escola de aperfeiçoamento teológico disciplina

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IGREJA BATISTA DE BROTAS
EAT - ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO TEOLÓGICO
DISCIPLINA - MISSIOLOGIA
FACILITADOR - PROFº. LUCIANO HÉRBET
Sobre o nosso curso...
Minha oração é para que o Senhor abençoe este estudo proporcionando a cada um de nós um
intenso desejo de participar do plano de Deus para o mundo. É um grande privilégio para qualquer
crente participar da obra missionária, sendo um cooperador do Espírito Santo na evangelização de todos
os povos. Espero que, a partir de cada um de nós, o Espírito de Deus sopre um avivamento sobre a
nossa geração por evangelização.
Nossa disciplina está dividida em:
• Introdução (aspectos gerais)
• Módulo 1: A evangelização e a teologia
• Módulo 2: O propósito de Deus e a evangelização
• Módulo 3: A igreja e missões
• Módulo 4: A história de missões
• Módulo 5: Meu compromisso pessoal com missões
Este conteúdo será ministrado em 08 encontros semanais (totalizando 16 h/aula). Serão ainda
desenvolvidos dois trabalhos em grupos. As equipes formadas irão analisar e discutir os principais
aspectos de dois filmes de conteúdo missionário: “EE-TAOW” (produzido por Missões Novas Tribos) e
“EL HIJO DE LA PAZ” (de Don Richardson).
Cada aluno está recebendo uma apostila compilada a partir de vários artigos e livros e uma
mídia de CD contendo a apresentação das aulas em power point, apostila do curso, artigos, pesquisas e
livros sobre missões extraídos da internet.
Que Deus nos abençoe!
Luciano Hérbet - [email protected]
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INTRODUÇÃO
A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA HUMANIDADE
A Bíblia é clara ao afirmar que “todos pecaram” (Romanos 3:23). Todos os homens estão na
condição de pecadores caídos e em total rebeldia contra Deus, ou seja, todos os homens são inimigos de
Deus (Romanos 3:10). Todos estão mortos nos seus delitos e pecados e, portanto, perdidos
eternamente (Efésios 2:1; 5). A Bíblia revela que não há nenhum justo sobre a terra (Romanos 3:12;
Salmos 51:5; Eclesiastes 7:20) e por isso já estão condenados (João 3:18). O salário do pecado é a morte,
não somente a morte física, mas a morte espiritual (Romanos 6:23). As Escrituras nos revelam a terrível
condição daqueles que estão sem Cristo: estão separados eternamente de Deus!
A SOLUÇÃO PARA A HUMANIDADE
De acordo com as Escrituras, a fé em Jesus Cristo é o único caminho para a salvação eterna
(João 14:6; Romanos 10:9-13; Atos 4:12 e I Timóteo 2:5) e ainda, segundo a Bíblia, é desejo de Deus
“que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (I Timóteo 2:4). Entretanto,
como esses homens crerão na Palavra de Deus se não há quem a pregue para eles? Como crerão no
evangelho? (Romanos 10: 14-15a; 17). Através de mim, dos missionários e de toda a igreja as boas
novas devem ser anunciadas aos pecadores. Diante de tão grande responsabilidade, é só Paulo que
percebeu “... ai de mim, se não anunciar o evangelho” (I Coríntios 9:16b)?
A POPULAÇÃO MUNDIAL
• 1/3 das pessoas do mundo (2 bilhões) se auto denominam “cristãos”.
• 2/3 das pessoas do mundo (quase 4 bilhões) não são cristãos.
• 1/4 das pessoas do mundo (1 bilhão e meio de pessoas) nunca ouviram o evangelho e nunca
ouvirão a menos que alguém vá até elas para falar de Cristo.
Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo ainda não conhecem o evangelho de Cristo. Segundo as
estimativas, mais de 80 mil pessoas morrem diariamente sem Cristo no mundo. Vale ressaltar ainda que
dentre os 2 bilhões de pessoas que se autodenominam cristãos, encontram-se as denominações e seitas
que de alguma forma utilizam o nome de Cristo, mas que sabemos que estão distantes do verdadeiro
evangelho. De fato, a nossa tarefa está inacabada. Ainda falta muito! A nossa missão tem caráter de
urgência, pois milhões estão partindo para a eternidade sem Cristo.
“Mais de um bilhão de pessoas nunca ouviram ou conseguiram entender a mensagem de
Deus e Seu grande amor através de Jesus Cristo!”
A JANELA 10/40
Hoje, a realidade é que 97% das vidas não alcançadas do mundo estão na Janela 10/40, uma
área retangular em nosso globo que se estende do oeste da África até a Ásia Oriental. Subindo, a partir
da Linha do Equador, fica entre os graus 10 e 40, formando um retângulo. Nesta parte do mundo,
milhões de pessoas vivem com pouquíssima ou nenhuma chance de ouvir o evangelho. A janela também
abrange a maioria dos muçulmanos, hindus e budistas do mundo. A mais crítica de todas as áreas
dentro da Janela 10/40 é a Ásia. Mais de 80.000 morrem a cada dia nos países asiáticos, sem conhecer o
amor de Jesus Cristo. Apenas na Índia, há cerca de 500.000 vilarejos que nunca ouviram falar do
evangelho.
A SITUAÇÃO DOS POVOS NÃO-ALCANÇADOS
Nada foi tão terrível dentro da igreja para esfriar seu ardor missionário como a teologia
calvinista radical e o estranho conceito de que os povos não-alcançados são inocentes perante Deus.
Chamo a esse último de “o equívoco da inocência”. Alguns pensam equivocadamente que as pessoas
que não tiveram conhecimento algum das leis de Deus serão absolvidas de seus pecados, uma vez que
viveram na plena ignorância espiritual. Entretanto, esse pensamento não tem fundamento diante das
Escrituras que ensinam que todos os homens sem Cristo passarão por julgamento e já estão em estado
de condenação eterna (João 3:18). Lemos isso também em Romanos 2:11-16: “Porque, para com Deus,
não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os
que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus,
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mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem
naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a
obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos,
quer acusando-os, quer defendendo-os; no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por
Jesus Cristo, segundo o meu evangelho”.
Aquele que ouviu de Jesus será julgado levando em conta a oportunidade que teve e
desprezou. Aqueles que nunca ouviram serão julgados, tendo a seu favor o fato de não terem ouvido.
Contudo, segundo o texto, perecerão (Romanos 2:12). Porém, se o princípio encontrado em Lucas
12:48: “Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a
qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe
pedirá”. Se este princípio, como já dissemos, pode ser ligado a Romanos 2:12, poderíamos afirmar que
haverá graus de punição para os perdidos. Quem teve muitas oportunidades terá castigo mais severo;
quem teve poucas, castigo menos severo, e quem não teve nenhuma, castigo ainda mais brando. Foi o
próprio Senhor Jesus quem disse aos seus discípulos que haveria menos rigor para as terríveis pessoas
das cidades de Sodoma e Gomorra no dia do juízo, do que para aquelas que não os recebessem (os
discípulos) e nem dessem ouvido às palavras deles (Mateus 10:15; Lucas 10:10-12).
Fica claro que haverá graus de rigor no julgamento para todos os perdidos (entretanto, todos
estão irremediavelmente perdidos!). Porém, não cabe a nós o fazer asseverações ousadas sobre os
pormenores da punição para estes homens. Convém ir somente até onde a Bíblia nos permite. É
importante frisar que, esta atenuante sobre os graus de rigor, não deve nos levar a continuar
acomodados quanto à pregação do evangelho aos povos não alcançados. Vale lembrar que o “melhor”
lugar no inferno é infinitamente pior que o lugar mais “humilde” no céu.
UMA TRISTE REALIDADE
Embora 97% de vidas não alcançadas do mundo estejam dentro da Janela 10/40, menos de
0,05% do total de recursos provenientes das igrejas do ocidente estão sendo enviados para ajudar a
compartilhar a Boa Nova nesta região. Realmente há uma quantidade impressionante de trabalho para
fazer. Quais as razões pelas quais existem poucos missionários trabalhando dentro da Janela 10-40?
A DIFERENÇA ENTRE PAÍSES E POVOS
Povo ou etnia é o conjunto de pessoas que possuem a mesma cultura, costumes e língua.
Muitos países do mundo possuem um grande número de povos dentro de seu território, como a Índia, a
Indonésia e a Rússia. O Brasil também possui muitos povos em seu território. Há mais de 224 línguas
indígenas faladas no Brasil. Nosso país também precisa de missionários.
TRIBOS INDÍGENAS NO BRASIL
Existem 252 tribos indígenas em nosso país e destas, 133 tribos possuem algum trabalho
missionário e algumas delas já possuem liderança autóctone: Wai-Wai; Hixkariana; Sataré-Mawé;
Baniwa, Makuxi, Xavante, Terena, Tikuna. Infelizmente, ainda existem 92 tribos sem contato com o
evangelho.
OS POVOS E A TRADUÇÃO DAS ESCRITURAS
Há aproximadamente 6900 línguas em todo o mundo, mas apenas 5% desses idiomas possuem
a Bíblia completa e somente 14% possuem o Novo Testamento. Infelizmente 60% dos idiomas no
mundo não possuem nada ainda, nem mesmo João 3:16. Trata-se de uma triste e terrível notícia para a
igreja: A Palavra de Deus não está disponível para todos.
MISSÕES E EVANGELISMO
A palavra “missões” vem do verbo latim “mito”, que significa “enviar”. No Novo Testamento
aparece a palavra “apostello”, que tem o mesmo significado. Foi somente a partir do século 16 que a
palavra “missão” começou a significar a Igreja sendo enviada ao mundo. Portanto, a palavra “missão”
significa enviar. Quem primeiro se preocupou em “enviar” foi o próprio Deus. Em João 3:16 diz “Deus
amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna”. Através deste versículo, conhecemos a preocupação de Deus para
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com a humanidade decaída e distanciada dele, razão pela qual, enviou Jesus, o seu Filho Unigênito, ao
mundo para uma única missão.
A única missão de Jesus no mundo foi salvar o homem perdido (Leia Lucas 19:10). Em João 3:16
diz que Deus deu Jesus ao mundo. O verbo “dar”, neste texto, não é simplesmente alguém estender a
mão e oferecer alguma coisa a outro. É oferecer ou ofertar uma dádiva valiosa para alguém que não
merece, sem impor o recebimento de algo em troca. Foi exatamente o que Deus fez. Ofereceu o seu
Filho amado para resgatar o homem que havia se afastado completamente.
Para se entender missões é preciso partir deste princípio, que Deus deu o seu Filho e que o
próprio Filho se deu para salvação dos homens perdidos. Se compreendermos isso poderemos, então,
dizer: Missões é a obra de Deus dada à Igreja que, seguindo o exemplo de Cristo, proclama por palavras
e ações o reino de Deus, chamando todos ao arrependimento e a ter fé em Cristo, enviando-os a serem
seus discípulos.
Há diferença entre missões e evangelização? O plano de Deus para salvação do homem é
constituído de três elementos - a mensagem, o meio (recurso) e o processo (método). A mensagem é o
evangelho, o meio é missões (enviar) e o processo é a evangelização (proclamação). Em outras palavras,
missões e evangelização não são coisas distintas entre si, mas interligadas e completáveis, integrantes
do plano de Deus. A evangelização é o ato de proclamação da mensagem, a implementação de missões.
Didaticamente, a obra missionária é classificada em: Missões culturais - realizada dentro de sua
própria etnia, e missões transculturais - quando é realizada além de suas fronteiras culturais (transpor
barreiras étnicas para fazer discípulos de Jesus Cristo).
A OBRA MISSIONÁRIA
• Sua natureza - João 15;
• Sua funcionalidade - Atos 1:8; I Coríntios 3:9;
• Seus recursos - Ageu 2:8; II Coríntios 8:1-7;
• Seu alcance - Apocalipse 5:9.
