Idéia João Pessoa 2008 Direitos reservados. ISBN 978-85-7539-438-0 _____________________________________________________________________ C749 XXV CONGRESSO NORDESTINO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA e XXVII JORNADA PARAIBANA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA / Geraldez Tomaz (Org.). João Pessoa: Idéia, 2008. 135p. 1. Ginecologia e Obstetrícia CDU: 618.1 _____________________________________________________________________ EDITORA LTDA. (83) 3222-5986 www.ideiaeditora.com.br [email protected] Foi feito o depósito legal Impresso no Brasil PRESIDENTE DA FEBRASGO Nilson Roberto de Melo VICE-PRESIDENTE - REGIÃO NORDESTE Francisco Edson Lucena Feitosa PRESIDENTE DO CONGRESSO E DA JORNADA Geraldez Tomaz COMISSÃO ORGANIZADORA E CIENTÍFICA - Antônio Gadelha da Costa - Cláudio Sérgio Medeiros Paiva - Eduardo Sérgio Soares Sousa - Elzaneide de Jesus Guedes da Cunha Araújo - Etiene de Fátima Galvão Araújo - Fátima Aparecida Targino Saldanha - Geraldez Tomaz (Presidente) - Germano Antônio de Carvalho - João Benedito de Figueiredo Vinagre - José Gomes Batista - Lúcia Sarmento de Oliveira - Magda Trigueiro de Albuquerque Cabral - Maria Amélia de Rolim Rangel - Melania Maria Ramos de Amorim - Melisandro Almeida de Lacerda - Moisés Diogo de Lima - Paulo Roberto Muniz Dantas - Pedro Cordeiro de Sá Filho - Roberto Magliano de Morais COMISSÃO TEMAS LIVRES Jacob Arkader José Gomes Batista Magda Trigueiro de Albuquerque Cabral XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 MENSAGEM UMA HOMENAGEM À TOCO-GINECOLOGIA Chegamos a mais um final de trabalho diuturno e titânico para dar o melhor de forma multidisciplinar, um programa que atinja todos os nossos associados no que tange ao avanço de suas diversas sub-especialidades, dentro da Obstetrícia e Ginecologia. Faremos com muita honra o "CONGRESSO JUBILEU DE PRATA", da EX-SOGINNE, hoje apenas SOGINE, mas atuando nos nove estados da Região Nordeste. Já dizia "Cassimiro de Abreu": Ai que saudades que tenho da minha infância querida, que os anos não trazem mais " e este presidente do Congresso afirma: "Ai que saudades que tenho de há vinte anos atrás em cenário diversificado, termos realizado um conclave que ainda ecoa como um marco deixado em nossa capital e com presenças influentes da Ginecologia e Obstetrícia Nacional e Internacional." Para todos nós soa como uma vitória de todos os Associados da SOGOPA, receber e aplaudir a posse da Diretoria da FEBRASGO, órgão que rege os destinos da saúde da mulher brasileira e aqui estaremos, recebendo com o nosso coração magnânimo, professores, médicos e médicas, os Presidentes de Federadas, Associados das distintas Federadas do Nordeste e de outras regiões do Brasil, que vêm realizar o intercâmbio científico em prol da saúde da razão de ser de nossa FEBRASGO: a Mulher Brasileira. Afora isto, ratificamos sempre as belezas naturais existentes em nossa capital e estado, o estilo barroco ao neoclássico de seus monumentos históricos e uma orla marítima sui generis, com a definição de suas espumas alvacentas e o mar que deslumbra e encanta a todos que tiverem um lazer nesta estada em nossa João Pessoa, ordeira, de povo bom e solidário. Um abraço fraterno a todos. Geraldez Tomaz Presidente do XXV Congresso Nordestino e da XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia. 4 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 TEMAS LIVRES P001 PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM POPULAÇÃO GESTANTE ATENDIDA NO PESF. IGOR MARCELO CASTRO E SILVA1; IGOR NEIVA GUARÁ ROSA2; KYANNY NUNES DA SILVA3; VALDÊNIA COSTA GONÇALVES4; NATÁLIA COUTO DE MELO5. 1.UFMA, UNICEUMA, SAO LUIS, MA, BRASIL; 2,3,4,5.UNICEUMA, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: As enfermidades parasitárias são apontadas como indicadores de desenvolvimento socioeconômico de um país, e um freqüente problema de saúde pública, afetando principalmente indivíduos jovens, desencadeando além de problemas gastrintestinais, baixo rendimento corporal e conseqüente atraso no desenvolvimento escolar. Embora não sejam medidos esforços por parte dos órgãos de saúde mundial para controlar estas enfermidades, não tem ocorrido uma redução nestes índices, considerando principalmente as famílias de baixa renda, cuja condição de vida precária, má higiene e nutrição, contribuem ainda para a propagação das enfermidades parasitárias. OBJETIVO: Conhecer a prevalência de parasitoses intestinais na população gestante atendida no Programa Estratégia Saúde da Família, no município de São LuísMA, no período de janeiro a junho de 2007. METODOLOGIA: A análise foi feita em cima de laudos coproparasitológicos arquivados no setor de Parasitologia da Unidade de Saúde da Cidade Olímpica, município de São Luís-MA, com enfoque nos parasitos intestinais encontrados nas amostras fecais e associações entre os mesmos. Foram analisados 150 laudos. A demonstração dos resultados das freqüências dos helmintos e protozoários intestinais, bem como das associações destes parasitos, foram realizadas através de cálculos de percentagem. RESULTADOS: Os principais parasitos intestinais encontrados em pacientes gestantes foram: Ascaris lumbricoides 45% , Giardia lamblia 18% , Entamoeba histolytica/dispar 30% , Trichuris trichiura 7% . Não se constatou poliparasitismo. CONCLUSÃO: No Nordeste, a situação social da região ainda é muito precária, os índices que avaliam as condições de vida da população mostram seus valores sofríveis. Observou-se que as gestantes da periferia ludovicense não fogem a regra. O alto índice de parasitas nas amostras retrata uma condição precária de vida, colocando em xeque o processo de educação em saúde dessa população. 5 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P002 HEMIPLEGIA NA GRAVIDEZ: UM CASO DE ENXAQUECA HEMIPLÉGICA FAMILIAR. CLARISSA BARRETO CARVALHO; JOÃO JOSÉ FREITAS DE CARVALHO; JANAÍNA BASTOS DE SOUSA. HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL. Resumo: Introdução: A enxaqueca hemiplegica familiar (EHF) é um tipo incomum de enxaqueca com prevalência estimada em 1:10.000, sendo de rara ocorrência durante o período gestacional. A presença de deficits motor e sensitivo devem alertar o obstetra a considerer outras desordens neurológicas. Condições a serem excluídas incluem hemorragia subaracnóide secundária a aneurisma ou má-formação arterio-venosa, fenômenos tromboembólicos ou processos neoplásicos. Enxaqueca ocorre mais frequentemente em mulheres. Acredita-se que a maioria das mulheres apresentam alívio completo ou parcial da enxaqueca durante a gestação. Contudo, o episódio inicial pode ocorrer durante a gestação, usualmente durante o primeiro trimestre. Mutações em três genes tem sido descritas em pacientes com EHF: CACNA1A (EHF 1), ATP1A2 (EHF 2) e SCN1A (EHF 3). As crises preenchem critérios para enxaqueca com aura que devem se associar a algum grau de paresia. Adicionalmente o paciente deve ter um parente de primeiro ou segundo grau com crises semelhantes. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar um caso de EHF em paciente na 21a. semana de gestação e discutir a fisiopatologia, o diagnóstico diferencial e tratamento. Materiais e Métodos: Estudo de caso baseado em história clínica, exame físico, exames complementares, revisão de prontuário e literatura. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino, 23 anos, natural e procedente de Fortaleza com história de cefaléias recorrentes do tipo enxaqueca com aura, relatando 09 episódios de cefaléia preenchendo critérios para enxaqueca com aura (disfásica) associada a hemiparesia (sempre à direita). Em todas as crises o déficit motor persistiu por até 48 horas após o que resolveu espontânea e completamente. Sete episódios ocorreram durante gestações e dois episódios fora do período gestacional. A paciente já havia apresentado falha terapêutica no tratamento da cefaléia com inúmeras medicações incluindo analgésicos, anti-eméticos, triptanos, porém a instituição do uso profilático de verapamil fez a paciente conseguir período livre de doença até o momento. Uma irmã mais nova apresenta episódios semelhantes de EHF porém sem correlação com a gravidez. Conclusão: A EHF, como no caso descrito, freqüentemente evolui de forma benigna. Uma cuidadosa anamnese e a permanente suspeita diagnóstica podem poupar esforços propedêuticos desnecessários além de proporcionar orientação terapêutica apropriada. 6 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P003 INDÍCIOS DE ATENÇÃO PRÉ-NATAL INADEQUADA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DE JOÃO PESSOA-PARAÍBA-BRASIL. RACHEL ROSE CARVALHO DE OLIVEIRA1; JULIANA ALENCAR DA CUNHA FÉRRER2; LÍVIA PRAZIM PONCIANO3; HENRIQUE GIL DA SILVA NUNESMAIA4. 1,2.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 3.UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 4.DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA E GENÉTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A inadequação do uso da assistência pré-natal está associada a várias conseqüências sobre o recém-nascido com aumento do número de óbitos. O uso adequado e intensivo do pré-natal está intimamente relacionado com melhores condições de sobrevivência em recém-nascidos. Objetivos: Realizar uma análise entre as causas de internamento e de óbito em uma UTIN de um Hospital Público. Material e Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo no período de novembro de 2004 a agosto de 2008, com levantamento de dados epidemiológicos de 411 internações (225 do sexo masculino, 186 do feminino e 105 óbitos). Os dados foram obtidos dos arquivos do livro de registros da instituição estudada, sendo analisados em relação ao sexo e a suspeita diagnóstica. As causas de óbitos foram confirmadas através de dados fornecidos pela Secretaria de Saúde do Município de João Pessoa - PB. As patologias foram agrupadas em quatro grupos, a saber: Cardiopulmonares, Malformativas, Infecciosas e Gastrointestinais. Patologia única ou de pequena freqüência foram agrupadas na categoria Outros e a Prematuridade formou um grupo único. Resultados: Houve maior prevalência de internamentos no sexo masculino (225 internamentos). Dentre os grupos analisados, obteve maior número de internamento o das Doenças Cardiopulmonares (38,93%), destacando como causa mais freqüente o Desconforto Respiratório, seguindo-se da Prematuridade (23,60%). Conclusão: As Doenças Cardiopulmonares constituíram o principal fator de internamento na UTIN, seguida da Prematuridade, representando o principal indício de atenção pré-natal inadequada, destacando o sexo feminino no primeiro grupo e o masculino no grupo subseqüente. Houve uma disparidade em relação aos óbitos, predominando as Doenças Infecciosas (33,33%), seguindo-se das Doenças Cardiopulmonares (24,76%), com prevalência do sexo feminino, sugerindo que, a primeira causa de óbito, provavelmente, não se deve à inadequação do pré-natal, mas ao atendimento pós-natal imediato insuficiente. Esses resultados reforçam a importância da atenção pré-natal oferecida pelos serviços de saúde e a necessidade de se incrementar esse serviço, a fim de reduzir a mortalidade neonatal causada pelas intercorrências do internamento hospitalar. A utilização de estratégias de intervenção direcionadas aos grupos requer maior atenção, com o objetivo de aumentar, não só o número de gestantes sob risco acompanhadas pela rede de serviços de saúde, como também a sua freqüência ao serviço, tornando mais precoce o início da assistência pré-natal. 7 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P004 O USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR GESTANTES: BENEFÍCIOS E RISCOS. JULIANA ALENCAR DA CUNHA FÉRRER1; RACHEL ROSE CARVALHO DE OLIVEIRA2; CLIMÉRIO AVELINO DE FIGUEREDO3. 1,2.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 3.NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS HOMEOPÁTICAS E FITOTERÁPICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: No Brasil, o uso de plantas medicinais é amplamente difundido e ocorre majoritariamente baseado no conhecimento popular, tendo como suporte a crença de que a planta, por ser natural, não faz mal. Por conta deste entendimento, e por falta de acesso aos serviços de saúde e ao medicamento, muitas gestantes fazem uso de plantas medicinais e fitoterápicos. Por outro lado, os profissionais de saúde, por desconhecimento sobre a Fitoterapia, não conseguem dar a devida orientação àqueles que usam esta terapêutica. No entanto, as plantas medicinais, em função dos seus constituintes químicos, podem provocar efeitos adversos e tóxicos, notadamente às gestantes e ao feto. Objetivos: Discutir o uso de plantas medicinais pelas gestantes, identificando as mais comumente usadas e os possíveis riscos que podem trazer a elas e ao feto. Material e Métodos: O estudo foi do tipo descritivo exploratório, desenvolvido na Unidade de Saúde da Família da Comunidade São Rafael, no Bairro Castelo Branco, junto às gestantes atendidas no pré-natal. A coleta de dados se deu através de entrevistas estruturadas, semi-estruturadas e abertas, durante as quais se questionou o uso de plantas medicinais e foram prestadas informações sobre como fazê-lo de forma correta e segura. Resultados: As entrevistas mostraram que o uso de plantas medicinais pelas gestantes é bastante difundido e que o conhecimento sobre elas é de origem sóciofamiliar. As plantas medicinais são utilizadas para diversas doenças e sintomas, sendo o seu uso relacionado aos problemas do trato respiratório, como tosses e resfriados (romã, mastruz, hortelã, agrião, eucalipto, guaco e gengibre), seguido do uso para cólicas intestinais (erva-doce, erva-cidreira e camomila), gastrite (carqueja), má digestão (boldo, erva-doce, hortelã e carqueja) e como calmante (erva-doce, erva-cidreira e camomila). Algumas das plantas mais usadas não têm estudos científicos suficientes que comprovem a segurança do uso em gestantes, enquanto que outras têm estudos que mostram os riscos deste uso. Vale ressaltar que os riscos podem ser decorrentes da utilização incorreta ou prolongada. Conclusão: Para muitas plantas medicinais não há estudos a respeito da segurança de uso durante a gravidez. Apesar do uso de plantas no período gestacional ser contra-indicado, essas mulheres as utilizam por desconhecimento de seus efeitos indesejáveis nesta fase, podendo inclusive ocasionar aborto ou malformações. Disto resulta a importância dos profissionais de saúde terem informações suficientes sobre a Fitoterapia, para que possam orientar o seu uso com segurança e eficácia, como pressupõe a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS. 8 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P005 COMPARAÇÃO ENTRE DOIS ALVOS GENÔMICOS (SRY E DYS) DO CROMOSSOMO Y NA DETERMINAÇÃO PRECOCE DO SEXO FETAL. ANA KELLY LINS1; MARCELO MAGALHAES2. 1.UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO/LABORATORIO MARCELO MAGALHAES, RECIFE, PE, BRASIL; 2.LABORATÓRIO MARCELO MAGALHÃES, RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Introdução: A descoberta da passagem de células e de DNA do embrião para o sangue materno permitiu, entre outras utilizações, o diagnóstico do sexo fetal, a partir da 8ª semana gestacional, sem os riscos inerentes à amniocentese. Objetivo: Comparar o desempenho da PCR em tempo real visando duas regiões diferentes do cromossomo Y, DYS e SRY, na determinação do sexo fetal em sangue materno a partir da 8º semana de gestação. Material e método: Estudo observacional em 462 gestantes entre abril de 2005 e setembro de 2008. As primeiras 193 pacientes foram analisadas pela PCR dirigida ao alvo situado no gene SRY, e as demais 271 ao alvo situado no gene DYS do cromossomo Y. Em ambos grupos os testes foram realizados empregando-se a PCR em tempo real, desenhada com sondas TaqMan, MGB. Na realização da PCR, coletou-se 10 ml de sangue venoso, separou-se o plasma e extraiu-se o DNA utilizando-se o Qiamp DNA mini kit (Qiagen, Hilden, Alemanha) conforme instruções do fabricante. Para o cálculo da sensibilidade e especificidade, utilizou-se como padrão-ouro a verificação do sexo ao nascimento. Resultados: A PCR dirigida à região SRY mostrou três (1,55%) casos discordantes. Em dois deles, a PCR apontou resultado falso feminino e no restante, falso masculino, 97,8% de sensibilidade e 99% de especificidade. Das 271 PCRs dirigidas para a região DYS, nenhuma apresentou resultado discordante, indicando 100% de especificidade e 100% de sensibilidade. O melhor desempenho da PCR dirigida ao gene DSY é provavelmente devido ao maior número de cópias, em relação ao gene SRY. Conclusão: Na determinação do sexo fetal através da PCR em tempo real, a partir da 8ª semana gestacional, a região DYS do cromossomo Y é a melhor escolha. 9 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P006 TROMBOCITOPENIA NA GESTAÇÃO: UM CASO DE PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA. CLARISSA BARRETO CARVALHO; ALINE VERAS MORAIS BRILHANTE. HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL. Resumo: A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) é uma doença rara e fatal que deve ser diagnosticada e tratada prontamente a fim de se obter melhor resposta terapêutica. A incidência aproximada é de 3,7 casos para 1.000.000 habitantes. As mulheres são mais freqüentemente afetadas do que os homens com uma incidência quase duas vezes superior. Clinicamente caracteriza-se por uma pêntade clássica constituída por anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia, alterações neurológicas, insuficiência renal e febre. Hoje, porém a presença de todos estes fatores não é mais necessária para se estabelecer o diagnóstico, sendo a associação de trombocitopenia e anemia hemolítica microangiopática suficiente. Estes sintomas estão relacionados à presença de trombos ricos em plaquetas e fator de von Willebrand na microvasculatura do organismo. A gestação pode desencadear a doença pela primeira vez ou pode exacerbar sua recorrência em pacientes com PTT previamente diagnosticada. Infelizmente, preeclâmpsia e/ou eclâmpsia, especialmente na síndrome HELLP podem produzir um laboratório e clínica similar a PTT dificultando o estabelecimento da terapêutica correta. O uso da plasmaférese diminuiu a mortalidade da PTT de 90% para 10% a 30%. Apresentamos um caso de PTT aguda grave em gestante tratada com plasmaférese. Ao diagnóstico, a paciente apresentava anemia hemolítica microangiopática, trombocipopenia, icterícia, febre, cefaléia fronto-temporal pulsátil intensa e parestesias. Os exames laboratoriais iniciais mostravam DHL=397 IU/L, contagem de plaquetas de 62.300/mL, hemoglobina de12 g/dL e no esfregaço de sangue periférico havia a presença de esquizócitos, HC aglutinadas, policromasia intensa (que denota retiulocitose acentuada) e ovalócitos (característico de hemólise autoimune). Procedeuse tratamento com pulsoterapia com metilprednisolona 1g/dia por 3dias. Após inicio da pulsoterapia, houve piora no quadro neurológico, acompanhado por aumento importante de DHL 3.438 IU/L, ALT, AST e a contagem de plaquetas era de 11200/mL, seguidas por dispnéia, convulsões e rebaixamento do sensório. Iniciamos plasmaféreses terapêuticas diárias com troca de uma volemia plasmática e substituição com plasma fresco congelado . Dois dias após a mudança na conduta terapêutica, houve importante melhora do quadro neurológico, estabilização da contagem de plaquetas e queda acentuada de DHL. Após 08 procedimentos de plasmaférese, a paciente apresentou remissão completa, mantida há 04 meses. A plasmaférese terapêutica com reposição de plasma fresco congelado associada ao uso de corticosteróides é o tratamento de primeira linha da PTT , aumentado a sobrevida destes pacientes, tendo sido uma estratégia útil no tratamento deste caso de PTT aguda grave. 10 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P007 ASPECTOS CLÍNICO-OBSTÉTRICOS RELACIONADOS A ASSOCIAÇÃO DIABETES E GRAVIDEZ NO HULW DA UFPB. ALEYDE DINIZ LOUREIRO; ALYNE DINIZ LOUREIRO; KATYARA MYLENA SILVEIRA RIBEIRO LIMA; MARIA AMÉLIA ROLIM RANGEL; RENATO JUNGER DE OLIVEIRA; MOISÉS DIEGO LIMA. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: No Brasil, um levantamento realizado em 1989 estimou uma incidência de 7,6% de casos de diabetes associada a gestação.Na gestação o estado hiperglicêmico materno está relacionado a uma série de complicações determinando severas intercorrências no período perinatal.Este estudo tem como objetivo fazer um levantamento da associação diabetes e gestação enfatizando sua prevalência e as principais intercorrências clínicoobstétricas e perinatais desta entidade nosológica para o binômio materno-fetal.Foram analisados os prontuários das gestantes portadoras de diabetes mellitus admitidas no Hospital Universitário Lauro Wanderlei(HULW) no período de janeiro de 2006 a agosto de 2008.A fonte para coleta dos dados foram os prontuários médicos e ficha clínica padronizada pela equipe de pesquisa.As variáveis maternas analisadas foram:idade,história familiar de diabetes,categorização do tipo de diabetes,uso de insulina ou hipoglicemiante oral no período pré-gestacional,paridade,intercorrências clínico-obstétricas em gestação anterior e na gestação analisada,alterações detectadas à ecografia obstétrica e tipo do parto.As variáveis dos recém-nascidos(RNs) analisadas foram:sexo,peso e as principais intecorrências observadas no período neonatal precoce.A preval~encia da associação diabetes e gravidez foi de 3,9%.Das gestantes analisadas 49,23% tinham idade entre 25 e 35 anos.Antecedente familiar de diabetes foi de 67,24%.Das analisadas 58,82% possuiam diabetes pré-gestacional cujo diagnóstico foi estabelecido em 72,73% dos casos há no mínimo 5 anos.Destas 82,29% faziam uso de medicação para controle glicêmico, sendo 52% usuária de insulina e 48% de hipoglicemiantes orais.No que concerne a paridade,29,85% eram primíparas,29,85% eram secundíparas e 40,30% eram multíparas.Cerca de 46,88% apresentaram complicações clínico-obstétricas em gestações anteriores sendo as mais frequentes:préeclampsia(33,3%),diabetes gestacional(16,67%) e óbito fetal(16,67%).Nas gravidezes analisadas,93,48% das gestantes fizeram uso de insulina.Complicações clínicoobstétricas foram observadas em 59,57% delas destacando-se:Infecção do trato urinário(32,35%) e pré-eclampsia(29,41%).À avaliação ecográfica 32,69% apresentaram polidramnio.A resolução da gestação se deu entre 34 e 38 semanas em 56,36% delas, 74,07% das vezes através de cesárea cuja principais indicações foram:iteratividade(10%),sofrimento fetal agudo(12%),macrossomia fetal(10%),diabetes(12%) e desproporção cefalo-pélvica(10%).Os RNs foram 56,6% do sexo masculino e 43,4% do feminino.Um peso mínimo de 3.500 gramas ocorreu em 53,7% deles.Cerca de 50% e 94% do RNs apresentaram, respectivamente, para o 1º e 5º minuto um Índice de Apgar entre 7 e 10.Conclui-se que a associação diabetes e gestação requer um controle glicêmico materno adequado para prevenir as principais intercorrências relacionadas a esta associação. 11 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P008 FETO ACÁRDICO – “TRAP”: DIAGNÓSTICO E CONDUTA PRÉ-NATAL. STEMBERG OLIVEIRA FIRMINO SILVA; ANA CHRISTINA FERREIRA CAVALCANTI DE MORAIS TRAJANO; ALEXANDRE SILVA CARDOSO; SHEILA RAQUEL SOUZA REMIGIO. MATERNIDADE ESCOLA SANTA MÔNICA (MESM), MACEIO, AL, BRASIL. Resumo: Introdução: A síndrome de transfusão fetal retrógrada ou \"twin reversed arterial perfusion - TRAP\" é uma condição patológica rara das gestações gemelares monocoriônicas, com incidência de cerca de um caso para cada 35.000 nascimentos, sendo decorrente de anastomoses placentárias artério-arterial, onde o feto doador desenvolve hipofluxo sangüíneo grave, resultando em uma forma amorfa conhecida como feto acárdico, e um feto receptor normal, o qual apresenta morbimortalidade perinatal alta devido a hiperfluxo, podendo desenvolver hidropisia. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar o diagnóstico pré-natal, discutir a conduta anteparto e descrever a evolução pós-natal do recém-nascido sobrevivente (feto receptor) de um caso clínico da seqüência “TRAP” ocorrido em um Serviço de Medicina Fetal. Material e Métodos: A gestante foi encaminhada para o Serviço de Medicina Fetal (SEMEFE) da Maternidade Escola Santa Mônica (MESM) com o diagnóstico ultra-sonográfico de gestação gemelar, sendo relatado um dos fetos com anencefalia e em óbito. Após a avaliação do SEMEFE, foi definido tratar-se de uma gestação gemelar , com idade gestacional de 35 semanas e 01 dia, e apresentando a seqüência da transfusão arterial fetal retrógrada (twin reversed arterial perfusion – TRAP), sendo o feto1 caracterizado como receptor e o feto 2 caracterizado como feto acárdico. Método: Foi realizado estudo do tipo descritivo baseado nas informações encontradas nos prontuários da gestante e do recém-nascido, após consentimento informado prévio. Resultados: Decidido pela resolução da gestação devido à idade gestacional e pela alta morbimortalidade perinatal para o feto 01 decorrente da própria condição patológica envolvida, podendo evoluir com hidropisia, comprometendo o prognóstico. Realizou-se parto cesariana sem intercorrências. O primeiro recém-nascido apresentou índice de APGAR de 07 (no 1º minuto) e 09 (no 2º minuto), pesando 1550 gramas, com índice capurro somático de 34 semanas e 2 dias, genitália externa feminina, sem aparentes malformações e com desconforto respiratório. O segundo recém-nascido apresentou-se com ausência das estruturas do pólo cefálico, região cervical e tórax, desvio da angulação perna-pé bilateral e alteração dos dedos dos pés, pesando 1530 gramas e com genitália externa feminina. O recém-nascido viável (Feto 01: Receptor) apresentou boa evolução clínica, sendo acompanhado sob o regime de mãe-canguru e recebendo alta hospitalar com 21 dias de vida, pesando 1800 gramas. Conclusão: Os autores reforçam a importância do diagnóstico pré-natal específico da seqüência TRAP em Serviço de Medicina Fetal, possibilitando a indicação da resolução da gestação e visando melhores resultados neonatais para o feto receptor. Discutem também as possibilidades terapêuticas nos casos da seqüência de TRAP, como a conduta não-invasiva (acompanhamento pré-natal) e a invasiva (oclusão do cordão umbilical do feto acárdico). 12 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P009 ASPECTOS OBSTÉTRICOS E PERINATAIS RELACIONADOS A PREMATURIDADE DO HULW DA UFPB. MARIA AMÉLIA ROLIM RANGEL; MOISÉS DIEGO LIMA; RICELLA SOUZA SILVA; ZULMIRA NASCIMENTO OLIVEIRA. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A prematuridade é um dos grandes problemas de saúde pública, responsabilizando-se por elevados índices de morbi-letalidade perinatal, além de representar um custo econômico e social bastante elevado. Segundo a OMS, define-se recém-nascido (RN) pré-termo todo aquele que nasce entre a 22ª e a 37ª semana incompleta de gestação. No Brasil, a incidência de prematuridade tem variado de 5 a 15%.OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi o de traçar um perfil das principais condições obstétricas, neonatais e sociodemográficas de gestantes admitidas em trabalho de parto prematuro na Maternidade do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no ano de 2006. MÉTODO: Estudo descritivo transversal. Foram analisados os dados das gestantes e de seus recémnascidos considerados pré-termo ocorridos entre 01 de janeiro de 2006 à 31 de dezembro de 2006. A fonte para a coleta dos dados foi constituída pelos prontuários médicos e questionário semi-estruturado elaborado pela equipe de pesquisa. As variáveis analisadas foram: idade, escolaridade, antecedentes pessoais maternos, paridade, número de consultas realizadas durante o pré-natal, idade gestacional em que o parto foi deflagrado, tipo de parto, intercorrências gestacionais; sexo e peso do RN além das principais intercorrências neonatais observadas no período neonatal precoce. RESULTADOS: Dos 698 prontuários selecionados, 136 (19,82%) constituíram casos de partos prematuros. Das variáveis analisadas os resultados que mais se destacaram entre os partos pré-termo observados foram: a ausência de antecedentes pessoais maternos; escolaridade materna entre 4 a 7 anos de estudo; a predominância desta intercorrência entre as primíparas; a realização de 4 ou mais consultas pré-natais, além da préeclâmpsia como sendo a principal intercorrência gestacional observada entre as gestantes analisadas. Outro dado que chamou a atenção foi a elevada cifra de parto prematuro de causa idiopática. A maioria dos RN pré-termo exibiram ao nascimento um peso variando entre 1500 e 2499grs. A principal intercorência neonatal precoce foi o óbito. CONCLUSÃO: O estudo permitiu identificar características e levantar possíveis fatores de risco das gestações que cursaram com partos prematuros buscando-se, a partir daí, instituir políticas públicas efetivas na redução de tal ocorrência. 13 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P010 PERFIL DOS ÓBITOS NEONATAIS NA PARAIBA ENTRE 2000 E 2005. MARIA AMÉLIA ROLIM RANGEL; RICELLA SOUZA SILVA; EVELLIN SOUSA LIMA. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A taxa de mortalidade neonatal e seus componentes são importantes preditores dos níveis de saúde e das condições socioeconômicas de uma população. No Brasil, apesar da redução significativa desta cifra verificada nas duas últimas décadas, o coeficiente de mortalidade infantil ainda é considerado alto. OBJETIVO: Traçar o perfil da mortalidade neonatal no estado da Paraíba, entre 2000 e 2005. METODO: Trata-se de um estudo do perfil da mortalidade neonatal, com dados secundários advindos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). As variáveis analisadas classificaram-se da seguinte forma: sociodemográficas, relacionadas à gestação e ao parto e relacionadas ao recém-nascido. Além do estudo da causa básica de óbito. RESULTADO: A taxa de mortalidade neonatal foi alta. Os óbitos neonatais mostraram-se mais relevantes entre as mães adolescentes, com menor escolaridade e primíparas, em recém-nascidos prematuros e com baixo peso ao nascer. O principal grupo de causas de óbitos, segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), foi o de \"Algumas afecções originadas no período perinatal”. CONCLUSÂO: A análise desses dados possibilitou apontar alguns elementos relacionados ao óbito neonatal, permitindo pensar em novas estratégias viáveis para políticas públicas eficazes. 14 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P011 AVALIAÇÃO DA FREQÜÊNCIA DE CONSULTAS PRÉ-NATAIS NO NORDESTE BRASILEIRO NO ANO DE 2005. GLAUCIUS CASSIANO DO NASCIMENTO1; SANDRA VALONGUEIRO ALVES2; KATARINNA DE SOUZA AZEVEDO3. 1,2.COMITÊ ESTADUAL DE ESTUDOS E PREVENÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA EM PERNAMBUCO (CEEMMPE), RECIFE, PE, BRASIL; 3.CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE AMAURY DE MEDEIROS (CISAM), RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Introdução: Estudos clínicos e observacionais têm demonstrado que o acesso à assistência pré-natal corresponde ao principal indicador do prognóstico ao nascimento. O controle pré-natal, segundo recomendações de organismos oficiais de saúde, deve ter início precoce, ter cobertura universal, ser realizado de forma periódica, estar integrado com as demais ações preventivas e curativas, além de ser observado um número mínimo de consultas. De acordo com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde, o número mínimo corresponde a seis consultas, enquanto o American College of Gynecology and Obstetrics (ACOG) orienta a realização de 11 a 14 consultas prénatais. Objetivo: Determinar as freqüências de consultas pré-natais, realizados no Nordeste brasileiro e também por estados e por capitais nordestinos. Materiais e Métodos: Estudo descritivo de base populacional do tipo corte transversal. Foi utilizado o banco de dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), para as gestantes residentes no Nordeste, cujos partos tenham ocorrido entre 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2005. Foi considerado ideal o número de sete ou mais consultas de prénatal. Os dados foram processados e analisados através dos softwares TabWin 3.5 e o Excel 2008. Resultados: A média percentual de realização de sete ou mais consultas pré-natais para as capitais nordestinas foi 47,14% e para o Nordeste 35,98%. As capitais com melhor cobertura pré-natal, realizando mais de sete consultas, corresponderam a Aracaju (76,39%), Maceió (63,78%) e Teresina (55,88%). Recife e João Pessoa apresentaram aproximadamente 51% de cobertura ideal no pré-natal, enquanto que a menor cobertura de sete ou mais consultas pré-natais ficou por conta de São Luís (34,91%), Fortaleza (37,97%), Salvador (41,34%) e Natal (44,50%). Em relação aos estados nordestinos, apresentaram melhor cobertura pré-natal, com mais de sete consultas, Sergipe (47,77%), Alagoas (44,86%), Paraíba (43,15%), Pernambuco (39,58%), Ceará (38,51%) e Rio Grande do Norte (38,47%). Os menores percentuais de sete ou mais consultas pré-natais corresponderam aos estados do Maranhão (23,49%), Bahia (32,41%) e Piauí (35,43%). Conclusão: Permanece inadequado o percentual ideal de consultas pré-natais para o Nordeste (35,98%) e suas capitais (47,14%). As regiões Sul, Centro-oeste e Sudeste, apresentam cobertura de pré-natal ideal em 68,34%, 67,88% e 59,77%, enquanto suas capitais obtiveram tal cobertura ideal em 76,83%, 73,18% e 71,08%, respectivamente. Deve-se estabelecer um programa de saúde pública que vise aumentar o acesso e a qualidade das consultas pré-natais. Mais que isso, unir políticas de saúde mais adequadas e sensibilizar a população enfatizando a importância da assistência pré-natal, do seu início precoce, da consulta semanal a partir da 37ª semana de gestação também podem contribuir para a melhoria da assistência prénatal, trazendo perspectivas de redução na morbimortalidade materna e neonatal. 15 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P012 PREVALÊNCIA DOS DEFEITOS CONGÊNITOS AO NASCIMENTO NAS CAPITAIS NORDESTINAS NO PERÍODO DE 1999 A 2005. GLAUCIUS CASSIANO DO NASCIMENTO1; KATARINNA DE SOUZA AZEVEDO2; AURELIO ANTONIO RIBEIRO DA COSTA3; SANDRA VALONGUEIRO ALVES4. 1.HOSPITAL DE AERONÁUTICA DE RECIFE (HARF), RECIFE, PE, BRASIL; 2,3.CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE AMAURY DE MEDEIROS (CISAM), RECIFE, PE, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE), RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Introdução: O Surgimento da Medicina Fetal como especialidade, proporcionou uma melhoria no diagnóstico antenatal das malformações congênitas fetais, sobretudo na última década. Estima-se que a prevalência das malformações congênitas ao nascimento seja em torno de 3%. O Sistema de informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) representa uma ferramenta útil para a vigilância epidemiológica dos defeitos congênitos no Brasil. A partir de 1999, foi introduzido na Declaração de Nascido Vivo (DNV) o campo 34, referente à presença ou não de malformação, bem como sua especificação. Até a presente data, são escassos os estudos a respeito da validação do SINASC relacionados aos defeitos congênitos, sobretudo no Nordeste brasileiro, provavelmente mais vulnerável pela deficiência nutricional (ácido fólico) e maior incidência de infecções congênitas. Objetivo: Calcular a prevalência das malformações em neonatos cujas mães residiam nas capitais nordestinas no período de estudo. Identificar as principais malformações e correlacionar a prevalência das mesmas de acordo com a faixa etária materna, além de determinar a tendência temporal da prevalência dos defeitos congênitos. Material e Métodos: Estudo descritivo de base populacional do tipo corte transversal. Os dados foram obtidos do SINASC referentes aos nascimentos de neonatos cujas mães residiam nas capitais nordestinas, no período de 1999 a 2005. Os dados foram processados e analisados através dos softwares TabWin 3.5 e o Excel 2008. Resultados: Foram avaliados 7.542 nascidos vivos portadores de algum tipo de malformação congênita o que correspondeu a uma prevalência de 0,12% de defeitos congênitos. Foram mais freqüentes as malformações do aparelho osteomuscular (3.260 – 43,22%), outras malformações congênitas (1360 – 18,03%), malformações do sistema nervoso (1009 – 13,38%), do aparelho gênito-urinário (604 – 8,01%) e anomalias cromossômicas (470 – 6,23%). Observou-se um risco relativo maior para as faixas etárias maternas de 45 a 49 anos (2,35), 40 a 45 anos (2,20) e 35 a 40 anos (1,18). Foi identificada uma tendência crescente na prevalência dos defeitos congênitos ao nascimento ao longo dos anos estudados, inicialmente de 0,04% no ano de 1999, passando a 0,10% no ano de 2000, 0,12% para os anos de 2000 e 2001, 0,14% para o ano de 2002 e 0,15% para os anos de 2004 e 2005. Conclusão: Apesar da tendência temporal crescente, a baixa prevalência de malformações congênitas certificadas ao nascimento revela a má qualidade no preenchimento da DNV, bem como no diagnóstico pré-natal. Tornam-se necessários mais estudos acerca da epidemiologia dos defeitos congênitos e criação de novos centros de medicina fetal, com a finalidade de melhorar o sistema de informação atual e assim estabelecer um programa de saúde mais adequado, para as malformações congênitas que representam a segunda causa de mortalidade neonatal no nosso país, com elevada morbidade e anos potenciais de vida perdidos. 16 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P013 ASPECTOS OBSTÉTRICOS E PERINATAIS RELACIONADOS A CARDIOPATIA NA GESTAÇÃO NO HULW DA UFPB. NATHAN JOSÉ SOUZA; NELISE PAIVA LUCENA; ALEYDE DINIZ LOUREIRO; MARIA AMÉLIA ROLIM RANGEL; MOISÉS DIEGO LIMA; VENTURIELSO VENTURA GOMES. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: A cardiopatia materna durante a gestação está entre as principais causas de complicações e óbito do binômio materno-fetal. Recentemente tem-se observado uma tendência a diminuição dos casos de cardiopatia de origem reumática, contudo essa ainda é a causa mais comum dessa entidade nosológica. Durante a gravidez, modificações hemodinâmicas importantes ocorrem no organismo materno, dificultando o diagnóstico da cardiopatia de base materna e determinando um grande impacto sobre a gestante portadora de uma doença cardíaca prévia. O objetivo deste estudo foi fazer um levantamento da associação cardiopatia materna e gestação na maternidade do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) da Universidade Federal da Paraíba(UFPB) enfatizando a sua prevalência, bem como as principais intercorrências para o bonômio materno-fetal. Estudo descritivo transversal. Foram analisados os dados de 39 prontuários de gestantes cardiopatas admitidas no HULW no período de janeiro de 2006 a agosto de 2008 através de uma ficha clínica padronizada elaborada pela equipe de pesquisa. Foram analisados os seguintes parâmetros maternos e perinatais: Idade materna, antecedente familiar materno de cardiopatia, paridade, época da resolução da gestação, o tipo de cardiopatia materna, intercorrência clínico-obstétrica na gestação vigente, tipo de parto, peso de nascimento, e complicações no período neonatal precoce. A incidência da associação cardiopatia a e gravidez no período estudado foi de 1,81%. Quanto a idade materna, 51,27% das gestantes encontrava-se entre 21 e 30 anos. Cerca de 25,64% delas apresentavam antecedente familiar positivo de cardiopatia. Estudando-se a paridade 33,33% das gestantes eram secundípara e 35,89% eram multíparas. Cerca de 33,3% das gestantes parturiram entre a 33° e 38° semana e 35,89% com uma idade gestacional mínima de 38 semanas. O tipo de cardiopatia mais comum foi a doença reumática, com o acometimento valvar responsabilizando-se por 19 casos(48,71%). Das gestantes analisadas 43,58% apresentavam acometimento da válvula mitral, 36% exibiram insuficiência da mitral, entre as quais 85% realizaram a profilaxia antimicrobiana para endocardite bacteriana. Cerca de 53,84% das gestantes estudadas evoluíram com intercorrências clínicas, dentre as quais a mais comum foi a decompensação da cardiopatia de base que ocorreu em 14 casos(35,89%). Em aproximadamente 53,84% das gestantes foi realizado parto cesáreo, sendo a principal indicação a cardiopatia materna(11casos). Cerca de 20,51% dos RNs apresentaram peso de nascimento entre 2501 grs à 3000 grs e 25,64% um peso superior a 3000 grs. Foi constatado 1 caso de morte fetal intra-útero e 2 casos de óbitos dos RNs no período neonatal precoce. Diante do exposto, conclui-se que a associação cardiopatia materna e gravidez foi ominosa para o binômio materno-fetal e que, portanto, necessita de um adequado acompanhamento com vistas à prevenção das principais intercorrências observadas na gravidez e puerpério. 17 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P014 TROMBOFILIA GESTACIONAL CAUSADA POR MUTAÇÃO EM HOMOZIGOSE DO GENE C677T. RAFAELLA CORREIA TIBURTINO DE QUEIROZ1; ADÃO TIBURTINO NETO2; ANELISE MARIA FONSECA PINHEIRO3; MARIA DE LOURDES PINHEIRO DOS SANTOS4; RODOLFO CORREIA TIBURTINO DE QUEIROZ5; RUTH CORREIA DE QUEIROZ FERREIRA6. 1.FCM- CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2.HOSPITAL ISEA, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 3,4.FCM-CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 5.FCM-PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 6.FAMENE, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO:Trombofilia(TRB)é a tendência aumentada de aparecimento de fenômenos tromboembólicos,podendo resultar em doenças cardiovasculares(DCV) e complicações na gestação(GES).Das patologias gestacionais hereditárias associadas à trombofilias,temos a mutação(MUT)c677T no gene da enzima metilenotetrahidrofolato redutase(MTHFR)que,em homozigose(HOM),aumenta o risco de trombose e formação de trombos na placenta.OBJETIVO:Relato de caso sobre TRB hereditária na GES ocasionada por MUT do gene c677t em HOM.MATERIAIS E MÉTODOS:Exames laboratoriais(EL)e de imagem. DISCURSSÃO:R.Q.F.R,25 anos,feminina,branca,casada,dentista,natural e residente em Campina Grande(CG).Última menstruação em 23/04/07.Até a 12ª semana gestacional(SG) apresentou Índice de Líquido Amniótico(ILA)normal,única queixa de edema de MMII prolongado até o fim da GES.Em CG foi-lhe solicitado os exames de hemograma,com hemácias 3,6milhões/mm³,hemoglobina10,8g%,hematócrito33,2%,fator Rh+.Na 18ª SG ocorreu redução do ILA(3,2cm),sendo a paciente internada por 2 dias para hidratação com soro glicosado 5%,soro fisiológico0,9%e Ringer lactato,repouso,ingesta de líquidos.Na 20ª SG com ILA em 3,5cm,procurou assistência médica em Recife.Após ser descartado possiveis diagnósticos de oligoidrâmnio(OLI),foi pesquisado casos de TRB na família,sendo relatado pela paciente 2 casos.Foi solicitado EL com resultados:MUT C677T no gene da enzima MTHFR em HOM,fibrinogênio 463mg/100ml,antitrombina III 97%,proteína S75%,proteína C115%,ausência de anticoagulante lúpico,anticorpo cardiolipina negativo.Diagnosticado TRB,iniciou tratamento com Clexane® 40mg/0,4ml/dia,além de Ácido Fólico e Sulfato Ferroso,os quais já fazia uso.Na 23ª SG apresentou bolsa rota,com administração de 2 doses de betametasona®(BET)12mg e repouso total até o parto.Passou a realizar ultra-sonografia obstétrica 3x por semana,com quadros contínuos de OLI severo até anidrâmnia,redução dos movimentos corporais e respiratórios fetais.Sucessivos EL detectaram anemia e leucocitose,proteína C reativa entre 0,33 e 8,4mg/l,tempo(T)de sangria 2min,T de coagulação 6,3min,T de protrombina 11,7s,ausência de proteinúria,PAM de 170/100mmHg.Na 28ªSG diagnosticou-se sofrimento fetal,repetindo-se 2 doses de BET 12mg 2 dias antes do parto cesário,concepto com 1,125kg e 38cm,permaneceu na UTI por 92 dias,mãe com bom estado geral.Exame anatomopatológico da placenta:hipotrofia e imaturidade do 3º semestre,aceleração da maturação vilositária e âmnio nodoso.CONCLUSÃO:As TRBs tem incidência de 1:1500 GESs,a maioria cursa de modo assintomático.A MUT C677T prevalece de 12% para genótipo homozigoto afetado e leva a um quadro de hiperomocisteinemia,sendo fator de risco para pré-eclâmpsia e DCV que na GES aumenta 6x.A presença de trombos na placenta é a principal característica de hipercoagubilidade na GES,prejudicando-a.A conduta é o uso da heparina,que promove mudança conformacional da antitrombina III,resultando na aceleração da inativação das enzimas da coagulação. 18 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P015 ASPECTOS OBSTÉTRICOS E PERINATAIS RELACIONADOS A AMNIORREXE PREMATURA NO HULW DA UFPB. NELISE PAIVA LUCENA; NATHAN JOSÉ SOUZA; ALESSANDRO OLIVEIRA SILVA; MARIA AMÉLIA ROLIM RANGEL; MOISÉS DIEGO LIMA; THAÍS BEZERRA VASCONCELOS. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: Define-se amniorrexe prematura quando ocorre a ruptura das membranas amnióticas durante a gestação, antes do início do trabalho de parto. As principais repercussões adversas desta intercorrência obstétrica são os processos infecciosos materno, fetal e perinatal, além da prematuridade. A conduta clínico-obstétrica ainda é um grande desafio, podendo ser intervencionista ou expectante a deppender de vários fatores, destacando-se: Idade gestacional, vitalidade fetal, presença da maturidade pulmonar e a própria infecção materna e/ou fetal. Objetivo: O objetivo deste estudo foi o de se avaliar alguns aspectos obstétricos e perinatais das gestantes que apresentaram amniorrexe prematura admitidas na maternidade do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no período de janeiro de 2006 à agosto de 2008. Métodos: Estudo descritivo transversal. Foram analisados os dados das gestantes que apresentaram amniorrexe prematura e de seus recém-nascidos ocorridos entre 1° de janeiro de 2006 à 31 de agosto de 2008. Para a coleta dos dados utilizou-se os prontuários médicos e uma ficha clínica padronizada. As variáveis analisadas foram: Paridade, antecedentes pessoais maternos de amniorrexe, a idade gestacional em que se verificou a ruptura das membranas ovulares, as alterações do volume de líquido amniótico detectadas através da ecografia obstétrica, o período de latência, uso materno de corticóide, uso materno de antibiótico, tipo de parto, sinais clínicos maternos de infecção e intercorrências neonatais. Resultados: A prevalência da amniorrexe prematura no período estudado foi de 5,39%. A maior parte das gestantes analisadas eram primíparas (54,31%). Cerca de 37,73% apresentaram intercorrências clínico-obstétricas em gestações anteriores das quais 10% tinham antecedente de amniorrexe prematura. O período gestacional em que mais ocorreu a ruptura das membranas ovulares foi entre 34 e 38 semanas (40,51%). O exame ultra-sonográfico foi realizado em 33 gestantes, sendo que destas 36,36% apresentaram oligoâmnio. O período de latência entre 6 e 24 horas ocorreu em 34,48% das gestantes estudadas. Aproximadamente 14,65% das gestantes fizeram uso de corticóides e aproximadamente 62,93% fizeram uso de antimicrobiano. Cerca de 56,03% das grávidas avaliadas evoluíram para o parto vaginal. Os sinais clínicos de infecção materna estiveram presentes em 13,79% delas. Houve 3 óbitos fetais e dos RNs estudados, 3 evoluíram para óbito no período neonatal precoce. Conclusão: Diante do exposto conclui-se que a amniorrexe prematura necessita de uma adequada conduta assistencial com a finalidade de prevenir as intercorrências observadas na gravidez e puerpério. 