INFORMAÇÕES ÚTEIS BIBLIOGRAFIA Microeconomia, Robert S. Pindyck and Daniel L. Rubinfeld. Prentice-Hall, Inc. New Jersey, 5ª. Ed. 2000. (Já saiu a 6ª edição em Inglês– há na Biblioteca – E(a) 911) BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR Microeconomia e Comportamento, Robert H. Frank. McGraw-Hill. Portugal, 3.ª ed. 1998 Microeconomics, David Besanko and Ronald R. Braeutigam. John Wiley and Sons 2002 Microeconomics, Stephen Dobson, G. S. Maddala, and Ellen Miller. McGraw-Hill, Inc. 1989 Economia da Empresa, José Mata. Fundação Calouste Gulbenkian 2000. OBJECTIVOS O objectivo central deste programa é o de fornecer uma formação base de microeconomia a alunos de gestão através: - da inclusão de tópicos considerados essenciais a outras disciplinas da área. - do adequado enquadramento da disciplina num curso de gestão, justificando que seja salientada, sempre que possível, a perspectiva da vida económica actual (o mundo dos negócios). Microeconomia II – LGE108 AVALIAÇÃO Exame Final 1º Mini-teste (10%) Avaliação Avaliação Continuada Case-study (10%) 2º Mini-teste (10%) NOTA MÍNIMA DE 5 VALORES Exame Final (70%) NOTA FINAL = max (média ponderada da avaliação contínua e exame final, exame final), ou seja, o aluno pode fazer a avaliação continuada que nunca será prejudicado. •Os alunos que frequentam a disciplina pela primeira vez terão que frequentar 2/3 das aulas. •A inscrição nas turmas é obrigatória, mesmo para alunos repetentes ou com regimes especiais. •As questões do mini-teste são de escolha múltipla, estando previsto um sistema de penalização: por cada 4 respostas erradas, desconta-se uma resposta correcta. •O Case-study será apresentado on-line na página da disciplina e resolvido em grupo (3 a 5 alunos). É obrigatória a apresentação do grupo ao professor titular da turma. •Os alunos podem beneficiar do regime da avaliação continuada na época de recurso, desde que não constem da folha de presenças do exame da época normal. Microeconomia II – LGE108 1 AVALIAÇÃO Calendarização da avaliação continuada: Prova Data Mini-teste 1 4 de Abril Case-study A determinar Mini-teste 2 30 de Maio Para beneficiarem da avaliação continuada, os alunos terão que participar em todos os momentos de avaliação e obter pelo menos 5 valores (case-study incluído). O case-study deverá ser entregue em mão no início da aula de cada docente, na data limite de entrega, a definir. Ao case-study entregue depois desse momento, será atribuído a cotação zero. Microeconomia II – LGE108 AVALIAÇÃO CONTINUADA COMPENSA! MICRO II (2006/2007) ÉPOCA NORMAL 20 Series: NORM_CONT Sample 1 262 Observations 110 16 12 8 4 Mean Median Maximum Minimum Std. Dev. Skewness Kurtosis 8.072727 8.000000 18.00000 3.000000 3.003695 0.819402 3.661984 Jarque-Bera Probability 14.31787 0.000778 0 4 6 8 10 12 14 16 18 6 Series: NORM_EXAME Sample 1 262 Observations 18 AVALIAÇÃO CONTINUADA 5 4 3 2 1 Mean Median Maximum Minimum Std. Dev. Skewness Kurtosis 3.944444 4.000000 7.000000 0.000000 2.261499 -0.054982 1.683612 Jarque-Bera Probability 1.308727 0.519773 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 EXAME FINAL Microeconomia II – LGE108 2 AVALIAÇÃO CONTINUADA COMPENSA! MICRO II (2006/2007) ÉPOCA DE RECURSO 5 Series: RECURSO_CONT Sample 1 262 Observations 28 4 3 2 1 Mean Median Maximum Minimum Std. Dev. Skewness Kurtosis 10.67857 10.50000 18.00000 7.000000 2.919330 0.715252 3.052639 Jarque-Bera Probability 2.390632 0.302608 0 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Series: RECURSO_EXAME Sample 1 262 Observations 106 AVALIAÇÃO CONTINUADA 16 12 8 4 Mean Median Maximum Minimum Std. Dev. Skewness Kurtosis 9.528302 9.500000 18.00000 0.000000 3.486593 0.103712 2.866953 Jarque-Bera Probability 0.268209 0.874499 