Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e

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Universidade do Vale do Paraíba
Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento
Faculdade Integral Diferencial- FACID
Programa de Mestrado Interinstitucional em Bioengenharia
MARIA IRADIR FEITOSA
ANÁLISE DE PARÂMETROS METABÓLICOS, VENTILATÓRIOS E
CARDIOVASCULARES DURANTE A REALIZAÇÃO DA POSTURA RÃ NO CHÃO
BRAÇOS FECHADOS
São José dos Campos, SP
2010
Maria Iradir Feitosa
ANÁLISE DE PARÂMETROS METABÓLICOS, VENTILATÓRIOS E
CARDIOVASCULARES DURANTE A REALIZAÇÃO DA POSTURA RÃ NO CHÃO
BRAÇOS FECHADOS
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa
de Mestrado Interinstitucional em
Bioengenharia como complementação dos
créditos necessários para obtenção do título de
Mestre em Engenharia Biomédica
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Aléxis Lazo
Osório.
São José dos Campos
2010
F336a
Feitosa,MarialradiÍ
ventilatórios
e cardiovasculares
Análisede parâmetrosmetâbólicos,
durantea realizaçãoda posturaÍã no chãobraçosfechados/ Maria
lrandirFeitosa.Orientador,Prof.Dr RodrigoAlexisLazoOsório.São
JosédosCampos:2010.
í discolaseÍ:color
Dissertaçãodê Mêstrado apÍesentadaao Programa de Pós
do Institutodê Pesquisae Desenvolvimento
Graduaçãoem Bioengenharia
20'10.
do
Vale
da
PaÍaíba/FAClD,
dâ Universidade
l.
1. Reeducaçãoposturalglobal2. Postura3. RPG 4-Fisioterapia
Osório,RodrigoAléxisLazo,Orient. ll.Título
CDU:6'15.8
paraÍins acadêmicos
total
e científicos,a reproduçáo
AúoÍizo exclusivâmente
poÍprocesso
eletrônica,
fotocopiadores
outransmissão
ou parcialdestadissertação,
desdeque cíadaà fonte.
Assinaturada aluna:'cn -i'--
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MARIA IRAI'IR Ff,ITOSA
ANÁLISE DE PARÁNMTROS METABÓLICOS' I'ENTILATORIOS E
CARDIOVÁSCUIÁRES DURANTf, A NEÂLIZAÇÃO I'A POSTURÀ RÁ NO CHÃO
BRAÇOSFf,CtrADOS
Dissêítâçâode Mestradoapíovadacorm requisitopãÍcial à oblençãodo grau.de
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lntednstíucionâl
Biomfoica,do ProgÉmade Mestaado
Mestreem Engenhariâ
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da
Universidade
Pêsquisa
e
Desênvolvimento
de
lníituto
BìoengenhaÍitdo
do Paraíba,SãoJosédos campos,SP, pelas€guintebancaêxaminadora:
Prof.Dr. MARIO OLMIRA
LIMA (LINMP)
Prof.Dr. RODRIGO ALEXIS LAZO OSORIO (UNMP)
Prof. DIa.TATIANA DE SOUSADA CUNHA GrNÍFESP)
daCosta
Prof. Dra.SandraMariaFonseca
DiÍetor do IP&D - UniVaP
05 dejulho de 2010'
SãoJosédosCarnpos,
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Alcides e Hilda (in memoriam), de quem tive o privilégio de herdar
grandes valores e a força para lutar sempre.
Ao Eustáquio por estar sempre disposto a me ajudar. Obrigada, te amo!
Aos meus filhos, Eustáquio Filho e Germana, foi por vocês... é pra vocês...
AGRADECIMENTOS
A Deus por sua infinita bondade de nos permitir sempre.
Ao meu orientador Rodrigo Osório pelos ensinamentos e contribuições.
A todos os voluntários, pois sem eles a realização desse trabalho não seria possível.
Ao Professor Moisés Gonçalves, sem as suas disponibilidades eu nada teria feito.
Ao Professor Ms. Rauirys Alencar, com o qual aprendi muito.
Aos meus irmãos,em especial à Telê, por ser uma das minhas grandes incentivadoras.
A minha amiga Liana, que faz jus ao significado da palavra.
A Sanmya pelo afetuoso acolhimento.
À Faculdade NOVAFAPI pela confiança e apoio.
Análise de parâmetros metabólicos, ventilatórios e cardiovasculares durante a
realização da Postura Rã no Chão braços Fechados
RESUMO
O objetivo desse estudo foi analisar os parâmetros metabólicos, ventilatórios e
cardiovasculares durante a realização da reeducação postural global (RPG). Para a realização
desse estudo, 40 indivíduos saudáveis, 20 do gênero feminino e 20 do gênero masculino,
realizaram uma postura de RPG, rã no chão braços fechados, com duração de 15 minutos
acoplados a uma máscara orofacial para análise de gases. O participante permaneceu
monitorado por oximetria de pulso, ECG durante todo o procedimento. Pressão arterial
verificada de cinco em cinco minutos. O grupo feminino (repouso 82.1±1.944bpm; durante
91.35±2.051bpm; recuperação 82.2±1.893bpm) e o masculino (repouso 72.65±1.95bpm;
durante 84.7±2.46bpm; recuperação 74.05±1.81bpm) mostraram elevação da FC (p<0,05)
durante a postura, porém retornaram à freqüência de repouso, na fase de recuperação. O grupo
feminino manteve a PAS e PAD entre as fases, e o grupo masculino mostrou variação, pouco
importante, na PAS e PAD durante a postura, porém retornou ao padrão de repouso.Para
consumo de oxigênio os homens registraram em repouso 3.671±0.219ml.kg.min e durante a
postura 9.160±0.604ml.kg.min e as mulheres em repouso 4.738±0,383ml.kg.min e durante
10.00±0.699ml.kg.min. Para ambos os grupos, a diferença entre o repouso e o esforço foi
estatisticamente significativa com p<0,05..Em relação ao gasto metabólico observa-se em
repouso que os homens obtiveram 1.049±0.063ml.kg.min e durante
obtiveram
2.618±0.172ml.kg.min. As mulheres atingiram em repouso 1.354±0.1096ml.kg.min e durante
2.858±0.2001ml.kg.min, mostrando significância em repouso (p< 0.05), quando comparamos
os gêneros. As mulheres em repouso tiveram mais gasto metabólico com relação à saturação
de oxigênio. O grupo masculino apresentou uma saturação de repouso de 97.60±0.2753% e
durante a postura apresentou saturação de 97.50±0.246%. O grupo feminino apresentou
saturação no repouso de 98.50±0.1357% e durante obteve saturação de 98.20±0.2772.
Quando comparamos os gêneros, o grupo feminino saturou mais. Concluímos que elevações
significativas ocorreram durante a postura, porém retornaram aos valores de repouso nos
primeiros cinco minutos de recuperação pós-postura.
Palavras-chaves: Reeducação Postural Global, contração isométrica, frequência cardíaca,
consumo de oxigênio.
Analysis of metabolic, ventilatory and cardiovascular parameters during the
performance of the frog posture on the ground arms closed
Abstract
The objective of this study was to analyze the metabolic, ventilatory and cardiovascular
parameters during the performance of global postural reeducation (GPR). For the performance
of this study, 40 healthy individuals, 20 women and 20 men, performed the GPR posture, frog
posture on the ground arms closed, with the duration of 15 minutes joined with a facial mask
for the analysis of gases. The participant remained monitored by pulse oximetry, ECG during
all the procedure. Blood Pressure verified each 5 minutes. The female group (on relax
82.1±1.944bpm; during 91.35±2.051bpm; recovery 82.2±1.893bpm) as well as the male
group (on relax 72.65±1.95bpm; during 84.7±2.46bpm; recovery 74.05±1.81bpm) showed an
increase of the FC (p<0,05) during the posture, but returned to the relax frequency in the
recovery phase. The female group kept the PAS and PAD among the phases; and the male
group showed some variation, not so important, in PAS and PAD during the posture returning
to the standard on relax. For the consumption of oxygen, men registered on relax
3.671±0.219ml.kg.min and during the posture 9.160±0.604ml.kg.min and women registered
on relax 4.738±0,383ml.kg.min and during the posture 10.00±0.699ml.kg.min. For both
groups, the difference between the relax and effort modes was statistically significant with
p<0,05. In relation to the metabolic expense it was observed that on relax men obtained
1.049±0.063ml/kg/min and during the posture 2.618±0.172ml/kg/min. The women reached on
relax 1.354±0.1096ml/kg/min and during the posture 2.858±0.2001ml/kg/min, showing a
significance on relax (p< 0.05), when compared the genders. The women had more metabolic
expense on relax in relation to oxygen saturation. The male group presented a saturation on
relax of 97.60±0.2753% and during the posture presented a saturation of 97.50±0.246%. The
female group presented a saturation on relax of 98.50±0.1357% and during the posture it
obtained a saturation of 98.20±0.2772. When we compare the genders, the female group
saturated more than the male group. We concluded that significant elevations occurred during
the posture, but returned to the values on relax on the first five minutes of post-posture
recovery.
Key-words: Global Postural Reeducation, isometric contraction, heart frequency, oxygen
consumption.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ergoespirômetro..................................................................................................... 26
Figura 2: Cadeia anterior ....................................................................................................... 29
Figura 3: Cadeia posterior ..................................................................................................... 29
Figura 4: Cadeia anterior do braço ........................................................................................ 30
Figura 5: Cadeia ântero-interna do ombro............................................................................. 30
Figura 6: Cadeia inspiratória ................................................................................................. 30
Figura 7: Cadeia superior do ombro ..................................................................................... 30
Figura 8: Cadeia ântero-interna do quadril........................................................................... 31
Figura 9: Cadeia lateral do quadril ........................................................................................ 31
Figura 10: Postura em pé contra parede ................................................................................ 34
Figura 11: Postura em pé no centro....................................................................................... 34
Figura 12: Postura em pé inclinada para frente ..................................................................... 34
Figura 13: Postura sentada..................................................................................................... 34
Figura 14: Postura rã no chão braços fechados ..................................................................... 35
Figura 15: Postura rã no chão braços abertos ........................................................................ 35
Figura 16: Postura rã no ar braços fechados.......................................................................... 35
Figura 17: Postura rã no ar braços abertos ............................................................................ 35
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Dados antropométricos ............................................................................................ 45
Tabela 2: Dados dos parâmetros de frequência cardíaca, pressão arterial sistólica
e diastólica ............................................................................................................................... 46
Tabela 3: Dados dos parâmetros de consumo de oxigênio, gasto metabólico e saturação...... 47
Tabela 4: Análise da significância........................................................................................... 47
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
AF – Alta Frequência
AS - Sinoatrial
AV – Atrioventricular
BF – Baixa Frequência
BPM – Batimento por minuto
BTPS – Body Temperature Pressure Saturated
DC – Débito Cardíaco
DF – Domínio da Frequência
DT – Domínio do Tempo
ECG – Eletrocardiograma
EPOC – Consumo de Oxigênio Pós-exercício
FC – Frequência Cardíaca
IMC – Índice de Massa Corpórea
MET – Equivalente Metabólico
O2 - Oxigênio
PA – Pressão Arterial
PAD – Pressão Arterial Diastólica
PAS – Pressão Arterial Sistólica
RPG – Reeducação Postural Global
RPV – Resistência Vascular Periférica
SBRPG – Sociedade Brasileira de Reeducação Postural Global
SaO2 – Saturação de Oxigênio
SNA – Sistema Nervoso Autônomo
SNC - Sistema Nervoso Central
STPD – Standard Temperature Pressure and Dry
TWC – Transformada Wavelete Contínua
VCO2 – Produção de Dióxido de Carbono
VFC – Variabilidade da Frequência Cardíaca
VO2 - Consumo de Oxigênio
VO2max – Consumo Máximo de Oxigênio
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12
2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 15
2.1 Objetivos Gerais. ...................................................................................................... 15
2.2 Objetivos Específicos................................................................................................ 15
3 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................... 16
3.1 Sistema Cardiorrespiratório..................................................................................... 16
3.2 Frequência Cardíaca ................................................................................................. 17
3.3 Pressão Arterial ......................................................................................................... 18
3.4 Consumo de Oxigênio e Equivalente Metabólico ................................................... 20
3.5 Transporte de Oxigênio e Oxímetria ....................................................................... 24
3.6 Ergoespirometria ....................................................................................................... 26
3.7 Reeducação Postural Global..................................................................................... 28
3.8 Exercício Isométrico e Alongamento ....................................................................... 37
4 METODOLOGIA............................................................................................................... 40
4.1Caracterização do Estudo .......................................................................................... 40
4.2 Local e período da realização ................................................................................... 40
4.3 Amostra ...................................................................................................................... 40
4.4 Critérios de inclusão ................................................................................................. 40
4.5 Critérios de exclusão ................................................................................................. 41
4.6 Aspectos éticos ........................................................................................................... 41
4.7 Procedimentos e variáveis pesquisadas ................................................................... 41
4.8 Análise estatística....................................................................................................... 44
5 RESULTADOS ................................................................................................................... 45
6 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 49
7 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 59
ANEXO A: Ficha de Anamnese .......................................................................................... 72
ANEXO B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .............................................. 73
12
1 INTRODUÇÃO
Para iniciar qualquer programa de reabilitação física é necessário avaliar a
capacidade cardiorrespiratória para conhecermos a condição física desse paciente e
adequarmos à intensidade desses exercícios (LIANZA, 2001).
É tarefa do sistema nervoso central (SNC) organizar as respostas cardiorrespiratórias
por meio de esforços combinados das áreas cardiovasculares e áreas expiratórias localizadas
no encéfalo (FOSS; KETEYIAN, 2000)
O sistema nervoso autônomo (SNA) é a porção do sistema nervoso central que
controla a maioria das funções viscerais do organismo. O que marcam nesse sistema são a
rapidez e a intensidade que ele pode mudar as funções viscerais. De 3 a 5 segundos ele pode
aumentar a freqüência cardíaca a valores duas vezes maiores que o normal, e em 10 a 15
segundos a pressão arterial pode ser dobrada (SMITH, 2005; GUYTON; HALL, 2006)
Os reflexos autônomos regulam a freqüência cardíaca, a respiração, a pressão
arterial, o equilíbrio hídrico, temperatura corporal e outras funções homeostáticas (AYRES,
1999).
O sistema nervoso autônomo é quem vai regular o débito cardíaco durante o
exercício, no repouso e na doença cardiovascular. Estudos revelam que os ramos simpáticos e
parassimpáticos desse sistema influenciam a freqüência cardíaca, enquanto a atividade
simpática age elevando-a. Geralmente o controle basal da freqüência cardíaca é feito pelo
ramo parassimpático (ROSENWINKEL et al., 2001).