19 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P016 RESULTADOS DE UM PROTOCOLO DE PROTEÇÃO PERINEAL E NÃOREALIZAÇÃO DE EPISIOTOMIA PARA ASSISTÊNCIA AO PARTO. DEBORA FARIAS BATISTA LEITE1; FABIANA DE OLIVEIRA MELO2; JANIO DO NASCIMENTO ALVES3; SABINA BASTOS MAIA4; MELANIA RAMOS AMORIM5; IVELYNE RADACI SANTIAGO DE ARAÚJO6. 1,4,5,6.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,3.INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A episiotomia representa um procedimento traumático que não deve ser realizado de rotina na assistência ao parto. Objetivo: Determinar os resultados de um protocolo de assistência ao parto com proteção perineal e sem episiotomia e identificar os principais fatores associados à presença de lacerações. Métodos: Realizou-se um estudo de intervenção no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), incluindo 124 mulheres que tiveram parto vaginal assistido pela equipe do Projeto de Humanização, no período de 20 de julho de 2007 a 30 de setembro de 2008. O protocolo incluía assistência ao parto vertical, uso de métodos não-farmacológicos para alívio da dor, não-realização de episiotomia e uso de técnicas de proteção perineal (massagem e compressas durante o período expulsivo). Determinou-se a freqüência e o grau de lacerações, com e sem necessidade de sutura. Calculou-se a razão de risco para as lacerações de acordo com os seguintes fatores: idade, paridade, idade gestacional, parto instrumental e peso do concepto. Resultados: Não foi realizada nenhuma episiotomia. Cerca de 85% dos partos foram assistidos em posição vertical, na banqueta ou na cadeira de parto. Houve nove fórceps (7,3%). A taxa de lacerações foi de aproximadamente 49%. A taxa de lacerações em primíparas foi de 60% e em nãoprimíparas de 38,5%. Do total de partos, em 64 (51,6%) não houve lacerações, 29% tiveram laceração de primeiro grau e 19,4% laceração de segundo grau. Houve necessidade de sutura em 29,8% dos casos (13 lacerações de primeiro grau e 24 de segundo grau). A necessidade de sutura em primíparas foi de 39,7%. Os principais fatores associados com laceração foram primiparidade (RR=1,57; IC 95%=1,08-2,28) e parto instrumental (RR=1,67; IC 95%= 1,12-2,50). Não houve associação significativa de presença de lacerações com idade materna, idade gestacional, peso do concepto e macrossomia fetal. Conclusões: Com um protocolo de não-realização de episiotomia, aliado a estratégias de proteção perineal, obtêm-se resultados perineais satisfatórios, com necessidade de sutura em apenas 30% dos casos, proporção inferior à encontrada na literatura, inclusive na revisão sistemática da Biblioteca Cochrane (60% no grupo de episiotomia restritiva x 80% no grupo de episiotomia de rotina). Caso tivesse sido feita episiotomia em todos os casos, obter-se-ia 100% de lacerações perineais de segundo grau. O risco de lacerações é maior em primíparas e quando se realiza parto instrumental. 20 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P017 ULTRASSONOGRAFIA TRIDIMENSIONAL NO DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO DE GÊMEOS ACÁRDICOS. PÂMELA VALYSSA PACHECO LIRA; CLAUDIO SERGIO MEDEIROS PAIVA; BRUNA NADIELY VICTOR DA SILVA; PRICILLA ANTUNES MARTINS; DJACYR MAGNA CABRAL FREIRE. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO Também conhecida como TRAP(Perfusão Arterial Reversa em Gêmeos) ou monstros acárdicos, é uma patologia rara, presente em 1:100 das gestações múltiplas monocoriônicas e 1:35.000 dos nascimentos, associada a anomalia cromossômica em 50% dos casos. Caracterizada pela presença de um fluxo arterial anômalo com um gêmeo doador e outro receptor, já que existem anastomoses vasculares anômalas entre os vasos umbilicais dos gêmeos, não havendo conexão entre os vasos umbilicais do feto acárdico com a placenta. RELATO DE CASO MAS, 29 anos, G2P1A0, no curso da 20ª semana , admitida no Serviço de Obstetrícia do HULW, realizou USG no qual foi evidenciada gestação gemelar monocoriônica, sendo um dos fetos normal e o outro um gêmeo acárdico. No curso da 30ª semana, a gestante desenvolveu um quadro de polidrâmnio agudo (ILA=40) com dor abdominal e desconforto respiratório. Foi administrada indometacina 100 mg/dia, via retal durante 3 dias. A USG realizada no quarto dia evidenciou redução do volume de líquido amniótico (ILA=8) e não captação de sinais de fluxo ao Doppler nas conexões vasculares do gêmeo acárdico. Na 35ª semana, desencadeou franco trabalho de parto pré-termo, tendo sido submetida à cesariana com extração de um concepto normal com boa vitalidade e um gêmeo acárdico.O neonato evoluiu sem intercorrências. DISCUSSÃO Observa-se alta mortalidade para o gêmeo normal (50-75%), sendo que os principais distúrbios causadores deste óbito são a insuficiência cardíaca congestiva, polidramnia e trabalho de parto pré-termo. O diagnóstico pré-natal desta condição passou a ser possível com a ultrassonografia, sendo este um exame essencial tanto para o diagnóstico como para a conduta. A conduta da gestação ainda permanece controversa, podendo ser expectante com vigilância ecográfica seriada e programação do parto. A terapêutica médica paliativa deve ser usada em casos selecionados. Atualmente as técnicas cirúrgicas utilizadas para oclusão do cordão do feto acárdico são a embolização, laser, clips, eletrocoagulação bipolar e radiofrequência. Diferentemente do que afirma a maioria dos autores, a conduta conservadora para a paciente em questão, mesmo na presença de polidrâmnio mostrou uma evolução favorável. Vale ressaltar que a obstrução espontânea da circulação do gêmeo acárdico contribuiu para o prognóstico satisfatório. CONCLUSÃO Deve-se ter em conta os fatores prognósticos e opções de conduta, selecionando-os para cada caso, definindo o momento ideal para o tratamento. 21 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P018 PADRÃO DE ATIVIDADE FÍSICA NO FINAL DO PRIMEIRO TRIMESTRE EM GESTANTES ACOMPANHADAS PELO PSF DE CAMPINA GRANDE. ADRIANA SUELY DE OLIVEIRA MELO1; DANIELLE FRANKLIN DE CARVALHO2; MARIANA GOMES MENEZES3; PAULA LISIANE DE ASSUNÇÃO4; RAQUEL RODRIGUES QUEIROGA5; MELANIA RAMOS AMORIM6. 1.INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA - IMIP, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,3,4,5.NEPE/UEPB, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 6.UFCG, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: a prática da atividade física durante a gestação vem sendo recentemente foco de debates na comunidade cientifica, visto que além de exercer influência sobre o ganho ponderal materno e o crescimento fetal, a sua prática está associada à prevenção e ao controle de diversas doenças, proporcionando efeitos benéficos em desfechos gestacionais como diabetes e pré-eclâmpsia. O presente estudo se propôs a estudar o padrão de atividade física em gestantes atendidas em Unidades Básicas do Programa de Saúde da Família (PSF) do município de Campina Grande/PB. Métodos: trata-se de um ensaio clinico randomizado, onde 122 mulheres foram divididas em três grupos: um grupo que iniciou exercício físico sistematizado na 13ª de gestação, um segundo grupo que iniciou exercício físico na 20ª semana de gestação e um grupo controle que não realiza atividade física sistematizada. As gestantes foram acompanhadas da 13ª de gestação até o parto, durante o ano de 2008. A cada quatro semanas eram avaliadas as condições clínicas, sócio-econômicas, obstétricas, além do peso materno. Aplicou-se ainda um questionário específico sobre atividade física na 13ª, 24ª e 36ª semanas de gestação. As gestantes foram classificadas na 13ª. semana de gravidez de acordo com o padrão de atividade física em sedentárias, praticantes de atividades física leve, moderada e vigorosa, a partir do somatório do equivalente metabólico (MET). Os dados foram analisados no programa Epi Info 3.5.1. Resultados: a idade média das gestantes foi de 24,2 anos, variando de 12 a 37 anos. A média de anos de estudo foi de 7,9 anos e a média da renda total familiar de 632,33 reais. O nível de atividade física das gestantes na 13ª. semana de gravidez em sua maioria foi sedentário (65,6%), seguida pelo padrão moderado (33,6%). Nenhuma gestante alcançou o padrão vigoroso. Conclusão: o padrão de atividade física das gestantes está inadequado desde o início da gestação, mostrando a necessidade da realização de novas pesquisas com a finalidade de detectar se este é um fenômeno global ou isolado, e a partir daí desenvolver políticas públicas voltadas para esta realidade. 22 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P019 RELAÇÃO ENTRE IDADE MATERNA E O PESO AO NASCIMENTO. PATRICIA SPARA GADELHA; ANTONIO GADELHA DA COSTA; PATRÍCIA EL BEITUNE; HELOÍSA MARIA BORGES E BORGES; GUILHERME PORTO DE LIMA; EWERTON FRANCO DE SOUZA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A gestação nos extremos etários, adolescência e idade materna avançada, é rotineiramente associado à piores resultados neonatais, tais como o peso ao nascimento. Objetivo: Avaliar a associação entre idade materna e o peso ao nascimento. Métodos: Estudo transversal com 9268 mulheres avaliadas durante o período de dois anos. Avaliou-se a idade materna e o peso da criança ao nascimento. Como adolescentes foram agrupadas todas pacientes com idade inferior a 19 anos. Considerou-se idade materna avançada a idade superior a 36 anos. O grupo controle foi formado por mulheres com idade superior a 19 e inferior a 36 anos. Obtiveram-se dados descritivos representados por valores centrais de distribuição e avaliação analítica através do teste t não pareado, considerando-se significativas um p<0,05. Os resultados foram analisados por meio do pacote estatístico SPSS-10.0. Resultados: Quanto à freqüência de gestações nos extremos etários na presente casuística, observou-se que 26,8% são gestantes adolescentes e 7,0% são gestantes com idade materna avançada (> 36 anos). Em mulheres com idade materna superior a 39 anos, a freqüência encontrada foi de 2,4% e 0,2% das gestações ocorreram em mulheres com idade superior a 44 anos. Verificou-se que o peso ao nascimento foi de 3036 ± 655g para adolescentes e 3127 ± 721g para mulheres com idade superior a 19 anos, observando-se, portanto, diferença significativa (p=0,0001). O peso dos filhos de mulheres com idade materna avançada, não diferiu significativamente em relação ao grupo controle (p>0,10). Conclusão: Os dados da presente casuística demonstram diferença significativa do ponto de vista estatístico, mas não clinicamente relevante entre o peso dos filhos de mães adolescentes comparada àquelas do grupo controle. Esta diferença não foi evidente em relação ao grupo de mulheres com idade materna avançada. 23 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P020 A ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL MELHORA OS RESULTADOS PERINATAIS. PATRICIA SPARA GADELHA; ANTONIO GADELHA DA COSTA; PATRÍCIA EL BEITUNE; LARA ANDRADE DANTAS; HELOÍSA MARIA BORGES E BORGES; GUILHERME PORTO DE LIMA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A assistência pré-natal associa-se com melhoria dos resultados antenatais, avaliados pelas provas de vitalidade fetal, e neonatais, avaliados por meio do índice de Apgar e peso ao nascimento. Objetivo: Avaliar a associação entre a freqüência de consultas no pré-natal e o índice de Apgar. Métodos: Estudo transversal com 4369 mulheres durante o período de dois anos. Avaliou-se o índice de Apgar de primeiro e quinto minutos e a freqüência de consultas pré-natal. Obtiveram-se dados descritivos representados por valores centrais de distribuição e avaliação analítica através do teste t não pareado, considerando-se significativas um p<0,05. Os resultados foram analisados por meio do pacote estatístico SPSS-10.0. Resultados: De um total de 4369 mulheres, comparou-se o índice de Apgar entre mulheres que consultaram 1 a 3 vezes durante o pré-natal (282 gestantes) com aquelas que realizaram 4 a 6 consultas (3946 gestantes) no mesmo período. Observou-se que tanto o índice de Apgar no primeiro quanto no segundo minuto foram significativamente diferentes e melhores para aquelas que possuíram maior número de consultas no pré-natal. Os valores médios de Apgar no primeiro minuto foram de 7,92 ± 1,55 para o grupo com até 3 consultas e 8,17 ± 1,36 para aquelas com 4 a 6 consultas (p=0,01). No quinto minuto se observou valores respectivos de 8,9 ± 1,37 e 9,14 ± 0,92 para o grupo com 1 a 3 consultas e aquele com 4 a 6 consultas (p=0,006). Conclusão: Os dados da presente casuística demonstram que os resultados do índice de Apgar são melhores nas gestantes com maior número de consultas pré-natais, refletindo a importância da assistência antenatal como forma de redução dos índices de hipóxia fetal e neonatal. 24 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P021 PERFIL OBSTÉTRICO E DESFECHOS DAS PARTURIENTES ATENDIDAS PELO PROJETO DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO EM CAMPINA GRANDE. MELANIA RAMOS AMORIM1; DEBORA FARIAS BATISTA LEITE2; SABINA BASTOS MAIA3; FABIANA DE OLIVEIRA MELO4; JANIO DO NASCIMENTO ALVES5. 1,3.UFCG, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2.UFPB, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 4.FACISA- FCM, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 5.UEPB, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todas as mulheres têm direito a assistência humanizada ao parto e nascimento, baseado nas melhores evidências científicas disponíveis. OBJETIVO: descrever o perfil obstétrico e desfechos das parturientes encontrados durante uma experiência piloto de Humanização da Assistência ao Parto no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA). MÉTODOS: estudo descritivo, transversal, compreendendo parturientes atendidas pelo Projeto de Humanização da assistência ao Parto no ISEA. Foram incluídas mulheres em trabalho de parto que concordaram em participar da pesquisa, prestando-se uma assistência baseada nas recomendações da OMS. Foram realizadas técnicas não farmacológicas para o alívio da dor: deambulação, massagem, musicoterapia, técnicas de relaxamento, e o uso da birthing ball. Estimulou-se a posição vertical para assistência ao parto e foi incentivado o contato precoce mãe-bebê. Os dados foram analisados pelo Epi-Info 3.5.1. RESULTADOS: a equipe, em plantões quinzenais, atendeu 150 parturientes. A idade variou entre 13 e 45 anos, com média de 23,3 anos. Cerca de 32% das parturientes eram adolescentes. A paridade variou de zero a 11, com mediana de zero. Em torno de 53% das parturientes eram primíparas. A idade gestacional média variou de 29 a 43 semanas, com média de 39 semanas. Houve 12 casos de pré-eclâmpsia grave (8%). Uso de ocitocina intra-parto foi necessário em 21% dos casos. A taxa de cesariana foi de 8% e dentre os partos normais, 14,5% ocorreram em posição semi-sentada (mesa de parto ou cama) e 85,5% em posição vertical (banqueta ou cadeira de parto). O fórceps de alívio foi necessário apenas para 6% das mulheres. Quatorze dos partos ocorreram em pacientes com cesárea anterior (9,3%). Não foi realizada episiotomia em nenhuma parturiente e 51,4% não sofreram lacerações vaginais; 68,1% sem suturas. Mais de 95% das parturientes demonstraram-se satisfeitas com a assistência prestada. CONCLUSÃO: obteve-se uma taxa de cesárea aceitável de acordo com a OMS, conseguindo-se assistir à maioria dos partos em posição vertical, sem nenhuma episiotomia. Mesmo em condições de infra-estrutura precária, mas com uma equipe motivada, é possível implementar as recomendações da OMS para assistência ao parto. 25 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P022 DESFECHOS NEONATAIS NO PROJETO DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO EM CAMPINA GRANDE. SABINA BASTOS MAIA1; MELANIA RAMOS AMORIM2; FABIANA DE OLIVEIRA MELO3; DEBORA FARIAS BATISTA LEITE4; JANIO DO NASCIMENTO ALVES5; IVELYNE RADACI SANTIAGO DE ARAÚJO6. 1,2,4,6.UFCG, TERESINA, PI, BRASIL; 3.FCM, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 5.UEPB, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: a assistência humanizada ao parto inclui a humanização do cuidado neonatal. A efetividade e segurança das medidas associadas ao modelo humanista de assistência ao parto foram demonstradas em revisões sistemáticas publicadas na Biblioteca Cochrane. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), com recémnascidos normais, nada mais deve ser realizado além de enxugá-los, aquecê-los, avaliar as suas condições e entregá-los às suas mães para estabelecer um contato precoce e íntimo. OBJETIVO: descrever os desfechos neonatais encontrados durante uma experiência piloto de Humanização da Assistência ao Parto no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA). MÉTODOS: estudo descritivo, transversal, compreendendo os bebês atendidos pelo Projeto de Humanização do Parto no ISEA. O acompanhamento do trabalho de parto (TP) ocorreu sob as recomendações da OMS. Logo após o nascimento, estimulou-se o contato precoce mãe-bebê com amamentação na sala de parto e ligadura tardia do cordão umbilical. Os dados foram analisados pelo Epi-Info 3.5.1. RESULTADOS: a equipe atendeu 150 bebês (excluíram-se natimortos e malformados). A idade gestacional pelo Capurro variou entre 29 e 43 semanas com média de 39,0 + 2,3 semanas. A taxa de prematuridade ficou em torno de 10%. O peso ao nascer variou entre 1.100 e 4.355g, com média de 3.154,5 + 616,3g. Considerando a classificação do peso, 84% eram AIG, 7% eram GIG e 9% PIG. A taxa de cesáreas ficou em 8%, a taxa de fórceps foi de 6%. Apenas 6% dos recém-nascidos (RNs) apresentaram escore de Apgar menor que sete no 1º minuto e nenhum no 5º minuto. A mediana de Apgar no primeiro minuto foi de nove e no quinto minuto de 10. Ligadura tardia do cordão foi realizada em 96% dos RNs. Cerca de 95% dos bebês foram amamentados na sala de parto quando nascidos de parto normal. Aspiração de vias aéreas superiores foi procedida em 24,7% dos RNs e em 3,3% houve ventilação por máscara. Doze RNs (8%) foram admitidos no berçário e a taxa de óbito neonatal foi de 0,7% (um caso de morte por erro inato do metabolismo). CONCLUSÃO: Esta experiência-piloto demonstra como os resultados perinatais são favoráveis e, assim, deve servir de estímulo à implementação de práticas humanizadas de assistência ao neonato. 26 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P023 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DE GESTANTES ATENDIDAS EM CAMPINA GRANDE: ESTUDO PROSPECTIVO. ANTONIO GADELHA DA COSTA; PATRICIA SPARA GADELHA; PATRÍCIA EL BEITUNE; GUILHERME PORTO DE LIMA; HEVERTON ALVES COSTA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Objetivo: Avaliar os aspectos epidemiológicos e o prognóstico perinatal de gestações acompanhadas em centro terciário. Material e métodos: Estudo descritivo realizado com 220 gestantes, e seus recém-nascidos, durante o período de agosto de 2006 e julho de 2007. Avaliaram-se idade, paridade, índice de massa corpórea (IMC), tabagismo, número de consultas e momento da primeira consulta no pré-natal. Em relação aos dados do recém-nascido, avaliou-se índice de Apgar, capurro somático, peso ao nascimento e necessidade de internação em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal. Obtiveram-se dados descritivos representados por valores centrais de distribuição e dispersão. Os resultados foram analisados por meio do pacote estatístico SPSS-10.0. Resultados: A idade variou de 14 a 44 anos, com o primeiro, segundo (mediana) e terceiros quartis respectivamente de 19, 23 e 29 anos. Vinte e cinco por cento das gestantes eram adolescentes, e 4,6% possuíam idade materna avançada. Quanto à paridade, observou um mínimo de 1 e máximo de 14 partos. Os valores medianos de IMC foram 26,6 kg/m2 com primeiro e terceiros quartis de 24,5 e 29,4 kg/m2. Nove por cento das gestantes eram tabagistas, o máximo de consumo relatado ficou em 20 cigarros/dia. Quanto ao número de consultas, variou de 1 a 11 consultas no pré-natal, primeiro, segundo e terceiro quartis em 5, 6 e 8 consultas (respectivamente). A idade da primeira consulta coincidiu em média e mediana entre 13 e 14 semanas. Quarenta e cinco por cento das gestantes iniciou o seu pré-natal no primeiro trimestre e 5% após a 24ª semanas. Noventa e dois por cento dos RN apresentaram índice de Apgar maior ou igual a 7 no primeiro minuto ao passo que 99% possuíam este escore no quinto minuto. Quanto ao peso ao nascimento e capurro somático observaram-se medianas e intervalos interquartis de 3180g (2890–3467 g) e 40 semanas (39–40 semanas e dois dias). Nove por cento das crianças tiveram baixo peso ao nascimento (<2500g) e apenas 1% muito baixo peso (<1500g). Em relação capurro somático, 90% dos RN possuíram maior ou igual a 37 semanas, 100% maior de 32 semanas e 2,2% apresentou maior ou igual a 42 semanas. Dez por cento das crianças tiveram internação em UTI neonatal. Conclusão: Os dados epidemiológicos demonstram uma freqüência maior de gestações em adolescentes com sobrepeso. Na presente casuística, ¼ das gestantes é adolescente com um número bastante inferior de gestação em mulheres com idade materna avançada. Dez por cento dos casos atendidos ocorreram em mulheres com parto pré-termo e cerca de 2% em gestações consideradas pós-termo. Quanto ao momento de início do pré-natal e ao número de consultas verifica-se um padrão de conscientização da população concordante com o que é orientado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 27 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P024 INFLUÊNCIA DE DADOS ANTROPOMÉTRICOS MATERNOS E DA REALIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL SOBRE O PROGNÓSTICO GESTACIONAL E PERINATAL. ANTONIO GADELHA DA COSTA; PATRICIA SPARA GADELHA; PATRÍCIA EL BEITUNE; GUILHERME PORTO DE LIMA; YGOR WERNEST FELIPE BARBOSA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A assistência pré-natal tem por objetivo a redução das taxas de morbimortalidade perinatal. Dentre as estratégias adotadas na avaliação da gestante destaca-se a prevenção da prematuridade. Objetivo: Avaliar a influência de dados antropométricos maternos e da realização do pré-natal sobre o prognóstico gestacional e perinatal. Material e métodos: Estudo de coorte prospectivo com 220 mulheres avaliadas no período compreendido entre agosto de 2006 e julho de 2007, no qual foram avaliados índice de massa corpórea (IMC), idade materna, realização de pré-natal, número de consultas e momento da primeira consulta no pré-natal, bem como a realização de ultra-sonografia durante o mesmo, índice de Apgar, capurro somático, peso ao nascimento e necessidade de internação em UTI neonatal. Obteve-se dados descritivos representados por valores centrais de distribuição e dispersão e resultados analíticos por meio do teste t não pareado e qui-quadrado, considerando-se significativas as diferenças com p<0,05. Os resultados foram analisados no pacote estatístico SPSS-10.0. Resultados: Os valores medianos de IMC foram 26,6 kg/m2 com primeiro e terceiros quartis de 24,5 e 29,4 kg/m2. A idade variou de 14 a 44 anos, com mediana de 23 anos, sendo 25% das gestantes adolescentes, e 4,6% possuindo idade materna avançada. O inicio do pré-natal foi no primeiro trimestre em 45% das gestantes e apenas 5% iniciaram o pré-natal após a 24ª semana. Observou-se que as crianças cujas mães fizeram pré-natal no centro de referência (33/220) tiveram peso médio de 3107g. Este dado não diferenciou da maioria que não realizou pré-natal neste centro de referência (P=0,6). A idade gestacional média observada de 39,1 semanas no momento do parto também não foi significativamente diferente daquelas que não realizaram prénatal no centro terciário (p=0,25). Observou-se associação significativa entre o IMC da mãe e o maior peso do neonato ao nascimento. Quando o IMC é maior ou igual a 30, o peso médio foi 3274g, e quando menor de 30 o peso médio observado foi 3120g (p=0,09). Não houve diferença do IMC em relação ao capurro. Os RN de adolescentes apresentaram peso médio de 3004g enquanto que os recém-nascidos de mães com mais de 19 anos apresentaram peso médio de 3207g (p=0,017). Quanto ao capurro não houver diferença em relação à idade materna. Os RN cujas mães realizaram número de consultas igual ou superior a 6 apresentaram peso médio ao nascimento de 3216g; nas que realizaram menos de 6 consultas o peso médio foi de 3021g (p=0,013). Conclusão: Os dados do presente estudo demonstram maior peso ao nascimento de RN de mães obesas, com maior regularidade de consultas pré-natal e naquelas com idade superior a 19 anos. 28 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P025 DIFERENÇAS ENTRE AS IDADES GESTACIONAIS CALCULADAS PELA ULTRASONOGRAFIA NO PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO TRIMESTRES DA GESTAÇÃO. ANTONIO GADELHA DA COSTA; PATRICIA SPARA GADELHA; FABIANA DE MACÊDO BATISTA; RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA SOUZA; THIAGO DE OLIVEIRA COSTA; GUILHERME PORTO DE LIMA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A ultra-sonografia tem sido o principal método mais preciso para estimar a idade gestacional. No entanto, existem diferenças na idade gestacional se a mesma é realizada no primeiro, segundo ou terceiro trimestre da gestação. OBJETIVOS: Avaliar a diferença entre as idades gestacionais calculadas pelo comprimento cabeça-nádega (CCN) e parâmetros biométricos fetais do segundo e terceiro trimestres da gestação. MATERIAL E MÉTODO: Estudo prospectivo em 40 gestantes normais com faixa etária entre 13 a 41 anos. As variáveis foram CCN, DBP, CC, CA, CF e a idade gestacional (IG). As medidas do CCN foram obtidas da 8ª a 12ª semana de gestação e os parâmetros biométricos fetais na 22ª e/ou 34ª semana de gestação. Comparamos a IG corrigida pelo CCN e a dos parâmetros biométricos do segundo e terceiro trimestres. A análise estatística foi realizada pelo teste de MannWhitney. Foi considerado como nível de significância p<0,05. RESULTADOS: Observamos diferenças entre a IG corrigida pelo CCN e as dos parâmetros biométricos do segundo e terceiro trimestres (p<0,05 - Mann-Whitney). No segundo trimestre, a IG corrigida pelo CCN foi 22,37 ± 0,05 e a dos parâmetros biométricos 21,97 ± 0,08. No terceiro trimestre, estes valores foram 34,27 ± 0,05 e 33,07 ± 0,2, respectivamente. A diferença de dias entre a IG corrigida pelo CCN e pelos parâmetros biométricos no segundo trimestre foi de 3 dias, e, no terceiro trimestre, 8 dias, ambos para menos. CONCLUSÃO: A precisão no cálculo da IG calculada pela ecografia diminui com o evoluir da gestação. Os valores obtidos podem ser utilizados para estimar a idade gestacional no segundo e terceiro trimestres nas gestantes em que se desconhecem os valores do CCN. 29 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P026 GESTAÇÃO ECTÓPICA OVARIANA ASSOCIADA A USO DE PÍLULA DO DIA SEGUINTE: RELATO DE CASO. ANTONIO GADELHA DA COSTA1; PATRICIA SPARA GADELHA2; THIAGO DE OLIVEIRA COSTA3; GUILHERME PORTO DE LIMA4; MARÍLIA ANDRADE DE CARVALHO5. 1,2,4,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDEUNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Gestação ectópica (GE) é a implantação do concepto fora do útero ou em uma localização anômala dentro do útero. Essa entidade tem apresentado aumento em número relativo e absoluto, sendo considerada como a terceira causa de óbitos em gestante, representando em sério problema de saúde pública. Está descrito na literatura a associação de gestação ectópica com uso de pílula do dia seguinte. A maioria do casos ocorre na trompa, sendo o ovário raro sítio de localização (1% dos casos). RELATO DO CASO: P.A.M.S., feminina, G1P0A1, 21 anos, solteira, branca, procurou atendimento médico de urgência por dor abdominal importante que havia se iniciado há 2 dias, tendo se intensificado nas últimas 12 horas. A dor era localizada em fossa ilíaca direita. Referia atraso menstrual. Negava sangramento vaginal. A paciente relatava uso de pílula do dia seguinte. Ao Exame Físico, observou-se dor à palpação da fossa ilíaca direita, aumento do anexo direito acompanhado de dor ao toque combinado. Foi realizado teste de gravidez (positivo) e ultra-sonografia pélvica endovaginal observando-se aumento do volume ovariano direito com saco gestacional em seu interior. Paciente foi submetida à laparotomia de urgência com anexectomia direita. DISCUSSÃO: As principais causas de GE são salpingites, cirurgias tubárias prévias, alterações anatômicas, endometriose, tumorações justatubárias, alterações da motilidade tubária e uso de DIU, entre outras. Os métodos de contracepção de emergência, como levonorgestrel 0,75mg, são considerados eficazes no caso de relações sexuais desprotegidas, no meio do ciclo menstrual. No entanto, Farkas (1992) relatou que este método está relacionado à GE, tendo constatado 6,4% desta entidade clínica associada ao uso de levonorgestrel a 0,75mg. Sheffer-Mimouni et al., (2003) também observaram relação do uso de levonorgestrel e gestação ectópica, constatando três gestações ectópicas após uso do fármaco. Associa-se a ocorrência de GE ao fato de o levonorgestrel diminuir a motilidade tubária. O diagnóstico não invasivo dessa entidade clínica deve ser feito rapidamente por meio de ultra-sonografia e dosagem de beta-hCG, para evitar complicações como ruptura tubária. O tratamento baseia-se em recursos cirúrgicos ou clínicos, de acordo com a melhor indicação. Na esfera medicamentosa, inúmeras drogas têm sido empregadas como metotrexato, prostaglandinas, cloreto de potássio e glicose hipertônica. Dar-se preferência ao metotrexato, por sua atividade antitrofoblástica. CONCLUSÃO: Constata-se relação entre o uso de pílula do dia seguinte com possibilidade de gestação ectópica. 30 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P027 CARDIOMIOPATIA PERIPARTO: RELATO DE CASO. NADINNE VERAS LOBO DE PAIVA; MARCO ANTÔNIO DE VIVO BARROS; EDUARDO MOTTA BRAGA; NIEDJA LIMA DE MORAIS; ROMANO CARVALHO DE FARIAS; THIAGO CAVALCANTI VILA NOVA DE ARAÚJO. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A cardiomiopatia periparto é uma doença de etiologia desconhecida, caracterizada por disfunção ventricular esquerda severa, que acomete mulheres previamente saudáveis, sem história pregressa de doença cardiovascular, ocorrendo, geralmente, no último trimestre da gestação até o 6º mês do puerpério. Os fatores de risco incluem história familiar, idade materna avançada, hipertensão arterial, deficiência de selênio, multiparidade, descendência africana e tocólise prolongada. Objetivo: Este relato de caso faz parte de um conjunto de outras pacientes com diagnóstico de cardiomiopatia periparto, sendo realizados acompanhamentos delas a fim de se estabelecer sua evolução clínica após alta hospitalar, por meio do ambulatório. Este relato de caso faz parte de um conjunto de outras pacientes com mesmo diagnóstico. Material e método: Acompanhamento de um caso clínico proveniente da enfermaria de clínica médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW). Paciente do sexo feminino, 23 anos, cor parda, quatro gestações, tabagismo há 14 anos. No 2º mês de puerpério (abril/2008) começou a apresentar dispnéia de repouso, anorexia, náuseas, vômito, edema de membros inferiores, hepatomegalia e taquicardia. Ecocardiografia do dia 02 de junho revelou trombos em ventrículo esquerdo e miocardiopatia dilatada de grau moderado; cardiomegalia na radiografia de tórax. Resultados: Paciente evolui com melhora clínica do quadro de descompensação cardíaca após anticoagulação plena com heparina não fracionada por 2 dias, seguida de anticoagulante oral e cabeceira a 45°. Segue em acompanhamento ambulatorial; repetindo-se o ecocardiograma no dia 07/10/08, havendo confirmação do diagnóstico. Conclusão: Um bom acompanhamento através do pré-natal é necessário, assim como uma nova gestação só é aconselhada às pacientes que, até os seis meses após o último parto apresentarem ritmo sinusal ao ECG, área cardíaca normal à radiografia do tórax, função ventricular normal ou próximo do normal ao ecocardiograma e idade <35 anos. Nadinne Veras Lobo de Paiva¹, Eduardo Motta Braga¹, Niedja Lima de Morais¹, Romano Carvalho de Farias¹, Thiago Cavalcanti Vila Nova de Araújo¹, Marco Antônio de Vivo Barros ². 1. Acadêmico de medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) 2. Professor adjunto da disciplina de cardiologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) 31 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P028 VIA DE PARTO NAS CAPITAIS NORDESTINAS NO PERÍODO DE 1996 A 2005. GLAUCIUS CASSIANO DO NASCIMENTO1; KATARINNA DE SOUZA AZEVEDO2; SANDRA VALONGUEIRO ALVES3. 1,3.COMITÊ ESTADUAL DE ESTUDOS E PREVENÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA EM PERNAMBUCO (CEEMMPE), RECIFE, PE, BRASIL; 2.CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE AMAURY DE MEDEIROS (CISAM), RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Introdução: O Brasil apresenta uma das maiores taxas de cesarianas no mundo, muito acima do máximo de 15% preconizado pela Organização Mundial de Saúde. A epidemia da cesariana desnecessária pode trazer sérias conseqüências para a saúde reprodutiva, uma vez que o parto cirúrgico representa um risco maior de hemorragia, infecção, além de complicações anestésicas e cirúrgicas. Contudo, jamais se deve esquecer, a importância da cesariana bem indicada, o que pode até diminuir a morbimortalidade do binômio materno-fetal. Objetivo: Verificar a freqüência dos tipos de partos (normal ou cesariana) nas capitais nordestinas, bem como sua tendência temporal geral e por capitais isoladas. Material e Métodos: Estudo descritivo de base populacional do tipo corte transversal. Os dados foram obtidos do banco de dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) e processados através dos softwares TabWin 3.5 e Excel 2008. A população de estudo incluiu mulheres residentes nas capitais nordestinas cujos partos ocorreram entre 01 de janeiro de 1996 a 31 de dezembro de 2005. Resultados: Foram realizados 1.942.771 partos, dos quais 1.183.122 (60,90%) foram partos normais, 751.695 (38,69%) cesarianos e 7.954 (0,41%) ignorados. Houve em geral uma tendência temporal crescente para os percentuais de cesarianas. As capitais que apresentaram um maior percentual de cesarianas foram João Pessoa (51,36%), Teresina (44,67%), Recife (42,70%) e Fortaleza (40,68%). Obtiveram um percentual menor de cesarianas as capitais Aracaju (33,44), Salvador (33,64%), Natal (34,36%), São Luís (36,06%) e Maceió (37,07%). Conclusão: Permanecem elevados os percentuais de cesarianas nas capitais nordestinas com tendência ao crescimento ao longo do tempo. Apesar de se encontrarem na mesma região e com características populacionais semelhantes, percebe-se uma ampla variação percentual na via de parto entre as capitais nordestinas. Em termos populacionais, a elevada freqüência de partos cesarianos significa um maior gasto em saúde pública e ainda a exposição ao risco cirúrgico desnecessário e suas conseqüentes complicações. Para o combate a esta epidemia de cesarianas, é necessária uma ampla discussão entre os personagens envolvidos na assistência ao parto em consonância com políticas de saúde que estimulem a realização do parto normal. 32 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P029 FATORES DE RISCO PARA MACROSSOMIA EM RECÉM-NASCIDOS DE UMA MATERNIDADE-ESCOLA NO NORDESTE DO BRASIL. DEBORA FARIAS BATISTA LEITE1; TARCISIA GONCALVES NOBREGA GADELHA2; ALINE DA MOTA ROCHA3; ANNA GABRIELLA VIANA MUNIZ4; ADRIANA SUELY DE OLIVEIRA MELO5; MELANIA RAMOS AMORIM6. 1,2,3,4,6.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 5.IMIP, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: a prevalência de obesidade vem crescendo em todo mundo e vem acometendo indivíduos de todas as faixas etárias. Atualmente observa-se um aumento no percentual de fetos macrossômicos e uma redução do percentual de baixo peso ao nascer. Objetivos: determinar a freqüência de macrossomia nos recém-nascidos vivos (RN) em um serviço obstétrico de referência regional, em Campina Grande-PB, e sua associação com fatores de risco maternos. Métodos: realizou-se um estudo descritivo, tipo corte transversal, incluindo 551 gestantes internadas no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida, em Campina Grande, no período de agosto a outubro de 2007. Analisaramse as características sóciodemográficas e nutricionais maternas, determinando-se a freqüência de macrossomia (peso ao nascer > 4000g) e sua associação com as variáveis maternas. A macrossomia foi classificada como assimétrica ou simétrica de acordo com o índice de Rohrer. A análise estatística foi realizada com o programa EpiInfo 3.5, calculando-se a razão de prevalência (RP) e o intervalo de confiança a 95% (IC 95%). Resultados: encontrou-se uma freqüência de 5,4% de recém-nascidos macrossômicos, dos quais 60% eram assimétricos. Não houve associação significativa entre macrossomia, idade materna e paridade. Verificou-se associação entre macrossomia e as seguintes variáveis: sobrepeso/obesidade pré-gestacional e na última consulta, ganho ponderal excessivo, diabetes clínico ou gestacional e hipertensão. No entanto, na análise multivariada, os fatores que persistiram significativamente associados com macrossomia foram o ganho de peso materno excessivo durante a gestação (RR = 6,99, IC 95%: 2,8916,91) e a presença de diabetes mellitus (RR = 8,98, IC 95%: 4,1519,42). Conclusão: considerando que ganho de peso gestacional excessivo e diabetes mellitus foram os fatores mais fortemente associados a macrossomia, é importante que medidas para detecção precoce e acompanhamento adequado destas condições sejam tomadas visando à prevenção de eventos perinatais desfavoráveis. 33 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P030 EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A FREQUENCIA CARDÍACA FETAL E A ATIVIDADE UTERINA. ADRIANA SUELY DE OLIVEIRA MELO1; FABIANA DE OLIVEIRA MELO2; PAULA LISIANE DE ASSUNÇÃO3; HUGO LEONARDO DA CRUZ SANTOS4; DEBORA FARIAS BATISTA LEITE5; MELANIA RAMOS AMORIM6. 1.INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA - IMIP, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2.FACISA, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 3.NEPE/UEPB, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 4,5,6.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: a prática de exercício físico vem sendo estimulada durante a gravidez, entretanto ainda não existe consenso sobre o efeito do exercício sobre o fluxo sanguíneo feto-placentário, com possibilidade de hipóxia fetal. Objetivos: avaliar a influência da caminhada realizada em esteira sobre a freqüência cardíaca fetal e materna, os movimentos fetais, a variação de curto prazo (VCP), o tônus uterino, episódios de aceleração transitória, desacelerações e episódios de alta variação em gestantes na 36ª.semana. Métodos: trata-se de uma análise secundária do ensaio clínico randomizado “Exercício físico e desfechos gestacionais e perinatais”, envolvendo gestantes atendidas pelo Programa Saúde da Família de Campina Grande. Incluíram-se 63 gestantes, sendo critérios de inclusão: gestantes sedentárias, com idade gestacional de até 13 semanas, gestação única e feto vivo. Foram excluídas as gestantes com doenças maternas crônicas, ruptura prematura das membranas, gestantes em inibição de trabalho de parto prematuro, parto anterior à 36ª semana gestacional, pré-eclâmpsia grave, ocorrência de anomalias fetais maiores ou perdas fetais. As gestantes foram submetidas a cardiotocografia computadoriza em aparelho Sonicaid 8002, por um período de 60 minutos, sendo 20 minutos de repouso, 20 minutos realizados durante a esteira e 20 minutos de repouso após esteira. Para análise estatística, utilizaram-se os programas Epi Info versão 3.5.1 e MedCalc. Inicialmente foi avaliada a freqüência das variáveis categóricas. Em seguida foi realizada teste t pareado para as variáveis contínuas, comparando-se as variáveis pré-esteira e no momento da esteira e pós-esteira e no momento da esteira. Resultados: A média da freqüência cardíaca basal fetal foi de 137 batimentos por minuto (bpm) no período de repouso pré-esteira, 102 bpm no período da esteira e 140 bpm no período pós-esteira, sendo observada diferença estatisticamente significante (p < 0.0001). A variação de curto prazo foi de 8,2, 17,0 e 8,4 m/s, na fase de repouso pré-esteira, esteira e pós-esteira, respectivamente, sendo observada diferença estatisticamente significante (p < 0.0001). A média dos movimentos fetais foi de 27, 19 e 48 movimentos/hora nas três fases da cardiotocografia (p < 0.01). Em relação à atividade uterina foi de 11,2, 11,0 e 11,5 nas três fases da cardiotocografia, não sendo observada diferença estatística entre os grupos. A média da freqüência cardíaca materna foi de 89 bpm na fase de repouso pré-esteira, 123 bpm na fase da esteira e 89 bpm na fase pós-esteira, sendo evidenciada diferença estatisticamente significante (p < 0.0001). Conclusão: observa-se uma redução da freqüência cardíaca e dos movimentos fetal durante a caminhada na esteira, entretanto a variabilidade representada pela variação de curto prazo aumentou, sugerindo uma manutenção do bem estar fetal. Não foi observado nenhum sinal de atividade uterina durante a caminhada. 34 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P031 FREQÜÊNCIA DE MALFORMAÇÕES CARDIOVASCULARES CONGÊNITAS EM FETOS E RECÉM-NASCIDOS DE GESTANTES DIABÉTICAS. INDALÉCIO PACELLI FERNANDES; JOÃO BATISTA FERNANDES; GERALDEZ TOMAZ. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: As malformações cardiovasculares constituem-se no principal grupo de causas de óbito infantil por malformações congênitas, sendo responsáveis por cerca de um terço a metade das mortes nesse grupo específico. Objetivo: Declinar sobre as mais freqüentes malformações cardiovasculares congênitas que acometem fetos e recémnascidos de gestantes diabéticas. Método: Foi realizada extensa revisão da literatura e de artigos científicos dos bancos de dados Medline, Pubmed, Scielo e Lilacs. Resultados: A incidência de malformações cardiovasculares em filhos de mães diabéticas (FMD) varia de 3 a 9%, três a quatro vezes mais freqüente que a observada na população geral. As malformações cardiovasculares em FMD não insulinodependentes é de, aproximadamente, 3 vezes mais freqüentes do que na população geral e 6 vezes mais freqüentes em FMD insulino-dependentes, sendo transposição de grandes vasos, defeito do septo ventricular e atrial, coartação da aorta, artéria umbilical única e estenose subaórtica hipertrófica as mais descritas na literatura. Conclusão: Com os avanços da medicina e a melhoria das condições de assistência pré-natal e neonatal ao binômio mãe-filho, observamos uma redução no índice de mortalidade nos FMD. No entanto, a incidência de malformações cardiovasculares congênitas mantem-se elevada e constitui-se numa das maiores causas de morbimortalidade dos mesmos. Gestantes diabéticas, bem controladas, tiveram uma prole cuja freqüência de malformações congênitas foi semelhante à da população geral. 35 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P032 O GRAU DE ESCOLARIDADE ESTÁ ASSOCIADO A MAIOR FREQÜÊNCIA DE CONSULTAS NO PRÉ-NATAL. PATRICIA SPARA GADELHA; ANTONIO GADELHA DA COSTA; PATRÍCIA EL BEITUNE; TAÍS ANDRADE DANTAS; HELOÍSA MARIA BORGES E BORGES; GUILHERME PORTO DE LIMA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: O baixo grau de escolaridade é rotineiramente associado à incremento no número de filhos e redução da adesão ao pré-natal. Objetivo: Avaliar a associação entre o nível de escolaridade, o número de filhos, a freqüência de consultas no pré-natal e o tipo de parto. Métodos: Estudo transversal com 4399 mulheres avaliadas durante o período de dois anos. Avaliou-se o grau de escolaridade, a paridade, freqüência de realização de consultas no pré-natal e o tipo de parto realizado. Obtiveram-se dados descritivos representados por valores centrais de distribuição e dispersão, e análise das diferenças por meio do teste t não pareado e chi-quadrado, considerando-se significativas as diferenças com p<0,05. Os resultados foram analisados por meio do pacote estatístico SPSS-10.0. Resultados: As médias e o desvio padrão (DP) do número de filhos de gestantes analfabetas para aquelas que realizaram o ensino primário (1ª a 4ª séries) foi de 2,52 ± 2,5 e 1,74 ± 2,05, respectivamente (p=0,0001). Observou-se um número médio de filhos de 1,74 ± 2,05 e 1,19 ± 1,58 para as gestantes com ensino primário e fundamental, respectivamente (p=0,0001). A análise das diferenças entre os grupos de ensino fundamental e ensino médio também resultou significativas, com 1,18 filhos para o ensino fundamental e 0,71 para o ensino médio (p=0,0001). Não se observou diferenças no número de filho em mulheres que possuem o ensino de nível médio e aquelas que possuem ensino superior (p=0,53). Quanto ao número de consultas no pré-natal, observou-se associação significativa entre esta variável e a escolaridade, verificando-se maior freqüência de consultas entre estudantes do ensino fundamental, nível médio e ensino superior (Chi-quadrado=47,8, 12 df, p<0,0001). A realização de cesarianas foi significativamente mais freqüente entre mulheres com ensino de nível médio e ensino superior (Chi-quadrado=79,0, p=0,0001). Mesmo considerando mulheres com ensino fundamental com aquelas analfabetas, observa-se uma freqüência 26% maior de cesarianas em mulheres do ensino fundamental (p=0,05). Conclusão: Os dados epidemiológicos demonstram uma freqüência maior de gestações em mulheres com nível de escolaridade incipiente e associação significativa do aumento do nível instrução com a maior freqüência de consultas no pré-natal e com a via de resolução do parto por meio de cesariana 36 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P033 MORTALIDADE MATERNA NO NORDESTE BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1996 A 2005. GLAUCIUS CASSIANO DO NASCIMENTO1; KATARINNA DE SOUZA AZEVEDO2; SANDRA VALONGUEIRO ALVES3. 