construção de um modelo de educação

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1867
Trabalho 2086 - 1/3
CONSTRUÇÃO DE UM MODELO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE
BASEADO NA PERCEPÇÃO E EXPECTATIVAS DE PACIENTES EM
PRÉ-OPERATÓRIO
Barata, Jaqueline Marques Lara*
Garbaccio, Juliana Ladeira**
O ato cirúrgico é um momento que naturalmente incide sobre a autonomia, autoestima, segurança, conforto dos indivíduos. O desconhecimento em relação aos
cuidados
hospitalares,
procedimentos
médicos
e
de
enfermagem,
cria
expectativas, ansiedades e medos nos pacientes resultando em estresse. Esse
medo, além de causar transtornos quando o indivíduo precisa se operar pode
fazer com que ele adie a cirurgia complicando suas condições clínicas, sua saúde
física, mental e social. A ansiedade é uma manifestação do ser humano em
resposta a possíveis ameaças, podendo ser inespecíficas sendo relacionadas às
incertezas, dúvidas, expectativas e insegurança quanto ao futuro. Expectativas
quanto ao resultado de cirurgia, somada a falta de orientação específica,
individualizada, a respeito dos procedimentos são fatores causais e merecem
reflexão. A angústia trás os medos e, estes, são proporcionais à falta de
informação. Um dos grandes pavores das cirurgias está relacionado aos
procedimentos anestésicos, assim, torna-se importante detectar pontos mais
comuns na causa do estresse pré-cirúrgico, a fim de trabalhar a informação e
comunicação sobre estes assuntos respeitando a cultura e condições sociais dos
pacientes. A palavra comunicar vem do Latim comunicare e significa por em
comum. Isto pressupõe entendimento antecedido pela compreensão. E será que
os pacientes compreendem os profissionais de saúde? O período pré-operatório
inicia-se na internação, terminando momentos antes da cirurgia e os
procedimentos realizados nesta fase tem por finalidade proporcionar ao paciente
uma cirurgia mais segura e uma recuperação mais rápida (menor tempo de
internação) com menores riscos de complicações. Dessa forma, o objetivo desse
1868
Trabalho 2086 - 2/3
trabalho foi traçar um modelo de educação permanente para profissionais da
enfermagem, visando estabelecer um roteiro de informação e comunicação, além
do esclarecimento de dúvidas para pacientes no momento pré-cirúrgico, a fim de
minimizar o estresse e as causas de tensão aos mesmos. Para tal foi,
inicialmente, identificados os problemas e os questionamentos mais comuns dos
pacientes no momento pré-cirúrgico por meio de conversas informais, sendo um
hospital de grande porte de Belo Horizonte o cenário das atividades. Observou-se
o medo como um sentimento prevalente e a anestesia como principal agente
causador deste sentimento e do nervosismo. Grande parte dos pacientes não
foram esclarecidos sobre o procedimento cirúrgico e sobre o pré e pós
operatórios. A partir dos dados obtidos, foi criada uma proposta de uma
metodologia de abordagem, por meio de um roteiro para orientar a equipe quanto
às informações para o paciente pré-cirúrgico, com o perfil estudado. Fotografias
do Centro Cirúrgico da instituição foram feitas e usadas como instrumentos de
orientação aos pacientes e familiares. Pode-se, também, refletir sobre os dados
obtido dos pacientes e da proposta de orientação para a equipe de enfermagem
sob a ótica da NANDA (North American Nursing Diagnoses Association) e Meeker
& Rothrock abordando alguns diagnósticos, intervenções e cuidados de
enfermagem que poderão complementar a proposta de educação permanente
construída. Concluiu-se por meio da abordagem aos pacientes via pesquisa
prática que a educação, a conversa com os mesmos sobre a rotina e o uso de
fotos ou figuras de um bloco cirúrgico podem ajudar na redução do estresse pré e
pós cirúrgico. A confecção do roteiro serve como base de raciocínio para
implementar as ações assistenciais educativas que vão ao encontro da real
demanda da clientela. Conhecê-la é essencial até como forma de escolher a
melhor linguagem, a melhor abordagem levando-se em conta as diferenças
acarretadas pelo grau de instrução, sexo, diferenças de idade e passado
cirúrgico.
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* Enfermeira, Mestre em Enfermagem-UFMG, docente da PUC- Belo HorizonteMG. [email protected]
** Enfermeira. Mestre em Microbiologia-UFMG, docente da PUC-Arcos -MG.
1869
Trabalho 2086 - 3/3
Descritores:
Pré-Operatório,
Centro
cirúrgico,
Educação
Continuada,
Comunicação, Ansiedade.
BIBLIOGRAFIA
1- BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde. Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS –
caminhos para a educação permanente em saúde: pólos de educação
permanente em saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2004. p. 9.
2- OLIVEIRA, NMS. Diagnóstico de Enfermagem de Ansiedade, validação das
características definidoras.[dissertação]. Belo Horizonte (MG), Enfermagem/
UFMG; 2001.
3- OLIVEIRA, NMS. Ansiedade pré-operatória; percepção do paciente. In:
Simpósio Mineiro de Enfermagem; 1999, nº1; Belo Horizonte, Minas Gerais.
4- SILVA, MJP. O papel da comunicação na humanização da atenção à saúde.
Bioética 2002; 10(2):73-88.
5- SILVA, MJP. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações
interpessoais em saúde. Gente (SP) 1996.
_________________________________________________________________
* Enfermeira, Mestre em Enfermagem-UFMG, docente da PUC- Belo HorizonteMG. [email protected]
** Enfermeira. Mestre em Microbiologia-UFMG, docente da PUC-Arcos -MG.
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