Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR http://revista.univar.edu.br Ano de publicação: 2014 N°.:11 Vol.:1 Págs.:77 - 81 ISSN 1984-431X PREVALÊNCIA DOS CASOS DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE BARRA DO GARÇAS – MT, NO PERÍODO DE DEZEMBRO DE 2008 À DEZEMBRO DE 2012 Fernando Rosa de Paula1 Pablo Henrique Delmondes2 Suiani Priscila Roewer3 Marcus Vinicius Mariano Nascimento3 Edson Fredulin Scherer3 RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo fornecer dados epidemiológicos de casos de dengue no município de Barra do Garças – MT, no período de dezembro de 2008 a dezembro de 2012. Assim, foi realizada uma pesquisa quantitativa, descritiva documental usando como recurso metodológico a busca de dados epidemiológicos, disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde. Observou-se nos resultados encontrados no município que durante os anos de 2008, 2009 e 2010, ocorreu um total de casos diagnosticados de 1093, 2864 e 2855 em casos positivos respectivamente nestes anos. Os menores índices foram nos anos de 2011 e 2012 com 366 e 429 casos diagnosticados positivos, respectivamente. A dengue prolifera por todos os bairros, podendo estar relacionado a condições climáticas, precariedade, influência de saneamento básico, ocorrendo principalmente em período chuvoso. Palavras - chave: Dengue. Hemorragia. Epidemiologia. Prevalência. ABSTRACT: This research aims to provide epidemiological data of dengue cases in the city of Barra do Garças – MT, from December 2008 to December 2012. Therefore, we performed a quantitative, descriptive document using methodological resource to search for the epidemiological data, provided by the local Heath Department. In the results, during the years of 2008, 2009 and 2010 respectively, there were a total of cases diagnosed in 1093, 2864 and 2855, as positive cases. The lowest rates were in the years 2011 and 2012 with 366 and 429 cases, also positive. Dengue proliferates through all neighborhoods, might be related to climate conditions, precariousness, influence of sanitation, occurring mainly in the rainy season. Key words: Dengue. Bleeding. Epidemiology. Prevalence. 1 Farmacêutico Generalista Graduado pelas Faculdades Unidas do Vale do Araguaia. E-mail para contato: [email protected]. Farmacêutico Generalista graduado pelas Faculdades Unidas do Vale do Araguaia e mestrando em Ciências de Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso. 3 Professores das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia. 2 1. INTRODUÇÃO A dengue é uma doença causada pelo mosquito Aedes aegypti da família flaviviradae, sendo classificadas em quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4. As variações da síndrome variam de uma síndrome viral até chegar ao quadro grave e fatal do dengue hemorrágico com choque. Essa arbovirose afeta milhões de brasileiros, principalmente em regiões tropicais e é considerada um dos principais problemas de saúde no país (TAUIL, 2001). O vírus do dengue é de transmissão principalmente urbana, ambiente onde podem se encontrar fatores favoráveis para sua ocorrência: o vírus, o homem, o vetor e principalmente as condições econômicas, políticas e culturais que formam a estrutura que permite o estabelecimento da cadeia de transmissão (COSTA e NATAL, 1998). Esse achado está de acordo com Costa e Natal (1998, p.233): O crescimento urbano propicia grande fonte de indivíduos suscetíveis e infectados concentrados em áreas restritas. Este fato, associado às condições precárias de saneamento básico, moradia inadequada e fatores culturais e educacionais proporcionam condições ecológicas favoráveis à transmissão dos vírus da dengue. As manifestações clinicas aparecem após a picada do mosquito os sintomas podem aparecer de 3 a 7 dias, podendo ficar no período de incubação até 15 dias. O dengue clássico, quando avaliado no hemograma, apresenta a diminuição de plaquetas na circulação sanguínea e o aumento da concentração do sangue. Os sintomas são dores de cabeça, dores musculares, nas articulações, febre, erupções cutâneas, náuseas, vômitos, tontura, coceira nas palmas das mãos e pés. A febre pode desaparecer até no terceiro dia, se houver