Apresentação do PowerPoint

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XIV CURSO DE CAPACITAÇÃO E PREVENÇÃO EM
CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR DA AECIHERJ
CONCEITOS BÁSICOS E
INTRODUÇÃO A
INFECÇÃO HOSPITALAR
Vítor Martins
Médico Infectologista
ASSUNTOS QUE
ABORDAREMOS
-
Colonização x Infecção
-
Infecção Comunitária x Hospitalar / IRAS
-
Cadeia Epidemiológica destas Infecções
-
Impacto na morbi-mortalidade e nos custos hospitalares
CONCEPTO HUMANO...
COLONIZAÇÃO
-
Crescimento e multiplicação de um microrganismo em
superfícies epiteliais do hospedeiro, sem expressão
clínica ou imunológica.
-
Presença permanente ou transitória de qualquer
microorganismo aderido à pele ou às membranas
mucosas do hospedeiro, dissociada de sinais ou
sintomas de doença infecciosa.
-
Apenas uma evidência microbiológica, sem expressão
patológica.
-
Poderá ou não ser precursora da infecção.
-
Exemplo: microbiota humana normal
MICROBIOTA CUTÂNEA
COCOS GRAM POSITIVOS:
Staphylococcus epidermidis
Streptococcus alfa-hemolítico
Streptococcus pneumoniae
BASTONETES GRAM POSITIVOS:
Propionibacterium acnes
Corynebacterium spp.
Clostridium spp.
BASTONETES GRAM NEGATIVOS:
Escherichia coli
Klebsiella spp.
Proteus spp.
Alcaligenes sp.
VIRUS:
Herpesvirus
ARTROPODES:
Demodex folliculorum
FUNGOS:
Pytirosporum spp.
Candida spp.
Trichophytum spp.
Epydermophytum spp.
MICROBIOTA DO
TRATO RESPIRATÓRIO
COCOS GRAM POSITIVOS:
Staphylococcus coagulase-negativo
Staphylococcus aureus
Streptococcus alfa-hemolítico
Streptococcus beta-hemolítico
Streptococcus do grupo D
Peptococcus spp.
BASTONETES GRAM POSITIVOS:
Corynebacterium spp.
COCOS GRAM NEGATIVOS:
Neisseria spp.
Branhamella catarrhalis
Veillonella spp.
BASTONETES GRAM NEGATIVOS:
Haemophillus spp.
Cardiobacterium hominis
Moraxella spp.
MICOPLASMA:
Mycoplasma spp.
MICROBIOTA
DO CORPO
HUMANO
Pele seca, uretra,
estômago, duodeno
e jejuno:
até 10³/cm²
Couro cabeludo,
face, axilas e fossas
nasais:
105 a 106/cm²
VAS, saliva, íleo,
cólon, vagina:
> 106/ml ou cm²
INFECÇÃO
-
É a transmissão bem sucedida de um microorganismo a um
hospedeiro causando danos decorrentes da invasão,
multiplicação ou ação de produtos tóxicos.
-
Poderá ser clínica ou subclínica
-
Acompanhada
por
mensurável
inflamatória do hospedeiro.
resposta
imunológica/
PROCESSO INFECCIOSO
Os processos infecciosos são fenômenos multicausais
decorrentes da existência de:
(a) um agente infeccioso;
(b) uma via de acesso ao hospedeiro;
(c) uma porta de entrada;
(d) um hospedeiro suscetível.
DOENÇA INFECTO-CONTAGIOSA
x
COMPLICAÇÃO INFECCIOSA
TRANSMISSÃO DO
PROCESSO INFECCIOSO
RESERVATÓRIO
Homem doente
Animais
Água
Solo
AGENTES
Vírus
Bactérias
Fungos
Protozoários
Helmintos
Príons
TRANSMISSÃO
DIRETO
INDIRETO
PROJ PARTICULAS
VEÍCULO COMUM:
Água, alimento
Soluções injetáveis
Sangue e derivados
VIA AÉREA:
Aerossóis
VETORES:
Mecânicos
Biológicos
PORTA DE ENTRADA
Receptores celulares
Lesões do epitélio

PORTA DE SAÍDA
Excreções, secreções,
líquidos orgânicos e
sangue
DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSA
X COMPLICAÇÃO INFECCIOSA
DOENÇA INFECTOCONTAGIOSA
COMPLICAÇÃO
INFECCIOSA
Agentes etiológicos
 virulência
 virulência
Via de acesso
Meio externo
Habitam o organismo
do hospedeiro
Sadio / predisposto
comprometido
Entidades nosológicas
específicas.