O controle nervoso do sistema cardiorrespiratório é essencial para a eficiência
funcional global desse sistema. Os componentes desse controle são encontrados nas áreas
respiratórias e circulatórias localizadas no tronco cerebral (POWERS; HOWLEY, 2005) A
estimulação por comando central, humoral, física e neural periférica dessas áreas ajuda a
regular certas variáveis importantes como pressão arterial, ventilação e concentração de PO2,
PCO2 e H+ no sangue arterial (WILMORE; COSTILL, 2001)
A respiração requer a utilização dos músculos respiratórios, o que demanda energia.
Existe realização de trabalho em cada inspiração e expiração. O trabalho é necessário para
sobrepujar as propriedades mecânicas inerentes ao pulmão, bem como para movimentar os
pulmões e a parede torácica (BERNER; LEVY, 2000)
O consumo de oxigênio (VO2) é uma medida objetiva da capacidade funcional, isto
é, da capacidade do organismo em ofertar e utilizar o oxigênio para a produção de energia.
13
Aumenta linearmente com o trabalho muscular crescente, sendo considerado máximo
(VO2max) quando nenhum aumento adicional ocorre com o incremento de cargas. Sua
utilização como índice de aptidão física é de grande importância na avaliação funcional
(POWERS; HOLLEY, 2005; WILMORE; COSTILL, 2001)
A capacidade funcional quando medida diretamente, é expressa em equivalente
metabólico (MET). O MET é igual ao VO2 de repouso, que é de aproximadamente
3,5ml.kg¹.min¹. Portanto, o gasto energético pode ser descrito em múltiplos de VO2 de
repouso, isto é METs (POWERS; HOLLEY, 2005).
A ergoespirometria, também chamada de esforço cardiopulmonar, avalia o
desempenho
físico
ou
a
capacidade
funcional
quase
sempre
concomitante
ao
eletrocardiograma de esforço. Esse método é mais uma arma na propedêutica não invasiva
para determinar a real capacidade funcional pulmonar e cardiovascular e deve ser utilizado
para avaliação de atletas sedentários, cardiopatas, pneumopatas, etc. (YAZBEK JR et al.,
2001).
Para realização desse exame é fundamental que ele seja feito de acordo com a
normatização de técnicas e equipamentos em ergometria e ergoespirometria, ou seja:
ambiente adequado,equipamento básico, pessoal treinado, preparo e orientação do paciente.
Necessita ainda de profissional para atuar em situações de emergência (GUIMARÃES et
al.,2003).
A Reeducação Postural Global, mais freqüentemente designada por suas iniciais
R.P.G., é um método original e revolucionário nascido da obra "O Campo Fechado",
publicado por Philippe Emmanuel Souchard em 1981, na França, após quinze anos de
pesquisas no domínio da biomecânica (SBRPG, 2008).
É um tratamento não invasivo e se propõe a melhorar a qualidade de vida pela
modificação do esquema corporal (EDUARDO, 2006), pela melhora do autoconhecimento do
corpo, o que resulta em menor sobrecarga das estruturas (FOZZATTI et al., 2008).
Tem como princípio o trabalho em globalidade, individualidade e causalidade. Seu
objetivo é reequilibrar os grupos musculares entre si, especialmente a musculatura estática,
começando o alongamento dos músculos mais curtos, que são responsáveis pela deformação
(SOUCHARD, 1998).
Esse método é basicamente proprioceptivo de inibição. Empregam-se posturas em
decúbito supino com ângulo coxofemural aberto ou fechado; braços abertos ou fechados e
posturas em carga, em pé ou sentado (SOUCHARD, 2003).
14
Na RPG realiza-se alongamento global e contração isométrica. A contração
isométrica causa aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial. Essas alterações
dependem da porcentagem de contração voluntária máxima, do tempo de contração e do
grupo muscular envolvido (GANDEVIA; HOBBS; 1990; WILLIAMS, 1991)
Dentro de um programa de reabilitação física, há uma série de situações, nas quais,
em algum momento, os sistemas respiratórios e cardiovasculares estarão sobrecarregados. É
necessário saber se esses sistemas suportam essa intensidade de carga e ter certeza que não
ocorrerá danos ao paciente durante a realização do programa a que será submetido.
Sendo o sistema cardiorrespiratório de importância fundamental, torna-se relevante
saber se o método da Reeducação Postural Global, que trabalha com a contração isométrica de
grandes grupos musculares, causa alteração dos parâmetros metabólicos, ventilatórios e
cardiovasculares, uma vez que esse método vem sendo muito utilizado como tratamento na
perspectiva de promover saúde.
15
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivos Gerais
Analisar os parâmetros metabólicos, ventilatórios e cardiovasculares em indivíduos
sadios durante a postura de rã no chão braços fechados.
2.2 Objetivos Específicos
Analisar e comparar entre os gêneros as variações de freqüência cardíaca, pressão
arterial sistólica e diastólica antes, durante e após a aplicação da postura de rã no chão braço
fechado.
Quantificar e comparar entre os gêneros o consumo de oxigênio (VO2) e o
equivalente metabólico (MET) desenvolvido pelo indivíduo durante a posição de rã no chão
braço fechado.
Monitorar, analisar e comparar entre os gêneros possíveis variações de saturação de
oxigênio antes e durante a aplicação da postura de rã no chão braços fechados.
16
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Sistema Cardiorrespiratório
As respostas cardiorrespiratórias são empreendidas pelo sistema nervoso central por
meio dos esforços combinados das áreas expiratórias e cardiovasculares localizadas no
cérebro (FOSS; KETEYIAN,2000). Essas áreas recebem informações do córtex motor ou de
uma série de receptores localizados em todo corpo. (POWERS; HOWLEY, 2005).
O sistema respiratório proporciona a ventilação pulmonar, ou seja, a entrada e saída
do ar para fora dos pulmões. O oxigênio trazido do meio ambiente pela ventilação pulmonar
cai na corrente sanguínea através dos alvéolos. O sangue inicialmente dentro dos capilares é
pobre em oxigênio e rico em dióxido de carbono (GUYTON; HALL, 2006). O oxigênio vai
difundir-se do ar presente nos alvéolos para o sangue capilar, através da membrana
alveolocapilar, e o dióxido de carbono difunde-se do sangue capilar para o ar alveolar
(LEITE, 2000).
O transporte, para os tecidos, do sangue rico em oxigênio é feito pelo lado esquerdo
do coração e vasos sanguíneos (WILMORE; COSTILL, 2001).
O tecido músculo esquelético é um dos tecidos que recebe sangue arterial, sendo
irrigado com leitos capilares que entram em íntimo contato com as fibras musculares
individuais. Na membrana tecidual-capilar ocorre uma segunda troca dos gases. Assim como
ocorre nos pulmões, o dióxido de carbono difunde-se na direção oposta (FOSS; KETEYIAN,
2000). Nessa permuta o sangue arterial se transforma em venoso. O sangue venoso retorna ao
coração e aos pulmões, repetindo toda a troca e transporte dos gases (MCARDLE; KATCH;
KATCH , 2003)
Anatomicamente falando, é difícil distinguir a área de controle cardiovascular da
área de controle respiratório, porém são entidades separadas fisiologicamente. (GANONG,
1989). A estimulação das áreas respiratórias tem efeito sobre a ventilação pulmonar e, na área
circulatória, altera a frequência cardíaca, a força de contração do miocárdio, na
vasoconstricção e vasodilatação (NEDER; NERY, 2003).
Vários tipos de informação, de todas as partes do corpo, são enviados às áreas
respiratórias e circulatórias localizadas no tronco cerebral. A estimulação por comando
central, humoral, física e neural periférica regula variáveis importantes como pressão arterial,
17
ventilação e concentração de PO2, PCO2 e H+ no sangue arterial. (POWERS; HOWLEY,
2005).
Neder e Nery (2003) verificaram que a inervação do aparelho cardiorrespiratório
envolve tanto o sistema nervoso voluntário (músculos respiratórios) quanto o sistema nervoso
involuntário ou autônomo (coração e vasos sanguíneos).
Durante o exercício estático ou dinâmico, as respostas cardiorrespiratórias são,
inicialmente, acionadas por impulsos de comando central tipo antecipação e influenciam o
bulbo a iniciar a contração muscular. Essa resposta é, portanto, sincronizada, utilizando o
influxo proveniente de uma variedade de receptores encontrados nos músculos esqueléticos,
músculos respiratórios, nas carótidas ou na aorta (FOSS; KETEYIAN, 2000).
3.2 Frequência Cardíaca (FC)
A freqüência cardíaca é um dos sinais vitais da presença de vida num organismo,
portanto, de grande importância na área médica. Suas oscilações têm fundamentais
implicações na orientação terapêutica e diagnóstica do paciente (ALMEIDA; ARAÚJO,
2003)
A sua média em repouso é de 60 a 80 batimentos por minuto (bpm), porém seus
valores normais variam dentro de uma ampla faixa. Atletas podem ter uma freqüência
cardíaca menor ou igual a 50 bpm. Na ansiedade, pode apresentar-se igual ou superior a125
bpm. Crianças apresentam médias de FC mais elevadas que os adultos (SILVERTHORN,
2003).
No SNA, os ramos simpáticos e parassimpáticos influenciam a FC por controles
antagônicos. A atividade parassimpática diminui e a atividade simpática age elevando-a, o
que fica evidente se compararmos os intervalos R-R (iR-R) do eletrocardiograma (ECG). O
controle basal da FC é feito, geralmente, pelo ramo parassimpático (GUYTON; HALL, 2006;
POWERS; HOWLEY, 2005).
As fibras parassimpáticas constituem uma parte do nervo vago e ao atingirem o
coração entram em contato com o nodo sinoatrial (SA) e com o nodo atrioventricular (AV).
Quando estimuladas, liberam acetilcolina diminuindo a atividade do nodo SA e do nodo AV
em conseqüência da hiperpolarização, resultando numa redução da FC (MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2003)
18
Em repouso, os nervos vagos transmitem impulsos aos nodos SA e AV, denominado
tônus parassimpático. Conseqüentemente, a atividade parassimpática provoca aumento ou
diminuição da FC, ou seja, a diminuição do tônus parassimpático do coração eleva a FC e a
diminuição da atividade parassimpática provoca sua redução. (GUYTON; HALL, 2006)
A FC tanto no repouso quanto no exercício mostra exatamente como o coração está
trabalhando. O consumo de oxigênio do coração está diretamente relacionado à freqüência de
contração cardíaca (POWERS; HOWLEY, 2005)
A FC de repouso pode diminuir em decorrência do treinamento de endurance. Na
pessoa sedentária a diminuição é de cerca de um batimento por minuto, no treinamento
inicial. Durante o exercício ocorrem várias alterações cardiovasculares. A elevação da
freqüência cardíaca é a primeira resposta do sistema cardiovascular, frente a um esforço físico
(LIANZA, 2001).
No exercício submáximo a FC também diminui de 20 a 40 batimentos por
minuto,após 6 meses de treinamento moderado, significando que o coração se torna mais
eficiente, ou seja, ele se torna condicionado a realizar um trabalho menor do que um coração
não condicionado. (POWERS; HOWLEY, 2005)
A FC deve aumentar durante o exercício para suprir as demandas dos músculos
ativos. Quando o exercício termina, a FC não retorna instantaneamente ao seu nível de
repouso. Ela permanece elevada durante algum tempo, retornando lentamente à freqüência de
repouso (MCCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
3.3 Pressão Arterial (PA)
A pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue sobre as paredes vasculares. É
assim chamada pelo fato de nos referirmos à pressão exercida sobre as paredes arteriais,
determinada pela quantidade de sangue bombeado e pela resistência ao fluxo sanguíneo
(WILMORE; COSTILL, 2001). A PA é expressa em dois valores, a pressão arterial sistólica
(PAS) e a pressão arterial diastólica (PAD). Pode ser estimada pela utilização de um
esfigmomanômetro, sendo a PA normal de um homem adulto de 120/80 mmHg e das
mulheres adultas tende a ser mais baixa, 110/70 mmHg (AYRES, 1999; GUYTON; HALL,
2006).
19
A PA é a resultante da combinação instantânea entre o débito cardíaco e a resistência
vascular periférica. Qualquer alteração num ou noutro ou em ambos, interfere nos níveis
pressóricos (IRIGOYEN; 2003)
A pressão arterial sistólica (PAS) representa a maior pressão no interior da artéria
correspondendo à sístole ventricular cardíaca. A contração ventricular força o sangue através
das artérias com uma força enorme, a qual exerce uma pressão elevada sobre as paredes
arteriais (GANONG,1989). O valor mais baixo é a PAD, que diz respeito à diástole
ventricular quando o coração encontra-se em repouso (GANONG, 1989; GUYTON; HALL,
2006).
A diferença entre as PAS e PAD, chama-se pressão do pulso ou pressão diferencial e
está em torno de 50 mmHg. A pressão média é calculada obtendo-se a média das pressões
durante o ciclo cardíaco (NEDER; NERY, 2003)
O exercício físico é uma atividade com repetições sistemáticas que requer consumo
de oxigênio gerando trabalho, consequentemente provoca respostas fisiológicas especialmente
no sistema cardiovascular (WILMORE; COSTILL, 2001; SILVERTHORN, 2003).
Durante o exercício muscular ocorre aumento da PA e seu aumento é conforme a
modalidade do exercício. Sendo a pressão arterial periférica determinada pela combinação
entre o débito cardíaco e a resistência periférica vascular entre os tecidos metabolicamente
menos ativos. Durante o exercício o débito cardíaco aumenta, podendo chegar a 30-35l/min, e
com isso contribui para o aumento da pressão arterial (SILVERTHORN, 2003).
Se o aumento na pressão sistólica for grande, ocorre aumento moderado na pressão
média e uma modificação pequena ou nula na pressão diastólica. Poucas alterações nas
pressões média e diastólica durante o exercício são causadas pela queda da resistência
periférica em virtude da vasodilatação das arteríolas que fornecem sangue aos músculos
esqueléticos ativos. Assim, drenará mais sangue das artérias e através das arteríolas para os
capilares musculares minimizando as alterações na pressão diastólica (FOSS; KETEYIAN,
2000; POWERS; HOWLEY, 2005)
O aumento no débito cardíaco durante o exercício é maior que a redução na
resistência periférica sistêmica total, o que explica o aumento na pressão média.
Estudos comprovam o efeito benéfico do exercício sobre a PA mostrando seu
importante papel como procedimento não medicamentoso (RONDON; BRUM, 2003; NAMI
et al.,2000). A tendência de usar agentes farmacológicos no tratamento da hipertensão arterial
leve foi substituída pelos exercícios físicos (FUCHS; MOREIRA; RIBEIRO, 1993; MYERS,
2003)
20
A medida da PA é um procedimento simples e confiável, porém vários fatores como
o ambiente, o paciente, o observador, o esfigmomanômetro, o estetoscópio e a técnica
propriamente dita podem interferir na precisão da medida (HOLANDA; MION; PIERIN,
1997). Roche, O’malley e O’brien (1990) avaliando a realização da medida da PA por meio
de análise de produção científica verificaram que de uma listagem de 19 itens a serem
seguidos, apenas 20% atenderam a 12 deles. Erros nessa medida levam pessoas a terem
prejuízo importante com relação a diagnóstico e a tratamento. De acordo com Holanda, Mion
e Pierin (1997) a medida da PA não está sendo considerada relevante em investigações que a
utilizam como instrumento para obtenção de dados.