dois ou três sintomas citados acima pode indicar dengue clássico (FIOCRUZ, 2013). Os sintomas clínicos da dengue hemorrágico são parecidos com os sintomas do dengue clássico, e 77 ocorre um aumento repentino do estado febril, podendo durar de 2 a 7 dias. É normal ocorrer hepatoesplenomegalia e esplenomegalia, principalmente em lactantes. O diagnóstico pode ser confirmado através da prova do laço positiva que irá apresentar petéquias e púrpura (SINGHI; KISSOON; BANSAL, 2007). Outros sintomas podem ser citados como a síndrome do choque que apresenta na dengue sinais de insuficiência circulatória, como pulso rápido e fraco, pele fria, úmida e agitação, o choque é de inicio agudo e acontece depois de 2 a 5 dias de febre. O paciente corre o risco de entrar em óbito nas primeiras 24 horas do inicio do choque, ou ainda pode se recuperar rapidamente após uma adequada reposição de fluidos (SINGHI; KISSOON; BANSAL, 2007). Segundo Lenzi e Coura (2004), não há tratamento específico para o dengue clássico. Recomenda-se estar em repouso e beber bastante liquido, para os sintomas de febre e dor de cabeça não se devem usar medicamentos composto por ácido acetil salicílico (AAS), pois esse medicamento é um antiagregante plaquetário. Em relação ao tratamento dos sintomas da dengue, muitas pessoas não dão importância ao uso do paracetamol, fazem a prática da automedicação com uso indiscriminado do medicamento e não sabem as graves consequências que pode acarretar. O quadro clínico de dengue hemorrágica não existe tratamento específico, apenas são combatidos os sintomas, no sentido de evitar a síndrome do choque (CECOM, 2013). Segundo Donalísio e Glasser (2002) em muitas regiões existem recursos destinados ao controle do vetor, mas muitas vezes não se tem alcançado sucesso nos programas utilizados, devido principalmente a cinco fatores: desejo de encontrar soluções fáceis, má administração do programa ao combate da dengue, agravo da dimensão do problema, repetidas experiências fracassadas, espelhada em outras experiências mal sucedidas no controle de dengue e de outras doenças transmitidas por vetores. As medidas profiláticas de controle hoje existentes, são focadas principalmente no vetor Aedes aegypti, sabendo que não se tem ainda vacina ou drogas antivirais específicas contra o vírus da dengue. Como existe um grande investimento voltado aos programas de combate ao vetor da dengue, a Organização Mundial de Saúde tem investido em pesquisas para o desenvolvimento de vacina antiviral. Uma das formas de evolução da doença na população é a precariedade, condições sanitárias havendo uma maior chance de se infectar com o vírus do dengue, devido os números elevados de casos positivos há uma dificuldade para o controle dessa epidemia. (PIMENTA, 2011). O trabalho teve como objetivo avaliar os casos de dengue no município de Barra do Garças – MT, a partir de dados da secretaria de saúde no período de dezembro de 2008 a dezembro de 2012, informando a gravidade da doença, abordando complicações causadas na população pelos diferentes tipos de dengue e orientando sobre a importância da prevenção e do combate a dengue nos diversos bairros do município de Barra do Garças. 2. MATERIAIS E MÉTODOS A metodologia utilizada para a realização desse trabalho foi a abordagem de pesquisa quantitativa, através da pesquisa descritiva documental e teve como recurso metodológico a busca de dados epidemiológicos, disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde referente aos casos de dengue na cidade de Barra do Garças – MT, critério de inclusão foi considerado o período de dezembro de 2008 à dezembro de 2012, analisando o agravo da doença e suas complicações. Para a coleta dos dados na Secretaria Municipal de Saúde a coordenação do curso de farmácia emitiu um oficio pedindo a liberação das informações sobre os casos de dengue no município estudado. Os dados foram tabulados e analisados no programa Microsoft Excel. