Os ramos de pensamento na Sociologia do Trabalho A sociologia do trabalho desenvolveu-se originalmente com o fim de fornecer uma compreensão critica das sociedades industriais capitalistas. O trabalho e o modo como é organizado e vivenciado tem um papel central para este objectivo. Apesar dessa intenção uma sociologia industrial ou do trabalho única e totalmente integrada nunca emergiu. De facto, os sociologos neste dominio têm variado nas suas orientações metodologicas e teoricas. E também no seu foco de interesses primários. Uns tem-se focalizado mais nos padrões sociais globais das organizações do trabalho, enquanto outros analisaram mais aspectos micro dos comportamentos e experiências do trabalho. Alguns concentraram-se nos factores estruturais que influenciam as actividades do trabalho, e outro no papel da agência humana e “subjectividade”. Uns abordam mais o tema dos conflitos, exploração e desigualdades, já outros enfatizam os aspectos ligados com a cooperação no contexto do trabalho. De qualquer modo, podemos identificar alguns padrões no conjunto destas posições distintas. Mas para evitar a artificialidade de alocar diferentes autores e investigadores a “escolas”, ao mesmo tempo que se reconhece a necessidade de juntar as contribuições que parecem ter algo em comum, podemos recorrer à noção de ramos do pensamento. Daí a proposta que 6 ramos de pensamento são necessários com o intuito de apreciarmos quer as variações quer as continuidades no estudo sociologico do trabalho. Ramos de Pensamento Aplicação e Desenvolvimento Gestionário – Psicológico Organização cientifica (Taylorismo) Humanismo psicologico Durkheim – Relações HumanasSistemas Escola das relações humanas Pensamento sistémico Interaccionismo – Ordem Negociada Ocupações e profissões na sociedade Organizações como ordens negociadas Etnometodologia Weber – Social – Acção – Institucional Principio burocráticos de organização do trabalho Orientações no trabalho Teorias insitucionais das organizações e Construtivismo social Marxista – Processo de Trabalho Experiência individual e processo de trabalho capitalista Contradições estruturais na sociedade Pós-estruturalistas e pósmodernidade Discurso e subjectividade humana Organizações pós-modernas 1 O ramo gestionário – psicológico As duas abordagens – organização cientifica do trabalho e humanismo psicologico – não são em sentido estrito parte da sociologia do trabalho e das organizações, contudo, elas são fundamentais para a compreender o desenvolvimento da sociologia industrial no século XX. A organização cientifica e a psicologia humanista são à primeira vista de sentido oposto, mas na realidade ambas dizem respeito a estilos individualisticos de pensar sobre o trabalho, e estão ambas preocupadas em prescrever aos gestores a forma de trabalhar e interagir com os seus trabalhadores e ainda de como organizar as funções. O foco da sua atenção concentra-se em questões acerca da natureza humana e em consequência falham em reconhecer o leque de possibilidades para a organização do trabalho e orientação qu os indivíduos podem adoptar, dependendo das suas prioridades na vida. O enfoque destas abordagens é de potencializar o metodo cientifico para descobrir e tornar legitimas aquilo que são, em verdade, técnicas de manipulação antes de preocupações desinteressadas em compreender a natureza humana. A Organização cientifica do trabalho / Taylorismo É importante começar por entender o seu contexto ... trata-se de uma época de crescente divisão racional das tarefas e de mecanização do trabalho que alcançou o seu ponto cimeiro no inicio do seculo XX. Onde a necessidade de coordenar os esforços do trabalho humano incentivaram a atenção dos individuos interessados em aplicarem os mesmos critérios cientificos e de engenharia à esfera humana, tal como tinham feito com aquilo que é de natureza mecânica. Taylor encorajou uma perspectiva do trabalhador industrial como tratando-se de um homus economicus, o qual poderia ser encorajado para agir como se se tratasse da contratação de um par de mãos e concedendo aos gestores a prerrogativa de realizarem o