PSICOLOGIA SISTÊMICA TERAPIA FAMILIAR COGNITIVO-COMPORTAMENTAL Os psicólogos comportamentais aceitam a visão dos pais de que a criança é o problema e se reúnem só com um dos pais, embora alguns recomendem a reunião de todos; A terapia do treinamento parental comportamental aceita que a criança tem o problema em vez de ser o problema; A intervenção mais utilizada é o condicionamento operante, no qual os reforços empregados podem ser tangíveis e sociais. São usadas técnicas operantes: Modelagem (Schwitzgebel e Kolb, 1964): Reforçar a mudança em pequenos passos; As economias de fichas ou prêmios ( Baer e Sherman, 1069): Utilização de fichas ou estrelas como recompensa pelo bom comportamento; Os contratos de contingência (Stuart, 1971): Envolvem a concordância dos pais em fazer certas modificações, após mudanças feitas pela criança; O manejo de contingência (Schwitzgebel, 1067): Dar e retirar recompensas baseado no comportamento; Intervalo ou tempo para pensar (Rimm e Masters, 1974): ficar em um canto ou quarto por um tempo; Avaliação Em comum com outras formas de terapia comportamental o treinamento parental começa com uma avaliação cuidadosa. Baseada em SORKC de Kanfer e Philips (1970). Técnicas terapêuticas Depois da avaliação o terapeuta decide quais comportamentos devem ser aumentados e quais diminuídos. Após escolherem recompensas efetivas os pais são ensinados a moldar o comportamento desejado reforçando aproximações sucessivas do objetivo final; Repetir uma ordem para a criança revelou-se a maneira mais ineficiente de mudar seu comportamento ( Forehand et al, 1976) Os terapeutas comportamentais usam também de observações dos pais e filhos na clínica, por meio de um espelho undirecional. Assim podem observar de primeira mão o que realmente se passa. Os pais são ensinados a brincar com os filhos, a discipliná-los e a negociar com eles; Técnicas disciplinares são introduzidas depois de serem obtidos progressos no reforço de comportamentos positivos. Em caso de pré-adolescentes, a técnica disciplinar mais empregada é o intervalo; As famílias são incentivadas a se reunir semanalmente para discutir questões importantes; Pais de crianças problemáticas são ensinados a monitorar os filhos quando estão na escola; Os pais são instruídos a fazer pedidos de uma maneira que aumente a aprovação da criança. Pedidos efetivos são curtos e gentis, feitos com proximidade física, enunciados como afirmação e não pergunta; Com adolescentes são usados os contratos de contingência ( Alexander e Parsons, 1973; Rinn, 1978), introduzidos como uma maneira de todos os familiares obterem algo, dando algo em troca; Alguns pais discordam pois entendem que os filhos devem fazer de qualquer maneira. Estes pais devem ser ajudados a entender a diferença entre regras (Que não são negociáveis) e privilégios ( Que podem ser negociados); O treinamento comportamental dos pais também é realizado em programas já estabelecidos, destinados à educação preventiva; Os pais são ensinados apresentar regras e fazer com que sejam cumpridas, e aprendem a importância da consistência; Terapia Comportamental de Casais Começa com uma avaliação cuidadosa e estruturada; Weiss e Peterson criaram um instrumento para ajudar os casais a coletar dados de observação em casa; A avaliação tem por objetivo revelar forças e fraquezas do relacionamento do casal e a maneira pela qual recompensas e punições são trocadas; Depois de concluir a avaliação o terapeuta comportamental apresenta uma análise de seu relacionamento em termos de aprendizagem social; O terapeuta cuida para acentuar os aspectos positivos, tentando manter uma expectativa otimista e uma postura colaborativa ( Jacobson, 1981). Uma das coisas que torna difícil a terapia de casal é os parceiros, em relacionamentos perturbados se verem como vítimas do retraimento ou das exigências do outro; Ao apresentar uma análise do relacionamento em termos de aprendizagem o terapeuta introduz um foco de responsabilidade mútua pelos problemas e mútuas possibilidades de mudança; Stuart (1975) lista cinco estratégias que resumem a abordagem comportamental aos casamentos com problemas: O casal é ensinado a se expressar com descrições comportamentais claras, e não com queixas vagas; Aprende procedimentos novos de intercâmbio comportamental, enfatizando o controle positivo em vez do controle aversivo; O casal é ajudado a melhorar sua comunicação; É encorajado a estabelecer meios claros e efetivos de compartilhar o poder e tomar decisões; Aprende estratégias para resolver problemas futuros, como um meio de manter e ampliar os ganhos iniciados na terapia. Procedimentos que envolvem a teoria do intercâmbio comportamental são ensinados para ajudar o casal a aumentar a frequência de comportamentos desejados. Tratar de conflitos pode deixar muitos casais inquietos, mas é um prelúdio essencial ao enfrentamento e à solução de problemas; A honestidade precisa ser expressa de uma forma que o parceiro consiga tolerar; O treinamento em habilidades de comunicação pode ser feito em grupo ( Hickman e Baldwin, 1971; Pierce, 1973) ou apenas com o casal; Depois que o casal aprende a se comunicar de uma maneira que leva a resolução de problemas, cada um especifica mudanças comportamentais desejadas e com a ajuda do terapeuta negociam