1,3.COMITÊ ESTADUAL DE ESTUDOS E PREVENÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA EM PERNAMBUCO (CEEMMPE), RECIFE, PE, BRASIL; 2.CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE AMAURY DE MEDEIROS (CISAM), RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Introdução: Os óbitos maternos representam um indicador de qualidade de assistência à saúde e de condição de vida de uma população, devendo ser rotineiramente analisados. No município do Recife, estudos iniciais na década de 70 evidenciavam como principais causas de óbito, os distúrbios hipertensivos, hemorrágicos, infecciosos e tromboembólicos. Outros estudos nacionais demonstraram o grande número de casos subnotificados e uma elevada RMM, sobretudo no Nordeste Brasileiro. Objetivo: Calcular a Razão de Mortalidade Materna (RMM) para a Região Nordeste no período de 1996 a 2005, bem como sua tendência temporal. Determinar a freqüência e a classificação das principais causas de óbito materno de acordo com a 10ª. Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Material e Métodos: Estudo descritivo de base populacional do tipo corte transversal. O banco de dados dos óbitos maternos foi obtido a partir do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e o dos recém-nascidos a partir do Sistema de Informação sobre nascidos vivos (SINASC). A população de estudo incluiu mulheres residentes no Nordeste brasileiro, falecidas no período de 01 de janeiro de 1996 a 31 de dezembro de 2005. Para o cálculo da RMM, foram incluídos os recém-nascidos de mães residentes na mesma região e no mesmo período. Os dados foram processados e analisados através dos softwares Tab-Win 3.5 e Excel 2008. Resultados: A RMM para o período de estudo foi de 59,54 óbitos maternos por 100.000 nascidos vivos. Ao longo dos anos estudados foi observada uma tendência temporal crescente na RMM. As principais causas dos óbitos maternos corresponderam às Síndromes Hipertensivas (26,03%), Distúrbios Hemorrágicos (20,16%), Distúrbios Infecciosos (8,14%), Cardiopatias (7,73%), Aborto (5,26%) e Distúrbios Tromboembólicos (4,59%). As seis principais causas de óbito materno corresponderam a 71,91% de todos os óbitos maternos. Foram classificados como óbitos maternos obstétricos diretos 79,13%, enquanto os óbitos maternos obstétricos indiretos representaram 20,87%. Conclusão: A tendência crescente na RMM no período de estudo, reflete uma maior notificação dos óbitos maternos na Região Nordeste. Contudo, o valor encontrado da RMM, deve ser reavaliado pelos diversos Comitês Estaduais de Estudos sobre a Mortalidade Materna, tendo em vista o elevado subregistro dos óbitos maternos. Apesar dos avanços obtidos na Obstetrícia, a tríade maligna da hipertensão, hemorragia e infecção permanecem como principais causas de óbito materno. Sob a ótica obstétrica, é preciso compreender o conceito atual de morbidade materna grave (near miss) e realizar um protocolo de assistência baseado nas principais causas de óbito materno. Entretanto, a história do óbito materno se inicia muito antes da gravidez, por um planejamento familiar inadequado, além de se relacionar com a baixa qualidade de assistência, pré-natal, no parto e no puerpério. 37 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P034 PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO, OBSTÉTRICO E NEONATAL DO BINÔMIO MÃE-BEBÊ EXPOSTO AO HIV EM MATERNIDADE DE PERNAMBUCO. MICHELE MELO BAUTISTA; MARIANA FREITAS DE AGUIAR; MARILIA VALADARES DE AMORIM; MARIA LUIZA BEZERRA MENEZES; TEREZA MARIA LEAL DE ARAUJO; CECILIA FERNANDES ANTAS FLORENTINO. UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Introdução: Infecção pelo HIV em gestantes é problema de saúde pública e preocupam as repercussões para o binômio materno-fetal. Objetivos: atribuir prevalência de infecção pelo HIV em gestantes e demonstrar o perfil epidemiológico materno e neonatal nos anos de 2004 a 2008 (até abril). Pacientes e Métodos: estudo transversal, temporal, hospitalar, realizado com 303 pares mães/bebês com dados de prontuários e da informatização do SAE/CISAM/UPE. Banco de dados específico e análise estatística foram elaborados no Programa Epiinfo 3.3.2., com testes ANOVA e qui-quadrado para variáveis contínuas e categóricas, respectivamente. Nível de 5% foi utilizado para atribuir significado estatístico. Resultados: a prevalência de gestantes infectadas pelo HIV variou de 0,5% (2004) a 1,9% (2008). A idade das parturientes oscilou de 14 a 40 anos (média 25+5) e a taxa de adolescentes foi de 17,9%. A maioria não era branca (75,7%), do lar (72,9%), estudou até oito anos (80%) e tinha estado marital solteira (83,2%). Co-infecção luética foi evidenciada em 10,8%. A idade gestacional era termo em 76,3%, 18 (5,9%) eram gestações repetidas, sete (2,6%) eram gemelares e 72,3% foram submetidas à cesárea. As crianças nasceram sem desconforto respiratório (95,3%), com peso entre 570g e 4390g (média 2944+582), e foram considerados AIG (86,4%); 21 (7,4%) apresentaram infecção, sendo 17 (81,0%) sífilis congênita. Com exceção do estado marital com índices crescentes de solteiras (p<0,001), não houve diferença significante no restante do perfil ao longo do tempo. Conclusões: A prevalência observada de gestantes infectadas pelo HIV está na média nacional. Os perfis sócio-demográfico, obstétrico e neonatal foram coerentes aos de pacientes do SUS e similares às de populações não associadas ao HIV, sem implicações no prognóstico do binômio, exceto as elevadas taxas de sífilis, o que desperta a necessidade das ações para eliminar a sífilis congênita no país, independente da co-infecção pelo HIV. 38 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P035 DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO DA DISPLASIA TANATOFÓRICA. CRISEUDES FERREIRA DE MEDEIROS; VICTÓRIA D AVILLA ANJOS RAMIREZ; RENATA DE MEDEIROS WANDERLEY GADELHA; ANA CRISTINA DE ASSIS LIRA; ROOSEVELT CARVALHO WANDERLEY; CLAUDIO SERGIO MEDEIROS PAIVA. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução. A Displasia Tanatofórica (DT) é uma displasia óssea genética letal, autossômica dominante, que acarreta repercussões tanto ósseas quanto neurológicas. ocorrendo em 1:20.000 nascimentos, é caracterizada por encurtamento dos membros, caixa torácica hipoplásica, macrocefalia e platispondilia. Ao exame radiológico, podemse observar características como macrocefalia, hipoplasia de 1/3 médio da face e da mandíbula, costelas curtas e achatadas anteriormente, corpos vertebrais com forma de H na incidência em projeção frontal, bacia pequena, curta e achatada, ossos longos curtos, encurvados e relativamente alargados (fêmures em conformação “de telefone”, achado patognomônico da doença). A insuficiência respiratória, atribuída à caixa torácica estreita ou à estenose do forame magno, é a responsável pelo óbito nesses pacientes, que ocorre usualmente no período neonatal. A DT pode ser diagnosticada a partir da 16ª semana de gestação pela ultra-sonografia obstétrica, através da medição de ossos longos e do comprimento torácico, avaliação da mobilidade articular e do formato do crânio. Objetivo. Chamar atenção para o diagnóstico pré-natal da DT. Material e Métodos. Descrição das características ultrassonográficas de um feto com malformações compatíveis. Resultados. Paciente N.M.P.C., 31 anos, GIIPI, sem história pessoal ou familiar de malformação fetal ou consangüinidade, apresentou, em ultrassom realizado na 19ª semana, alterações da morfologia fetal compatíveis com displasia esquelética. Foram identificados os seguintes achados: feto único com polidrâmnio importante, macrocrania, tórax com redução severa de sua circunferência e forma de sino, micromelia bilateral superior e inferior, sem fraturas e com fêmures curvos, além de pieloectasia bilateral. O pré-natal transcorreu sem outras intercorrências até o parto, no curso da 39ª semana, sendo indicada a cesariana por polidrâmnio + trabalho de parto. O RN, masculino, nascido com 3320g, Apgar 8/9, foi avaliado pelo Setor de Neonatologia, sendo confirmada através de exame físico e radiográfico a hipótese levantada no pré-natal. Evoluiu em incubadora, apresentando estado geral grave, com intubação traqueal e ventilação mecânica com altos parâmetros, até o óbito, aos 7 dias de vida, por insuficiência respiratória. A autópsia não foi autorizada. Conclusão. O diagnóstico precoce dos casos da DT, considerada a mais freqüente displasia com evolução letal, é de grande importância, pois ajuda a evitar potenciais complicações da gravidez e do parto, além de possibilitar um acompanhamento psicológico amplo e a discussão de aspectos éticos quanto à conduta com a família, bem como com o conselho de ética do hospital, considerando-se o seu sombrio prognóstico. 39 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P036 FATORES ASSOCIADOS ÀS ANOMALIAS CONGÊNITAS DIAGNOSTICADAS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DE PERNAMBUCO. CARLOS NORONHA NETO1; ALEX SANDRO ROLLAND SOUZA2; OLÍMPIO BARBOSA FILHO3; ADRIANA MOTA BIONE4. 1,2,4.IMIP, RECIFE, PE, BRASIL; 3.CISAM, RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Objetivos: Determinar fatores associados e freqüências de anomalias fetais, diagnosticadas pela ultra-sonografia e confirmadas no pós-natal, no Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira (IMIP). Métodos: Realizou-se um estudo de corte transversal, com gestantes de risco que realizaram ultra-sonografia morfológica no IMIP, de março de 2002 a março de 2006. O diagnóstico intra-útero foi confirmado pósparto. Características sócio-demográficas, obstétricas e freqüências pré e pós-natais de anomalias fetais foram as variáveis estudadas. Para determinar associação entre variáveis foram utilizados testes qui-quadrado, exato de Fisher e “t” de student, a um nível de significância de 5%. Razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança (IC) a 95% foram calculados. Análise de regressão logística múltipla foi realizada, a um nível de significância de 5%. Resultados: Incluíram-se, no estudo, 257 (56,2%) gestantes com anomalias congênitas e 200 sem anomalias confirmadas no pós-natal. As médias das idades maternas e gestacionais do parto foram 24,8±6,5 anos e 35,9±3,7 semanas, respectivamente. As anomalias fetais foram mais encontradas no sistema nervoso central (50,6%) e trato geniturinário (23,0%). A presença de anomalias congênitas esteve associada significativamente ao líquido diminuído/oligo-hidrâmnio (p=0,0002) e líquido aumentado/poli-hidrâmnio (p<0,0001). A mortalidade intra-útero foi mais freqüente no grupo com anomalias quando comparada aos fetos saudáveis (10,5% x 2,5%; p<0,01). Conclusões: A freqüência de anomalias congênitas em gestações de alto risco foi de 56,2%. As malformações do sistema nervoso central foram mais freqüentemente diagnosticadas intra-útero. Os fatores que permaneceram fortemente associados às anomalias congênitas foram as alterações do volume do líquido amniótico. 40 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P037 VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO ULTRA-SONOGRÁFICO DE ANOMALIAS FETAIS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DE PERNAMBUCO. CARLOS NORONHA NETO1; ALEX SANDRO ROLLAND SOUZA2; OLÍMPIO BARBOSA FILHO3; ADRIANA MOTA BIONE4. 1,2,4.IMIP, RECIFE, PE, BRASIL; 3.CISAM, RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Objetivos: Validar o diagnóstico ultra-sonográfico de anomalias fetais em um centro de referência em Medicina Fetal de Pernambuco. Métodos: Realizou-se um corte transversal para validação de teste diagnóstico, com gestantes de risco, que realizaram ultra-sonografia morfológica no Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira (IMIP), de março de 2002 a março de 2006. O diagnóstico intra-útero foi validado após o parto. Características sócio-demográficas e as freqüências pré e pós-natais das anomalias congênitas foram as variáveis estudadas. A concordância entre os diagnósticos das anomalias congênitas e os achados pós-natais foi avaliada pelo indicador Kappa (K). O teste de Youden (Y) foi aplicado para validar o diagnóstico ultra-sonográfico pré-natal. Resultados: Identificaram-se 989 pacientes candidatas a inclusão no estudo, sendo que 457 gestantes foram incluídas no estudo. A média da idade materna foi de 24,8 + 6,51 anos. A ultra-sonografia pré-natal demonstrou o diagnóstico de anomalias congênitas em 289 (63,2%) pacientes, as quais foram confirmadas após o parto em 257 (56,2%). Encontrou-se uma sensibilidade de 96%, especificidade de 79%, boa concordância (K=0,76) para os diagnósticos das anomalias congênitas pré-natais quando comparados aos resultados pós-natais e boa validade diagnóstica (Y=0,75). Conclusão: O diagnóstico pré-natal de anomalias fetais pela ultrasonografia morfológica em um centro de referência em Medicina Fetal de Pernambuco apresenta boa sensibilidade, especificidade, concordância pré e pós-natal e validade diagnóstica. 41 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P038 TORÇÃO INTRA-ÚTERO DE CISTO OVARIANO FETAL: RELATO DE CASO. MOISÉS DIEGO LIMA1; VENTURIELSO VENTURA GOMES2; MARIA AMÉLIA ROLIM RANGEL3; ADRIANA FREITAS TORRES4; JÚLIO CÉSAR ASSUNÇÃO NÓBREGA5; ESTHER GONÇALVES DIOGO DE LIMA6. 1,2,3,4,5.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY – UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 6.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Os cistos ovarianos neonatais decorrem do exagero do desenvolvimento folicular normal, secundariamente à estimulação hormonal materna excessiva intra-uterina. Os cistos podem ser achados acidentais à ultrassonografia de rotina pré-natal. A complicação mais comum é a torção de anexos. A incidência da torção atinge cifras importantes como de até 50 – 80%. Outras complicações no período ante-natal incluem obstruções intestinais, renais e comprometimento respiratório. Histologicamente os cistos foliculares são mais comuns que os lúteos.OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é relatar o diagnóstico de cisto ovariano fetal e sua torção intraútero através da ecografia seriada no período pré-natal.MATERIAL E MËTODO: Paciente JR, 26 anos, GI / PO, amenorréia de 36 semanas, admitida no Serviço de Obstetrícia do Hospital Universitário Lauro Wanderley com diagnóstico ecográfico prénatal de massa cística ovariana esquerda anecóica, medindo: 6,3 x 4,5cm, pélvica em feto do sexo feminino. Ecografia seriada, realizada uma semana após, detectou transformação da eco-textura da referida massa cogitando o diagnóstico de torção intraútero da massa cística ovariana fetal. A metodologia utilizada foi a análise descritiva transversal com base nos dados do prontuário médico.RESULTADOS: Constatado a transformação da eco-textura da massa ovariana como resultado da torção intra-útero, optou-se pela imediata interrupção da gestação a fim de realizar tratamento cirúrgico definitivo da cistose ovariana fetal. O achado transoperatório do recém-nascido foi de torção anexial e massa ovariana esquerda exigindo, pelo estado de degeneração dos tecidos ovarianos, a exérese do mesmo.CONCLUSÃO: O pré-natal constitui-se na oportunidade de oferecer ao binômino materno-fetal assistência qualificada na atenção à saúde. A realização da ecografia obstétrica permite a identificação de situações de risco. O achado acidental de mal formações fetais através da ecografia é uma das metas da assistência pré-natal. Diante de um achado de neoplasia ovariana fetal, como no caso relatado, torna-se mandatório estudos ecográficos seriados que permitirão estabelecer condutas expectantes e acompanhamento dos cistos simples, sem a necessidade de intervenções intra ou extra-útero. Por outro lado, a identificação de transformações na eco-textura das massas achas-se diretamente relacionadas ao fenômeno da torção dos pedículos vasculares caracterizando situações médicas de emergência na tentativa de preservação dos órgãos afetados. 42 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P039 MASSA CERVICAL CONGÊNITA: RELATO DE CASO. MOISÉS DIEGO LIMA1; VENTURIELSO VENTURA GOMES2; WILBERTO SILVA TRIGUEIRO3; VINICIUS RAMALHO MARINHO4; CLAUDIO SERGIO MEDEIROS PAIVA5; LEONARDO DE LIMA LEITE6. 1,2,3,4,5.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY – UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 6.FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: São diversas as afecções cervicais de características tumorais que podem se apresentar na região cervical da criança ou do adulto jovem. Elas podem ser representadas como variações anatômicas, funcionais e mesmo vir a ser neoplasias de desenvolvimento intra-uterino. A partir da 3ª semana de vida intra-uterina, começam a surgir as estruturas que formarão o pescoço do embrião. As afecções tumorais de origem congênita do pescoço podem ser separadas de acordo com sua proveniência embriológica, ou seja, ectodérmica, mesodérmica e endodérmica. O linfangioma, também conhecido como higroma cístico, é um tumor benigno infreqüente, que se compõem de formações císticas desenvolvidas a partir do endotélio linfático e ilhas de linfa e sangue. Não se conhecem fatores de risco relacionados ao sexo, origem étnica e outras malformações. O envolvimento das vias respiratórias e digestivas altas pode comprometer o prognóstico vital. Em 50% dos casos, o diagnóstico é feito ao nascimento. O diagnóstico também pode ser feito de forma precoce, através da ultrassonografia durante o pré-natal e neonatal. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é relatar o diagnóstico de massa cervical fetal eco-complexa. MATERIAL E MËTODO: Paciente EVS, 38 anos, GI / PO, amenorréia de 37 semanas, admitida no Serviço de Obstetrícia do Hospital Universitário Lauro Wanderley com diagnóstico ecográfico prénatal de massa cervical eco-complexa. A metodologia utilizada foi a análise descritiva transversal com base nos dados do prontuário médico. RESULTADO: A paciente foi submetida a cesareana por desproporção feto-pélvica motivada pelo volume da massa cervical, resultado em recém-nascido de termo com APGAR 08/09, pesando 3540g e do sexo feminino. Ao exame físico constatava-se volumosa massa de consistência fibroelástica contornando toda a face anterior e lateral do pescoço o que lhe ocasionava desconforto respiratório grave sendo-lhe necessário o auxilio de ventilação mecânica. A língua tinha coloração violácea. Submetida a estudos de imagem que evidenciavam massa cervical multicística de conteúdo liquido simples, ora de conteúdo denso. Vascularização local de aspecto normal. Considerando a dificuldade respiratória progressiva foi submetida a exérese parcial do tumor. Houve melhora progressiva do quadro respiratório e o laudo histopatológico confirmou um linfangioma cervical. Aplicações seriadas de citostáticos foram necessárias como medida adjuvante à terapia cirúrgica a fim de dar continuidade à regressão da massa.CONCLUSÃO: O pré-natal constitui-se na oportunidade de oferecer ao binômino materno-fetal assistência qualificada na atenção à saúde. A realização da ecografia obstétrica permite a identificação de situações de risco. O achado acidental de tumoraçào cervical impõe uma série de diagnósticos diferenciais como no caso em tela e permite estabelecer condutas ainda no período antenatal como neonatal. 43 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P040 ÍNDICE DE ABORTAMENTO EM INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE CAMPINA GRANDE-PB NOS ANOS DE 2003 A 2005. TALINE CRISTINE FREITAS; BRUNA CHAVES NÓBREGA; MARIANA FRANCO FRAZÃO; PAULA MOTA MORAES; IZABELLE LEITE RIBEIRO; IZABELLE PORDEUS FREITAS. FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: O aborto ocupa lugar de destaque na esfera das polêmicas sociais, envolvendo uma ampla e complexa área que compreende desde a ciência, religião, ética, política e aspectos júrídicos. Este estudo teve como objetivos identificar o coeficiente de incidência de aborto numa Instituição Municipal de Saúde Pública, entre os anos 2003 a 2005; a procedência das mulheres; a faixa etária, estado civil e profissão das mulheres atendidas com complicações de aborto. A pesquisa foi do tipo descritiva e documental, com método de abordagem quantitativo, realizada em uma Instituição Municipal de Saúde Pública na cidade de Campina Grande-PB, entre setembro de 2005 e agosto de 2006, a partir de arquivos hospitalares que continham dados entre os anos de 2003 a 2005. Foram encontrados 3.163 casos de aborto entre os anos de 2003 a 2005 e verificou-se um aumento de 327% dos casos no período estudado, elevando-se gradualmente de 453 casos em 2003 para 1.483 casos em 2005. O maior aumento foi entre os anos de 2003 e 2004, em torno de 271%. O coeficiente de incidência em 2003 foi 294,6 casos, em 2004 foi 797,9 casos e em 2005 foi 964,4 casos por 100.000 habitantes. A maioria dos casos foi refente às mulheres residentes na cidade de Campina Grande; com relação à faixa etária, a maior incidência de casos de aborto esteve entre 21 e 25 anos (33%) e o menor número nas mulheres com mais de 41 anos; as solteiras apresentaram o maior percentual de casos de aborto (53%) e as viúvas e divorciadas constituíram o menor índice (0,5%). As mulheres com ocupação DO LAR apresentaram o maior índice de casos, com 33% e as professoras (4%), o menor índice de casos. Todas as discussões devem ser aprofundadas pelos diversos segmentos da sociedade. O desenvolvimento de projetos, estudos, debates e programas voltados à luta contra o aborto é de fundamental importância para melhorar a saúde das mulheres, principalmente, as que estão em pleno gozo da fertilidade e que podem ser cerceadas da graça da maternidade. 44 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P041 AVALIAÇÃO DA SINTOMATOLOGIA E VAGINITES DIAGNOSTICADAS PELA CITOLOGIA CÉRVICOVAGINAL EM MULHERES CLIMATÉRICAS ATENDIDAS EM UM PESF NORDESTINO. IGOR MARCELO CASTRO E SILVA1; IGOR NEIVA GUARÁ ROSA2; KYANNY NUNES DA SILVA3; VALDÊNIA COSTA GONÇALVES4; NATÁLIA COUTO DE MELO5. 1.UFMA, UNICEUMA, SAO LUIS, MA, BRASIL; 2,3,4,5.UNICEUMA, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: O climatério constitui uma fase evolutiva feminina caracterizada por redução gradativa da produção hormonal ovariana, correspondendo à transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva. A menopausa é a última menstruação da vida da mulher, ocorrendo, em geral, por volta dos 49-51 anos de idade. Os sintomas e sinais típicos do climatério são ondas de calor, ou fogachos, sudorese , nervosismo, depressão, labilidade emocional, insônia, tonturas e vertigens, desânimo, dores musculares e articulares, pele seca, unhas e cabelos quebradiços, secura vaginal, dispaurenia, diminuição da libido.OBJETIVO: Avaliar os sintomas e resultados da citologia oncótica cérvico-vaginal, quanto aos principais agentes causadores de vaginites, em mulheres climatéricas atendidas no PESF do município de São Luís-MA. METODOLOGIA: Avaliou-se 60 mulheres acima de 40 anos de acordo com a Citologia Cérvico-Vaginal e descrição de sintomas característicos do climatério (fogachos, irritabilidade, ansiedade e insônia). O critério estendeu-se para o não uso de terapia de reposição hormonal ou anticoncepcional e foram classificadas em menopausadas (ausência de ciclo menstrual) e não menopausadas. RESULTADOS: Verificou-se que das 60 mulheres climatéricas avaliadas, 45 (75%) eram menopausadas e 15 (25%) não menopausadas. Em relação aos sintomas, não foi significativa a diferença entre os grupos na análise dos mesmos. Em se tratando do agentes causadores das vaginites, observou-se que a presença de Candida sp. foi significativamente diferente entre os dois grupos com 2% em menopausadas e 15% em não menopausadas, embora não significativa para a presença de Trichomonas vaginallis e Gardnerela vaginallis. CONCLUSÃO: Os sintomas climatéricos não foram diferentes significativamente entre as mulheres menopausadas e as não menopausadas. Em relação a predisposição a vaginites, constatou-se que as mulheres climatéricas são mais susceptíveis às leveduras. 45 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P042 PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA E ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS-MA. IGOR MARCELO CASTRO E SILVA1; IGOR NEIVA GUARÁ ROSA2; KYANNY NUNES DA SILVA3; VALDÊNIA COSTA GONÇALVES4; NATÁLIA COUTO DE MELO5. 1.UFMA, UNICEUMA, SAO LUIS, MA, BRASIL; 2,3,4,5.UNICEUMA, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: O diagnóstico precoce do câncer de mama está ligado, indiscutivelmente, ao acesso à informação para as mulheres, conscientizando-as sobre a realização do auto-exame da glândula mamária, do exame clínico e do exame de mamografia, tríade na qual deve se basear o rastreamento dessa neoplasia A prevenção do câncer de mama, entretanto, constitui-se um sério agravante da Saúde Coletiva. Fatos que justificam essa carência encontram-se na organização da saúde pública, a organização dos serviços de saúde e a qualidade da assistência. OBJETIVO: Analisar a percepção das mulheres atendidas no PESF-Cidade Olímpica, Município de São LuísMA, das práticas de Prevenção do Câncer de Mama desenvolvidas neste serviço. METODOLOGIA: Realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo exploratória e descritiva. Entrevistou-se 10 mulheres cadastradas no Programa de Planejamento Familiar. Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se entrevista semi-estruturada, procedendo à análise dos dados, orientados pela análise temática. A análise dos dados foi estruturada nos temas: “A Mulher e a Prevenção do Câncer de Mama” e “As Práticas de Prevenção do Câncer de Mama RESULTADOS: Constatou-se que grande parte das mulheres têm um conhecimento popular a despeito de prevenção. Percebeu-se, também, que as práticas de educação em saúde necessitam ser ratificadas a partir da inclusão de toda equipe do PESF. CONCLUSÃO: A Unidade de Saúde tem capacidades para qualificar e controlar a prática da Prevenção do Câncer de Mama e promover maior integralidade das ações em saúde. 46 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P043 PERFIL HISTEROSCÓPICO E HISTOPATOLÓGICO DAS PACIENTES SUBMETIDAS À HISTEROSCOPIA DIAGNÓSTICA, SEM ANESTESIA, EM UM HOSPITAL-ESCOLA DO RECIFE. RITA DE CASSIA E ARAUJO; AURELIO ANTONIO RIBEIRO DA COSTA; MICHELLE G PASCARETTA; VERA MGM SENA; MARIA DE FATIMA S NASCIMENTO. HBL, RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: a histeroscopia é um dos métodos diagnósticos mais sensíveis hoje para avaliação do endométrio.OBJETIVO: Determinar o perfil histeroscópico e histopatológico das pacientes submetidas à histeroscopia diagnóstica, sem anestesia, em um hospital-escola do Recife. MÉTODOS: Foi realizado um estudo descrito, retrospectivo do tipo corte transversal em pacientes submetidas à histeroscopia diagnóstica sem anestesia, no HBL, em Recife, Pernambuco, no ano de 2007. Todas as histeroscopias diagnóstica realizadas no bloco obstétrico, sem analgesia, registrada no ano de 2007 foram incluídas. Foram estudadas as seguintes variáveis: idade, paridade, número de gestações, doenças associadas, dia do ciclo durante exame, uso de medicações, indicação, procedência, achados histeroscópicos e diagnóstico histopatológico. Para análise estatística foram utilizadas tabelas de freqüência e medidas de tendência central. RESULTADOS: a média de idade foi 45, 3 anos, paridade a mediana de 02 filhos, e gestações a mediana foi de 03. Dentre as pacientes que se submeteram ao exame, 51 % eram menopausadas com uma média de 9,3 anos. A mediana do dia do ciclo das pacientes que estavam no menacme foi de 17. A histerometria apresentou uma média de 9,4 centímetros. Das pacientes subemtidas à histeroscopia sem analgesia 30,7 % tinham HAS associada. 61,8% das pacientes tinham laqueadura tubária bilateral como passado cirúrgico. As principais indicações das histeroscopias realizadas, sendo as mais freqüente o sangramento uterino disfuncional com 32% e mioma com 25,1%. Os principais achados histeroscópicos, sendo os mais freqüentes: 30,8 % espessamento endometrial homogêneo, 22,2 % mioma intramural, 18,3% pólipo endometrial, 15% normal e 11,7% mioma submucoso. Os principais achados histopatológicos das histeroscopias diagnóstica sem analgesia: 19,6% pólipo endometrial, 15,1 % hiperplasia simples do endométrio sem atipia, 6,9 % atrofia endometrial, 2,5% mioma, 1,3% câncer, 0,3% hiperplasia simples do endométrio com atipia e 0,3 % diamenorréia membranácea.CONCLUSÃO:A idade das pacientes submetidas a histeroscopia diagnóstica sem analgesia foi em torno de 45 anos, paridade de 2 filhos e números de gestações m cerca de 3. A maioria das pacientes estavam na menopausa, sendo o tempo de menopausa em torno de 9 anos. A maioria das pacientes que estavam no menacme realizaram o exame em torno do 17 o dia do ciclo. A maioria dessas pacientes era hipertensa e usam medicações pra controle da doença. Dentre as indicações para realização do procedimento a mais freqüente foi o sangramento uterino disfuncional. Os achados histeróscopicos mais encontrados foram o espessamento homogêneo, mioma intramural, pólipo endometrial e mioma submucoso.Os achados histopatológicos principais encontrados foram o pólipo endometrial, hiperplasia simples do endométrio sem atipia, atrofia endometrial, mioma submucoso, câncer, hiperplasia simples do endométrio com atipia e dismenorréia membranácea. 47 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P044 PERCEPÇÃO FEMININA SOBRE MÉTODOS DE DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA. IGOR MARCELO CASTRO E SILVA1; TATIANA OLIVEIRA RODRIGUES2; JULIE FAINZILBER3; SOCORRO FERREIRA BONA4; MARIA AGLAIR FURTADO BARBOSA5; LORENA MACHADO SANTOS6. 1.UNICEUMA, UFMA, SAO LUIS, MA, BRASIL; 2,3,4,5,6.UNICEUMA, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO:O câncer de mama tem crescido nos últimos anos em todo o mundo, assim como no Brasil, e tem importância fundamental na saúde pública pela sua alta prevalência.No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres e sua incidência está altamente relacionada à falta de informação.É uma das doenças mais desafiadoras, devido ao tratamento ineficaz, principalmente em estágios avançados, e ao efeito devastador que causa no doente, pois é uma doença que envolve o paciente, familiares e amigos.OBJETIVOS:Avaliar o conhecimento das mulheres, sobre os métodos de diagnóstico precoce do câncer de mama, assistidas no PESF na Unidade Básica de Saúde do bairro João de Deus em São Luís, MA. MÉTODO:Coleta de dados através de questionário aplicado às mulheres de faixa etária entre 35 e 69 anos, num total de 155 mulheres, que realizaram o preventivo na UBS no período de março de 2006 a março de 2007.RESULTADOS:Na amostra estudada, 22 (14,2%) não conhecem nenhum método de detecção precoce do câncer de mama; 78 (50,3%) conhecem um método de detecção precoce do câncer de mama; 55 (35,5%) conhecem mais de um método de detecção precoce do câncer de mama; 70 (45,1%) fazem o auto-exame da mama; 54 (34,8%) já tiveram as mamas examinadas por um profissional especializado; e 16 (10,3%) já realizaram mamografia.CONCLUSÃO:A partir dos dados deste estudo que mostram a necessidade de melhoria na informação sobre o assunto, projetos de intervenção podem ser pensados, para levar ao conhecimento das condutas diagnósticas, incluindo uma revisão dos programas de disseminação de informações existentes que possam resultar em mudança de atitude da população.Neste sentido, aponta-se a importância de intervenções fortemente direcionadas à detecção precoce do câncer de mama, através de ações educativas. 48 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P045 AVALIAÇÃO POR MAMOGRAFIA E ULTRA-SONOGRAFIA EM LESÕES MAMÁRIAS: VALORES PREDITIVOS DAS CATEGORIAS 3, 4 E 5 DO SISTEMA BI-RADS. CLARISSA BARRETO CARVALHO; ALINE VERAS MORAIS BRILHANTE; FRANCISCO ALBERTO RÉGIO DE OLIVEIRA. HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL. Resumo: O câncer de mama é a neoplasia mais comum em mulheres, excetuando-se o câncer de pele. É indiscutível que os programas de rastreamento mamográficos proporcionaram significativa redução da mortalidade, graças ao diagnóstico precoce. Entretanto um inconveniente da seleção mamográfica é a ocorrência dos achados falso-positivos, que podem levar a testes adicionais, alguns invasivos, aumento de custos, além de gerarem ansiedade. O presente estudo teve como objetivo avaliar o Valor Preditivo Positivo (VPP) e o Valor Preditivo Negativo (VPN) das categorias 3, 4 e 5 do sistema BI-RADS em lesões mamárias avaliadas por mamografia e ultra-sonografia. Foram analisados por pesquisa em prontuários 84 casos, dos quais 63 foram avaliados por MMG e 21 por US mamário. Todas as lesões foram submetidas à biópsia. O cálculo do VPP e do VPN foi realizado segundo metodologia constante do capítulo 5 do sistema BI-RADS, considerando-se a classificação das imagens e seu respectivo resultado anatomopatológico. A análise estatística foi realizada após a análise descritiva e tabulação dos dados. Fixou-se em 5% (p < 0,05) o nível de rejeição da hipótese de nulidade. Na análise mamográfica da classe 3, supostamente benigna, dos 8 casos, apenas 1 apresentou malignidade ao histopatológico (VPN de 88,89%). Na análise da classe 3 por US, dos 17 casos, 16 apresentaram-se negativos para malignidade ao histopatológico (VPN de 94,12%). Na análise mamográfica das classes 4 e 5, supostamente malignas, dos 54 casos, 11 apresentaram-se positivos para malignidade ao histopatológico (VPP de 20,37%). Na análise mamográfica isolada da classe 4, dos 43casos, 7 apresentaram-se positivos para malignidade ao histopatológico (VPP de 16,28%). Na análise mamográfica da classe 5, dos 11 casos, 4 apresentaram- se positivos para malignidade ao histopatológico (VPP de 36,36%). Na análise por US das classes 4 e 5, dos 4 casos, 3 foram positivos para malignidade e 1 negativo ao exame histopatológico (VPP de 75%). Destes, todos os 3 positivos para malignidade foram classificados como Bi-rads 5. Estudos existentes na literatura mostram o VPN da categoria 3 variando entre 97% e 100%, enquanto o VPP da categoria 4 oscilou entre 23% e 34% e o da categoria 5 variou entre 81% e 97%. Nosso estudo mostrou todos os valores abaixo desta média, com pequeena diferença em relação ao Bi-rads 3 (VPN de 88,89% pela mamografia e 94,12% pelo US mamário), mas com diferença importante em relação às classificações de Bi-rads 4 e 5 (VPP pela mamografia respectivamente de 16,28% e 36,36%). 49 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P046 CITOLOGIA ONCÓTICA EM UM GRUPO DE MULHERES IMUNOCOMPROMETIDAS EXAMINADAS EM HGF DE 2005 A 2007. CLARISSA BARRETO CARVALHO; ALINE VERAS MORAIS BRILHANTE; LIANA RABELO CAVALCANTE. HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL. Resumo: A incidência de neoplasias em receptores de transplantes de órgãos é muitas vezes maior do que a vista em controles e está relacionada ao uso de imunossupressores. Isto se deve a imunossupressão em si e ao fato de estes agentes poderem diretamente produzir defeitos mutagênicos, aumentando a susceptibilidade para vírus próoncogênicos, como, por exemplo, o papiloma vírus humanos (HPV). O objetivo do presente estudo é avaliar o impacto da imunossupressão na prevalência de lesões cervicais pela análise da citologia em um grupo de 75 mulheres submetidas a transplante renal e em uso de drogas imunossupressoras. Para avaliar o impacto da imunossupressão na prevalência de anormalidades citológicas esses achados foram comparados com os de 75 mulheres imunocompetentes. As mulheres foram entrevistadas com o uso de um questionário a fim de obtermos uma história social e clínica estruturada. Depois do exame físico geral as pacientes foram submetidas a exame especular e coleta de citologia cervical. Para análise dos diagnósticos os grupos foram agrupados em achados benignos, atipia de células escamosas de significado indeterminado (ASC-US), Lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (LSIL) e Lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (HSIL). Anormalidades glandulares não foram incluídas nesta análise. Citologias insatisfatórias foram excluídas das análises. A análise estatística foi realizada após a tabulação dos dados dos casos e do grupo controle dispostos em tabelas e gráficos explicativos e analisados pelo sistema Epi-Info 3.4.3. Fixou-se em 5% (p < 0,05) o nível de rejeição da hipótese de nulidade. Entre as transplantadas encontramos 61,7% de achados benignos, 10% de ASC-US, 25% de LSIL e 3,3% de HSIL. No grupo controle obtivemos 93,3% de achados benignos, 3,3% de ASC-US, 1,7% de LSIL e 1,7% de HSIL. Ao compararmos os dois grupos, temos que, dos achados benignos, 39,8% corresponderam ao grupo das transplantadas, contra 60,2% do grupo controle; dos ASC-US, 75% corresponderam ao grupo das transplantadas, contra 25% do grupo controle; das LSIL 93,8% corresponderam ao grupo das transplantadas, contra 6,3% do grupo controle e das HSIL 66,7% corresponderam ao grupo das transplantadas, contra 33,3% do grupo controle. Os achados são compatíveis com os da literatura especializada. 50 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P047 AVALIAÇÃO DO EFEITO DE MEDIDAS EDUCACIONAIS NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS EM MULHERES DE DIFERENTES CLASSES SOCIAIS. ANA CLAUDINE PONTES; CÍNTIA FREITAS ANDRADE; DIOGO BARBALHO CHAVES; ARTHUR HALLEY BARBOSA DO VALE; FABÍOLA RÊGO FONTES; ANA KATHERINE DA SILVEIRA GONÇALVES. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL. Resumo: Introdução: As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são um problema de grande relevância em saúde pública, em função da alta prevalência e morbidade relacionada aos diversos quadros que podem advir de uma infecção primária. O comportamento sexual de risco associado a fatores sociais tais como: baixa escolaridade, desemprego, pobreza estão também relacionados à maior transmissibilidade e aquisição de DST. Objetivo: Avaliar o efeito de medidas educacionais como instrumento de prevenção de DST/AIDS em mulheres de diferentes classes sociais. Material e método: Foi realizado estudo qualitativo, no qual foram estudadas 51 mulheres através de entrevista fechada. Utilizou-se como instrumento um questionário pré-estabelecido e totalmente estruturado. As mulheres estudadas responderam o mesmo questionário em dois momentos: antes e depois de palestra educacional sobre medidas de prevenção de DST/AIDS. O incremento do grau de conhecimento foi quantificado em mulheres de diferentes faixas etárias, graus de escolaridade e níveis sócio-econômicos. Resultados: Das 51 pacientes entrevistadas, 3,9% tinham menos de 18 anos; 21,6% encontravam-se na faixa dos 18 aos 25 anos; 21,6% na dos 26 aos 35; 27,4% entre os 36 e 45 anos; e 25,5% tinham mais do que 45 anos. Com relação à escolaridade, 5,9% eram analfabetas; 15,7% tinham primeiro grau incompleto; 7,8%, primeiro grau completo; 11,8%, segundo grau incompleto; 39,2%, segundo grau completo; 13,7%, terceiro grau incompleto; 5,9%, terceiro grau completo. Quanto à renda familiar, 37,5% ganhavam menos que 2 salários mínimos (SM); 41,7%, recebiam entre 2 e 5 SM; 12,5%, entre 6 e 10 SM; 6,3%, entre 11 e 15 SM; e 2,1% mais que 16 SM. Comparando a quantidade de acertos antes e após a palestra educacional, levando-se em conta a faixa etária, chegamos aos seguintes resultados: nas mulheres abaixo de 18 anos, houve incremento médio de 10% nas respostas corretas; nas entre 18 e 25 anos, o incremento foi de 30%, entre 26 e 35 anos, 7,3%; entre 36 e 45, 21,4%; e nas maiores de 45 anos, 15,4%. Considerando a renda familiar, o incremento foi de 20% para as mulheres que recebiam menos de 2 salários mínimos; 18,5% nas que ganhavam entre 2 e 5 SM; 11,7%, na faixa de 6 a 10 SM; 13,3% entre 11 e 15 SM; e 40% na faixa maior que 16 SM. Com relação à escolaridade, as analfabetas apresentaram incremento de 6,7%; as que tinham primeiro grau incompleto, 13,8%; as com primeiro grau completo, 22,5%; as com segundo grau incompleto, 33,4%; as com segundo grau completo, 18%; as com terceiro grau incompleto, 32,9%; e as com terceiro grau completo, 33,3%. Conclusão: O efeito educacional positivo das palestras para prevenção de DST/AIDS foi observado em todas as pacientes entrevistadas, reiterando a importância das medidas educacionais no controle destas doenças. Contudo, foi mais evidente entre as mulheres na faixa etária de 26 a 35 anos, com renda familiar acima de 16 SM e que possuíam o segundo grau incompleto. 51 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P048 MEDIDAS EDUCACIONAIS COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO DO CÂNCER CERVICAL. ANA CLAUDINE PONTES; CÍNTIA FREITAS ANDRADE; DIANA TAÍSSA SAMPAIO MARINHO; ANA PAULA DE PAIVA SERRANO; ANA KATHERINE DA SILVEIRA GONÇALVES; ESDRAS RAMALHO DIAS CARVALHO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL. Resumo: Introdução: É incontestável o elevado índice de câncer de colo uterino nos países em desenvolvimento. Na tentativa de beneficiar a população feminina entre 15 e 49 anos, com vida sexual ativa e detentora das maiores taxas de mortalidade por câncer de colo, desde os anos 70 o governo brasileiro tem desenvolvido projetos e políticas públicas para reduzir estes números, indicadores de desenvolvimento de um país. Objetivo: Avaliar o efeito de medidas educacionais como instrumento de prevenção do câncer do colo uterino em mulheres de diferentes classes sociais. Materiais e métodos: Foi realizado estudo qualitativo no qual foram estudadas 51 mulheres. Foi realizada entrevista fechada. Utilizou-se como instrumento um questionário pré-estabelecido e totalmente estruturado. As mulheres estudadas responderam o mesmo questionário em dois momentos: antes e depois de palestra educacional sobre medidas de prevenção do câncer do colo uterino. O incremento do grau de conhecimento foi quantificado em mulheres de diferentes faixas etárias, graus de escolaridade e níveis sócio-econômicos. Resultados: Das 46 pacientes entrevistadas, 2,2% tinham menos de 18 anos; 19,6% encontravam-se na faixa dos 18 aos 25 anos; 17,4% na dos 26 aos 35; 21,7% entre os 36 e 45 anos; e 39,1% tinham mais do que 45 anos. Com relação à escolaridade, 4,3% eram analfabetas; 26,1% tinham primeiro grau incompleto; 4,3%, primeiro grau completo; 8,7%, segundo grau incompleto; 26,1%, segundo grau completo; 13%, terceiro grau incompleto; 17,4%, terceiro grau completo. Quanto à renda familiar, 41,3% ganhavam menos que 2 salários mínimos (SM); 23,9%, recebiam entre 2 e 5 SM; 10,9%, entre 6 e 10 SM; 17,4%, entre 11 e 15 SM; e 6,5% mais que 16 SM. Comparando a quantidade de acertos antes e após a palestra educacional, chegamos aos seguintes resultados: nas mulheres abaixo de 18 anos, houve incremento médio de 10% nas respostas corretas; nas entre 18 e 25 anos, o incremento foi de 26,6%, entre 26 e 35 anos, 17,5%; entre 36 e 45, 17%; e nas maiores de 45 anos, 16,7%. Considerando a renda familiar, o incremento foi de 18,4% para as mulheres que recebiam menos de 2 salários mínimos; 15,5% nas que ganhavam entre 2 e 5 SM; 30%, na faixa de 6 a 10 SM; 18,8% entre 11 e 15 SM; e 13,3% na faixa maior que 16 SM. Com relação à escolaridade, as analfabetas apresentaram incremento de 20%; as que tinham primeiro grau incompleto, 15,8%; as com primeiro grau completo, 20%; as com segundo grau incompleto, 25%; as com segundo grau completo, 19,5%; as com terceiro grau incompleto, 15%; e as com terceiro grau completo, 21,3%. Conclusão: O efeito educacional positivo das palestras como instrumento de prevenção do câncer cervical foi observado em todas as pacientes entrevistadas, reiterando a importância das medidas educacionais no controle desta neoplasia. Contudo, foi mais evidente entre as mulheres na faixa etária de 18 a 25 anos, com renda familiar entre 11 e 15 SM e que possuíam o terceiro grau completo. 52 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P049 CÂNCER DE MAMA: CARCINOMA MEDULAR DE MAMA. PEDRO HENIQUE ROBRIGUES DA SILVA1; CÉSAR HENRIQUE SILVA BORBA2; JOSÉ GERALDO DINOÁ MEDEIROS NETO3; JOSE SILVA RODRIGUES4; MARIA ADRIANA DE QUEIROGA5; ROBERTO BEZERRA VITAL6. 