trabalho de indole mental por e para eles. O metodo mais eficiente de organizar o trabalho é associando-o às recompensas financeiras do trabalho ao nível dos “outputs” realizados pelos individuos. Estes resultados beneficiam por igual quer empregadores quer empregados, removendo-se assim a possibilidade de conflito e da necessidade de existência dos sindicatos. A organização cientifica do trabalho engloba: -Análise cientifica de todas as tarefas desempenhadas com vista a tornar a oficina tão eficiente quanto possível -Desenho das funções por forma a alcançar o máximo de divisão técnica do trabalho através da sua fragmentação -Separação do planeamento e execução do trabalho -Redução dos requisitos de capacidades e dos tempos de aprendizagem -Separação entre tarefas preparatórias e tarefas produtivas -Utilização do estudo dos tempos e sistemas de monitoria para coordenar os elementos fragmentários e o trabalho desqualificado dos trabalhadores -Sistemas de pagamento por incentivos 2 CONCEPÇÕES DO TRABALHO E DAS ORGANIZAÇÕES - Taylorismo Fragmentação de tarefas, a partir do estudo dos tempos e dos movimentos Padronização do desempenho das tarefas Concepção (rotinização e especialização) Trabalho Controlo Preparação Execução Técnico Separação entre concepção/controlo e execução Individualização e especialização funcional = 1 trabalhador 1 posto trabalho e 1 tarefa tão simples quanto possível Divisão vertical (hierarquização) Forte controlo hierárquico Remuneração individualizada em função da produtividade Rendimento Conjuntos Subconjuntos Unidades Operações unitárias Motivação económica /extrínseca (homo economicus) A investigação demonstra que as práticas de desenho das funções em ambiente de industrial continua a ser dominado pela preocupação de minimizar a unidade de tempo de produção, por forma a minimizar o custo de produção. Entre esses critérios incluemse: especialização dos skills necessários, requisitos minimos de capacidades, tempos de aprendizagem minimos, o máximo de repetições, e limitação do numero de tarefas numa função e de variação entre tarefas e funções. É defendida uma abordagem técnica e não politica para a resolução de todos os problemas organizacionais – centrados no componente individual. Taska (1992) “....facilitaria a criação de uma cultura industrial unificada, não amrcada por divisões de classe ou conflitos, uma cultura caracterizada por noções de consenso aceites pelas partes...” Psicologia Humanista As prescrições oferecidas aos gestores por esta corrente decorrente de assumpções muito diferentes acerca da natureza humana. É defendido que alcançar a eficiência organizacional não passa pela exclusão dos trabalhadores das decisões relacionadas com as suas tarefas, mas pelo contrário por via do encorajamento da sua participação. Entre outras formas de pôr em prática esta orientação cite-se: -os trabalhadores são envolvidos na definição dos seus objectivos de trabalho -as funções desempenhadas são enriquecidas através da redução do grau em que são supervisionadas e monitoradas 3 -o desenvolvimento de relações mais abertas e autênticas com os colegas, em especial em ambiente de trabalho em equipas Esta corrente enquadra-se nos anos sessenta do seculo passado, podendo ser considerada como em oposição directa à organização cientifica do trabalho, mas a qual de algum modo constitui um espelho daquela, baseando a sua abordagem do comportamento humano numa teoria acerca da natureza humana. Por exemplo, um dos primeiros escritores desta corrente, McGregor, tornou muito clara esta equivalência, designando as duas proposições de Teoria X e Teoria Y. A teoria X, organização cientifica do trabalho, considerava os individuos como sendo desinteressados pelo trabalho, preferinfo evitar responsabilidades, e apreciando que lhes sejam dadas direcções claras, tendo ambições limitadas e vendo a segurança como uma prioridade. No caso, o gestor controla e exerce coacção nos individuos para a concretização dos objectivos organizacionais. Isto encoraja nos trabalhadores uma forma de aceitação passiva, o que por sua vez leva a uma falta de iniciativa