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 EXAME FINAL Microeconomia II – LGE108 BALANÇO Principais erros verificados no ano passado: - pouco estudo; - falta de rigor na representação gráfica: sem legendas, muitos feitos num cantinho do papel, sem qualquer tipo de explicação; - falta de justificação nos cálculos; - apresentação de resultados sem apresentação dos respectivos cálculos e sem explicação económica; - dificuldade quando se pedem definições, sobretudo por falta de rigor na linguagem; - muitos erros no cálculo de potências; - esquecimento dos pressupostos de análise. Microeconomia II – LGE108 3 A Empresa Circuito económico Mercados dos bens e serviços Despesa Receita Oferta de bens e serviços Procura de bens e serviços Empresas Famílias Oferta de factores produtivos Rendimento (remunerações dos factores produtivos) Procura de factores produtivos Custo Mercados dos factores produtivos Microeconomia II – LGE108 A Empresa • É o agente económico que transforma factores produtivos e bens intermédios em bens; – os bens são o resultado da actividade de produção, i.e., da combinação e transformação de factores e bens intermédios; – note-de que os bens intermédios são também o resultado de um processo de produção: • também eles resultam da combinação de factores e bens intermédios. • O objectivo último da empresa é a maximização do lucro, a diferença entre: – receitas: que resultam da venda dos seus produtos; e – custos: resultado do consumo dos factores produtivos e bens intermédios utilizados na produção. Microeconomia II – LGE108 4 Período Curto e Período Longo • Curto prazo – período de tempo em que a empresa não pode alterar pelo menos um dos factores de produção; – os factores cuja quantidade pode ser alterada designamse por variáveis; os restantes são fixos. • Longo prazo – período suficientemente longo para que todos os factores, incluindo o capital, sejam ajustados; – no longo prazo, a empresa pode alterar todos os factores de produção e, portanto, a escala de produção. Microeconomia II – LGE108 A Função de Produção • Traduz a relação entre a quantidade máxima de produção que pode ser obtida e a quantidade de factores de produção necessários para realizar essa produção; • A função de produção traduz uma relação ‘física’ – não relaciona valores, mas quantidades de inputs com quantidades de outputs; • As funções de produção descrevem a forma como uma empresa pode produzir o conjunto dos seus produtos e definem-se para um determinado nível de conhecimentos tecnológicos e estado da técnica. • O conjunto das possibilidades de combinação dos factores produtivos designa-se por tecnologia. Microeconomia II – LGE108 5 A Função de Produção • Q = f (L , K) – esta explicitação representa uma simplificação por incluir apenas dois factores produtivos: o capital (K) – físico e não financeiro – e o trabalho (L) • facilita a análise sem prejudicar as conclusões; – os bens intermédios estão representados apenas indirectamente: • pressupõe-se que são eles próprios função dos factores de produção; Microeconomia II – LGE108 Propriedades da Função de Produção • monotonia: significa que aumentando a quantidade utilizada de um factor produtivo, mantendo o outro constante, o volume de produção aumentará (Pmg’s > 0) ∂Q >0 ∂L e ∂Q >0 ∂K • concavidade: resulta do facto de aumentos constantes na quantidade utilizada de um factor produtivo, mantendo o outro constante, implicarem aumentos cada vez menores na quantidade produzida (lei dos rendimentos marginais decrescentes) ∂ 2Q <0 ∂L2 ∂ 2Q <0 ∂K 2 Microeconomia II – LGE108 6 Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes • Acréscimos sucessivos na utilização de um factor de produção, caeteris paribus, conduzem a acréscimos cada vez menores do produto total. – não é uma