1,2,3,5.FACULDADE CIENCIAS MEDICAS DA PARAIBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Introdução: O câncer de mama é a neoplasia maligna mais freqüente na mulher brasileira , atingindo-a preferencialmente após 40 anos de idade.. Segundo o Instituto Nacional de Câncer ( INCA ) o número de casos novos de câncer de mama em 2006 foi de 48.930 com risco estimado de 52 casos para cada 100 mil mulheres tendo em vista que é o mais freqüente nas mulheres da região Sul , Centro-Oeste e Nordeste . Na região Norte é o segundo tumor mais incidente e no mundo, o câncer de mama e o segundo tipo mais freqüente e o primeiro entre as mulheres. Objetivos: Uma vez que o melhor tratamento do câncer de mama seja a prevenção, o reconhecimento dos fatores precipitantes juntamente com a sintomatologia, exames complementares,como Ultrasonografia e mamografia, e o auto-exame da mama, deve-se tentar ao máximo minimizar a morbimortalidade feminina. Materiais e métodos: Pesquisa do tipo descritiva, na qual foi realizado um relato de caso de uma paciente, vindo encaminhada por um Mastologista até o Ginecologista, queixando-se de aumento da mama esquerda, afirmando história familiar positiva e sintomatologia ausente.Resultados: Paciente de 50 anos, menarca 13 anos, G3 P3 A0 ,refere algo estranho na mama esquerda. No exame físico apresentou nódulo sólido cerca de 3,5 cm no QSE da mama. Realizou mamografia que confirmou o diagnóstico e BIRADS 0, Ultra-sonografia que conclui nódulo sólido heterogêneo, lobulado, medindo 1,9 x 1,2 cm no quadrante súpero lateral. BIRADS 4. Feito PAAF o que descreve positivo para células malignas sugestivo de câncer medular..Foi submetida á setorectomia com esvaziamento axilar à esquerda , cujo laudo histopatológico revela Carcinoma medular de mama , limites cirúrgicos livres, hiperplasia linfóide reacional em 17 linfonodos axilares examinados, pT2 pN0 Mx.. A paciente encontra-se em seguimento há dois anos com mamografias e ultrasonografias periódicas BIRADS II. Conclusão: O caso apresentado mostra a necessidade de maior compreensão do paciente com relação ao auto-exame da mama, e ao medico uma atenção maior aos exames complementares , principalmente a Ultrasonografia mamária e mamografia,assim focando não só o carcinoma medular e sim também as demais neoplasias mamárias. Por isso mostra-se necessário a detecção precoce do câncer de mama, para a diminuição de terapias radicais e invasivas. 53 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P050 ESTUDO DE VALIDAÇÃO DIAGNÓSTICA DA EFICÁCIA DO EXAME MICROBIOLÓGICO NO DIAGNÓSTICO DAS VULVOVAGINITES. ANA CLAUDINE PONTES; ANA PAULA DE PAIVA SERRANO; CÍNTIA FREITAS ANDRADE; ANA KATHERINE DA SILVEIRA GONÇALVES; MARIA JOSÉ MASSONETE DE ARAÚJO E SILVA; DANIEL TORRES JÁCOME. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL. Resumo: Introdução: A inconsistência dos meios diagnósticos dificulta o tratamento adequado das vulvovaginites. A propedêutica, na maioria das vezes se restringe à utilização da anamnese associada ao exame clínico ou à avaliação da flora vaginal através da citologia oncológica. Objetivo: Comparar a eficácia da abordagem sindrômica e da citologia oncológica com o exame bacterioscópico no diagnóstico causal das vulvovaginites. Material e método: Foram estudadas 57 pacientes com queixa de corrimento vaginal. Para o diagnóstico clínico das vulvovaginites foi criado um modelo de pontuação considerando as manifestações clínicas. Foi preparado esfregaço a fresco e corado por técnica de Gram com o conteúdo da parede lateral direita da vagina. Criouse planilha de Excel/Office 2003 e o software InStat Graphpad foi utilizado para as análises estatísticas. Resultados: Nas pacientes estudadas, a idade média foi de 28,6 ± 7,5 anos. A prevalência de vaginose bacteriana (VB) foi de 31,5% e de Candidíase vaginal (CV) foi de 15,7%. A abordagem sindrômica para a VB mostrou sensibilidade de 58,8%, especificidade de 80,0% e valor preditivo positivo (VPP) de 55,5% e valor preditivo negativo (VPN) de 82,0%. Para a CV, a sensibilidade foi de 71,4%, especificidade de 88,3%. O VPP foi de 66,6% e VPN 90,4%. A citologia oncológica no diagnóstico de VB obteve uma sensibilidade de 35,2%, especificidade de 92,5%, VPP 66,6% e VPN 77,0%. Para a CV apresentou sensibilidade de 50,0%, especificidade de 90,6%, VPP de 63,6% e VPN de 84,7%. Conclusão: A citologia oncológica foi menos sensível e mais específica que a abordagem sindrômica (anamnese com o exame físico) no diagnóstico das vulvovaginites. A abordagem sindrômica foi menos sensível e específica que o exame bacterioscópico no diagnóstico das vulvovaginites. 54 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P051 RELATO DE CASO: AMENORREIA PRIMÁRIA. KATIA CAETANO DE OLIVEIRA; THALITA RIBEIRO ALBRES; TATIANA DE AMEIDA MIRANDA; JULIANA PENTEADO DE LIMA; ALLINE MARRA PEREIRA; PARIZZA RAMOS DE LEU SAMPAIO. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASILIA, BRASÍLIA, DF, BRASIL. Resumo: Introdução: A definição de amenorréia primaria é ausência dos caracteres sexuais secundários até os 14 anos de idade ou ausência de menstruação até os 16 anos, mesmo com presença dos caracteres sexuais secundários. Não é um diagnóstico, mas sim um sintoma. Sintoma carregado de emoções, pois envolve reprodução, juventude, feminilidade e a possibilidade de doença. Basicamente, amenorréia primária resulta da perturbação do mecanismo neuroendócrino do ciclo menstrual ou de alteração anatômica do sistema canicular, que origina e exterioriza a menstruação. A etiologia pode ser neural, hipofisária, ovariana ou canalicular. O diagnóstico é dado através de boa anamnese, exame físico e inicialmente teste de progestágenos, perfil gonadrotrófico, ultrassonografia pélvica ou transvaginal e cariótipo. O tratamento depende da causa. Objetivo: Relato de caso de amenorréia primaria em paciente de 28 anos portadora de anomalia cromossômica. Material e método: História clínica, exames laboratoriais e hormonais, colpocitologia oncótica e cariotipagem. Resultados: ESS, 28 anos, casada, do lar. Em junho de 2008 procurou o ambulatório do serviço de Ginecologia do Hospital universitário da Universidade Católica de Brasília para realização de exame de prevenção. História de ausência da menarca, nulípara, primeiro coito aos 18 anos, único parceiro, vida sexual ativa com freqüência de três relações por semana, antecedentes familiares com presença de hipertensão arterial sistêmica, diabete melito e cardiopatia. Seu último exame laboratorial era de dezembro de 2005 com resultado de Estradiol 17β:110, FSH: 1,8; LH: 2,4; prolactina: 11,10 e TSH: 1,54. O exame de colpocitologia realizado em dezembro de 2005 mostrava laudo de satisfatório com presença de células escamosas e endocervicais e informava um diagnóstico ultrassonográfico há 12 anos de útero pouco desenvolvido “útero infantil”.No momento apresentava peso 52,3 Kg, altura 1,60 m, IMC 20,42. Pela classificação de Tanner foi considerada em M3P4. Ao exame especular encontrou vagina em fundo cego sem outras alterações. Ao toque vaginal presença de vagina fibroelástica, de parede rugosa, ausência de lesões, ausência na palpação de colo, útero e anexos. Foi realizado exame de colpocitologia oncótica, e solicitado exame de cariótipo e ultrassonografia transvaginal. O resultado da colpocitologia oncótica de julho de 2008 evidenciou componentes endocervicais presentes com células endocervicais típicas, alterações celulares benignas e atrofia. O resultado do exame de cariótipo mostrou número de células analisadas 100, resolução 400 bandas, cariótipo 46, XX, 1qh+, foi observado uma célula com cariótipo 45,X, 1qh+ e outra 47, XXX 1qh+. O resultado da ultrassonografia transvaginal de dezembro de 2005 tem como laudo de útero retroversofletido (RVF), espessura do endométrio 1 mm, volume uterino de 2,4x1,2x1,4 cm3, volume do ovário esquerdo de 3 cm3, volume de ovário direito de 4,8cm3. Hipótese diagnóstica de amenorréia primária. Conduta acompanhamento clínico e prescrição da associação de 75mcg/30 de etinilestradiol com gestodeno. Conclusão: Nesse caso temos um distúrbio genético exibindo como causa da amenorréia primária. A baixa estatura menos pronunciada e algum desenvolvimento mamário e de pêlos pubianos no início da puberdade em associação com a cariotipagem mostra características de mosaicismo cromossomial. 55 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P052 HISTERECTOMIAS E OOFORECTOMIAS - ESTUDO RETROSPECTIVO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO - CAMPINA GRANDE. TASSIA SOUZA DE LIMA; VITORIA ADELAIDE DE SOUSA MAURICIO; ANDRESSA VASCONCELOS GOMES DE MENEZES; GUILHERME FIGUEIREDO SILVA; IALE TARCYLA DE SOUSA PARIZIO; MARIA KATARINE CANDIDO ALMEIDA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A histerectomia é um procedimento cirúrgico freqüente, 20 a 30% das mulheres serão submetidas a esta operação até os 60 anos. Algumas técnicas de histerectomia são: total, anexectomia uni ou bilateral, total ampliada, subtotal e histerectomia vaginal. Já na ooforectomia temos a remoção cirúrgica de um ou de ambos os ovários, sendo uma alternativa para o tratamento de cistos ováricos ou neoplasias malignas do ovário. Objetivos: Verificar a prevalência dos procedimentos cirúrgicos de histerectomia e ooforectomia no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC). Material: Utilização de prontuários de pacientes do HUAC. Metodologia: Estudo retrospectivo realizado entre os anos de 1998 à 2007, cujos dados foram coletados de prontuários médicos, entre usuárias do HUAC de Campina Grande-PB. Investigou-se o número e a causa de histerectomias e ooforectomias. Somaram-se 374 cirurgias, sendo 329 casos de histerectomias: 3 em pacientes com menos de 30 anos; 50 entre 30 – 39 anos; 139 entre 40-49 anos; 62 entre 50 – 59; 43 entre 60 – 69; 25 entre 70 – 79; e 7 em mulheres com mais de 79 anos. Das 45 ooforectomias, 6 foram em pacientes com menos de 20 anos; 14 entre 20 – 29 anos; 12 entre 30 – 39; 10 entre 40 – 49; e 3 em mulheres com mais de 50 anos. Resultados: Dentre as 329 pacientes submetidas à histerectomia, 162 foram histerectomia total, sendo 51,8% devido à neoplasia maligna de útero, porção não especificada (NE); 35,1% devido a transtorno não-inflamatório do útero porção NE; 10,4% por hipertrofia uterina; e 2,4% por endocérvix. Relatou-se 97 histerectomias com anexectomia uni ou bilateral, sendo 62,8% devido a endometriose do útero; 27,8% causadas por neoplasia maligna de útero, porção NE; 4,1% devido a transtorno não-inflamatório do útero, porção NE; 2% por lesão invasiva do corpo do útero; 2% devido à endocérvix e 1% por leiomioma uterino. Investigaram-se 54 histerectomias vaginais, 51,8% foram devido a prolapso uterovaginal incompleto; 29,6% devido à neoplasia maligna de útero, porção NE; 9,2% por prolapso uterovaginal completo; e 3,7% por endocevix. Houve 15 procedimentos de histerectomia total ampliada (Werthein-Meigs), sendo 80% por neoplasia maligna de útero, porção NE; 6,6% devido a transtorno não-inflamatório do útero, porção NE; e 6,6% por endocérvix. Apenas uma histerectomia subtotal foi realizada, devido à hipertrofia uterina. Dentre as ooforectomias, não houve distinção entre uni ou bilaterais, delas 26,6% foram devidas à neoplasia maligna de ovário; 8,8% por cisto folicular de ovário; e 64,4% por outros cistos ovarianos NE. Conclusão: A faixa etária mais prevalente na histerectomia foi de 40-49 anos e a causa mais freqüente foi a neoplasia maligna de útero, porção NE. Nas ooforectomizadas foram mais atingidas jovens com menos de 30 anos, devido à cistos ovarianos NE. O diagnóstico precoce continua sendo a medida mais eficaz para evitar amplos procedimentos invasivos. 56 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P053 MAMOGRAFIA EM SERVIÇO DE MÉDIA COMPLEXIDADE: TEMPO DECORRIDO ENTRE A DATA DE SOLICITAÇÃO E O RETORNO. ANA HELENA RAMALHO DE SOUSA1; EULINA HELENA RAMALHO DE SOUSA2; GABRIELA MARQUES PEREIRA DE ALENCAR3; MARIA OLIVIA FERNANDES DE LIMA CARNEIRO DE MORAES4; PRISCILLA CORDEIRO DE OLIVEIRA5; WANTUIL MATIAS NETO6. 1,5,6.FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 2.UNIPÊ, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 3,4.FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAIBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: O câncer de mama é uma patologia de incidência aumentada nas mulheres após os 49 anos de idade, faixa etária em que está indicado o rastreamento anual com mamografia em mulheres assintomáticas. Segundo publicação recente do Instituto Nacional do Câncer, a mortalidade por câncer de mama pode ser reduzida em até um terço entre as mulheres de 50 a 69 anos com programas de ratreamento. A mamografia pode ser solicitada como diagnóstica para esclarecer/orientar a confirmação ou não da malignidade de achados clínicos. O êxito de um programa de detecção precoce do câncer de mama depende da disponibilização e agilidade em realização da mamografia e outros exames complementares. O presente trabalho tem como objetivo avaliar o tempo médio decorrido entre a data de solicitação da mamografia em serviço de referência de média complexidade para o controle do câncer de mama, pertencente à rede estadual de saúde e a data do retorno ao profissional solicitante, bem como as repercussões que a demora poderia implica. Foi realizado um estudo descritivo, no período de agosto de 2007 a agosto de 2008, a partir da análise de 110 cartões, distribuídos às pacientes com indicação de realizar a mamografia, os quais pertencem ao Centro Especializado de Diagnóstico do Câncer, e que possui espaço para informar as datas de solicitação, marcação, realização e recebimento do exame, data do retorno para avaliação do resultado e registro do número do prontuário da paciente e da categoria BIRADS resultante daquele exame. Observou-se uma média de 94,23 dias decorrentes entre as datas do pedido do exame e do recebimento do mesmo da clínica radiológica, sendo o mínimo tempo de espera 13 dias e o máximo, de 291. Esse resultado pode refletir atraso no diagnóstico precoce do câncer de mama e no seu tratamento e falhas no programa de rastreamento, aumentando a taxa de mortalidade por essa patologia. Reflete também retardo no processo de agendamento e cobrança do serviço. As informações oferecidas pelo trabalho podem subsidiar o setor de regulação da Secretaria Municipal de Saúde, em relação ao fluxo, agendamento e agilização para a realização da mamografia. 57 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P054 TUMOR DE CÉLULAS DE SERTOLI-LEYDIG: RELATO DE CASO. ALINE VALERIANO MOURA1; ARTHUR LÍCIO2; ANA PAULA RANGEL3; EVELINE VALERIANO MOURA4; JULIANA COTRIM AMARAL5; JOÃO PAULO RIBEIRO COUTINHO HONÓRIO6. 1,6.UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 2,3,4,5.IMIP, RECIFE, PE, BRASIL. Instituição: Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP) Resumo: INTRODUÇÃO: o Tumor de Células de Sertoli-Leydig é de ocorrência rara, com incidência de menos de 1% dos tumores ovarianos. Frequentemente ocorre em mulheres jovens, com história de amenorréia, hirsutismo, e elevação dos níveis de testosterona. Entretanto as manifestações endócrinas nem sempre estão presentes. OBJETIVO: descrever caso raro atendido no IMIP em julho.2008, dando importância aos tumores de ovário virilizantes em mulheres na menacme. DISCUSSÃO: E.M.N., 36 anos, procurou serviço de Urgência Ginecológica do IMIP, queixando-se de intensa dor abdominal intermitente há 6m, com piora há 1 mês, amenorréia há 11 anos e aumento de pêlos. Havia realizado USG EV e pélvica há 2 meses, que evidenciaram formação expansiva sólida em ovário E, de provável origem neoplásica. Foi submetida à Laparotomia Exploradora que resultou em Ooforectomia esquerda. O histopatológico revelou tratarse de Tumor de Células de Sertoli-Leydig de diferenciação intermediária, sem sinais de malignidade, sendo por isso desnecessário radio- quimioterapia adjuvante. No seguimento realizado ambulatorialmente durante 3 meses, não se evidenciou sinais de doença. CONCLUSÃO: deve-se suspeitar desta patologia mesmo quando as condições técnias não nos permitam melhor abordagem diagnóstica. Baseados nos sintomas endocrinológicos, faixa etária e achados ultrassonográficos, é possível sugerir um diagnóstico pré-operatório correto na maioria dos casos. Aline Valeriano Moura (graduanda da UFPB)**, Arthur Lício (cirurgião oncológico do IMIP)*, Ana Paula Rangel*, Eveline Valeriano Moura*, Juliana Cotrim Amaral*, João Paulo Ribeiro Coutinho Honório (graduando da UFPB) *Residentes do IMIP 58 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P055 COMPARAÇÃO DE DUAS TÉCNICAS ELETROCIRÚRGICAS NA PREVENÇAO DO CÂNCER DO COLO UTERINO. CÍNTIA FREITAS ANDRADE; MARIA JOSÉ MASSONETE DE ARAÚJO E SILVA; GILZANDRA LIRA DANTAS FLORÊNCIO; ANA KATHERINE DA SILVEIRA GONÇALVES; ANA CLAUDINE PONTES; IAPONIRA DA SILVA FIGUEREDO VIDAL. UFRN, NATAL, RN, BRASIL. Resumo: Introdução: O câncer do colo uterino ainda é bastante prevalente no Brasil e no mundo. O tratamento Objetivo: Avaliar a eficácia de duas técnicas eletrocirúrgicas de conização do colo uterino.Material e Método: Estudo de Coorte aninhado a ensaio clínico, com 108 pacientes submetidas à conização eletrocirúrgica, realizada por eletrodo em alça (cone LLETZ) ou eletrodo reto (cone SWETZ). Resultados: As variáveis: idade, paridade, volume do cone e diagnóstico histológico distribuíram-se de modo uniforme na população. A prevalência dos desfechos foi tempo cirúrgico superior a vinte minutos em 26.7% dos procedimentos, o número de peças com mais de um segmento ocorreu em 9,3% dos casos; sangramento intra-operatório maior que 20 ml estiveram presentes em 17,6% das pacientes e complicação tardia ocorreu em 13,9% das mesmas. Em relação à peça cirúrgica foram observados 30,1 % de dano térmico; 17,2% de margens endocervicais comprometidas. A cura clinica acompanhada em 6 meses foi de 94,6 %. Em análise bivariada, o eletrodo reto mostrou diferença significativa no tempo cirúrgico OR=16,7 [IC 95% 4,2-76,5], sangramento intra-operatório OR=2,9 [IC 95% 1,1-7,5] e margem endocervical comprometida OR=0,3 [IC 95% 0,1-0,9]. A análise multivariada evidenciou que o tempo cirúrgico foi o único parâmetro que diferenciou as duas técnicas OR= 3,8 [IC 95% 3,8-105,6 (p= 0,0004)]. Conclusões: O eletrodo reto é uma alternativa ao eletrodo em alça, sendo o tempo cirúrgico a única diferença evidenciada entre as duas técnicas. 59 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P056 CORRELAÇÃO CITO-COLPO-HISTOLÓGICA NO RASTREAMENTO DE LESÕES PRECURSORAS DO CÂNCER DO COLO UTERINO. CÍNTIA FREITAS ANDRADE; ANA CLAUDINE PONTES; MARIA JOSÉ MASSONETE DE ARAÚJO E SILVA; IAPONIRA DA SILVA FIGUEREDO VIDAL; GILZANDRA LIRA DANTAS FLORÊNCIO; ANA KATHERINE DA SILVEIRA GONÇALVES. UFRN, NATAL, RN, BRASIL. Resumo: Introdução: Apesar dos métodos diagnósticos existentes e da relativa compreensão dos mecanismos envolvidos, o câncer de colo uterino ainda figura entre as neoplasias malignas mais comuns entre as mulheres brasileiras. Isso se deve principalmente a pouca efetividade dos programas de rastreamento, o que justifica a necessidade de se analisar os métodos diagnósticos das lesões do colo uterino, para o controle dessa neoplasia. Objetivo: Comparar os métodos mais freqüentemente utilizados no diagnóstico das lesões induzidas pelo Papillomavírus humano, precursoras do câncer cervical: a citologia oncológica, a colposcopia e o exame histopatológico. Material e método: Foram estudadas oitenta e nove pacientes atendidas no ambulatório de Patologia do trato genital inferior e colposcopia da Maternidade Escola Januário Cicco por ocasião do exame preventivo. Foram avaliadas a sensibilidade e a especificidade da citologia oncológica e da colposcopia com relação ao exame histológico, definido como “padrão-ouro”. Para armazenar os dados, foi criada uma planilha no Excel/Office 2003 e o software InStat Graphpad 3.00/97 foi utilizado para executar as análises estatísticas. Resultados: A média de idade das pacientes foi de 35,78 anos, sendo 13,84% brancas e 86,16% não-brancas. Quanto à procedência, 76,92% eram da capital e 23,08% do interior. Com relação à escolaridade, 53,84% tinham 1º grau, 30,76% tinham 2º grau e 4,6% tinham 3º grau. Em comparação com o estudo anatomo-patológico das lesões cervicais, a sensibilidade da citologia oncológica foi de 72,72%, enquanto que a sensibilidade da colposcopia foi de 90,9%. Conclusão: A colposcopia foi mais sensível que a citologia oncológica quando comparadas ao exame anatomo-patológico, considerado “padrão ouro”, no rastreamento das lesões precursoras do câncer de colo uterino. 60 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P057 MORTALIDADE EM PACIENTE JOVEM COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS E SÍNDROME METABÓLICA: RELATO DE CASO. CÍNTIA FREITAS ANDRADE; PATRICIA CARVALHO PALHANO; JOYCE ELLEN CAVALCANTE SILVA; VANESSA LIMEIRA DE QUEIROZ XAVIER; JOCELINE CÁSSIA FEREZINI DE SÁ; GEORGE DANTAS DE AZEVÊDO. UFRN, NATAL, RN, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é a endocrinopatia mais comum na vida reprodutiva feminina, afetando 5-10% dessa população. Mulheres com SOP têm associação com diversas condições relacionadas a risco cardiovascular, estando a resistência à insulina presente em mais da metade dos casos. Nesse contexto, a síndrome metabólica (SM) aparece como condição muito prevalente. OBJETIVO: Descrever relato de paciente jovem com SOP, que apresentou evolução desfavorável em decorrência de complicações metabólicas e cardiovasculares.MATERIAL E MÉTODO: foram utilizados os prontuários da paciente e os dados colhidos foram armazenados em arquivo do programa word XP. RESULTADOS: 23 anos, natural de Natal, solteira, 2⁰ grau incompleto. Atendimento ambulatorial em 23/04/2007 com queixa de amenorréia há 16 meses associada a hirsutismo. Outras queixas: fadiga aos esforços, palpitações, edema e alteração de sensibilidade em membros inferiores. Exame físico: peso= 90kg; altura= 1,54m; IMC= 37,9kg/m2; TA=130x90mmHg; exame ginecológico normal. Exames laboratoriais: glicemia de jejum= 90mg/dL; colesterol total= 189mg/dL; HDL= 44mg/dL; LDL= 144mg/dL; triglicérides= 210mg/dL; TSH= 4,45mU/L; glicemia pós-prandial=138mg/dL; insulina=17,3 UI/L. Foram diagnosticadas SOP e resistência insulínica, sendo prescritas metformina e medroxiprogesterona. Cinco meses depois, a paciente retornou ao ambulatório relatando uso irregular da metformina devido a náuseas. Verificou-se perda ponderal (5kg), porém hipertensão (140x90mmHg). Foi encaminhada à cardiologia. Em 07/01/2008, a paciente deu entrada em pronto-socorro com quadro de dispnéia, sonolência e mal-estar, há 04 dias. Foram diagnosticados cetoacidose diabética (glicemia 457mg/dL), distúrbio hidroeletrolítico e ácido-básico graves: Na+ 134mEq/L, K+ 2,1mEq/L, uréia 45mg/dL, creatinina 1,1mg/dL. Gasometria: pH 7.027, pO2 138.5, HCO3 11, BE: -19,3. Diante do quadro, foi instituída terapia adequada, porém a paciente evoluiu desfavoravelmente, apresentando óbito após 48 horas da internação. CONCLUSÃO: O caso ilustra a relevância da associação clínica entre SOP, Síndrome Metabólica e risco cardiovascular, demonstrando a importância do adequado rastreamento para os fatores de risco nessas pacientes e a necessidade de uma abordagem multidisciplinar. 61 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P058 TUMOR FILOIDES - RELATO DE CASO. MARINA CARTAXO PATRIOTA LEAL1; JULIANA GADELHA DO AMARAL MIRANDA2; LAKYMÊ ÂNGELO MANGUEIRA PORTO3; ALEXANDRE ROLIM DA PAZ4; VINICIUS VELOSO TEIXEIRA5; GABRIELLE FREITAS MATTOS6. 1,2,3,4.HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 5.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 6.FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: O tumor filóides é uma neoplasia mamária rara, correspondendo 1% de todos os tumores da mama. Pode ter natureza benigna, borderline ou maligna. Seu crescimento é rápido, e o comprometimento da cadeia axilar é excepcional. Os autores relatam caso de paciente de 61 anos, admitida no Hospital Napoleão Laureano, com queixa de tumoração em mama direita de evolução rápida. Ao exame físico, apresentava lesão ulcerada, ocupando toda mama direita, sem comprometer linfonodos axilares. A mamografia não pôde ser realizada na mama acometida pelo tamanho do tumor, mostrando-se normal na mama contralateral. Os achados ultrassonográficos evidenciaram nódulo heterogêneo, com margens lobuladas, medindo 11,5 X 10,6mm na mama direita. Foi submetida à biópsia incisional, com achado histopatológico de tumor filóides benigno. Apesar de tratar-se de neoplasia benigna, a conduta adotada foi mastectomia simples à direita. Para o tumor filóides, a extirpação com margem de 12cm é suficiente, quando o diagnóstico é precoce, evitando mutilações desnecessárias. 62 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P059 ASSOCIAÇÃO DA INDICAÇÃO DO EXAME COM OS ACHADOS À HISTEROSCOPIA. PATRICIA SPARA GADELHA; ANTONIO GADELHA DA COSTA; MARGARIDA ROSA DOS SANTOS ALMEIDA DE ALMEIDA; MAÍRA GOMES MONTEIRO; GUILHERME PORTO DE LIMA; DAYSE FALCAO MACEDO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A histeroscopia é o padrão ouro da avaliação endometrial por permitir avaliação objetiva do endométrio. Objetivos: Avaliar os motivos para a indicação do exame e os achados à histeroscopia no Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande. Material e métodos: Estudo prospectivo transversal com 283 mulheres que fizeram histeroscopia no serviço no período de 1 ano. O referido estudo foi aprovado pelo comitê de ética do Serviço. Avaliou-se os motivos para a indicação dos exames por meio da estatística descritiva e os respectivos achados, avaliando-se a sua associação por meio do teste Qui-quadrado, considerando-se significativas um p< 0,05. Resultados: As mulheres submetidas à histeroscopia apresentavam idade média de 45,5 anos, desvio padrão de 11,6 anos, sendo 25% com menos de 37 anos e outras 25% com mais de 52 anos. Duzentos e uma pacientes eram menopausadas e 82 pacientes realizaram-na no período da menacme. As indicações para sua realização foram variadas, sendo 138 por suspeita de pólipo, 50 por espessamento endometrial, 40 por sangramento uterino anormal e 17 devido a mioma. Outros motivos menos comuns foram adenomiose, presença de células endometriais no CP, endometrite e hematometra. A biópsia foi realizada em 64, não foi executada em 182 e em outras duas não se conseguiu a realização da mesma. Quanto aos achados histeroscópicos, 179 confirmaram a presença de pólipo, 74 não apresentaram alterações, 13 de mioma, 4 carcinomas, 3 falsos trajetos, 2 estenose e 2 não conseguido devido estenose do OCI e 1 septo intra-uterino. Os quatro casos de carcinoma foram identificados em mulheres com 51, 52, 58 e 61 anos. Três realizaram o exame cujo motivo foi sangramento uterino anormal e apenas uma por espessamento endometrial. Identificou-se uma associação significativa entre a indicação do exame e o resultado do mesmo à histeroscopia (p<0,0001), risco relativo 1,45 (IC95% 1,21-1,75), como demonstrado no gráfico abaixo. Conclusão: A expressiva maioria dos casos de histeroscopia confirmou a impressão clínica do indicador do exame, sendo nesta casuística representada pela polipose uterina 63 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P060 DIAGNÓSTICOS ANÁTOMO-PATOLÓGICOS EM PEÇAS DE OOFORECTOMIA: LEVANTAMENTO DAS BIÓPSIAS REALIZADAS NO CENTRO DE DIAGNÓSTICO DO CÂNCER-PB, NO PERÍODO DE 2002 A 2006. GISLAINE GONÇALVES MEDEIROS1; ADENYLZA FLÁVIA ALVES DE PAIVA2; RAIMUNDO SALES FILHO3. 1,2.UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 3.CENTRO DE DIAGNÓSTICO DO CÂNCER, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução : Os tipos de lesão mais comuns encontrados no ovário compreendem os cistos funcionais ou benignos e os tumores. Os folículos císticos do ovário são tão comuns que praticamente são considerados fisiológicos. Originam-se de folículos de Graaf não rompidos ou folículos que se romperam e imediatamente se fecharam. Os tumores de ovário são neoplasias comuns entre as mulheres. Dentre os cânceres do aparelho genital feminino só fica abaixo da incidência do carcinoma de colo de útero e de endométrio. Os fatores de risco incluem nuliparidade, história familiar positiva e mutações hereditárias nos genes BRCA1 e 2, HER2/neu e p53. Os tumores ovarianos são classificados pela OMS de acordo com a sua origem de um dos três componentes do ovário:1) do epitélio de superfície (seroso, mucinoso, endometrióide, de células claras, Brenner, cistadenofibroma), 2) das células germinativas ( teratoma, disgerminoma, de seio endodérmico, coriocarcinoma), 3) do estroma do ovário/cordões sexuais (fibroma, de células da granulosa e da teca, de células de Sertoli-Leydig). Há grupos de tumores que fogem à classificação e os tumores metastáticos para o ovário. Objetivos: Levantar e analisar a ocorrência das lesões neoplásicas e não-neoplásicas em peças de ooforectomia encaminhadas para exame anátomo-patológico no CDC. Material e métodos: Análise retrospectiva dos resultados de exames anátomo-patológicos das peças de ooforectomia provenientes de Unidades de Saúde conveniadas com o SUS, realizados no Serviço de Anatomia Patológica do Centro de Diagnóstico do Câncer (SAP/CDC) do estado da Paraíba,no período compreendido entre 2002 e 2006. Resultados: Em um universo de 611 ooforectomias realizadas, foram diagnosticados: 55,16% de lesões não-neoplásicas: (cisto folicular: 45,5%, corpo lúteo: 9,5% e hiperplasia estromal nodular: 0,16%) e 44,84% de lesões neoplásicas: (tumores de células epiteliais superficiais: 25,4%, tumores de células germinativas: 15,21%, tumores do estroma ovariano/cordão sexual: 4,07%, lesões metastáticas: 0,16%). Conclusão: Os resultados obtidos revelam prevalência acentuada nos diagnósticos anátomo-patológicos de lesões não-neoplásicas, evidenciando assim, as ooforectomias realizadas desnecessariamente nos serviços de saúde em pacientes hígidas, devido a presença de lesões funcionais e fisiológicas como os cistos folicular e lúteo sem evidência de alterações neoplásicas que poderiam justificar e corroborar tal procedimento. Dentre as lesões neoplásicas, destacam-se os tumores de células epiteliais superficiais e o de células germinativas em detrimento aos tumores de estroma ovariano/cordão sexual e as metástases. 64 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P061 PREVALÊNCIA DE CORRIMENTO VAGINAL, SUA ETIOLOGIA E TRATAMENTO EM AMBULATÓRIO DO CAIS. JOAO BENEDITO DE FIGUEIREDO VINAGRE; ALINE DE ALMEIDA LEITAO; JOÃO GUILHERME PINTO VINAGRE; LARISSA CUNHA RODRIGUES; MIGUEL ERNANDO LIMA ARRUDA; MOEMA PEISINO PEREIRA. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: São três os principais tipos de vaginites infecciosas: vaginose bacteriana (35-50%), candidíase (20-40%) e tricomoníase (10-30%), sendo estes processos inflamatórios os que mais acometem os órgãos genitais femininos e atingem entre 15% e 20% as mulheres americanas. OBJETIVO: Identificar a prevalência de pacientes com queixa de corrimento vaginal e suas principais etiologias no período de janeiro e fevereiro de 2008 no Centro de Atenção Integrada à Saúde (CAIS) de Jaguaribe. MATERIAL E MÉTODO: Foram avaliados 205 prontuários de pacientes do sexo feminino atendidos em ambulatório do CAIS. Foram coletados dados pessoais, como idade, cor, número de parceiros, uso de contraceptivos hormonais orais, resultados dos exames colpocitológicos oncóticos, tratamento instituído e sua resposta. RESULTADOS: Observou-se uma prevalência de corrimento nas pacientes de 15,60%. A idade destas pacientes variou entre 14 e 61 anos, sendo a idade média de 33 anos. Das 32 pacientes com queixa de corrimento, 71,87% eram brancas e 28,13% eram pardas. Das pacientes com corrimento, 9% eram virgens, 62% tinham de 1-2 parceiros, 25% tinham 3-4 parceiros e 4% tinham cinco ou mais parceiros. 15,62% referiam ter parceiros promíscuos. O exame colpocitológico oncótico identificou 53,12% pacientes infectados por Candida sp., 9,37% infectados por Gardnerella vaginalis, 25% tiveram candidíase de repetição, 12,5% processo infamatórios inespecíficos, e 25% normais. Das pacientes com candidíase, 11, 76% apresentavam corrimento amarelado, 52,94% esbranquiçado, 52,94% pruriginoso, 5,88% fétido. Dentre os pacientes com Gardnerella vaginalis, 33,3% tinham corrimento amarelado e 66,7% fétido. Dos pacientes com processo inflamatório inespecífico, 25% amarelado, 25% incolor, 50% esbranquiçado, 50% pruruginoso e 25% fétido. Dos pacientes com colpocitologia oncótica normal, em 37,5% o corrimento era brando, 25% puriginoso, 25% inespecífico. Com relação ao tratamento, 66,7% das pacientes que apresentaram Candida sp. e fizeram tratamento oral com fluconazol obtiveram resposta satisfatória. Das pacientes que fizeram uso de tratamento tópico (fenticonazol, terconazol, violeta de gensiana, itraconazol e miconazol), 88,9% tiveram boa resposta. As mulheres com candidíase de repetição fizeram diversos tratamentos, sendo que 40% foram encaminhadas para imunologista e psicólogo, 20% para a psiquiatria e 20% fizeram uso de sabonete de cetoconazol. Das pacientes com Gardnerella vaginalis, 100% responderam bem à associação de secnidazol com Schinus terebinthifolius. CONCLUSÃO: Em nossa estatística não houve concordância na prevalência das etiologias específicas com a estatística americana. Quanto ao tratamento, houve uma melhor resposta ao tratamento tópico em relação ao tratamento oral, também contrariando as estatísticas em vigência. Em tempo: todas as pacientes tiveram orientação quanto à higiene, ao vestiário e à vida sexual. 65 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P062 GRAVIDEZ PÓS TERATOMA CÍSTICO BILATERAL – RELATO DE CASO. ÁUREA MAÍLA ALBUQUERQUE1; JAMYLLE ARAÚJO DIAS DOS SANTOS2; CATARINA MARIA DE SENA3; ÁGATA CATIUSCA GONÇALVES DE SOUZA4; MARIA ELISABETH DIAS DOS SANTOS5. 1,2,3,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 5.UNIMED, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: o teratoma cístico ovariano maduro é um tumor benigno derivado de células germinativas, composto por tecidos bem diferenciados oriundos dos três folhetos embrionários. Por apresentar sempre estruturas epiteliais, também é denominado cisto dermóide. Sua prevalência é maior em mulheres jovens e corresponde a 62% dos tumores ovarianos. Os teratomas bilaterais, menos comuns que os unilaterais, ocorrem em apenas 12% dos casos. A importância da conservação da funcionalidade dos ovários quando acometidos bilateralmente representa a singularidade deste estudo, haja vista ser necessário preservar a fertilidade em mulheres em idade fértil. Relato de Caso: J.D.C., feminina, 22 anos, casada, primípara, em 05/06/2001 procurou o consultório médico queixando-se de irregularidade menstrual. Ao exame físico ginecológico era obesa, com hímen íntegro, septado, genitália externa normal. Foi realizada coleta para citológico e solicitada USG pélvica, que constataram, respectivamente, flora bacilar normal e útero sem anormalidades, ovários multicísticos, sendo volume do ovário D de 2,9 cm3 e ovário E sugestivo de teratoma. Foi prescrito Etinilestradiol combinado com Ciproterona. Após 1 ano, retornou ao consultório queixando-se de amenorréia. Na ocasião, novo citológico não apresentou anormalidades e nova USG pélvica detectou cistos dermóides em ambos os ovários, sugerindo ciclos anovulatórios. Paciente se ausentou 3 anos, retornando em 20/10/2005 com atividade sexual iniciada, irregularidade menstrual e leucorréia com odor. Em 05/05/2006 a paciente foi submetida à ooforoplastia bilateral, severa, com extensa remoção de parênquima ovariano, fazendo uso da técnica de conservação ovariana. Foi avaliada com 15 e 30 dias após cirurgia apresentando boa cicatrização, sem queixas, fluxo menstrual normal e AP confirmando o diagnóstico de cisto dermóide bilateral. Em 12/09/2007, a paciente retorna grávida com 12 semanas de gestação, sendo iniciado o pré-natal. Houve ameaça de aborto na 14ª semana, revertida com prescrição de Didrogesterona, associado com Paracetamol e Brometo de N-butilescopolamina. Na 21ª semana, apresentou oligoâmnio acentuado, necessitando de internação hospitalar, seguida de normalização do ILA. Com 35 semanas foi referida nova perda de líquido, entretanto USG Obstétrica com Doppler constatou ILA normal de 11,7. A paciente apresentou amniorrex prematuro com 37 semanas, sendo submetida a um parto cesariano (19/03/2008) sem complicações e RN com apgar 9. Discussão: cisto dermóide bilateral é uma patologia incomum e de bibliografia escassa. Este tumor apresenta uma cápsula de revestimento lisa, íntegra, móvel e sem aderências a outros órgãos, possuindo em seu interior fios de cabelo, gordura, tecido osseocartilagíneo, dentre outros. Os teratomas maduros são em geral assintomáticos, porém, é possível que apresentem sintomas agudos decorrentes de torção do pedículo ovariano ou ruptura da cápsula. A presença de componente maligno pode ocorrer em cerca de 1-2% dos casos, sendo mais freqüentes em mulheres menopausadas. O tratamento é cirúrgico, devendo ser adotado em todos os casos técnica de preservação ovariana que conserva qualquer porção de uma ou ambas as gônadas; o tecido normal restante proporciona equilíbrio hormonal e permite a fertilidade da mulher, como no caso relatado. Corroborando esta afirmativa e contrapondo pesquisas que incentivam a ovariossalpingectomia, a paciente J.D.C., após ooforoplastia bilateral extremamente extensa que lhe resultou em minúsculas massas ováricas infimamente conservadas, engravidou e apresentou uma gestação relativamente regular, sem complicações incomuns a outras gravidezes. 66 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P063 ACHADOS DO ESTUDO DO ENDOMÉTRIO EM PACIENTES SUBMETIDAS A HISTERECTOMIA TOTAL POR MIOMATOSE UTERINA NO ANO DE 2007 NO HOSPITAL BARÃO DE LUCENA – RECIFE. AURELIO ANTONIO RIBEIRO DA COSTA; LEONAM C COSTA; VERA MGM SENA; MARIA DE FATIMA S NASCIMENTO; GUILHERME S CARVALHO. HBL, RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Objetivo: Analisar os achados endometrias em pacientes submetidas a histerectomia por miomatose uterina obtidos previamente e posteriormente a cirurgia. Método: Realizou-se um estudo retrospectivo, com informações colhidas dos prontuários. Sendo incluídas 90 pacientes. Resultados: A média de idade foi 43 anos, 67,8% das pacientes queixavam-se de dor pélvica e 87,7% de irregularidade menstrual, 68,9% apresentavam eco endometrial inferior a 15mm. 76.6% foram submetidas a estudo prévio da cavidade sendo encontrado endométrio proliferativo ou secretor em 35,5%, pólipo em 11%, atrófico em 3.3%, hiperplasia simples em 18,9% e complexa sem atipia em 2,2%. Já os achados histopatológicos pós-cirúrgicos, os quais foram realizados em todas as pacientes, foram de 78.9% de endométrio proliferativo ou secretor, 15,6% de hiperplasia simples, 5,6% de hiperplasia complexa, e 5,6% de atrofia. Conclusão: Não houve achado de atipia ou carcinoma endometrial em nenhuma das pacientes avaliadas. Sendo que a grande maioria estava na pré-menopausa e não apresentavam alterações ecográficas endometriais. 67 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P064 MASSA PÉLVICA MIMETIZANDO TUMOR DE OVÁRIO - UM REALTO DE CASO DE TUMOR ESTROMAL DO TRATO GASTROINTESTINAL (GIST). LUIZ CARLOS TORRES PORPINO; GIZA MIRIAN BERNARDO CARLOS; ALYNE DINIZ LOUREIRO; KLEBER DE CASTRO GUERRA; AUGUSTO CESAR DOS SANTOS BARBOSA GONDIM; DANIEL DE ARAÚJO PAZ. HOPSITAL NAPOLEÃO LAUREANO, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Os tumores estromais do trato gastrointestinal (GIST) são neoplasias raras que podem acometer todo o tudo digestivo, principalmente cólon esquerdo e transverso (71%). Acomete pacientes acima dos 60 anos e não há predileção por sexo. Caracteriza-se por seu caráter clínico variável e pela dificuldade em determinar o seu comportamento biológico. A maioria é assintomática, porém manifestações como dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos e massa abdominal palpável pode estar presente. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de um tumor estromal intestinal cujo diagnóstico inicial era um tumor ovariano. Paciente E.J.S, gênero feminino, 51 anos, costureira, natural de Cuité e procedente de João Pessoa procurou o Ambulatório de Ginecologia do Hospital Napoleão Laureano em João Pessoa apresentando quadro sangramento vaginal purulento,dor em baixo ventre e constipação intestinal há 1 ano. Referia 3 gestações, sendo 2 partos cesarianos e um aborto, além de laqueadura. Relata história de leiomioma sendo realizado histerecomia com anexectomia. Nega historia família de neoplasia. Não apresentava alteração ao exame físico. A Tomografia Computadorizada e a Ressonância Magnética de abdome evidenciaram massa complexa com topografia da região dos vasos ilíacos externos esquerdos. Tais provas diagnóticas conduziram a hipótese de tumor de ovário. Foi submetida à cirurgia para ooforectomia há 3 meses, porém foi encontrada uma massa tumoral no intra-operatório em segmento intestinal. O procedimento foi então modificado para enterectomia com anastomose término-terminal O exame anátomo-patológico revelou tratar-se de um tumor estromal do trato gastrointestinal (GIST) metastático, com positividade na imunoistoquímica para antígenos c-kit(CD-117). A paciente encontra-se em tratamento com imatinib, um inibidor da proteína tirosino-quinase, o qual age induzindo a apoptose em células que apresentam mutação para c-kit. Esse tumores estromais gastrointestinais estão entre as neoplasias de mais difícil compreensão. Considerá-lo como hipótese diagnóstica tornase difícil pela sua raridade - cerca de 1% de todos os casos de tumores do trato gastrointestinal – seu prognóstico é deficiente em decorrência de seu comportamento biológico variado. No caso relatado, a paciente apresentava histórico ginecológico positivo para afecções neoplásicas e os exames complementares conduziram a suspeita de tumor de ovário, não observado à análise direta. 68 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P065 REVISÃO SISTEMÁTICA: USO DE METFORMINA NA PREVENÇÃO DE ABORTOS RECORRENTES EM PACIENTES PORTADORAS DE SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO. PAULO ROBERTO MUNIZ DANTAS1; DANIEL ESPINDOLA RONCONI2; PAULO EMILIO MAROJA PEDROSA NETO3; VANESSA DANTAS DINIZ4; GEORGE CALDAS DANTAS5; LIGIA IMPERIANO NOBREGA6; DANIEL MACEDO SEVERO DE LUCENA7; GABRIELA MATOS FALCÃO8. 1,2,3,5,6,7.UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 4.FAMENE, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 8.UPFB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: Abortamento recorrente é uma condição heterogênea que acomete 0,5-3 por cento das mulheres em idade reprodutiva. Alguns autores o definem como sendo pelo menos 2 abortamentos consecutivos; outros, como sendo ao mínimo 3. Dentre as causas propostas de aborto recorrente, os fatores endócrinos permanecem entre os mais controversos. Dentre estes, a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) tem ser tornado o principal alvo de estudo na última década. A SOP é uma doença complexa e heterogênea que afeta aproximadamente 5-10% das mulheres em idade reprodutiva e caracteriza-se pela presença de anovulação, infertilidade e hiperandrogenismo e está, freqüentemente, associada à obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial e diabetes tipo II. Objetivos: Esta revisão visa demonstrar, através dos artigos relacionados ao tema publicados na literatura médica, que o uso de metformina durante a gestação em pacientes com Síndrome do Ovário Policístico (SOP) leva à diminuição a incidência de abortos recorrentes. Métodos: Para esta revisão descritiva, foram utilizadas as bases de dados: Medline (www.medline.com/nlm.nih.gov/PubMed); Lilacs (www.bireme.br) e SciELO (www.scielo.br). O critério adotado para a seleção dos trabalhos inclui: somente aqueles provenientes de estudos clínicos, randomizados, controlados, metanálises e revisões, sem limitação de data, nos idiomas inglês, espanhol e português e com abstract disponível. Foram usados os seguintes descritores (nos idiomas citados): “aborto recorrente”, “síndrome do ovário policístico”, “metformina” e “gestação”. Resultados: Nos estudos analisados, foram acompanhadas, prospectivamente, um total de 55 pacientes, grávidas, portadoras de SOP que faziam o uso regular de metformina e que se encaixavam nos conceitos de aborto recorrente. Tais pacientes, após o início da gestação permaneceram fazendo uso da metformina. 30 pacientes fizeram uso por 14 semanas e 25 durante, em média, 32 semanas. Todas, exceto uma, levaram a gestação até o parto. Além disto, das pacientes que utilizaram a metformina por um maior número de semanas, apenas uma desenvolveu diabetes gestacional, enquanto que daquelas que fizeram o uso por 14 semanas, 11 desenvolveram diabetes gestacional. Conclusão: Diante do exposto, pode-se concluir que, de acordo com as mais recentes publicações da literatura médica, a metformina, além de ser droga de escolha no tratamento de pacientes com SOP, pode ser utilizada nas pacientes portadoras desta síndrome durante a gestação. Porém, os estudos publicados não são esclarecedores quanto ao número de semanas nas quais o medicamento deve ser mantido. 69 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P066 USO DE MISOPROSTOL PREVIAMENTE À HISTEROSCOPIA EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO PLACEBO CONTROLADO. AURELIO ANTONIO RIBEIRO DA COSTA1; RITA DE CASSIA E ARAUJO2. 1.IMIP/HBL, RECIFE, PE, BRASIL; 2.HBL, RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: CENÁRIO: cerca 10% das mulheres atingem 50 anos de idade. O sistema de saúde precisa se preparar para atender as menopausadas, uma vez que é clara a feminilização do envelhecimento no Brasil. OBJETIVO: comparar resultados operatórios em pósmenopausadas submetidas à histeroscopia diagnóstica, com uso de misoprostol para amadurecimento cervical. MÉTODOS: realizou-se um ensaio clínico, randomizado, em pós-menopausadas submetidas à histeroscopia diagnóstica, recebendo previamente 200µg vaginal de misoprostol ou placebo. Variáveis: tempo do procedimento, freqüência e intensidade da dor durante o exame, necessidade de dilatação, efeitos colaterais e complicações da histeroscopia. Análise estatística: utilizaram-se testes quiquadrado de associação, teste exato de Fisher e Mann-Whitney, considerando-se significativo erro alfa <5%. RESULTADOS: Houve semelhança na idade (p=0,09), paridade (p=0,88), IMC (p=0,55), tempo de menopausa (p=0,52), meio distensor com CO2 ( p=0,44) e indicações por mioma, espessamento endometrial ou sangramento genital (p=0,52; 0,37; 0,62). O grupo misoprostol apresentou menor intensidade da dor durante o procedimento (mediana de 05 versus 07, p=0,02), semelhança na duração (2,4 versus 2,0 min, p=0,3), dor ao exame e biópsia (p=0,74 e 0,19), na necessidade de dilatação ( p=0,66), efeitos colaterais e complicações. Não houve diferenças na intensidade da dor pós-procedimento. CONCLUSÃO: O uso prévio de misoprostol diminuiu a intensidade da dor durante a histeroscopia. 70 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P067 LEPRECHAUNISMO: RELATO DE CASO. THAYZE TEIXEIRA MARTINS1; MAÍRA GOMES MONTEIRO2; RAFAELLA MENEZES DE SOUSA3; MELANIA RAMOS AMORIM4; DEBORA FARIAS BATISTA LEITE5; ALINE DA MOTA ROCHA6. 