e criatividade. A teoria Y, afirma que os individuos em geral preferem exercer o seu auto-controle e auto-disciplina no trabalho. E isto ocorreria se aos individuos for permitido contribuirem criativamente para os problemas organizacionais, de uma forma que lhes permita satisfazer a necessidade ultima de auto-actualização – este aspecto redirecciona para a teoria motivacional de Maslow. Um exemplo relevante de aplicação prática decorrente desta forma de pensamento é a proposta de F.Herzeberg na sua teoria dos dois factores de motivação: factores motivadores ou de conteúdo, satisfazem as necessidades de nível superior; e, factores higiénicos ou contextuais, satisfazem as necessidades de nível inferior. Discussão À primeira vista poderá parecer que aqueles interessados em investigarem cientificamente os comportamentos do trabalho têm perante eles uma tarefa simples: de testar duas preposições acerca do trabalho e das necessidades humanas para encontrar a validade das teorias X ou Y. Os sociologos têm de dizer isto não pode ser! Uma tentativa daquele genero implica um reducionismo e psicologismo na sua crença de que a compreensão dos comportamentos no trabalho é uma questão de obtermos um entendimento correcto sobre a natureza humana – um conjunto de principios acerca das pessoas, os quais são susceptiveis de aplicação a todos os individuos e em todas as circunstâncias. E, na medida em que exista algo como a natureza humana, é muito mais complexo do que isso e leva as pessoas a agir de formas muito diferentes em circunstâncias também elas diferentes. É aceite que os seres humanos não existem sem terem instintos ou necessidades fisiologicas inatas, mas estes são subordinados pelas normas culturais, regras sociais e preferências relacionadas com a sua identidade.Em função destas variaveis os individuos podem algumas vezes buscar a estabilidade da segurança, e outras a estimulação do risco, outras procurar o seu poder pessoal, ou ainda terem prazer em serem controlados. A nossa natureza social ou culturalmente definida é bastante mais importante do que qualquer situação universal ou uma natureza das especies. 4 Ao avaliar estas duas linhas de pensamento somos confrontados com um paradoxo. As duas estão certas e ambas estão erradas. Para lhe dar sentido precisamos de adicionar o argumento de que depende das circunstâncias. E, por circunstâncias pretendemos significar os factores estruturais e culturais que são preocupações centrais de uma abordagem sociologica. Muitos desses factores ocorrem ao nível organizacional, mas também se aplicam a um nível societal, de que são exemplo: a.Se numa sociedade ou em parte dela existe uma cultura que coloca um valor principal no elemento financeiro e se existe uma industria estruturada na base da mecanização e especialização das tarefas, é possível que as pessoas nessa situação social / cultural venham de forma deliberada a escolher fazer esse tipo de trabalho, e aceitar com agrado uma supervisão apertada e um certo grau de aborrecimento, pela obtenção do dinheiro; b.Se por sua vez tratar-se de um tipo de cultura que coloque enfase no valor da autonomia pessoal, e considere o trabalho como chave para a nossa identidade, então poderemos esperar que os gestores “cientificos” percam a sua influência face aqueles que decidam seguir uma politica de gestão de auto-actualização. Estas duas possibilidades sociais são necessariamente simplificações por forma a permitir levantar o argumento acerca da importância de factores de uma natureza social, a qual exista em paralelo com os psicologicos. Durkheim – Relações Humanas – Pensamento Sistémico A enfase no sistema social do qual os individuos são uma parte. O sistema social pode ser a sociedade como um todo, a organização do trabalho ou também uma sub-unidade dessa mesma organização. A ideia central é essencialmente de natureza sociologica e pretende que nos focalizemos nos padrões de relacionamento, os quais existem entre as pessoas mais do que nas próprias pessoas. Esta enfase alcançou o seu ponto cimeiro na historia da sociologia do trabalho com Durkheim. E fornece o