Aula 3 – Roma - Cursinho TRIU

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Cursinho Triu – História / Professores: Léo e Julie - Aula 4: Roma
Os romanos também fizeram parte do que chamamos de antiguidade clássica. Além de
constituir o maior império da Antiguidade, o império romano ainda nos legou grandes
contribuições, como o direito, a língua latina, formas de organização política e social e as bases
para o cristianismo na sociedade moderna.
Roma localiza-se na porção oeste da península itálica e foi centro político e
administrativo de grande parte do mundo conhecido entre os séculos VI a.C. e IV d.C. Suas
origens remontam a lenda difundida pelo poeta Virgílio dos gêmeos Rômulo e Remo. Grosso
modo, a lenda conta a história dos netos do rei Numítor, que fora destronado por Amúlio,
abandonado seus netos nas águas do rio Tibres até que uma loba os achou e os amamentou.
Anos mais tarde um pastor chamado Faustolo recolheu as crianças e os educou. Crescidos, os
dois derrubaram Amúlio e recolocaram o avô no trono, ganhando permissão para fundar uma
nova cidade. Entretanto, os dois irmãos não conseguiam entrar em acordo sobre o local e a
forma de se estabelecer essa nova cidade até que Rômulo mata seu irmão e torna-se o
lendário primeiro rei de Roma, em 753 a.C.
Assim como a formação de outras cidades da antiguidade, a península itálica foi
povoada por diversos grupos ao longo tempo. Os principais foram: italiotas na região central,
etruscos ao norte, e gregos ao sul. A história de Roma costuma ser dividida em três períodos:
monarquia (de 753 a 509 a.C.), república (509 a 27 a.C.) e império (27 a.C. a 476 d.C.).
A monarquia é o período do qual temos o menor número de fontes e, por isso, menos
informações sobre. A sociedade romana era fortemente hierarquizada. Os patrícios ocupavam
o “topo da pirâmide” e compunham a aristocracia rural, detendo os maiores privilégios. Os
clientes eram homens livres que não eram proprietários de terras e, por isso, se agregavam aos
patrícios, colocando-se à disposição deles. Os plebeus eram caracterizados por serem
pequenos agricultores, artesãos e pastores, eram livres, mas sofriam uma série de limitações
políticas (como não poderem se casar com patrícios e não participar das Assembléias). Na base
da “pirâmide” se localizavam os escravos, oriundos de batalhas e conquistas romanas ou por
dívidas. Nesse período o Rei exercia diversas funções, entretanto, já havia se consolidado o
Senado (agindo no poder legislativo), composto por patrícios, e a Assembléia Curiata (ou
Cúria), composta pelos patrícios “adultos” e mais velhos, que ratificava ou não as leis
determinadas pelo Senado. A passagem da monarquia para a república foi marcada por um
golpe patrício para instaurar o novo regime político.
A república foi um regime político controlado essencialmente pelos patrícios, tendo o
Senado como principal órgão da administração pública – regulando políticas internas e
externas do Estado. O mecanismo burocrático da sociedade romana era bem desenvolvido:
existiam ainda as Assembleias – que votavam projetos, assuntos religiosos e nomeação de
representantes públicos, e os Magistrados – responsáveis por exercer o poder executivo na
república (“mais altos e importantes cargos governamentais”). Os magistrados eram votados
em um tipo extraordinário de assembléia, a Centuriata. Perante essa estrutura social
claramente dominada pelos patrícios – contrastante com a esmagadora maioria de plebeus,
começaram a ocorrer revoltas e rebeliões plebéias reivindicando mudanças no sistema político
(os chamados plebeus rebelados). Diante disso os governantes fizeram uma revisão na
concessão de direitos aos plebeus (amedrontados frente à possibilidade de maiores
movimentos rebeldes) e criaram o cargo de Tribuno da Plebe – procurando aproximar os
plebeus da vida política por meio de um representante com poder de veto nas decisões do
Senado. Também por pressão da plebe foi criado o primeiro código legal, a Lei das Doze
Tábulas, que procuravam inibir contrariedades legais pelo desconhecimento da lei. Pouco a
pouco a plebe foi conseguindo se inserir na sociedade romana – a princípio estritamente
patrícia, o que gerou certa possibilidade de mobilidade social (ainda mais depois de autorizado
o casamento entre patrícios e plebeus, com a Lei Canuleia).
