MODULADORES DIETÉTICOS DA RESISTÊNCIA INSULÍNICA PALESTRANTE Vanessa Rodrigues Lauar Nutricionista graduada pela Universidade Federal de Viçosa Especialista em Epidemiologia – UFMG Especialista em Nutrição Esportiva – UVA Pós-graduanda em Nutrição Clínica Funcional – UNICSUL Ex-Nutricionista Militar – Exército Brasileiro Ex-Nutricionista Municipal – Prefeitura de Belo Horizonte Docente do Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH Sócia-proprietária da empresa Nutricius Vitae Cursos e Eventos em Nutrição Ltda Nutricionista Clínica do Instituto de Hipertensão – BH Integrante do PEON (Programa de Educação e Orientação Nutricional) da Caixa Econômica Federal - MG Insulino Resistência A insulino resistência é uma alteração fisiopatológica na qual as células alvo, têm uma resposta insuficiente aos níveis normais de insulina circulante. O conceito engloba toda a ação biológica da insulina: crescimento e desenvolvimento, metabolismo dos hidratos de carbono, lipídeos e proteínas, função endotelial e expressão genética. Grupo de Insulino Resistência Sociedade Portuguesa de endocrinologia. 1 CHAMPE, 2006 COZZOLINO, 2007 2 Influência dos componentes da dieta sobre a sensibilidade insulínica COMPONENTES DA DIETA SENSIBILIDADE À INSULINA Gordura total (>40%) (-) Gordura saturada (-) Ácidos graxos trans (-) Ácidos graxos monoinsaturados (+) Fibra cereal (+) Alimentos de baixo IG ou CG (+) Açúcares simples (>20% do VCT) (-) Rubio et al.,Ver. Esp. Obes 2005; 3(2): 71-88 Elaborado pela professora Josefina Bressan ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 Resistência a Insulina ↓Inflamação Interferem na sinalização intracelular de insulina – PKC Interferem na expressão e atividade das enzimas de metabolização da glicose Diminuem a expressão das enzimas lipogênicas Aumentam a oxidação dos ácidos graxos Fontes de Ômega-3 Semente de linhaça, óleo de peixe, óleo de linhaça, óleo de milho, soja, canola, óleo de macadâmia, salmão, truta, cavala, sardinha, arenque Relação ω6: ω3 Máximo 10:1 Ideal 3-5:1 3 VANÁDIO símbolo V ► Efeito insulin-like. Ativa a rota intracelular da insulina estimulando a captação de glicose (↓ da glicemia de jejum) ► Ativa os receptores de insulina pela fosforilação da tirosina quinase ► Aumento das proteínas transportadoras de glicose (GLUTs) para as membranas plasmáticas ► Não foram estabelecidas RDA, EAR e AI ► UL para > 19 anos: 1,8 mg/dia Fontes alimentares: cogumelos, mariscos, salsa, vinho CROMO Símbolo: Cr ► Forma biologicamente ativa do cromo: oligopeptídeo denominado substância ligadora do cromo de baixo peso molecular (LMWcr), liga a insulina ao seu receptor. ► Estimula a atividade quinase do receptor da insulina ► Pode aumentar a fluidez da membrana celular ► DRI: Homem > 19 anos : 30-35 mg/dia Mulher > 19 anos : 20-25 mg/dia UL: ND 4 CROMO Símbolo: Cr ► Fontes alimentares: levedo de cerveja, cereais, integrais, cogumelos, oleaginosas, gérmen de trigo, brócolis ZINCO Símbolo: Zn Co-fator na síntese, estocagem e utilização da insulina In Vitro: A insulina possui a propriedade de se complexar com o zinco, auxiliando na sua solubilidade e estocagem nas células ß pancreáticas. O zinco pode modular a transcrição do receptor de insulina por meio das proteínas dedos de zinco, que contêm 3 dedos de zinco necessários para a sua ligação. Os sítios de ligação dessas proteínas são necessários para ativar a expressão do receptor de insulina. A ação antioxidante do zinco (SOD) protege a insulina de ser degradada. COZZOLINO, 2007 5 ZINCO Símbolo: Zn ► DRI: Homem > 19 anos : 11 mg/dia Mulher > 19 anos : 8 mg/dia UL: 40 mg/dia ► Fontes alimentares: ostras, carnes vermelhas, cereais integrais, peixes e oleaginosas MAGNÉSIO Evidências de Estudos A deficiência de magnésio na dieta correlaciona-se com a redução da ação da insulina. Mais da metade dos indivíduos diabéticos apresentam deficiência de Mg Efeito Melhora o comportamento dos receptores de insulina e melhora o transporte de glicose para dentro das células Mecanismo Co-fator da maioria das quinases, bem como de outras enzimas que participam da regulação da ação da insulina (sinalização pós-receptor) MAGNÉSIO Símbolo: Mg ► DRI: Homem > 19 anos : 420 mg/dia Mulher > 19 anos : 320 mg/dia UL: 350 mg/dia Fontes alimentares: vegetais folhosos escuros, cereais integrais, oleagionosas 6 Vitamina E Melhora o sistema de defesa antioxidante nos indivíduos com RI. ► ► Exerce efeito benéfico no transporte de glicose e sensibilidade à insulina. ► DRI: Adultos > 19 anos : 15 mg/dia UL: 1000 mg/dia Fontes alimentares: vegetais de cor verde-escura, óleos vegetais, gérmen de trigo, amêndoa, avelã, amendoim, abacate, castanha-do-Brasil DIETA ANTIINFLAMATÓRIA Redução da ingestão de AGSA e AG trans. Aumento da ingestão de ácidos graxos ômega-9 (oleaginosas, azeite de oliva, óleo de macadâmia). Adequar relação ômega 6: ômega 3 = 5:1 com o aumento na ingestão de peixes, linhaça ou suplementos alimentares de ômega 3. Aumento na ingestão de CHO complexo e fibras - verificar intolerância alimentar. Aumento na ingestão de frutas e verduras – aumenta-se a oferta de fitoquímicos que inibem o NF-Kappa B. Aumento na ingestão de antioxidantes. BASU A; DEVARAJ S; JIALAL I. Arterioscler Thromb Vasc Biol., 26:995-1001, 2006 Referências Bibliográficas CHAMPE, P. e HARVEY, R. Bioquímica Ilustrada 3a edição. Editora Artmed. 2006. COZZOLINO, S.M.F. Biodisponibilidade de Nutrientes 2a edição. Ed. Manole. São Paulo: 2007. MAHAN, L. Kathleen; ESCOTT-STUMP, Sylvia. Krause. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11 ed. São Paulo: Roca, 2005. INSTITUTE OF MEDICINE (IOM). In: Dietary References Intakes for energy, carboidrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein and aminoacids. Washington, DC: The National Academic Press; 2002. PASCHOAL, V.; NAVES A.; FONSECA A.B.B.L. Nutrição Clínica Funcional : dos princípios á prática clínica. São Paulo: Valéria Paschoal Editora Ltda., 2007. DUARTE, A.C.G.; FAILLACE, G.B.D.; WADI, M.T.; PINHEIRO, R.L. Síndrome Metabólica – Semiologia, Bioquímica e Prescrição Nutricional. Rio de Janeiro: Axcel, 2007. 7