quadro teorico subjacente aquilo que é frequentemente identificado como sendo a primeira escola de pensamento da sociologia industrial, “Escola das relações humanas”. Durkheim defendeu que para estudar-se a vida social teremos de isolar e examinar os factos sociais. Estes são coisas que existem externamente aos individuos e que exercem condicionamento sobre eles. Referem-se a valores, costumes, normas, obrigações, etc... O autor perspectiva a solidariedade orgânica como fundamental para a existência de uma organização saudável podendo ser ameaçada por uma economia do tipo “lassezfaire” e uma filosofia utilitarista, as quais encorajam um egoismo contrastando fortemente com um tipo de individualismo saudavel que possa existir numa sociedade de tipo industrializada.Este individualismo “saudavel” pode existir na medida em que a sociedade forneça um quadro de regulação, principios de direcção ou normas. Escola das Relações Humanas e os Estudos de Hawthorne O autor de referência é Elton Mayo. Em lugar de procurar a integração social como Durkheim através da existência de comunidades morais baseadas nas ocupações, Mayo descolocou essa posição para o grupo de trabalho em contexto industrial e da organização empregadora, com os 5 gestores tendo a responsabilidade em assegurarem que as ligações afiliativas no seio do grupo e os sentimentos sociais são promovidos de uma maneira criativa. Tal como Taylor, ele procurava desenvolver uma elite gestionária eficaz e cientificamente informada. Caso os gestores pudessem assegurar que as necessidades sociais dos individuos fossem satisfeitas no trabalho através da satisfação de trabalharem em conjunto, fazendo-os sentirem-se importantes para a organização, e demonstrando interesse nos seus problemas pessoais. Desse modo, quer os conflitos sociais quer industriais podem ser eliminados. O contexto em que emerge a contribuição das relações humanas no grupo teve a ver com o problema do controle num ambiente crescente de empresas de grande dimensão do periodo pós-guerra, onde legitimar esse controle num tempo que tinha o desafio da emergência dos sindicatos. É uma reacção ao facto da fé da organização cienifica do trabalho numa solução que envolva a realização de condições de trabalho optimas, o metodo de trabalho adequado e um esquema de incentivos correcto, demonstrou ser limitada. A evidência de prestar atenção a outras variaveis: importância das experiências de Hawthorne. Foi referido que o interesse forte evidenciado nos trabalhadores pelos investigadores, o padrão eficaz de comunicação que se desenvolveu e a forte coesão social no seio do grupo, fizeram emergir as necessidades do grupo por uma interacção gratificante e a cooperação com o output necessário pretendido pela gestão. Este tipo de análise reflecte os problemas de relacionamento gestão – trabalhadores devido à falha em reconhecer as emoções e os sentimentos dos trabalhadores. Pareto (1848 – 1923) notou existirem relações de proximidade entre as ideias de Durkheim e de Mayo, assentes em dois aspectos: 1.a sugestão de que os comportamentos dos trabalhadores podem ser atribuidos aos seus sentimentos mais do que à ordem da razão. Aparentemente, comportamentos racionais como aquilo que Taylor referiu como sendo “systematic soldiering” pode ser melhor compreendido se decorrente da esfera da irracionalidade: medos, ansiedades, e a necessidade instintiva dos individuos para serem leais para com o seu grupo social primário. Os problemas não decorrem de conflitos percebidos a nivel economico e racional, e não sendo desse modo susceptiveis de solução atraves de uma gestão dita cientifica. 2.uma enfase na noção de sistema. Encontramos a analogia orgânica com o sublinhar da integração e necessária interdependência das partes e do todo.Somente por integração do individuo na comunidade industrial (liderada pelos gestores) poderia haver a manutenção de uma integração sistémica e os problemas potenciais da sociedade industrial serem evitados. Pensamento sistémico na sociologia do trabalho e organizações A mensagem de Durkheim para os sociologistas é de que deveriam procurar para além da esfera individual, dos individuos que compoem a sociedade, e focalizar a atenção ao nível dos padrões subjacentes da actividade social. 