha o sofrimento de cada brasileiro que precisa emigrar de sua pátria em busca de sobrevivência. Diante disso, esse trabalho objetiva comparar as representações simbólicas e culturais das duas Iracemas. A análise comparativa baseia-se nas teorias de Candido (2006), quanto ao enfoque sobre a intrínseca relação entre literatura e sociedade, nos estudos sobre as teorias póscoloniais de Bonnici (1998), bem como nos estudos de Ribeiro (1996) e Fortes (1998) sobre a obra de Alencar. PALAVRAS-CHAVE: José de Alencar; Chico Buarque; Iracema. 314