A natureza de “missões” é divina, pois Cristo que a constituiu. Ele é o grande Missionário que
envia missionários para os campos. A igreja foi comissionada e está sob a autoridade do Senhor Jesus.
Ele é quem prover todos os recursos necessários. Através de seu Espírito a igreja é capacitada e guiada
para cumprir a sua missão. Seu alvo é o mundo inteiro. A igreja deve ser constituída de pessoas vindas
de todos os povos, línguas e nações. Cristo deve ser adorado por todos os povos. Portanto, é a glória de
Cristo o objetivo da obra missionária.
A igreja é o canal de Deus para providenciar os recursos financeiros necessários para o envio e
sustento digno dos missionários. A maior dificuldade para o cumprimento desse objetivo não está no
fato da congregação ser pequena e sem posses (como pensam alguns!), mas no coração da igreja que
ainda permanece carnal. Somente o homem espiritual, que busca primeiro as coisas do alto e que
prioriza o Reino de Deus, é capaz de se desprender das coisas materiais e coloca-las a serviço da obra
missionária.
A UNIVERSALIDADE DO PECADO E A NECESSIDADE DO EVANGELISMO
Como vimos anteriormente, o pecado é universal (Romanos 5:12). O pecado está em todo
lugar, mas o evangelho da salvação ainda não teve esse alcance. A nossa tarefa está inacabada! Embora
o alvo da obra missionária de Deus é alcançar todas as etnias (cerca de 24.000) para a sua glória, a
metade ainda permanece não alcançada. A Bíblia ensina claramente que a salvação é para todos: Deus
deseja a salvação de todos (I Pedro 3:9; I Timóteo 2:4 e João 3:16).
A URGÊNCIA DA OBRA MISSIONÁRIA
Porque pregar a todos os povos? Nós crentes precisamos refletir seriamente sobre isso, pois
essa tarefa foi confiada a mim por meu Senhor e Ele mesmo pedirá contas do meu serviço. Eis os
motivos que devem motivar meu coração para a obra missionária:
- A glória de Deus;
- A ordem de Cristo;
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- O amor de Deus para com todos os povos;
- A necessidade de obreiros para a seara: “como ouvirão se não há quem pregue?”;
- Por causa da terrível condição dos perdidos.
A obra missionária tem como objetivo estabelecer igrejas no mundo inteiro. O missionário
trabalha dedicadamente a fim de estabelecer igrejas que sejam:
• Auto-governadas: possuam liderança própria.
• Auto-sustentadas: independentes financeiramente.
• Auto-propagadoras: capazes de enviar e sustentar os seus próprios missionários.
A IGREJA E A CULTURA
Atualmente, a igreja autóctone é um dos termos mais explorados e discutidos em missiologia.
Igreja autóctone significa - originária de um país ou de uma região (nativo, indígena). Trata-se de uma
igreja com pouca ou nenhuma influência cultural de estrangeiros (missionários). Em Colossenses 3:11
podemos identificar a natureza supracultural do evangelho e da igreja. Na tarefa missionária é
necessário atentar para esses dois aspectos:
• Aspectos absolutos - fundamentos bíblicos
• Aspectos não absolutos - culturais
O missionário não pode impor sobre os novos crentes os padrões de sua própria cultura, senão,
a igreja não será autenticamente autóctone. Perceba aqui que me refiro à imposição da cultura do
missionário e não dos princípios bíblicos. O missionário não pode impor à sua cultura sobre a outra
cultura (do país evangelizado). Entretanto, muitos missiólogos e teólogos liberais confundem princípios
da Palavra de Deus com cultura. Acham por exemplo, que a música é neutra e esta não deve, de forma
alguma, receber qualquer influência por parte do missionário. Então na Bahia, por exemplo, deve se
permitir o uso do berimbau e a dança da capoeira no culto a Deus, uma vez que essas coisas são apenas
parte de uma cultura neutra. Hoje em dia, até virou moda no meio acadêmico de teologia a ideia de se
construir uma teologia essencialmente brasileira. Para eles, muitos aspectos das igrejas conservadoras
(como coral, cantor cristão, vestimentas, etc.) são produtos da influência norte-americana, trazida pelos
primeiros missionários. Entretanto, a cultura de qualquer povo não é neutra. Ela é construída a partir do
modo de vida de seu povo, moldada por seus costumes e crenças. Portanto, há padrões culturais que
precisam ser corrigidos pela Palavra de Deus por se constituir em desvios da vontade divina. Não é a
cultura que determina como deve ser aplicada a Palavra de Deus na igreja, pelo contrário, são os
princípios bíblicos, que são verdades absolutas e inegociáveis, que irão moldar a vida dos crentes.
Outro sério problema que tem comprometido a mensagem do evangelho é a identificação do
deus local (divindade cultuada) com IAWÉ. Muitos missionários no afã de evangelizar os povos não
alcançados têm substituído as nomenclaturas bíblicas para Deus por terminologias de divindades
adoradas em cada cultura. Muitos têm ensinado que Jesus Cristo é o filho de Alá na tentativa de tornar
o evangelho mais contextualizado para os muçulmanos. Entretanto, o termo Alá não é um nome geral
em árabe para “Deus”, mas a maior divindade dentre um panteão de deuses na religião islâmica.
Segue abaixo uma nota do Sr. Claudemir Oliveira, professor de história, a respeito dessa
questão: “Por falta de conhecimento da religião islâmica e de sua cultura, tem ocorrido várias falácias.
Para se converter ao islã é preciso dizer a frase deles: LA ILAHA ILAL LAH MOHAMMAD RAÇULUL LAH.
Significa: Não existe Deus além de Alá e Maomé é o seu mensageiro. Perceba que a palavra que
conhecemos por Alá é “Lah”, e a que significa Deus é “Ilal”. O nosso termo Deus em português é o
mesmo que Dios (espanhol), God (inglês) e Ilal (árabe). Alá não é termo genérico para Deus em árabe;
Alá é nome de uma divindade pagã adorada pela tribo de Maomé, os coraixitas, a centenas de anos
antes de ele nascer. Alá era o principal deus da Caaba, aquela pedra preta que todos em peregrinação
deve visitar uma vez na vida. A Caaba era composta por mais de duzentas divindades, e Alá era o deus
principal desse panteão. Quando Maomé começou a conquista pela espada enfatizou Alá sobre
qualquer daquelas divindades”.
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MÓDULO 1: A EVANGELIZAÇÃO E A TEOLOGIA
Este módulo mostra que a teologia de missões deve ser compatível com a evangelização
teocêntrica, ou seja, que a tarefa missionária da igreja precisa ser essencialmente bíblica. Em tempos
em que se pedem “uma nova teologia para a nova geração”, precisamos retornar ao ensino bíblico de
evangelização encontrado no Novo Testamento. Nos dias atuais, o foco da evangelização saiu de Deus
para o homem. A evangelização antropocêntrica ensina que o homem é tão importante para Deus que
este teve (obrigatoriamente) que enviar seu Filho para salvá-lo. O “evangelho” atual descarta a atuação
soberana do Espírito de Deus na salvação dos pecadores e lança mãos de outros recursos
(principalmente os de entretenimento) para integrar o “perdido” à igreja. Este módulo tem como
objetivos:
Mostrar que o egocentrismo (em todas as suas dimensões) é um obstáculo à fé bíblica.
Mostrar que a mensagem do evangelho, segundo as Escrituras, é um convite divino para o
arrependimento de pecados, para confiar em Cristo como Salvador e para servi-lo em santidade.
Mostrar que “pregar a Cristo” é anunciar a sua morte e ressurreição.
Ensinar aos crentes que evitem o “evangelho” racional, humanístico, social e da libertação,
proposto pelos líderes das igrejas liberais.
A BASE BÍBLICA PARA A EVANGELIZAÇÃO
O Espírito de Deus nos deu o grande privilégio de nos tornarmos seus cooperadores na singular
missão de salvar os pecadores. Ele providenciou absolutamente tudo que precisamos para anunciar as
boas novas de salvação, não deixando nenhuma dúvida de como o crente deve agir. Nas Escrituras
encontramos:
1) O mandato da evangelização;
2) A mensagem;
3) O modelo da evangelização;
4) O poder para evangelizar.
O MANDATO DA EVANGELIZAÇÃO
É uma ordem divina. Trata-se de um mandato ou preceito de Deus. É uma missão designada
pelo Senhor, Rei e Soberano aos seus servos para evangelizar todos os povos:
Gênesis 12:3;
Mateus 28:18-20;
João 15:16;
João 20:21;
Atos 1:8.
Há uma chamada geral para toda a igreja realizar a obra missionária. Todos os crentes, das
crianças aos idosos, são responsáveis pela evangelização do mundo. Deus também faz uma chamada
específica para alguns crentes deixarem à sua pátria e à sua família para pregar as boas novas de
salvação a outros povos. Portanto, a base correta para a obra missionária é a obediência ao “ide” de
Jesus (ordem divina). Realizar missões baseadas em motivações equivocadas podem gerar decepções e
fracassos no ministério. Algumas razões não bíblicas que levam alguns crentes aos campos missionários:
• Compaixão pelo estado de miséria de um povo;
• “Não dei certo em nada da vida, vou tentar ser um missionário”;
• “Desejo “civilizar” um povo primitivo”;
• “Vou atender as enfermidades dos índios, dos ribeirinhos, etc.”;
• “Quero conhecer lugares diferentes...”;
• “Quero me aventurar nas selvas e regiões isoladas da civilização”;
• Fugir de situações difíceis do meio em que vive.
O chamado missionário da igreja se baseia nos seguintes fundamentos:
• No amor a Cristo e as pessoas;
• Na obediência a Grande Comissão;
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• No conhecimento dos fatos de Romanos 10: 13-14;
• Na firme convicção de um chamado específico;
• Em imitar a Cristo.
A MENSAGEM
O conteúdo da evangelização é a palavra da cruz (I Coríntios 1:18). Deus nos confiou a
proclamação da ação redentora e reconciliadora de Cristo na cruz. A pregação é a palavra da fé
(Romanos 10:8), pois Cristo é achado pela fé (Romanos 10:9; 10; 17). Qualquer iniciativa ou programa
de evangelização cujo conteúdo não é a “palavra da cruz”, não é de fato, uma evangelização bíblica. A
evangelização não é:
• Explicação da vida e seus problemas;
• Afirmação de idéias que os homens devam experimentar e praticar;
• Uma ética que deve mudar o mundo ou o modo de agir do ser humano;
• Mais uma verdade ou uma doutrina.
Evangelizar é dizer “trago boas novas de grande alegria”. É dizer que “segundo o evangelho da
glória do Deus bendito”, Jesus é “nossa esperança”! A mensagem da salvação é necessariamente
constituída pelo ensino da encarnação, expiação e ressurreição de Cristo. Logo, o evangelismo bíblico:
• Coloca a salvação nas mãos de Deus: (Jonas 2:9 e Efésios 2:8);
• Conclama os homens ao arrependimento: (Atos 3:19-20);
• Prega a Jesus Cristo como Senhor (II Coríntios 4:5);
• Anuncia todo o conselho de Deus (Atos 20:27);
• Glorifica a Deus (Atos 14:11-18).
O MODELO DA EVANGELIZAÇÃO
A pregação e o evangelismo pessoal constituem o modelo como a evangelização deve ser
realizada. Observe o ministério realizado por nosso Salvador Jesus Cristo (Isaías 61:1; Mateus 4:23):
• Evangelizou os apóstolos
• Evangelizou Nicodemos
• Evangelizou a samaritana
• Evangelizou um régulo
• Pregava nas cidades e nas sinagogas
Os apóstolos também pregaram o evangelho às multidões e às pessoas individualmente. Até
mesmo no Velho Testamento encontramos a pregação da palavra de Deus como a forma principal de
anunciar os desígnios de Deus:
• Noé, pregador da justiça (II Pedro 2:5)
• A pregação de Esdras
• Os profetas eram pregadores
O PODER PARA EVANGELIZAR
Jesus ensinou aos seus discípulos que sem a sua presença eles não poderiam realizar qualquer
obra para o Reino de Deus (João 15:5). Portanto, o poder para evangelizar não reside na capacidade
humana (seus cursos, intelecto e outras habilidades), e sim, na presença de Cristo. O Senhor Jesus
enviou o seu Espírito à igreja para que fosse capaz de dar um fiel testemunho de sua graça ao mundo.