6 No pensamento sistémico, as entidades sociais como as sociedades ou as organizações, são vistas como se fossem um corpo auto-regulado, que trocam energia e matéria com o seu meio ambiente com vista a sobreviver. A ideia de olhar para a própria sociedade e as organizações industriais como sistemas sociais (e, mais tarde, sistemas socio-tecnicos) tem as suas raízes na antiga analogia orgânica, a qual perspectiva a sociedade como se de um organismo vivo, em constante busca de estabildiade com seu ambiente. O maior impacte do pensamento sistémico para o dominio da sociologia do trabalho e das organizações é o estudo das organizações do trabalho. Entre os anos 50 e 70 do sec XX,a perspectiva da organização formal como sistema aberto funcionando no contexto do seu ambiente, tornou-se numa especie de ortodoxia, partilhada por diferentes escolas da teoria organizacional. A abordagem dos sistemas no essencial é sublinhada pela substituição da metafora da gestão classica, isto é, a organização vista como uma maquina concebida racionalmente e construida para alcançar os objectivos de eficiencia definidos pelos seus arquitectos; pela metafora da organização como organismo vivo em permanente adaptação para sobreviver num ambiente potencialmente ameaçador. Os seus dois fundamentos mais relevantes são: 1.reconhecer que as organizações são muito mais do que as estruturas oficiais estabelecidas pelos seus fundadores. Elas são, além do mais, padrões de relações as quais constantemente têm de se adaptar para permitir à organização ter um futuro sustentável. 2.reforça a importância de interrelações próximas entre as diferentes partes, ou subsistemas, da organização. A tendência para mudanças numa parte do sistema ter implicações para as outras partes é um dos aspectos muito sublinhados. Alguns sociologos têm referido como uma vulnerabilidade chave do pensamento de sistemas apresentado por Durkheim uma tendência para que a organização enfatize a noção de integração e consenso, em detrimento da atenção para possiveis conflitos subjacentes e diferenças de interesses fundamentais. Os modelos de sistemas não são unicamente vistos como parciais na sua enfase na integração e consenso. São frequentemente percebidos como vendo a organização, ou a sociedade da qual é uma parte, do ponto de vista da gestão ou de qualquer outro grupo dominante. Frequentemente de forma implicita nas analises das relações sociais como “sistemas” resulta a preocupação de identificar formas de manter esse sistema. O pensamento sistémico é de valor na sua enfase nas estruturas e padrões da vida social. É uma abordagem util para corrigir as abordagens de explicação excessivamente individualistas e psicologicas. Contudo, confronta-se com o risco de deixar de fora das análises os individuos envolvidos. As estruturas vêm substituir os seres humanos como foco de atenção. Estas abordagens tendem a conceder atenção insuficiente ao grau de interacção que se desenvolve entre as iniciativas individuais e os condicionamentos sociais presentes nas sociedades humanas. São limitadas em ter em conta o grau em que o mundo social é uma criação de individuos / grupos que interagem, atribuindo significados e fazendo interpretações sobre as suas situações. 7 CONCEPÇÕES DO TRABALHO E DAS ORGANIZAÇÕES CONCEITO DE SISTEMA – Grupo de elementos em interação, interrelacionados ou interdependentes que formam um todo uno e complexo Propriedades do todo explicam as da parte O todo é maior que a mera soma das partes SISTEMAS O todo tem propriedades que as partes não possuem ISCSP 2011/2012 Formados por partes diferentes, mas interdependentes ST Carlos D. Botelho a.As partes de um sistema devem estar todas presentes para que concretize de modo optimo a sua finalidade b.As partes de um sistema devem estar organizadas de modo específico para que concretize a sua finalidade c.Os sistems têm finalidades especificas no quadro de sistemas mais amplos d. Os sistemas mantêm estabilidade