Síndromes designadas
pela localização
Hospedeiro
Manifestação clínica
Prevenção
Saneamento básico,
Recuperação dos
imunização, destruição mecanismos de
do agente.
defesa.
COMPLICAÇÃO
INFECCIOSA
As complicações infecciosas resultam de um desequilíbrio
entre os mecanismos antiinfecciosos do hospedeiro e sua
microbiota normal.
MICROORGANISMO
- VIRULÊNCIA
Exotoxinas
Endotoxinas
Adesinas
Cápsula
- CONCENTRAÇÃO
HOSPEDEIRO
- RESISTÊNCIA
Barreiras anatômicas
Fagocitose
Imunidade humoral
Imunidade celular
INFECÇÃO
COMUNITÁRIA
- Processo infeccioso estando o indivíduo na comunidade;
OU
- evidência clínica ou laboratorial de infecção no ato da
internação hospitalar.
DESDE QUE:
-
Não relacionada a procedimento ou instalação
dispositivo médico invasivo nem internação anterior.
de
Infecção em recém-nascidos cuja via de aquisição por via
transplacentária é conhecida ou associada com bolsa rota superior a
24h = COMUNITÁRIA!
INFECÇÃO
HOSPITALAR
-
é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se
manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder
ser relacionada com a internação ou procedimentos
hospitalares.
-
se não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de
infecção no momento da internação, convenciona-se
infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção
que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após
a admissão;
-
são também convencionadas infecções hospitalares aquelas
manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da
internação,
quando
associadas
a
procedimentos
diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados durante este
período;
as infecções de recém-nascido são hospitalares, com exceção das
transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota
superior a 24h
E A INFECÇÃO DO SR.
JOSIAS?
IRAS (INFECÇÃO
RELACIONADA À
ASSISTÊNCIA À SAÚDE)
-
Infecções contraídas quando são prestados cuidados de
saúde e/ou durante uma estadia num estabelecimento de
saúde (“infecção hospitalar”).
Assistência à saúde acontece no ambulatório, hospital-dia,
home-care, clínicas de hemodiálise, consultórios, CAPD, etc.
CLASSIFIQUE...
-
Paciente, ♂ ,75 anos, internado com AVC, desenvolve pneumonia
broncoaspirativa no 4ºdia de internação. Hemocultura evidenciou
crescimento de Streptococcus pneumoniae.
IRAS
- Paciente, ♂ ,50 anos, cirurgia de implante de marcapasso há 8 meses.
Nessa época ficou internado por apenas 1 semana. Retorna essa
semana com endocardite infecciosa. IRAS
- Paciente, ♀, 28 anos, HIV+, internada para biópsia de linfonodo
diagnóstica. Após 7 dias de internação, desenvolve lesões compatíveis
com varicela.
comunitária
- Paciente, ♀, 34 anos, ficou internada por 9 dias com apendicite aguda, foi
submetida a apendicectomia eletiva. Após 15 dias da alta hospitalar
desenvolve hiperemia, saída de secreção purulenta em região de incisão
cirúrgica. IRAS
- Criança, ♂ , 8 anos, internado por 5 dias devido pneumonia comunitária.