Em Atos 1:8 lemos: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” A
virtude ou poder (no grego “dünamus”) do Espírito Santo é dado aos crentes para se tornarem
testemunhas fiéis de Jesus Cristo. A palavra testemunha foi traduzida do grego “martürios” que também
significa “mártir”. Somos fortalecidos pelo Espírito ao ponto de enfrentar a própria morte física por
amor a Jesus. A história do cristianismo comprova quantos servos fiéis foram assassinados por causa de
sua fé em Cristo. Nos dias atuais, muitos cristãos da “igreja perseguida” são martirizados por causa de
sua fé em Jesus cristo.
O Espírito santo nos concede poder para anunciar as boas novas de salvação para todas as
pessoas. Então, o que nós devemos fazer para ter esse poder?
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Convicção de pecado (Deus não derrama seu Espírito sobre a carne em pecado)
Humilhar-se perante Deus (depender totalmente de Deus)
Consagração (santidade no viver)
Oração e jejum (preparo espiritual)
O pecado é o único obstáculo ao poder de Deus na vida do crente. Por isso é extremamente
importante examinar-se a si mesmo para identificar se estamos em algum caminho ímpio. O salmista
desejando ter uma vida pura diante de Deus chegou a orar: “Quem pode entender os seus erros?
Expurga-me tu dos que me são ocultos.” (Salmos 19: 12). Para esse exame pessoal posso refletir:
o Tenho perdoado a todos?
o Fico irado?
o Há algum resquício de inveja em mim?
o Perco a paciência e fico irritado?
o Sinto-me ofendido com facilidade?
o Há algum orgulho em meu coração?
o Tenho sido desonesto?
o Tenho sido bisbilhoteiro?
o Critico os outros sem amor?
o Roubo a Deus?
o Sou mundano?
o Tenho furtado?
o Cultivo uma atitude de amargura contra os outros?
o Minha vida se caracteriza pela frivolidade?
o Tenho enganado alguém e deixado de fazer restituição?
o Mostro me preocupado e ansioso?
o Tenho sido culpado de pensamentos sensuais?
o Sou veraz no que digo ou antes exagero ou diminuo as coisas?
o Sou culpado do pecado de incredulidade?
o Tenho sido negligente na oração?
o Estou negligenciando a Palavra de Deus?
o Tenho deixado de confessar a Cristo abertamente?
o Sinto a responsabilidade pela salvação das almas?
o Perdi o meu primeiro amor, e não me sinto mais aquecido pelo fogo de Deus?
Não preciso orar para saber se Deus deseja que me envolva com missões. A Bíblia já confirma
que esta é a sua vontade para a minha vida e a de meus irmãos em cristo. O Espírito também já está
presente na igreja. Ele já está aqui! Ele está presente para que o crente possa viver a vida em Cristo. Seu
poder nos é dado para o empregarmos. Não é concedido para consecução de metas humanas. É dado
para levarmos pessoas a Jesus.
Não estamos sozinhos na obra missionária! O Espírito de Deus trabalha conosco, por isso jamais
deveríamos nos desanimar.
OPERAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO
1) Novo nascimento do Espírito;
2) Batismo no Espírito;
3) Habitado pelo Espírito;
4) Selado com o Espírito;
5) Cheio do Espírito.
Portanto a obra missionária...
... é consequência do poder do Espírito Santo (Atos 1:8; Efésios 3:16; 20)
... é consequência do chamado do Espírito Santo (Atos 13:2; 16:6-10)
... é consequência da orientação do Espírito Santo (Atos 16:6-8)
AS PROVIDÊNCIAS DO ESPÍRITO SANTO NA TAREFA MISSIONÁRIA E EVANGELÍSTICA
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• Capacita o crente: “A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras
persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; Para que a vossa fé
não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.” (I Coríntios 2:4-5). “Porque o nosso
evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita
certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós” - (I Tessalonicenses 1:5).
• Providencia dons para o serviço da igreja: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas
estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” - (I Coríntios 12:11).
• Abre as portas para a expansão do Reino: “E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e
glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida” (Atos 11:18).
• Vocaciona os missionários: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo:
Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” - (Atos 13:2).
• Dirige ou guia os missionários: “E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram
impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir
para Bitínia, mas o Espírito não lho permitiu. E, tendo passado por Mísia, desceram a Trôade. E Paulo
teve de noite uma visão, em que se apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à
Macedônia, e ajuda-nos. E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo
que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho” - (Atos 16:6-10).
MÓDULO 2: O PROPÓSITO DE DEUS E A EVANGELIZAÇÃO
Veremos nesse módulo que a evangelização do mundo é a tarefa suprema da igreja e que o
propósito supremo de Deus na evangelização é a sua própria glória. Desde o AT que existia o propósito
de fazer Deus conhecido em todas as nações. Portanto, a igreja dá continuidade à evangelização iniciada
no Velho Testamento e que foi realizada e ensinada por Jesus e seus apóstolos. Nosso desejo, através
desse módulo, é ensinar que “o objetivo final e mais elevado da evangelização não é o bem-estar dos
homens nem mesmo sua bem-aventurança eterna, mas a glorificação de Deus” (George Martin).
A NATUREZA DE DEUS PAI E MISSÕES
Deus é Espírito: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai
em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa
que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” - (João 4:23-24)
Deus é Luz: “E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não
há nele trevas nenhumas” - (I João 1:5).
Deus é Amor: “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor”; “E nós
conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e
Deus nele.” (I João 4: 8,16).
O AMOR DE DEUS
o Convida para um relacionamento pessoal - Jeremias 29:13
o É sacrificial - Romanos 5:8
o Abrange o mundo todo - I João 2:2
DEUS DESEJA SALVAR OS HOMENS PARA SUA GLÓRIA
o Salmos 19
o Isaías 11:9
o Apocalipse 5:9-10; 7:9-10
DEUS FILHO E MISSÕES
o Cristo também é luz
9
o Cristo também é amor
o Ele voluntariamente veio ao mundo
DEUS ESPÍRITO E MISSÕES
o Promotor de missões: Atos 13:1-4
o Coordenador de missões: Atos 16:6-9
o Convence o mundo: João 16:7-11
O TRABALHO CONJUNTO DA SANTÍSSIMA TRINDADE NA SALVAÇÃO DO PECADOR
O pecador, morto em seus pecados, não procura (não pode e nem deseja) a Deus. Em seu
amor, Deus é quem procura o pecador (Lucas 19:10):
• Deus Pai e a obra missionária: A carta “Aos Efésios” no capítulo 1 vai apresentar as três
pessoas da Trindade trabalhando conjuntamente para a salvação do homem. Nos versos 4 a 6 lemos:
“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si
mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez
agradáveis a si no Amado”. Portanto, o Pai:
Nos escolheu
Nos adotou
Nos guarda
O verso 6 nos informa qual o propósito de Deus em nos escolher, adotar e nos guardar: “... para
louvor e glória da sua graça”.
• Deus Filho e a obra missionária: Cada pessoa da Trindade não trabalha de forma
independente, mas Eles trabalham em conjunto e em perfeita harmonia para a nossa salvação. No
entanto, cada Pessoa tem um ministério especial a realizar. Efésios 1:7-12 nos mostra o ministério
salvífico realizado por Jesus:
Ele nos remiu (remir significa comprar. Ele nos comprou com seu sangue para nos libertar
da escravidão do pecado).
Ele nos perdoou
Ele nos revelou a vontade de Deus
Ele nos fez herança (em Cristo temos uma herança maravilhosa, conforme I Pedro 1:1-4,
como também em Cristo somos uma herança, ou seja, somos preciosos para Ele Deus, o Filho, é o
presente de amor do Pai para nós; e nós somos o presente de amor do Pai para o Filho.
O verso 12 nos informa qual propósito para Jesus nos remir, perdoar, nos revelar a vontade de
Deus e nos fazer sua herança: “Com o fim de sermos para louvor da sua glória” - Efésios 1:6.
• O Espírito de Deus e a obra missionária: Efésios 1:13 e 14 nos mostra a obra do Espírito:
“Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação;
e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da
nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória”. Portanto, o Espírito:
Nos selou (a salvação está confirmada. O selo denota posse. Deus colocou seu selo em nós!)
Nos deu um penhor (Ele é a nossa garantia de salvação)
O verso 14 nos informa o propósito do Espírito em nos selar e ser a nossa garantia: “para louvor
da sua glória”.
Muitas vezes, imaginamos que o motivo principal pelo qual Deus salva os pecadores é sua
compaixão por eles ou seu desejo de livrá-los do julgamento eterno; mas o propósito supremo de Deus
é sua glória. A Bíblia nos ensina que esse propósito de Deus sempre existiu e desde os tempos antigos
que Ele salva os pecadores através de Jesus para a sua glória. Veremos um pouco a teologia de missões
no Antigo e no Novo Testamento.
A TEOLOGIA MISSIONÁRIA NO ANTIGO TESTAMENTO
O EVANGELHO ANTES DE ABRAÃO
10
- Genesis 3:15: Deus promete um libertador: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a
tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
A ALIANÇA ABRAÂMICA E MISSÕES
- A Abraão (Gênesis 12:3): “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.”
- A todos (Gálatas. 3:7-9; 14): “Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão. Ora, tendo
a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a
Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos com
o crente Abraão. Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé
nós recebamos a promessa do Espírito.”
A ALIANÇA MOSAICA E MISSÕES
-- Escolha do povo (Êxodo 19:5,6): “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e
guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque
toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que
falarás aos filhos de Israel”.
- Propósitos para Israel - Deus se revelar aos povos!
O PERÍODO DAVÍDICO (REIS) E MISSÕES
- A influência de Davi
- A dedicação do templo
- As nações viriam atraídos até Jerusalém e o Templo
MISSÕES NO LIVRO DE SALMOS
- Salmos 67
- 175 aspectos relacionados a missões
O PERÍODO PROFÉTICO E MISSÕES
- Jonas (Deus envia-o para Nínive para anunciar a sua graça e chama-los ao arrependimento)
- Eliseu (governos estrangeiros ouvem acerca do Deus de Israel)
- Daniel (o testemunho de Daniel ao rei Nabucodonosor e a sua nação)
A TEOLOGIA MISSIONÁRIA NO NOVO TESTAMENTO
A VISÃO MISSIONÁRIA DE JESUS CRISTO
- Mateus 9: 35-38
- Jesus rompeu limites geográficos: Mateus 15:21: Marcos 1:38; Lucas 4:42-44
- Jesus rompeu as barreiras de sua época: Lucas 7:36-50; 18:15-17; 19:2-6
- Jesus rompeu as barreiras culturais: Samaritanos, romanos, cananeus, gerasenos, fenícios.
- Seu ensino tinha um enfoque mundial - Mateus 13:38; João 3:16, 10:16
TRÊS VERSÕES DA GRANDE COMISSÃO
- Mateus 28:18-19 - “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”
- Marcos 16:15 - “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.”
- Atos 1:8 - “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”
A ESTRUTURA DA GRANDE COMISSÃO
O alicerce - a autoridade de Jesus: Mateus 28:18 “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo:
É-me dado todo o poder no céu e na terra.”