lei universal mas uma realidade empírica amplamente observada; e • Como evitar os rendimentos marginais decrescentes? Só alterando o que se assume constante, ou seja: – haver progresso técnico; – aumentar a utilização dos restantes factores de produção. Microeconomia II – LGE108 Conceitos Associados à Função de Produção • Produção total: – quantidade total obtida de um bem, em unidades físicas; • Produtividade total de um factor de produção v1 (PTv1): – quantidade do bem obtida com cada quantidade do factor, medidos em unidades físicas, mantendo todo o resto constante; • Produtividade marginal de um factor produtivo v1 (Pmgv1): – traduz os acréscimos de produção proporcionados pelo introdução no processo produtivo da última unidade de factor variável, mantendo-se todo o resto constante ∂PTv1 ∂v1 ( ) • Produtividade média de um factor de produção v1 (Pmdv1): – obtém-se dividindo a produção total pela quantidade utilizada do factor de produção PTv v1 ( 1 ) Microeconomia II – LGE108 7 Produção em Período Longo: a Isoquanta • Isoquanta: lugar geométrico das combinações óptimas de dois factores produtivos que permitem alcançar um determinado nível de produção • Mapa de isoquantas: conjunto das isoquantas de um determinado produtor. Corresponde à representação gráfica de uma função produção com dois factores produtivos variáveis. K A → C: ↑L, K , ↑Q A C A → B: ↑L, ↓K, Q B L Microeconomia II – LGE108 A Isoquanta • Diferenças entre isoquantas e curvas de indiferença: – cada isoquanta está associada a um número exacto de unidades de produção; – assim sendo, enquanto as curvas de indiferença são meramente ordinais, entre isoquantas é possível determinar em quanto uma é maior ou menor do que outra. K A → C: ↑L, K , ↑Q A → B: ↑L, ↓K, Q A C B L Microeconomia II – LGE108 8 Propriedades das Isoquantas • As isoquantas são negativamente inclinadas: – resulta do pressuposto de rendimentos marginais sempre positivos; • As isoquantas não se cruzam: – já que uma determinada combinação de factores produtivos não pode proporcionar dois níveis distintos de produção; • Quanto mais afastada da origem, maior é a produção associada à isoquanta: – perante rendimentos marginais positivos, maior quantidade de ambos os factores produz necessariamente maior output; • As isoquantas são convexas – devido à existência de rendimentos marginais decrescentes em ambos os factores. Microeconomia II – LGE108 Taxa Marginal de Substituição Técnica Capital A KA KB=KC Decompondo a passagem, ao longo da mesma isoquanta, do ponto A para o ponto B: A→C: C Como Pmg K = B ΔPT , a diminuição da ΔK quantidade produzida é dada pela O LA= LC LB Trabalho expressão: ΔPT = ΔK.Pmg K . C→B: . a quantidade usada de K é a mesma que no ponto C e aumentou-se o uso de trabalho, pelo que a produção total irá aumentar: ΔPT = ΔL.Pmg L Ora, de A para B, a produção não pode variar, já que A e B são pontos da mesma isoquanta. Logo, ΔPT = 0 ⇔ ΔK ⋅ Pmg K + ΔL ⋅ Pmg L = 0 − Pmg L ΔK Pmg L ⇔ TMSTLK = = Pmg K ΔL Pmg K Microeconomia II – LGE108 9 Taxa Marginal de Substituição Técnica TMST LK = Pmg L dK =Pmg K dL (de capital por trabalho) A TMST corresponde ao valor absoluto do declive da tangente à isoquanta no ponto em questão. Definição: número de unidades de capital de que é necessário prescindir, para utilizar uma unidade adicional de trabalho, mantendo o nível de produção (isto é, para a empresa se manter na mesma isoquanta). K De A para B, aumenta a utilização do factor trabalho e diminui a utilização do factor capital. Em virtude das Pmgs decrescentes, PmgL/PmgK tende a diminuir. De facto, a inclinação da isoquanta é maior em A que em B. Isto porque vai sendo necessário cada vez mais trabalho para substituir uma unidade de capital devido às Pmgs decrescentes. A