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O trabalho foi feito no município de Barra do Garças – MT, baseado em dados coletados junto à secretaria de saúde do município. Os resultados dos dados coletados observaram-se através do estudo que a dengue esteve presente em todo município, sendo que a dengue foi a responsável pela maioria dos casos positivos, no período de dezembro de 2008 à dezembro de 2012. Outro dado verificado nos resultados encontrados neste município foi que, durante os anos de 2008, 2009 e 2010, ocorreu um total de casos diagnosticados de 1093, 2864 e 2855 em casos positivos respectivamente nestes anos. Os menores índices foram nos anos de 2011 e 2012 com 366 e 429 casos diagnosticados positivos, respectivamente (Figura 1). Figura 1 – Quantidade dos casos de dengue entre os anos de 2008 a 2012 na cidade de Barra do Garças. O trabalho também pode verificar que a prevalência de dengue em diversos bairros do município de Barra do Garças – MT no total de 44 bairros analisados, incluindo os não identificados, onde constatou-se o maior numero de casos nos bairros: Centro, Jd. Amazônia I, Pitaluga, Vila Maria, Vila 78 Santo Antônio, São José e Não identificados com maior prevalência nos anos de 2009 e 2010, como mostra a tabela 1 abaixo. Tabela 1 – Quantidade dos casos de dengue entre os anos de 2008 a 2012 considerando separadamente os bairros da cidade de Barra do Garças. Bairros 2008 2009 2010 2011 2012 Abel Lira 08 14 36 04 01 Águas 00 02 00 00 00 Quentes Alto Boa 02 24 33 06 05 Vista Anchieta 31 62 42 10 25 Bela Vista 02 09 08 00 00 Bosque da 01 03 06 00 00 Saudade Campinas 47 101 114 10 14 Centro 101 402 326 30 40 Dermat 17 66 41 01 02 Jd Amazonas 02 15 07 00 09 Jd Amazonia 35 207 54 08 12 I Jd mazonia II 28 90 82 09 06 Jd. Araguaia 31 71 102 12 24 Jd. Cristino 10 51 50 10 09 Côrtes Jd. Horizonte 09 03 23 02 13 Jd. Mariano 09 60 80 10 10 Jd. Morada do 03 00 16 03 02 Sol Jd. Nova 20 03 97 15 10 Barra Jd. Nova 01 00 00 00 02 Esperança Jd. Nova 01 00 00 00 00 Jerusalém Jd. Ouro Fino 28 73 102 14 18 Jd. Palmares 11 13 20 04 06 Jd. Paraíso 03 06 05 01 00 Jd. Piracema 33 25 108 08 16 Jd. Pitaluga 24 141 152 12 24 Jd. Planalto 01 10 11 01 00 Jd. Rainha de 04 04 02 00 00 Fátima Jd. Sena 27 72 59 11 15 Marques Jd. Solar Ville 02 08 01 00 02 Recanto das 05 36 37 03 05 Acácias Res.Wilmar 04 11 14 01 05 Peres São Benedito 19 61 55 06 06 São João 22 96 69 06 13 São José 60 81 82 24 21 São Sebastião 12 54 83 12 13 Serra Dourada 04 04 00 00 00 Serrinha 04 20 20 01 04 Setor 01 01 04 01 01 Industrial União 13 03 57 04 05 Vila Maria 74 113 85 13 14 Vila Santo Antônio Vila Varjão Zeca Ribeiro Não identificado (Branco) Total 80 422 516 79 48 12 03 289 24 06 397 33 09 214 06 04 23 05 02 22 1093 2864 2855 366 429 O estudo teve como base a pesquisa da dengue no município de Barra do Garças em 44 bairro da cidade, percebe-se que os resultados encontrados estão de acordo com Souza (2010), que também realizou uma pesquisa em Barra do Garças – MT relatando que os bairros Jardim Pitaluga, Centro da cidade, Campinas, Vila Maria, Vila Santo Antônio e o São José foram os bairros que se destacaram com os maiores números de infestação do mosquito Aedes aegypti, nos anos de 2007 a 2009. Segundo Teixeira; Barreto; Guerra (1999), os quatro sorotipos da dengue geram confusão e também incertezas em várias áreas de conhecimento e principalmente o que diz respeito a suas apresentações clínicas e epidemiológicas que são pleomórficas. São observadas graves epidemias, acontecidas no Sudeste Asiático, onde têm sido comuns às formas hemorrágicas. Em 1979, em Cuba, ocorreram epidemias clássicas consideradas benignas, causada pelo sorotipo DEN-1, em 1981, foi encontrado o sorotipo DEN-2, de forma grave com muitos casos hemorrágicos. Os casos das primeiras epidemias no Brasil foram encontrados nos grandes centros, seguidas de outras, nas mesmas áreas, mas por agentes de sorotipos diferentes, sendo registrados poucos casos de dengue hemorrágico (TEIXEIRA; BARRETO; GUERRA, 1999). Os nossos resultados mostraram que em Barra do Garças a epidemia dos casos de dengue ocorreu nos anos de 2009 e 2010. No entanto, os dados encontrados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), na pesquisa de Siqueira et al. (2010), mostram a epidemia nos anos de 2002, 2008 e 2010. O que mostra que, o sistema de notificação do (SINAN), não teve registro de epidemias nesse período em Barra do Garças. Segundo