A missão - fazer discípulos
A dimensão:
(1) Geográfico - os confins da terra: Atos 1:8
(2) Cultural/Linguístico - a todas as nações
11
(3)
Simultâneo: Atos 1:8
(1)
(2)
(3)
(4)
As implicações do “ide”.
Renúncia econômica
Renúncia social
Renúncia pessoal
Implica: compromisso com Jesus, a igreja, o mundo perdido, e consigo mesmo.
O LIVRO DE ATOS E MISSÕES
Primeiros convertidos eram Judeus
Cap. 8: Samaritanos e o eunuco etíope
Cap. 9: Paulo aos gentios (9:15)
Cap. 10: Pedro e a conversão da casa de Cornélio
Primeira igreja entre gentios - Cap. 11:25,26
Envio de Paulo e Barnabé - Atos 13
Cap. 13 a 28 - até os confins da terra
O APÓSTOLO PAULO E MISSÕES
O credo missionário de Paulo - Romanos 1:14-17
A mensagem de Paulo - I Coríntios 1:17
A estratégia missionário de Paulo - Romanos 15:18-21, I Coríntios 9:19-23
A dedicação de Paulo - II Coríntios 12:15
A confiança de Paulo - I Coríntios 2:4-5
A conduta de Paulo - I Tessalonicenses. 2:10; Gálatas. 2:20
AS EPÍSTOLAS E MISSÕES
Nas epístolas encontramos o ensino sobre o pecado universal, o desejo do coração de Deus em
salvar o ímpio e o compromisso que o crente deve ter com a salvação do mundo. Sabendo que o
homem está perdido, mas que Deus deseja a sua salvação e já providenciou a sua reconciliação através
de Jesus, cada crente deve agora se empenhar em anunciar essas boas novas. Em relação a visão
missionária, portanto, destacam-se as igreja de Filipos e Tessalônica.
CONCLUSÃO SOBRE A TEOLOGIA MISSIONÁRIA NAS ESCRITURAS
Apesar de ênfases diferentes, o Antigo Testamento e o Novo Testamento possuem a mesma
visão: O nosso Deus é o Senhor e Salvador do mundo para a sua própria glória! Em ambos os
testamentos encontramos a salvação somente pela fé em Jesus. Os crentes do passado olhavam para
frente (futuro) e criam na promessa do Messias. Os crentes neotestamentários olham para trás
(passado), para o gólgota, e creem que ali Cristo pagou por seus pecados.
No Antigo Testamento, o plano missionário de Deus se baseava em Israel como testemunha de
sua graça. Israel atrairia as nações para si através de sua submissão a Deus. Nesse caso, as nações viriam
até Israel para conhecer e adorar ao único e verdadeiro Deus. No Novo Testamento, Deus envia a igreja
para as nações do mundo inteiro. Nós é que iremos às nações para testemunhar do maravilhoso amor
de Deus.
O MOVIMENTO DE MISSÕES NA BÍBLIA
Velho Testamento: Israel
Novo Testamento: Igreja
Nações (centrípeta)
Nações (centrífuga)
O FATOR MELQUISEDEQUE E O FATOR ABRAÃO
Essas expressões “fator Melquisedeque” e “fator Abraão” foram criadas pelo missionário Don
Richardson. O primeiro fator refere-se a revelação geral de Deus e aponta para a semente do evangelho
deixada por Deus em cada cultura do mundo. É a “ponte” que o missionário pode identificar para
introduzir a verdadeira mensagem de salvação. O autor dá o exemplo de uma tribo da Indonésia que
para ter seus pecados perdoados, colocava uma galinha amarrada em um pequeno barco de madeira e
simbolicamente cada membro daquela tribo depositava seus pecados ali (o barquinho era levado pelas
correntezas do rio). O sacrifício daquele animal significava o perdão de seus pecados.
12
Já o fator Abraão é a verdadeira mensagem do evangelho. É a revelação especial através da
“aliança Abraâmica”, ou seja, a bênção prometida que é a redenção mediante o Messias. E o alvo dessa
bênção é “todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3).
Nota: As Escrituras dizem “todas as famílias da terra” e não cada pessoa na terra - de outro
modo, a aliança Abraâmica serviria de base para uma doutrina de salvação universal.
o Fator Melquisedeque: O mundo preparado para o evangelho (O testemunho de Deus nas
culturas através do mundo);
o Fator Abraão: O evangelho preparado para o mundo (um Messias para todos os povos).
O senhorio de Jesus e missões: A evangelização é tarefa vigente e urgente. A igreja deve estar
plenamente consciente que sua missão é chamar as pessoas ao arrependimento e a fé em Cristo, para
um novo relacionamento com Deus e, consequentemente, com o próximo. Jesus é o Senhor. Nós somos
seus servos. Ele já deu as suas ordens! E nós, iremos obedecê-lo?
A EVANGELIZAÇÃO E A GRAÇA DE DEUS
A despeito da miséria e da culpabilidade do homem, Deus convida-o para a salvação. A graça é
o favor imerecido de Deus para os homens e pode ser compreendida como a expressão da função do
Espírito Santo na salvação do seu povo e na aplicação de suas bênçãos. Segundo as Escrituras, Jesus deu
a sua vida por toda a humanidade. Na cruz seu sangue foi derramado completamente para a remissão
de pecados de todos os homens. Todas as pessoas, em todos os lugares, precisam ouvir a mensagem de
Deus:
- O amor de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” - (João 3:16).
- Todos somos pecadores: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”
(Romanos 3:23); “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer” - (Romanos 3:10).
- A solução de Deus para o pecado: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito
de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6:23); “Mas, a todos quantos o
receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome.” (João 1:12);
“Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados,
segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” - (I
Coríntios 15:3-4).
- Todos podem ser salvos: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a
porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Apocalipse 3:20). “Porque todo aquele que
invocar o nome do Senhor será salvo” (Romanos 10:13).
MÓDULO 3: A IGREJA E MISSÕES
O terceiro módulo apresenta a igreja como instrumento do Espírito Santo na evangelização.
Você verá que a igreja possui vocação missionária e que são três as funções fundamentais da igreja: 1) A
marturia - testemunho, a proclamação; 2) A diakonia - o serviço; 3) A koinonia - a comunhão. Há dois
objetivos principais neste módulo: 1. Mostrar que a igreja é o povo de Deus convocado para o propósito
de “proclamar as virtudes” de Deus (I Pedro 2:9), e que ela é instrumentalizada pelo Espírito Santo no
cumprimento desse propósito; 2. Chamar a atenção de que é equivocado o serviço missionário que não
esteja atrelado às igrejas locais. Atualmente, proliferam-se organizações missionárias sem nenhum
vínculo eclesiástico.
IGREJA
O Novo Testamento usa a palavra ekklesia para descrever a igreja. A composição da palavra
ekklesia é “ek”, com o sentido de “fora”, e “kaleo”, com o sentido de “chamar”. Daí o significado:
“chamados para fora”. A igreja é constituída daqueles que são convocados por Deus. As Escrituras
revelam que a igreja é:
13
Povo eleito de Deus: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas
para a sua maravilhosa luz” - (I Pedro 2:9).
Família de Deus: “Sois da família de Deus” - (Efésios 2:19).
Edifício: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo,
para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” - (I Pedro 2:5).
Corpo de Cristo: “Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular” - (I
Coríntios 12:27).
Ekklesia - chamados para fora - uma igreja pura, santa e comprometida em anunciar Cristo ao
mundo!
O que é a Igreja? I Pedro 2:9
- Raça eleita, sacerdócio real, nação santa, propriedade exclusiva de Deus.
Missão integral da Igreja: Evangelização, ensino e serviço são funções da igreja ou dimensões
da missão eclesiástica.
Pregando
é o kerigma
Ensinando
é o didakê
Curando
é a diaconia
A TAREFA SUPREMA DA IGREJA
A tarefa suprema da igreja é a evangelização do mundo. A obra mais importante da igreja de
Jesus Cristo é a evangelização dos povos, línguas e nações. O campo é o mundo inteiro! Iremos analisar
as seguintes palavras:
• Mundo: A visão divina é uma visão mundial. Quando Deus amou, amou o mundo. Quando
deu o Seu Filho, deu-O ao mundo. Quando Jesus Cristo morreu, morreu pelo mundo. Essa é a visão de
Deus e é a visão que Ele deseja que tenhamos. Mas qual é a sua visão?
• Suprema: Se a evangelização do mundo é a nossa tarefa mais importante, então
deveríamos coloca-la em prioridade em nossas vidas. Portanto, devo-me concentrar em contribuir para
missões mais do que para qualquer outra coisa. Devo concentrar meus esforços e recursos no
cumprimento dessa santa tarefa. Oswald Smith acredita que a igreja local deve gastar mais com missões
do que com ela mesma, mais em regiões distantes do que na própria pátria. Durante seu pastorado, a
Igreja do Povo enviou e sustentou mais de 400 missionários ao redor do mundo e em todos os anos de
seu pastorado a quantia com missões transculturais era sempre superior ao que era gasto com a igreja
local.
• Igreja: A obra missionária pertence a igreja inteira, não somente ao departamento ou
sociedade missionária. Todos devem estar completamente envolvidos e comprometidos com a tarefa de
missões. Como líderes devemos instruir nossos irmãos a perceber a grandeza dessa obra e motivá-los a
engajar-se de todo o coração; devemos ensinar nossas crianças a amar e a contribuir com missões (elas
mesmas, e não os pais por elas).
Não há um trabalho tão importante como a evangelização do mundo. Leiamos reflexivamente
sobre o texto do profeta Ezequiel: “Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da
minha boca ouvirás a palavra e avisá-los-ás da minha parte. Quando eu disser ao ímpio: Certamente
morrerás; e tu não o avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, para salvar a
sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniquidade, mas o seu sangue, da tua mão o requererei. Mas, se
avisares ao ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu mau caminho, ele morrerá na sua
iniquidade, mas tu livraste a tua alma” (Ezequiel 3:17-19). Vejamos com temor e tremor esta solene
advertência. O sangue de muitos clama da África, da Ásia, do Oriente. A voz do sangue de muitos que
irão passar diante do trono de Cristo clamará a nós: “ninguém cuidou da minha alma”. Seremos salvos,
mas e as nossas mãos? Estarão limpas ou sujas de sangue?
POR QUE A IGREJA NÃO TEM SIDO EFICAZ NA EVANGELIZAÇÃO DO MUNDO?
14
o Por causa dos inimigos do evangelho: as falsas religiões e as ideologias políticas como o
nacionalismo e o comunismo.
o Por causa da nossa ênfase em educação: culto as graduações e formaturas.
o Por causa das portas fechadas: invista onde as portas estão abertas e espere que Deus abra
as que estão fechadas no tempo que Ele achar oportuno.
o Por não termos enviado um número suficiente de missionários: precisamos de mais
obreiros.
o Por não termos seguido os métodos do apóstolo Paulo: ensinar a outros (II Timóteo 2:2).
Onde estão os missionários autóctones?
o Por não estarmos convencidos de que as pessoas estão perdidas.
ANÁLISE BÍBLICA DE MATEUS 9:35-38
“E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o
evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E, vendo as multidões,
teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm
pastor. Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai,
pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara”.
APRENDENDO COM JESUS PARA QUE A IGREJA POSSA TER UMA VISÃO MISSIONÁRIA
CORRETA
Ter o alvo de alcançar todas as cidades e povoados: “todas as cidades e aldeias”
Uma Igreja que tem uma visão realista de missões, os seus membros ultrapassam as fronteiras
das quatro paredes do templo, para alcançar as cidades, os povoados (distritos), o estado, o país e o
mundo com o Evangelho de Cristo. Vale lembrar que ainda hoje há municípios brasileiros que possuem
menos que 1% de crentes na população.
Ter compaixão pelas multidões perdidas: “teve grande compaixão delas”
Um coração cheio de compaixão é o que impulsiona a Igreja fazer missões. Mas, o que é
compaixão? Compaixão é amor, afeição e misericórdia. Compadecer-se, portanto, é:
Deixar o egoísmo de lado.