através de interacções, feedback e ajustamentos e. Os sistemas possuem feedback …potenciam para a acção EVENTOS – MOMENTOS SINGULARES PADRÕES – SEQUÊNCIAS / TENDÊNCIAS ESTRUTURAS - INVISIVEL SISTEMAS SÃO CONSTRUIDOS SOBRE ESTRUTURAS – FORMA GLOBAL COMO OS COMPONENTES DO SISTEMAS ESTÃO INTERRELACIONADOS 8 MODO DE ORIENTAÇÃO ACÇÃO TEMPORAL EVENTOS REAGIR PADRÕES ADAPTAR PRESENTE MODE DE PERCEBER TESTEMUNHA QUESTÕES A LEVANTAR QUAL A FORMA MAIS RAPIDA DE REAGIR A ESTE EVENTO MEDIR OU SEGUIR QUE TIPOS DE TENDÊNCIAS OU PADRÕES EVENTOS PADRÕES DE EVENTOS PARECEM … ESTRUTURAS CRIAR FUTURO MUDANÇAS DIAGRAMAS DE CAUSA - EFEITO QUAIS AS ESTRUTURAS PRESENTES QUE CAUSAM ESTES PADRÕES 2.PENSAMENTO SISTEMICO ENTIDADES SOCIAIS COMO ORGANIZAÇÕES VISTAS COMO SENDO ORGANISMOS AUTO-REGULADOS EM TROCA DE ENERGIA E MATÉRIA PARA SOBREVIVEREM. DOIS ASPECTOS FORTES: 1.ORGANIZAÇÕES MAIS DO QUE ESTRUTURAS OFICIAIS MONTADAS …PADRÕES RELACIONAMENTOS QUE TÊM ADAPTAR-SE 2.IMPORTÂNCIA DAS …IMPACTOS MUTUOS INTERRELAÇÕES COM AS PARTES/SUB-SISTEMAS ELEMENTOS ESSENCIAIS DOS SISTEMAS Importação de Energia (Recursos) Transformação Output Ciclos de Eventos Entropia Negativa Informação como “input” Homeostase dinâmica Diferenciação Equifinalidade SISTEMAS SOCIAIS SUBSISTEMA TÉCNICOS …TRANSFORMAÇÃO SUBSISTEMA DE APOIO … TRANSACÇÕES SUBSISTEMA DE MANUTENÇÃO … PROCESSOS INTERNOS T. SUBSISTEMA ADAPATIVOS … MUDANÇAS INTERNAS SUBSISTEMA DE GESTÃO … CONTROLE, COORDENAÇÃO, DIRECÇÃO 9 Weber – Acção Social Weber definiu a sociologia como o estudo da acção social. A disciplina deveria examinar os modos mediante os quais os individuos, através da atribuição e inferencia de significados subjectivos, serão influenciados mutuamente, e desse modo orientarem as suas acções. Evitando falar de estruturas ou sistemas e relacionando esses significados sociais à sociedade em sentido mais lato através do conceito de “ordem legitimada”. Isto corresponde a um padrão na vida social que os agentes individuais acreditam existir e ao qual podem conformar-se. E para compreender de que modo a ordem se torna válida para os agentes tem de ser vista no quadro dos processos humanos de criação de significado, os quais por seu lado têm de ser relacionados com os conflitos e as lutas de poder que ocorrem num mundo existe uma variedade de interesses materiais. A interacção entre ideias e interesses é um componente básico na sociologia de Weber. Na sua perspectiva o sociologo tem que: -primeira fase de investigação, tentar obter uma compreensão interpretativa dos comportamentos do actor -segunda fase de investigação, procurar uma explicação causal. Uma vez que os agentes que são estudados pensam em termos causais acerca daquilo que estão a fazer, e porque baseiam as suas acções em certas assumpções racionais sobre regularidades presentes no mundo. Os individuos percebidos como seres racionais que visam finalidades, mas não existindo qualquer relação directa entre os seus esforços e a ordem social resultante. Weber vê um processo de racionalização na nossa vida social, isto é, as pessoas tendem a usar mecanismos e técnicas calculativas como meios com vista a alcançarem os seus fins – divisão do trabalho, conjuntos de regras, metodos de contabilização, dinheiro, tecnologia, etc... Muitos escritores no campo das organizações têm considerado Weber como significando que a burocracia é eficiente, implicando assim que ele não tinha presente das suas tendências para desenvolver disfunções – tendências para a ineficiência. Weber apontou meramente para o potencial superior da burocracia como instrumento administrativo, mas tinha total consciência de que ela poderia manifestar caracteristicas que a tornassem materialmente irracional. A sua perspectiva permite-nos levar em linha de conta o actor individual ao mesmo tempo que contextualiza as ideias e acções no quadro vasto dos padrões politicos e dinâmicos históricos. O pensamento inicial aceca do comportamento industrial teve tendência para se focalizar na satisfação das necessidades dos trabalhadores, quer fossem economicas como na perspectiva da organização cientifica, ou sociais como no caso dos autores das relações humanas, ou de auto-actualização foco dos psicologos humanistas. E, a tendência nos anos 60s para o contexto tecnológico no qual os individuos trabalham como determinante das suas atitudes para com o trabalho. 