3.4 Consumo de Oxigênio (VO2) e Equivalente Metabólico (MET)
O consumo de oxigênio (VO2) é uma medida objetiva da capacidade funcional.
Aumenta linearmente com o trabalho muscular crescente, sendo considerado máximo
(VO2máx) quando nenhum aumento adicional ocorre com o incremento de cargas. Sua
utilização como índice de aptidão física é de grande importância na avaliação funcional
(POWERS; HOLLEY, 2005; BARROS NETO,1996)
O VO2máx (taxa máxima de consumo de oxigênio) é o melhor indicador da condição
cardiovascular, quanto maior o VO2máx , maior a capacidade da pessoa de realizar trabalho
(SILVERTHORN, 2003). Analisar o valor clínico do VO2máx é relacioná-lo a vários órgãos,
como pulmão (volume pulmonar), coração (tamanho cardíaco) e massa muscular (BERNER;
LEVY, 2000; POWERS; HOLLEY, 2005). É um importante parâmetro preditivo de
morbidades associadas.
Uma das características metabólicas principais do exercício é o aumento do consumo
de oxigênio, que persiste até mesmo após cessar a atividade. Quando o exercício começa, o
consumo de oxigênio aumente rapidamente. Uma vez que o exercício cessa, o consumo de
oxigênio é diminuído para voltar ao nível de repouso (SILVERTHORN, 2003).
O estudo do consumo máximo de oxigênio foi conhecido com o trabalho de Hill e
Lupton em 1923, tornando-se uma das principais variáveis no campo da fisiologia do
exercício, usada como critério para a classificação da capacidade funcional do sistema
cardiorrespiratório dos indivíduos para prescrição dos exercícios (BASSETT JUNIOR;
HOWLEY, 2000; HOWLEY, 2007; YOON; KRAVITZ; ROBERGS, 2007).
21
Encontramos na literatura o termo consumo máximo de oxigênio com os seguintes
sinônimos: potência máxima de oxigênio e capacidade aeróbia máxima (MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2003; HOWLEY, 2007; ROBERGS; ROBERTS, 2002).
O consumo normal de oxigênio para um homem adulto jovem em repouso é de
aproximadamente 250ml/min, porém pode aumentar em condições máximas em 3.600ml/min
em homem destreinado, em 4.000ml/min em homem atleticamente treinado e em
5.100ml/min em homem maratonista. (GUYTON; HALL, 2006). Durante o exercício máximo
a capacidade respiratória é aproximadamente 50% maior do que a ventilação pulmonar
(AYRES,1999).
É importante saber que não é o sistema respiratório que limita o fornecimento de
oxigênio aos músculos durante o metabolismo aeróbico muscular máximo. O fator limitante
mais importante é a capacidade do coração de bombear sangue para os músculos (GANONG,
1989), porém se o sistema respiratório não aportar quantidade suficiente de oxigênio que
satisfaça as demandas a endurance será comprometida (GUYTON; HALL, 2006)
Segundo o American College of Sports Medicine (2001), o aumento do gasto
energético com a atividade física é reconhecido como um importante fator de controle em
programas de tratamento, não só pela estética, mas por contribuir, de forma relevante, para
detectar doenças.
A capacidade aeróbica mensurada através do VO2máx depende de componentes
respiratórios, cardiovasculares, hematológicos e de mecanismos oxidativos do músculo em
exercício. É determinada por testes cardiopulmonares, avaliando as habilidades dos sistemas
cardiorrespiratórios para realizar sua função principal que é a troca gasosa (ARMSTRONG;
WELSMAN, 1994). A identificação de valores populacionais do VO2 é importante como
medida para nortear a prescrição do exercício (OBERT et al., 2003; YOON et al., 2007;
HOWLEY, 2007).
O VO2máx depende do sexo, idade, dimensões do corpo, modalidade do exercício e
hereditariedade. Mulheres e homens atingem sua potência máxima aeróbica em torno dos 15 a
20 anos. Com a idade, o VO2máx diminui, com início aos 30 anos. (BERNER; LEVY, 2000)
Estudos mostram que a diminuição do VO2máx. com a idade se dá pelo sedentarismo pois o
ritmo dessa diminuição é bastante reduzido quando se faz a prática de exercícios.
As mulheres possuem mais gordura corporal essencial que os homens. Sua
concentração de hemoglobina é de aproximadamente 5 a 20% mais baixa e seu VO2máx é de
15 a 25% menor que o gênero masculino. Se a hemoglobina é quem transporta O2 dos
22
pulmões para os músculos esqueléticos e se há concentração de hemoglobina reduzida, irá
contribuir para um VO2máx mais baixo (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003)
O homem, em geral, pode gerar mais energia aeróbia porque possui uma massa
muscular maior (massa metabolicamente ativa), menos gordura corporal total (massa inativa)
e mais células carreadoras de oxigênio, para um mesmo volume sanguíneo (SILVA;TORRES,
2002).
O consumo de oxigênio aumenta exponencialmente durante os primeiros minutos do
exercício, para alcançar um platô entre o terceiro e quarto minuto. A seguir permanece
relativamente estável durante toda a duração do exercício (ROBERGS; ROBERTS, 2002;
MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003). Quanto maior for o aumento da intensidade, maior
será o tempo para atingir o estado estável. Assim, o VO2 de um exercício submáximo em
estado estável pode determinar a intensidade do mesmo (ROBERGS; ROBERTS, 2002;
BURNLEY; DOUST; VANHATALO, 2006).
O VO2 é dependente do fluxo sanguíneo e da quantidade de oxigênio extraído do
sangue. Durante o exercício os músculos esqueléticos em contração contribuem com mais de
90% da demanda aumentada de VO2, no entanto a resposta imediata do sistema cardiovascular
em relação aos exercícios pode ser influenciada por fatores sistêmicos, como por exemplo
débito cardíaco, doenças cardíacas, sistema pulmonar, capacidade de transporte de oxigênio e
limitação do músculo esquelético (ROBERGS; ROBERTS, 2002; MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2003).
O VO2 durante o exercício pode ser influenciado por fatores neurais e hormonais.
Durante o exercício há um aumento da atividade simpática devido ao aumento das
catecolaminas, epinefrina e norepinefrina. As catecolaminas exibem efeitos excitatórios e
inibitórios do sistema nervoso periférico assim como ações no sistema nervoso central. A
função cardíaca está sujeita aos efeitos excitatórios das catecolaminas que levam a um
aumento da FC, da contratilidade e da PA. Os efeitos excitatórios também levam a um
aumento da frequência respiratória e uma vasoconstricção em vísceras e na pele. Os efeitos
inibitórios das catecolaminas são exercidos nos vasos que fornecem sangue aos músculos
esqueléticos, que ocorre uma vasodilatação (NEDER; NERY, 2003; POWERS; HOWLEY,
2005).
A capacidade funcional, quando medida diretamente, é expressa em equivalente
metabólico (MET). O MET é igual ao VO2 de repouso, que é de aproximadamente
3,5ml.kg¹.min¹.(quantidade de oxigênio necessário por minuto em condições de repouso
tranqüilo, sedo igual a 3,5 ml de oxigênio consumido por quilograma de peso corporal por
23
minuto – ml/kg/min). Portanto, o gasto energético pode ser descrito em múltiplos de VO2 de
repouso, isto é METs (POWERS; HOLLEY, 2005).
O equivalente MET de 3,5ml.kg¹.min¹3,5 é uma constante aplicada em homens,
mulheres, jovens, velhos, obesos, magros. (ASTRAND, 2006) Segundo o American College
of Sports Medicine (2001), o aumento do gasto energético com a atividade física é
reconhecido como um importante fator de controle em programas de tratamento, não só pela
estética. A preocupação acontece por contribuir, de forma relevante, para a maior incidência
de doenças crônicas.
O conhecimento do gasto energético do exercício e das respostas metabólicas por ele
desencadeadas pode ser importante para auxiliar no cálculo das necessidades energéticas
diárias ou determinar a eficiência do organismo durante a realização de um exercício
(BASSET
JR;
HOWLEY,
2000;
ROBERGS;
ROBERTS,
2002;
MATSUURA;
MEIRELLES; GOMES, 2006). Se quisermos medir o gasto energético de um exercício temos
que avaliar o VO2.
A variável metabólica é a capacidade do homem de produzir energia para suas ações
motoras. Ela divide-se em capacidade e potência aeróbia (VO2 max) ,capacidade e potência
anaeróbia e limiar anaeróbio.
Potência é o trabalho empreendido em uma unidade de tempo ou como o ritmo de
realizar um trabalho (FOSS; KETEYIAN, 2000). A capacidade individual de gerar potência
durante uma atividade chama-se potência anaeróbica. E a capacidade individual de suportar
uma atividade durante um longo período de tempo está relacionada com a capacidade
aeróbica (ASTRAND, 2006).
Enquanto a potência anaeróbica é uma medida da capacidade individual de produzir
potência em uma área muscular localizada, independente do suprimento de sangue e de O2, a
potência aeróbica caracteriza a capacidade de todo o organismo responder ao exercício
(FOSS; KETEYIAN, 2000; ASTRAND, 2006).
As mensurações dessas aptidões também podem ser usadas para quantificar o efeito
de uma mudança no esquema de treinamento ou no desempenho.
Após o exercício, o metabolismo permanece elevado por vários minutos por
influência da intensidade do exercício. O consumo de oxigênio é maior e permanece elevado
durante um período mais longo após exercício de grande intensidade em comparação ao
exercício de moderada a baixa intensidade. (GAESSER; BROOKS, 1984).
Há vários fatores que contribuem para o débito de oxigênio, excesso de consumo de
oxigênio pós exercício – EPOC, como: o fato de parte do O2 consumido no início da
24
recuperação ser utilizado para ressintetizar o fosfato de creatina (PC) armazenado nos
músculos e reposto os estoques de O2 nos músculos e sangue. Outros fatores que também
contribuem é a temperatura corporal elevada, o O2 necessário para converter o ácido lático em
glicose e os níveis sanguíneos elevados de adrenalina e noradrenalina. (BORSHEIM, et al.,
1998; DOLEZAL, et al., 2000)
As características importantes do consumo de oxigênio na recuperação durante um
exercício aeróbico leve de duração curta (pouca modificação na temperatura corporal e no
ambiente hormonal), a metade do consumo total de O2 ocorre durante os 30 segundos, e a
recuperação completa em alguns minutos. Após um exercício extenuante (lactato sanguíneo,
temperatura corporal e níveis de hormônios termogênicos alterados) representa um quadro
diferente. No componente rápido da fase de recuperação existe uma segunda fase de
recuperação, chamada componente lento. Dependendo da intensidade e da duração do
exercício precedente, o componente lento pode levar até 24h para alcançar o consumo de O2
pré exercício (FOSS; KETEYIAN, 2000; MCARDLE; KATCH; KATCH; 2003).
3.5 Transporte de O2
Segundo Guyton e Hall (2006), 99% de O2 transportado no sangue encontra-se
quimicamente ligado à hemoglobina, proteína contida nos heritrócitos. Cada molécula de
hemoglobina pode transportar quatro moléculas de O2. A ligação de O2 à hemoglobina forma
a oxiemoglobina. A hemoglobina não ligada ao O2 é chamada de desoxiemoglobina
(SILVERTHORN, 2003).
A quantidade de O2 que pode ser transportada por unidade de volume de sangue
depende da concentração de hemoglobina (GANONG, 1989). A concentração de
hemoglobina em um adulto saudável é de 130 a 150 gramas por litro de sangue (ASTRAND,
2006). Quando saturada de O2, cada grama de hemoglobina transporta 1,34ml de O2. Se a
hemoglobina estiver 100% saturada de O2, um adulto saudável pode transportar 200 a 174 ml
de O2 por litro de sangue, ao nível do mar. (POWERS; HOWLEY, 2005).
Geralmente, a hemoglobina encontra-se 98% saturada de oxigênio. Esse é um
conteúdo de oxigênio muito maior do que o nosso corpo necessita, de forma que a capacidade
de transporte de oxigênio do sangue raramente limita o desempenho (WILMORE;
COSTILL,2001).
25
Houve a necessidade de definir uma grandeza que exprimisse o grau de oxigenação
da hemoblobina presente na corrente sanguínea, denominada saturação de oxigênio,
frequentemente referida como SaO2 ou SpO2, definida como a razão entre a concentração de
oxiemoglobina e a concentração de hemoglobina total presente no sangue.
O parâmetro SpO2 é medido com um oxímetro, acoplado ao dedo indicador ou lobo
auricular, normalmente expresso em porcentage. (YAZBEK et al,2001). A pressão parcial de
oxigênio no sangue arterial (PaO2) tem decréscimo linear com a idade devido ao aumento da
diferença entre a perfusão e ventilação. Os valores da PaO2 para indivíduos com 20, 25, 30,
40 e 50 anos está em torno de 100, 98, 96, 91 e 87mmHg respectivamente (WAHR;
TREMPER; DIAB,1995)
O método oximétrico se baseia na lei de Lambert - Beer, a qual estabelece que a
concentração de uma substância pode ser determinada pela absorção luminosa de uma luz
incidente, de intensidade conhecida, que atravessa a substância em um determinado
comprimento de onda.Os princípios da oximetria são conhecidos desde o século passado, mas
a oximetria de pulso só passou a ser conhecida em meados da década de 70, graças a
cientistas japoneses(BRAZ,1996)
A oximetria é um método simples, não invasivo. Ela determina a diferença entre a
absorção ocorrida durante a diástole e o pico de absorção durante a sístole. Entre as suas
vantagens, ressaltam-se a calibração permanente e a rápida resposta às alterações da saturação
de oxigênio. A monitorização da oxigenação com a oximetria é considerada uma das
principais causas da diminuição da morbidade e mortalidade (PARSONS; HEFFNER, 2005).
A margem de erro da maioria dos oxímetros de pulsos é de mais ou menos 2 a 3%
para uma SaO2 entre 70 a 100%. A análise deste índice, quando avaliado simultaneamente à
resposta tensional sistólica, permitirá informações adicionais da função ventricular sob a
sobrecarga do exercício (SERRA,1997). A oxímetria deve ser indicada em situação de
sedação, anestesia, transporte pós-operatório, unidade de terapia intensiva, berçário. Em
muitos países é uma indicação mandatória,em todos os atos anestésicos (BRAZ,1996).
A oximetria de pulso é recomendada para qualquer paciente que tenha risco de
hipoxemia, pois detecta precocemente a dessaturação (JUBRAN,1999).