B L Microeconomia II – LGE108 Casos Particulares de Tecnologias K Factores Produtivos Utilizados em Proporção Fixa: Tecnologia de Leontief. Não há substituibilidade entre os factores produtivos. Exemplo: Nº de voos comerciais por dia = min (K, 0.5L), onde K = nº aviões e L = número de pilotos. TMST de K por L é infinita na parte vertical, zero na horizontal e indeterminada no vértice. Factores Produtivos Substitutos Perfeitos: Tecnologia Linear. A Taxa Marginal de Substituição Técnica é uma constante não nula Exemplo: Q = K+2L TMST=2 (em qualquer ponto da isoquanta, para manter a produção, basta prescindir de duas unidades de K por cada unidade de L adicionalmente empregue) Função produção Cobb-Douglas. Há substituibilidade imperfeita entre os factores produtivos. Q = ALαKβ em que os parâmetros A, α e β L definem a função concreta. A TMST é decrescente à medida que L aumenta. Microeconomia II – LGE108 10 Rendimentos à Escala • Quando variam todos os factores produtivos na mesma proporção, varia a escala de produção, temos então rendimentos à escala (efeito do acréscimo de todos os factores produtivos na mesma proporção sobre a quantidade produzida). Q = F(K,L)→ θQ = F(λK,λL) Face à variação proporcional ocorrida em todos os factores produtivos, se a quantidade produzida varia: • mais do que proporcionalmente→Rendimentos crescentes à escala→ → θ>λ • na mesma proporção→Rendimentos constantes à escala→ → θ=λ • menos que proporcionalmente Rendimentos decrescentes à escala→ → θ<λ Microeconomia II – LGE108 Rendimentos à Escala Razões para a existência de rendimentos crescentes à escala: Indivisibilidades técnicas: para escalas de produção reduzidas, a empresa pode ser forçada a utilizar factores produtivos menos eficientes. Divisão do trabalho/especialização: à medida que a escala de produção aumenta, pode ser possível especializar o factor trabalho, com ganhos de eficiência e redução nos desperdícios de alternar entre tarefas. Relações geométricas: por exemplo, duplicar as paredes de um armazém, quadruplica a área disponível. Razões para a existência de rendimentos decrescentes à escala: Limitação de recursos ou do output: (exemplo: indústrias extractivas ou pesca). Excesso de divisão do trabalho Dificuldades de supervisão/gestão: à medida que a escala de produção aumenta, a hierarquia de supervisores tende a aumentar e a respectiva eficiência a diminuir. Microeconomia II – LGE108 11 Rendimentos à Escala Capital Capital Capital C 30 C C 30 B A O B B 20 30 20 A 10 A A 10 O Trabalho Trabalho O 20 10 Trabalho OA=AB=BC OA>AB>BC OA<AB<BC Rendimentos constantes à escala Rendimentos crescentes à escala Rendimentos decrescentes à escala Microeconomia II – LGE108 Rendimentos à Escala Uma função f(x,y) diz-se homogénea de grau n se f (λx, λy) = λn f(x,y), para todo o λ (λ≠0). As funções Cobb-Douglas têm esta propriedade que é particularmente apelativa para o estudo do tipo de rendimentos à escala. Assim, se a escala de produção variar na proporção λ e a quantidade produzida na proporção φ: Q0 = L0αK0β ⇒ Q1 = φQ0 ⇒ Q1 = (λL0)α(λK0)β ⇔Q1= λα+β Q0 ⇒ φ = λα+β, o que quer dizer que se α+β >1 ⇒ φ > λ α+β =1 ⇒ φ = λ α+β <1 ⇒ φ < λ Rendimentos crescentes à escala Rendimentos constantes à escala Rendimentos decrescentes à escala Microeconomia II – LGE108 12 Conceito de Custo Sempre que falamos em custos, estamos a falar não de custos contabilísticos, mas de oportunidade: o valor de um recurso na sua melhor utilização alternativa (rever Micro I) Exemplo: Custo de Produção na Auto-Europa A empresa gastou 1 milhão de euros em aço, factor a ser utilizado na produção de 1000 automóveis. No período existente entre a aquisição do aço e a sua utilização, o seu preço subiu 20%, graças à crescente procura desse factor pela China. Se