Durante internação foi submetido a cateterismo vesical /SVD. 6 dias após
alta hospitalar desenvolve sintomas de infecção urinária. IRAS
TEMPO DE INCUBAÇÃO DE ALGUMAS DOENÇAS
INFECTO-CONTAGIOSAS CONTRAÍDAS
EVENTUALMENTE EM HOSPITAIS
DOENÇA(s)
VARIAÇÃO EM DIAS
Conjuntivite epidêmica
5 - 12 dias
Difteria
2 – 5 dias
Escabiose
14 – 22 dias
Gastroenterite por E. coli
2 – 4 dias
Gastroenterite por Salmonella
2 – 5 dias
Hepatite pelo vírus A
10 – 50 dias
Herpes simples
2 – 12 dias
Herpes zoster / varicela
14 – 21 dias
Legionelose
5 – 6 dias
Malária
13 – 30 dias
Sarampo / rubéola
8 – 13 dias
Tétano
4 – 21 dias
CADEIA
EPIDEMIOLÓGICA
DAS INFECÇÕES HOSPITALARES
RESERVATÓRIO
Paciente
Funcionários
Superfícies
Sistemas de água e
ar
Dispositivos médicos
AGENTES
Vírus
Bactérias
Fungos
Protozoários
Helmintos
Príons
TRANSMISSÃO
DIRETO
INDIRETO
PROJ PARTICULAS
VEÍCULO COMUM:
Água, alimento
Soluções injetáveis
Sangue e derivados
VIA AÉREA:
Aerossóis
VETORES:
Mecânicos
Biológicos
PORTA DE ENTRADA
Receptores celulares
Lesões do epitélio
PORTA DE SAÍDA
Excreções, secreções,
líquidos orgânicos e
sangue
AGENTE INFECTANTE
(AGENTE ETIOLÓGICO)
-
É um microorganismo ou macroparasita que, através do
seu poder de agressão, pode produzir doença. A
patogenicidade de um agente específico pode ser
aumentada em hospedeiro com os mecanismos de defesa
diminuídos.
Infecção = colonização x virulência
resistência
RESERVATÓRIO
- Reservatório é o habitat natural de um agente infeccioso,
onde ele vive, multiplica-se e do qual depende primariamente
para sua sobrevivência.
FONTE
- Por fonte entendemos o objeto inanimado ou animado que
transporta o agente infeccioso, podendo contaminar um
hospedeiro suscetível. Muitas vezes, existe coincidência
entre a fonte e o reservatório.
VIAS DE
TRANSMISSÃO
-
É o movimento pelo qual um agente potencialmente
infectante pode disseminar-se para um novo hospedeiro.
TRANSMISSÃO
DIRETA
TRANSMISSÃO
AÉREA
CONTATO
(mordida, beijo,
toque, ato sexual)
AEROSSÓIS
(suspensão de
partículas no ar –
1 a 5mm)
PROJEÇÃO DE
GOTÍCULAS
(espirro, tosse...)
1 metro!
TRANSMISSÃO INDIRETA
VEICULO
COMUM (água,
alimento,
soluções
injetáveis, sangue
e derivados)
VETORES
MECÂNICOS
VETORES
BIOLÓGICOS
PENETRAÇÃO
(PORTA DE ENTRADA)
- É a via pela qual o agente penetra no hospedeiro. Incluem
pele, membranas mucosas e os tratos respiratório,
gastrointestinal e genitourinário.
HOSPEDEIRO
SUSCETÍVEL
-
É o indivíduo, que não apresentando imunidade, quando
em contato com o agente poderá desenvolver infecção.
-
Na infecção hospitalar, o hospedeiro é o elo mais
importante da cadeia epidemiológica, pois alberga os
principais microorganismos que na maioria dos casos
desencadeiam os processos infecciosos.
PORTA DE SAÍDA
- Caminho pelo qual um agente infeccioso deixa o reservatório:
trato respiratório, gastrintestinal, genito-urinário, pele e tecido
celular subcutâneo.
IMPACTO NA MORBI-MORTALIDADE E
NOS CUSTOS HOSPITALARES
-
Aumenta período de internação ( ~ 4 dias)
-
Taxa de letalidade: 10 – 20%
Infecção
Distribuição
(%)
Diárias extras Custos extras
(%)
(%) – US$
Letalidade
(%)
Cirúrgica
24
7,3
3.152
2,6
Pneumonia
10
5,9
5.683
13,3
Urinária
42
1
680
0,8
Sistêmica
5
7,4
3.517
13,0
Outras
19
4,8
1.617
3,3
Total
100
4
2.100
3,6
Custos das Infecções Hospitalares, em Hospitais Americanos. 1992
IMPACTO NA MORBI-MORTALIDADE E
NOS CUSTOS HOSPITALARES
-
Custos diretos: diárias adicionais (US$2.100), exames
laboratoriais e radioimagem, pagamento dos profissionais
de saúde, custos do regime de precaução (MDR),
medicamento e insumos.
-
Custos indiretos: são imprevisíveis. Processo jurídico,
indenização, instituição pode perder alvará de
funcionamento.
-
Economia potencial com a redução das infecções
hospitalares no Brasil: US$175 a US$840 milhões ao ano.
-
Prevenção de 6% das infecções hospitalares equivale
economicamente ao suficiente para a manutenção de um
PCIH com profissional qualificado.
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