A resposta do sensor colocado no nariz ou na orelha é mais rápida e mais acurada do
que a do sensor de dedo. A colocação do sensor, principalmente nos dedos, deve ser feita de
maneira a se evitar pressão excessiva, porque pode causar congestão venosa pulsátil que
resulta em leituras falsamente baixas da SpO2. Em crianças pode determinar isquemia e
necrose (PETTERSEN; KONGSGAARD; AUNE, 1992).
26
3.6 Ergoespirometria
Ergoespirometria (ou teste cardiopulmonar, cardiorrespiratório ou, ainda, teste
ergoespirométrico) é um procedimento não invasivo para avaliar o desempenho físico ou a
capacidade funcional de esforço, trazendo informações a respeito da integridade de todos os
sistemas envolvidos no transporte de gases (BARROS NETO; TEBEXRENI; TAMBEIRO,
2001).
Esse termo foi introduzido em 1929 por Knipping. (YAZBEK JR et al., 2001). De
acordo com Hollmann e Prinz (1997) os primeiros estudos feitos por Lavoisier podem datar
de 1790. O termo foi derivado da escola germânica o que explica a dificuldade de achá-lo nos
documentos procedentes da América do Norte.
Foram os trabalhos de Wasserman et al. (1973) sobre limiar anaeróbico na área de
fisiologia e medicina interna que provocaram o interesse clínico sobre esse procedimento.
Hoje, a determinação do limiar anaeróbico tem sido o fator propulsionador do exame
ergoespirométrico para atletas, pacientes cardiopatas e pneumopatas especialmente no que se
refere ao diagnóstico diferencial da dispnéia e da intolerância ao esforço.
A ergoespirometria alia a interpretação clínica e eletrocardiográfica do teste
ergométrico convencional à análise de variáveis ventilatórias, gases expirados e oximetria. O
emprego da técnica envolve o exercício objetivando investigar a presença de sinais e sintomas
de doenças ou avaliar o resultado de intervenções terapêuticas (GUIMARÃES et al., 2003).
Figura 1: Ergoespirômetro
Fonte: a autora
27
Para a realização do exame, a calibração prévia do aparelho é necessária. Algumas
variáveis são analisadas em presença de vapores d’água em condições de “body temperature
pressure saturated” (BTPS), por exemplo, a frequência respiratória e o volume corrente.
Outros parâmetros são analisados sem condições de “standard temperature pressure and dry”
(STPD), como o consumo de oxigênio (VO2) e a produção de dióxido de carbono (VCO2),
que corresponde à situação de 0°C de temperatura e a pressão de 760 mmHg ao nível do mar
e em condições de ausência de vapor de água, ou seja, seco (YAZBEK JR et al,1998;
GUIMARÃES et al, 2003).
O ambiente para realização da ergoespirometria deve ser amplo para acomodar o
material necessário, além de todo o material a ser usado para possível emergência médica. O
local deve ser bem iluminado, limpo, com controle da temperatura ambiente e umidade
relativa do ar (GUIMARÂES, 2003).
O paciente deve estar com vestimenta adequada e deve ser orientado quanto ao
método, diminuindo, assim, a ansiedade. Deve ser explicado que é impossível a comunicação
verbal com o examinador, sendo conveniente ser combinado um sistema de sinais com as
mãos para se quantificar o cansaço subjetivo. Procede-se a monitorização eletrocardiográfica.
Deve-se acoplar um oxímetro ao dedo indicador ou lobo auricular, para obtenção da saturação
de O2 durante o exame. Finalmente, adapta-se o bucal com um clipe nasal para impedir a
respiração pelo nariz ou uma máscara facial, com vantagem de maior conforto. Aguardam-se
alguns minutos até que a ventilação esteja estável e o quociente respiratório adequado
(GUIMARÃES et al., 2003; YAZBECK JR et al., 2001).
Além da monitorização eletrocardiográfica e da pressão arterial, sistema de máscara
ou bocal interligado ao equipamento eletrônico, previamente calibrado, irá permitir a
passagem de gases expirados, os quais serão analisados e registrados via impressora. Os
dados obtidos poderão ser apresentados sob forma de tabela e/ou gráficos. Os protocolos de
esforço preconizados devem ser individualizados. Dos parâmetros analisados durante o
procedimento destacam-se como de maior significância clínica: o VO2 máximo ou do pico de
exercício e limiar anaeróbico, o VCO2 (dióxido de carbono) e ventilação pulmonar, a
eficiência mecânica e a relação VO2 /freqüência cardíaca (SERRA, 1997).
É crescente e justificado o interesse pela realização da ergoespirometria, pois é de
extremo valor, não invasivo, apresenta qualidade ao diagnóstico e de custo razoável.
28
3.7 Reeducação Postural Global (RPG)
A Reeducação Postural Global (RPG), conhecida há mais de trinta anos, foi criada
pelo francês Philippe Emmanuel Souchard, nascida da obra “Reeducação Postural Global método do campo fechado”, e trata em posturas ativas que fazem simultaneamente o trabalho
excêntrico dos músculos estáticos e concêntricos dos músculos da dinâmica, sempre em
decoaptação articular e progressivamente mais global (SOUCHARD, 1998).
Segundo Souchard (2001), a teoria do “campo fechado” estabelece que o ser humano
para ficar de pé, correr e realizar movimentos diários depende da harmonia entre as cadeias
musculares da estática e dinâmica.
A RPG tem suas peculiaridades. A primeira diz que jamais deve-se exercitar os
músculos estáticos em situação concêntrica, mas em contrações isométricas em posições cada
vez mais excêntricas, combinando assim o trabalho ativo e o alongamento. A segunda
originalidade aconselha sempre trabalhar em decoaptação articular, corrigindo em destorção
ao mesmo tempo macrodeformações e microlesões. A terceira indica que os músculos da
estática são responsáveis por nossa morfologia, qualquer que seja o estado dos dinâmicos.
Finalmente, o quarto aspecto peculiar à RPG, receita que numa reeducação morfológica
precisamos reequilibrar os grupos musculares de uma mesma qualidade: grupos musculares
estáticos vencedores e os grupos musculares estáticos vencidos, começando o alongamento
pelos mais encurtados responsáveis pela deformação (SOUCHARD, 2003).
Como é preciso alongar e destorcer em decoaptação articular, precisamos trabalhar
em coordenação, seja em estática, seja em dinâmica. Nossos grupos musculares são
pluriarticulares, na maior parte, constituindo assim cadeias musculares (SOUCHARD, 2003).
Essas cadeias musculares são constituídas por músculos gravitacionais que trabalham de
forma sinérgica dentro de uma mesma cadeia. Os músculos da cadeia posterior possibilitam a
manutenção da posição ortostática contra a ação da gravidade. (FERNÁNDEZ-DE-LASPEÑAS et al., 2005)
Existem cadeias musculares estáticas secundárias, inspiratória, superior do ombro,
anterior do braço, ântero-interna do ombro, ântero-interna do quadril, lateral do quadril, além
das duas cadeias musculares mestras, anterior e posterior (TANAKA; FARAH,1997;
SOUCHARD, 1998)
29
Figura 2: Cadeia Anterior
Figura 3: Cadeia Posterior
Fonte: Souchard (2003)
A cadeia mestra anterior (figura 2) assegura a suspensão. Os músculos
esternocleidomastoídeo, longo do pescoço, escalenos e intercostais, que mantem o tórax e o
importante sistema fibroso profundo, suspendem o diafragma e a massa visceral. Esta cadeia
continua com o psoas, adutores e músculos anteriores da perna. Este sistema de suspensão é
fundamental na respiração pelo seu trabalho sobre o tórax e o diafragma. Seu encurtamento
acarreta a projeção da cabeça para frente, hipercifose e ombros protusos. A retração dos
adutores puxa os joelhos para dentro. A retração dos músculos anteriores da perna roda
internamente os joelhos, os pés parecem planos. Indivíduos com essa morfologia apresentam
fragilidade dos joelhos, adutores, ombros e articulações vertebrais em todos os níveis.
A cadeia mestra posterior (figura 3) nos erige contra a gravidade. Seus músculos são
os pelvitrocanterianos, glúteo máximo, ísquiostibiais, poplíteo, tríceps sural, plantares e
espinhais. Em caso de retração a aparência é tônica, pois o encurtamento dos espinhais causa
dorso plano e projeta o tórax para frente e ainda pode acarretar hiperlordose cervical e lombar,
geno varo, pés cavos (pela retração dos posteriores da coxa e perna). Na morfologia afeta
distorções da panturrilha e região posterior da coxa, entorse de tornozelo, dores cervicais,
torácicas e lombares.
30
Figura 4: Cadeia anterior do braço
Figura 6: Cadeia inspiratória
Figura 5: Cadeia Ântero-interna do ombro
Figura 7: Cadeia Superior do ombro
Fonte: Souchard (2003)
A cadeia anterior do braço (figura 4) compreende o coracobraquial, bíceps, braquial,
supinador longo, todos os músculos anteriores do antebraço, face tênar e hipotênar. Seu
encurtamento leva a flexão do cotovelo e dedos, limitando o movimento de extensão.
A cadeia ântero interna do ombro (figura 5) é composta pelos músculos
coracobraquial, subescapular e peitoral maior fibras superiores. Sua retração impede o braço
de elevar-se e abrir-se livremente.
A cadeia inspiratória (figura 6) constitui o diafragma, o sistema suspensor do
diafragma e vísceras, esternocleidomastóideos, escalenos, intercostais, espinhais dorsais e
peitoral maior e menor. A retração dessa cadeia eleva o tórax, impede-o de voltar e descer
livremente e limita a amplitude dos movimentos do diafragma. Não mais será possível
alongar a coluna cervical, soltar os ombros e corrigir a lordose lombar sem acarretar bloqueio
inspiratório. Na coluna torácica retificada, o bloqueio inspiratório é maior na região alta do
tórax. Na hipercifose, limita a ventilação na parte inferior do tórax. O bloqueio do diafragma
eleva a parte inferior do tórax, seis últimas costelas, limitando a ventilação. Para obter seu
31
relaxamento é preciso expirar descendo primeiro o alto do tórax, depois as costelas inferiores
e por fim contrair o abdome.
Figura 8: Cadeia ântero-interna do quadril
Figura 9: Cadeia lateral do quadril
Fonte: Souchard (2003)
A cadeia ântero-interna do quadril (figura 8) constitui os músculos iliopsoas, fáscia
ilíaca e adutores pubianos. Seu encurtamento escava a região lombar, báscula a pelve para
frente e limita a abertura das pernas.
A cadeia lateral do quadril (figura 9) compreende os músculos piramidal, glúteo
máximo e tensor da fáscia lata. Seu encurtamento afeta a posição dos joelhos.
A tentativa de alongar a extremidade de uma cadeia provoca encurtamento em outra
parte dessa mesma cadeia. Por exemplo: com os espinhais na tentativa de estirar a coluna
cervical aumentará a curva lombar. Por isso para se alongar um músculo é preciso puxar as
duas extremidades dessa cadeia, impedindo compensação. E só os estiramentos globais são
eficazes (SOUCHARD, 1998).
A cadeia mestra posterior puxa o indivíduo para trás, devendo ser tratada inclinando
o sujeito para frente. A retração da cadeia mestra anterior puxa o indivíduo para frente,
devendo ser tratada com a extensão (SOUCHARD, 1998).
De acordo com Castro e Lopes (2003), esse método possibilita a avaliação global do
indivíduo, propondo eficácia, tratando causas e conseqüências. A suavidade, estiramentos e as
correções tornam possível esse trabalho (BERESFORD; HABIB, 2003).
A RPG utiliza a contração excêntrica para o alongamento dos músculos em cadeia. A
contração excêntrica ocorre quando há aumento da tensão muscular através da ativação das
fibras musculares extra fusais e realização do movimento voluntário de alongamento,
32
simultaneamente (SALVANI,2000). Exercícios que utilizam a contração excêntrica são os
que mais estimulam a adição de sarcômeros em séries, promovendo hipertrofia muscular e
remodelação do tecido conjuntivo. A contração excêntrica é mais efetiva em relação à
concêntrica na geração de força muscular (FRIDÉN, 1984; EVANS, 2002).
Para Souchard (2001), o método utiliza a técnica de contração e relaxamento,
denominado inibição autogênica. Segundo Kisner e Colby (1998), na inibição autogênica o
órgão neurotendinoso de Golgi dispara e inibe a tensão no músculo de modo que possa ser
mais eficientemente alongado.
O aumento do comprimento do músculo tem importância funcional. Nas bases
morfofuncionais da relação comprimento-tensão em fibras musculares isoladas, a força
isométrica máxima é obtida quando este atinge comprimento próximo à sua posição de
repouso, sendo a força diminuída quando o sarcômero se encontra encurtado. A força
isométrica atinge valores máximos quando a sobreposição ideal entre os filamentos de actina
e miosina permite a quantidade adequada de pontes entre esses filamentos (GORDON;
HUXLEY; JULIAN, 1966; COUTINHO et al., 2004).
A RPG propicia uma reorganização motora promovendo o alongamento dos
músculos da estática (SOUCHARD, 2001; TEODORI et al.,2003; MARQUES;
MENDONÇA; COSSERMELLI, 1994). A tração axial é também utilizada e deve ser mantida
o maior tempo possível, promovendo a diminuição da atividade gama e do tono muscular,
como também a inibição dos músculos que estão sendo alongados e da facilitação dos seus
antagonistas pela ação da inibição autogênica (ALTER, 1999).
Em todo o trabalho de RPG é necessário que o indivíduo realize expiração profunda,
havendo o rebaixamento do gradil costal, para que não ocorra o bloqueio torácico e promova
o relaxamento progressivo dos músculos inspiratórios, contemplando o princípio da
globalidade (SOUCHARD, 2001).
Souchard (1998) afirma que no plano nervoso e no plano metabólico toda função à
sobrevivência humana tem que ser assegurada a cada momento. Essa sobrevivência é
sinônimo de inconsciente e de sistema nervoso autônomo. A hegemonia respiratória é mantida
pelo diafragma após o nascimento assegurando a manutenção da função respiratória essencial
à sobrevivência (BERESFORD; HABIB, 2003).
O método apresenta uma preocupação especial com o alongamento da musculatura
respiratória. De acordo com Souchard (1998), as alterações na mecânica respiratória são
decorrentes de encurtamento excessivo da musculatura inspiratória e as principais causas
33
desse encurtamento são agressões neuropsíquicas (estresse), aumento do volume da massa
visceral, postura inadequada e patologias cardiorrespiratórias.
Uma forma de avaliar o sistema respiratório é a medida das pressões respiratórias
máximas (SOUZA, 2002). Essas medidas têm sido utilizadas na fisioterapia, tanto na
avaliação para a prescrição do tratamento, como para a reavaliação, pois fornece informações
sobre a força dos músculos respiratórios (TEODORI et al., 2003; MORENO et al.,2005).