10 ACÇÃO SOCIAL -RACIONAL RELATIVAMENTE AOS FINS -RACIONAL RELATIVAMENTE AOS VALORES -AFECTIVAS -TRADICIONAL TIPOS DE AUTORIDADE -AUTORIDADE RACIONAL …TIPO FORMAL E BUROCRÁTICA -AUTORIDADE TRADICIONAL -AUTORIDADE CARISMÁTICA PARADIGMA WEBERIANO *CONHECIMENTO - APREENDER OBJECTIVAMENTE A SIGNIFICAÇÃO DAS INTENÇÕES DO OUTRO A PARTIR DAS SUAS CONDUTAS *ACÇÃO HUMANA - PRÉ-ESTRUTURADA, MAS NÃO DETERMINADA. CRENÇAS E VALORES DO INDIVIDUO INFLUENCIAM AS SUAS CONDUTAS *REALIDADE - CONSTRUÇÃO DE SIGNIFICADOS PARTILHADOS PELOS ACTORES SOCIAIS *TIPO IDEAL BUROCRACIA - SISTEMA RACIONAL – INSTRUMENTAL QUE BUSCA ORGANIZAR DE FORMA ESTÁVEL E DURADOURA A COOPERAÇÃO HUMANA PARA ATINGIR OBJECTIVOS EXPLICTOS E FORMALIZADOS ORGANIZAÇÕES DO TRABALHO ESTRUTURAR O TRABALHO – PRINCIPIO ORGANIZACIONAL O TRABALHO É PADRONIZADO COMO UM CONSEQUENTE DE ARRANJOS INSTITUCIONAIS NOS QUAIS ALGUNS IND. CONCEBEM E DESENHAM O T. E RECRUTAM, PAGAM, COORDENAM E CONTROLAM OS ESFORÇOS DE OUTROS IND. PARA CONCRETIZAREM AS TAREFAS MUDANÇA DIVISÃO SOCIAL Trabalho e DIVISÃO TÉCNICA Trabalho …ALOCAÇÃO TAREFAS Trabalho …ESPECIALIZAÇÃO NO QUADRO DE AO NÍVEL SOCIEDADE, UMA OCUPAÇÃO OU TAREFAS EM TIPICAMENTE OCUPAÇÕES SENTIDO AMPLO ORGANIZAÇÕES DO TRABALHO *COMO REALIZAR TAREFAS - TECNOLOGIAS / DIVIDIR FUNÇÕES *COMO AGRUPAR FUNÇÕES EM AREAS FUNCIONAIS *QUANTOS NIVEIS DE AUTOTIDADE *NATUREZA DOS CANAIS DE COMUNICAÇÃO E DAS ESTRUTURAS DE RECOMPENSAS *BALANÇO ENTRE CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO *GRAU DE FORMALIZAÇÃO E PADRONIZAÇÃO *VALORES OU PRINCIPIOS ORIENTAM OS COMPORTAMENTOS DOS *MEMBROS DE UMA ORGANIZAÇÃO *CRENÇAS ACERCA DA ORG. E LEGITIMIDADE DA AUTORIDADE DE GESTÃO PRINCIPIOS DO CONTROLE NO DESENHO TRABALHO DIRECTO DESQUALIFICADO, FRAGMENTADO “FAZER” / “PENSAR” SKILL UNICO TRABALHADOR MESMA TAREFA MAIORIA TEMPO 11 INDIRECTO GLOBAL, QUALIF., “RICO” “FAZER” + “PENSAR” LEQUE SKILLS TRABALHADOR TAREFAS DIFERENTES/TEMPO DE REDUZIDA ESCOLHA NO RITMO E SEQUENCIA DO TRABALHO SUPERVISÃO PROXIMA TRAB. CONTROLE QUALIDADE–SUPERVISOR SE, GRUPO SUPERVISOR ALOCA PAPÉIS ESCOLHA NO RITMO E SEQUENCIA DO TRABALHO TRABALHADOR AUTO-CONTROLE CONTROLE QUAL – TRABALHADOR SE, GRUPO TRABALHADORES AGEM COMO EQUIPA ABORDAGENS CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO Taylor (1856-1915). Focus: Oficina/trabalho Introduziu a OCT Racionalização operacional Ênfase nas tarefas e nos métodos – papel preponderante dos técnicos Fayol (1841-1925). Focus: Empresa em geral Racionalização da gestão administrativa: planear, organizar, comandar, coordenar e controlar Organização como hierarquia piramidal de autoridade Departamentalização da empresa por funções: produção, contabilidade, comercial, técnicas, segurança e administrativas. Henry Ford (1863-1947) Focus sobre a produção Racionalização do processo produtivo. Introdução dos princípios de produção em massa (grandes séries de prod. padronizados) Concentração horizontal e vertical ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA BUSCA DA “MELHOR MANEIRA” ESTUDO DOS TEMPOS E MOVIMENTOS ESTABELECIMENTO DE PADRÕES DE PRODUÇÃO GESTORES E ENGENHEIROS ESTABELECEM PADRÕES - OPERÁRIOS APENAS OBEDECEM ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA E A ORGANIZAÇÃO DIVISÃO DO TRABALHO CENTRALIZAÇÃO DAS DECISÕES AMPLITUDE DE CONTROLE REDUZIDA IMPESSOALIDADE NAS DECISÕES BUSCA DE ESTRUTURAS E SISTEMAS PERFEITOS AS FUNÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO – FAYOL PLANEAMENTO ORGANIZAÇÃO COMANDO COORDENAÇÃO CONTROLO 14 PRINCIPIOS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO - FAYOL DIVISÃO DO TRABALHO AUTORIDADE - RESPONSABILIDADE DISCIPLINA UNIDADE DE COMANDO UNIDADE DE DIRECÇÃO SUBORDINAÇÃO DOS INTERESSES INDIVIDUAIS AOS GERAIS CENTRALIZAÇÃO HIERARQUIA ORDEM EQUIDADE 12 ESTABILIDADE DO PESSOAL INICIATIVA “ESPIRITO DE CORPO” HENRY FORD – FORDISMO *DESENVOLVEU E