a melhor utilização alternativa for a revenda do aço, os custos de produção desses 1000 automóveis, inerentes à utilização do aço, serão não de 1 milhão de euros (meros custos contabilísticos), mas de 1 milhão e 200 mil euros. Microeconomia II – LGE108 Linha de isocusto K CT2/pk CT1/pk CT0/pk Linha de isocusto: lugar geométrico das combinações dos factores produtivos que acarretam o mesmo custo total, dados os preços dos factores e o estado da técnica. CT = pL ⋅ L + pk ⋅ K ⇔ K = CT pL − ⋅L pk pk O valor absoluto do declive da recta de isocusto representa a taxa a que se trocam os factores no mercado. Se esse rácio for, por exemplo, igual a 3, troca-se uma unidade de trabalho por três de capital. Inclinação = -pL/pk CT0/pL CT1/pL CT2/pL L Microeconomia II – LGE108 13 Exemplo: subida do preço do capital K Se o preço do capital aumenta, a ordenada na origem diminui: o número máximo de unidades de factor que a empresa consegue adquirir com a sua restrição orçamental diminui. CT1/pk Inclinação = -pL/pk CT1/p’k Inclinação = -pL/p’k L CT1/pL Microeconomia II – LGE108 O equilíbrio em período longo K O comportamento racional das empresas pode ser visto de dois modos: Problema 1: maximizar a quantidade produzida para um determinado custo total, dados os preços dos factores produtivos e o estado da técnica. MaxL , K Q s.r. CT = pL ⋅ L + pK ⋅ K CT1 pk • Q2 Q1 Q0 O empresário vai tentar maximizar o nível de produção obtido através da aplicação de um determinado orçamento ao processo produtivo. Não irá produzir Q0 nem qualquer nível de output inferior a Q1 , já que, com aquele orçamento, conseguiria obter uma quantidade de produto superior. Para produzir um nível de produção superior a Q1, o empresário necessitaria de um orçamento também superior. Então, o nível de produção óptimo será Q1, obtido pela tangência entre a linha de isocusto e a isoquanta. CT1/pL L Microeconomia II – LGE108 14 O equilíbrio em período longo O comportamento racional das empresas pode ser visto de dois modos: Problema 1: maximizar a quantidade produzida para um determinado custo total, dados os preços dos factores produtivos e o estado da técnica. K MaxL , K Q s.r. CT = pL ⋅ L + pK ⋅ K Matematicamente, no ponto onde duas funções se tangenciam, os seus declives serão iguais: CT1 pk TMSTLK = • Q2 Q1 Q0 pL Pmg L p Pmg L Pmg K ⇔ = L ⇔ = pK Pmg K pK pL pK A empresa deve adquirir os seus inputs por forma a obter um igual acréscimo de produto por unidade monetária gasta na última unidade adicional de cada um dos inputs. CT1/pL L Microeconomia II – LGE108 O equilíbrio em período longo O comportamento racional das empresas pode ser visto de dois modos: Problema 1: maximizar a quantidade produzida para um determinado custo total, dados os preços dos factores produtivos e o estado da técnica. K MaxL , K Q s.r. CT = pL ⋅ L + pK ⋅ K No ponto A: CT1 pk Pmg L Pmg K < pL pK • B • A empresa obtém um acréscimo de produto por unidade monetária gasta na última unidade adicional de L inferior ao de K. Logo, deve desafectar sucessivamente uma u.m. em L e gastá-la em K até que a igualdade aconteça. Q2 Q1 Q • A 0 No ponto B, acontece o contrário: a empresa deve usar mais de L e menos de K. CT1/pL L Microeconomia II – LGE108 15 O equilíbrio em período longo K CT2/pk Problema 2: minimizar o custo total dada a quantidade produzida e os preços dos factores produtivos. MinL , K pL ⋅ L + pK ⋅ K s.r. Q = f ( L, K ) CT1/pk CT0/pk • A empresa não irá utilizar um orçamento de CT2 , ou qualquer outro que corresponda a uma linha de isocusto à direita e para cima da linha de isocusto equivalente a CT1, pois poderia produzir Q1 a um custo mais baixo. Não utilizará um orçamento de CT0, já que, com aquele orçamento, produz uma quantidade inferior à pretendida. Então, o