1.UFCG, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,3,4,5,6.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: Mutações no gene do receptor de insulina podem causar síndromes de resistência insulínica, dentre as quais o Leprechaunismo é a forma mais extrema. É um distúrbio autossômico recessivo raro (1 em cada 4 milhões de nascidos vivos), caracterizado por restrição grave do crescimento intra-uterino e pós-natal; face pequena semelhante à de duende com orelhas protuberantes; distensão abdominal; mãos, pés e genitália relativamente aumentados; diminuição da massa muscular e do panículo adiposo; acantosis nigricans e hipersecreção ovariana de androgênios resultando em síndrome dos ovários policísticos, oligomenorréia, hirsutismo e, algumas vezes, virilização. Objetivos: Relatar um caso de síndrome pouco freqüente e de escassa descrição literária. Relato do Caso: Adolescente do sexo feminino, 18 anos, com diagnóstico de Leprechaunismo há 12 anos. Nascida de parto normal, gestação de 38 semanas, de pais não consangüíneos, baixo peso ao nascimento (2300g) e medindo 48cm. Aos dois anos e cinco meses encontrava-se abaixo do percentil 3 para peso, altura e perímetro cefálico. Apresentava fácies de duende, lábios espessos e flácidos, hipoplasia do esmalte de todos os dentes, erupção precoce dos incisivos centrais, achatamento malar, escassez de panículo adiposo, hepatomegalia, acantosis nigricans, hipertricose, telarca bilateral (M3), pubarca (P2), hipertrofia de clitóris e rugosidade e hiperqueratose da região anal. Investigação molecular demonstrou um ponto de mutação no resíduo 1174 do gene receptor de insulina com substituição de arginina por triptofano. Evoluiu com infecções de repetição de vias aéreas superiores, surgimento de discreto bócio difuso, acne grau III, retardo mental, hipoglicemia de jejum e hiperglicemia pós-prandial associada a hiperinsulinemia. Além disso, houve demonstração ultra-sonográfica de aumento progressivo do volume de ambos os ovários, acompanhado pela presença de múltiplos cistos. Apresentou menarca aos 13 anos seguida por ciclos irregulares e posterior amenorréia. Exames laboratoriais demonstraram hipoestrogenismo e hiperandrogenismo. Não houve resposta ao teste da progesterona. O teste do LHRH bem como ressonância nuclear magnética cerebral excluíram hipogonadismo hipofisário. Tratamento com análogos do LHRH proporcionou manutenção do estado puberal. Atualmente, a paciente evolui com controle glicêmico adequado obtido com terapia combinada de hipoglicemiantes. Vem fazendo uso de estradiol e noretisterona, entretanto persiste em amenorréia. Conclusão: Leprechaunismo é condição rara com múltiplas apresentações fenotípicas e óbito antes do primeiro ao de vida. A importância do caso relatado reside no fato de a paciente apresentar uma mutação original no gene do receptor de insulina, que pode ser o fator determinante da maior sobrevida. Além disso, é o primeiro caso de associação de alterações odontológicas e puberdade precoce com a síndrome em questão. 71 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P068 FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM CLIMATÉRICAS. THAYZE TEIXEIRA MARTINS1; DEBORA FARIAS BATISTA LEITE2; MELANIA RAMOS AMORIM3; DAYSE FALCAO MACEDO4; THALES PORTELA BARBOSA5; AMANDA LEMOS MARTINS6. 1.UFCG, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,3,4,5,6.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A incidência de doenças cardiovasculares aumenta com a idade, principalmente nas mulheres e ocorre 2 a 3 vezes mais após a menopausa do que na prémenopausa. A cada década de vida, a taxa de mortalidade no sexo feminino aumenta de 3 a 5 vezes. Vários fatores estão relacionados a este elevado risco cardiovascular como idade, nível de colesterol total e frações, nível de pressão arterial e hábito ou não de fumar. Objetivo: determinar a prevalência de dislipidemias e outros fatores de risco cardiovascular em pacientes climatéricas atendidas em um hospital-escola. Métodos: estudo retrospectivo, do tipo corte transversal, envolvendo 500 pacientes climatéricas atendidas no Ambulatório de Ginecologia do Hospital Universitário Alcides Carneiro, da Universidade Federal de Campina Grande, no período de julho de 2002 a setembro de 2007. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição. Foram critérios de inclusão mulheres com idade entre 40 e 65 anos, desde que tivessem sido submetidas a avaliação clínica completa e dosagem do perfil lipídico (colesterol total e frações, triglicerídios) e glicemia de jejum. Excluíram-se as pacientes cujos prontuários estivessem incompletos, sem anotação das variáveis de análise. Quanto aos fatores de risco cardiovascular, pesquisou-se a presença de hipertensão e diabetes, antecedentes familiares de dislipidemia e/ou doença coronariana, sedentarismo e tabagismo, além do uso ou não de terapia hormonal. No exame físico, determinou-se o índice de massa corpórea, a pressão arterial, circunferência da cintura e do quadril. Resultados: a idade variou de 40 a 65 anos (média de 48,7 anos ±¬ 6,1), sendo 56% com idade menor que 50 anos. Analisando-se os fatores de risco para doença cardiovascular detectados pela anamnese, verificou-se uma freqüência de hipertensão arterial de 42% e diabetes de 16,6%. A maioria das pacientes (83,6%) era sedentária e 22,4% eram tabagistas. Quanto aos antecedentes familiares, encontrou-se uma freqüência de coronariopatia de 39% e dislipidemias de 30%. Apenas 43,2% das pacientes tinham peso normal, 34,8% tinham sobrepeso e 22% eram obesas. A média da relação cintura/quadril foi de 0,84 ± 0,09, sendo encontrado um valor maior que 0,8 em 39,8% das pacientes. A média da cintura foi de 88,8 ± 12,1cm e cintura maior que 88 foi observada em 43,2% das pacientes. O colesterol total variou entre 103mg% e 411mg%, com média de 212,6mg%. Níveis de colesterol abaixo de 200mg% foram observados em 41,3%, com uma freqüência de colesterol limítrofe (200-239mg%) de 35,1% e colesterol alto (a partir de 240mg%) de 23,6%. A prevalência de síndrome metabólica foi de 32,8%, sendo mais elevada em pacientes na pós-menopausa (42%) em relação à pós-menopausa (26%). Conclusão: a freqüência de sobrepeso/obesidade e outros fatores de risco cardiovascular é bastante elevada em pacientes climatéricas atendidas no HUAC, descrevendo-se uma prevalência de síndrome metabólica em torno de 33%. 72 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P069 SÍNDROME DE MAYER-ROKITANSKY-KÜSTER-HAUSER: RELATO DE CASO. INDALÉCIO PACELLI FERNANDES; JOÃO BATISTA FERNANDES; GERALDEZ TOMAZ. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A síndrome acomete uma em cada 5-7 mil mulheres nascidas e suas causas não são claramente conhecidas. Em geral é uma anomalia só descoberta na adolescência, no período da menarca ou da primeira relação sexual. Pode ou não haver um mínino de profundidade vaginal (às vezes até 3,5 cm), assim como órgãos gônadas e útero. O tratamento envolve o apoio psicológico dos parentes do paciente, e a única técnica para reversão é a vaginoplastia. OBJETIVO: Relatar um caso clínico de uma paciente portadora da Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH) atendida no Hospital Universitário Lauro Wanderley. MATERIAL – RELATO DE CASO: M.R., 24 anos, sexo feminino, cor negra, estudante, foi admitida com queixa de dores em baixo ventre há cerca de 4 anos, em pontada, de comportamento cíclico, com duração de 3-5 dias. A paciente referia ausência de ciclos menstruais (amenorréia primária). Foi realizada USG que evidenciaou agenesia genital e distúrbios de formação de estruturas ginecológicas como ausência de ovário esquerdo. Ao exame físico foi constatada agenesia de canal vaginal com vulva trófica. Foi solicitado estudo citogenético que evidenciou cariotipagem normal. Diante dos achados clínicos, laboratoriais e de imagem foi dado diagnótico de Síndrome de MRKH sendo indicada a cirurgia de vaginoplastia (neovagina). RESULTADOS: A vaginoplastia foi realizada com sucesso, com a técnica de fixação de prótese coberta com membrana amniótica, obtendo-se resultado bastante satisfatório, com a paciente recebendo alta hospitalar 14 dias após a cirurgia. CONCLUSÃO: O objetivo de se realizar vaginoplastia em pacientes com a síndrome de MRKH é proporcionar a ocorrência de coitos, em que pesem não apenas a penetração peniana, mas, principalmente, o conforto e a satisfação da paciente. Nos casos em que existe útero funcionante, a possibilidade de menstruar e mesmo de gestação concorre para melhora da auto-estima, da autoconfiança e da percepção da paciente sobre sua feminilidade. 73 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P070 FALÊNCIA OVARIANA PRECOCE AUTO-IMUNE: RELATO DE CASO. THAYZE TEIXEIRA MARTINS1; DAYSE FALCAO MACEDO2; MAÍRA GOMES MONTEIRO3; MELANIA RAMOS AMORIM4; ALINE DA MOTA ROCHA5; DEBORA FARIAS BATISTA LEITE6. 1.UFCG, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,3,4,5,6.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Falência Ovariana Precoce (FOP) acomete 1% da população feminina, sendo a incidência de 1:10000 em mulheres antes dos 20 anos com cariótipo 46XX. Em pacientes com amenorréia primária, a prevalência de FOP é de 10–28%. Sua etiologia é heterogênea, abrangendo desde causas iatrogênicas à auto-imunidade. Esta última corresponde a cerca de 20% dos casos e geralmente está associada a outras doenças auto-imunes. Seu diagnóstico baseia-se na exclusão de outras causas, além da presença de um ou mais critérios para doenças auto-imunes. OBJETIVO: Relatar um caso de paciente com Falência Ovariana Precoce Auto-imune associada a Doença de Graves e Artrite Idiopática Juvenil. MATERIAL E MÉTODOS: Análise retrospectiva de prontuário do Ambulatório de Ginecologia. RELATO DE CASO: Paciente de 22 anos, portadora de Doença de Graves (tratada com I131 há cinco anos) e artrite idiopática juvenil, em uso de metotrexate, prednisona e ácido fólico. Foi encaminhada ao ambulatório de ginecologia com história de amenorréia primária e déficit de crescimento e desenvolvimento. Ao exame físico, apresentava proeminência frontal, palato ogival, hipertelorismo ocular, epicanto bilateral, orelhas não encurvadas, implantação alta dos cabelos, dedos longos e em fuso, camptodactilia, pés planos, déficit cognitivo, sulco palmar abaixo da linha média, cubitus e genus valgos, telarca, axilarca, pubarca no primeiro estágio de Tunner e lesão acrômica em grandes lábios sugestivas de vitiligo. Altura de 1,49m, pesando 49,4kg. Exames laboratoriais demonstravam níveis séricos de FSH acima de 40 e hipoestrogenismo. À ultrasonografia pélvica, útero e ovários com redução volumétrica em relação à idade. Exames de cariotipagem de células do sangue e mucosa: 46XX, sem microdeleções, mosaicismo ou doenças gênicas. À densitometria óssea: osteoporose. Pesquisa de anticorpos anti-ovário foi positiva. Foi iniciada a administração de cálcio, vitamina D e etinilestradiol associado a drospirenona. Atualmente, a paciente evolui com episódios de spotting, desenvolvimento mamário (M3) e pubarca (P3). CONCLUSÃO: A associação da falência ovariana precoce com doenças auto-imunes é bem conhecida e pode atingir até 30% dos casos. As doenças auto-imunes da tireóide estão presentes em até 20% dos casos de FOP. A paciente em questão apresenta a associação de múltiplas condições auto-imunes acompanhadas de déficit cognitivo importante e sinais dismórficos, entretanto, não há evidências genotípicas de doença cromossômica. O diagnóstico sorológico de FOP auto-imune é difícil devido à falta de um marcador específico e aos diferentes tipos celulares que podem estar envolvidos. 74 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P071 DIAGNÓSTICO DE INFERTILIDADE CONJUGAL: FREQUENCIA DOS ACHADOS LAPAROSCÓPICOS. INDALÉCIO PACELLI FERNANDES; JOÃO BATISTA FERNANDES; GERALDEZ TOMAZ. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A infertilidade é definida como a dificuldade de um casal em idade reprodutiva para conceber depois de, no mínimo, um ano de coito regular sem contracepção. Afeta de 10 a 15% dos casais em idade fértil, sendo as doenças do trato genital feminino responsáveis por 50 a 60% dos casos, ao passo que 40 a 50% estão relacionados a fatores masculinos. OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo analisar a freqüência dos principais achados laparoscópicos encontrados em pacientes com história de infertilidade. MÉTODO: Estudo retrospectivo observacional a partir da análise dos prontuários das pacientes atendidas no Hospital Universitário Lauro Wanderley no período de 2000 a 2008. RESUTADOS: Avaliando-se os achados laparoscópicos dos casos cuja indicação cirúrgica foi infertilidade, observamos com 58,4% o diagnóstico de aderências pélvicas, seguidas por obstrução tubária com 37,2%, endometriose 33,4%, miomatose uterina 28,5%, alteração tubária 17%, ovários policísticos 15,3% e DIP 9%. CONCLUSÃO: A laparoscopia é recurso extremamente eficaz para o diagnóstico de fatores tubo-peritoneais, bem como para a sua abordagem terapêutica, além de ter importância na tomada de decisão pelo casal sobre qual será seu próximo passo no tratamento e, portanto, deve ser cuidadosamente considerada antes de estabelecer o diagnóstico final da causa de infertilidade. Concluiu-se que a freqüência dos achados anormais encontrados neste estudo condiz com os descritos por outros autores. 75 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P072 PERFIL LABORATORIAL EM PACIENTES PORTADORAS DE SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS. INDALÉCIO PACELLI FERNANDES1; JOÃO BATISTA FERNANDES2; GERALDEZ TOMAZ3. 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 2,3.UNIVERSIDADE FEDARAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) constitui uma patologia endócrina heterogênea, podendo ser avaliada por parâmetros clínicos e laboratoriais. Os parâmetros clínicos incluem distúrbios menstruais (oligo/amenorréia) e hirsutismo. Quanto aos laboratoriais, encontramos alterações endócrinas como o hiperandrogenismo e secreção inapropriada de LH. Além disso, um número considerável de pacientes com SOP apresenta resistência insulínica e hiperinsulinemia compensatória. OBJETIVO: No presente estudo, avaliam-se o perfil hormonal e metabólico em pacientes portadoras de SOP comparando-se com mulheres não portadoras da síndrome, considerando-se faixa etária e o índice de massa corpórea. MATERIAL E MÉTODO: Estudo retrospectivo observacional a partir da análise dos prontuários das pacientes atendidas no Hospital Universitário Lauro Wanderley no período de 2000 a 2008. RESULTADOS: Com relação à avaliação hormonal, como era esperado, os valores de LH e androgênios foram significativamente mais elevados no grupo de pacientes com SOP. Os valores médios de 17OH-Progesterona estiveram acima do valor máximo para normalidade. A glicemia basal não diferiu entre os subgrupos. A hiperinsulinemia está freqüentemente presente em pacientes obesas com SOP, mas não naquelas com peso normal. As mulheres com SOP apresentaram valores significativamente mais elevados de colesterol total, LDL-C, TG, e tendência de níveis mais baixos de HDL-c que nas pacientes sem SOP e com peso normal. CONCLUSÃO: A presença de obesidade tem um forte impacto negativo sobre os parâmetros metabólicos. O perfil lipídico das pacientes estudadas mostrou valores de colesterol total, LDL-colesterol e triglicerídeos mais elevados nas pacientes com sobrepeso, independente do diagnóstico etiológico. Estes resultados estão de acordo com outros trabalhos na literatura. Uma forte indicação de SOP é a relação LH:FSH maior que 2, que foi evidenciada em mais de 52% das pacientes analisadas. 76 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P073 ASSOCIAÇÃO DA MORFINA COM ANTIINFLAMATÓRIO NÃO ESTERÓIDE EM ANALGESIA PÓS-OPERATÓRIA DE CESARIANAS. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. PEDRO HENIQUE ROBRIGUES DA SILVA1; CÉSAR HENRIQUE SILVA BORBA2; JOSÉ GERALDO DINOÁ MEDEIROS NETO3; MARIA ADRIANA DE QUEIROGA4; JOSE SILVA RODRIGUES5; ITALA VANESSA NERI6. 1,2,3,4,6.FACULDADE CIENCIAS MEDICAS DA PARAIBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 5.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Introdução:Os antiinflamatórios não esteróides (AINES), quando analisados individualmente, apresentam variações importantes com relação à potência antiinflamatória, analgésica e ocorrência de efeitos colaterais. A associação de baixas doses de morfina com o diclofenaco ou cetoprofeno sistêmico têm se mostrado eficaz no controle da dor pós-operatória em cesarianas. Os antiinflamatórios não esteróides (AINES), quando analisados individualmente, apresentam variações importantes com relação à potência antiinflamatória, analgésica e ocorrência de efeitos colaterais. Estudos em analgesia pós-cesariana indicam que tanto a necessidade de opióides quanto os escores de dor podem ser diminuídos quando o diclofenaco ou cetoprofeno é acrescentado ao tratamento em diferentes doses e por diferentes vias de administração. A morfina é freqüentemente utilizada na analgesia pós-parto em pacientes submetidas à cesariana sob raquianestesia. Observou-se que o opióide administrado em baixas dosagens, combinado com o cetoprofeno ou com o diclofenaco tem alta eficácia e reduz os efeitos colaterais da morfina. O primeiro apresenta mais toxidade e menor tolerância gastrointestinal, e quando associado ao diflofenaco este apresenta algia muscular, podendo ter lesões subcutâneas e musculares, tendo menos custo. O presente estudo constitui uma pesquisa bibliográfica cujo objetivo destina-se a analisar a produção científica publicada em portais eletrônicos de grande fluxo de acesso relacionado à associação da morfina com antiinflamatório não esteróide em analgesia pós-operatória de cesarianas. Objetivos:Analisar os benefícios da analgesia pós-parto e a melhor associação de doses baixas de morfina subaracnóidea com cetoprofeno ou diclofenaco. Materiais e métodos:Trata-se de um estudo de natureza bibliográfica e descritivo, elaborado a partir de artigos pertinentes ao tema, na execução permeamos as fases de levantamento e seleção da bibliografia e leitura analítica. Analisou-se 12 artigos. Resultados:Os resultados evidenciam os benefícios do uso de morfina na analgesia pósparto e sua associação em baixas doses com AINES. O cetoprofeno apresenta mais toxidade e menor tolerância gastrointestinal, mas demonstrou maior analgesia, e quando associado ao diclofenaco, este apresenta algia muscular, podendo ter lesões subcutâneas, musculares e tem a vantagem de ter menores custos. Nosso objeto de estudo analisou a associação da morfina com antiinflamatório não esteróide em analgesia pós-operatória de cesarianas. Conclusão:A morfina quando associada ao cetoprofeno mostrou menor necessidade de adição de novos analgésicos em relação ao diclofenaco, tendo assim diminuído os riscos e efeitos colaterais. 77 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P074 ANÁLISE CLÍNICO- ESTATÍSTICA DE 41 HISTEROSCOPIAS REALIZADAS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDRELEY-UFPB. VENTURIELSO VENTURA GOMES; GIOCONDA COUTINHO DANTAS; PEDRO CORDEIRO FILHO; CLAUDIO SERGIO MEDEIROS PAIVA; JORDANA PASCOAL MACHADO; LUCIANO CUNHA OLIVEIRA. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY – UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Objetivo: Analisar prospectivamente os resultados clínicos-epidemiológicos obtidos através da histeroscopia diagnóstica em pacientes atendidas no Serviço de Ginecologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley, no período de setembro/2007 a maio/2008, que apresentavam patologias endometriais ao exame ultrassonográfico. Métodos: foi realizada entrevista verbal, após consentimento informado, aplicada quando a paciente se encontrava no Serviço de ginecologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley/ João Pessoa/ Paraíba, para se submeter a histeroscopia diagnóstica . Resultados: Foram realizadas 41 histeroscopias diagnósticas no período de compreendido entre setembro/2007 e maio/2008. A idade média dos pacientes operados foi de 48 anos, com variação de 32 a 69 anos. Das 41 pacientes, 16 (39%) apresentavam pólipo endometrial na ultrassonografia, 13 (31,7%) espessamento endometrial, oito (19,6%) mioma submucoso, três (7,3%) hipermenorragia e um (2,4%) sangramento pósmenopausa. Pólipo endometrial foi o achado de 25(61%) das histeroscopias diagnósticas, em sete casos (17%) foi constatada hipertrofia endometrial, em quatro (9,8%) mioma submucoso, em três casos (7,3%) o exame mostrou-se normal. Atrofia endometrial e hematometra foram encontrados em uma paciente. Conclusão: A histeroscopia é o padrão ouro para a avaliação da cavidade endometrial e precisa ser melhor difundida em nosso meio 78 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P075 MELANOMA MALIGNO METASTÁTICO EM MAMA. VENTURIELSO VENTURA GOMES; LUCIA SARMENTO OLIVEIRA; MOISÉS DIEGO LIMA; LUCIANO CUNHA OLIVEIRA; THAÍS BEZERRA VASCONCELOS; JORDANA PASCOAL MACHADO. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY – UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Objetivo: Relatar o caso de AAL, 32 anos, parda, solteira, doméstica, natural de João Pessoa e procedente de Santa Rita/ Paraíba, com tumoração em mamas direita. Métodos: foi realizada entrevista verbal, após consentimento informado, aplicada quando a paciente se encontrava internada no Serviço de Mastologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley/ João Pessoa/ Paraíba, como também a pesquisa documental em prontuário após a alta hospitalar. Resultados: no exame físico geral constatou-se uma lesão de superfície rugosa, coloração do castanho ao preto que ocupava a metade superior do dorso e parte da lateral do tronco, e várias lesões em pequenas placas irregulares, castanho enegrecidas dispersas por todo o corpo com destaque para lesão mama esquerda e perna direita por sua forma e coloração irregulares; as mamas eram assimétricas sendo a direita maior que a esquerda, volumosa, endurecida, consistencia fibro-elástica com papila intrusa com massa endurecida ocupando quase toda a mama, sem sinais flogísticos. Foi medicada com sintomáticos e optou-se por solicitar USG das mamas que não foi conclusiva quanto a consistência da lesão. Em PAAF guiada por USG descartou-se uma consistência cística da lesão. Foi realizada biópsia cujo diagnósatico foi Melanoma Maligno metastático. As tomografias computadorizadas realizadas evidenciaram metástases pulmonares, hepáticas e cerebrais, ascite e derrame pleural. Conclusão: Mesmo iniciando quimioterapia, após 64 dias do diagnóstico a paciente foi a óbito por falência múltipla de órgãos. 79 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P076 MIOMA PARASITA EM PAREDE PÉLVICA – RELATO DE CASO. PAULO EMILIO MAROJA PEDROSA NETO1; AURELIANA BARBOZA DA SILVA2; YARA MAIA VILLAR CARVALHO3; HERMANO DA NÓBREGA BEZERRA4; KARINA MARIA AZEVEDO BRINGEL5; ANDRÉIA SAAD RACHED6; FRANCISCO MARCELO BRAGA CARVALHO7. 1,2,4,6.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 3,5.MÉDICO DO SERVIÇO DE TOCOGINECOLOGIA DO HOSPITAL MUNICIPAL PADRE ALFREDO BARBOSA, CABEDELO, PB, BRASIL; 7.MÉDICA TOCOGINECOLOGISTA DO ESPAÇO SAÚDE, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Objetivo: Aprimorar o conhecimento sobre mioma parasita, uma variante rara de mioma subseroso pediculado, que passa a obter suprimento sanguíneo de outro local que não o útero. Material e Metodologia: Apresentação de caso clínico e revisão da literatura. Resultados: Paciente J.F.S., feminino, 45 anos, parda, procedente de Cabedelo-PB, G IV P IV, procurou assistência médica com quadro de sangramento vaginal e diagnóstico prévio de miomatose uterina, por ultra-sonografia transvaginal. Ao exame físico, observou-se abdome semigloboso com abaulamento em baixo ventre; à palpação, massa pélvica fixa e de superfície irregular. Ao exame especular, colo uterino pequeno com volumosa massa ocupando fundo de saco vaginal anterior lateral esquerdo. Ao toque bimanual, útero aumentado de volume com superfície nodular. Foi programada laparotomia, a ser realizada em julho de 2007, durante a qual foi evidenciada massa fixa de aspecto branco nacarado, ocupando o terço superior da vagina e ligamento largo do útero, firmemente aderida à parede pélvica esquerda e sem relação com a matriz uterina. No ato operatório foi realizada histerectomia total abdominal, mantendo o suposto nódulo miomatoso, para ser retirado em um segundo tempo cirúrgico. Visando redução no volume e melhor plano de clivagem, programouse administração de análogo de GNRH. A terapêutica clínica realizada com Acetato de Gosserrelina 10,8mg (Zoladex®LA), 01 ampola, via subcutânea, trimestral. No seguimento clínico, observou-se progressivo deslocamento da massa em direção à cúpula vaginal e concomitante redução do volume até que no curso da terceira ampola, a referida massa havia se desprendido da estrutura óssea, encontrando-se na linha média, segundo conclusão ultra-sonográfica. Com essa evidência, programou-se o segundo tempo cirúrgico para paciente; assim, em agosto de 2008, procedeu-se à laparotomia para ressecção da massa. O exame anatomopatológico (20/08/08) da peça cirúrgica ratificou o diagnóstico pré-operatório, tendo por laudo fibroleiomioma uterino e ausência de atipias celulares. A paciente evoluiu sem intercorrências. Conclusão: Achamos oportuno o relato do caso pela raridade de ocorrências sobre mioma parasita, assim como o êxito na condução do quadro acima citado. 80 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P077 MIOMA PARASITA INTRALIGAMENTAR – RELATO DE CASO. PAULO EMILIO MAROJA PEDROSA NETO1; AURELIANA BARBOZA DA SILVA2; YARA MAIA VILLAR CARVALHO3; ANDRÉIA SAAD RACHED4; FRANCISCO MARCELO BRAGA CARVALHO5; PAULO ANTÔNIO FARIAS LUCENA6. 1,2,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 3.MÉDICO DO SERVIÇO DE TOCOGINECOLOGIA DO HOSPITAL MUNICIPAL PADRE ALFREDO BARBOSA, CABEDELO, PB, BRASIL; 5.MÉDICA TOCOGINECOLOGISTA DO ESPAÇO SAÚDE, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 6.MÉDICO E DIRETOR TÉCNICO DO COMPLEXO HOSPITALAR DE MANGABEIRA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Objetivo: Aprimorar o conhecimento sobre mioma parasita, que é classicamente conhecido como uma variante rara de mioma subseroso pediculado, que, por alguma razão, tornou-se parcial ou completamente separado do útero e passou a ter um suprimento sanguíneo de outro local. Além disso, raramente ocorre de forma espontânea, prevalecendo o chamado mioma parasita iatrogênico, proveniente de procedimentos endoscópicos minimamente invasivos. Material e Metodologia: Apresentação de caso clínico e revisão da literatura. Resultados: Paciente D.M.R.L., feminino, 46 anos, procedente de João Pessoa-PB, G V P IV, procurou assistência médica com quadro clínico de dor em baixo ventre e sangramento vaginal de grande monta, há cerca de 3 meses, com conseqüente anemia ferropriva. Durante investigação ultra-sonográfica, foi evidenciado miomatose uterina associada à massa para-uterina a esclarecer. Ao exame físico, estado geral regular, mucosas hipocoradas (++/4+), abdome plano, flácido, doloroso à palpação profunda em região hipogástrica e de fossa ilíaca esquerda. Ao exame especular, colo uterino pequeno, posterior, com orifício em fenda. Ao toque bimanual, útero aumentado de volume compatível com gestação de 16 semanas, consistência fibroelástica, móvel. No dia 08/10/2008 foi realizada laparotomia exploradora, durante a qual foi evidenciada presença de nódulo sólido em ligamento largo à esquerda sem relação com o útero; esse por sua vez, encontrava-se com volume aumentado e presença de múltiplos nódulos de aspecto miomatoso. Procedeu-se a histerectomia total seguida de exérese da massa referida anteriormente. No pósoperatório a paciente evoluiu com melhora clínica e sem intercorrências. Conclusão: Achamos oportuno o relato do caso pela raridade de ocorrências sobre mioma parasita, assim como o êxito na condução do quadro acima citado. 81 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P078 ANGIOSSARCOMA DE MAMA: RELATO DE CASO. ODON ALVES DINIZ1; MARIA CLAUDIA VAZ DINIZ2; ANNA GABRIELLA VIANA MUNIZ3; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO4; KALLINE ANDRADE CARVALHO5; WENDEL FERREIRA COSTA6. 1,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,3,5,6.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: Como lesão primária da mama, o angiossarcoma é um tumor raro, com incidência anual de 44,8 novos casos por 10 milhões de mulheres, aproximadamente 200 casos relatados até 1980. Ocorre mais em mulheres jovens, entre a segunda e terceira década. Já foram relatados casos de pacientes na faixa etária entre 14 a 82 anos com média de 35 anos. Foram descritos três angiossarcomas em homem. Relato de Caso: Paciente, 20 anos, feminino, foi atendida com queixa de nódulo em mama esquerda, acompanhada de dor há cerca de 3 meses. À palpação, foi detectada tumoração ocupando os quadrantes superiores da mama esquerda, com áreas endurecidas e outras amolecidas associada a calor local. . Ultra-sonografia (USG) relata espessamento cutâneo e imagem hipoecóica, heterogênea, não definida, com nódulo ocupando os quadrantes superiores da mama esquerda, sugerindo processo inflamatório. Medicada com antiinflamatório, sem melhora. Após 1 mês, USG para guiar PAAF, revela massa hipoecóica, heterogênea, ocupando os quadrantes superiores da mama esquerda, com 4,5cm de medida ântero-posterior. O resultado da PAAF foi negativo para malignidade. A paciente foi submetida à tumorectomia. A conclusão do anátomopatológico foi angiossarcoma de grau intermediário com focos de necrose e hemorragia, medindo 8x3cm e com uma das margens comprometidas, confirmado pela imunohistoquímica. Então, fez mastectomia, com ausência de tumor residual na peça cirúrgica. A paciente retornou após 1 ano, com tumoração esternal. USG revelou 2 nódulos hipoecóicos na mama direita, medindo 1,3cm cada; massa em hemitórax esquerdo (plastrão cirúrgico) e em esterno; nódulo hepático e em ambas as regiões anexiais. Foi submetida à quimioterapia (6 ciclos), sem melhora. Com 5 meses, foi internada com sangramento na tumoração do plastrão cirúrgico e derrame pleural, quando faleceu. Conclusão: O angiossarcoma de mama é uma patologia rara de difícil diagnóstico clínico, ultra-sonográfico e histopatológico, confundido inicialmente com patologias benignas. No caso, a hipótese ultra-sonográfica inicial foi de processo inflamatório. O diagnóstico definitivo foi feito no anátomopatológico da tumorectomia. Relata-se na literatura atraso de diagnóstico de até dois anos. As metástases são precoces, principalmente por via hematogênica, acometendo mais pulmões, partes moles, osso, fígado, cérebro, ovário. Há uma alta incidência de comprometimento da mama contralateral. O tratamento de escolha é o cirúrgico. A mastectomia é indicada em virtude da alta taxa de recidiva local, mas como a propagação linfática é rara, não há necessidade de esvaziamento ganglionar. Conforme a literatura, a quimioterapia e radioterapia não são indicadas inicialmente como tratamento de escolha. O prognóstico é reservado. 82 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P079 CONTRIBUIÇÃO DA ULTRA-SONOGRAFIA TRIDIMENSIONAL NO DIAGNÓSTICO DAS ANOMALIAS CONGÊNITAS UTERINAS. CLAUDIO SERGIO MEDEIROS PAIVA; MOISÉS DIEGO LIMA; VENTURIELSO VENTURA GOMES; DJACYR MAGNA CABRAL FREIRE; THAÍS BEZERRA VASCONCELOS; RAFAELLA LIGIA ROQUE CORDEIRO. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Malformações uterinas são anomalias congênitas secundárias a falhas de desenvolvimento, reabsorção ou fusão dos ductos müllerianos. Representam um grupo nosológico de alterações no processo de diferenciação embriológica e no desenvolvimento dos ductos müllerianos que se manifestam por defeitos estruturais diversos na morfologia do útero. Assumem importância pela sua associação com anomalias de outros órgãos (agenesia renal, hipoplasia nasal, onfalocele, defeitos em membros, teratomas). Além dos aspectos clínicos ginecológicos e reprodutivos (hemorragia, sangramento uterino disfuncional e dispareunia, infertilidade e esterilidade), podem aumentar a morbidade obstétrica, causando abortamentos repetidos, partos prematuros e apresentações fetais anômalas, retenção placentária, subinvolução uterina. A prevalência estimada é em torno de 1,9 a 6% da população feminina e de 10% nas mulheres infertéis. A classificação das anomalias uterinas de Sims & Gibbons (1996) adotada pela American Fertility Society e que distribui as anomalias do útero em sete categorias é a mais utilizada em nosso meio. Na identificação das portadoras de anomalias uterinas a USG é quase sempre o método inicial. A fase ideal para a avaliação ultra-sonográfica, é a segunda fase do ciclo menstrual, pois a maior ecogenidade do endométrio permite melhor definição da cavidade uterina. A ultra-sonografia tridimensional é a técnica ideal para o rastreamento das anomalias uterinas na população pela alta sensibilidade e especificidade e baixo custo, comparada à ressonância magnética. Na técnica multiplanar a USG 3D permite a obtenção de cortes coronais para identificação do contorno do fundo uterino, indispensável para a classificação correta da anomalia. Apresenta-se aqui uma série de casos de anomalias uterinas diagnosticadas pela USG 3D demonstrando a potencialidade desta técnica de diagnóstico por imagem em ginecologia 83 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P080 PERFIL DAS PORTADORAS DE CÂNCER DE ENDOMÉTRIO ATENDIDAS NO HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO NO BIENIO 2006/2007. ANTONIO HENRIQUES DE FRANÇA NETO1; JOSÉ MENDES ALDRIGHI2; MELANIA RAMOS AMORIM3; PRISCILLA MENEZES DE OLIVEIRA4; TALITA QUIRINO DE OLIVEIRA5; WILMA RIBEIRO C. DE A. GUEDES6. 1,4,5,6.FAMENE, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 2.SANTA CASA, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3.UFCG, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: (Introdução) O câncer de endométrio é a neoplasia ginecológica mais comum nos Estados Unidos da América (EUA); aproximadamente 40.100 novos casos serão diagnosticados em 2008 e 7.470 mortes irão ocorrer em decorrência desta patologia. As mulheres tem o risco de 2,6 por cento de desenvolver câncer de endométrio durante a vida e esta patologia corresponde a seis por cento de todas as neoplasias femininas. Felizmente, a maioria é diagnosticada precocemente, quando a cirurgia, apenas, é suficiente para a cura. As taxas de sobrevida em cinco anos, para doença local, regional e metastática são de 96, 67 e 23 por cento, respectivamente. Os fatores de risco mais conhecidos são a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes melitus, a obesidade, a nuliparidade e a exposição a estrogênios, seja de origem endógena ou exógena, sem a oposição da progesterona.(Objetivos) Traçar um perfil das pacientes portadoras de câncer de endométrio atendidas no Hospital Napoleão Laureano (HNL), de João Pessoa - PB, nos anos de 2006 e 2007. (Material e Métodos) Foi realizado o resgate dos prontuários das portadoras de câncer de endométrio registradas no Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) do HNL nos anos de 2006 e 2007, de onde foram extraídos dados realativos à idade, índices antropométricos, patologias coexistentes, hábitos e dosagens bioquímicas de glicose e lipídios séricos. (Resultados) Foram registrados 18 casos no biênio 2006/2007. A idade média encontrada foi de 59,11 anos, sendo a maior 77 anos e a menor 45 anos. Nenhuma das pacientes era etilista. 14 eram fumantes, perfazendo um total de 77,7%. 50% era hipertensas, e 50% diabeticas. A glicemia média encontrada foi de 130,78 mg/dl, sendo a menor 78 e a maior 323. Não havia registro dos lipídios séricos e das medidas antropométricas na maioria dos prontuários. (Conclusão) A análise dos dados demonstrou haver coincidência com os achados da literatura, a exceção do número de fumantes, que foi maior que o esperado. Houve grande dificuldade para a realização do trabalho devido à falta de registro de informações nos prontuários. 84 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P081 CÂNCER DE ENDOMÉTRIO - ESTADIAMENTO, TIPO HISTOLÓGICO E TRATAMENTO DAS PACIENTES ATENDIDAS NO HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO - PB, NOS ANOS DE 2006 E 2007. ANTONIO HENRIQUES DE FRANÇA NETO1; JOSÉ MENDES ALDRIGHI2; MELANIA RAMOS AMORIM3; MARCÍLIA MEDEIROS LOPES SOUSA4; MARÍLIA MAROJA RIBEIRO MORAIS5. 1,4,5.FAMENE, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 2.SANTA CASA, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3.UFCG, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: (Introdução) As mulheres tem o risco de 2,6 por cento de desenvolver câncer de endométrio durante a vida e esta patologia corresponde a seis por cento de todas as neoplasias femininas. Felizmente, a maioria é diagnosticada precocemente, quando a cirurgia, apenas, é suficiente para a cura.Existem duas formas de câncer de endométrio: as relacionadas com exposição estrogênica crônica e as não relacionadas: - Tipo I: estrogênio-dependente, normalmente de apresenta histologicamente como um tumor endometrióide de baixo grau, associado com hiperplasia endometrial atípica. Estas pacientes estão sujeitas a fatores de risco como obesidade, nuliparidade, exposição crônica e excessiva a estrogênios (endógenos e/ou exógenos), resistência insulínica, diabetes mellitus ou hipertensão arterial sistêmica. - Tipo II: não relacionado com estimulação estrogênica ou hiperplasia atípica, tende a apresentar-se como tumor de alto grau com tipos histológicos relacionados com prognóstico mais sombrio, como tumores de células claras e os papilíferos serosos. Estas pacientes são frequentemente multíparas, e não há uma prevalência aumentada de obesidade, diabetes ou hipertensão. Elas também tendem a ser mais idosas, em média, que as portadoras de tumores endometrióides. Os conhecimentos atuais sobre os fatores de risco ajudam-nos a identificar apenas as mulheres com chances de desenvolver câncer de endométrio do tipo I, que é o mais comum, sendo responsável por cerca de 80 por cento dos casos. (Objetivos) Determinar o estadiamento, tipo histológico e tratamento das pacientes portadoras de neoplasia endometrial atendidas no Hospital Napoleão Laureano (HNL) nos anos de 2006 e 2007. (Material e Métodos) Foi realizado o resgate dos prontuários das portadoras de câncer de endométrio registradas no Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) do HNL nos anos de 2006 e 2007, de onde foram extraídos dados relativos ao tipo histológico, estadiamento e tratamento realizado. (Resultados) 18 pacientes tiveram o diagnóstico de câncer de endométrio no período estudado. Destas, 83,3% eram portadoras de adenocarcinoma endometrial endometrióide. Todas foram submetidas a tratamento cirúrgico, ao passo que 16 (88,88%) fizeram também radioterapia. O registro do estadiamento se fez presente em apenas 4 prontuários (22%). (Conclusão) A maioria das pacientes desenvolveu adenocarcinoma endometrial endometrioide, o que coincide com a literatura. O tratamento de escolha foi a cirurgia, acompanhada da radioterapia para a maior parte das pacientes, o que está de acordo com os \"guidelines\" atuamente preconizados. A falta de registro de informações relativas ao estadiamento nos prontuários prejudicou a análise desse dado. 85 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P082 PREVALÊNCIA DE NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL EM MULHERES PORTADORAS DE PAPILOMAVÍRUS HUMANO. ANDRESSA LEITÃO SALES COSTA1; CINTIA BEZERRA ALMEIDA2; THALITA MARQUES PONCE LEON3; TUYLLA KARLA CAVALCANTE NUNES4; VANESSA MEDEIROS MENDES LEITE5. 1.FACULDADE SANTA EMILIA DE RODAT, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 2,3,4,5.FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Neoplasia intraepiteial cervical (NIC) é o conjunto de alterações caracterizadas por atipias celulares do epitélio escamoso do colo do útero que associado aos fatores de risco aumentam a possibilidade de desenvolver o carcinoma de colo uterino. Os objetivos desse estudo foram de verificar a prevalência de neoplasia intraepitelial cervical em mulheres portadoras de papilomavírus humano e identificar o perfil sóciodemográfico das pacientes acometidas por essa patologia. A pesquisa foi realizada em uma maternidade pública, situado no bairro de Jaguaribe, na cidade de João Pessoa-PB. A amostra foi constituída de 1.029 prontuários de mulheres atendidas no serviço ambulatorial de colpocitologia da referida maternidade, contendo dados relativos à idade da primeira relação sexual, número de gestações e partos, idade e as possíveis neoplasias intraepiteliais cervicais, a partir de achados colpocitológicos. Trata-se de um estudo documental, em que se utilizou o método retrospectivo para coleta de dados em prontuários de mulheres portadoras de neoplasia intraepitelial cervical. O levantamento de dados foi realizado no período de agosto de 2007 a agosto de 2008, obtendo-se os seguintes resultados: a menor idade foi de 13 e a maior foi de 68 anos tendo maior freqüência em pacientes acima de 40 anos com 24%; a coitarca variou de 12 aos 25 anos com prevalência de 36% dos 16 aos 20 anos; 56% das mulheres apresentaram de 1 a 3 gestações com prevalência de 62% de 1 a 3 partos. Em relação às neoplasias intraepiteliais cervicais foram encontradas em 65% dos casos o grau leve, 10% de grau moderado, 22% de grau severo e 3% apresentaram o grau moderado associado ao severo. As variáveis relacionadas à neoplasia intraepitelial cervical, mostraram- se semelhantes às citadas na literatura, no entanto faz-se necessário um maior empenho dos profissionais de saúde em esclarecer as mulheres à importância da realização periódica do citológico, os riscos a que estão expostas, e a forma de prevenção evitando desta forma a progressão para o carcinoma de colo uterino. 86 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P083 ESTUDO DA DOR EM PACIENTES COM ENDOMETRIOSE. EDESIA KAROLINNI ALVES DE FONTES QUEIROZ1; ANTONIO HENRIQUES DE FRANÇA NETO2; IVNA NUNES DE SOUZA3; IANNE DA SILVA MARQUES4; MARIANA PAIVA DE MORAES5; LAMYLYA FERREIRA FIGUEIREDO DE SA6. 1.FACULDADE CIÊNCIAS MEDICAS DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 3,4,5,6.FACULDADE CIÊCIAS MEDICAS DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A endometriose é definida como a presença de tecido funcional, histologicamente semelhante ao endométrio, fora da cavidade uterina. Pode apresentarse sob duas formas: endometriose interna ou adenomiose, na qual o endométrio ectópico se encontra na própria musculatura uterina, e endometriose externa ou extra-uterina, com envolvimento de outras estruturas que não o miométrio. Esta, por sua vez, se divide em intraperitoneal, envolvendo estruturas contidas na cavidade peritoneal e extra peritoneal. Acomete mulheres em idade reprodutiva, desde a puberdade até a menopausa. Seu estudo é fundamental por se tratar de uma doença enigmática da mulher que se manifesta através de: dor pélvica crônica, cólica no abdome inferior, dor a mobilização uterina, dispaurenia, dismenorréia e infertilidade, podendo também ser encontradas alterações urinárias e intestinais cíclicas, relacionando-se ao ciclo menstrual, restringindo e modificando o convívio diário da mulher com suas rotinas. Várias teorias foram descritas na tentativa de explicar a etiopatogenia da endometriose. A teoria de Sampson sugere a ocorrência de menstruação retrógrada. A teoria da metaplasia celômica, por sua vez, sugere que os tecidos com mesma origem embrionária poderiam se correlacionar em algum período da vida. Novas hipóteses, relacionadas a fatores imunológicos e genéticos têm sido aventadas, mas ainda carecem de comprovação. Diagnóstico e tratamento dependem de inúmeros fatores como faixa etária, localização e intensidade dos sintomas, mas o diagnóstico mais comum da dor pélvica crônica está relacionado à endometriose. Não existe conduta terapêutica uniforme para o tratamento da endometriose, este pode ser cirúrgico ou medicamentoso, considerando-se que idade, condição hormonal e desejo de gravidez irão interferir na conduta a ser tomada. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar a estreita relação entre a dor e a endometriose. Material e Método: Foram analisados 23 artigos científicos, por meio de pesquisas on-line, abordando o assunto em questão. Conclusão: A dor é um sintoma importante e queixas são muito freqüentes entre as portadoras de endometriose. Sendo importante alertar as mulheres em relação à doença, para que esta seja rapidamente diagnosticada e tratada sem maiores complicações, tornando os sintomas mais amenos, pois a endometriose pode causar prejuízos físicos, psíquicos e sociais, assim como qualquer doença crônica. 