Siqueira et al. (2010), nos anos de 2002 a 2010 foram registrados aproximadamente quatro milhões de casos prováveis de dengue no país, em destaque as epidemias analisadas nos anos de 2002, 2008 e 2010, com predomínio dos sorotipos DENV-3, DENV-2 e DENV-1, respectivamente. Segundo estudos de Câmara et al. (2007), foram notificados 1.564.112 casos de dengue no Brasil, no período da grande epidemia de 2001-2003, sendo 4.123 na forma hemorrágica, com 217 óbitos. Considerando que a notificação foi cerca de 15%, sendo possível que o numero de casos tenha sido da ordem de 10 milhões. Pode-se considerar ainda que grande parte das infecções pelo vírus da dengue é assintomática, o número real de casos pode ter sido 79 superior a 40 milhões, cerca de 20% da população do país. Por isso é extremamente importante combater à doença no caso da dengue. Pelos estudos percebe-se que é possível separar o país em dois grupos: as primeiras regiões Nordeste e Sudeste detiveram 86% de todas as notificações, e o segundo, formado pelas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste, uma pequena proporção restante. No primeiro grupo, encontram-se ambientes que favorecem a disseminação do vírus e do vetor para o país. Estes lugares atraem turistas, visitantes e trabalhadores que se expõem à infecção e levam o vírus quando retornam ao seu local de origem. Grandes fluxos de tráfegos também evoluem para uma rápida disseminação do vírus e do vetor, sendo possíveis campanhas para reduzir a circulação do vírus (CÂMARA et al., 2007). Segundo Siqueira et al. (2010) a porcentagem de casos era provável em menores de 15 anos de idade aumentando ao longo do deste tempo, sendo que 17% em 2002 e atingindo 27,5% no período de 2008, o que é de importante modificação na epidemiologia da dengue nesse período. Estes casos para crianças ocorreram de forma avançada, com dois anos entre as primeiras observações no estado do Maranhão e as epidemias de 2008, esse padrão foi observado em municípios de todos os portes populacionais, coincidindo com a circulação do DENV-2. Observou– se também em diversos estudos um aumento de casos de dengue com complicações (DCC) e febre hemorrágica da dengue (FHD) ao longo do tempo, acompanhado pela elevação do número de óbitos pela doença. Quase 60 mil casos de DCC foram registrados no período, com 1.177 evoluindo para óbito. Os casos de FHD somaram 18.015 com a ocorrência de 1.206 óbitos. Essa capacidade de aumento de casos graves foi acompanhada pelo aumento nas internações por dengue que chegaram a quase 100 mil apenas no ano de 2010, o que representa cerca de 10% dos casos prováveis desse ano. Em relação as áreas com maiores incidências da doença se concentraram nos estados da Região Nordeste e em municípios dos estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com a incidência de 396,2 casos por 100 mil habitantes para o país. Na epidemia de 2008 voltou o predomínio do DENV-2 tendo novamente o estado do Rio de Janeiro como principal foco, com 37% dos casos prováveis. Nesse ano de 2008, nenhuma das demais unidades federadas do país concentrou mais de 10% dos casos. As áreas com maiores casos foram observadas principalmente na Região Nordeste e no estado do Rio de Janeiro. A epidemia de 2010 apresenta um padrão bem diferente das epidemias de 2002 e 2008. Observase uma grande concentração de municípios com alta transmissão da doença na Região Centro-Oeste e parte da Região Sudeste. Os estados com maior número de casos registrados foram os estados de Minas Gerais (21,1%) e São Paulo (20,3%). O estado do Rio de Janeiro que foi o principal foco das epidemias anteriores representou apenas 2,9% dos casos (SIQUEIRA et al., 2010). Estudos mostram que, diante da intensidade de transmissão da doença no Brasil no inicio de 2000, houve um empenho do SUS para atualização das guias de manejo e principalmente no processo de capacitação das equipes de saúde. Mesmo com essas iniciativas, em 2008 observa-se um maior registro de óbitos no Brasil com cerca de 35% ocorrendo em menores de 15 anos de idade. Estes resultados mostram a importância de melhor organização da resposta às epidemias de dengue com a tentativa de diminuir a ocorrência de