Teodori et al. (2003) afirmam que após uma única sessão de intervenção de RPG em
20 mulheres jovens saudáveis, apenas a PImáx apresentou aumento significativo que foi
atribuído ao aumento da força muscular respiratória como efeito do alongamento, que
envolveu a cadeia muscular inspiratória em postura global.
A individualidade, causalidade e globalidade são fundamentais na RPG. Somos seres
únicos, e sob essa observação, respondemos aos sintomas de forma bastante particular. E, se a
RPG resolve as causas da sintomatologia, a globalidade é indispensável, pois ser global é
corrigir ao mesmo tempo a sintomatologia, as fixações e a causa da patologia (SOUCHARD,
2003).
De acordo com Moreira e Soares (2007), o método trata as desarmonias do corpo,
considerando as necessidades de cada indivíduo. As sessões são estritamente individuais, com
duração em média de uma hora, compreendendo duas posturas. A periodicidade é, em geral,
semanal, podendo ter duas ou três sessões semanais em caso de urgência (SOUCHARD,
2003).
As posturas são escolhidas dependendo de um exame minucioso, compreendendo
uma avaliação da estática do paciente, um interrogatório, exame morfológico das zonas
dolorosas ou deformadas, confrontando com exames de imagem e, por fim, fazendo manobras
de correção das lesões ou deformações em diversas situações de posturas. As posturas em
decúbito supino permitem melhor modelagem do fisioterapeuta. As posturas em carga são
mais ativas e proprioceptivas.
34
Figura 10: Postura em pé contra parede
Figura 11: Postura em pé no centro
Figura 12: Postura em pé inclinada para frente
Figura 13: Postura sentada
Fonte: Souchard (2003)
A postura em pé contra parede (figura 10) permite corrigir o tórax e a respiração, a
coluna vertebral, ombros, quadril, joelhos e pés. Indivíduo em pé, apoiado na parede, cabeça e
coluna alinhada e encostadas na parede, membros superiores ao longo do corpo em leve
abdução e rotação externa, ombros relaxados, quadril em retroversão, membros inferiores em
leve rotação externa, joelhos em semiflexão, calcanhares juntos, máxima expiração. Solicitase ao indivíduo um crescimento axial. A evolução se dá através da extensão dos joelhos com
manutenção da coluna, e ombros apoiados na parede.
Postura em pé no centro (figura 11) corrige a coluna vertebral, quadril, joelhos, pés,
o equilíbrio e o esquema corporal. Indivíduo em pé, sem apoio, cabeça e coluna alinhadas,
membros superiores ao longo do corpo em leve abdução e rotação externa, ombros relaxados,
quadril em retroversão, joelhos juntos em semiflexão, calcanhares juntos. A evolução é
através da extensão dos joelhos, o terapeuta realiza tração cervical com ajuda do indivíduo.
Na postura em pé inclinada para frente (figura 12), ou bailarina, o terapeuta pode
corrigir a coluna torácica, região lombar pelve, quadril ,joelhos e pés com o indivíduo em pé
sobre uma plataforma de inclinação ou não, dependendo do encurtamento da cadeia posterior.
Membros superiores apoiados numa superfície, ombros relaxados, joelhos juntos em
35
semiflexão, calcanhares juntos, tronco inclinado para frente com a coluna alinhada, respiração
relaxada. A evolução ocorre através da retirada do apoio para os membros, os quais ficam
sustentados ao lado do corpo em rotação externa, inclinação do tronco para frente e extensão
dos joelhos, sem provocar desvio da coluna. O terapeuta realiza tração de toda coluna e
solicita ao indivíduo que mantenha o alinhamento da coluna e a retroversão do quadril.
A postura sentada (figura 13) permite o trabalho sobre a coluna vertebral, quadril,
joelhos e o esquema corporal. Indivíduo sentado sobre os ísquios na mesa de RPG, cabeça
alinhada, membros superiores sustentados ao longo do corpo em rotação externa, ombros
relaxados, articulações coxofemurais e joelhos em flexão, no caso de cadeia posterior muito
encurtada. Pode-se utilizar um calço para que o indivíduo sente-se sobre o mesmo com a
planta dos pés encostadas. O terapeuta traciona toda a cadeia posterior. Solicita ao indivíduo
contração para cima. O terapeuta auxilia no rebaixamento do tórax com expiração máxima do
indivíduo. A evolução ocorre através da extensão dos membros inferiores, com dorsiflexão
dos tornozelos, mantendo o alinhamento da coluna e a descarga do peso sobre os ísquios.
Figura 14: Postura rã no chã braços fechados
Figura 16: Postura rã no ar braços fechados
Figura 15: Postura rã no chão braços abertos
Figura 17: Postura rã no ar braços abertos
Fonte: Souchard (2003)
Na postura rã no chão braços fechados (figura 14) trabalham-se a nuca, tórax e
respiração, coluna vertebral, ombros, cotovelos, mãos, pelve, quadril, joelhos, pés.Indivíduo
em decúbito dorsal, cabeça no eixo, membros superiores abduzidos, em rotação externa,
palmas da mão voltada para o teto com rotação externa da articulação coxofemural, flexão dos
36
joelhos, plantas dos pés encostadas. Realiza-se pompage sacral, solicitando encaixamento da
coluna, fazendo contração da musculatura abdominal e trazendo a sínfise púbica na direção do
abdome, objetivando que a coluna lombar fique apoiada completamente à mesa, realizando
dessa forma alongamento dos paravertebrais e correção da hiperlordose. Realiza-se também a
pompage global com tração cervical, colocação do queixo para dentro, solicitando máxima
expiração e rebaixamento do tórax, dessa forma alongando a cadeia inspiratória. A partir
desse momento evolui-se a postura, realizando fechamento dos braços, a extensão das
articulações coxofemural e dos joelhos, dosiflexionando os tornozelos, não deixando ocorrer
hiperlordose lombar.
A postura rã no chão braços abertos (figura 15) é muito parecida com rã no chão
braço fechado. No início da postura os membros superiores se encontram em abdução de
aproximadamente 60° e a evolução se faz abduzindo os braços.
A postura rã no ar braços fechados (figura 16) corrige particularmente a nuca, tórax e
respiração, coluna vertebral, ombros, cotovelos, mãos, pelve, quadril, joelhos e pés. O
indivíduo está em decúbito dorsal, membros superiores em aproximadamente 60° em rotação
externa, palmas da mão voltada para o teto, articulação coxofemural a 90° com rotação
externa, joelhos em semiflexão tendo como parâmetro o início da saída do sacro da mesa,
calcanhares juntos, pés em dorsiflexão apoiados por um suporte preso em uma haste
removível fixada na cabeceira da mesa. Realizam-se a pompage sacral e pompage global com
tração cervical, solicitando máxima expiração. A evolução da postura ocorre através do
fechamento dos braços e da extensão dos membros inferiores, sem que o sacro saia da mesa.
A postura rã no ar braços abertos (figura 17) é muito parecida com a rã no ar braços
fechados. No início da postura os braços estão abduzidos aproximadamente em 60° e a
evolução ocorre através da abertura dos membros superiores.
O fisioterapeuta trabalha com o indivíduo, contra a patologia, durante cada sessão,
empregando microajustes com contração isométrica, em alongamento numa série de posturas
suaves e progressiva, em pé, sentado ou deitado. A RPG requer do paciente uma participação
muito ativa.
Pode ser indicada sem limite de idade, sendo mais difícil a participação de crianças
pequenas. A RPG trata a maioria das patologias do sistema músculo-esquelético, agudas ou
crônicas, com sintomas de dor, como problemas na coluna vertebral, hérnia de disco,
lombalgia, ciática, LER (lesão por esforço repetitivo), lesões articulares e pós-traumáticas,
problemas respiratórios, neurológicos espásticos e problemas do esporte.
37
3.8 Exercícios Isométricos e Alongamento
A contração isométrica é uma forma estática de exercício que ocorre quando um
músculo se contrai sem mudança apreciável no seu comprimento ou sem movimento articular
visível (SILVA; GONÇALVES, 2003). Para o teste isométrico, as contrações devem ocorrer
com uma duração de quatro a cinco segundos com um período de transição de um segundo no
início da contração. Ao menos um minuto de descanso deve ser oferecido entre as contrações.
Para cada músculo testado, em cada posição, no mínimo três contrações devem ser
executadas, embora outras possam ser executadas se julgadas necessárias pelo examinador
(BROWN et al., 2003).
No exercício isométrico, o comando central eleva principalmente a freqüência
cardíaca e o débito cardíaco por privação vagal do sistema nervoso parassimpático, resultando
em menor liberação de acetilcolina ao nível do nódulo sinoatrial, tornando possível aumento
na FC (POWERS; HOWLEY, 2005). Os mecanorreceptores sensíveis à deformação ou ao
estiramento, que fazem parte do reflexopressor do exercício dos músculos esqueléticos,
também podem participar. Esses receptores são ativados mais durante o início do exercício,
dirigindo-se através das fibras aferentes, Grupo III, para a área cardiovascular do bulbo
(FOSS; KETEYIAN, 2000).
Na área cardiovascular do bulbo, inicia a atividade simpática induzindo aumentos na
FC e elevação na pressão arterial (WILMORE; COSTILL, 2001). As contrações isométricas
causam aumento progressivo da pressão arterial (PA) e da freqüência cardíaca (FC) e o
aumento da PA, durante a contração isométrica, varia de acordo com a tensão muscular que
ocorre durante a mesma. A PA resulta do produto do débito cardíaco (DC) pela resistência
vascular periférica (RVP). No exercício isométrico, ocorre pequeno aumento do DC,
sobretudo devido ao aumento da FC e elevação expressiva da RVP, que contribui para a
elevação substancial da pressão arterial sistólica (PAS) e da pressão arterial diastólica (PAD)
(GANDEVIA; HOBBS, 1990; WILLIAMS, 1991).
O aumento do DC deve-se principalmente ao aumento da FC, enquanto o aumento da
RVP pode ser influenciado pelo acúmulo de metabólitos locais que estimulam quimioceptores
musculares e por meio de descargas aferentes para o centro cardiovascular, a partir de
terminações nervosas dos músculos e por aumento da pressão intratorácica causada pela
manobra de Valsalva, que freqüentemente acompanha o exercício isométrico (GHORAYEB;
BARROS NETO, 1999).
38
A contração sustentada do exercício isométrico compromete o aporte sangüíneo e o
suprimento de oxigênio para o tecido muscular em contração e, assim, a FC aumenta
linearmente com o aumento da necessidade de um consumo maior de oxigênio (MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2003). O duplo produto (DPr) é um dos indicadores do consumo de
oxigênio do miocárdio. Pode ser obtido de forma indireta pela multiplicação da FC pela PAS
e tem sido considerado um importante indicador do trabalho do coração (LEITE;
FARINATTI, 2003).
Ocorre aumento na ventilação no início do exercício causado pelo comando central.
Durante o exercício isométrico progressivo, a ventilação aumenta mais ainda quando certas
unidades motoras passam a disparar com maior freqüência ou quando são recrutadas unidades
motoras adicionais para a elaboração de tensão (NEDER; NERY, 2003).
Durante o exercício isométrico o aumento na ventilação é causado mais por um
aumento no volume corrente do que um aumento na freqüência respiratória. Quando a
contração isométrica é interrompida, observa-se uma queda significativa e rápida na
ventilação (WILMORE; COSTILL, 2001).
O exercício isométrico altera significativamente a FC e a PA e essas alterações são
dependentes da porcentagem de contração voluntária máxima, do tempo de contração e do
grupo muscular envolvido. O método RPG envolve a técnica contração-relaxamento
(SOUCHARD, 2001), mantida por um longo período, de grandes grupos musculares. Existe a
preocupação com o fato de que o emprego desse método possa causar elevações exageradas
dos parâmetros estudados.
O alongamento pode ser executado de três maneiras: estaticamente, balisticamente e
contração-relaxamento. O alongamento estático consiste em distender sem sacudir nem
forçar, mantendo-se a posição distendida final por determinado período de tempo. Esse tipo
de alongamento é utilizado em programas de reabilitação, visando aumentar a flexibilidade
(KUBO et al., 2001). Ele ainda é preferido, tendo em vista a menor probabilidade de perigo
de dano tecidual e a demanda energética ser baixa (KISNER; COLBY,1998).
Na reeducação postural global, o procedimento de alongar é contração-relaxamento.
O indivíduo faz uma contração isométrica no final da amplitude do músculo retraído antes
que ele seja passivamente alongado. Baseia-se no fato de que após uma contração préalongamento do músculo retraído, esse mesmo músculo irá relaxar como resultado da inibição
autogênica, e assim será alongado mais facilmente. Os órgãos tendinosos de Golgi podem
disparar e inibir a tensão no músculo permitindo que ele seja alongado com maior facilidade
(KISNER; COLBY, 1998).
39
Quando um músculo perde sua flexibilidade ocorre alteração na relação
comprimento-tensão,
incapacitando-o
de
produzir
um pico
de
tensão
adequado,
desenvolvendo fraqueza com retração muscular (GOSSMAN; SAHRMANN; ROSE, 1982).
O encurtamento muscular depende de vários fatores, como o envelhecimento, imobilização
muscular, fraqueza muscular, alinhamento postural incorreto.
O alongamento de uma fibra muscular promove o aumento do número de sarcômeros
em série. O aumento da força muscular em função do alongamento deve-se à melhor interação
entre os filamentos de actina e miosina, em virtude do aumento do comprimento funcional do
músculo (COUTINHO et al, 2004).
O comprimento do sarcômero é regulado pelo tempo de tensão ao qual o músculo é
submetido. Períodos prolongados de alongamento podem levar a um processo adaptativo
muscular mais eficaz em comparação a curtos períodos de tempo (HERRING; GRIMM;
GRIMM, 1984).
O alongamento estático alonga isoladamente um músculo. O alongamento global
alonga vários músculos simultaneamente, pertencentes à mesma cadeia muscular, partindo do
pressuposto de que um músculo encurtado cria compensações em músculos proximais ou
distantes (ROSÁRIO; MARQUES; MALUF, 2004).
O método de alongamento muscular ativo descrito originalmente por SOUCHARD
(1988) alonga em conjunto os músculos antigravitários, os rotadores internos e os
inspiratórios e foi baseado na compreensão das cadeias musculares posturais, denominado
Reeducação Postural Global.
40
4 METODOLOGIA
4.1 Caracterização do Estudo
Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico.
4.2 Local e Período da Realização
O presente estudo foi desenvolvido no laboratório de fisiologia do exercício do
Centro Integrado de Saúde da Faculdade NOVAFAPI, em Teresina, Estado do Piauí, no
período de junho a outubro de 2009. Ambiente com climatização artificial, com temperatura
de 24° C. A pesquisa foi realizada no horário vespertino.
4.3 Amostra
A amostra foi composta de 40 indivíduos, da raça branca, com idade entre 18 e 30
anos, saudáveis e que aceitaram participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão.