Pensar no bem estar dos outros. (Romanos 3:23, 6:33. Apocalipse 20:11-15).
Querer que os outros gozem do mesmo privilégio que você tem.
Ter a disposição de sacrificar algo (dinheiro, títulos, a presença dos familiares).
Entretanto, há também benefícios de sacrificar em prol de missões:
Agradecimento das pessoas que foram levadas a Cristo por você.
Ajudando a cumprir a Palavra de Deus. (Apocalipse 5:9).
Duas coisas que nós como Igreja devemos pedir que Deus desenvolva em nossos corações, para
assim termos uma verdadeira compaixão pelas almas perdidas:
Sentir a aflição que a humanidade pecadora sem Cristo esta passando - “porque estavam
aflitas” (Aflita - abatida, prostrada, ferimento mortal). Vejam a exortação bíblica em Provérbios 24:1112: “Se tu deixares de livrar os que estão sendo levados para a morte, e aos que estão sendo levados
para a matança; Se disseres: Eis que não o sabemos; porventura não o considerará aquele que pondera
os corações? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? Não dará ele ao homem conforme a sua
obra?”.
Perceber a falta de direção espiritual verdadeira -”como ovelhas que não tem pastor”.
Na religião mais severa da face da terra, aquelas pessoas estavam famintas e desanimadas.
Havia igrejas (Sinagogas) quase sem número (Só em Jerusalém havia mais de 400 sinagogas), mas não se
podia encontrar a Palavra de Deus, a Salvação de Deus.
Ter a consciência de que só a igreja pode fazer a obra missionária: “E então se dirigiu a seus
discípulos”
Jesus não se dirigiu aos religiosos (fariseus) da época ou a qualquer tipo de pessoas, Ele se
dirigiu aos seus discípulos. Jesus quer nos conscientiza sobre três coisas ao fazermos a obra missionária:
O tamanho da seara -”A seara na verdade é grande” - A seara refere-se a nação de Israel e
ao mundo inteiro (Mateus 28:19-20). Jesus utilizou a palavra seara, para mostrar que os esforços dos
trabalhadores darão resultados, pois a existência da seara requer a ação de ceifar. A compaixão de Jesus
15
exige a ação de ceifar na seara espiritual. O crente que deixar de ceifar a seara, deve ser considerado
desobediente ao mestre, sem amor, egoísta e infrutífero para com o Reino de Deus.
A pouca quantidade de trabalhadores na seara: “mas os trabalhadores são poucos”.
Orar para que Deus mande mais trabalhadores para seara: “Rogai, pois ao Senhor da seara
que mande mais trabalhadores para sua seara”.
“Muitos crentes consagrados jamais atingiram os campos missionários com seus próprios pés,
mas poderão alcança-los com seus joelhos” (Adoniran Judson). A palavra “mandar” no grego, tem o
sentido de “urgência”. A compaixão e a oração formam uma união poderosa, que leva o Senhor
aumentar o número de trabalhadores na seara espiritual.
A ESTRATÉGIA DE JESUS PARA O EVANGELISMO
o Centrada na igreja local
o Resultado natural de um corpo repleto de Cristo
o Mateus 28:18-20 “ a grande comissão”
Ide
Fazei discípulos
Batizando-os...
Ensinando-os...
o Atos 1:8: a prioridade da igreja é testemunhar para Jesus
INVERSÃO DE ESTRATÉGIA
”Ide pregar”
“Vinde ouvir”
Embora os crentes devam trabalhar para trazer visitantes descrentes para o templo, a fim de
que ouçam a Palavra de Deus pregada pelo pastor, a ênfase do evangelismo está no testemunho pessoal
e no anúncio das boas novas realizado individualmente por cada crente.
A IGREJA LOCAL EM SUA FIDELIDADE A CRISTO
• Tem vocação missionária: João 15:16 - “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a
vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em
meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda”.
• Tem responsabilidade missionária: Mateus 28:19-20 - “Portanto ide, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar
todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação
dos séculos. Amém”; I Coríntios 9:16 - “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar,
pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!”.
• Considera a evangelização como encargo sagrado: Romanos 1:14-16 “Eu sou devedor,
tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. E assim, quanto está em mim, estou
pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma. Porque não me envergonho
do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu,
e também do grego”; Romanos 15:15-16 - “Mas, irmãos, em parte vos escrevi mais ousadamente, como
para vos trazer outra vez isto à memória, pela graça que por Deus me foi dada; Que seja ministro de
Jesus Cristo para os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos
gentios, santificada pelo Espírito Santo”.
• Tem zelo missionário voltado para Cristo: I Coríntios 1:23-24 - “Mas nós pregamos a Cristo
crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados,
tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.”; II Coríntios 4:5
- “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos
servos por amor de Jesus”.
MÓDULO 4: A HISTÓRIA DE MISSÕES
16
Este módulo comentará brevemente a história das missões modernas, os testemunhos e as
biografias de alguns missionários. Nosso principal objetivo é inspirar e fortalecer o ardor missionário dos
alunos através do exemplo e da entrega desses missionários à causa de Cristo.
CONTEXTO HISTÓRICO E ESPIRITUAL
Considera-se o início de missões modernas o trabalho missionário desenvolvido por William
Karey, em 1793, quando embarcou para a Índia. Momentos antes, com a participação de Carey, um
grupo piedoso de irmãos fundou a Sociedade Batista Missionária. Naquela época, a maioria das igrejas
evangélicas estava sob decadência espiritual (muitos viviam apenas para os negócios seculares e iam
para a igreja apenas por obrigação estatal, uma vez que a igreja era controlada pelo Estado), e o fervor
missionário não existia. Por influência de uma teologia calvinista radical, os crentes pensavam que Deus
salvaria os eleitos assim que desejasse, independente de qualquer iniciativa da igreja. Quando Carey
tentou introduzir a necessidade da obra missionária em uma reunião de líderes, ele encontrou
resistência: “Jovem assente-se. Quando Deus resolver converter os pagãos, fá-lo-á sem a sua e a minha
ajuda”.
Vejamos agora um pouco da vida de alguns missionários que, por amor a Cristo e aos perdidos,
renunciaram muitas coisas para anunciar a Cristo aos povos não-alcançados:
DAVID BRAINERD (1718-1747)
Foi um arauto de Jesus aos Peles - Vermelhas (índios norte-americanos).
No coração desse jovem ardia a chama do amor por Jesus Cristo. Brainerd dedicou
a sua vida na evangelização desses índios. Ele passava dias inteiros em oração e
jejum clamando pela conversão das tribos indígenas. Certa vez, dentro da floresta,
sem notar, era perseguido por um pequeno grupo de índios que se rastejava para
tirar-lhe a vida. Brainerd estava orando ao Espírito que abençoasse aqueles índios e
os convertesse a Cristo. Algum tempo depois foi bem recebido nessa tribo e ficou
sabendo que sua vida tinha sido poupada antes por que suplicava em favor dos
índios ao “grande Espírito”.
É difícil reconhecer a magnitude da obra de David Brainerd entre as diversas tribos de índios,
nas profundezas das florestas; ele não entendia seus idiomas. Se lhes transmitia a mensagem de Deus
ao coração, deveria achar alguém que pudesse servir como intérprete. Passava dias inteiros
simplesmente orando para que viesse sobre ele o poder do Espírito Santo com tanto poder, que esse
povo não pudesse resistir à mensagem. Certa vez teve que pregar por meio de um interprete tão
bêbado, que quase não podia ficar em pé, contudo, dezenas de almas foram convertidas por meio desse
sermão.
Ele andava, às vezes, perdido de noite no ermo, apanhando chuva e atravessando montanhas e
pântanos. Franzino de corpo, cansava-se nas viagens. Tinha de suportar o calor do verão e o intenso frio
do inverno. Dias a fio passava-os com fome. Já começava a sentir a saúde abalada e estava a ponto de
casar-se - sua noiva era Jerusa Edwards, filha de Jônatas Edwards - e estabelecer um lar entre índios
convertidos, ou voltar e aceitar o pastorado de uma igreja que o convidava. Porém, reconhecia que não
podia viver, por causa da sua doença (sofria de tuberculose), mais que um ou dois anos, e resolveu
então “arder até o fim”.
David tinha um relacionamento pessoal com Cristo e buscava a sua presença, de modo que o
seu ministério foi baseado totalmente na oração e no jejum. Em seu diário está registrado: “Eis-me aqui,
Senhor, envia-me a mim até os confins da terra; envia-me aos selvagens do ermo; envia-me para longe
de tudo que se chama conforto da terra; envia-me mesmo para a morte, se for no teu serviço e para
promover o teu reino... Adeus, amigos e confortos terrestres, mesmo os mais anelados de todos. Se o
Senhor quiser, gastarei a minha vida, até os últimos momentos, em cavernas e covas da terra, se isso
servir para o progresso do reino de Cristo”.
17
Brainerd findou a sua carreira terrestre aos 29 anos. Contudo, apesar da sua grande fraqueza
física, fez mais que a maioria dos homens faz em setenta anos. Sua biografia, escrita por Jônatas
Edwards e revisada por João Wesley, teve mais influencia sobre a vida de A. J. Gordon do que qualquer
outro livro, exceto a Bíblia. Guilherme Carey leu a historia que narra sua obra e consagrou sua própria
vida ao serviço de Cristo, e foi pregar a Cristo nas trevas da índia! Roberto McCheyne leu o diário de
David e gastou sua vida entre os judeus. Henrique Martyn leu a sua biografia e decidiu consumir-se
dentro de um período de seis anos e meio na Pérsia, a serviço do Mestre. Jim elliot foi influenciado pela
vida de Brainerd e decidiu pregar os evangelhos aos índios aucas na selva amazônica.
Willian Carey (1761 - 1834)
Carey foi um ministro inglês batista. Logo cedo saiu da igreja estatal e
ingressou numa igreja dissidente. Foi sapateiro e tinha um dom natural para
estudar línguas estrangeiras. Aprendeu sozinho o latim e se tornou um poliglota
dominando também o hebraico, o francês e o holandês. Na sua pequena oficina
pendurou um mapa mundial feito pelas suas próprias mãos. Neste mapa, ele
incluíra todas as informações disponíveis: população, flora, fauna, características
dos indígenas, etc. Enquanto trabalhava, olhava para ele, orava, sonhava e agia!
Foi assim que sentiu mais e mais a chamada de Deus em sua vida. A denominação
que Carey pertencia achava-se em grande decadência espiritual. Quando quis
introduzir o assunto de missões numa sessão de ministros, foi repreendido pelo venerável presidente
John Ryland, que lhe disse: “Jovem assente-se. Quando Deus resolver converter os pagãos, fá-lo-á sem a
sua e a minha ajuda.” Mas Carey continuou a sua propaganda pró-missões estrangeiras, e tomando
Isaías 54.2 como texto, pregava sobre o tema: “Esperai grandes coisas de Deus; praticai proezas para
Deus”.
Carey serviu em diversos países, principalmente na Índia. Por onde passava fundava escolas e
evangelizava. Na Índia, ele conseguiu erradicar o costume “suttee”, uma tradição que assassinava a
esposa após a morte do marido (acreditavam que o espírito da viúva acompanharia o de seu marido).
Willian Carey conseguiu ainda traduzir as Escrituras para o bengali, sânscrito e outros dialetos.
David Livingstone (1813 - 1873)
Esse ministro escocês presbiteriano ouviu a chamada para o trabalho
missionário na China, contudo, foi para o continente africano. Livingstone se
preparou para a obra missionária e estudou medicina, teologia e grego. Foi um
grande historiador, descrevendo os animais e aspectos geográficos da África. Sua
descoberta mais famosa foi as esplendorosas cascatas Vitória (homenagem a
rainha da Inglaterra). Percorria aldeias e tribos cuidando dos enfermos e pregando
o evangelho. Esse missionário médico foi um importante combatente do tráfico
de escravos. Livingstone sentiu-se fascinado pela missão de chegar a novos povos
no interior da África e apresentá-los ao cristianismo, bem como libertá-los de
escravidão. Foi isso que inspirou suas explorações.