APERFEIÇOU O SISTEMA DE TRABALHO EM LINHAS DE MONTAGEM POR MEIO DA FABRICAÇÃO EM SÉRIE *TRABALHO ORGANIZADO SEGUNDO AS PRESCRIÇÕES DA ORGANIZAÇÃO CIENTIFICA DO TRABALHO *COM A LINHA DE MONTAGEM RACIONALIZAVA O TRABALHO AO MÁXIMO PARA CONSEGUIR ECONOMIAS DE ESCALA, CORTANDO CUSTOS DE PRODUÇÃO *PAGAR AOS TRABALHADORES DE ACORDO COM A PRODUTIVIDADE, SISTEMA DESENHADO COM BASE EM PRÉMIOS E DE VALOR CRESCENTE Características das formas organizacionais Burocratas Desenhadas para segmentar os trabalhadores em areas de especialização funcional Comunicação ocorre de forma limitada e de acordo com dominios funcionais Coordenação entre areas funcionais é levada a cabo pelo topo da organização Trabalhadores com alguma autonomia de acção dentro das suas áreas de especialidade Principios da Burocracia incluem: Regras Formais Especialização Funcional Hierarquias sem imposição Profissionalismo Vantagens das regras formais Previne o despotismo Nivela os trabalhadores Vantagens da especialização funcional Alavanca o poder da divisão do trabalho Promove a mestria numa única função, embora integrada Limita as ligações horizontais entre papéis Vantagens de uma hierarquia sem imposição Controle unificado para alcançar objectivos Poder é legitimado – baseado em papeis funcionais, não nas relações pessoais Vantagens do profissionalismo Trabalhadores são geridos pelos requisitos definidos pelos seus papeis, não pelas respectivas relações pessoais Características das formas organizacionais Burocratas - Desvantagens *Falta-lhe relações horizontais e inter-funcionais, excepto ao nível de topo da organização * Limita coordenação directa entre trabalhadores *Impede trabalhadores de terem uma perspectiva holistica do sistema em relação às suas tarefas e objectivos da organização *Dificulta respostas flexiveis e em tempo que são necessárias em ambientes incertos, ambiguos, e complexos 13 “Once fully established, bureaucracy is among those social structures which are the hardest to destroy [because] bureaucracy is the means of transforming social action Into rationally organized action.” -Max Weber NOVAS FORMAS DE BUROCRACIA – ALGUMAS EVIDÊNCIAS Regras e regulamentos de trabalho estabelecidas pela gestão Resultados do trabalho avaliados pelas chefias ou gestão superior Niveis salariais baseados na senioridade Liberdade de acção limitada pelas orientações organizacionais, regras e procedimentos Politicas estabelecidas pelos gestores Hierarquia prevalece Gestores seniores assumem o risco e responsabilidade pelos fracassos Recursos para realizar o trabalho alocados pelos gestores Muitas decisões e acções são centralizadas Pessoas recrutadas com base no merito e qualificações Ninguém é insubstituivel O mais importante é seguir as regras Regras são apresentadas como imparciais e equitativas TÓPICOS DE SÍNTESE: *ABORDAGENS CLÁSSICAS CONTRIBUTO BASEADO NUMA RACIONALIDADE DO COMPORTAMENTO HUMANO. * ASPECTOS RACIONAIS, TÉCNICOS E ECONÓMICOS * PERSPECTIVA DAS ORGANIZAÇÕES COMO ESPAÇO DE ESTANDARDIZAÇÃO, HIERARQUIZAÇÃO, ESPECIALIZAÇÃO NA EXECUÇÃO, RACIONALIDADE PRESCRITA POR REGRAS, REGULAMENTOS E AUTORIDADE FORMAL. ABORDAGEM SISTÉMICA – SISTEMAS SOCIO TÉCNICOS SISTEMAS SOCIO TÉCNICOS DUAS PREMISSAS BASE: ORGANIZAÇÕES COMPOSTAS POR 2 SUB-SISTEMAS: SISTEMA TÉCNICO SISTEMA SOCIAL OS SISTEMAS ENCONTRAM-SE EM RELAÇÃO DE INTERDEPENDÊNCIA SISTEMAS DE NATUREZA ABERTA CAPACIDADE DE PRODUZIR AUTO-REGULAÇÃO DO SISTEMA ORGANIZACIONAL E OPTIMIZAR O CONHECIMENTO TÉCNICO DAS RELAÇÕES EXISTENTES ENTRE A COMPONENTE TÉCNICA E A ORGANIZAÇÃO - - - SISTEMA FECHADO E SISTEMA ABERTO 14 DESENHO DO TRABALHO COM SEGUINTES CARACTERISTICAS: -ESPECIFICAÇÃO MINIMA DAS REGRAS …NEGATIVO E POSITIVO … PRECISO A RESPEITO DO QUÊ NÃO DO COMO -CONTROLE DE VARIÂNCIA . . .CONTROLE NO PONTO DE ORIGEM -MULTIFUNCIONALIDADE -LOCALIZAÇÃO NO ESPAÇO . . . CIRCUNSCREVER PAPEIS INTERDEPENDENTES -CIRCUITO DE INFORMAÇÃO . . . INFORMAÇÃO PARA ACÇÃO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS -SUPORTE CONSISTENTE …SISTEMA SOCIAL REFORÇAR COMPORTAMENTOS NOVAS ESTRUTURAS -DESENHO E VALORES HUMANOS …SATISFAÇÃO NECESSIDADES HUMANAS 15