4.4 Critérios de Inclusão
Indivíduos sedentários, aparentemente saudáveis, com ECG normal, idade entre 18 e
30 anos que aceitaram participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. Define-se indivíduo sedentário aquele que não pratica exercício físico regular de
no mínimo três vezes por semana, nos últimos três meses que antecederam a coleta de dados.
41
4.5 Critérios de Exclusão
Portadores de distúrbios metabólicos como diabetes e obesos; portadores de doenças
cardiovasculares, hipertensos, fumantes, portadores de labirintite, distúrbio psicomotor,
problemas respiratórios, lesões ou seqüelas músculo-esqueléticas, menores de idade,
praticantes de atividade física regular, e os que recusaram a participar do estudo.
4.6 Aspectos Éticos
Esta pesquisa não gerou conflitos de interesses nem foi de encontro a princípios
éticos que provocassem malefícios ou que comprometessem o bem-estar físico, social ou
mental dos seus participantes. Os benefícios potenciais do estudo se referem a um melhor
entendimento e segurança, por parte dos profissionais que trabalham com o método,
possibilitando, inclusive ajustes adequados para o trabalho com portadores de distúrbios
metabólicos, cardiovasculares e respiratórios.
Somente mediante a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade
NOVAFAPI, a pesquisa foi realizada com os indivíduos, de acordo com as normas da
resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – MS envolvendo pesquisa em seres
humanos. Após a avaliação do Comitê de Ética e Pesquisa, os participantes assinarão o termo
de consentimento livre e esclarecido, conforme o anexo.
4.7 Procedimentos e Variáveis Pesquisadas
Os procedimentos de teste foram divididos em quatro fases:
Fase 01 – Pré-atendimento. onde o participante foi informado sobre as condições do
estudo e assinou o termo de consentimento. Realizou-se uma consulta prévia para colher
dados de informações pessoais e de condições gerais de saúde que pudessem implicar em
resultados divergentes aos esperados pelo estudo. O participante também recebeu informações
e demonstrações sobre a postura de rã no chão braço fechado a ser aplicada pela técnica. O
42
participante estava vestido com roupa apropriada para atividade física. Os dados foram
registrados no banco de dados do software Ergo PC Elite Micromed®, utilizado para o
estudo.
Fase 02 – Pré-teste ou repouso. O participante foi colocado em repouso em uma
maca por 5 minutos, período no qual foram realizados um ECG de repouso, medida de
pressão arterial sistólica e diastólica, medida da saturação de oxigênio por oximetria de pulso
e das freqüências cardíaca e respiratória.
Fase 03 – Teste. O participante foi submetido à técnica de RPG com evolução da
postura rã no chão braço fechado em maca apropriada. O procedimento de evolução da
postura durou 15 minutos. Foi acoplada uma máscara orofacial para análise de gases pelo
equipamento VO-2000. O participante permaneceu monitorado por oximetria de pulso, ECG
durante todo o procedimento. As pressões arteriais sistólica e diastólica foram verificadas de
cinco em cinco minutos após o início da técnica.
Fase 04 – Recuperação. O participante permaneceu deitado em maca em posição de
decúbito dorsal por 5 minutos permanecendo monitorado. Foi analisado o comportamento das
variáveis observadas durante esta fase no que diz respeito ao tempo de retorno às condições
basais. As pressões arteriais sistólica e diastólica foram verificadas após o período de repouso
e registradas no Ergo PC Elite®.
Postura de Rã no Chão Braços Fechados:
Na postura rã no chão braços fechados, trabalhamos a cabeça, tórax e respiração,
coluna vertebral, ombros, cotovelos, mãos, pelve, quadril, joelhos, pés. O indivíduo
posiciona-se em decúbito dorsal, cabeça no eixo, membros superiores abduzidos, em rotação
externa, palmas da mão voltada para o teto, com rotação externa da articulação coxofemural,
flexão dos joelhos e plantas dos pés encostadas. Realiza-se pompage sacral, solicitando
encaixamento da coluna fazendo contração da musculatura abdominal trazendo a sínfise
púbica na direção do abdome, objetivando que a coluna lombar fique apoiada completamente
à mesa, realizando dessa forma alongamento dos paravertebrais e correção da hiperlordose.
Realiza-se também a pompage global com tração cervical, colocação do queixo para dentro,
solicitando máxima expiração e rebaixamento do tórax, alongando a cadeia inspiratória. A
partir desse momento evolui-se a postura, realizando fechamento dos braços, a extensão das
articulações coxofemural e dos joelhos, dosiflexionando os tornozelos, não deixando ocorrer
hiperlordose lombar. Durante a postura foram utilizados comandos verbais e manuais
solicitando alinhamento e correção postural necessários para impedir compensações e
43
otimizar o alongamento. O alongamento durante a RPG é realizado concomitantemente a uma
expiração profunda e prolongada.
A postura foi realizada em uma mesa específica para Reeducação Postural Global,
fabricada e aprovada no Brasil por Philippe Souchard, a qual permite aplicação confortável do
método, tanto para o profissional quanto para o paciente. Esta maca possui as seguintes
características: sistema de carretilha para movimentação da travessa e braços; ampla
mobilidade dos braços com rotação de 180 graus em toda a extensão da mesa, regulagem de
altura de 65 a 85 cm e dimensões de tampo 197 x 50 cm, braços 23 x 70 cm , mesa com
braços totalmente abertos 197 x 190 cm.
As variáveis foram estudas de acordo com seus indicadores:
a)
Frequência
cardíaca:
foi
monitorizada
constantemente
por
meio
de
eletrocardiógrafo digital marca micromed, com eletrodos descartáveis dispostos no formato
CM5 de três derivações. A FC registrada durante o esforço corresponde ao seu valor máximo
atingido durante a aplicação da técnica.
b) Pressão arterial sistólica e diastólica: verificada com esfingnomanômetro marca
Tycos® e estetoscópio Littman cardiológico II®, medida na área da artéria braquial pelo
método auscultatório. No método auscultatório a PAS foi determinada no primeiro som
audível (fase I dos sons de Korotkoff) e a PAD identificada no ponto onde os sons
desaparecem (fase V)
c) Freqüência respiratória: consumo de oxigênio, no repouso e durante a postura,
expresso em litros por kilograma de peso por minuto (VO2) em STPD (standard temperature
and pressure dry) e equivalente metabólico (MET); indicador: analisadas por meio do
Equipamento VO-2000, o qual é um transdutor para análise metabólica, auto-calibrável,
projetado para operar conectado a um microcomputador com o software Ergo PC Elite®. Este
sistema extrai e mede micro amostras da expiração pelo método de ciclos respiratórios (breath
by breath) com a geração dos dados metabólicos. O volume de gás foi medido através de um
pneumotacógrafo externo, conectado via linhas de ar ao sensor interno de volume espirado do
equipamento do tipo fluido galvânico, e sensor de dióxido de carbono tipo infravermelho.
Para acoplamento do participante ao analisador de gases foi utilizada uma máscara facial
marca Hans Rudolph® siliconizada. Essa medida foi registrada no repouso e durante a
técnica, por ser um exercício aeróbico realizado em um estado estável.O VO2 registrado
corresponde ao pico atingido durante a aplicação da técnica.
44
Para todos os registros foi utilizado o software Ergo PC Elite da Micromed® em
laboratório com condições controladas de temperatura de 24° C, umidade relativa do ar e
pressão atmosférica da cidade de Teresina ajustadas de acordo com a previsão meteorológica
fornecida pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais, órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, fornecida on line
por meio de página na Internet de endereço HTTP://www.cptec.inpe.br e monitoradas por
meio de termômetro, barômetro e higrômetro marca Incoterm®.
4.8 Análise Estatística
Os dados foram apresentados com média ± desvio padrão e aplicado a análise de
variância (ANOVA one-way), seguido por teste post-hoc (Tukey) para a análise dos três
tempos dos parâmetros em cada grupo; e para a comparação entres os grupos masculino e
feminino e entre as fases de equivalente metabólico, consumo de oxigênio e saturação, foi
aplicado o teste “t” de Student. O nível de significância foi fixado em p<0,05. Foi utilizado o
programa Graph Pad Prism 5.0 como ferramenta estatística.
45
5 RESULTADOS
Neste estudo foram avaliados 40 voluntários, 20 homens e 20 mulheres, na faixa
etária entre 18 e 30 anos, divididos em dois grupos.
Os resultados estão apresentados em forma de tabela.
Tabela 1: Comparação dos valores em média, desvio padrão dos
dados antropométricos. Os valores de “P” são apresentado em
comparação do grupo feminino com o masculino.
Idade (anos)
Massa Corporal (kg)
Estatura (cm)
IMC (kg/m²)
Masculino
M
DP
23,95 3,017
78,7 10,22
174,7 6,011
25,74 2,562
M
23,75
55,03
162,1
21,05
Feminino
DP
2,863
5,116***
4,685***
2,288***
P
0,8309
0,0009
0,0008
0,0009
Legenda:***p<0,001 em relação ao grupo Masculino M, Média; DP, Desvio padrão
da Média; IMC, Índice de massa corpórea. Fonte: Valores coletados pela
pesquisadora .Teresina, 2010.
A análise dos dados antropométricos, tabela 1, revelou um valor médio de idade de
23.95±0.6746 para os homens e 23.75±0.6402 para as mulheres, mostrando a homogeneidade
entre os grupos analisados. Para a massa corporal o grupo dos homens apresentou 78.7±2.286
kg e o grupo das mulheres 55.03±1.144 kg, (p<0,05) mostrando valor significativo quando
comparamos os dois grupos.
Quanto à estatura o gênero masculino obteve 174.7±1.344 cm e o feminino
162.1±1.047 cm, (p<0,05), comparação com significância.
Em relação ao IMC os homens apresentaram 25.47±0.5729 Kg/m² e as mulheres
21.05±0.5116 kg/m², (p<0,05) revelando valor significativo.
46
Tabela 2: Valores da análise dos dados das variantes experimentais, expresso em média ±
desvio padrão da média.
Masculino
Repouso
Freqüência Cardíaca
Durante
Feminino
Recuperação
Repouso
Durante
Recuperação
72,65 ± 8,73 84,7 ± 11,01*** 74,05 ± 8,11a 82,1 ± 8,69 91,35 ± 9,17** 82,2 ± 8,46a
Pressão Arterial Sistólica 118.5 ± 3,66
122.5 ± 13,72
118.5 ± 3,66 110.5 ± 9,44 108.5 ± 8,13 110.5 ± 9,45
Pressão Arterial Diastólica 78.50 ± 3,66
80.00 ± 8,58
78.50 ± 3,66 73.00 ± 8,64 73.00 ± 8,75 73.50 ± 8,75
Legenda: ***p<0,001 em comparação a fase Repouso;**p<0,01 em comparação a fase Repouso; ap<0,001 em
comparação ao fase Durante; Fonte: Dados obtidos pesquisadora. Teresina, 2010
O resultado do presente estudo revela que a freqüência cardíaca do grupo feminino
(tabela 2) é sempre mais alta em relação ao masculino. Na comparação entre os grupos, há
significância das mulheres em relação aos homens, em repouso (p<0,01), durante a postura
(p<0,05) e na fase de recuperação (p<0,01). Importante lembrar que a FC registrada durante o
esforço corresponde ao seu valor máximo atingido durante a aplicação da técnica. Tanto o
grupo
feminino
(repouso
82.1±1.944bpm;
durante
91.35±2.051bpm;
recuperação
82.2±1.893bpm) como o masculino (repouso 72.65±1.95bpm; durante 84.7±2.46bpm;
recuperação 74.05±1.81bpm)
mostraram elevação da FC (p<0,05) durante a postura, porém
retornaram à freqüência de repouso, na fase de recuperação. As mulheres mostraram uma
recuperação mais acentuada.
Os
valores
da
pressão
arterial
sistólica
mostram:
homens
no
repouso
118.5±0.8192mmHg, durante 122.5±3.067mmHg, recuperação 118.5±0.8192mmHg; e
mulheres
no
repouso
110.5±2.112mmHg,
durante
108.5±1.81mmHg,
recuperação
110.5±2.112mmHg. Comparando os grupos verificou-se, porém, que no geral os homens
apresentam a PAS mais elevada no repouso (p<0,01) durante (p<0, 001) e na fase de
recuperação (p<0,01) mostrando significância em relação as mulheres.
Na pressão diastólica, homens apresentam no repouso 78.50±0.8192, durante
80.00±1.919mmHg,
recuperação
78.50±0.8192mmHg
e
mulheres
no
repouso
73.00±1.933mmHg, durante 73.00±1.9333mmHg, recuperação 73.50±1.957mmHg. Fazendo
a comparação, o gênero masculino também mostrou, com significância, variação na pressão
diastólica no repouso, durante o esforço e na recuperação,(p<0,05), com relação às mulheres.
O grupo feminino manteve a PAS e PAD entre as fases, com um pequeno
decréscimo sem significância da PAS durante a postura e o grupo masculino mostrou
47
variação, pouco importante, na PAS e PAD durante a postura, porém retornou ao padrão de
repouso.
Tabela 03: Valores de análises dos dados das variantes experimentais, expresso em
média ± desvio padrão da média.
Masculino
Repou-so
Durante
Feminino
Recuperação Repouso
Durante
Recuperação
Equivalente Metabólico 1,049± 0,28
2.618±0,77***
-
1.354± 0,49
2.858±0,89***
-
VO2
3.671±0,98
9.160±2,70***
-
4.738±1,71
10.00± 3,13***
-
SPO²
97.60±1,23
97.50±1,10
-
98.50±0,61
98.20±1,24
-
Legenda: ***p<0,001 em comparação a fase Repouso;**p<0,01 em comparação a fase Repouso; ap<0,001 em
comparação a fase Durante; Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora. Teresina, 2010
Tabela 4: Valor de “p” para a análise da significância dos valores das
médias entre os grupos masculino e feminino
Masculino vs Feminino
Repouso
Freqüência Cardíaca
Pressão Arterial Sistólica
Pressão Arterial Diastólica
Equivalente Metabólico
VO2
SPO²
0,0015**
0,0011**
0,0126*
0.0208*
0.0206
0.0057**
Durante
0,0448*
0,0004***
0,0142*
0.3702
0.3688
0.0666
Recuperação
0,0035**
0,0011**
0,0237*
0.7668
0.7694
-
Legenda: *p<0.05; **p<0,01 e ***p<0,001 em comparação aos grupos correlacionados;
Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora. Teresina, 2010
Os valores estatísticos registrados dos grupos masculinos e femininos (tabela 3) para
o consumo de oxigênio (VO2) correspondem ao pico atingido durante a aplicação da técnica.
Os homens registraram em repouso 3.671±0.219ml.kg.min e durante a postura
9.160±0.604ml.kg.min e as mulheres em repouso 4.738±0,383ml.kg.min e durante
10.00±0.699ml.kg.min. Entre os homens houve um aumento médio de 5,49±269ml.kg.min
durante a realização da técnica, enquanto que entre as mulheres houve um aumento de
5,26±2,13ml.kg.min. Para ambos os grupos, a diferença entre o repouso e o esforço foi
estatisticamente significativa com p<0,05.