acordos assinados, como contrato. O treinamento em solução de problemas, é usado em situações delicadas demais para simples acordos. A Abordagem Cognitivo-comportamental à Terapia Familiar A terapia familiar cognitiva seguiu a mesma progressão da terapia de casal cognitiva, primeiro como um suplemento da abordagem comportamental e depois como um sistema de intervenção mais abrangente. Abordagens propostas pelas teorias racional-emotiva: O terapeuta racional-emotivo (Ellis, 1962) ajuda os membros da família a verem como crenças ilógicas são o fundamento de seu sofrimento emocional. Teoria quase inseparável de seu criador. Ellis contestava as suposições das pessoas e as arrasava com sarcasmo feroz e jubiloso; O método cognitivo-comportamental equilibra a ênfase na cognição e no comportamento, adota uma abordagem mais expansiva e inclusiva ao focar com maior profundidade os padrões de interação familiar. Os relacionamentos, cognições, emoções e os comportamentos familiares são vistos como se exercessem uma influência mútua sobre seus membros, de modo que uma inferência cognitiva pode provocar e emoções e comportamentos podem influenciar a cognição; A abordagem cognitivo-comportamental é compatível com a teoria sistêmica e inclui a premissa que os membros de uma família simultaneamente influenciam e são influenciados pelos outros. Quatro meios pelos quais as cognições, comportamentos e emoções dos membros da família interagem e conduzem a um clímax inconstante: As cognições, comportamentos e emoções de um indivíduo em relação à interação familiar; As ações de cada membro da família em relação a ele; As reações combinadas ( e nem sempre consistentes) que vários membros da família têm em relação a ele; As características dos relacionamentos entre outros mebros da família A terapia cognitiva proposta por Aaron Beck (1976), enfatiza os esquemas ou as “crenças centrais” sobre o mundo e como ele funciona. A intervenção terapêutica visa às suposições distorcidas pelas quais os membros da família interpretam e avaliam uns aos outros de forma irrealista. Frank Dattílio (1993) sugere que os indivíduos mantêm dois conjuntos de esquemas sobre as famílias: Esquemas relacionados à família de origem dos pais e esquemas relacionados à família em geral; Schwebel e Fine (1992) elaboram o conceito de esquemas familiares: Crenças conscientes e inconscientes, transmitidas pela família de origem contribuem para as crenças conjuntamente mantidas que levam ao desenvolvimento dos atuais esquemas familiares. Um objetivo desta terapia é identificar pensamentos automáticos. Pois estes costumam refletir esquemas subjacentes (que não se manifestam claramente) que podem ser inadequados. Tratamento das disfunções sexuais Wolp (1958) entende que a maioria das disfunções sexuais é resultado da ansiedade condicionada. Como em outros métodos comportamentais, o primeiro passo é uma avaliação cuidadosa, incluindo exame médicos e entrevistas; Para determinar a natureza da disfunção e estabelecer objetivos para o tratamento. Na ausência de problemas orgânicos, os casos que envolvem falta de informação, técnicas inadequadas e má comunicação são tratáveis pela terapia sexual. Avaliando a Teoria e os Resultados da Terapia Depois de trinta anos de prática a tecnologia da terapia familiar comportamental sofisticou-se e foi percebido que a vida familiar é mais complicada do que a soma dos comportamentos observáveis em cada membro da família; Foi desenvolvida uma série de técnicas experimentais, mas a ênfase continua no treinamento dos pais, na terapia comportamental para o casal e no tratamento das disfunções sexuais; Os métodos da terapia familiar comportamental derivam´se do condicionamento clássico e operante e, cada vez mais, da teoria cognitiva; Os comportamentalistas distinguem-se pela sua atuação metódica; A análise das sequências comportamentais antes do tratamento, a avaliação da terapia em progresso e a avaliação dos resultados finais são as marcas registradas destas abordagens; Os principais expoentes desta abordagem começaram a perceber a necessidade de ampliar suas abordagens além das contingências e dos procedimentos de aprendizagem operante da terapia comportamental tradicional; Uma direção nova tomada pelos praticantes da terapia familiar comportamental é a incorporação de princípios das terapias familiares de orientação sistêmicas; Foi introduzida a aceitação emocional dos pacientes; Vários estudos revelam que o ingrediente mais efetivo em qualquer forma de terapia conjugal é a melhora das habilidades de comunicação; Os terapeutas cognitivo-comportamentais contemporâneos acreditam que o comportamento é apenas parte da condição humana e que a pessoa problema é apenas parte da família. É simplesmente impossível ensinar uma pessoa a mudar se conflitos não-resolvidos estão impedindo que ela siga em frente. Os comportamentalistas raras vezes tratam a família inteira. Atendem apenas aqueles subsistemas que consideram centrais para o comportamento alvo. O fracasso em incluir ou pelo menos considerar toda a família na terapia pode condenar a tratamento ao insucesso. O tratamento de cognições distorcidas que podem estar por trás de interações familiares problemáticas acrescentou uma dimensão nova e poderosa à abordagem comportamental.