87 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P084 FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO DA INFECÇÃO POR PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV). NATALIA FERNANDES SARMENTO; CAMILLA QUEIROGA DANTAS; JULIANA CARLA DANTAS DE AMORIM; KARINA FERNANDES SARMENTO. FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução. A infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) é a doença sexualmente transmissível mais freqüente no mundo e está associada ao início da atividade sexual. Foram catalogados em torno de 100 tipos de HPV, que tem preferência pelo epitélio cutâneo ou mucoso, sendo a região genital a mais comumente acometida. A maioria é responsável por lesões de caráter benigno e transitório, enquanto 15 tipos são oncogênicos, causando câncer do colo do útero (99,7%). Estudos mostram que além da transmissão sexual, o vírus pode ser transmitido pelo simples contato com a pele da região genital, bem como por meio de objetos inanimados. Compêndios da área de saúde relatam que o HPV é encontrado em cerca de 90% dos casos de câncer do colo do útero em virtude da transformação de células cervicais em cancerosas. Discussão. Os vírus de baixo risco estão relacionados ao aparecimento de verrugas genitais, sendo os mais usuais os tipos 6 e 11; já os oncogênicos, especialmente os tipos 16, 18, 31 e 45, são fatores de risco para o aparecimento do câncer do colo uterino. Entre os fatores de risco, destacam-se o número de parceiros sexuais, os hábitos e a idade dos mesmos; que quanto mais elevada, maior será a probabilidade de ocorrer infecções em virtude de apresentarem um histórico sexual pregresso de grande valor nas freqüências de infecção encontradas. Estima-se que aproximadamente 70% das mulheres com vida sexual ativa serão infectadas por um ou mais tipos de HPV ao longo da vida. Como na maioria das vezes o HPV não manifesta sintomas, o diagnóstico pode ser retardado. Logo, a realização periódica de exames (citologia cervical e colposcopia) é importante para a prevenção ou diagnóstico das infecções por HPV, que em estágios iniciais podem ser tratadas. A forma de tratamento varia com o paciente e as características das lesões. Segundo o Centro de Controle de Doenças, o uso da vacina é permitido para a faixa etária entre 9 e 26 anos, com o intuito de prevenir a infecção primária ou nova contaminação por outro tipo viral em pacientes infectadas anteriormente. No Brasil, são produzidos 2 tipos de vacina, não se estendendo aos homens, apesar de estudos visarem a vacinação destes para prevenir o câncer anal e peniano e reduzir a transmissão para as mulheres. Conclusão. O alto índice de casos/ano fundamenta-se no prematuro início da atividade sexual, aumentando o risco de infecção, devido à probabilidade de vários parceiros durante a vida e um maior tempo de exposição. Dentre os vários tipos do vírus, os oncogênicos representam um grande risco para o desenvolvimento de câncer de colo. No entanto, a disseminação do papiloma pode ser advertida com o uso de preservativos, prevenindo também contra a gravidez indesejada e outras DSTs, e a vacinação, para mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual ou que já foram infectadas. Em virtude da alta taxa de acometimento, ressalta-se a relevância da prevenção e diagnóstico precoce da infecção por meio de exames de rotina. 88 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P085 RE-CONHECENDO A SEXUALIDADE DAS ADOLESCENTES: UMA PROPOSTA PARA UMA ASSISTÊNCIA EFICAZ. GILKA PAIVA OLIVEIRA COSTA. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: A incidência de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis na juventude frente ao grau de informação que os jovens têm sobre prevenção denuncia o não uso dos métodos preventivos por este grupo. Causas e efeitos desta realidade fazem parte de um conjunto de fatores intrinsecamente relacionados, inseridos no plano individual e coletivo. Tanto o modo como os adolescentes exercem sua sexualidade, quanto à representação social que a sociedade tem desta prática, guardam uma relação direta com o consenso social e sofre mudanças de acordo com o dinamismo das sociedades. Para tanto o estudo tem como objetivos: identificar as representações sociais da sexualidade construídas por mulheres jovens e investigar os aspectos psicossociais evidenciados nas representações sociais da sexualidade que influenciam à utilização de métodos preventivos em suas práticas sexuais. Neste sentido, esta pesquisa utiliza os recursos da psicologia social, a partir da teoria das representações sociais (Moscovici, 1961). Foram entrevistadas 29 mulheres sexualmente ativas com idade variando entre 15 e 24 anos. Os dados foram analisados pelo software Alceste (Reinert, 1998) e pela técnica de análise de conteúdo temática (Bardin, 1977). Os resultados apontam representações sociais sobre a sexualidade ancoradas na dimensão romântica do amor, na normatização da liberdade sexual e na relação de sexo e prazer que possivelmente justificam relacionamentos sexuais sem compromisso, com parceiros múltiplos, apesar da valorização da fidelidade e do ideal de construção da família. Verifica-se representações que vinculam doenças sexualmente transmissíveis com infidelidade e promiscuidade; e a maternidade tida como realização do papel de mulher, o que tendem a estar subjacentes ao não uso dos métodos preventivos. Para a gravidez, também se verifica que a perspectiva produtiva das jovens estudadas pode favorecer ancoragens da maternidade às exigências desta situação, tidas como ameaça à realização profissional, sendo um estímulo à prevenção. A família e os amigos foram os referenciais mais representativos na construção das representações sociais. A orientação sexual feita pela família e profissionais é percebida como feita através de uma comunicação coercitiva que é pouco eficaz e incompatível com a elaboração psíquica da adolescência. A expectativa é que os resultados deste estudo possam oferecer dados para o desenvolvimento de novas pesquisas que venham contribuir no exercício de uma sexualidade saudável dos jovens. 89 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P086 APLASIA MEDULAR NA GESTAÇÃO. THAYSA LANNE ALVES SANTOS; NELISE PAIVA LUCENA; NATHAN JOSÉ SOUZA; MOISÉS DIEGO LIMA; THAÍS BEZERRA VASCONCELOS; LUCIANA RONELE CAVALCANTE SOUZA. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A anemia aplásica é uma falência do processo de hematopoiese, caracterizada por uma depleção nas reservas medulares, acompanhada de anemia grave, neutropenia e trombocitopenia. Doença rara, incomum na gravidez. Apresenta etiologia variada como exposição a tóxicos químicos, fármacos, radiação e agentes infecciosos. Pode ainda ter origem hereditária (Anemia de Fanconi), bem menos frequente. Objetivos: Relatar o caso de A.S., 26 anos, GIIIPIIAO, no curso da 22a. semana de gestação com quadro de pancitopenia e mielograma compatível com aplasia medular. Material e método: Este trabalho foi elaborado com base na análise do prontuário da paciente, exames subsidiários, avaliação clínica e de dados da literatura médica contidos em livros-texto e artigos publicados sobre o tema em questão. Resutados: A paciente supracitada foi admitida no dia 25/09/2008 no setor de Doenças Infecto Contagiosas do Hospital Universitário Lauro Wanderley, com queixa de fadiga, adinamia e perda de peso há 2 meses e com um quadro de pancitopenia a esclarecer(4040 plaquetas/mm3 de sangue), portando mielograma demonstrando hipoplasia medular associada a riqueza de plasmócitos e macrófagos. Afastada a hipótese de Leishmaniose e Salmonelose, a mesma foi transferida a enfermaria de obstetrícia deste serviço, onde foi iniciado prednisona 40 mg/dia. Sem melhora, aumentou-se a dose do corticóide para 1mg/kg/dia (60 mg/dia), evoluindo com decréscimo dos níveis plaquetários para 3060, hemoglobina de 6,9 g/dl e equimoses espontâneas em membros superiores. Um novo mielograma foi realizado, revelando uma medula bastante hipoplásica e com hiperplasia plasmocitária relativa, compatível com o quadro de aplasia medular. Sorologias para hepatites virais negativas. Sugerido ciclosporina como terapia específica, não sendo possível pela sua não disponibilidade no serviço. A paciente continuou interna, assintomática, apresentando petéquias em membro superior direito associada a equimoses em locais de venopunção. No dia 15/10/2008, feito novo mielograma que revelou uma medula óssea hipocelular, com hiperplasia do setor eritrocitário e hipoplasia severa do setor megacariocítico. Ultrasonografia de abdome total sem hepato ou esplenomegalia. Aguarda-se o resultado da biópsia de medula óssea, da sorologia para parvovírus B19 e da eletroforese de proteínas. Considerou-se a possibilidade de utilização de globulina anti-timócito como terapia específica, permanecendo internada para elucidação do caso, sem alterações hemodinâmicas ou para o concepto detectadas até o envio deste resumo. Conclusão:.Com base nos dados clínicos e laboratoriais coletados até esta data, estamos diante de uma pancitopenia associada a aplasia medular no período gravídico, com provável hipótese de anemia aplástica na gestação, não sendo possível firmar este diagnóstico como de certeza, necessitando aguardar resultados de exames complementares ou fatos novos que possam corroborar para o esclarecimento desta enfermidade. 90 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P087 MORTALIDADE NEONATAL NAS CAPITAIS DO NORDESTE BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1996 A 2005. GLAUCIUS CASSIANO DO NASCIMENTO1; KATARINNA DE SOUZA AZEVEDO2; SANDRA VALONGUEIRO ALVES3. 1,3.COMITÊ ESTADUAL DE ESTUDOS E PREVENÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA EM PERNAMBUCO (CEEMMPE), RECIFE, PE, BRASIL; 2.CENTRO DE SAÚDE AMAURY DE MEDEIROS (CISAM), RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Introdução: Estudos sobre a mortalidade neonatal traduzem a qualidade da atenção materna e neonatal prestada em determinada localidade. É extremamente salutar a preocupação obstétrica com a morbimortalidade neonatal, devendo seus indicadores serem constantemente avaliados, sobretudo em regiões como o Nordeste brasileiro, mais vulnerável aos óbitos considerados evitáveis. Objetivo: Determinar o Coeficiente de Mortalidade Neonatal (CMN) nas capitais do Nordeste brasileiro no período de 1996 a 2005. Identificar as principais causas de óbitos neonatais por capítulo da 10ª. Classificação Internacional de Doenças e agravos à saúde (CID 10). Verificar a tendência temporal dos CMN de acordo com a capital avaliada. Material e Métodos: Estudo descritivo de base populacional do tipo corte transversal. Os dados foram obtidos do banco de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e sobre Nascimentos (SINASC), sendo processados e analisados através dos softwares TabWin 3.5 e Excel 2008. Resultados: O CMN para as capitais nordestinas foi de 16,37 óbitos neonatais por 1000 nascidos vivos. Apresentaram os maiores CMN conforme a capital, por 1000 nascidos vivos: Aracaju (22,80), Salvador (18,37), Maceió (17,74) e Fortaleza (16,67). As capitais com menor CMN, para cada 1000 nascidos vivos corresponderam a João Pessoa (12,76), Natal (13,72), Teresina (14,44), Recife (14,46) e São Luís (14,86). As duas principais causas de óbito por capítulo da CID 10 foram: algumas afecções originadas no período perinatal (84,73%) e malformações congênitas (10,90%). As causas mal definidas representaram 1,77%. O CMN para as capitais nordestinas apresentou tendência temporal decrescente ao longo dos anos estudados, com ampla variação de acordo com a capital analisada. Conclusões: Dentre as capitais nordestinas, apenas João Pessoa, apresentou CMN menor do que a média das capitais do Brasil para o mesmo período de estudo (13,21 óbitos neonatais por 1000 nascidos vivos). Apesar da tendência temporal decrescente do CMN das capitais nordestinas, observa-se um valor bastante elevado em comparação com os valores dos CMN das capitais de outras regiões como sul, sudeste e centro oeste. As afecções originadas no período neonatal, em geral secundárias às patologias maternas, representaram a principal causa de óbito neonatal e refletem a necessidade de uma melhor assistência obstétrica e neonatal. Enfatiza-se a importância da vigilância e classificação adequada destes óbitos de acordo com as patologias obstétricas mais comuns, como por exemplo, as síndromes hipertensivas, as infecções maternas e as patologias hemorrágicas. 91 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P088 DOPPLERVELOCIMETRIC ASSESSMENT OF UTERINE, UMBILICAL AND MIDDLE CEREBRAL ARTERIES IN PREGNANT WOMEN UNDERGOING TOCOLYSIS WITH ORAL NIFEDIPINE. ALEX SANDRO ROLLAND SOUZA1; MARCELO MARQUES SOUZA2; CAROLINA PRADO DINIZ3; CARLOS NORONHA NETO4; MELANIA RAMOS AMORIM5; ANTÔNIO FERNANDES MORON6. 1,2,3,4,5.IMIP, RECIFE, PE, BRASIL; 6.ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA/UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Resumo: Purpose: To evaluate Doppler flow velocity parameters (resistance index and peak systolic flow velocimetry) in maternal-foetal circulation before and after tocolysis (five and 24 hours) with oral nifedipine. Methods: A prospective observational analytic cohort study, in which each subject performed as her own control, was carried out. Forty-seven pregnant women that received nifedipine for tocolysis were included and Doppler assessment of uterine, umbilical and middle cerebral arteries was made before and after (five and 24 hours) initial drug administration. The different mean values observed after nifedipine were analyzed using Hotelling test to evaluate time effect. Paired t-test was performed to compare the obtained values with themselves at three distinct moments (0h, 5h and 24 hours) adopting a 5% significance level. Results: Middle cerebral artery resistance index significantly decreased after 24 hours of nifedipine tocolysis (0h=0.85; 5h=0.85; 24h=0.81; p=0.0001), and did not alter significantly in uterine, umbilical arteries and umbilical/cerebral ratio. Systolic peak flow velocimetry in middle cerebral artery reduced significantly during the fifth hour of tocolysis (0h=41.5; 5h=34.7; p=0.001), and increased significantly between the fifth to 24 hour of tocolysis in right uterine (5h= 55.1; 24h=65.0; p=0.037) and, at the same moment, in umbilical arteries (5h= 28.4; 24h=33.1; p=0.038). Conclusions: Nifedipine tocolysis is associated with a decreased resistance index in middle cerebral artery but not in other vascular territories. A reduction of peak systolic flow velocimetry was noticed in middle cerebral artery and increased in umbilical and right uterine arteries. Present research findings seem to be related with time medication use and adopted dosing scheme. 92 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P089 EFEITO DO SULFATO DE MAGNÉSIO SOBRE O ÍNDICE DE PULSATILIDADE DAS ARTÉRIAS UTERINAS, UMBILICAL E CEREBRAL MÉDIA FETAL DE ACORDO COM A PERSISTÊNCIA DA INCISURA PROTODIASTÓLICA DA ARTÉRIA UTERINA NA PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE. ALEX SANDRO ROLLAND SOUZA; MELANIA RAMOS AMORIM; ROBERTA ESPÍNOLA SANTOS; CARLOS NORONHA NETO. IMIP, RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Objetivo: determinar o efeito do sulfato de magnésio sobre o índice de pulsatilidade (IP) das artérias uterinas, umbilicais e cerebral média fetal, de acordo com a persistência ou não da incisura protodiastólica bilateral nas artérias uterinas de gestantes com préeclâmpsia grave. Métodos: foi desenvolvido um estudo do tipo coorte, incluindo 40 gestantes com pré-eclâmpsia grave, das quais 23 tinham incisura protodiastólica bilateral e 17 incisura ausente/unilateral. As pacientes foram submetidas ao exame dopplervelocimétrico antes e depois de 20 minutos da administração intravenosa de 6g do sulfato de magnésio. A comparação dos índices de pulsatilidadade antes e depois do sulfato de magnésio em cada grupo foi realizada pelo teste de Wilcoxon. A diferença das duas medidas (antes e depois do sulfato de magnésio) foi comparada entre os grupos (incisura bilateral e incisura ausente/unilateral) utilizando o teste de Mann-Whitney. Resultados: houve um aumento significativo da freqüência cardíaca materna (FCM) e uma diminuição da pressão arterial materna e da mediana dos IP das duas artérias uterinas e da artéria cerebral média fetal depois da utilização do sulfato de magnésio em ambos os grupos. Houve redução significativa do IP da artéria uterina esquerda e da artéria umbilical apenas no grupo com incisura protodiastólica unilateral/ausente. No entanto, não foram encontradas diferenças significativas em relação ao IP da artéria uterina direita e relação umbilical/cerebral antes e depois do sulfato de magnésio em cada grupo. Não se encontrou diferença entre os grupos, antes e depois do sulfato de magnésio, para nenhum dos desfechos estudados. Conclusão: após a administração intravenosa de 6g do sulfato de magnésio nas pacientes com pré-eclâmpsia grave ocorre uma diminuição da pressão arterial e do IP das artérias uterinas, umbilicais e cerebral média fetal, além de aumento da FCM, não influenciada pela presença de incisura protodiastólica bilateral nas artérias uterinas. 93 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P090 AVALIAÇÃO DO FLUXO PLACENTÁRIO PELO DOPPLER 3D NA SEGUNDA METADE DA GESTAÇÃO. HÉLIO ANTONIO GUIMARÃES FILHO1; LAVOISIER LINHARES DIAS DA COSTA2; EDWARD ARAUJO JÚNIOR3; ROSIANE MATTAR4. 1,2.ECOCLÍNICA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 3,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA, SAO PAULO, SP, BRASIL. Resumo: Objetivos: Estudar o comportamento dos índices vasculares do Doppler de amplitude tridimensional (DAT) da placenta entre 26 e 35 semanas de gestação e o efeito de diferentes posições placentárias sobre os resultados desses índices. Pacientes e métodos: Procedeu-se a um estudo de corte-transversal, em que foram avaliadas 283 pacientes. Por meio do programa VOCAL, foram realizadas as medidas do índice de vascularização (VI), índice de fluxo (FI) e índice de vascularização e fluxo (VFI) placentários. Para a análise da correlação dos índices com a idade gestacional, utilizouse o coeficiente de correlação linear de Pearson. O teste paramétrico t-Student - para a comparação das médias de dois grupos independentes - e o teste de Levene - para igualdade de variâncias - foram aplicados para análise dos resultados dos índices VI, FI e VFI em relação à posição placentária. Todos os volumes foram adquiridos por um único examinador e armazenados no equipamento de ultra-sonografia, para posterior análise. Resultados: Os índices VI (r = 0,052 e p-valor = 0,390) e VFI (r = 0,123 e pvalor = 0,053) não apresentaram correlação linear com a idade gestacional (IG). O índice FI, contudo, apresentou correlação linear estatisticamente significante (r = 0,173 e p-valor = 0,004), evidenciando aumento lento e progressivo com a IG. Valores de referência foram determinados para o FI, entre 26 e 35 semanas de gestação. Considerando a variável posição da placenta, VI, FI e VFI não apresentaram diferença significativa para suas medidas (p-valor = 0,323, 0,172 e 0,120, respectivamente). Conclusões: O DAT demonstrou elevação progressiva e significativa do FI placentário, entre 26 e 35 semanas. Os resultados dos três índices vasculares analisados demonstraram ser independentes da posição placentária. Os valores de referência obtidos para o índice FI poderão servir de parâmetro em pesquisas futuras, na avaliação de gestações de risco para insuficiência placentária. 94 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P091 INCIDÊNCIA DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E PATOLOGIAS OBSTÉTRICAS NA ENFERMARIA DE GESTAÇÃO DE ALTO RISCO DO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA, CONVENIADO À UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - PB. RAIMUNDO ANTONIO BATISTA ARAUJO1; FATIMA APARECIDA TARGINO SALDANHA2; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO3; RAYSSA FATIMA FARIAS COSTA4; FELIPE LEAL DE MORAES BRITO5; JULYANA MARQUES FERNANDES MENDES6. 1,2,5,6.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 3,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: Define-se como gestação de alto risco aquela na qual a vida ou saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido, têm maiores chances de serem atingidas que as da média da população considerada1. Os fatores geradores de risco podem ser agrupados em quatro grandes grupos: características individuais e condições sóciodemográficas, antecedentes reprodutivos, patologias obstétricas e intercorrências clínicas na gestação atual1. De acordo com esses fatores, as normas de assistência para essas gestações diferem consoante o grau de risco que a paciente apresenta, sendo muitas vezes a hospitalização necessária no seguimento de uma gravidez de alto risco. Destarte, a análise das intercorrências clínicas e patologias obstétricas mais incidentes em uma enfermaria de alto risco constitui um estudo de grande relevância na busca de uma atenção qualificada, integrada e diferenciada a essas gestantes. Objetivo: Avaliar a incidência de intercorrências clínicas e patologias obstétricas na enfermaria de gestação de alto risco do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), serviço de referência em gestação de alto risco conveniado à Universidade Federal de Campina Grande. Material e Métodos: Estudo descritivo retrospectivo de 59 prontuários de pacientes internadas entre dezembro de 2006 e janeiro de 2007 na enfermaria do alto risco do ISEA. Os dados foram processados e escalonados pelo BioEstatistic 4.0 e analisados descritivamente mediante cálculo das freqüências absolutas (n) e proporcionais (%) das patologias e intercorrências encontradas. Resultados: A idade das pacientes variou entre 12 e 42 anos, sendo que 14% delas eram adolescentes, 72% tinham idade entre 20 e 34 anos e 14% tinham mais de 35 anos. As patologias obstétricas mais freqüentes foram: trabalho de parto prematuro (29%), aminiorrexe prematura (19%), doença hipertensiva específica da gestação (DHEG) leve (19%) ou grave (10,1%), inserção viciosa de placenta (5 %), oligodramnia (15%), polidramnia (5%), descolamento prematuro de placenta (3,3%) e óbito fetal (3,3 %). As intercorrências clínicas mais encontradas foram: diabetes gestacional (5%), diabetes tipo 2 (3,3 %), hipertensão arterial (3,3 %), infecção urinária (1,6 %) e íleo paralítico no puerpério (1,6 %). Das pacientes com parto realizado no ISEA, 65,6 % foram submetidas a parto cirúrgico e 34,3 % a parto vaginal, sendo que nenhum parto com fórceps foi registrado. Conclusões: As patologias obstétricas mais incidentes foram trabalho de parto prematuro, DHEG leve e amniorrexe prematura, enquanto o diabetes gestacional e a hipertensão foram as principais intercorrências clínicas apresentadas na amostra estudada. Referências: 1. Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas, Área Técnica da Saúde da Mulher . Manual Técnico: Gestação de Alto Risco. Brasília: 2000. 164 p. 1. 95 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P092 ANOMALIA DE BODY-STALK: CONTRIBUIÇÃO DA ULTRA-SONOGRAFIA TRIDIMENSIONAL NO DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL. CLAUDIO SERGIO MEDEIROS PAIVA; MOISÉS DIEGO LIMA; VENTURIELSO VENTURA GOMES; DJACYR MAGNA CABRAL FREIRE; THAÍS BEZERRA VASCONCELOS; RAFAELLA LIGIA ROQUE CORDEIRO. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: É um raro defeito da parede abdominal devido a uma falha no desenvolvimento do pedúnculo embrionário. “Body stalk” é uma estrutura embrionária que corresponde ao pedículo do embrião. A extremidade caudal do embrião é primeiramente ligada ao córion por uma prega de mesoderme chamada “body stalk”, mas com a formação da prega caudal o pedúnculo assume uma posição ventral; um divertículo do saco vitelino se estende em sentido caudal e forma a estrutura denominada intestino posterior. A função do body-stalk é posteriormente ser substituído pelo cordão umbilical. Ruptura precoce do âmnio com síndrome de banda amniótica precoce e generalizado compromisso do fluxo sanguíneo embrionário são atribuídas como causas hipotéticas. A prevalência dessa anomalia é estimada entre 0,3 e 1 em 30.000 gestações. As principais características evidenciadas no exame ultra-sonográfico são: defeito grave da parede abdominal, severa cifoescoliose, defeitos do tubo neural, anormalidades nos membros, anomalias do cordão umbilical, ausência de cordão umbilical e aderência à placenta das vísceras herniadas através de grandes defeitos da parede anterior, volume reduzido de líquido amniótico, translucência nucal alterada. O prognóstico da doença é muito ruim, e raríssimos têm sobrevivido além do período neonatal. RELATO DE CASO: O caso apresentado é de uma adolescente (17 anos) que relatou história de amenorréia há 5 meses e ausência de movimentos fetais e trouxe uma USG realizada em outro serviço relatando gestação tópica de 17 semanas e ausência de batimentos cardiofetais (OFIU). Após retornar ao acompanhamento pré-natal, o exame físico revelou AFU = 19 cm e BCF audíveis ao sonar (148 bpm). Foi então realizada USG tridimensional que mostrou feto vivo com 24 semanas de idade gestacional apresentando amplo defeito de fechamento da parede abdominal anterior com herniação de conteúdo abdominal e coração (ectopia cordis), cordão umbilical rudimentar. Parte das vísceras abdominais estava aderente à placenta. O feto encontrava-se com mobilidade bastante reduzida. Crânio, face e membros sem anormalidades. COMENTÁRIOS: a anomalia de body-stalk deve ser distinguida dos outros defeitos da parede abdominal. Apesar de rara na literatura, este é o segundo caso diagnosticado no HULW em 4 anos. È provável que a freqüência na literatura esteja enviesada por falha diagnóstica. As características típicas podem ser detectadas na USG até ao final do primeiro trimestre. Como se trata de anomalia complexa, a USG tridimensional pode contribuir para melhor visualização espacial dos defeitos e subsidiar a conduta perinatal. 96 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P093 CURVAS PERCENTILARES DA RELAÇÃO UMBILICO-CEREBRAL EM FUNÇÃO DA IDADE GESTACIONAL: UMA APLICAÇÃO DO MÉTODO LMS E ALISAMENTO COM SPLINES CÚBICAS. CLAUDIO SERGIO MEDEIROS PAIVA; MOISÉS DIEGO LIMA; DJACYR MAGNA CABRAL FREIRE. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A dopplervelocimetria é uma ferramenta amplamente utilizada na vigilância da vitalidade fetal nas gestações de alto risco e, com este propósito, compara os valores dos índices dopplervelocimétricos com padrões de referência ainda não validados e, em grande parte, baseados em métodos estatísticos que assumem pressupostos paramétricos inadequados. A Organização Mundial de Saúde tem recomendado recentemente a revisão de curvas biométricas e utilizado novos métodos estatísticos de modelagem para a construção de novas curvas percentilares de referência. Esses métodos são baseados no pressuposto de que, para cada nível de uma covariável, os dados têm uma distribuição não-normal, devendo então ser anteriormente transformados pela função Box-Cox Potencial para corrigir as assimetrias. Os coeficientes desta transformação são modelados em função de 3 parâmetros e graus de liberdade, respectivamente para a mediana (M), coeficiente de variação (S) e assimetria (L). OBJETIVOS: analisar a variação da relação umbilico/cerebral (U/C) em função da idade gestacional (IG) e construir gráfico de curvas percentilares. MÉTODO: Estudo de desenho transversal envolvendo 1.582 gestantes sem patologias entre 27 e 39 semanas. Os exames dopplervelocimétricos foram realizados por examinador único, com equipamento Voluson 730 GE®, seguindo as normas técnicas padronizadas no serviço. Na construção das curvas, foi utilizado o método LMS de Cole e Green (1992), disponível no software LMSChartMaker, onde cada curva dos percentis (3º, 5º, 25º, 50º, 75º, 95º e 97º) é sintetizada por 3 curvas representando respectivamente a mediana (M), o coeficiente de variação (S) e a assimetria (L), e como eles mudam em função da variável independente. No alisamento das curvas foram utilizadas splines cúbicas. RESULTADOS: A curva da Mediana foi monotônica descendente, indicando que há uma correlação não-linear da U/C com a idade gestacional; foram construídos tabelas e gráficos com os valores de referência para percentis em função da IG entre 27 e 39 semanas. CONCLUSÃO: A relação U/C decresce com a idade gestacional, parecendo não ser adequado adotar ponto de corte único como critério de anormalidade. A utilização de curvas percentilares de referência pode melhorar a sensibilidade do método. Novos estudos de validação devem ser realizados para avaliar o impacto na redução da morbimortalidade perinatal. 97 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P094 DEPRESSÃO PUERPERAL: SINAIS, SINTOMAS E FATORES ASSOCIADOS. TAYLAH TÁSSIA DE SOUSA OLIVEIRA; CAMILLA MARIANA ALBUQUERQUE GALDINO; CAMILLA QUEIROGA DANTAS; GABRIELA NÓBREGA DINIZ; THUANNY GOMES DE MORAIS. FCM - CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A depressão puerperal é um importante problema de saúde pública e seu índice de ocorrência está aumentando a cada ano. Ela se manifesta a partir das primeiras quatro semanas após o parto, afetando a relação mãe-filho. A depressão maior ocorre por período mínimo de duas semanas, com a presença do humor depressivo ou anedonia associada a vários sintomas. OBJETIVOS: O estudo realizado teve como finalidade traçar o perfil da puérpera, comparando os sinais, sintomas e fatores associados na depressão pós-parto, cotejando as informações colhidas através dos métodos citados a seguir. MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo literário teve como base informações colhidas em diversos artigos científicos que tinham como tema principal a depressão puerperal, confrontando os dados obtidos, sinais, sintomas e fatores associados a esta freqüente alteração psíquica, concluindo-os em uma revisão literária. RESULTADOS: Os sinais e sintomas mais freqüentes eram desânimo persistente, irritabilidade, desinteresse pelo filho, pensamento suicida e homicida em relação ao neonato e diminuição do apetite e libido, surgindo também em alguns casos sentimentos de culpa, distúrbios do sono e diminuição do nível de funcionamento mental. Dentre os fatores associados à depressão pós-parto estão incluídos gravidez não desejada, baixo suporte socioeconômico, desarmonia conjugal, histórico de doença psiquiátrica, histórico de aborto ou transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM). CONCLUSÃO: A depressão pós-parto é uma doença psíquica que deve ser tratada com seriedade levando em conta as conseqüências que são prejudiciais tanto a puérpera quanto ao recém-nato. 98 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P095 ANTECEDENTES SEXUAIS E REPRODUTIVOS DE ADOLESCENTES GRÁVIDAS ATENDIDAS NO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL DO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA, CONVENIADO À UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - PB. FATIMA APARECIDA TARGINO SALDANHA1; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO2; THAISE VILLARIM OLIVEIRA3; SIRLEY PORTELA VASCONCELOS4; RAFAELLA ITALIANO PEIXOTO5; FRANCISCA SONALLY MELO DOS SANTOS6. 1,3,5,6.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: O aumento da incidência de gravidez precoce e de sua recorrência transformou a gestação na adolescência em um fenômeno complexo, associado a fatores econômicos, educacionais e comportamentais; repleto de repercussões pessoais, sociais e nenhuma solução factível. Nesse contexto, os antecedentes comportamentais dos jovens envolvidos e o seu nível de educação sexual e maturidade emocional são fatores determinantes na ocorrência – e recorrência - de uma gravidez precoce indesejada1. Objetivo: Avaliar os antecedentes sexuais e reprodutivos no desfecho de uma gestação precoce entre adolescentes atendidas no serviço de assistência pré-natal do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida. Metodologia: Estudo descritivo envolvendo 32 pacientes com idade entre 12 e 19 anos atendidas no serviço entre Abril e Outubro de 2008, mediante aplicação de questionário por acadêmicos de medicina antes da consulta médica. Resultados: A média de idade das entrevistadas foi 16,1 anos, 76% delas eram primíparas, 24% engravidaram mais de uma vez e 12,5% referiram abortamento prévio. A idade média da menarca foi 12,6 anos e da sexarca 13,3 anos. A maioria das adolescentes referiu parceiro único no último ano (56,3%), enquanto 12,5% não responderam à pergunta. Das adolescentes entrevistadas, 43,8% usavam algum método contraceptivo prévio a gestação, sendo que, destas, 80,9% usavam ACHO, 31,4% condom (regularmente ou esporadicamente) e 6,7% outros métodos anticoncepcionais; no entanto, apenas 5,7% das adolescentes declararam desconhecimento quanto a qualquer método contraceptivo. Sobre a gestação atual, 53,2% não a planejaram, porém 88% aceitaram-na e passaram a desejá-la durante a evolução da gravidez, sendo que apenas 11,9% das adolescentes manifestaram o desejo de interrompê-la. Conclusões: O ingresso cada vez mais precoce para a vida sexual, a prática contraceptiva inadequada e a imaturidade psico-emocional de muitas adolescentes que conhecem – mas não usam adequadamente – os métodos anticoncepcionais disponíveis são fatores que geralmente se somam no desfecho de uma gestação precoce não planejada. Referências: 1. Vieira LM, Saes SO, Dória AAB, Goldberg TB. Considerations on contraceptive methods used by adolescents in Brazil. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 2006; 6(1): 135-140. 99 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P096 FATORES ASSOCIADOS AO USO DE MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS EM ADOLESCENTES GRÁVIDAS ATENDIDAS NO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA, CONVENIADO À UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE-PB. FATIMA APARECIDA TARGINO SALDANHA1; RAIMUNDO ANTONIO BATISTA ARAUJO2; THAISE VILLARIM OLIVEIRA3; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO4; SIRLEY PORTELA VASCONCELOS5; RAFAELLA ITALIANO PEIXOTO6. 1,3,6.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,4,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: O aumento da incidência de gravidez precoce e de sua recorrência transformou a gestação na adolescência em um importante problema de saúde pública. A gravidez precoce não planejada está amiúde associada a fatores sócio-demográficos e comportamentais, bem como a possibilidade de complicações perinatais, sendo a orientação contraceptiva adequada a estratégia mais eficaz de prevenção de sua ocorrência e recorrência. No entanto, a prática clínica diária revela haver uma discrepância entre conhecimento e prática contraceptiva entre as adolescentes grávidas, observando-se um significativo conhecimento associado a uma prática inadequada da anticoncepção. Objetivos: Avaliar a relação entre alguns fatores sócio-demográficos (idade, estado civil, escolaridade, raça, situação ocupacional, renda familiar e paridade) e o uso prévio de métodos anticoncepcionais (MAC) entre adolescentes acompanhadas no serviço de assistência pré-natal do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida. Metodologia: Estudo descritivo envolvendo 32 pacientes com idade entre 12 e 19 anos atendidas no serviço entre Abril e Outubro de 2008, mediante questionários aplicados por acadêmicos de medicina da UFCG antes da consulta médica. A amostra foi dividida em grupo A (com uso prévio de MAC) e B (sem uso prévio de MAC) tendo sido utilizado o teste qui-quadrado de Person (ou de Yates, quando necessário) para a análise comparativa das proporções, com nível de significância de 5%. Resultados: Das 32 entrevistadas, 56,2% não usavam nenhum método anticoncepcional antes de engravidar (grupo B), enquanto 43,8% delas faziam uso regular ou esporádico (grupo A), sendo que, destas, 80,9% usavam ACHO, 31,4% condom e 6,7% outros métodos contraceptivos. Observou-se que 50% das gestantes do grupo A tinham idade entre 15 e 19 anos (contra 50% no grupo B), 47,2% declararam-se casadas ou em união estável (52,8% no grupo B), 45% estudaram até o ensino fundamental (55% no grupo B), 37% eram negras (63% no grupo B), 55,5% exerciam alguma atividade remunerada (44,5% no grupo B), 63,4% eram secundíparas (36,6% no grupo B) e 66,6% tinham renda superior a 1 salário mínimo (contra 33,4% no grupo B). Conclusões: Dentre as variáveis analisadas, a baixa renda familiar, a primiparidade e a raça negra associaram-se a uma anticoncepção inadequada ou mesmo inexistente, enquanto a idade, o estado civil, a situação ocupacional e o grau de escolaridade das adolescentes não demonstraram ter associação significativa com uma adequada prática contraceptiva. Destarte, evidencia-se a ineficiência da escola na formação sexual das adolescentes e a determinante influência do baixo nível socioeconômico no desfecho de uma gravidez precoce. Referências: 1. Chalem E, Mitsuhiro, SS; Ferri, CP. Gravidez na adolescência: perfil sócio-demográfico e comportamental de uma população da periferia de São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública; 23 (1): 258-61. Rio de Janeiro, 2007. 100 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P097 PREMATURIDADE: A EXPERIÊNCIA E O CUIDAR MATERNO. ISABELA VERAS DE MORAIS MONTEIRO; ANTONIO DA ROCHA FORMIGA NETO; SARA CONCEIÇÃO ALENCAR TAVARES; HAYZA FERNANDES FELINTO; MAYARA MOTA SALVADOR DE MIRANDA. FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prematuridade representa um dos principais problemas para a saúde pública do Brasil, levando-se em consideração os elevados índices de morbi-mortalidade infantil. Um bebê é considerado prematuro, ou pré-termo, quando nasce com menos de 37 semanas de gestação. Além da idade gestacional, as chances de sobrevivência de um recémnascido pré-termo dependem do seu peso, condições de nascimento e local onde nasce. OBJETIVO: analisar os sentimentos, expectativas e a caracterização clínicoepidemiológica das mães de recém-nascidos prematuros a partir de seus relatos. MATERIAIS E MÉTODOS: estudo descritivo com abordagem quati- qualitativa. A amostra foi composta por 15 mães de bebês prematuros assistidas no Instituto Cândida Vargas, em João Pessoa-PB, que concordaram em participar da pesquisa. RESULTADOS: os dados sócio-demográficos revelam que a maioria das mães entrevistadas possuem uma faixa etária entre 20 e 24 anos (53,4%), eram solteiras (60%), do lar (66,6%) e possuíam ensino fundamental e médio incompletos (66,6%), 12 mães tiveram acompanhamento médico durante a gestação (80%) e 3 não tiveram (20%); Quanto aos problemas gestacionais apresentados foram relatados má alimentação e estresse. O Discurso das mães mostraram sentimentos de tristeza e desespero ao saber que o filho era prematuro e não saber como ajudar o bebê a sobreviver; sentimento de amor; alguns sentem-se preparadas para cuidar de seus bebês prematuros e outras não, e trazem consigo a expectativa de poder atender às necessidades de seu bebê após alta hospitalar. CONCLUSÃO: observou-se o choque pelo nascimento antes da época, revelando sofrimento e a grande insegurança de muitas mães em relação ao cuidar de seus bebês. 101 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P098 INCIDÊNCIA DE PÓS-DATISMO E GESTAÇÃO PROLONGADA ENTRE PUÉRPERAS ATENDIDAS NO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA, CONVENIADO À UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - PB. FATIMA APARECIDA TARGINO SALDANHA1; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO2; EVELYNE MORAIS BEZERRA3; BRUNO ANTONIO BEZERRA BARRETO4; THIAGO PARENTE NEIVA GOMES5; CAMILA QUEIROZ LEITE DE LIMA6. 1,3,5,6.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A duração média da gestação em humanos (gestação a termo) é situada entre 37 e 40 semanas completas1. Define-se como gestações pós-data as gravidezes que se encontram entre 40 semanas e um dia e 41 semanas e seis dias; e como gestação prolongada aquelas que se estendem por mais de 42 semanas1. A prevalência de gravidez prolongada varia de 3 a 14% na literatura mundial de acordo com os vários fatores que intervêm em sua estimativa, mormente o método de estabelecimento da idade gestacional2. No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, a incidência de pós-datismo é estimada em cerca de 5,3%3. Tais gestações estão classicamente associadas ao acréscimo no risco de resultados gestacionais adversos conseguinte à deterioração progressiva da função placentária a partir da 40° semana. Por esse motivo, a literatura é rica em recomendações sobre a necessidade de iniciar-se a vigilância da vitalidade do feto a partir dessa idade gestacional. Metodologia: Estudo descritivo retrospectivo do registro de admissões e altas do berçário do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), referente aos pacientes admitidos no setor entre janeiro e dezembro de 2007. Resultados: No período avaliado, foram realizados 5041 partos no ISEA. Desse total, 562 (11,1%) tinham idade gestacional superior a 40 semanas. Do total de pacientes, 239 (42,5%) tinham idade gestacional entre 40 semanas e 1 dia e 41 semanas, 188 (33,4%) entre 41 semanas e 1 dia e 42 semanas e 135 (24%) 42 semanas e 1 dia ou mais. Estima-se, portanto, em 8,4% a incidência de pós-datismo e em 2,6% a de gestação prolongada no período avaliado. Conclusão: A análise comparativa da idade gestacional das pacientes atendidas no período avaliado revela que a incidência de pós-datismo e gestação prolongada encontra-se compatível com as estatísticas mundiais e nacionais. Referências: 1. Brasil. Ministério da Saúde. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada. Manual Técnico. Brasma, DF: Ministério da Saúde; 2005. 2. Norwitz, E. R., Snegovskih, V. V., Caughey, A. B. Prolonged Pregancy: When Should We Intervene? Clinical Obstetrics and Gynecology. 2007; 50: 547-556. 3. Braga Filho J. Pós-datismo. In: Vaz FM, Zugaib M. Assistência à gestante de alto risco e ao recém nascido. São Paulo: Atheneu, 1993. 102 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P099 SUPLEMENTAÇÃO PERICONCEPCIONAL COM O USO DE ÁCIDO FÓLICO PARA PREVENÇÃO DE DISTÚRBIOS DO TUBO NEURAL. ANTONIO DA ROCHA FORMIGA NETO; ISABELA VERAS DE MORAIS MONTEIRO; SARA CONCEIÇÃO ALENCAR TAVARES; HAYZA FERNANDES FELINTO; MAYARA MOTA SALVADOR DE MIRANDA. FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: o ácido fólico tem um papel fundamental no processo da multiplicação celular, sendo, portanto, imprescindível durante a gravidez. O folato interfere com o alargamento do útero e o crescimento da placenta e do feto, sendo requisito para o crescimento normal, na fase reprodutiva (gestação e lactação) e na formação de anticorpos. A deficiência do ácido fólico ocasiona desde más formações congênitas, sendo anencefalia e espinha bífida as mais freqüentes, até a morte. As gestantes são propensas a desenvolver deficiência de folato provavelmente devido ao aumento da demanda desse nutriente para o crescimento fetal e tecidos maternos. Outros fatores que contribuem para deficiência de folato são a dieta inadequada e influências hormonais. Para a diminuição do risco de distúrbios do tubo neural a dose estipulada, no período periconcepcional, é de 0,4mg a 0,8mg diários de ácido fólico para gestantes que não tiveram filhos anteriormente com defeitos do tubo neural e de 4,0mg para as gestantes nas quais se deseja reduzir o risco de recorrência dessas malformações. OBJETIVO: mostrar a importância da suplementação periconcepcional com ácido fólico entre um e três meses antes da concepção até o final do primeiro trimestre de gestação. MATERIAS E MÉTODOS: estudo descritivo feito através de revisão bibliográfica. RESULTADOS: o ácido fólico é o mais importante fator de risco identificado até hoje. A prevalência relatada de defeitos do tubo neural coloca o Brasil no patamar dos países com as mais altas taxas no mundo. O uso de ácido fólico, durante o período fértil e gestacional, pode ser visto como uma medida preventiva de doenças relacionadas às más formações congênitas. O aporte nutricional do mesmo, proveniente dos alimentos enriquecidos e da dieta habitual, confere uma menor prevenção dessas malformações, quando comparado à suplementação medicamentosa, conforme foi evidenciado em uma revisão sistemática de importantes estudos disponíveis na literatura. CONCLUSÃO: acredita-se na necessidade de avaliar a prevalência do uso da suplementação extra de ácido fólico periconcepcional e fatores associados a essa prática, como forma de quantificar e analisar qualitativamente a prevenção dos defeitos do tubo neural em uma população urbana brasileira, fornecendo ainda evidências para uma maior e melhor ação dos gestores em saúde para essa importante questão em nível de saúde pública. 103 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P100 HIPERTENSÃO PULMONAR NA GRAVIDEZ - RELATO DE CASO. NELISE PAIVA LUCENA; NATHAN JOSÉ SOUZA; THAYSA LANNE ALVES SANTOS; THAÍS BEZERRA VASCONCELOS; LUCIANA RONELE CAVALCANTE SOUZA; MOISÉS DIEGO LIMA. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A coexistência hipertensão pulmonar e gravidez representa uma associação a ser temida devido aos resultados desfavoráveis e altos índices de mortalidade materna (25-50%) evidenciados nessa situação. Nem sempre se pode prever a descompensação clínica ou o óbito nessas gestantes tomando por base a condição clínica prévia à gravidez, por isso, apesar dos notórios avanços nos estudos acerca desse tema, a conduta médica em tais casos ainda continua sendo um desafio. Objetivo: Relatar um caso de gestante com 25 semanas, portadora de cardiopatia congênita (CIV + dupla saída de VD) complicada com hipertensão pulmonar severa e que recusa a interrupção da gestação. Considerando que essa condição é uma contra-indicação formal a gravidez e que por isso, quando a gestação é confirmada, existe consenso na literatura sobre a proposição de aborto terpêutico. Método: Avaliação clínica, análise de dados do prontuário e de resultados de exames laboratoriais, dados da literatura médica contidos em livros-texto e artigos publicados sobre o tema em questão. Relato de caso: I.R.S., feminino, 23 anos, parda, casada, do lar, natural de Santa Rita - PB, G III P II A 0 com antecedente familiar de cardiopatia em uma tia materna, admitida na Maternidade do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) com 22 semanas (DUM), 22,1 semanas (USG de 17 semanas) referindo dor em baixo ventre e dispnéia aos mínimos esforços. Refere que apresenta dispnéia aos esforços e episódios de resfriado frequentes desde o nascimento. À admissão, trazia ecocardiograma prévio com diagnóstico de CIV (3,1 cm2), dupla via de saída de VD, canal arterial de moderada repercussão, defeito do septo AV forma incompleta, diagnosticada desde os 7 anos de idade, que complicou com insuficiência mitral de grau discreto, insuficiência tricúspide de grau importante e hipertensão pulmonar severa (PCP 98 mmHg). Relatou ainda que nas 2 gestações anteriores apresentou descompensação da cardiopatia de base que resultou em RNs com prematuridade extrema, peso muito baixo ao nascer (570 grs e 1050 grs) que evoluíram para óbito ainda na primeira semana de vida. Nas duas ocasiões foi aconselhada a realizar contracepção cirúrgica, contudo, recusou o procedimento. Na atual internação foi pedido parecer da cardiologia desse serviço, que considerou a gestação de péssimo prognóstico e com alto risco de vida materna, indicando a interrupção da mesma. Contudo, a gestante não aceita submeter-se ao aborto terapêutico. No momento encontra-se na 25° semana de gestação e estável do ponto de vista hemodinâmico. Conclusão: Diante do exposto conclui-se que a associação hipertensão pulmonar e gestação é uma condição de elevado risco tanto à vida materna quanto fetal, por isso configura-se como uma contra-indicação à gestação e que nos casos em que a mãe se nega a interromper a gestação, necessita de uma adequada conduta assistencial com a finalidade de prevenir as intercorrências observadas na gravidez e puerpério. 