orçamento a usar pelo empresário será CT1, obtido pela Q1 tangência entre a isoquanta e a linha de isocusto correspondente ao custo de equilíbrio CT0/pL CT1/pL CT2/pL L Microeconomia II – LGE108 O equilíbrio em período longo K CT2/pk Problema 2: minimizar o custo total dada a quantidade produzida e os preços dos factores produtivos. MinL , K pL ⋅ L + pK ⋅ K s.r. Q = f ( L, K ) A condição de equilíbrio é a mesma do Problema 1: CT1/pk TMSTLK = CT0/pk • Q1 pL Pmg L p Pmg L Pmg K ⇔ = L ⇔ = pK Pmg K pK pL pK A empresa deve adquirir os seus inputs por forma a obter um igual acréscimo de produto por unidade monetária gasta na última unidade adicional de cada um dos inputs. CT0/pL CT1/pL CT2/pL L Microeconomia II – LGE108 16 Linha de expansão de período longo Linha de Expansão: conjunto das combinações de longo prazo dos factores produtivos que, dados os preços dos factores produtivos, minimizam o custo total, para os vários volumes de produção. K CT2/pk CT1/pk CT0/pk • • • Linha de expansão de período longo Q2 Inclinação = -pL/pk Q1 Q0 CT0/pL CT1/pL CT2/pL L Microeconomia II – LGE108 Linha de expansão de período curto K CT2/pk CT1/pk Suponha que a empresa quer produzir Q0, com o menor custo possível. Se não houvesse restrições, utilizaria uma tecnologia dada pela tangência entre a isoquanta e a linha de isocusto marcada (ponto pertencente à linha de expansão de longo prazo). O custo seria CT1. Se estiver condicionada a uma determinada quantidade de factor fixo, essa restrição aumentaria o custo para CT2 pelo aumento da utilização de L (e apesar da redução de K). • K • Linha de expansão de período curto Q0 CT1/pL CT2/pL L Microeconomia II – LGE108 17 Linha de expansão de período curto Se a empresa pretender produzir Q0, Q1, Q2, utilizaria tecnologias K CT’2 pertencentes à linha de expansão de longo prazo. Se a empresa estiver limitada à quantidade de capital que minimiza o custo de produzir Q1 , então … CT2 … os custos de produzir Q0 e Q2 aumentariam. CT1 Linha de expansão de período longo • K2 K1 • • • K0 • Linha de expansão de período curto Q2 Q1 CT’0 Q0 CT0 L’0 L0 L1 L2 L L’2 Microeconomia II – LGE108 Linha de expansão de período curto K Enquanto que as linhas de expansão de longo prazo indicam todas as CT’2 CT2 CT1 combinações de L e K de mínimo custo para produzir diferentes volumes de produção, a linha de expansão de curto prazo apenas indica um ponto de mínimo custo (onde CTpl = CTpc). Os CTpc são sempre maiores que os CTpl com excepção para um volume de produção, em que são iguais, porque em período curto o empresário está na dimensão mais adequada para produzir esse volume de produção. Linha de expansão de período longo • K2 K1 K0 • • • • Linha de expansão de período curto Q2 Q1 CT’0 Q0 CT0 L’0 L0 L1 L2 L’2 L Microeconomia II – LGE108 18 A Função Custo Total de Período Longo K Q1 Q0 K1 K0 • 0 Linha de expansão de período longo • CT0 CT1 L0 L1 CT CTPL CT1=pLL1+pKK1 CT0 =pLL0+pKK0 0 Cada ponto da função custo de período longo estabelece uma relação entre o custo total e o nível de produção: é um ponto em que o custo total é L mínimo, no sentido em que a combinação de factores é a mais eficiente para produzir um dado volume de produção (porque podemos fazer variar a quantidade de ambos os factores), com preços de factores constantes. Q1 Q Q0 Microeconomia II – LGE108 Efeito de descida de preço de um factor sobre os custos K CT’1 CT0 Linha de expansão de período longo CT1 K2 K1 Com a descida do preço de K a nova situação de equilíbrio passa de E1 para E2. A diminuição dos preços relativos permitiu que, na nova situação de equilíbrio, o produtor, com a sua restrição orçamental, possa produzir mais do que anteriormente: Q2. Linha de expansão de período longo após descida de preço de K •E 2 •E • 1 