Retornou a Inglaterra e se tornou famoso com a publicação de seus
livros. Mais uma vez regressa a África e permanece por lá até o dia de sua morte.
Sua esposa, Mary Moffat, filha de um colega missionário, foi vitimada pela malária e o próprio
Livingstone escreveu que essa doença se tornou a sua “companheira” de viagens. Após 15 anos no
interior da África, quando todos acreditavam que estava morto (exceto os EUA), uma expedição
americana foi procurá-lo. O missionário, debilitado e fraco, recusou o convite para voltar à Inglaterra.
Dois anos depois, foi encontrado morto, de joelhos aos pés de sua cama, aos sessenta anos de idade.
Esse missionário, que amava os africanos, morreu orando. Seu corpo foi levado para a Inglaterra, mas os
africanos retiraram seu coração e o enterrou sob uma árvore na África.
John Paton (1824-1907)
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Nascido em uma família muito piedosa, John Paton se tornou ministro de
uma igreja escocesa. Apesar do amor e cuidados que sua congregação tinha por
ele, ardia em seu coração o clamor dos selvagens das ilhas do Pacífico. Decidido em
se tornar um missionário entre os indígenas das Ilhas Hébridas, enfrentou
resistência de sua igreja para não deixar o seu pastorado ali e se aventurar entre os
antropófagos. Alguns missionários já tinham sido mortos brutalmente a
machadadas e canibalizados nas Ilhas Hébridas. Mais tarde, o próprio Paton vai
dizer que, por algumas vezes, teve que lutar por sua própria vida, chegando ao
ponto de uma delas, ter que segurar na mão de seu oponente que empunhava um
machado.
Ao comunicar aos seus pais a sua decisão de se tornar um missionário e partir com a família
para as Ilhas Hébridas, ouviu destes que tinha sido consagrado ao nascer para a obra missionária. Paton
entendeu as palavras de seus pais como uma confirmação de Deus para seu novo ministério. Quando
partiu, o capitão do navio insistiu veementemente para Paton desistir de sua intenção em ficar na ilha.
Acometidos de doenças, sua esposa e filho faleceram ali. Paton teve que dormir sobre seus
túmulos para evitar que os nativos retirassem seus corpos para se alimentar. Sem a sua companheira,
John Paton retorna à sua terra. Após descansar por algum tempo e se casar novamente, regressa para
as ilhas e reinicia seu ministério entre eles.
Segundo seu relato, era constante ouvir os gritos dos nativos derrotados (era comum as guerras
entre as tribos) que eram levados a uma espécie de poço de água fervente, onde eram canibalizados.
Paton descreve como começou adquirir a confiança daqueles selvagens: não havia água doce na ilha, e
seus moradores bebiam água de coco. Paton começou a cavar cisternas para encontrar água. O chefe da
tribo ficava intrigado de como Paton iria tirar água da chuva debaixo da terra. O temor de Paton em
encontrar água salobra era grande, o que o levava a orar constantemente ao senhor para abençoar
aquele empreendimento. Sua cisterna estava tão profunda que os nativos tinham receio de chegar
perto, até o dia em que brotou água potável dela. Foi um dia de muita alegria para a tribo inteira e
Paton teve a oportunidade de engrandecer a Deus ali.
Aqueles silvícolas não possuíam língua escrita, e com muita dedicação Paton conseguiu produzila. Ele também traduziu as Escrituras para a língua nativa. Sua esposa desenvolveu um ministério junto
às mulheres da tribo, e com a graça de Deus, após muita oração pela conversão dos silvícolas, nasceu
uma igreja nas Ilhas Hébridas.
Jim Elliot (1927 - 1956)
A história de Jim Elliot e seus quatro amigos é uma das histórias
missionárias mais empolgantes e inspiradoras. Jim Elliot nasceu em 8 de
Outubro de 1927 na cidade de Portland, no estado americano de Oregon. Jim
pertencia a uma família cristã dedicada ao Senhor; desde cedo foi instruído nos
caminhos de Deus, e veio a receber a Cristo como seu salvador aos 8 anos de
idade. Fred, um pastor batista, e Clara Elliot, seus pais, eram bastante
cuidadosos quanto à instrução bíblica de seus filhos e exerceram forte
influência na formação de suas vidas.
Jim revelou-se um jovem bastante talentoso, destacando-se em todas
as atividades que se envolvia. Era líder de sua classe, e detentor de uma brilhante oratória. Elaborou um
aclamado discurso de honra em homenagem ao presidente americano, Franklin D. Roosevelt, por
ocasião de seu falecimento. Graduou em “desenho arquitetônico” na High School e depois se transferiu
para a faculdade cristã de Illinois, a Wheaton College, onde se graduou com as mais elevadas honras.
Convicto de sua vocação e chamada, Jim prioriza seus estudos com o intuito de alcançar a
melhor preparação possível para o seu ministério. Empenha-se no estudo do grego, já visando uma
possível tradução do evangelho para alguma língua nativa. Segundo o registro de seu diário, sua vida
tinha sido profundamente impactada pelos testemunhos de missionários como David Brainerd e Hudson
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Taylor. Jim Elliot orava constantemente: “Consuma minha vida, Senhor. Eu não quero uma vida longa,
mas sim cheio de Ti, Senhor Jesus. Satura-me com o óleo do teu Espírito...”. Durante seus estudos
conheceu Elizabeth Howard, que também tinha um chamado para missões transculturais. Apesar de
seus sentimentos um pelo outro, aguardaram em oração a confirmação de Deus, e somente após a
graduação eles se casaram. Jim e Elizabeth se casaram em 1953, na cidade de Quito (Equador) e em
1955, nasceu sua filha Valerie.
Jim recusou convites para pastorear em algumas igrejas nos ministérios da juventude. Para
alguns líderes, Jim tinha um futuro bastante promissor no ministério pastoral nas igrejas do EUA. Por
esta razão foi criticado quando insistia em sua decisão em levar o evangelho de seu Salvador aos índios
na Amazônia. Jim convenceu dois de seus amigos (Ed McCully e Peter Fleming) que trabalhavam com ele
numa rádio de difusão do evangelho a participarem da escola linguística, juntamente com ele e
Elisabeth. Mais tarde, os três amigos e suas esposas (Jim e Elisabeth casaram-se no Equador) partem ao
Equador para trabalharem com os índios Quechua. No Equador, um piloto missionário, Nate Saint, e sua
esposa juntaram-se ao grupo. Conseguiram estabelecer uma estação da missão entre os índios
Quechua. Jim e Elizabeth trabalharam na tradução do Novo Testamento para a língua dos quechuas.
Nesse tempo Jim se lembrou dos índios aucas (hoje conhecidos como Huaoranis) que tinham a fama de
serem muito violentos e que não possuíam nenhum contato com o mundo exterior. Com o propósito de
levar o evangelho aos índios huaoranis, o grupo começou a elaborar um plano que ficou conhecido
como Operação Auca.
Roger Youderian, um novo missionário, com sua esposa pediram para se juntar ao grupo. Nate
Saint, conseguiu avistar alguns índios aucas sobrevoando algumas áreas que foram demarcadas no
mapa da operação. A partir de então começaram sistematicamente sobrevoar as áreas dos huaoranis
durante quatro meses levando presentes. Amarrado por uma corda, um balde cheio de roupas,
bugicangas, cereais e fotografias dos missionários era levado pelo avião que em voos baixos deixava cair
os presentes. Os índios aucas chegaram a colocar no balde um papagaio e alguns enfeites de suas
vestimentas. Diante do progresso alcançado, os cinco jovens missionários resolvem montar um
acampamento às margens do rio Curray. Através de uma estação de rádio comunicavam
constantemente com suas esposas que tinham ficado na base da missão.
Pouco tempo depois, um grupo de quatro índios visitaram os missionários em seu
acampamento. Os missionários deram-lhes presentes e
alimentos como um sinal de paz. Outros contatos foram
feitos por mais algumas vezes e um daqueles índios
chegou a voar com Nate Saint em seu avião, sobrevoando
sua própria aldeia. Incentivados por uma visita no dia 7 de
Janeiro, os missionários decidiram ir até a aldeia dos
huaoranis. Acordaram cedo e louvaram ao Senhor na
manhã de 8 de Janeiro. Nate e Jim sobrevoando a área da
aldeia dos aucas avistaram um grupo de 20 a 30 índios se
movendo em direção ao acampamento. Através do rádio
comunicaram com suas esposas e decidiram às 16:30h
entrarem em contato novamente.
Ao chegarem na praia de seu acampamento,
Nate e Jim avisaram aos outros que os aucas estavam
vindo. Munidos de armas decidiram não utilizá-las. Pouco
tempo depois chegaram os aucas e pouco esses cinco
jovens puderam fazer. Foram mortos pelos aucas naquele dia de 8 de Janeiro de 1956. Angustiadas pela
demora do contato de seus maridos, suas esposas solicitaram imediatamente ajuda. Helicópteros e
forças do exercito equatoriano sobrevoando o rio Curray e encontraram os corpos de quatro
missionários (não foi encontrado o corpo de Ed McCully). Seus corpos foram encontrados brutalmente
perfurados por lanças e machados. O relógio de Nate Saint foi encontrado parado em 15:12 minutos, do
que se deduz a hora em que foram mortos.
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As esposas desses missionários, apesar da grande dor que sofreram, decidiram continuar com a
missão, e algum tempo depois foram bem sucedidas na evangelização dos aucas. A tribo foi
evangelizada e alguns anos mais tarde, o assassino de Jim Elliot, agora convertido ao Senhor Jesus e líder
da igreja na aldeia, batizou a filha de Jim e Elizabeth no rio onde seu pai tinha sido morto.
A vida e o testemunho desses cinco missionários martirizados por amor ao evangelho têm
inspirado até hoje centenas de jovens a dedicar suas vidas ao Senhor da seara. Jim Elliot procurou servir
a Jesus com todas as suas forças e a maior parte de sua vida e de seu ministério é contado por sua
esposa Elizabeth em dois livros publicados posteriormente. Sua célebre frase, encontrada em seu diário
nos inspira a entregar sem reservas a nossas vidas nas mãos do Mestre: “Aquele que dá o que não pode
manter, para ganhar o que não pode perder, não é um tolo”.
Oswald Smith (1890 - 1986)
O canadense Oswald Jeffrey Smith aceitou a Cristo aos
dezesseis anos ao ouvir o famoso evangelista R. A. Torrey.
Preparou-se para o ministério e foi ordenado pastor presbiteriano.
Seu desejo era dedicar-se à obra missionária, mas foi advertido de
que era muito fraco fisicamente para enfrentar a dura vida
missionária. Como o Pr. José dos Reis Pereira disse: “As juntas
missionárias às vezes falham nos seus diagnósticos - o jovem tão
fraco, que não podia ser missionário, viveu 96 anos (...). Deus o
usou poderosamente num trabalho que não deixou de ser
missionário, pois além de pregar em 80 países do mundo [inclusive
o Brasil], ainda fundou uma igreja que tem sustentado centenas de
missionários”.
Oswald J. Smith fundou a Igreja do Povo, em Toronto, em 1928, e continuou como seu pastor
até 1958. Embora seja uma das maiores igrejas do Canadá, sua fama reside no sustento de missionários
através do mundo. Do seu pastor foi dito: “O Dr. Oswald Smith deu mais ímpeto para missões do que
qualquer outra pessoa viva”.