104 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P101 ESTUDO DO PH DO SANGUE DE ARTÉRIA UMBILICAL: DEFINIÇÃO DO PONTO DE CORTE PARA ACIDOSE FETAL AO NASCIMENTO. PATRICIA SPARA GADELHA1; EDSON NUNES DE MORAIS2; ANTONIO GADELHA DA COSTA3; PATRÍCIA EL BEITUNE4; FRANCISCO MAXIMILIANO PANCICH GALLARRETA5; GUILHERME PORTO DE LIMA6. 1,3.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG), CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,4,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM), SANTA MARIA, RS, BRASIL; 6.UNIVERSIDADE FEDERAL DE DE CAMPINA GRANDE (UFCG), CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A avaliação do pH e gases do sangue da artéria umbilical imediatamente após o parto tem sido reconhecida, nos últimos anos, como um indicador confiável do estado ácido-base e de oxigenação do concepto ao nascimento. O diagnóstico de asfixia intraparto pressupõe a presença de acidemia severa no sangue do cordão umbilical e assim, valores normais dos parâmetros avaliados refutam este diagnóstico. OBJETIVO: Estudar o ponto de corte do pH do sangue de artéria umbilical para a definição de acidose fetal ao nascimento. MATERIAL E MÉTODOS: Foram estudados 3.338 casos onde se coletou sangue dos vasos umbilicais pela técnica de duplo clampeamento do cordão umbilical, antes da primeira respiração do recémnascido, com medidas realizadas em tempo inferior a 30 minutos do parto. Estabeleceuse o valor mínimo do pH arterial de um grupo considerado clinicamente normal, com base em dois desvios padrão abaixo da média, e após, analisou-se os resultados neonatais em dois grupos segundo o pH de artéria umbilical: <7,100. RESULTADOS: No³7,100 e grupo considerado clinicamente normal (n=1000), encontrou-se um pH de .0,079. O limite inferior do pH foi de±artéria umbilical de 7,254 7,096. Quando comparados grupos com pH <7,100, houve³7,100 e diferenças significantes para as variáveis mecônio no líquido amniótico no momento do parto, índice de Apgar <7 no primeiro e quinto minutos, acidose respiratória (pCO2 >65mmHg) e metabólica (déficit de bases <-12mmol/L), e necessidade de internação em unidade de tratamento intensivo neonatal. CONCLUSÃO: Um valor de pH do sangue de artéria umbilical de 7,100 pode se constituir no valor mínimo de normalidade para consignar recém nascidos sem acidose, refletindo um melhor prognóstico neonatal, quando comparado com fetos cujo pH é <7,100. 105 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P102 ASPECTOS BIOÉTICOS E LEGAIS DA CESÁREA A PEDIDO DA GESTANTE. RAIMUNDO ANTONIO BATISTA ARAUJO1; FATIMA APARECIDA TARGINO SALDANHA2; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO3; CAIO DE SOUZA BORGES4; JULIANNY SALES SILVA5; ILUSKA ALMEIDA CARNEIRO MARTINS DE MEDEIROS6. 1,2,5,6.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A cesárea a pedido é conceituada como a interrupção cirúrgica da gravidez a pedido da gestante, na ausência de qualquer indicação médica ou obstétrica e realizada em atendimento à livre manifestação de vontade, desejo e/ou conveniência da gestante1. A justificativa de tal prática tem sido objetivo de grande polêmica e críticas, tanto do ponto de vista médico como do ponto de vista legal. Objetivos: Identificar e discutir normas e princípios bioéticos e legais relacionados à decisão de interrupção da gravidez pela via cirúrgica mediante o pedido da paciente. Instrumentos e métodos: Pesquisa bibliográfica em bases de dados Medline e LILACS, normas e recomendações de sociedades médicas, de Direito Bioético e Medicina Legal. Resultados e Discussão: Hodiernamente, ainda não há evidências suficientes que permitam avaliar plenamente os risco e benefícios da cesárea a pedido quando comparada ao parto vaginal espontâneo2, embora se reconheça que a cesárea realizada antes de 39 semanas de gestaçãor possa relacionar-se a resultados perinatais adversos3. Em tal análise, devem ser discutidos em cada caso três princípios da bioética: a autonomia, a justiça e a nãomaleficência. Consoante a autonomia, a decisão respalda-se em duas perspectivas: o respeito à autonomia do paciente, o qual deve expor, mediante termos simples e claros, informações sobre os riscos e benefícios da cesárea ou do parto vaginal para que cada paciente possa exercer de forma plena e consciente sua autonomia3; e o respeito à autonomia do médico, o qual pode recusar-se a realizar o procedimento por ele julgado desnecessário ou não recomendado, facultando-se o direito de encaminhar a paciente para outro profissional3. Quanto à justiça, entende-se que a alocação de recursos pelos sistemas de saúde para as duas vias de parto deva ser eqüitativa, respeitando-se o bemestar de toda a sociedade3. Embora não exista ausência de riscos tanto para o parto vaginal quanto para a cesárea, o princípio da não maleficência deve guiar a análise dos riscos do procedimento4. Assim, se os benefícios suplantarem os riscos, a cesárea eletiva estará eticamente justificada; caso contrário, não. Conclusões: Não obstante as lacunas que envolvem o tema, a decisão pela via de parto deve ser resultado de uma discussão que contemple o desejo da paciente e a posição do médico assistente, fundamentando-se nos princípios da bioética e da razoabilidade. Referências: 1. Feldman GB, et al.Prophylatic cesarean section at term? N Eng J Med 1985; 312(19) 1264-7 2. National Institutes of Health State-of-the-Science Conference. Cesarean delivery on maternal request. Obstet Gynecol 2006; 107(1): 1386-97 3. Nomura R, Miyadahira S. Bioética e Direito. In: Zugaib M. Obstetrícia. 1° edição. São Paulo: Atheneu, 2008. p1158-61 4. World Health Organization. Apropriate technology for birth. Lancet 1985; 2:436-7 106 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P103 O USO DE PLANTAS NA INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ POR MULHERES DE COMUNIDADES CARENTES DE JOÃO PESSOA - PARAÍBA - BRASIL. JULIANA ALENCAR DA CUNHA FÉRRER1; RACHEL ROSE CARVALHO DE OLIVEIRA2; CLIMÉRIO AVELINO DE FIGUEREDO3. 1,2.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 3.NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS HOMEOPÁTICAS E FITOTERÁPICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: O aborto é considerado crime em muitos países, como no Brasil. Por ser ilegal, muitas mulheres recorrem a métodos clandestinos para abortar, muitos destes bastante perigosos e que põem em risco sua própria vida. Além de técnicas rudimentares, como a introdução de objetos pontiagudos no útero e o uso de medicamentos alopáticos, como o Citotec®, é muito comum o uso de plantas abortivas, tomadas isoladamente ou sob a forma de garrafadas. Algumas plantas medicinais, em função do tipo de constituintes químicos que possuem, têm um potencial teratogênico e abortivo. A falta de conhecimento da toxicidade das espécies utilizadas pode levar a conseqüências sérias, já que as plantas tóxicas possuem algum tipo de efeito lesivo, causando distúrbios ao organismo, principalmente no feto. Objetivos: Realizar um levantamento das plantas medicinais com propriedades abortivas mais usadas por mulheres de comunidades carentes de João Pessoa - PB. Materiais e Métodos: Foram realizadas entrevistas com mulheres da comunidade São Rafael, no bairro Castelo Branco, a respeito de que plantas elas sabiam que tinham efeito abortivo, independente de terem usado ou não. Em seguida, realizou-se uma pesquisa bibliográfica para verificar as informações científicas disponíveis sobre as plantas citadas, visando à comprovação da sua ação abortiva. Resultados: As plantas mais citadas foram quebrapedra (Phyllanthus niruri L.), cabacinha (Luffa operculata (L.) Cogn.), sena (Senna alexandrina Mill), boldo (Peumus boldus Molina), arruda (Ruta graveolens L.), espirradeira (Nerium oleander L.). Entre as plantas citadas, encontram-se dados na literatura pesquisada sobre todas elas a respeito de suas propriedades abortivas e teratogênicas. A Luffa operculata é uma planta potencialmente tóxica e está entre as dez plantas mais utilizadas como abortivas no Brasil. A Phyllanthus niruri L., indicada na eliminação de cálculos renais possui propriedades abortivas, podendo inclusive provocar cólicas e diarréias no lactente se utilizada durante o período de lactação. A Peumus boldus Molina apesar de possuir várias finalidades terapêuticas, também apresenta um potencial abortivo. O uso de Nerium oleander como abortivo tem provocado inúmeros acidentes tóxicos, tanto para o feto como para a mãe. S. alexandrina é estimulante do útero, tendo propriedades abortivas. Conclusão: Pode-se constatar que as mulheres têm um bom conhecimento acerca das plantas medicinais com efeitos abortivos e dos riscos e problemas que estas podem acarretar ao feto e a própria mãe se utilizadas durante o período gestacional e que se expõem a este risco por não disporem de outros meios para conseguir fazer o aborto. No entanto, o conhecimento sobre as plantas abortivas ainda é limitado, uma vez que existem poucas pesquisas científicas que evidenciem as propriedades tóxicas e teratogênicas das plantas, embora a tradição popular forneça ricas informações sobre tais propriedades, é necessário validá-las. 107 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P104 DIABETES MELLITUS E GRAVIDEZ: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS ASSOCIADOS AO ATENDIMENTO PRÉ-NATAL. FATIMA APARECIDA TARGINO SALDANHA1; RAIMUNDO ANTONIO BATISTA ARAUJO2; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO3; ILUSKA ALMEIDA CARNEIRO MARTINS DE MEDEIROS4; LUIS AUGUSTO MENEZES DE SIQUEIRA BRITO5; RAYSSA FATIMA FARIAS COSTA6. 1,2,4,5.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 3,6.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, REMIGIO, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: O diabetes gestacional (DG) é definido como qualquer grau de intolerância a carboidratos diagnosticado na gestação. Sua prevalência é estimada em 1 a 14% de todas as gestações de acordo com o método de rastreamento e diagnóstico1. Os principais fatores de risco descritos para a ocorrência de diabetes gestacional são: história prévia de DG, DM na família, baixa estatura, idade ≥ 25 anos, obesidade ou aumento de peso na gestação, síndrome dos ovários policísticos, hiperinsulinismo e antecedentes de morte fetal/neonatal, macrossomia, HAS ou pré-eclâmpsia2. Objetivos Avaliar o perfil epidemiológico de pacientes com diagnóstico de diabetes gestacional acompanhadas no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Campina GrandePB), serviço de referência em DG no interior da Paraíba - Brasil. Metodologia: Estudo descritivo retrospectivo de 46 prontuários de gestantes acompanhadas na Unidade de Gravidez de Alto Risco da instituição no período de Agosto a Outubro de 2007. Resultados: Na amostra estudada (n=46), 73,9% eram multíparas, 82,6% tinham mais de 25 anos, 56,5% referiram antecedentes familiares de DM, 34,7% apresentaram DG em gestação anterior, sendo que 37,5% destas referiram abortamento prévio, 17,4% morte neonatal e 30,4% macrossomia. 52% delas foram encaminhadas por glicemia ou teste de tolerância oral à glicose alterados. Na primeira consulta com endocrinologista, 69,5% tinham IMC > 30, 21,7% apresentavam sobrepeso e 60,8% já estavam em curso do terceiro trimestre da gestação. Todas as pacientes foram orientadas à dietoterapia e mudança do estilo de vida, 34,7% à insulinoterapia e 86,9% foram encaminhadas ao nutricionista. Entretanto, 30,4% das gestantes apresentaram ganho ponderal significativo até o final da gestação e apenas 34,8% atingiram controle glicêmico adequado. 51% fizeram menos de 6 consultas com o endocrinologista durante o pré-natal e 5,7% praticaram alguma atividade física regular na gestação. Conclusão: Observou-se haver concordância dos principais fatores de risco para DG descritos pela literatura na amostra estudada, assim como relevantes índices de abortamento, macrossomia e morte neonatal prévios na amostra estudada. Evidenciouse ainda um retardo no início do acompanhamento especializado, bem como uma insatisfatória adesão das pacientes à terapêutica prescrita, sobretudo ao rigoroso controle glicêmico, dieta adequada, atividade física e controle do peso. Referências: 1. Dabelea D, Snell-Bergeneon JK, Hamman RF, McDuffie RS. Increasing prevalence of gestacional diabetes over time and by birth cohort: Kaiser permanente of Colorado Screening Program. Diabetes Care 2005; 28(3):579-84. 2. Scott DA, Loverman E, Waugh N. Screenin for gestacional diabetes: a systematic reviem and economic evaluation. Health Technol Assess 2002;6(11):1-112. 108 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P105 CORIOCARCINOMA - RELATO DE CASO. ANDRÉ SILVEIRA PINHO; DAYANE FERNANDA AMORIM SANTOS; VENTURIELSO VENTURA GOMES; THAÍS BEZERRA VASCONCELOS; MOISÉS DIEGO LIMA. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: Doenças trofoblásticas gestacionais são blastomas originários do tecido de revestimento das vilosidades coriais caracterizados por aspectos degenerativos e proliferativos. Apresenta quatro formas clínicas: mola hidatiforme, corioadenoma destruens, coriocarcinoma e tumor trofoblático do sítio placentário. O coriocarcinoma gestacional constitui uma forma maligna derivada do cito e do sinciciotrofoblasto, caracterizada pela ausência de elementos vilositários, podendo evoluir para óbito, caso a terapêutica não for oportuna e enérgica. A história relacionada ao coriocarcinoma revela gravidez recente, especialmente molar. O útero pode apresentar-se volumoso, amolecido e o sangramento persiste mesmo após curetagens repetidas. O diagnóstico de suspeição pode ser feito através das elevadas dosagens hormonais seriadas de gonadotrofina coriônica e o radiografias de tórax, a intervalos frequentes, contribuem para afirmar a exatidão do diagnóstico, uma vez que dois terços das pacientes com coriocarcinoma apresentam infiltrados pulmonares. O exame anátomo-patológico confirma o diagnóstico. Objetivo: Relatar um caso de gestação molar evoluindo para coriocarcinoma. Material e Método: Análise de prontuário de paciente admitida no Serviço de Obstetrícia do Hospital Universitário Lauro Wanderley no dia 18 de Setembro de 2008 às 22h30min. Resultado: F.R.S., 18 anos, branca, solteira, cabeleireira, GII P0 A0 (uma gestação molar anterior), seis semanas de gestação, procurou o Serviço de Obstetrícia do Hospital Universitário Lauro Wanderley com história de sangramento genital de grande monta há três dias e hemotransfusões repetidas. Realizou-se curetagem por suspeita de prenhez molar, pois a paciente possuía história prévia desse quadro há três anos, não realizando acompanhamento pós-molar adequado. Ultra-sonografia pélvica revelou aspecto ecográfico sugestivo de nódulos de invasão molar na região corporal/fúndica posterior. Paciente evoluiu com um novo quadro de sangramento genital vultuoso, dor em baixo ventre e choque hipovolêmico. Diante do risco de morte iminente, realizou-se histerectomia total, que transcorreu sem intercorrências. Radiografia de tórax enquadrado nos padrões da normalidade. Laudo histopatológico conclui neoplasia trofoblástica gestacional – coriocarcinoma. Paciente segue em acompanhamento no Hospital Napoleão Laureano. Conclusão: A incidência de surgimento de coriocarcinoma após gestação molar se encontra na faixa de 1 para 40, por isso a importância de realizar um seguimento pós-molar adequado a fim de evitar uma evolução desfavorável do caso. 109 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P106 AVALIAÇÃO DO PESO FETAL ESTIMADO PELA ULTRA-SONOGRAFIA EM PACIENTES COM DIABETES GESTACIONAL. ILUSKA ALMEIDA CARNEIRO MARTINS DE MEDEIROS1; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO2; JULYANA MARQUES FERNANDES MENDES3; FELIPE LEAL DE MORAES BRITO4; JULIANNY SALES SILVA5; LUIS AUGUSTO MENEZES DE SIQUEIRA BRITO6. 1,4,5.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,3,6.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A determinação do peso fetal estimado (PFE) pela ultra-sonografia é importante meio de verificar o bem-estar fetal e de avaliar a evolução de seu crescimento no decorrer da gestação. Alguns fatores podem ainda influenciar e modificar valores de referência adotados para a estimativa do peso fetal. A presença de patologias maternas, bem como as fetais, também deve ser conhecida para que se possa avaliar sua possível influência no crescimento fetal. O aumento do peso fetal com diagnóstico de macrossomia acarreta desde mudança na conduta obstétrica até a necessidade de investigação mais apurada da glicemia materna e do recém-nascido. Objetivo: Este trabalho teve por objetivo avaliar o peso fetal estimado por ultrasonografia em gestações de pacientes com diabetes gestacional. Metodologia: Quanto ao desenho e métodos empregados na pesquisa, realizou-se estudo retrospectivo e descritivo, através da análise dos prontuários das parturientes acompanhadas no prenatal de alto risco do Instituto Elpidio de Almeida (ISEA, Campina Grande-PB. O PFE foi classificado segundo a curva desenvolvida por Cecatti et al. em pequeno para a idade gestacional (PIG), adequado para a idade gestacional (AIG) e grande para a idade gestacional (GIG), segundo curva normal do PFE por ultrasonografia. A classificação dependia da posição do peso na referida curva, respectivamente abaixo do percentil 10, entre percentil 10 e 90, ou acima do percentil 90. Resultados: Foram analisadas 25 pacientes com idade média de 33,9 anos. Na amostra avaliada, 41,1 eram primíparas e 56,5% referiram antecedentes familiares de diabetes mellitus. O diagnóstico do diabetes gestacional foi baseado no resultado do teste de tolerância oral à glicose alterado (TGTO≥140) em 58,8% das pacientes, na glicemia de jejum alterada (GJ≥110) em 29,4% dos casos e em alteração da glicemia pós-prandial(GJ≥185) em 11,8% das pacientes. A altura média das parturientes foi de 156cm, sendo 12,5% com estatura inferior a 150cm. Segundo protocolo proposto por Atalah et al., 53,8% foram classificadas como obesas, e 23,1% apresentavam sobrepeso. Analisando o PFE observamos que: 37,5% estavam no percentil igual ou acima de 90, 20,8% no percentil 50, 20,8% entre o percentil 50-90, 8,3% entre o percentil 10 e 50 e 12,5% estavam no percentil 10 ou abaixo deste. (Figura 1) Dos fetos classificados como GIG, 85,7% foram diagnosticados no terceiro trimestre da gestação, 66,6% as gestantes eram obesas e 80% multíparas. Conclusões: Concluímos que 37,5% dos fetos das pacientes com diabetes gestacional foram classificados como grandes para a idade gestacional, tal fato foi mais freqüente em multíparas e obesas, sendo na sua grande parte diagnosticado apenas no terceiro trimestre. Referências: Cecatti, JG et al. Validação da curva normal de peso fetal estimado pela ultra-sonografia para o diagnóstico do peso neonatal., 02/2003, RBGO: 25 (1), p.35-40, São Paulo, 2003 110 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P107 PÓS-DATISMO E GESTAÇÃO PROLONGADA: QUANDO DEVEMOS INTERVIR? JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO1; BRUNO ANTONIO BEZERRA BARRETO2; RAIMUNDO ANTONIO BATISTA ARAUJO3; FATIMA APARECIDA TARGINO SALDANHA4; CAMILA QUEIROZ LEITE DE LIMA5; ILUSKA ALMEIDA CARNEIRO MARTINS DE MEDEIROS6. 1,2,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 3,4,6.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: A Organização Mundial de Saúde classifica como gestações pós-data as gravidezes que se encontram entre 40 semanas e um dia e 41 semanas e seis dias; e como gestação prolongada aquelas que se estendem por mais de 42 semanas1. Por estarem classicamente associadas ao acréscimo no risco de resultados gestacionais adversos, a literatura mostra-se rica em recomendações quanto à necessidade de uma cuidadosa vigilância da vitalidade fetal nessas gestações. No entanto, embora as inúmeras complicações sabidamente associadas ao prolongamento da gravidez e aos vários estudos relacionados ao tema, as recomendações sobre o acompanhamento e necessidade de intervenção em tais gestações ainda são contraditórios e destituídos de consenso, variando significativamente entre os serviços. Objetivo: Buscar na literatura científica as recentes evidências relativas à conduta assistencial direcionada a gestações que se prolongam a partir da 40° semana. Instrumentos e métodos: Pesquisa bibliográfica em bases de dados da biblioteca Cochrane, Medline e LILACS. Resultados: Devido às complicações perinatais associadas às gestações pós-data, a literatura preconiza o início da vigilância do bem-estar fetal a partir de 40 semanas e 1 dia1, com vistas à detecção precoce dos casos de insuficiência placentária. A propedêutica para avaliação vitalidade fetal inclui análise do perfil biofísico fetal, a cardiotocografia e a dopplervelocimetria, variando a freqüência de realização dessas provas de acordo com as fontes consultadas. Segundo revisão sistemática realizada em 2003, a indução rotineira do parto a partir da 41° semana, independentemente das condições do colo, está associada a menores índices de cesareana quando comparada à conduta expectante, no entanto, não há repercussão sobre a morbiletatalidade perinatal2. Assim, indução do trabalho de parto geralmente é indicada quando os benefícios do nascimento superam os riscos de se manter a gestação, tanto para a mãe como para o feto. Nas gestações de alto-risco, esse momento normalmente é a maturidade pulmonar, porém, nas gestações de baixo risco persistem dúvidas quanto ao melhor momento para a interrupção da gestação, devendo-se tal decisão ser baseada na cuidadosa avaliação da vitalidade fetal3. Embora ainda existam várias lacunas na proposição de estudos recentes3, a maioria deles preconiza a interrupção da gestação na 42° semana, independentemente de outros fatores, ou quando forem observados sinais de sofrimento fetal (cardiotocografia ou dopplervelocimetria alteradas ou ILA < 5cm) ou condições cervicais adequadas (Bishop ≥5), devendo-se utilizar a via de parto pertinente3. Conclusão: As evidências científicas a respeito do pós-datismo ainda são insuficientes para se estabelecer um protocolo único de assistência, sendo necessário ainda validarem-se protocolos estabelecidos em alguns serviços e proporem-se novos parâmetros de conduta assistencial direcionados a tais gestações. 111 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P108 ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL E SEPSE NEONATAL: ANÁLISE DE FATORES ASSOCIADOS. FATIMA APARECIDA TARGINO SALDANHA1; RAIMUNDO ANTONIO BATISTA ARAUJO2; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO3; THAISE VILLARIM OLIVEIRA4; BRUNO ANTONIO BEZERRA BARRETO5; ILUSKA ALMEIDA CARNEIRO MARTINS DE MEDEIROS6. 1,3,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,5,6.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: Várias patologias e estados mórbidos da gestação têm determinante importância na etiologia do óbito neonatal e de outros resultados gestacionais adversos1. A sepse neonatal é a mais importante causa de óbito nos primeiros dias de vida do recém-nascido e tem importante associação com a ocorrência de infecções perinatais, prematuridade, sofrimento fetal e outras intercorrências obstétricas, além de relacionar-se à qualidade da assistência perinatal e outros fatores pré-natais2. Dessa forma, na investigação de óbitos neonatais, os antecedentes obstétricos devem ser avaliados com vistas a minimizarem-se os índices de mortalidade neonatal mediante uma imprescindível melhoria da assistência pré-natal. Metodologia: Estudo descritivo retrospectivo de 60 prontuários de RN falecidos na UTI neonatal da CLIPSI – Clínica e Pronto-socorro Infantil Hospital Geral (Campina Grande-PB) – de Janeiro a Dezembro de 2007. Resultados: Dentre as mães dos 60 recém-nascidos que evoluíram a óbito, 18,33% eram adolescentes, 40% primigestas e 42% realizaram menos de 6 consultas pré-natais. Quanto à via e tempo do parto, 49,1% ocorreram via transvaginal e 68,4% foram pré-termo. Do total de recém nascidos que evoluíram a óbito, 61,% foram considerados baixo peso, 34,4% apresentaram Apgar menor que 5 no 1° minuto e 28,1% menor que 7 no 5° minuto e 65,5% morreram na primeira semana de vida. As infecções neonatais estiveram presentes em 71,2% dos casos, sendo 57,1% precoces, 35,7% tardias e 7,1% associadas. Inobstante as dificuldades encontradas na coleta dos dados pré-natais (sobretudo o mau preenchimento do cartão e a escassez desses dados no caso de pacientes procedentes de outros serviços), as intercorrências mais amiúde relatadas foram: infecções do trato urinário, rotura prematura de membranas e doença hipertensiva específica da gravidez. A análise bivariada para o desfecho óbito por sepse neonatal revelou associação com prematuridade (Odds ratio – OR = 1,8), amniorrexe prematura (OR = 3,2) e menos de 6 consultas pré-natais (OR = 1,2).Conclusões: Observou-se uma elevada incidência de intercorrências obstétricas e uma insatisfatória adesão ao pré-natal entre mães de recém nascidos que evoluíram a óbito, evidenciando o inadequado diagnóstico e tratamento de patologias pré-natais potencialmente associadas ao óbito neonatal. A precariedade das informações no encaminhamento e no preenchimento dos dados do pré-natal dificultou sobremaneira esta avaliação. Referências: 1. Valle CF, Goulart AP, Dal-Pizzol F et al - Clinical and laboratorial alterations in the diagnosis of neonatal sepsis. RBTI, 2005;17:194-197. Gourart, Ana Paula et al . 2. Fatores de risco para o desenvolvimento de sepse neonatal precoce em hospital da rede pública do Brasil. Rev. bras. ter. intensiva , São Paulo, v. 18, n. 2, 2006 112 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P109 RESULTADOS MATERNOS E PERINATAIS DE GESTANTES TABAGISTAS: ESTUDO PROSPECTIVO. PATRICIA SPARA GADELHA; ANTONIO GADELHA DA COSTA; ÉDDIO DANTAS DO NASCIMENTO; GUILHERME PORTO DE LIMA; DIOGO DE ALCÂNTARA VILAR CAMPOS. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA (UFCG), CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Investigações no campo da perinatologia referem que os desfechos maternos e perinatais são piores em gestantes tabagistas quando comparadas àquelas que não fumam. OBJETIVO: Estudar os desfechos maternos e perinatais em gestantes tabagistas que tiveram seus filhos no Instituto de Saúde Elpidio de Almeida (ISEA). MATERIAL E MÉTODOS: Estudaram-se 782 gestantes que deram à luz no ISEA no período de 01 de julho de 2007 a 31 de janeiro de 2008. Um instrumento de pesquisa, constando de um questionário previamente elaborado e de um termo de consentimento esclarecido, foi aplicado a todas as gestantes que deram à luz no período estudado. As variáveis estudadas foram: idade materna, idade gestacional obstétrica (semanas), número de internações durante a gestação, peso fetal (g) ao nascimento, Apgar no 1º minuto. Considerou-se as gestantes em 4 categorias em relação ao hábito de fumar: não fumantes (NF), fumantes ativas e ativas passivas (FAP), fumantes passivas (FP), e exfumante (EF). Os resultados foram analisados por metodologia estatística não paramétrica através dos testes de Mann-Whitney e do qui-quadrado. RESULTADOS: Considerando-se a condição da gestante de NF, FAP, FP e EF, respectivamente foram encontrados os seguintes resultados: a) para idade (em anos) da gestante: 26,4±7,1; 26,2±7,0; 24,6±3,7; e 24,5±6,9; b) idade gestacional obstétrica (semanas): 38,0±2,7; 38,0±2,5; 37,6±3,1; e 38,5±2,2; c) número de internações maternas: 1,5±0,9; 1,2±0,4; 1,5±0,9; 1,4±0,6; d) peso fetal (g): 3074±672; 3011±571; 3023±802; 3072±756; e) Apgar de 1º minuto: 8,7±1,6; 9,0±1,3; 8,8±1,4; 8,9±1,3. Não houve diferença significativa entre os grupos. CONCLUSÕES: Não se observaram diferenças importantes em relação as variáveis estudadas, entre gestantes tabagistas e não tabagistas. 113 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P110 OCORRÊNCIA DO TABAGISMO EM GESTANTES ADOLESCENTES ASSISTIDAS EM UM CENTRO TERCIÁRIO DA PARAÍBA. PATRICIA SPARA GADELHA; ANTONIO GADELHA DA COSTA; PATRÍCIA EL BEITUNE; ÉDDIO DANTAS DO NASCIMENTO; GUILHERME PORTO DE LIMA; DIOGO DE ALCÂNTARA VILAR CAMPOS. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG), CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Cada vez mais o uso do tabaco durante a gestação tem sido valorizado pelos investigadores, em função dos seus efeitos maléficos para o binômio mãe-feto. A população brasileira de gestantes adolescentes tem crescido de forma significativa, sendo considerado problema de saúde pública. OBJETIVO: Estudar a ocorrência do tabagismo em um grupo de gestantes em função da idade, adolescentes e não adolescentes. MATERIAL E MÉTODOS: Estudaram-se 782 gestantes que deram à luz no Instituto de Saúde Elpidio de Almeida (ISEA) no período de 01 de julho de 2007 a 31 de janeiro de 2008. Um instrumento de pesquisa, constando de um questionário previamente elaborado e de um termo de consentimento esclarecido, foi aplicado a todas as gestantes que deram à luz no período estudado. As pacientes foram classificadas como adolescentes e não adolescentes de acordo com a idade: < 20 anos e ≥ 20 anos, respectivamente. Considerou-se as gestantes em 5 categorias em relação ao hábito de fumar: não fumantes (NF), fumantes ativas (FA), fumantes passivas (FP), fumantes ativas e passivas (FAP), e ex-fumante (EF). Os resultados foram analisados pelo teste do qui-quadrado considerando como significante um p<0,05. RESULTADOS: Do total de 782 gestantes, 45,8% (n= 358) eram NF, 26,1% (n= 204) eram FAP, 22,9% (n= 180) eram FP, e 5,2% (n= 40) eram EF. Entre as adolescentes, representadas por 24,6% da população geral (n= 192), 42,3% (n= 82) eram NF, 6,7% (n= 12) eram FA, 28,9% (n= 56) eram FP, 4,8% (n= 9) eram FAP, e 17,3% (n= 33) eram EF. O hábito do tabagismo entre as gestantes com idade superior a 20 anos ocorreu da seguinte forma: 48,9% eram NF, 7,5% eram FA, 22,9% eram FP, 9,7% eram FAP, e 11,0% eram EF. Os resultados não mostraram diferenças significantes quando comparadas gestantes adolescentes e não adolescentes. CONCLUSÕES: O número de gestantes adolescentes do ISEA (24,6%) é semelhante ao divulgado pelo Datasus nos últimos anos, o qual varia de 19% a 27% entre as várias regiões do país; a ocorrência do hábito de fumar não foi diferente entre as adolescentes e não adolescentes, chamando a atenção, no entanto, porcentagens maiores de fumantes ativas e passivas (FAP) entre as gestantes não adolescentes, e de ex-fumantes (EF) entre as gestantes adolescentes. 114 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P111 DE FETO INVIÁVEL A VIÁVEL NA AMNIORREXE PREMATURA: CASO CLÍNICO. GILKA PAIVA OLIVEIRA COSTA. HOSPITAL UNIMED, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A amniorrexe é uma ocorrência cuja gravidade estabelece relação direta com a idade gestacional, portanto será tanto mais grave quanto menor for a idade gestacional. Sua ocorrência nas fases iniciais da gestação geralmente evolui com interrupção espontânea da gestação. Outra associação importante é a instalação de infecção corioamniônica, importante fator na morbimortalidade materno-fetal. MATERIAL E MÉTODOS: Gestação de 18 semanas com eliminação de líquidos pela genitália com ultrasonografia evidenciando oligoidramnia com índice de líquido amniótico (ILA=7) e peso fetal de 440g, apresentava urocultura e cultura de secreção vaginal negativas, leucograma e proteína C reativa (PCR) normais. Apresentados riscos e cuidados na conduta expectante ao casal, bem como condições de inviabilidade fetal extra uterina e prognóstico desfavorável do caso. O seguimento foi realizado através de orientação sobre sinais clínicos de infecção, realização de leucograma e PCR semanal que se mantiveram estáveis e exame ecográfico à cada 2 a 3 semanas com avaliação da biomoetria fetal, ILA e vitalidade fetal. Foi medicada com 3 ciclos de betametasona (2 doses 12mg em intervalo de 24h), a partir da 28ª semana. Na 32ª semana com redução do crescimento intrauterino, aumento da oligoidramnia (ILA=6), peso fetal de 1583g e maturação placentária (grau III), decidiu-se pela intervenção via cesariana com recém nascido em boas condições de nascimento, pesando 1590g com boa evolução clínica. CONCLUSÃO: Apesar do reservado prognóstico para amniorrexe prematura extrema, deve-se acreditar na possibilidade de se chegar a viabilidade fetal, sobretudo com os recursos disponíveis na neonatologia atual. Deste modo é fundamental que, tanto o obstetra, quanto a gestante acreditem que os cuidados e vigilância são os únicos recursos que apesar dos riscos e das condições adversas podem permitir que a viabilidade do feto passe a ser real. 115 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P112 ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE GESTANTES TABAGISTAS ACOMPANHADAS EM UM CENTRO TERCIÁRIO DA PARAÍBA. PATRICIA SPARA GADELHA; ANTONIO GADELHA DA COSTA; ÉDDIO DANTAS DO NASCIMENTO; GUILHERME PORTO DE LIMA; DIOGO DE ALCÂNTARA VILAR CAMPOS. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG), CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A ocorrência de tabagismo durante a gestação varia de 15% a 30% conforme os diversos autores, sendo que o efeito do tabaco repercute no binômio materno-fetal. OBJETIVO: Realizar estudo epidemiológico de gestantes que tiveram seus filhos no Instituto de Saúde Elpidio de Almeida (ISEA), em relação ao uso do tabaco. MATERIAL E MÉTODOS: Estudaram-se 782 gestantes que deram à luz no ISEA no período de 01 de julho de 2007 a 31 de janeiro de 2008. Um instrumento de pesquisa, constando de um questionário previamente elaborado e de um termo de consentimento esclarecido, foi aplicado a todas as gestantes. Considerou-se as gestantes em 4 categorias em relação ao hábito de fumar: não fumantes (NF), fumantes ativas, fumantes ativas e passivas, ou fumantes que pararam durante a gestação (FAP), fumantes passivas (FP), e ex-fumante (EF). Para a análise foram estudadas variáveis maternas e perinatais. Os resultados foram analisados por estatística descritiva ou pelo teste de Kruskal-Wallis. RESULTADOS: Do total de 782 gestantes, 45,8% (n= 359) eram NF, 26,1% (n= 204) eram FAP, 22,9% (n= 179) eram FP, e 5,2% (n= 40) eram EF. A idade materna foi de 26,4±6,8 para NF, 25,6±6,8 para FAP, 24,9±7,3 para FP e 27,4±7,6 para EF. Essas diferenças foram significantes (p<0,02). A escolaridade em anos de escola, mostrou-se significantemente diferente entre os grupos: NF=8,23±3,1; FAP=7,3±3,1; FP=7,83±2,7; e EF=7,95±3,1 (p<0,007). Também foram estatisticamente diferente entre os grupos o número de consultas pré-natal (p<0,0001), o número de gestações (p<0,001), a paridade (p<0,005), o peso materno antes da gestação (p<0,04), e a diferença de peso da primeira para a última pesagem na gravidez (p<0,04). Entre as variáveis perinatais observou-se uma tendência a um peso fetal, ao nascimento, maior entre as não fumantes (3.115g±707,1g), se comparado aos outros grupos (FAP=3.018g±664,1g; FP=3.055g±771,6g; EF=2.834±840,7g). CONCLUSÕES: O estudo epidemiológico na população de grávidas que tiveram seus filhos no ISEA mostrou que o uso de tabaco é mais freqüente entre aquelas com menor escolaridade, menor número de consultas pré-natal, menor ganho ponderal na gestação, com tendência de fetos de baixo peso ao nascer, e com menor idade gestacional ao nascimento (entre fumantes anteriores à gestação). 116 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P113 ASSOCIAÇÃO ENTRE A OCORRÊNCIA DE PREMATURIDADE E TABAGISMO NA GESTAÇÃO. PATRICIA SPARA GADELHA; ANTONIO GADELHA DA COSTA; ÉDDIO DANTAS DO NASCIMENTO; GUILHERME PORTO DE LIMA; MAÍRA GOMES MONTEIRO; THAYZE TEIXEIRA MARTINS. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG), CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A prematuridade é o fator isolado que mais contribui para as taxas de mortalidade infantil em países desenvolvidos. Por outro lado, o tabagismo é uma das causas de parto pré-termo (PPT) com potencial prevenção. OBJETIVO: Estudar a possível associação entre nascimento pré-termo no Instituto de Saúde Elpidio de Almeida (ISEA) e o uso do tabaco durante a gravidez. MATERIAL E MÉTODO: Estudou-se 782 puérperas do ISEA no período de 01 de julho de 2007 a 31 de janeiro de 2008, cuja idade gestacional (IG) era conhecida (data da última menstruação e/ou ultrasonografia de primeiro trimestre). Um questionário foi aplicado às puérperas após a assinatura de termo de consentimento esclarecido. Classificou-se as pacientes em 4 categorias quanto ao fumo e quanto à IG: não fumantes (NF), fumantes ativas, ativas e passivas, e fumantes que pararam na gestação (FAP), fumantes passivas (FP), e exfumantes (EF); GI (<28sem), GII (28–32sem), GIII (32–36sem), e GIV (≥36sem). Os resultados foram analisados pelo teste do qui-quadrado, considerando-se um p<0,05. RESULTADOS: Do total de 782 gestantes, 45,8% (n= 359) eram NF, 26,1% (n= 204) eram FAP, 22,9% (n= 179) eram FP, e 5,2% (n= 40) eram EF. A taxa de nascimento ≥36 semanas foi de 86,5%, 86,6%, 83,0% e 66,7%, entre NF, FAP, FP e EF respectivamente. A taxa de prematuros <28sem foi de 1,8%, 1,7%, 0,6% e 6,0% entre NF, FAP, FP e EF respectivamente. Houve associação significativa (p<0,05) entre a IG e o tabagismo. CONCLUSÕES: Há associação entre o nascimento de fetos pré-termo e o uso do fumo. 117 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P114 RELAÇÃO ENTRE O HÁBITO DO TABAGISMO NA GRAVIDEZ E A NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO EM CENTRO DE TRATAMENTO INTENSIVO NEONATAL. PATRICIA SPARA GADELHA; ANTONIO GADELHA DA COSTA; ÉDDIO DANTAS DO NASCIMENTO; GUILHERME PORTO DE LIMA; RAFAELLA MENEZES DE SOUSA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG), CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A necessidade de internação em unidades de tratamento intensivo neonatal (CTIN) tem entre suas principais causas a prematuridade, o baixo peso, e as infecções. Está bem documentada a relação existente entre o tabagismo na gravidez e algumas dessas condições. OBJETIVO: Estudar a ocorrência de internação de recémnascidos (RN) em CTIN no Instituto de Saúde Elpidio de Almeida (ISEA), os principais diagnósticos neonatais e a relação com o tabagismo na gestação. MATERIAL E MÉTODO: Estudou-se 70 internações na CTIN do ISEA, dentre 782 gestantes que tiveram filhos no hospital no período de 01 de julho de 2007 a 31 de janeiro de 2008. Um questionário foi aplicado a todas as puérperas após a assinatura de um termo de consentimento esclarecido. Classificou-se as pacientes em 4 categorias: não fumantes (NF), fumantes ativas, ativas e passivas, e fumantes que parou durante a gestação (FAP), fumantes passivas (FP), e ex-fumante (EF). Os resultados foram analisados através de estatística descritiva e do teste do qui-quadrado, considerando-se como significante um p<0,05. RESULTADOS: Dos 70 RN, 34 eram filhos de NF, 15 de FAP, 17 de FP, e 4 de EF, que corresponderam a 9,7%, 7,4%, 9,6% e 10% do total de NF, FAP, FP e EF respectivamente. Não houve associação significante entre os grupos. Dos RN internados, as médias de peso foram de 2.060g±1.159g para NF,1.743g±824g para FP, 1.568g±1.182g para EF, e 1.666g±765g para FAP. O extremo baixo peso (<1.000g) ocorreu em 21,2%, 17,6%, 25,0% e 6,3% respectivamente para NF, FP, EF e FAP. Um peso >2.500g ocorreu em 30,3%, 17,6%, 25,0% e 12,5% respectivamente entre as NF, FP, EF e FAP. Não houve associação significante entre peso do RN e internação em CTIN considerando o tabagismo. Entre os principais diagnósticos de CTIN estão a prematuridade, a SDR, hipoglicemia e as infecções neonatais. CONCLUSÕES: O hábito do tabagismo parece não se associar à internação de RN em CTIN; no entanto, entre os internados a média de peso tende a ser maior entre os RN de mães NF. 118 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P115 RELAÇÃO ENTRE RECÉM-NASCIDOS DE BAIXO PESO E O HÁBITO DE FUMAR NA GESTAÇÃO. PATRICIA SPARA GADELHA; ANTONIO GADELHA DA COSTA; ÉDDIO DANTAS DO NASCIMENTO; GUILHERME PORTO DE LIMA; ANA CAROLINA GADELHA GONÇALVES. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG), CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Atualmente se aceita que recém-nascidos (RN) de grávidas fumantes, são em média 200g menos pesados que os de gestantes não fumantes, e que as taxas de baixo peso (<2.500g) nas fumantes são duas vezes maiores, como um resultado de prematuridade e crescimento intra-uterino restrito. OBJETIVO: Estudar a relação entre o peso de RN de puérperas do Instituto de Saúde Elpidio de Almeida (ISEA) e o consumo de tabaco na gestação. MATERIAL E MÉTODO: Estudou-se 782 gestantes que tiveram filhos no ISEA no período de 01 de julho de 2007 a 31 de janeiro de 2008. Um questionário foi aplicado às puérperas após a assinatura de termo de consentimento esclarecido. Classificou-se as pacientes em 4 categorias quanto ao fumo e ao peso do RN: não fumantes (NF), fumantes ativas, ativas e passivas, e fumantes que parou durante a gestação (FAP), fumantes passivas (FP), e ex-fumante (EF); G1 (<1.000g), G2 (1.000-1.500g), G3 (1.500-2.500g), e G4 (≥2.500g). Os resultados foram analisados através do teste não paramétrico do qui-quadrado, considerando-se como significante um p<0,05. RESULTADOS: Do total de 782 gestantes, 45,8% (n= 359) eram NF, 26,1% (n= 204) eram FAP, 22,9% (n= 179) eram FP, e 5,2% (n= 40) eram EF. O tabagismo e as faixas de peso estudadas não se associaram significantemente. No entanto, houve uma tendência a um número maior de RN com peso ≥2.500g entre as NF (NF=85,6%; FAP=79,7%; FP=81,9%; e EF=76,3%). Considerando as médias de peso dos RN entre os grupos, as diferenças das NF para FAP, FP e EF foram respectivamente de 110g, 60g e 281g, sendo que de NF para os 3 grupos foi de 105g. CONCLUSÕES: Houve uma tendência a um número maior de RN com peso <2.500g entre gestantes que fumam, fumaram, ou foram expostas ao fumo, quando comparado a NF; e que RN dessas últimas pesam em média 105g mais do que os RN das expostas ao fumo. 119 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P116 REPRODUTIBILIDADE DOS ÍNDICES VASCULARES DO DOPPLER 3D PLACENTÁRIO NA SEGUNDA METADE DA GESTAÇÃO. HÉLIO ANTONIO GUIMARÃES FILHO1; LAVOISIER LINHARES DIAS DA COSTA2; EDWARD ARAUJO JÚNIOR3; ROSIANE MATTAR4. 1,2.ECOCLÍNICA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 3,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA, SAO PAULO, SP, BRASIL. Resumo: Objetivo: Estudar a reprodutibilidade intra-observador e inter-observador dos índices vasculares do Doppler de amplitude tridimensional (DAT) da placenta entre 26 e 35 semanas de gestação. Pacientes e métodos: Procedeu-se a um estudo em que foram avaliadas 30 pacientes. Por meio do programa VOCAL, foram realizadas as medidas do índice de vascularização (VI), índice de fluxo (FI) e índice de vascularização e fluxo (VFI) placentários. Todos os volumes foram adquiridos por um único examinador e armazenados no equipamento de ultra-sonografia, para posterior análise. Para estudo da reprodutilbilidade intra-observador, foram realizadas duas medições em cada volume pelo observador 1, sendo estas sujeitas ao teste de reprodutibilidade. Para análise da reprodutibilidade inter-observador, o observador 1 e o observador 2 realizaram uma medição em cada volume, sendo estas sujeitas ao teste de reprodutibilidade. A reprodutibilidade intra-observador e a inter-observador foram avaliadas utilizando-se o coeficiente de correlação intra-classe (CC-intra) e inter-classe (CC-inter), respectivamente. Foram calculados, também, os limites de confiança e o coeficiente de repetibilidade para cada índice. Resultados: Todos os três índices apresentaram CC-intra > 0.90. O CC-inter foi de 0.75, 0.98 e 0.85 para VI, FI e VFI, respectivamente. O índice FI apresentou a melhor concordância em ambos os testes. O coeficiente de repetibilidade dos índices variou de 3,43 a 9,05, tanto na reprodutibilidade intraobservador quanto na inter-observador, com exceção para o resultado inter-observador do índice VI, que foi de 14,90. Conclusões: Foi observada elevada concordância intraobservador e inter-observador para a avaliação dos índices vasculares do DAT entre 26 e 35 semanas de gestação. O elevado coeficiente de repetibilidade dos índices FI e VFI traduz sua aceitável confiabilidade na reprodução dos resultados. 120 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P117 ANEMIA FALCIFORME E GESTAÇÃO: RELATO DE CASO E ASPECTOS ATUAIS DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL. RAIMUNDO ANTONIO BATISTA ARAUJO1; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO2; RAYSSA FATIMA FARIAS COSTA3; MARIANA IZIDORO NASCIMENTO4; THIAGO PARENTE NEIVA GOMES5; ILUSKA ALMEIDA CARNEIRO MARTINS DE MEDEIROS6. 1,2,3.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 4,5,6.