48
Comparando os grupos, temos significância apenas no repouso (p<0,05), quando as
mulheres consumiram mais. Durante a técnica os grupos consumiram igualmente.
Como era de se esperar, o gasto metabólico do grupo masculino foi maior. Em
repouso
os
homens
obtiveram
1.049±0.063ml.kg.min
e
durante
obtiveram
2.618±0.172ml.kg.min, mostrando uma diferença de 1.57±0.172ml.kg.min. As mulheres
atingiram em repouso 1.354±0.1096ml.kg. min e durante 2.858±0.2001 com diferença de
1.504±0.1316ml.kg.min . Há significância em repouso (p< 0.05), quando comparamos os
gêneros. As mulheres em repouso tiveram mais gasto metabólico.
Com relação à saturação de oxigênio, o grupo masculino apresentou uma saturação
de repouso de 97.60±0.2753% e durante a postura apresentou saturação de 97.50±0.246%. O
grupo feminino apresentou saturação no repouso de 98.50±0.1357% e durante a postura
obteve saturação de 98.20±0.2772. Como se pode observar a saturação durante a postura não
teve significância. Temos p<0,01 no repouso, quando comparamos os gêneros, o grupo
feminino saturou mais.
49
6 DISCUSSÃO
No presente estudo foram investigadas variáveis fisiológicas, na Reeducação
Postural Global, postura rã no chão braços fechados.
A bioengenharia e o processamento de sinais biológicos têm permitido inúmeras
possibilidades de procedimentos diagnósticos não invasivos, especialmente na área
cardiovascular, mas há escassez de dados sobre a condição de saúde e as características de
qualquer sistema na utilização do método RPG. Pouquíssimos estudos foram realizados com a
utilização da técnica (MORENO et al., 2007; BORGES, 2006; HEREDIA; RODRIGUES,
2008; VANTI et al., 2007; GOMES et al., 2006; MOTA et al., 2008).
A análise dos dados antropométricos mostra a homogeneidade dos sujeitos
analisados com relação à idade. Para a massa corporal, o grupo dos homens apresentou-se
com massa maior, (p<0,05), mostrando valor significativo quando comparamos os dois
grupos.
Quanto à estatura, o gênero masculino foi mais alto (p<0,05). Os homens
apresentaram IMC maior (p<0,05). Segundo as Diretrizes, para Cardiologistas sobre Excesso
de Peso e Doença Cardiovascular dos Departamentos de Aterosclerose, Cardiologia Clínica e
FUNCOR, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002), um IMC entre 25 a 30 kg/m²
caracteriza sobrepeso. Essa população masculina está no limite da faixa de sobrepeso.
A capacidade de variar a freqüência cardíaca em função de estímulos externos parece
representar um importante papel fisiológico na vida diária, mesmo em situações simples de
mudanças posturais, e principalmente em situações de esforço físico.
A FC em repouso é influenciada por vários fatores, como características genéticas,
massa corporal, estatura, fatores hormonais, emocionais, idade, gênero (GALLO JR et al.,
1995).
Sabe-se que há predominância da atividade vagal (parassimpática) em repouso e que
esta é progressivamente inibida com o incremento da intensidade do exercício (ALMEIDA;
ARAÚJO, 2003). Na transição repouso-exercício, a retirada do tônus parassimpático é
responsável pela elevação da FC, mostrando que o mesmo aconteceu durante a realização da
RPG, podendo ser que essas bases fisiológicas estivessem em ação nos nossos achados. Na
recuperação pós esforço, há uma participação conjunta dos ramos do sistema nervoso
autônomo (RICARDO et al.,2005; SPADACINI et al., 2006)
50
De acordo com Wilmore e Costill (2001) a maior resposta da FC das mulheres para
qualquer nível absoluto de exercício submáximo é uma compensação para um menor volume
de ejeção, decorrente de três fatores: elas apresentam um coração menor, conseqüentemente,
ventrículo esquerdo menor devido ao seu menor tamanho corporal; as mulheres apresentam
menor volume sanguíneo, e por fim, elas podem ser menos ativas aerobicamente e menos
condicionadas nesse aspecto. Estas afirmações são concordantes com o presente estudo.
Contudo a freqüência cardíaca máxima (FCmáx) geralmente é a mesma em ambos os sexos.
Alguns estudos relatam que o tipo e a magnitude da resposta cardiovascular
dependem das características do exercício executado, ou seja, o tipo, a intensidade, a duração
e a massa muscular envolvida (BRUM et al., 2004; GANDEVIA; HOBBS, 1990).
Foss e Keteyian (2000) e Smolander et al (1998)
afirmam que
no exercício
isométrico o comando central eleva principalmente a FC e o débito cardíaco por privação
vagal do sistema nervoso parassimpático, resultando numa menor liberação de acetilcolina ao
nível do nódulo sinoatrial.
Um estudo realizado por Forjaz et al. (2003) relata que nos exercícios resistidos ou
exercícios de musculação quando executados em altas intensidades, apesar de serem feitos de
forma dinâmica, ocorrre aumento da freqüência cardíaca fazendo com que essa .resposta
cardiovascular se assemelhe ao exercício estático.
Por outro lado, investigações feitas sobre os efeitos do treinamento com pesos em
mulheres encontraram pouca ou nenhuma melhora na aptidão cardiorrespiratória (SOUZA et
al., 2008; HOFF; HELGERUD; WISLOFF, 1999; BISHOP et al., 1999).
Se a atividade isométrica vigorosa for mantida por qualquer período de tempo maior
que 2 min (FOSS; KETEYIAN, 2000), ocorrerá a falta de oxigênio para os músculos e o
resultado final será a estimulação dos nervos cardioaceleradores simpáticos que agem sobre o
nódulo sinoatrial e outras áreas do coração acarretando um aumento na FC e na contratilidade
(GHORAYEB; BARROS NETO, 1999).
Dessa forma, como a RPG, postura rã no chão braço fechado, realizou contração
isométrica durante longo tempo (15 minutos), envolvendo grandes grupos musculares, os
nossos achados referentes à FC vão de encontro o que diz a literatura. Não esquecendo que
em nossa pesquisa, embora a freqüência cardíaca tenha se elevado durante a execução da
técnica nos dois grupos, ambos os grupos retornaram ao mesmo nível de repouso na fase de
recuperação.
Somente uma referência, Mota et al. (2008), foi encontrado na literatura avaliando os
efeitos da RPG sobre o sistema cardiovascular, analisando FC, PA e duplo produto (DP)
51
durante a postura sentada em indivíduos jovens, do gênero feminino, saudáveis. A postura
sentada foi realizada em nove minutos, com duração de três minutos cada postura, com
intervalo de repouso de um minuto entre elas. Essa pesquisa concluiu, em relação aos valores
da freqüência cardíaca, que houve um aumento médio entre 20±11 e 23±13bpm em
comparação aos valores de repouso. Vale ressaltar que essa população era do sexo feminino
(23±2.1anos; 56.4±7.8kg; 1.61±0,05m; 21.6±2,4kg.m²-¹). Importante notificar também que
apesar da elevação da FC durante a execução da postura, mesmo sem significância estatística,
a mesma retornou ao valor de repouso nos primeiros cinco minutos de recuperação póspostura, o que coincide exatamente com os nossos resultados, apesar das posturas serem
diferentes.
Imai et al. (1994) afirmam que a recuperação da freqüência cardíaca imediatamente
após o exercício é considerada uma função da reativação na modulação da atividade
parassimpática e uma redução na modulação da atividade simpática que costuma ocorrer
durante os primeiros 30 segundos após o exercício. Anormalidades na modulação da atividade
parassimpática foram apontadas como uma possível ligação fisiopatológica com a associação
entre diminuição da freqüência cardíaca na recuperação após o teste de esforço em esteira
ergométrica e maior mortalidade dos pacientes no período de acompanhamento. Por esse
motivo, nesses casos é preciso estudar a fisiologia do sistema nervoso autônomo.
Antelmi et al. (2004) estudaram 485 indivíduos entre 15 e 82 anos, 204 homens e
281 mulheres, saudáveis, assintomáticos, sem qualquer evidência de cardiopatia após exames
clínicos e laboratoriais minuciosos. Eles observaram que a taxa de redução da FC nas
mulheres após o exercício apresentou uma redução mais acentuada do que os homens. Nos
nossos achados as mulheres também apresentaram maior redução na fase de recuperação. Isso
pode estar relacionado com uma maior modulação da atividade parassimpática em mulheres
do que em homens de acordo com estudos de variabilidade de freqüência cardíaca
(ANTELMI et al, 2004; KUO et al, 1999).
A literatura relata que, durante o exercício, as mulheres têm menos condicionamento
cardiorrespiratório, maior débito cardíaco com cargas comparáveis e menor volume sistólico,
o que faz com que o equilíbrio entre a demanda e a oferta de O2, seja obtido por meio de um
aumento na freqüência cardíaca (POWERS; HOWLEY, 2005).
Esse estudo torna-se interessante, pois as pesquisas estão muito voltadas para
comparações feitas entre indivíduos sadios ou com alguma patologia, entre faixas etárias
diferentes, estudos só com população feminina ou só masculina, havendo poucos estudos
comparando os gêneros.
52
A medida da PA pelo método auscultatório está sujeito a erros que podem estar
relacionados a quem executa a medida, o observador, ao equipamento utilizado, ao paciente,
ao local e à técnica propriamente dita (HOLANDA; MION JR; PIERIN, 1997; PERLOFF,
1993).
Segundo Leite e Farinatti (2003) podem-se subestimar os valores da PA,
considerando a precisão de métodos invasivos como o cateterismo intra-arterial. Nesse
método, há maior validade e confiabilidade, considerado padrão ouro (MACDOUGALL,
1992), mas por ser um procedimento invasivo, com riscos consideráveis de dor, espasmo
arterial, trombose, estenose, hemorragia, etc, a sua aplicação extrapola os limites éticos da
investigação científica (PERLOFF et al, 1993).
Alguns estudos relatam que nos exercícios intensos, comparando-se valores obtidos
pelo método auscultatório, os valores absolutos da PA tendem a ser mantidos (SIMÃO;
POLITO; LEMOS, 2003; LEITE; FARINATTI, 2003). Considerando o viés de que a
subestimação da PA ocorre de forma sistêmica, a associação de uma atividade com maiores
ou menores valores de PA pode ser detectada (MIRANDA et al., 2005). Portanto, devido à
natureza dessa pesquisa, isto parece ser suficiente.
O grupo feminino manteve a PAS e PAD entre as fases, com um pequeno
decréscimo, sem significância, da PAS durante a postura, e o grupo masculino mostrou
variação, pouco importante, na PAS e PAD durante a postura, porém retornou ao padrão de
repouso.
A literatura revela que a PA está diretamente relacionada ao tamanho corporal. O
tamanho corporal refere-se à estatura e a massa corporal. Pessoas de grande estatura
geralmente apresentam pressões arteriais mais elevadas (WILMORE; COSTILL, 2001;
NEDER; NERY, 2003). Na nossa população estudada, os homens apresentaram massa
corporal e estatura maiores que as mulheres, isso talvez explique porque a PA dos homens é
mais elevadas que a PA das mulheres.
A variação de PA no grupo masculino pode também ser devido ao aumento da
pressão intratorácica, em razão da contração muscular adicional dos músculos da expiração,
em decorrência da manobra de Valsava (POLITO; FARINATTI, 2003; ROBERGS;
ROBERTS, 2002). Apesar da orientação, o indivíduo pode ter realizado essa manobra, pois o
alongamento durante a RPG é realizado logo após uma expiração profunda e prolongada.
Segundo alguns estudos (POLITO; FARINATTI, 2003; NARLOCH; BRANDSTATER,
1995) sobre manobra de Valsava, afirmam que ela contribui para elevação da PA mesmo
quando empregada em repouso.
53
As alterações da FC e pressão arterial que ocorrem durante o exercício refletem o
tipo e a intensidade do exercício realizado, de sua duração e das condições ambientais sob os
quais o trabalho foi realizado (POWERS, HOWLEY, 2005).
Abreu (2009) estudando algumas posturas de RPG, dentre elas a rã no chão, com
uma população de indivíduos masculinos, com idade entre 18 e 28 anos, encontrou aumento
significativo da PAS comparando os tempos de 5 a 10 minutos (p=0,02), 10 e 15 minutos
(p=0,0001) e de 0 a 15 minutos (p= 0,0001) e aumento significativo na PAD de 0 a 5 minutos
(p=0,0001), 5 a 10 minutos (p= 0,05), 10 a 15 minutos (p=0,007) e de 0 a 15 minutos
(p=0,0001). Comparando aos nossos dados, a nossa população masculina também variou PAS
(p=0,2154) e PAD (p=0,4767) entre repouso e durante a postura, mas sem significância. Isso
aconteceu porque o estudo de Abreu foi uma adaptação crônica, onde o participante realizou
dez sessões de RPG, trabalhando duas posturas por sessão, caracterizando um treinamento. Na
nossa pesquisa, houve somente uma sessão.
No exercício isométrico ocorre pequeno aumento do débito cardíaco (DC), devido ao
aumento da FC e elevação da resistência vascular periférica (RVP), contribuindo para a
elevação da PA. O aumento do DC deve-se principalmente ao aumento da FC, enquanto que o
aumento da RVP pode ser influenciado pelo acúmulo de metabólitos locais que estimulam
quimioceptores musculares e por meio de descargas aferentes para o centro cardiovascular, a
partir de terminações nervosas dos músculos. A contração sustentada do exercício isométrico,
mesmo de baixa intensidade, compromete o aporte sanguíneo e o suprimento de oxigênio para
o tecido muscular em contração, aumentando a freqüência cardíaca linearmente com o
aumento da necessidade de um consumo maior de oxigênio (FISHER et al., 2006; BRUM,et
al., 2004).
Os nossos resultados divergem de alguns estudos, como os de Forjaz e Tinucci
(2000) nos quais eles afirmam que, nos exercícios estáticos, observa-se um aumento da
resistência vascular periférica que resulta da elevação exarcebada da PA. Isso ocorre porque a
contração muscular mantida durante a contração isométrica promove obstrução mecânica do
fluxo sanguíneo muscular o que faz com que os metabólitos produzidos durante a contração
se acumulem ativando quimiorreceptores musculares, que promovem aumento expressivo da
atividade nervosa simpática. A magnitude das respostas cardiovasculares durante o exercício
estático vai depender da intensidade do exercício da duração e da massa muscular exercitada.
Apesar da RPG envolver a contração isométrica de grandes grupos musculares e nesse estudo
ter sido mantida por quinze minutos, não observamos elevação na PA do grupo feminino. Só
foi notada a elevação do grupo masculino, pouco importante, tanto na PAS como PAD
54
durante a postura, não ultrapassando os valores da normalidade. É possível também que a
duração e a intensidade do exercício não sejam suficientemente adequadas para se obter uma
maior resposta cardiovascular.