óbitos, promovendo uma mobilização dos gestores e da população, com processos de capacitação dos profissionais de saúde (SIQUEIRA et al., 2010). Em estudos feitos por França et al. (2011), ele relata que as condições climáticas do verão é propícia para o desenvolvimento do Aedes aegypti devido a presença de umidade e também de chuvas, aumentando os casos. A temperatura de 28ºC aumenta a proliferação do mosquito, consequentemente o risco de dengue, explicando assim a maior incidência no Sudeste e também em Mato Grosso. Ao contrário do Sudeste, em Mato Grosso onde há temperaturas mais elevadas que nas regiões Sul e Sudeste e com baixa umidade relativa do ar, principalmente no período da seca, a dengue ocorre não somente no verão, mas também em períodos de chuvas, quando diminuem as temperaturas, contribuindo para a proliferação das larvas do mosquito. Alguns autores como Pessanha et al. (2009) evidenciam que deveria haver monitoramento mais rigoroso no momento do surgimento de uma população residual de mosquitos, uma ação focada em locais com detecção do vetor e maior rigidez nos ambientes que favorecem para a reprodução do Aedes aegypti, com busca em um papel educativo que possa mudar atitudes da população com relação às medidas de prevenção. Segundo outro autor, Costa et al. (2011) a classificação e identificação da dengue são de grande importância para definir programas e ações preventivas, com intuito de minimizar maiores danos à saúde da população, criando área de vigilância epidemiológica e efetivação de planos para o controle da dengue. As relações socioeconômicas e ambientais são questões a ser avaliada para a transmissão do vetor, considerando as condições de cada município, bem como outros fatores: os hábitos e comportamento da população, efetividade das medidas de controle, o grau de infestação pelo vetor. A situação socioeconômica apresenta forte relação à doença, é caracterizado pela falta de saneamento básico, saneamento ambiental, domicílios em que o lixo é jogado em terreno baldio, serviço de coleta de lixo, condições de renda, densidade populacional urbana e escolaridade. Percebe-se que no caso da dengue, segundo Costa et al. (2011), a prevenção e a contribuição da sociedade para o combate ao mosquito são de fundamental importância, as consequências causadas pelo vetor que transmite a doença, deixa claro que no caso da dengue é evitar a proliferação, incidência e transmissão com intenção de reduzir os casos de dengue e diminuir sua gravidade na saúde da população, promovendo uma melhora na qualidade de vida da comunidade. 80 LENZI, M. F.: COURA, L. C. Prevenção da dengue: a informação em foco. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 37, n. 4, p. 343-350, 2004. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos dados documentais levantado junto à secretaria de saúde de Barra do Garças, o nosso estudo evidenciou que os casos de dengue do município, pode estar relacionado a condições climáticas, precariedade, influência de saneamento básico e também o crescimento da população durante este período, ocorrendo principalmente em período chuvoso. Podemos comprovar esses dados por que a dengue proliferou em todos os bairros principalmente nos bairros Centro da cidade, Jardim Amazônia I, Jardim Pitaluga, Vila Maria, Vila Santo Antônio, como mostra os estudos dos diversos bairros da cidade, percebe-se que ela ocorreu nos bairros mais populosos da cidade como evidenciam os estudos analisados. Como sugestões para o controle desta epidemia seriam necessárias medidas preventivas realizadas pelos agentes de saúde, contratação de equipe capacitada a desenvolver o serviço, detecção de larvas para o combate e conscientizando a população do município de Barra do Garças sobre o agravo dessa doença. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CÂMARA, F. P. et al. Estudo retrospectivo (histórico) da dengue no Brasil: características regionais e dinâmicas. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina, v. 40, n. 2, 2007. CECOM. Unicamp sem dengue. Disponível em: http://www.cecom.unicamp.br/dengue/index.php?optio n=com_content&view=article&id=46&Itemid=58. 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