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A Anemia Falciforme provoca na gestação uma situação de risco materno-fetal elevada, podendo a mortalidade materna chegar a 20% e a mortalidade fetal a 50%. As gestante portadoras de anemia falciforme apresentam incidência aumentada de pré-eclâmpsia, pielonefrite, hematúria, tromboflebite, descolamento prematuro da placenta, infecção do trato urinário e corioamnionite, bem como risco aumentando de parto prematuro e complicações pulmonares, infartos renais e do sistema nervoso central. Por esses motivos, a assistência pré-natal de gestante com anemia falciforme deve ser multidisciplinar, diferenciada e intensificada, com vistas a garantir o melhor prognóstico para o binômio materno-fetal. RELATO DO CASO: S. F. L., 25 anos, GI P0 A0, parda, procedente de Remígio-PB, com diagnóstico de Anemia Falciforme anterior à gestação, foi acompanhada pela equipe do pré-natal de alto risco do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA)em Campina Grande-PB,. Referia menarca aos 17 anos e início de atividade sexual aos 24 anos, fazendo uso esporádico de condom como método contraceptivo. Durante o acompanhamento pré-natal, realizou oito consultas e não apresentou nenhuma crise vaso-oclusiva, evoluiu normotensa, hipocorada (++/4+), com ganho ponderal de 12,5 Kg durante a gravidez, sem apresentar edema. Hemogramas foram solicitados a cada consulta e a hemoglobina variou entre 8,2 e 8,3, o hematócrito entre 24% a 25%. Ecocardiograma no primeiro trimestre: dentro dos padrões da normalidade. Foram solicitados exames ultra-sonográficos em todas as consultas, todos normais (sem restrição do crescimento intra-uterino). Durante as últimas consultas, a paciente queixava-se de dores abdominais, mormente do lado esquerdo. Com idade gestacional de 34 semanas, apresentou ameaça de trabalho de parto prematuro e com 35 semanas voltou a ser internada apresentando aminiorrexe prematura e oligoâmnio acentuado, sendo a interrupção da gravidez indicada pela via operatória. O recém-nascido do sexo masculino apresentou Apgar de 8 no 1° min e de 9 no 5° min, Capurro 35 semanas e 1 dia, peso de 2.615g, comprimento 46 cm, PC= 34 e PT=32. Mãe e filho ficaram em observação por 48 horas, com boa evolução. DISCUSSÃO: A gravidez em pacientes com anemia falciforme pode associar-se a um amuneto da morbidade e mortalidade materna e fetal, porém os riscos não são grandes o suficiente para se contra-indicar a gestação nesse grupo de pacientes, salvo em ocasiões especiais. O abortamento é uma das principais causas de morte fetal em pacientes com esta patologia, sendo que no caso em questão este não ocorreu, vindo a ocorrer outra intercorrência obstétrica muito comum nestes casos, que é o TPP, pois 30% a 50% destas gestantes evoluem para o trabalho de parto com menos de 36 semanas. Um adequado acompanhamento hematológico, que possibilite uma gravidez planejada e um bom acompanhamento pré-natal são formas de proporcionar-se a tais pacientes a concretização do desejo de ser mãe. 121 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P118 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS GESTANTES E PUÉRPERAS ADMITIDAS NA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO. SHEILA CELESTE LIMA; NEWTON MOREIRA NETO; SHRAEL MEDEIROS ALVES; RENATO BRITO HOLDER; PATRICIA CARVALHO PALHANO; PABLO VINICIUS GALVÃO. UFRN, NATAL, RN, BRASIL. Resumo: Introdução: Segundo as novas definições de políticas de saúde preconizadas pelo SUS, na tentativa de dinamizar a oferta de serviços, a assistência Pré – Natal e ao Parto, deve ser realizada em uma unidade regional de atendimento à saúde – Unidade de atenção secundária, em casa ou no local onde a gestante se encontre mais confortável - salvo se houver o reconhecimento de um quadro de gravidez de alto risco, situação na qual devem ser encaminhadas ao serviço terciário de referência mais próximo e habilitado para tal. Essas medidas visam a melhoria na condição de parto e conseqüente diminuição a mortalidade materno – fetal/infantil. Em detrimento de tais conceitos, ainda predomina uma escassez de mecanismos que possibilitem a integração entre os organismos que realizam a assistência pré-natal e ao parto, favorecendo assim a segmentação e a descontinuidade na atenção à saúde do binômio mãe-filho, culminando com um maior risco de adoecer e morrer, bem como impede que o processo reprodutivo seja visto em sua totalidade. É notável a grande heterogeneidade na distribuição espacial dos serviços que geralmente se concentram em regiões mais favorecidas e submetendo grande parte das gestantes a realizar longos trajetos na busca de assistência ao parto. O mais preocupante é perceber que essa escassez de leitos públicos e/ou de qualidade se dá também para o atendimento de gestantes de alto risco. Uma boa distribuição geográfica apresentaria um padrão de setas curtas entre regiões administrativas vizinhas, possibilitando à gestante maior comodidade e tranqüilidade ao ter seu trabalho de parto iniciado e precisar da assistência dos profissionais. Objetivos: O presente estudo tem por objetivo traçar um perfil da assistência Pré – Natal, ao parto e ao Recém nascido no estado do Rio Grande do Norte, tomando por base o encaminhamento desnecessário de gestantes para uma unidade terciária colocando em risco a gestante e o feto. Dessa feita, procuramos obter a epidemiologia das gestantes admitidas na Maternidade Escola Januário Cicco entre os meses de Agosto e Outubro de 2008, realizando assim um mapeamento de fluxo a partir do qual poder – se – ia entender melhor o padrão da oferta de serviços de saúde distribuídos pelas regiões administrativas de Natal e pelo Estado do Rio Grande do Norte. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo de Coorte retrospectivo através da utilização de protocolos preenchidos por entrevista direta com a paciente, sem no entanto possibilitar qualquer identificação da mesma.A amostra consiste de 50 pacientes admitidas entre os dias 25 de Agosto e 16 de Outubro de 2008, tendo como critérios de inclusão ser puérpera, estar em trabalho de parto ou interna por causas neonatais. Serão excluídas as pacientes admitidas para realização de curetagem ou aborto terapêutico Os dados foram arquivados em banco de dados do Microsoft Excel® versão XP. Resultados: Das 50 gestantes entrevistadas, 48% eram provenientes dos diversos bairros de Natal e 52% provinham de várias microrregiões do interior do Estado. 44% foram submetidas a parto cesárea, 46% realizaram parto normal e 10% ainda estavam em curso gestacional. 42% tiveram trabalho de parto prematuro ou em pós – datismo, 48% tiveram parto a termo. Das gestantes submetidas à Cesárea, 50% tiveram seus filhos a termo. Dos 50% restantes, 36,4% foram por pós – datismo, e 63,6% por prematuridade. Apenas 5 gestantes (10%) não realizaram o Pré – Natal enquanto 45 (90%) o fizeram. Desse total, 5 gestantes (11,2%), realizaram apenas três 122 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 consultas, 9 (20%) realizaram 4 consultas, 2 (4,4%) realizaram 5 consultas, e 1 (2,2%) não sabe informar o número de consultas. Então das 45 gestantes que realizaram Pré Natal, 17 (38%, aproximadamente) não realizaram o mínimo de consultas preconizadas pelo Ministério da Saúde. 58% não eram consideradas de alto risco enquanto que 42% se enquadravam nesse grupo. 80% realizaram o Pré - Natal em sua cidade de origem, 5 realizaram em outra cidade (10%) sendo o principal motivo a gestação de alto risco (6%). Conclusões: Concluímos que apesar dos esforços, aindIntrodução: Segundo as novas definições de políticas de saúde preconizadas pelo SUS, só deve haver o encaminhamento aos serviços terciários de assistência a parto em casos de gravidez de alto risco. Essa medida objetiva a melhoria na condição de parto e conseqüente diminuição a mortalidade materno – fetal/infantil. Entretanto, percebe – se que ainda ocorre encaminhamento desnecessário, ocorrendo com bastante freqüência a dissociação entre os serviços que realizaram o Pré – Natal e o momento do parto. Essa situação, aliada com a migração da paciente para um local distante de sua residência, contribui para um maior risco de adoecer/morrer impede que o processo reprodutivo seja visto como um todo. É sabido que parte do problema é derivado da escassez de leitos, inclusive para gestações de alto risco, que se concentram nas regiões mais favorecidas, não havendo um padrão de setas curtas que resultaria em aumento na qualidade da atenção à gestante em trabalho de parto. Faz – se , entretanto necessário obter um perfil a respeito do encaminhamento das gestantes admitidas para identificar e quantificar as principais falhas nesse momento da Assistência.Objetivos: O presente estudo tem por objetivo traçar um perfil da assistência Pré – Natal, ao parto e ao Recém nascido no estado do Rio Grande do Norte, tomando por base o encaminhamento desnecessário de gestantes para uma unidade terciária. Dessa feita, procuramos obter a epidemiologia das gestantes admitidas na Maternidade Escola Januário Cicco entre os meses de Agosto e Outubro de 2008, realizando assim um mapeamento de fluxo a partir do qual poder – se – ia entender melhor o padrão da oferta de serviços de saúde distribuídos pelas regiões administrativas de Natal e pelo Estado do Rio Grande do Norte. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo de Coorte retrospectivo através da utilização de protocolos preenchidos por entrevista direta com a paciente, sem no entanto possibilitar qualquer identificação da mesma. A amostra consiste de 50 pacientes admitidas entre os dias 25 de Agosto e 16 de Outubro de 2008, tendo como critérios de inclusão ser puérpera, estar em trabalho de parto ou interna por causas neonatais. Serão excluídas as pacientes admitidas para realização de curetagem ou aborto terapêutico Os dados foram arquivados em banco de dados do Microsoft Excel® versão XP. Resultados: Das 50 gestantes entrevistadas, a maior parte (52%) provinham do interior do estado, submetidas a parto cesárea (46%), a termo (48%), não eram consideradas de alto risco (58%) e realizaram consultas Pré- Natal (88,8%) em sua cidade de origem (80%). No tocante às consultas de Pr´e – Natal é importante salientar que apenas 37,8% realizaram o mínimo de consultas preconizadas pelo SUS. Conclusões: Concluímos que ainda ocorre admissões desnecessárias de gestantes em trabalho de parto para serviços como a Maternidade Escola Januário Cicco. Essas admissões são determinadas por vários fatores e tem como resultado a peregrinação das pacientes por longas distâncias, atrelando um maior risco de morbi – mortalidades à situação. Sendo a evitabilidade o padrão – ouro para diminuir o óbito materno e fetal, torna- se imprescindível promover a melhoria da assistência ao parto e ao Recém – nascido assegurando o acesso de ambos em tempo oportuno, com qualidade e regionalizada.a ocorre a admissão em serviços terciários com a Maternidade Escola Januário Cicco por razões diferentes das preconizadas pela OMS e SUS. Percebemos também que ainda há uma dissociação entre o Pré – Natal e a assistência ao trabalho de 123 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 parto que aliado à má distribuição dos recursos e profissionais com sua concentração em áreas mais desenvolvidas do estado, contribui para perpetuar a peregrinação de gestantes em trabalho de parto por longas distâncias aumentando os riscos de morbimortalidade para as mesmas. Sabe – se que a evitabilidade é o padrão – ouro para diminuir as taxas de mortalidade materna e perinatal, Faz – se necessário, então a melhoria da assistência Pré – Natal, ao parto e ao Recém Nascido bem como a real efetivação da atenção organizada de forma hierarquizada e regionalmente bem distribuída, como preconizado pelo SUS, a partir do que haverá sido assegurado o acesso da gestante e do recém nascido em tempo oportuno a serviços de qualidade e adequados ao seu estado deIntrodução: Segundo as novas definições de políticas de saúde preconizadas pelo SUS, na tentativa de dinamizar a oferta de serviços, a assistência Pré – Natal e ao Parto, deve ser realizada em uma unidade regional de atendimento à saúde – Unidade de atenção secundária, em casa ou no local onde a gestante se encontre mais confortável - salvo se houver o reconhecimento de um quadro de gravidez de alto risco, situação na qual devem ser encaminhadas ao serviço terciário de referência mais próximo e habilitado para tal. Essas medidas visam a melhoria na condição de parto e conseqüente diminuição a mortalidade materno – fetal/infantil. Em detrimento de tais conceitos, ainda predomina uma escassez de mecanismos que possibilitem a integração entre os organismos que realizam a assistência pré-natal e ao parto, favorecendo assim a segmentação e a descontinuidade na atenção à saúde do binômio mãe-filho, culminando com um maior risco de adoecer e morrer, bem como impede que o processo reprodutivo seja visto em sua totalidade. É notável a grande heterogeneidade na distribuição espacial dos serviços que geralmente se concentram em regiões mais favorecidas e submetendo grande parte das gestantes a realizar longos trajetos na busca de assistência ao parto. O mais preocupante é perceber que essa escassez de leitos públicos e/ou de qualidade se dá também para o atendimento de gestantes de alto risco. Uma boa distribuição geográfica apresentaria um padrão de setas curtas entre regiões administrativas vizinhas, possibilitando à gestante maior comodidade e tranqüilidade ao ter seu trabalho de parto iniciado e precisar da assistência dos profissionais. Objetivos: O presente estudo tem por objetivo traçar um perfil da assistência Pré – Natal, ao parto e ao Recém nascido no estado do Rio Grande do Norte, tomando por base o encaminhamento desnecessário de gestantes para uma unidade terciária colocando em risco a gestante e o feto. Dessa feita, procuramos obter a epidemiologia das gestantes admitidas na Maternidade Escola Januário Cicco entre os meses de Agosto e Outubro de 2008, realizando assim um mapeamento de fluxo a partir do qual poder – se – ia entender melhor o padrão da oferta de serviços de saúde distribuídos pelas regiões administrativas de Natal e pelo Estado do Rio Grande do Norte. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo de Coorte retrospectivo através da utilização de protocolos preenchidos por entrevista direta com a paciente, sem no entanto possibilitar qualquer identificação da mesma.A amostra consiste de 50 pacientes admitidas entre os dias 25 de Agosto e 16 de Outubro de 2008, tendo como critérios de inclusão ser puérpera, estar em trabalho de parto ou interna por causas neonatais. Serão excluídas as pacientes admitidas para realização de curetagem ou aborto terapêutico Os dados foram arquivados em banco de dados do Microsoft Excel® versão XP. Resultados: Das 50 gestantes entrevistadas, 48% eram provenientes dos diversos bairros de Natal e 52% provinham de várias microrregiões do interior do Estado. 44% foram submetidas a parto cesárea, 46% realizaram parto normal e 10% ainda estavam em curso gestacional. 42% tiveram trabalho de parto prematuro ou em pós – datismo, 48% tiveram parto a termo. Das gestantes submetidas à Cesárea, 50% tiveram seus filhos a termo. Dos 50% restantes, 36,4% foram por pós – datismo, e 63,6% por prematuridade. 124 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 Apenas 5 gestantes (10%) não realizaram o Pré – Natal enquanto 45 (90%) o fizeram. Desse total, 5 gestantes (11,2%), realizaram apenas três consultas, 9 (20%) realizaram 4 consultas, 2 (4,4%) realizaram 5 consultas, e 1 (2,2%) não sabe informar o número de consultas. Então das 45 gestantes que realizaram Pré Natal, 17 (38%, aproximadamente) não realizaram o mínimo de consultas preconizadas pelo Ministério da Saúde. 58% não eram consideradas de alto risco enquanto que 42% se enquadravam nesse grupo. 80% realizaram o Pré - Natal em sua cidade de origem, 5 realizaram em outra cidade (10%) sendo o principal motivo a gestação de alto risco (6%). Conclusões: Concluímos que apesar dos esforços, ainda ocorre a admissão em serviços terciários com a Maternidade Escola Januário Cicco por razões diferentes das preconizadas pela OMS e SUS. Percebemos também que ainda há uma dissociação entre o Pré – Natal e a assistência ao trabalho de parto que aliado à má distribuição dos recursos e profissionais com sua concentração em áreas mais desenvolvidas do estado, contribui para perpetuar a peregrinação de gestantes em trabalho de parto por longas distâncias aumentando os riscos de morbimortalidade para as mesmas. Sabe – se que a evitabilidade é o padrão – ouro para diminuir as taxas de mortalidade materna e perinatal, Faz – se necessário, então a melhoria da assistência Pré – Natal, ao parto e ao Recém Nascido bem como a real efetivação da atenção organizada de forma hierarquizada e regionalmente bem distribuída, como preconizado pelo SUS, a partir do que haverá sido assegurado o acesso da gestante e do recém nascido em tempo oportuno a serviços de qualidade e adequados ao seu estado de 125 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P119 GESTAÇÃO TRIPLA E OFIU: UM CASO, DUAS VIDAS. GILKA PAIVA OLIVEIRA COSTA; EVERALDO VIEIRA DOS SANTOS FILHO; YARA MAIA VILLAR CARVALHO; FRANCISCO MARCELO BRAGA CARVALHO. HOSPITAL UNIMED, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Os avanços da Reprodução Humana têm tornado cada vez maior a incidência de gestações múltiplas na rotina obstétrica o que consequentemente determina maior freqüência de complicações que se associam a estas gestações. Uma realidade que exige adaptação e preparo dos obstetras para manejo destas ocorrências, sobretudo em se tratando de gestações muito desejadas e que pesa sobre o médico assistente a expectativa exacerbada de resultados positivos. OBJETIVOS: Apresentar caso clínico de gestação tripla que evoluiu com óbito intra-útero de um dos fetos e evolução favorável da gestação, nascimento e sobrevida dos outros dois fetos. METODOLOGIA: Mulher de 32 anos, gesta 0 para 0, vinha há vários anos em tratamento de anovulação e que após inseminação, evoluiu com gestação tripla tópica sem anormalidades na rotina pré-natal inicial. Usou ácido fólico 5mg/dia no primeiro trimestre e progesterona micronizada vaginal (200mg/dia) no primeiro e segundo trimestres. Na 13ª semana a ecografia evidenciou discreto apagamento de colo uterino. Discutido com o casal sobre os riscos e a importância da intervenção, optou-se pela cerclagem realizada sem intercorrência. À ecografia na 17ª semana foi identificado óbito de um dos fetos que apresentava medidas compatíveis com 14,5 semanas, estando os outros dois fetos com vitalidade e desenvolvimento adequado. Não apresentava alterações ao exame ginecológico, a urocultura era negativa, leucograma, coagulograma e PCR normais, anticardiolipinas negativas. Apresentados os riscos maternos e fetais, adotou-se a conduta expectante e foi mantida a cerclagem. O seguimento foi realizado com leucograma, coagulograma e PCR semanalmente, os quais apresentaram-se dentro dos limites de normalidade. O controle ecográfico registrava crescimento adequado dos fetos com vitalidade preservada. Foi feito betametasona utilizando-se duas doses de 12mg com intervalo de 24h em ciclos semanais no período de 28 e 32 semanas. Na 36ª semana apresentava quadro compatível com pródromos de trabalho de parto, apagamento completo do colo uterino, sendo submetida a cesariana, realizada sem intercorrências e recém nascidos pesando 1935g e 2100g, em boas condições de vitalidade, com boa evolução, não necessitando de cuidados intensivos neonatais. CONCLUSÃO: Na gestação múltipla é alto o risco de morbimortalidade materno-fetal quando há o óbito de um dos fetos. Entretanto, a conduta expectante que prioriza tanto a orientação do casal, tornando-os parceiros nas decisões, quanto a vigilância das possíveis complicações que permitem a intervenção precoce, são pré-requisitos fundamentais para se crer na possibilidade de resultados positivos que vão além da manutenção da vida fetal, refletem-se também na vida do casal a partir da concretização de um sonho idealizado como vital. 126 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P120 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DAS ADOLESCENTES GRÁVIDAS ATENDIDAS NO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL DO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA, CONVENIADO À UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE-PB. FATIMA APARECIDA TARGINO SALDANHA1; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO2; THAISE VILLARIM OLIVEIRA3; SIRLEY PORTELA VASCONCELOS4; RAFAELLA ITALIANO PEIXOTO5; FRANCISCA SONALLY MELO DOS SANTOS6. 1,3,6.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,4,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: Nas últimas décadas, a gestação na adolescência tem sido considerada um importante assunto de saúde pública, em virtude da prevalência com que esse fenômeno vem ocorrendo ao redor do mundo. Nesse processo, a prática clínica diária revela que a gravidez na adolescência está frequentemente relacionada ao baixo nível socioeconômico e cultural, aos altos índices de deserção escolar e sub-emprego1. Objetivo: Avaliar o perfil sócio-demográfico de gestantes adolescentes atendidas no serviço de assistência pré-natal do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA). Metodologia: Estudo descritivo envolvendo 32 pacientes com idade entre 12 e 19 anos atendidas no serviço, entre Abril e Outubro de 2008, mediante questionário aplicado por acadêmicos de medicina da UFCG antes da consulta médica. Posteriormente, alguns dados (idade média, renda familiar e evasão escolar) foram analisados comparativamente com os índices de outros dois estudos nacionais1, 2. Resultados: Dentre as adolescentes entrevistadas, a idade média foi 16,1 anos (contra 17,3 anos em Sabroza et al.1 e 17,0 anos em Chalem et al.2), 66,7% viviam em união consensual, 76,6% eram primíparas, 44,3% residiam na zona rural, 81,3% declaram renda familiar de até um salário mínimo (20,2% em Sabroza et al.1 e 33,1% em Chalem et al.2) e 60,9% abandonaram a escola quando engravidaram (61,1% em Sabroza et al.1 e 65,4% em Chalem et al.2), sendo que 83,3% estavam cursando ou abandonaram a escola no ensino fundamental, 43,8% usavam algum método prévio a gestação e 53,2% não planejaram a gravidez, sendo 13,3 anos a média de idade da primeira relação sexual. A maioria das adolescentes (59%) tinha cor parda, 14% eram negras, 66,7% viviam em união consensual, 55,7% residiam na zona urbana e 18,8% exerciam alguma atividade remunerada. Conclusões: A gravidez na adolescência é um fenômeno complexo, associado a fatores econômicos, educacionais e comportamentais. Na população estudada, obervou-se que o baixo nível socioeconômico e educacional é um fator determinante no desfecho de uma gravidez precoce e que, em nossa realidade, a idade, a renda familiar e escolaridade das adolescentes que engravidam são quantitativamente inferiores ou semelhantes aos índices observados em outros estudos com delineamento semelhante ao nosso. Referências: 1. Sabroza AR, Leal MC, Gama SGN, Costa JV. Perfil sócio-demográfico e psicossocial de puérperas adolescentes do Município do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública 15 (2). Rio de Janeiro, 2004. 2. Chalem E, Mitsuhiro, SS; Ferri, CP. Gravidez na adolescência: perfil sócio-demográfico e comportamental de uma população da periferia de São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública; 23 (1): 258-61. Rio de Janeiro, 2007. 127 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P121 FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL ENTRE ADOLESCENTES GRÁVIDAS ATENDIDAS NO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA – CAMPINA GRANDE-PB. FATIMA APARECIDA TARGINO SALDANHA1; SIRLEY PORTELA VASCONCELOS2; RAIMUNDO ANTONIO BATISTA ARAUJO3; JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO4; RAFAELLA ITALIANO PEIXOTO5; FRANCISCA SONALLY MELO DOS SANTOS6. 1,3,6.UNIVERSIDADE FEDERA DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,4,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. Resumo: Introdução: O índice crescente de gravidez na adolescência e as inúmeras repercussões orgânicas, psicológicas e sociais amiúde associadas a tais gestações colocam a gravidez na adolescência como um dos mais importantes problemas de saúde pública no Brasil. Nesse contexto, o impacto da qualidade da assistência pré-natal sobre os resultados perinatais dessas gestações impõe a necessidade de oferecer-se a tais pacientes uma assistência diferenciada, integrada e qualificada. Objetivo: Avaliar os fatores associados à qualidade da assistência pré-natal entre gestantes adolescentes atendidas no serviço de assistência pré-natal do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA). Metodologia: Estudo descritivo envolvendo 32 pacientes com idade entre 12 e 19 anos atendidas no serviço entre Abril e Outubro de 2008, mediante aplicação de questionário por acadêmicos de medicina antes da consulta médica. Resultados: Das gestantes acompanhadas, 43,7% iniciaram o acompanhamento no primeiro trimestre de gravidez; 62,5% afirmaram ter dificuldade de agendar consultas ou exames complementares (sobretudos aqueles agendados pela Unidade Básica de Saúde), 50% eram provenientes de outras cidades, 37,5% refeririam dificuldade de transporte até o ISEA (todas alegando problemas financeiros) e 68,7% apontaram o atraso da equipe médica como a principal queixa relativa à qualidade do atendimento. As intercorrências obstétricas mais freqüentes durante o acompanhamento pré-natal foram: infecções do trato urinário, amniorrexe prematura, anemia materna, síndromes hipertensivas, perda sangüínea genital, doenças sexualmente transmissíveis e oligodrâmnio Em relação à orientação destinada às adolescentes sobre os cuidados necessários durante a gravidez e puerpério, as principais dúvidas manifestadas por elas foram referentes ao uso de medicações e bebida alcoólica, ao tipo de alimentação na gestação, aos tipos de parto e aos sinais do início do trabalho de parto. Não obstante as queixas supracitadas, 93,7% das entrevistadas declararam-se satisfeitas com o atendimento recebido. Conclusões: Observou-se que o encaminhamento tardio, a dificuldade de agendamento de consultas e exames complementares, os problemas de transporte e a falta de pontualidade da equipe médica foram os principais fatores associados à qualidade da assistência prénatal na amostra estudada. 128 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P122 EPILEPSIA E GRAVIDEZ: DA VIGILÂNCIA PRÉ-NATAL AO PARTO. JAMYLLE ARAÚJO DIAS DOS SANTOS1; ÁUREA MAÍLA ALBUQUERQUE2; MARIA ELISABETH DIAS DOS SANTOS3. 1,2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 3.UNIMED, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A epilepsia atinge cerca de 1% da população e 0.5% das gestantes. É a patologia neurológica mais comum durante a gravidez, aumentando em duas a três vezes o risco de complicações no seu curso e resolução, com chances de teratogenicidade e morbimortalidade perinatal. OBJETIVO: Buscar na literatura científica especializada evidências relativas à evolução da epilepsia materna durante a gestação, a repercussão sobre o parto e os efeitos perinatais do metabolismo dos anticonvulsivantes. MATERIAL E MÉTODO: Pesquisa bibliográfica em bases de dados Medline e LILACS, mediante análise de artigos publicados nos últimos cinco anos. RESULTADOS: Embora ainda não haja consenso sobre a causa das malformações - a epilepsia per se ou as drogas anticonvulsivantes associados à predisposição genética – acredita-se que a associação entre esses fatores aumente o risco de complicações perinatais em relação à população geral. Em mulheres epilépticas há aumento de 4 a 8% na incidência de DHEG, parto cesário, parto prematuro, RN de baixo peso e morte fetal, paralisia cerebral e de retardo mental. Outrossim, algumas embriopatias têm associação suspeita com drogas anticonvulsivantes, como defeitos cardíacos e fendas palatinas ou labiais (fenitoína, fenobarbital e pirimidona) e defeitos no tubo neural (carbamazepina, valproato de sódio); sendo tais malformações mais frequentemente relacionadas a exposição aos fármacos no primeiro trimestre, enquanto que no último trimestre a exposição está mais relacionada a um atraso no desenvolvimento cognitivo. Se bem controladas antes da gravidez, as crises epilépticas associam-se a pequeno risco de aumento da freqüência das crises na gestação; caso contrário, há maior probabilidade de agravamento. Recomenda-se na gestação a monoterapia, utilizando-se as menores doses eficazes, sendo as drogas mais utilizadas a carbamazepina e a fenitoína. A hidantoína associa-se a maior risco teratogênico, sendo portanto contra-indicada. Recomenda-se também a administração de ácido fólico desde antes da concepção até os primeiros 30 dias de gestação, objetivando-se a proteção contra defeitos do tubo neural. Vários estudos demonstram que a epilepsia e as drogas anticonvulsivantes não impedem a evolução normal da maioria gestações, não comprometem a vitalidade do feto durante a evolução da gravidez, o que torna desnecessária a descontinuação da droga. CONCLUSÃO: Diante do risco aumentado de resultados perinatais adversos entre gestantes epiléticas, as evidências recomendam um bom controle da epilepsia prévio à gestação, devendo-se orientar a anticoncepção àquelas refratárias ao controle da doença inobstante o uso da medicação. Na gestação, recomenda-se a monoterapia com uso da menor dose eficaz, sendo a carbamazepina a droga mais utilizada, ficando a associação de drogas restrita aos casos imprescindíveis. A indicação do parto deve seguir a orientação obstétrica, não sendo necessária a retirada da terapia anticonvulsivante. 129 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P123 MORBIDADES NA LEIOMIOMATOSE UTERINA GIGANTE ASSOCIADO À GESTAÇÃO. EDUARDO SÉRGIO SOARES SOUSA; MARIA EMÍLIA CALDAS A MADRUGA; THIAGO CHAVES AMORIM; MARIA EVÂNIA AMORIM SILVA; ETIENE DE FÁTIMA GALVÃO ARAÚJO; GLEIKO YURI DE FIGUEIREDO DANTAS. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Os leiomiomas uterinos são os tumores pélvicos sólidos mais freqüentes do trato genital feminino. Estão presentes entre 20 a 30% das mulheres em idade fértil, como também em mais de 40% das mulheres acima de 40 anos, tornando-se sintomático em apenas 50% dos casos. É raro antes do menacme e geralmente regride após menopausa. O efeito existente na gravidez é variável, pois, em algumas gestantes, miomas crescem, e em outras, eles não alteram o seu volume. A diminuição dos mesmos é observada no período puerperal. Os trabalhos mais recentes mostram o crescimento dos tumores miomatosos devido à sua 4-hidroxilação. Os receptores progestagênicos são mais mitogênicos nas mulheres portadoras de miomas, aumentando na fase lútea ou progestacional. A explicação do aumento dos miomas na gravidez baseia-se no fato dos núcleos de miomas serem ricos em receptores de progesterona, o que faria o volume desses tumores crescerem neste período. OBJETIVO: Apresentar relato de caso de gestação associada à leiomioma gigante e a sua evolução inusitada no que se refere a necessidade da realização da miomectomia durante a cesariana e as morbidades correlatas. PACIENTE E MÉTODO: Paciente A.F.O.P., 35 anos, casada, profissional liberal, natural e procedente de João Pessoa-PB, admitida com diagnóstico de gravidez única de 30 semanas, associada aos leiomiomas gigantes precipitou o trabalho de parto prematuro. A ultra-sonografia obstétrica de 16 semanas já mostrava massas sólidas em parede anterior e em contigüidade com a bexiga, medindo 11.7 x 9.8cm; massa sólida em parede anterior - 1/3 médio - medindo 6.8 x 6.7cm; massa sólida em região fúndica que se estende até as proximidades do apêndice xifóide, medindo 12.0 x 10.0cm. O aumento fisiológico do útero gravídico associado ao aumento dos miomas (as ultra-sonografias seriadas mostraram um aumento de 20 a 30% dos volumes iniciais) acarretou um quadro dispnéico importante.RESULTADOS: Paciente submetida a cesariana corporal e miomectomia de parede anterior, para que houvesse a possibilidade da retirada do concepto, que foi concebido prematuramente, com APGAR 8 e 9. Em pós operatório apresentou atonia uterina e hipotensão, necessitando de hemotransfusão. No seguimento de 6 meses observou-se pequena diminuição dos miomas, o que acarretou as miomectomias múltiplas e a preservação do útero.CONCLUSÃO: O mioma associado à gravidez pode predispor ao abortamento de repetição, parto prematuro e hemorragia pós-parto. A miomectomia em pacientes grávidas constitui-se uma exceção, pois, devido à grande vascularização desses miomas, pode levar a necessidade de se realizar histerectomia. 130 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P124 OPORTUNIDADES PERDIDAS NO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DO COLO UTERINO. EDUARDO SÉRGIO SOARES SOUSA; THIAGO CHAVES AMORIM; MARIA EVÂNIA AMORIM SILVA; ETIENE DE FÁTIMA GALVÃO ARAÚJO; GLEIKO YURI DE FIGUEIREDO DANTAS. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: O câncer de colo uterino se configura como a 2ª forma mais comum de câncer na população feminina, sendo responsável por 12% de todos os tumores malignos na mulher, com pico de incidência variando de 48 a 55 anos (câncer cervical invasivo). Várias instituições sugerem que a citologia seja realizada anualmente para todas as mulheres que estão ou estiveram em atividade sexual, sendo que as mulheres que possuem baixo risco para câncer de colo poderiam ser rastreadas a cada 3 a 5 anos desde que tenham dois esfregaços negativos. A atuação preventiva primária sobre os fatores de risco para o câncer de colo uterino deve ser realizada a partir da conscientização da população. As ações preventivas secundárias e terciárias estariam relacionadas ao diagnóstico precoce realizado pela colpocitologia e colposcopia. Em pacientes não tratadas a morte ocorrerá após 3 a 5 anos. Na gestante, a incidência do colo de câncer de colo uterino varia entre 10 a 15 casos por 10.000 gestações. É fundamental que toda gestante faça a coleta do esfregaço ectocervical, caso ela não tenha sido submetida a esse exame nos últimos 3 anos. OBJETIVO: Apresentar relato de caso de mulher multípara com câncer de colo uterino avançado, com última gestação há 6 anos. PACIENTE E MÉTODO: Paciente M.P.C.C., 45 anos, casada, do lar, natural e procedente de João Pessoa-PB, admitida com queixas de sangramento genital discreto e constante há seis meses, associado ao odor fétido. Gesta IV, Para IV (quatro partos normais, assistência pré-natal e partos hospitalares, tendo sido o último há 6 anos atrás), referindo nunca ter realizado papanicolau. Ao exame especular, evidenciou-se lesão ulcerada, com destruição do colo uterino e comprometimento dos paramétrios. Submetida a biópsia de colo uterino, que confirmou o câncer de colo uterino invasivo. DISCUSSÃO: Trata-se de uma mulher de 45 anos, que, ao longo de sua vida, procurou assistência médica durante o pré-natal e parto; durante o período gravídico-puerperal nem tampouco posteriormente foi feito rastreamento do câncer do colo uterino. Sua doença é de caráter evitável possuindo métodos para a prevenção, detecção precoce e tratamento. Portanto, quanto mais precoce a intervenção, maior a chance de cura. Portanto houve falha na assistência na medida em que oportunidades foram perdidas quando na assistência obstétrica e ginecológica, considerando a atuação preventiva primária, secundária e terciária do câncer de colo uterino. CONCLUSÃO: Com este relato de caso fica evidente as deficiências na prevenção do câncer de colo uterino, considerando que existia a possibilidade do diagnóstico e tratamento precoce. A progressão é geralmente lenta, com mais de 10 anos de evolução entre fase precursora e a doença invasiva, o que aumenta as chances de detecção da doença 131 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P125 MORBIDADE MATERNA EXTREMAMENTE GRAVE CONSIDERANDO O MANEJO PARA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA. EDUARDO SÉRGIO SOARES SOUSA; MARCELO GAUDÊNCIO PONCE LEON; LEONARDO DE LIMA LEITE; ESTHER GONÇALVES DIOGO DE LIMA; MARCELLE MUNIZ MARINHO; THIAGO MÁRCIO DE MEDEIROS MACIEL. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Morbidade Materna Extremamente Grave (MMEG) é uma complicação grave que ocorre durante a gestação, parto e puerpério, que coloca em risco a vida da mulher ou requer uma atenção imediata com o fim de evitar a morte. Os critérios de inclusão (FLASOG, 2007)) são: 1. relacionados com sinais e sintomas de enfermidade específica: eclâmpsia, choque séptico, choque hipovolêmico; 2. relacionados com falha ou disfunção orgânica: insuficiência cardíaca, vascular, renal, hepática, metabólica, cerebral, respiratória ou de coagulação; e 3. relacionados com o manejo da paciente (internação na UTI exceto para estabilização hemodinâmica eletiva, qualquer intervenção cirúrgica de emergência no pós parto, pos cesárea ou pós aborto, transfusão de três ou mais unidades de sangue ou plasma relacionados com o evento agudo). OBJETIVO: Apresentar o perfil de 30 casos de mulheres no ciclo gravídicopuerperal que necessitaram ser transferidas para uma unidade de terapia intensiva. ANÁLISE DOS RESULTADOS: Trata-se de uma análise de 30 mulheres no ciclo gravídico puerperal, da região metropolitana de João Pessoa, durante o período de um ano, necessitaram ser transferidas para Unidades de Terapias Intensivas. A média de idade foi de 23 anos, entre 13 e 42 anos os extremos de idades do grupo. A principal causa de internação foi a doença hipertensiva específica da gravidez (75%), seguido de infecção , insuficiência cardíaca e trompoembolismo. CONCLUSÃO: Os casos de MMEG se apresentam em maior número que os casos de morte materna, permitindo conclusões mais válidas a cerca dos fatores de risco e da qualidade da atenção. As lições aprendidas do manejo dos casos que sobreviveram podem ser usadas para evitar novos casos de Morte Materna. A doença hipertensiva específica da gravidez é a principal doença que se relaciona com a morbidade materna extremamente grave e o manejo para UTI. 132 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 P126 O PROJETO NASCER COMO INDICADOR DE QUALIDADE DO PRÉ-NATAL. EDUARDO SÉRGIO SOARES SOUSA; CÉSAR HENRIQUE SILVA BORBA; ROBERTO BEZERRA VITAL; MARIA ADRIANA DE QUEIROGA; PEDRO HENIQUE ROBRIGUES DA SILVA; JOSÉ GERALDO DINOÁ MEDEIROS NETO. UFPB, JOAO PESSOA, PB, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: O Ministério da Saúde, através da portaria número 2.104 (2002) institui o projeto nascer como mais um dispositivo para diminuir a transmissão vertical da aids e sífilis durante o ciclo gravídico puerperal. Quanto à aids: a quase totalidade de casos de aids em menores de 13 anos de idade no Brasil tem como fonte de infecção a transmissão vertical do HIV; a probabilidade de transmissão vertical do HIV na ausência de qualquer procedimento profilático é de 25,5%;`resultados do Protocolo 076 do AIDS Clinical Trial Group (PACTG 076), evidenciou uma redução de 67,5% na taxa de transmissão vertical do HIV quando adotada a quimioprofilaxia com AZT e a não amamentação; 65% dos casos de transmissão vertical do HIV ocorrem no trabalho de parto e parto, e que o aleitamento materno representa um risco adicional de 7% a 22%. Quanto à sífilis: a prevalência de sífilis em parturientes é estimada em 2%; a taxa de transmissão vertical da sífilis é superior a 70%; a cobertura de realização de VDRL para sífilis no pré-natal é inferior a 10%;a taxa de mortalidade por sífilis congênita é elevada, podendo atingir 40% dos casos. OBJETIVO: Apresentar o número de gestantes positivas para HIV em teste rápido em uma maternidade pública. RESULTADOS: Durante o ano de 2007, foram testadas 6.141 gestantes, no setor de triagem de uma maternidade pública. Na testagem rápida foram diagnosticados 18 casos novos. Um contigente , aparentemente, pequeno, se todas considerassémos que todas as gestantes deveriam ser submetidas rastreamento durante o pré-natal. Portanto vemos uma fragilidade que precisa ser considerada. CONCLUSÃO: Quando as mulheres são submetidas aos testes durante a gravidez a profilaxia pode ser iniciada e o tratamento é mais eficaz. Se a positividade do teste só é identificado na admissão da maternidade e em trabalho de parto os resultados são inferiores. Por outro lado, mostra que os exames que fazem parte do protocolo mínimo para as gestantes durante o pré-natal não está sendo cumprido adequadamente. É fundamental o aprofundamento destas informações para que medidas sejam tomadas para que todas as gestantes e recém-nascidos sejam beneficiadas. 133 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 AO001 NÍVEIS DE HOMOCISTEÍNA EM MULHERES PORTADORAS DA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS. MICHELE MELO BAUTISTA; ANDREA ALMEIDA VASCONCELOS; DANIELA CELESTINO CATÃO DA SILVA; JOELINE MARIA CLETO CERQUEIRA; LAURA OLINDA BREGIEIRO FERNANDES COSTA. UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL. INTRODUÇÃO: A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é a mais freqüente endocrinopatia em mulheres jovens, afetando 4% a 11% dessas em idade reprodutiva. Para sua caracterização são avaliados parâmetros clínicos, laboratoriais e USG pélvico .Os parâmetros clínicos incluem distúrbios menstruais (oligo/amenorréia), hirsutismo e acne. Quanto aos laboratoriais, podemos empregar os níveis do Hormônio Luteinizante (LH) e alteração de sua relação com o Hormônio Folículo-Estimulante (FSH), além de dosagens dos androgênios elevadas.OBJETIVOS: Avaliar os níveis de homocisteína(hcy), correlacionando-os com riscos de doenças cardiovasculares em mulheres com SOP atendidas no ambulatório de Endocrinologia Tocoginecológica do CISAM – UPE, em relação a um grupo de mulheres sem SOP e correlacionar os níveis de hcy com as características clínicas e metabólicas: índice de massa corpórea, relação cintura-quadril,perfil lipídico, níveis de glicemia de jejum, insulinemia de jejum, resistência insulínica, entre outras .MATERIAL E MÉTODOS: Este é um estudo analítico observacional do tipo transversal com 110 mulheres analisadas, dessas, 56 com SOP e 54 controles normais; selecionadas conforme critérios de inclusão/exclusão préestabelecidos. Todas as pacientes foram submetidas à anamnese, exame físico, análises dos perfis clínico, antropométrico, hormonal e das características metabólicas .RESULTADOS: Diferenças estatísticas foram encontradas quando se comparou paciente com SOP e grupo controle; as de relevância significativa foram: IMC (27,73±5,48 vs 24,04±4,02, p=0,000), acantose nigricans (46,42% vs 0%,p=0,24), pressão arterial sistólica (117,55±11,98 vs 104,07±10,37, p=0,000) e diastólica (77,76 ±9,85 vs 68,79±8,18, p=0,000), circunferência da cintura (84,58 ± 11,30 vs 78,9 1±10,05, p=0,006), relação LH:FSH (2,33± 1,39vs1,15±0,86, p=0,000), níveis de testosterona (0,46±0,31 vs 0,23±0,19, p=0,000), colesterol total e HDL (176,96 ±31,45 vs159,09±29,35, p=0,003 para o colesterol total e 44,89±9,27 vs 54,55±16,73, p=0,000 para o HDL), triglicerídeos (115,66 ± 69,05vs 83,18±38,06, p=0,003), glicemia de jejum (87,95 vs 84,30, p=0,063), insulina de jejum (µUI/ml) (15,93±12,18 vs 9,44±4,40, p= 0,000), relação glicemia/insulina (8,01±4,59 vs 11,04± 5,76 , p=0,003) e HOMA-IR (3,64±3,74 vs 1,97±0,96 p=0,002); as consideradas com diferenças, mas de não relevância estatística foram: relação Cintura/Quadril (0,84± 0,09 vs 0,82±0,06, p=0,24), LDL colesterol (88,68± 35,69vs 82,68±29,16, p=0,42), PCR(2,59±2,96 vs 2,38± 2,46, p=0,69). CONCLUSÃO: A média dos níveis de hcy foi mais elevada no grupo da SOP (5,97 µmol/l) em relação ao grupo controle (5,17 µmol/l), sendo tal diferença estatisticamente significativa, p=0, 015. Os níveis de hcy, assim como alguns parâmetros clínicos, laboratoriais e metabólicos encontram-se relevantemente alterados nas pacientes com SOP, os quais, em conjunto, predispõem às Doenças Cardiovasculares. 134 XXV Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia XXVII Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia João Pessoa-PB,12 a 15/11/2008 AO002 DOPPLERVELOCIMETRIA DAS ARTÉRIAS UTERINAS NO PRIMEIRO E SEGUNDO TRIMESTRES DA GESTAÇÃO. ANTONIO GADELHA DA COSTA; PATRICIA SPARA GADELHA; WILLIAM RAMOS TEJO NETO; THIAGO DE OLIVEIRA COSTA; GUILHERME PORTO DE LIMA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. INTRODUÇÃO: Já está bem estabelecido que a avaliação qualitativa, pela presença de incisura bilateral das artérias uterinas, está relacionada à predição de pré-eclâmpsia. A avaliação quantitativa complementa a avaliação dopplervelocimétrica das artérias uterinas, como predição de resultados adversos maternos e fetais. OBJETIVO: Obter os valores dos índices de resistência (IR) e pulsatilidade (IP) nas artérias uterinas (AU) maternas no primeiro e segundo trimestres da gestação, correlacionando-os com a presença e ausência de incisura. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo prospectivo longitudinal em 44 gestantes normais com 18 a 35 anos. As variáveis foram IR e IP das AU, presença ou ausência de incisura e idade gestacional (IG). A IG foi calculada pelo comprimento cabeça nádega de 8-12 semanas. Os parâmetros dopplervelocimétricos foram adquiridos em 44 gestantes de 8-12 semanas, e em 29, na 22ª semana. A paciente foi posicionada em decúbito dorsal, posição semi-sentada, e ângulo de 15°-30°. As aferições dopplervelocimétricas foram feitas nas artérias uterinas maternas, logo após o cruzamento dos vasos ilíacos, obedecendo à informação do ângulo de insonação abaixo de 60º. O filtro de parede foi ajustado na freqüência de 50-100 Hz. Os parâmetros dopplervelocimétricos foram obtidos após a análise espectral das AU. Análise estatística realizada pelo teste t de Student, considerando-se como nível de significância p < 0,05. RESULTADOS: O IR e o IP na AU foram menores no segundo trimestre do que no primeiro (p<0,05 - t de Student). Neste, o IR e IP da AU com incisura foram, respectivamente, 0,83 ± 0,07 e 2,32 ± 0,79 e sem incisura, 0,71 ± 0,16 e 1,61 ± 0,78. No segundo trimestre, o IR e IP da AU com incisura foram, respectivamente, 0,59 ± 0,09 e 1,03 ± 0,32 e sem incisura, 0,44 ± 0,09 e 0,63 ± 0,19. No primeiro trimestre, 37 (84,1%) gestantes apresentaram incisura bilateral, 2 (4,6%) unilateral e 5 (11,3%) não apresentaram incisura. Na 22ª semana, 5 (17,2%) apresentaram incisura bilateral, 8 (27,6%) unilateral e 16 (55,2%) não apresentaram incisura. Das 29 gestantes que tiveram seguimento, 27 apresentaram incisura no primeiro trimestre. Em 15 (55,5%) desapareceu a incisura. Não houve diferença quando comparados os valores dopplervelocimétricos da artéria uterina esquerda com a artéria uterina direita (p > 0,05 – t de Student). CONCLUSÃO: O IR e o IP nas AU foram menores no segundo trimestre que no primeiro. Metade das gestantes apresentou desaparecimento da incisura na 22ª semana de gestação. A ausência de incisura na AU relacionou-se à diminuição do IR e IP. O IR e o IP de gestantes normais podem ser comparados com as de risco para pré-eclâmpsia. 135