Divergem também de Longhurst e Stebbins (1997) que analisaram as respostas
cardiovasculares de atletas de força ao exercício estático (40% da contração máxima
voluntária do hand-grip até a fadiga) e dinâmico realizado em cicloergômetro com aumento
de 100kpm/min até a fadiga. Eles identificaram uma maior PAS, em ambas as situações, mas
os valores são superiores na contração estática. Talvez as nossas diferenças possam ser
explicadas pelo fato de que o tempo deles foi até a fadiga e o nosso foi estabelecido por 15
minutos e esse tempo não tenha sido suficiente para se observar uma resposta maior.
Outros estudos sugerem a possibilidade do aumento desproporcional da PAD, em
atividade com forte componente estático em função de vasoconstricção aliada a um maior
débito cardíaco (FRANKLIN et al., 1991). Essa possibilidade também não foi encontrada na
nossa pesquisa.
Rezk (2004) demonstrou que em indivíduos normotensos, após os exercícios
localizados, tanto de baixa quanto de alta intensidade, ocorreu redução da PAS (pode ser que
esse fato venha explicar a redução na PAS durante a postura no grupo feminino, porém
apenas o exercício de baixa intensidade reduz a PAD).
O sobrepeso, sedentarismo, ingestão excessiva de sal, consumo de álcool, uso de
drogas ilícitas são fatores significantes desencadeantes de aumento de pressão arterial
(FERREIRA FILHO et al., 2007; LIMA-COSTA; PEIXOTO; FIRMO, 2004; CONCEIÇÃO
et al., 2006). A nossa população masculina estudada apresentou índice limítrofe de massa
corpórea, 25.74±0.5729, quando as Diretrizes para Cardiologistas sobre Excesso de Peso e
Doença Cardiovascular dos Departamentos de Aterosclerose, Cardiologia Clínica e FUNCOR
da Sociedade Brasileira de Cardiologia refere que um IMC entre 25 a 30 kg/m² caracteriza
sobrepeso. Esse grupo também era sedentário. Talvez esses dois fatores apresentados tenham
contribuído para esse aumento da PAS e PAD, embora PAS e PAD não tenha ultrapassado o
limite da normalidade.
Os mecanismos propostos para relacionar o sobrepeso e a variação de pressão
remetem para a explicação da sobrecarga cardiovascular proporcionada pelo aumento de
massa corporal, que levaria ao aumento de volume sangüíneo e da tensão dos vasos
sangüíneos subcutâneos (TURLEY; WILMORE, 1997) e à disfunção metabólica
proporcionada pelo aumento da massa adiposa, especialmente a gordura central ou visceral,
aumentando a resistência a insulina(HANLEY et al., 2000; BRAY, 2003).
55
O Ministério da Saúde (2010) informou que mais de 40% dos brasileiros passam
mais de três horas de seu tempo de lazer assistindo à televisão. Por outro lado, apenas 28,2%
das pessoas utilizam o tempo livre para fazer exercícios físicos. O levantamento do ministério
aponta ainda que as mulheres são mais sedentárias do que os homens. Perguntadas sobre o
tempo em que assistem televisão, 44,8% afirmaram que passam mais de três horas por dia em
frente à TV, contra 40,9% dos homens. Além disso, apenas 21,9% das mulheres afirmaram
praticar atividade física, enquanto 35,1% dos homens disseram que se exercitam diariamente.
De qualquer forma, a variação da PA dos homens fornece importante aplicação
prática, sugerindo que essa população seja monitorada durante a realização da RPG para se
obter total controle e segurança do indivíduo. Esses achados são importantes porque
contribuem para o desenvolvimento de novas pesquisas que possam esclarecer sobre a
importância prognóstica da RPG, hoje tão difundida entre os fisioterapeutas, mostrando
resultados bastante promissores para estimar a hipertensão futura.
O consumo de oxigênio em repouso, nessa pesquisa, não confirma o resultado na
literatura (WILMORE; COSTILL, 2001; NEDER; NERY, 2003; POWERS;HOWLEY,
2005). Estudos confirmam que as mulheres saudáveis não-treinadas apresentam valores de
20% a 25% menores do que os homens saudáveis não treinados (WILMORE;
COSTILL,2001). Talvez a população feminina estudada nessa pesquisa, apesar de também
sedentária, mostra uma atividade física diária maior, uma vida mais ativa que o gênero
masculino e, portanto, apresenta VO2máx
maior que os homens sedentários. Entre as
populações normais, existe uma considerável variabilidade dentro de cada gênero, e os
escores do consumo de oxigênio para muitas mulheres ultrapassam os valores médios para os
homens (MCARDLE; KATCH;KATCH,2003).
Segundo Lewis et al. (1983), Rowell, (1986), e Negrão et al. (1992) o aumento
concomitante da FC e do consumo de oxigênio, demonstra que o comportamento da FC
durante o exercício depende, em grande parte, da demanda metabólica na musculatura
ativa .Essa relação foi observada nessa pesquisa , pois as mulheres apresentaram uma FC de
repouso mais alta do
que
a dos homens(p<0,01), e um VO2 de repouso também
maior(p<0,05).
Talvez, também em virtude dos níveis mais altos de testosterona, os homens
possuem maior concentração de hemoglobina (10 a 14% maior que as mulheres). Essa
diferença na capacidade do sangue de carrear oxigênio permite aos homens maior circulação
de oxigênio durante o exercício, aumentando sua capacidade aeróbica e relação às mulheres,
(MCARDLE; KATCH; KATCH,2003; FOSS; KETEYIAN, 2000). A pesquisa mostra essa
56
diferença, apesar de não ser significante(p>0,05): os homens, durante a técnica, apresentaram
um aumento médio de 5,49±2,69ml/kg/min e as mulheres apresentaram um aumento médio
de 5,26±2,13 ml/kg/min.
Um estudo clássico, publicado em 1965, observou variações consideráveis de
VO2máx dentro do mesmo sexo e uma sobreposição considerável dos valores entre os sexos
(HERMANSEN; ANDERSEN,1965). O estudo envolveu um grupo de mulheres (não atletas e
atletas de elite) e homens (não atletas e atletas de elite) com 20 a 30 anos de idade. Eles
compararam as respostas fisiológicas dos participantes ao exercício submáximo e máximo.
Drinkwater (1973) analisou, posteriormente, o estudo acima referido e revelou que
76% das mulheres não atletas sobrepunham-se a 47% dos homens não atletas, enquanto que
22% das mulheres atletas sobrepunham-se a 7% dos homens atletas.
Rodrigues et al (2006), analisando os valores de consumo máximo de oxigênio
determinados pelo teste cardiopulmonar em adolescentes da população brasileira, encontrou
valores de VO2máx superiores entre meninos quando comparado com as meninas. Armstrong
e Welsman (1994) estudando adolescentes encontrou valores superiores de VO2máx para
meninos (48 a 50ml.kg¹.min¹) em relação às meninas ( 39 a 45ml.kg¹.min¹). Stanganellin, nos
seus achados, também relatou diferença: meninos com VO2máx de 49 a 52ml.kg¹.min¹ e
meninas com 47,ml.kg¹.min¹.
Conclui-se que é importante observar os valores médios e os níveis de
condicionamento físico dos indivíduos, pois embora a média das mulheres, nesse estudo, em
repouso
(4.738±0,383ml.kg¹.min¹)
seja
maior
que
a
dos
homens
em
repouso
(3.671±0.219ml.kg¹.min¹), ao analisar a média de cada grupo durante a postura, o consumo de
oxigênio foi igual para homens e mulheres, com um pouco mais de consumo para os homens,
porém,sem significância(p>0,05).
Como mencionado anteriormente, esse estudo registrou o VO2 somente no repouso e
durante a técnica, por ser realizado em um estado estável aeróbico, ao contrário da atividade
anaeróbica, na qual a mensuração do oxigênio na fase de recuperação é necessária porque a
quantidade de oxigênio consumida durante o exercício reflete apenas a energia fornecida
através do sistema aeróbico. O oxigênio da recuperação reflete a quantidade de energia
necessária durante o exercício através do sistema anaeróbico (FOSS; KETEYIAN, 2000;
POWERS; HOWLEY, 2005; WILMORE; COSTILL, 2001).
Apesar de a convenção incluir o oxigênio da recuperação no cálculo do custo global
em oxigênio do exercício anaeróbico, é questionável a validade de estar refletindo, de uma
57
maneira quantitativa, a energia anaeróbica liberada durante o exercício (FOSS; KETEYIAN,
2000).
Como era de se esperar, o gasto metabólico do grupo masculino foi maior, mostrando
significância em repouso (p< 0.05). Quando comparamos os gêneros as mulheres tiveram
mais gasto.
58
7 CONCLUSÃO
O presente estudo conclui que a postura de rã no chão braços fechados, do método de
Reeducação Postural Global, envolvendo grandes grupos musculares, promove elevação da
frequência cardíaca tanto no gênero masculino como no gênero feminino durante a postura,
porém ambos retornaram à frequência de repouso nos primeiros cinco minutos pós-postura.
Os homens apresentaram pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica mais elevada
que as mulheres em todas as fases. Para o consumo de oxigênio, ambos os grupos mostraram
significância entre repouso e esforço.
Fazendo uma revisão criteriosa da literatura, observou-se escassez de estudos
relacionados ao método. Desta forma, há necessidade de outras pesquisas para que esse
método seja comprovado cientificamente, uma vez que a RPG trabalha com oito posturas
diferentes, com durações de esforços diferentes e cresce como procedimento fisioterapêutico,
mostrando excelentes resultados.
59
REFERÊNCIAS
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postura, sobre a flexibilidade e sobre o sistema cardiovascular de indivíduos adultos
jovens saudáveis.2009. Dissertação (Mestrado em Engenharia Biomédica) – Instituto de
Pesquisa e Desenvolvimento, Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, SP,
2009.
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cardíaca. Rev. Bras Med Esporte.v. 9, n. 2, p. 104-12, 2003
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71
ANEXO A: FICHA DE ANAMNESE
Dados Pessoais
Nome: ___________________________________________________________________
DN: __/__/____
Idade: ___ anos
Estado Civil: ________________________
Escolaridade: _____________________________________________________________
Endereço: ________________________________________________________________
Bairro: ___________________
Cidade: _____________________________________
Telene: __________________
Email: _______________________________________
Dados Clínicos
Altura: ______________
Peso: ______________ IMC: _______________
Fumante: ( ) sim ( ) não
Consumo de bebida alcoólica: ( ) sim ( ) não
Doenças: ( ) cardíaca ( ) diabetes ( ) hipertensão ( ) labirintite
( ) distúrbio psicomotor ( ) problemas respiratórios
( ) lesões ou seqüelas músculo-esqueléticas
Observações: _____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
72
ANEXO B: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
I. Dados de identificação do sujeito da pesquisa
1. Nome do Voluntário: _____________________________________________________
Endereço: ________________________________________________________________
Telefone para Contato: _____________________________________________________
Cidade: __________________________________________________________________
RG: ____________________________ CPF: ___________________________________
Instituição: Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP
II. Dados sobre a pesquisa científica
1. Título do projeto: Análise dos Parâmetros Metabólicos, Ventilatórios e Cardiovasculares
Durante a Realização da Reeducação Postural Global.
2. Pesquisadora: Maria Iradir Feitosa.
3. Riscos esperados: Esta pesquisa não gera conflito de interesses nem vai de encontro a
princípios éticos que provoquem malefícios ou que possam comprometer o bem-estar
físico, social ou mental dos seus participantes se há variabilidade da freqüência cardíaca.
III. Registro das explicações do pesquisador ao individuo ou seu representante legal
sobre a pesquisa, consignando: o participante fará consulta prévia para colher dados de
informações pessoais e de condições gerais de saúde que possam implicar em resultados
divergentes aos esperados pelo estudo. O participante também receberá informações e
demonstrações sobre a postura de rã no chão a ser aplicada pela técnica. O participante
deverá estar vestido com roupa apropriada para atividade física.
1. Objetivo: analisar os parâmetros metabólicos, ventilatórios e cardiovasculares durante a
realização da reeducação postural global.
2. Justificativa: Se a contração isométrica acelera a freqüência cardíaca e o débito cardíaco,
preocupa saber se no método da Reeducação Postural Global, que trabalha essa contração
em todo seu atendimento pode causar alteração dos parâmetros citados, uma vez que esse
método vem sendo utilizado como tratamento postural na perspectiva de promover saúde.
3. Procedimento em Fase Experimental: A pesquisa será realizada em uma clínica de
fisioterapia com climatização artificial do ambiente, com temperatura entre 22 e 24 graus.
Para obtenção de informação os voluntários realizarão uma avaliação clínica. Também
farão uma sessão experimental para esclarecimento da pesquisa e técnica utilizada.
4. Informações: Os voluntários têm a garantia de serem informados quanto ao
esclarecimento do estudo e assim obter respostas a toda e qualquer dúvida quanto aos
procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa em pauta.
73
5. Retirada do Consentimento: O voluntário tem plena liberdade de retirar seu Termo de
Consentimento a qualquer momento e abandonar o estudo.
6. Aspectos Legais: Elaborados de acordo com as diretrizes e normas regulamentadas de
pesquisa envolvendo seres humanos atendendo à Resolução 196, de 10 de outubro de
1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde - Brasília - DF.
7. Garantia de sigilo: O participante da pesquisa terá total garantia de sigilo.
8. Local da pesquisa: Clínica Escola de Fisioterapia da Faculdade NOVAFAPI
9. Contato do pesquisador responsável: Fone: 3211-5605 ou 3223-2128 ou 9404-0858.
Este projeto foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade NOVAFAPI
(CEP/NOVAFAPI), processo CAAE nº. 0119.0.043.000-09, atendendo o disposto na
resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – CNS/MS.
Este termo em duas vias é para certificar que eu, ______________________________,
concordo em participar voluntariamente da pesquisa intitulada “Análise dos Parâmetros
Metabólicos, Ventilatórios e Cardiovasculares Durante a Realização da Reeducação Postural
Global”, e tenhopleno conhecimento da natureza dos procedimentos e riscos.
Estou ciente de que a pesquisa poderá não alcançar os benefícios mencionados acima,
não implicando em riscos maiores a minha pessoa nem à comunidade da qual faço parte. A
retirada do consentimento pode ocorrer em qualquer momento da realização da pesquisa sem
nenhuma penalização.
Finalizando, confirmo que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a
realização do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo no meio
científico.
Consentimento do Voluntário
Nome do voluntário: ___________________________________________________
Endereço: ___________________________________________________________
Telefone para contato: _________________________________________________
Data: ____/____ /____
Teresina(PI), ______ de ______________ de 2009
_______________________________________
Assinatura do Voluntário
_______________________________________
Assinatura da Fisioterapeuta
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