Q2 Q1 L1 L2 L Uma nova linha de expansão é definida, dado que houve alteração dos preços relativos dos factores. Podemos facilmente constatar que o custo de produzir a anterior quantidade de equilíbrio Q1 diminui. Microeconomia II – LGE108 19 Efeito de descida de preço de um factor sobre os custos K CT’1 CT0 Linha de expansão de período longo após descida de preço de K Linha de expansão de período longo CT 1 •E K2 K1 2 •E • 1 Q2 Q1 0 CT L L 1 L2 CTPL1 CTPL2 CT1=CT’1 CT0 0 Q1 Q Q2 Dada a alteração dos preços relativos dos factores, surgirá uma nova curva de custo total de período longo (CTPL2). Com idêntica despesa (CT1=CT’1), o empresário pode agora produzir mais (Q2>Q1). Existe uma nova relação entre Q e CT, agora é possível produzir um dado volume de produção (por exemplo, Q1) a um custo mais baixo (CT0). Microeconomia II – LGE108 Economias de Escala e Rendimentos à Escala u.m. Economias de escala Deseconomias de escala Rendimentos crescentes à escala Rendimentos decrescentes à escala ⇔ ⇔ Cmdpl Escala Mínima Eficiente Q No caso dos rendimentos crescentes à escala, a produção aumenta mais do que proporcionalmente face ao aumento dos factores de produção. Em consequência, assumindo preços dos factores constantes, o custo médio de período longo é decrescente (zona de economias de escala). No caso dos rendimentos decrescentes à escala, assumindo preços dos factores constantes, o custo médio de período longo é crescente (zona de economias de escala). No caso dos rendimentos constantes à escala, assumindo preços dos factores constantes, o custo médio de período longo é constante. Assim, o comportamento em “U” da curva de Cmdpl fica explicado: inicialmente, a empresa quando aumenta a sua produção, ultrapassa indivisibilidades técnicas e retira vantagens da especialização do trabalho, obtendo rendimentos crescentes à escala. A partir da escala mínima eficiente, a empresa, provavelmente por dificuldades na gestão e excessiva divisão do trabalho, enfrenta rendimentos decrescentes à escala. Microeconomia II – LGE108 20 Economias de Escala e Rendimentos à Escala u.m. Quando o Cmdpl é decrescente, Cmdpl > Cmgpl ⇒ Economias de escala CTpl A • Quando o Cmdpl é crescente, Cmdpl < Cmgpl ⇒ Deseconomias de escala B • Q u.m. Cmgpl Cmdpl D C • • Economias de Deseconomias escala de escala Escala Mínima Eficiente Quando o Cmdpl é constante, Cmdpl = Cmgpl ⇒ Escala mínima eficiente (ponto de melhor afectação dos recursos, visto que se minimiza o custo unitário, depois de se esgotarem as economias de escala) Q Microeconomia II – LGE108 Relação entre as Funções Produtividade e as Funções Custo Q PL x L L PTL = F(L,) Q L CVT Q A função produtividade total (PT) é transformada numa função custo, multiplicando L pela taxa salarial. Essa função é chamada de custo variável total (CVT) porque estabelece uma relação entre o nível de produção e o montante de custos variáveis necessários para produzir tal nível de produção. Dado que a função CVT é deduzida a partir da função PT, o seu formato revela os rendimentos do factor variável. A função Custo Total é facilmente obtida a partir da função CVT, depois de serem adicionados os custos fixos totais. u.m. CT(Q, K0) pKK0 CVT(Q, K0) CFT pKK0 Assim, é a função custo variável total que comanda o andamento da função custo total, pois acréscimos de produção só são possíveis com acréscimos do factor variável: CT(Q)=CVT(Q)+CFT Q Microeconomia II – LGE108 21 INTRODUÇÃO Ao contrário da função Custo Fixo Total (CFT), o Custo Fixo Médio (CFM) depende do volume de produção: é o custo fixo por unidade de produto, necessariamente decrescente à medida que o volume de produção aumenta, tendendo para 0 à medida que a quantidade aumenta. Em termos geométricos, cada ponto da função CFM é dado pela