Billy Graham, falando dos 35 livros (traduzidos para 128 línguas) deste servo do Senhor,
escreveu: “Seus livros tem sido usados pelo Espírito Santo para penetrar na profundeza da minha alma e
tiveram uma influência tremenda sobre minha vida pessoal e meu ministério”.
O seu livro Paixão Pelas Almas, amplamente divulgado pela Junta de Missões
Mundiais, teve enorme repercussão no Brasil; “A tarefa suprema da Igreja é a
evangelização do mundo” - Oswald Smith pregava isso e o praticava. Foi um evangelista
mundial, pregando e ganhando almas em todos os continentes.
Jefferson Quevedo
Pr. Jeff e sua esposa Épi são missionários brasileiros em Siligure, uma
região da Índia. Eles fazem parte da Missão Batista Brasileira Fundamentalista
(MBBF) e a igreja enviadora é a Primeira Igreja Batista Regular de Curitiba, no
estado do Paraná. Esse casal dedicado à obra missionária tem procurado
evangelizar os povos indianos através da preparação de líderes locais, ou seja,
eles têm treinado missionários autóctones.
O próprio Pr. Jeff assim definiu o seu ministério naquele país: “O Senhor
claramente tem nos dirigido a usar a aproximação mais eficaz dentro das atuais
circunstâncias: ajudar os obreiros indianos a alcançar o seu próprio povo e
cumprir a Grande Comissão como ordenada em Mateus 28:19-20”. Com uma posição teológica bíblica e
conservadora, o Pr. Jeff é muito firme em suas convicções sobre o evangelismo e plantação de igrejas.
21
Esse dedicado casal tem atuado
diligentemente no treinamento de obreiros e
ajudando os evangelistas em seus esforços em
difundir o evangelho e plantar igrejas nessa
região onde as pessoas cultuam um panteão de
deuses. O pr. Jeff tenta levantar ofertas para
auxiliar as frentes missionárias autóctones com
materiais evangelísticos e o sustento dos
obreiros indianos e das crianças que recebem
abrigo no orfanato. Se você desejar entrar em
contato com eles e conhecer um pouco mais do
trabalho que eles desenvolvem na Índia é só
lhes
enviar
um
e-mail
para
[email protected]
David Michel Thompson
Missionário americano enviado juntamente com sua
esposa Débora Thompson ao Brasil pela Brazil Inland Mission.
Seus pais, Robert e Alice Thompson, iniciaram sua obra
missionária em nosso país, em 1955, em Umuarama no Paraná.
Eles fundaram o Seminário Teológico Bíblico Thompson com o
objetivo de preparar obreiros para a seara do Senhor. Hoje, esse
ministério é desenvolvido na cidade de Vitória da Conquista,
região sudoeste do estado baiano.
O pastor Thompson é um missionário congregacional
implantador de igrejas que tem estimulado o seu grupo de igrejas (União das Igrejas Bíblicas
Congregacionais Fundamentalistas do Brasil - UICFB) a evangelizar toda a região sudoeste e norte de
minas, que são áreas sertanejas e de caatinga. Existem muitos povoados pobres nessas regiões sem
qualquer trabalho evangélico. Comprometido com a sã doutrina, o pastor David Thompson tem ajudado
na preparação de obreiros, ministrando aulas no seminário e em suas extensões. Seu ministério tem
demonstrado grande interesse na formação de pastores comprometidos com a Palavra de Deus. Em
nossa época, marcada pelas crises ministeriais e as secularizações das instituições de ensino bíblico,
louvamos a Deus por seu ministério voltado para a preparação de pastores e líderes fundamentados na
Palavra de Deus.
Vitória da Conquista tem sido para a região um referencial do trabalho bíblico conservador e
reduto de boas igrejas bíblicas, graças à contribuição do Seminário Teológico Bíblico Thompson (STBT) e
da Primeira Igreja Batista de Vitória da Conquista. Se desejar entrar em contato com o Pr. Thompson e
conhecer um pouco mais de seu trabalho é só lhe enviar um e-mail para [email protected]
MINISTÉRIO MISSIONÁRIO DA IGREJA BATISTA DE BROTAS (IBB)
Sobre o que temos feito com os recursos para missões:
1. Mirangaba - Sustento do evangelista Dc. Wilson Leite. Congregação com 11 membros.
2. Trabalho iniciado em Irará. Uma equipe da igreja está indo lá constantemente.
3. Trabalho na região do Sítio da Igreja, em Cachoeira. Todo domingo uma equipe evangeliza no
local.
4. Viagens missionárias - Visitas a campos missionários a fim dar apoio aos obreiros do local. Vai
um grupo entre 45 a 50 membros da igreja. Alguns lugares visitados: Mirangaba (algumas vezes),
Cachoeira Grande, Milagres, Oliveira dos Brejinhos, Bom Jesus da Lapa, Bonito, Utinga, Arapiraca
(algumas vezes), Itagi, Nordestina, Mimoso e Gentio do Ouro.
5. Sustento da missionária Maria Telma (membro da IBB) em Calcutá - Índia.
Nota: A contribuição mensal através do PAM para o trabalho em Arapiraca e na China foi
suspensa.
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EVANGELISMO SEM EVANGELHO
Infelizmente, constatamos que a JMN e a JMM da Convenção Batista Brasileira começaram a
apelar para toda sorte de métodos na evangelização, como o uso de capoeira, hip hop, danças, gírias,
etc. A Igreja Batista de Brotas não compactua com esse tipo de “evangelismo” e, por isso, suspendeu os
convênios com essas agências missionárias e passou a canalizar as ofertas em trabalhos que a igreja
possa administrar diretamente.
A IBB entende ainda que outras atividades como a ação social, o exercício da profissão, o uso
do esporte, são meios que facilitam a entrada dos missionários nos países e em outras regiões e
favorecem o acesso às pessoas, mas que essas ferramentas são apenas “meios” ou “pontes” para a
evangelização, e não se constituem (como temos vistos em algumas obras missionárias) o objetivo final
da tarefa missionária, ou seja, tornaram-se um fim em si mesmas. Lamentamos grandemente quando a
obra missionária perde o foco da evangelização (como ensinada nas Escrituras).
MÓDULO 5: MEU COMPROMISSO PESSOAL COM MISSÕES
Nesse último módulo enfatizaremos a vocação especial de missões. Mostraremos que nos
evangelhos e nas epístolas há um chamado à evangelização (missões): Cristo entregou a igreja uma
grande comissão. Portanto, você deve aprender que missões é uma resposta ao chamado divino, e por
isso: 1) é um chamado à obediência; 2) é um chamado à proclamação; 3) é um chamado a ir até aos
confins da terra; 4) é um chamado à fé e ao arrependimento. Veremos, então, que o Missionário envia
missionários. O objetivo com esse módulo não é necessariamente transmitir informações técnicas sobre
missões, mas sim, despertar em você o desejo de se envolver com o plano de Deus para o mundo.
Agora, portanto, em oração e submissão ao Senhor Jesus, sejamos sensíveis ao que o Espírito Santo
pode nos falar (e pedir!) pessoalmente.
A VOCAÇÃO MISSIONÁRIA
• Atos 13:2; 16:9-10: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartaime a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”; “E Paulo teve de noite uma visão, em que
se apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos. E, logo
depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para
lhes anunciarmos o evangelho”.
• É uma forte convicção que vem da Palavra de Deus, do Espírito Santo e da Igreja.
• É um desejo intenso de compartilhar Cristo ao mundo.
ANÁLISE BÍBLICA DE ISAÍAS 6:1-11
“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime
trono; e o seu séquito enchia o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com
duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos
outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E os
umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então disse eu: Ai
de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de
impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. Porém um dos serafins voou para
mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; E com a brasa tocou a
minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu
pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então
disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não
entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os
ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos,
nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado. Então disse eu: Até quando Senhor? E
respondeu: Até que sejam desoladas as cidades e fiquem sem habitantes, e as casas sem moradores, e a
terra seja de todo assolada”.
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Deus usa as circunstâncias para tornar-nos conscientes de sua presença: Muitas vezes, as
situações que enfrentamos nos fazem voltar nossos olhos para os céus. Para algumas pessoas podem
ser frustração, solidão, doenças, morte na família, mudanças ou perda de emprego. Mas Deus está
calmamente assentado em seu trono. Ele está no controle de tudo. Sua autoridade é absoluta.
Deus revela seu caráter para que nós vejamos nossa carência: Deus nos mostra
primeiramente quem nós somos e nos revela o Seu caráter para nos mostrar a necessidade que temos
dEle. A experiência de Isaías é pessoal e não distante e intangível. Isaías acabara de confessar seu
pecado e afirmar que tinha como hábito falar palavrões. Deus é especialista em consertar vasos sujos,
quebrados, feridos, carregados de culpa e infelizes, tornando-os íntegros, perdoados e úteis de novo.
Deus nos dá esperanças para que compreendamos que somos úteis: Primeiro Deus se
revelou a Isaías, mostrou-lhe a Sua santidade, fez o profeta enxergar a si mesmo e depois purificou a sua
vida tirando lhe a sua iniquidade. Então o Senhor perguntou a Isaías: “A quem enviarei?” A perspectiva
de Isaías se tornou ampla como a de Deus, e passou a enxergar milhares de povos e nações numa
situação espiritual de trevas. A sua esperança em Deus o levou a responder: “Eis me aqui, envia-me a
mim”.
Deus expande nossa visão para que façamos uma avaliação de nossa disposição para com
Ele: O mundo do profeta era restrito e após sua experiência começou a focalizar o mundo de Deus.
Assim como ele, estamos dispostos a romper as cadeias estreitas de nosso futuro, de nossos planos
pessoais, de nossas carreiras, de nossos projetos?
Deus nos revela a verdade para levar-nos a atentar para a realidade: No final do texto,
Deus mostra a Isaías que seu ministério não é um passeio no parque, mas uma jornada de duros
desafios. Deus lhe mostrou o impacto de toda aquela realidade: sua tarefa era gigantesca e os
resultados de seus esforços não eram empolgantes. Isso explica porque Isaías indagou da seguinte
maneira: “Até quando, Senhor?” A melhor confirmação que precisamos para o nosso ministério não são
resultados tangíveis, mas a certeza de que nos achamos realizando o plano de Deus, bem no centro de
sua vontade.
ANÁLISE BÍBLICA DE ATOS 8:25-35
“Tendo eles, pois, testificado e falado a palavra do Senhor, voltaram para Jerusalém e em
muitas aldeias dos samaritanos anunciaram o evangelho. E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo:
Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta. E
levantou-se, e foi; e eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o
qual era superintendente de todos os seus tesouros, e tinha ido a Jerusalém para adoração, regressava
e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías. E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse
carro. E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês? E ele disse: Como
poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse. E o
lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o
cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca. Na sua humilhação foi tirado o seu
julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra. E, respondendo o
eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro? Então
Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus”.
o
o
o
o
o
Ser sensível à direção de Deus;
Ter disponibilidade para o serviço de Deus;
Ter iniciativa e aproveitar as oportunidades;
Ter tato no lidar com as pessoas;
Ser objetivo e firme.
Empecilhos ao evangelismo:
Ignorância
Temor
Indiferença
Experiências negativas
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O que estimula este espírito de missões?