Durante os séculos V a.C. e III a.C. Roma conseguiu dominar toda a península ibérica,
acabando com ameaças regionais e fortalecendo sua hegemonia nesse período de intensa
expansão territorial. Esse movimento chegou ao ápice com a conquista de Cartago (de origem
fenícia) – que desempenhava papel central no comércio mediterrâneo. Esse interesse em
controlar o comércio mediterrâneo desencadeou muitas guerras, que ficaram conhecidas
como Guerras Púnicas - a saber: foram três guerras púnicas até que Roma conseguisse de fato
destruir toda a cidade de Cartago, escravizando seus moradores e ganhando o domínio do
Mediterrâneo Ocidental. Todo esse movimento de expansão provocou mudanças nas
estruturas sociais de Roma. Com o aumento no número de escravos houve uma substituição
(tanto em áreas urbanas, quanto rurais) da mão de obra livre, gerando intenso desemprego.
Aliado a isso, houve o enriquecimento repentino dos comerciantes romanos, que agora
exigiam mais participação na vida política da república. Nesse contexto de turbulência social os
irmãos Tibério e Caio Graco propuseram uma reforma agrária como tentativa de solucionar a
crise. Entretanto essa proposta obviamente desagradou a elite patrícia, e fez com que a
situação culminasse no assassinato dos dois.Tais atitudes, que visavam impedir o crescimento
e maior ação de camadas excluídas da sociedade intensificaram as tensões sociais já latentes e
enfraqueceu o sistema republicano.
Com esse cenário de insatisfações somado ao alto poder que exerciam os militares (em
razão das expansões territoriais), culminando na ascensão de ditadores – regime adotado em
períodos de guerra ou perturbação social, no qual o ditador exerceria poderes absolutos. Após
a ditadura de Silas (que suprimiu direitos da assembleia popular e acabou com os Tribunos da
Plebe) seguiram-se os triunviratos (juntas militares compostas por três representantes eleitos
pelo Senado). A saber: primeiro triunvirato – Julio César, Pompeu e Crasso – e segundo
triunvirato – Marco Aurélio, Otávio e Lépido. Após a guerra entre Marco Antônio e Otávio – e a
vitória deste – foi lhe concedido o título de Augustus, o divino, inaugurando o período do
império – estruturado pela centralização política nos generais, dando a Roma características
monárquicas.
O alto império romano (séculos I a.C. a III d.C.) demarcou o apogeu de Roma por meio
de conquistas territoriais e certa estabilidade e prosperidade do império, construindo a pax
romana. No período entre os séculos III d.C. e V d.C., o baixo império, Roma já apresentava
um refluxo diante da máxima extensão de seu império (e das dificuldades administrativas que
isso exigia). Essa crise começou a se generalizar quando começou a afetar as atividades
agrícolas, somada a escassez de escravos. Substituiu-se, então, o escravismo pelo sistema de
colonato (no qual homens livres empobrecidos iam trabalhar como colonos em terras de
grandes proprietários). A partir disso foram se somando a crise disputas pelo poder e
tentativas de solucionar a crise na máquina político-administrativa romana (que teve como
expoente máximo a nova do império, Constantinopla, em 330 d.C. – dividindo em dois:
ocidental, com a capital em Roma, e oriental, com a nova capital). Foi somente a partir desse
contexto que se deram as invasões bárbaras que conseguiriam colocar fim ao império romano,
tomando Roma, no ano de 476.
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