inclinação da recta que une a origem ao ponto em questão na função CFT. u.m. u.m. CFT CFM Q1 Q2 Q3 Q Q1 Q2 Q3 Q Microeconomia II – LGE108 Relação entre as Funções Produtividade e as Funções Custo u.m. CVT = pL i L ⇔ CVM = Cmg CTM CVM CMg = ( pL i L pL pL = = Q Pmd L Q L ) dCVT d pL i L p pL = = L = dQ Pmg L dQ dQ dL CFM 0 Q1 Q2 Q2 Q1 Microeconomia II – LGE108 22 Relação entre as Funções Produtividade e as Funções Custo Rendimentos Crescentes no Factor Variável PTL Rendimentos Constantes no Factor Variável PTL PTL = F(L,) PTL = F(L,) L C Rendimentos Decrescentes no Factor Variável PTL PTL = F(L,) L C C CT CVT CT CVT CVT Q C L CT Q Q C C CTM CTM CVM Cmg Cmg = CVM Q CTM CVM Cmg Q Q Microeconomia II – LGE108 Exemplo (caso discreto) - Custos no Curto Prazo Q CFT CVT CT Cmg CFM CVM CTM Microeconomia II – LGE108 23 Exemplo (caso discreto) - Custos no Curto Prazo CT u.m. CVT 27 A 216 1 20 1 B 120 48 0 CFT 2 4 6 8 10 Qtd u.m. 60 Cmg CTM a 28 27 CVM b 20 8 CFM 0 2 4 6 8 10 Como a diferença entre as funções CTM e CVM é decrescente com o volume de produção, as duas funções tendem a aproximar-se, embora, como é lógico, o CTM esteja sempre acima do CVM. Numa 1ª fase, tanto o CVM como o CFM são decrescentes, logo também o CTM o será. Numa 2ª fase, o CFM continua a decrescer, mas o CVM já começou a aumentar, só que ainda não compensa o 1º efeito pelo que o CTM continua a decrescer. Só quando o 2º efeito compensa o 1º é que o CTM começa a decrescer. O Cmg é a variação do custo total (ou do custo variável total, pois os custos fixos totais não se alteram com o volume de produção) que resulta da produção de uma unidade adicional de produto. O Cmg é menor do que o CVM (CTM) na fase descendente do CVM (CTM); igual ao CVM (CTM), no mínimo destes; maior do que o CVM (CTM) na sua fase ascendente. Qtd Microeconomia II – LGE108 Relações entre os Custos de Período Curto e os de Período Longo Ki é a quantidade de capital minimizadora do custo de longo prazo para Qi ; i = 1,2,3. u.m. CT(Q,K1) Q1 CT(Q,K2) CT(Q,K3) Q2 Q3 CTpl(Q) Q Microeconomia II – LGE108 24 Relações entre os Custos de Período Curto e os de Período Longo u.m. CMg(Q,K3) CTM(Q,K3) CTM(Q,K1) Cmdpl(Q) • CMg(Q,K1) CTM(Q,K2) • • Cmgpl(Q) • • CMg(Q,K2) 0 Q1 Q3 Q Q2 O mínimo custo unitário de produzir um determinado produto (Volume de Produção Típico) numa dada dimensão não corresponde ao mínimo CTM dessa dimensão, a não ser que estejamos na dimensão óptima. Se no curto prazo, a empresa utilizar uma dimensão que origina um CTM situado na fase de economias (deseconomias) de escala, terá que produzir o VPT para estar a produzir esse volume de produção ao mínimo custo possível, como em Q1 (Q3). Se produzir no mínimo do custo total médio, o empresário não está a produzir esse volume de produção ao mínimo custo possível; basta aumentar (diminuir se a dimensão estiver em deseconomias de escala) um pouco a dimensão para a empresa produzir ao mínimo custo. Microeconomia II – LGE108 Relações entre os Custos de Período Curto e os de Período Longo Custo Médio Cmd pc1 Cmd pc2 Cmd pc3 Cmd pl A curva de custo médio de período longo (a cheio) é simplesmente o mais baixo “envelope” das curvas de curto prazo. Se forem contempladas todas as hipóteses de quantidades do factor fixo, através de variações infinitesimais do mesmo, a zona de altos e baixos transforma-se numa curva normalíssima em U. Microeconomia II – LGE108 25 Caso especial u.m. Quando o custo total de período longo cresce a ritmos constantes… CT(Q,K2) CT(Q,K3) CT (Q) pl CT(Q,K1) • • • 0 Q1 Q2 Q3 Q Microeconomia II – LGE108 Caso especial u.m. O custo médio (e marginal) de período longo é uma constante. CMg(Q,K1) CMg(Q,K3) CTM(Q,K2) CTM(Q,K1) 0 CMg(Q,K2) CTM(Q,K3) • • • Q1 Q2 Q3 CMdpl(Q)=CMgpl(Q) Q Microeconomia II – LGE108 26