• Comunhão com Deus
• Leitura de livros, biografias e artigos missionários
• Correspondências com missionários
• Intercessão
• Visitas ao campo missionário
• Envolvimento no evangelismo de sua igreja local
MARCAS DA VOCAÇÃO MISSIONÁRIA
Amor
Sacrifício
Coragem e Ousadia
Obediência
Voluntariedade
Convicção
NOSSO MINISTÉRIO
Creio que precisamos estar atentos a três coisas necessárias para cumprir nosso ministério com
integridade:
Intercessão pelos perdidos: Oswald Smith chama a esse tipo de clamor ou oração de “parto da
alma”. Esse missionário diz “poderíamos sentir dor no coração por uma criança que se afoga, não,
porém, por uma alma que perece? Não é difícil que alguém chore quando percebe que seu pequenino
está mergulhando para o fundo do rio pela última vez. Não é difícil, semelhantemente, que alguém sinta
angústia, quando o ataúde que contém tudo quanto ele amava sobre a terra se afastar-se na direção do
cemitério. As lágrimas brotam naturalmente em tal oportunidade! Mas, entender que almas preciosas,
imortais, perecem ao nosso derredor, precipitando-se irremediavelmente nas trevas do desespero,
perdidas na eternidade, e não sentir angústia nenhuma, não derramar lágrimas, não conhecer o parto
de alma! São frios os nossos corações? Podemos ler, na passagem de Isaías 66:8, que ‘... Sião mal sentiu
as dores de parto, e já deu à luz os seus filhos’. Realmente, esse é o elemento mais fundamental da obra
de Deus. Pode nascer um filho sem dores de parto? Pode haver nascimento sem parto? No entanto,
quantos esperam na dimensão espiritual algo que não é possível nem na dimensão natural! Oh, meu
irmão, nada, absolutamente nada menos do que um parto de alma pode produzir um filho!”.
Poder do alto: “Nenhum homem é competente para o trabalho do ministério do Evangelho
mediante apenas suas aptidões e habilidades pessoais, sua erudição e experiência adquiridas dos
homens. Sua eficiência vem do poder do Espírito Santo. Enquanto ele não houver sido dotado desse
poder, a despeito de todas as suas virtudes e capacidades será um obreiro totalmente inadequado. É
por isso que os apóstolos tiveram que se manter em silêncio, até que do alto fossem revestidos de
poder. Competia-lhes esperar em Jerusalém, até que recebessem a promessa do Espírito. Antes disso,
não deveriam pregar” (O. Smith).
Convicção de pecado: “Todo reavivamento sempre inclui convicção de pecado por parte da
igreja. Aqueles que se dizem cristãos, mas na verdade são falsos cristãos, não podem adorar ao Senhor
sem que primeiro o coração lhes seja profundamente perscrutado. É necessário que sejam alquebradas
as fontes originárias do pecado. Em todo verdadeiro reavivamento, os crentes sempre recebem
tremenda convicção de pecado. Vêem seus pecados sob uma luz tal, que com frequência acham
impossível alimentar alguma esperança de serem aceitos diante de Deus. É verdade que nem sempre a
crise chega a esse ponto extremo. Mas em todo reavivamento espiritual genuíno instaura-se profunda
convicção de pecado” (Charles Finney). Devemos orar sinceramente como o salmista: “Sonda-me, ó
Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum
caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” e “Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu
dos que me são ocultos” (Salmos 139:23-24 e 19:12).
PREPARANDO-ME PARA O MINISTÉRIO
25
Se você realmente deseja ser usado por Deus para glorificar o Seu nome há um preço a pagar.
Você está mesmo disposto a pagar um preço?
É necessário ter uma vida de separação, e isso significa afastar-se de:
- Prazeres mundanos: Foi esta a escolha de Moisés quando repudiou os prazeres do pecado
(Hebreus 9:24-26). Muitas coisas no mundo, como danças, jogos, baladas, foram criadas por homens
ímpios e o espírito do mundo domina esses prazeres. Portanto, oração e testemunho não são cabíveis
no meio dessas coisas. O povo que participa dessas coisas não frequenta reuniões de oração, nem se
interessa pelo trabalho espiritual da igreja.
- Alianças mundanas: A Bíblia ensina que não devemos nos prender a jugo desigual com os
infiéis (II Coríntios 6:14), portanto, evitemos as alianças comerciais com incrédulos, as sociedades
secretas, a aliança matrimonial com o descrente e os companheiros mundanos.
É necessário consagrar a sua vida: Consagração significa por tudo no altar de Deus: o eu, os
entes queridos, os talentos, o tempo, o dinheiro.
É necessário santificar a sua vida: Estou falando da santidade prática, e não apenas em
conhecer a doutrina da santificação. A Bíblia nos ensina que nós devemos nos encher do Espírito Santo.
Essa é a parte humana do processo de santificação. Procure agradar a Deus em tudo, abandonando todo
o tipo de pecado.
Se você deseja sinceramente ser uma pessoa que Deus usa, então:
• Você precisa ter um único propósito. Outros interesses em sua vida devem ser
indispensáveis, e acima de tudo devem ser considerados secundários.
• Você precisa ser livre de impedimentos. Tanto Deus como você sabe o que é. Pode ser um
pecado ou apenas um impedimento, mas você precisa tratar com Deus.
• Você precisa se colocar absolutamente à disposição de Deus.
• Você precisa prevalecer em oração.
• Você precisa se tornar um estudioso das Escrituras Sagradas.
• Você precisa ter uma mensagem viva e eficaz para o mundo perdido. Ações sociais,
educação, reforma política não são nossos objetivos. Nossa mensagem é a “palavra da cruz”. O resto é
competência do Estado.
• Você precisa ser uma pessoa de fé.
• Você precisa trabalhar com a unção do Espírito Santo.
Questões para reflexão pessoal:
Você se lembra de quando o evangelho lhe foi pregado e quem foi a primeira pessoa que
testemunhou de Jesus para você?
1. Como posso estar pessoalmente envolvido com o plano mundial de Deus (o Ide de Jesus)?
2. Há alguma razão para que o tema de missões não o agrade?
3. Qual o seu pensamento sobre o “sucesso” no ministério hoje?
4. Sua vida já está totalmente consagrada ao Senhor?
5. Você sabe com certeza qual o seu lugar no ministério cristão? Se dentro ou fora de sua terra?
Exposição dos filmes EE-TAOW e EL HIJO DE LA PAZ
Trabalho em grupo - Avaliação e discussão dos seguintes aspectos nos filmes:
1. Quem são os missionários?
2. Como ocorreu a chamada para o campo?
3. Quais os povos que eles foram enviados?
4. Quais as dificuldades que os missionários encontraram?
5. Quais as características culturais do povo?
6. Quais as estratégias de evangelização que os missionários usaram?
7. O que mais lhe chamou a atenção?
8. O filme foi útil para você? Como?
Referências bíblicas para “evangelho”, “evangelista” e “evangelizar”:
EVANGELHO
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Mateus 4:23 - “percorria Jesus... pregando o evangelho do reino”
Mateus 11:5 - “e aos pobres é anunciado o evangelho”
Mateus 24:14 - “este evangelho do reino será pregado em todo o...”
Mateus 26:13 - “onde quer que este evangelho for pregado”
Marcos 1:15 - “Arrependei-vos e crede no evangelho”
Marcos 13:10 - “Mas primeiro o evangelho deve ser pregado...”
Lucas 8:1 - “...anunciando o evangelho do reino de Deus...”
Atos 20:24 - “... para dar testemunho do evangelho e da graça...”
Romanos 1:16 - “Não me envergonho do evangelho, pois é o poder...”
Romanos 15:16 - “... anunciar o evangelho de Deus, para que seja...”
Romanos 15:19 - “... desde Jerusalém... tenho pregado o evangelho”
I Coríntios 9:16 - “Ai de mim, se não anunciar o evangelho”
I Coríntios 9:18 - “... proponha de graça o evangelho, para não usar...”
II Coríntios 2:12 - “... cheguei a Trôade para pregar o evangelho...”
Efésios 1:13 - “ouvistes a palavra de verdade, o evangelho”
Filipenses 1:27 - “deveis portar-vos... conforme o evangelho de...”
I Tessalonicenses 1:5 - “nosso evangelho não foi ... somente de palavras...”
I Timóteo 1:11 - “conforme o evangelho da glória de Deus”
II Timóteo 1:8 - “... participa das aflições do evangelho segundo o poder ...”
II Timóteo 1:10 - “... trouxe à luz... a imortalidade pelo evangelho”
Filemon 1:13 - “... por ti me servisse nas prisões do evangelho”
I Pedro 1:12 - “... vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos ...”
I Pedro 4:6 - “foi pregado o evangelho também aos mortos...”
I Pedro 4:17 - “... são desobedientes ao evangelho de Deus?”
EVANGELISTA
• Atos 21:8 - “... entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era...”
• Efésios 4:11 - “... ele mesmo deu... outros para evangelista”
• II Timóteo 4:5 - “faze a obra de um evangelista, cumpri bem o teu...”
EVANGELIZAR
• Lucas 4:18 - “me ungiu para evangelizar aos pobres...”
• I Coríntios 1:17 - “Cristo enviou-me... para evangelizar...”
• Efésios 2:17 - “E, vindo, ele evangelizou a paz”
LEITURA RECOMENDADA
Logo abaixo segue uma relação de livros indicados para aqueles que desejam aprofundar seus
conhecimentos sobre missões e que aspiram pelo ministério missionário:
1. Teologia Bíblica de Missões - George W. Peters - CPAD
2. Ouça o Espírito, Ouça o Mundo - John Stott - Editora Ultimato
3. Missões na Bíblia - C. Timóteo Carriker (disponível na internet para download)
4. Valioso Demais Para Que se Perca - William D. Taylor - Editora Descoberta
5. Missionários: Preparando-os Para Perseverar - Margaretha Adiwardana - Editora Descoberta
6. Igreja: Forma e Essência - Gene A. Getz - Vida Nova
7. A Comissão Que Nos Impulsiona - W. J. Hopewell - IBR
8. A Chave Para o Problema Missionário - Andrew Murray - Horizontes
9. Missiologia - A Missão Transcultural da Igreja - Larry D. Pate - Editora Vida
10. O Chamado Para O Ministério - C. H. Spurgeon - Editora PES
11. De Todas as Tribos - Isaac Costa - Ultimato
12. Mais Perto de Deus - A. W. Tozer - Mundo Cristão
13. Missões Transculturais - Uma Perspectiva Bíblica - Ralph Winter/Steven Hawthorne
14. Missões e a Igreja Brasileira Vol. I - C. Timóteo Carriker - Mundo Cristão
15. O Clamor do Mundo - Oswald Smith - Editora Vida
16. Paixão Pelas Almas - Oswald Smith - Editora Vida
17. O Homem Que Deus Usa - Oswald Smith - Editora Vida
18. Teologia de Missões - Aproniano Wilson de Macedo - Editora Cultura Cristã
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19. A Igreja Local e Missões - Edison Queirós - Edições Vida Nova
NOTA: Referências bibliográficas
A maior parte deste módulo foi adaptada dos trabalhos da COMIBAM, do Professor Luiz Silva,
do Pr. David Thompson, do Pr. Edison Queiróz, do Pr. George Martin, do Pr. Jorge Videira, de Jabesmar
Guimarães e dos livros “O clamor do mundo”, “O homem que Deus usa”, “Paixão pelas almas” (Oswald
Smith), “Firme seus Valores” (Charles Swindoll), Teologia de missões (Aproniano Wilson de Macedo) e de
outros artigos extraídos da internet.
O autor dessa obra (módulo de missiologia) apenas pesquisou, compilou e adaptou o material
extraído de diversas fontes.
IGREJA BATISTA DE BROTAS
EAT - ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO TEOLÓGICO
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO
Disciplina:
Nome do Professor:
Data:____/____/____
SOBRE AS AULAS
As aulas foram agradáveis?
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O conteúdo foi relevante e interessante?
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Você participou?
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RELACIONAMENTOS
Você teve oportunidade de interagir com os outros?
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EXPERIÊNCIA
Como o conteúdo poderá aplicar-se em sua vida?
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EXPOSIÇÃO DAS AULAS
Tempo
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Volume
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Ritmo
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O assunto conseguiu atrair a sua atenção?
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EM GERAL
O que você mais gostou nessas aulas?
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Como o professor poderia melhorar?
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Sugestões?
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Nota: Não é necessário o aluno se identificar. Favor destacar e devolver o formulário
preenchido.
29
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