UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO: FILOSOFIA DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA PROF. DR. EVALDO SAMPAIO DA SILVA A Filosofia Extramoral de Nietzsche I. Programa Os antigos cultivaram a filosofia como um amor ou amizade à “sabedoria”. Mas a contemporaneidade julga o “sábio” uma figura insólita, mesmo inútil, substituindo-a por outros personagens mais próximos da opinião pública, como o “intelectual”, ou produtivos, como o “especialista”. Assim, qual o sentido, se é que há algum, para a sabedoria no pensamento contemporâneo e, por conseguinte, o que ainda poderia justificar o amor ou a amizade ao saber? Para tratar destas questões e, através delas, interrogar o que é a filosofia contemporânea, este Curso assumirá como caso exemplar a filosofia de Friedrich Nietzsche (1844-1900) ou, mais precisamente, “a filosofia extramoral” de Nietzsche. O ponto de partida é um ensaio de Leo Strauss, “Os Três Movimentos da Modernidade”, no qual Nietzsche é apreciado como um desdobramento crítico da ruptura advinda da querela entre os antigos e os modernos, posição que o qualifica como um ponto de inflexão para se entender a atitude filosófica na contemporaneidade. Em seguida, com Por Que Somos Decadentes? Afirmação e Negação da Vida Segundo Nietzsche (Editora UnB, 2013), realizar-se-á uma interpretação histórico-estrutural da filosofia de Nietzsche que nos permitirá, enfim, defrontarmo-nos com a questão extemporânea da sabedoria. II. Metodologia Aulas expositivas; análise histórico-estrutural de textos. III. Avaliação Trabalho em grupo; uma prova dissertativa e individual. IV. Programa Aula I A questão do contemporâneo na Filosofia Aula II-IV “Os Três Movimentos da Modernidade” (Leo Strauss) Aula V-VI Aulas VII-XIII Aulas XIV-XX Aulas XI-XVII Aula XXVIII Aulas XXIX Aula XXX Por Que Somos Decadentes? Afirmação e Negação da Vida Segundo Nietzsche (Introdução) Por Que Somos Decadentes? Afirmação e Negação da Vida Segundo Nietzsche (Cap. I) Por Que Somos Decadentes? Afirmação e Negação da Vida Segundo Nietzsche (Cap. II); Entrega da I Avaliação [trabalho em grupo] Por Que Somos Decadentes? Afirmação e Negação da Vida Segundo Nietzsche (Cap. III) Por Que Somos Decadentes? Afirmação e Negação da Vida Segundo Nietzsche (Conclusão) II Avaliação Considerações Finais V. Repertório Bibliográfico CONWAY, D. Nietzsche’s “On Genealogy of Morals”: A Reader’s Guide. York: Continuum Publishing, 2008. GIACOIA, O. Nietzsche & Para Além do Bem e do Mal. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. HATAB, L. Genealogia da moral de Nietzsche: uma introdução. São Paulo: Madras, 2010. HOLLINGDALE, R. J. Nietzsche: The Man and his Philosophy. Cambridge: Cambridge Univ. Press, 1999. JANAWAY, C. Beyond Selflessness: Reading Nietzsche’s Genealogy. Oxford: Oxford Univ. Press, 2009. KAUFMANN, W. Nietzsche – Philosopher, Psychologist, Antichrist. 4a. ed. Princenton: Princenton Univ. Press. LAMPERT, L. Nietzsche’s Task: An Interpretation of Beyond Good and Evil. New Haven/ London: Yale Univ. Press, 2001. LEITER, B. Nietzsche on Morality. London: Routledge, 2002. MAGNUS, B.; HIGGINS, K. [Ed.] The Cambridge Companion to Nietzsche. Cambridge: Cambridge Univ. Press, 1996. MAY, S. [Ed.] Nietzsche’s On The Genealogy of Morality: A Critical Guide. Cambridge: Cambridge Univ. Press, 2011. NIETZSCHE, F. Genealogia da Moral: Uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. _____________. Ecce Homo: Ou como Alguém se Torna Aquilo que É. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. _____________. Além do Bem e do Mal: Um Livro para Espíritos Livres. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. _____________. Genealogia da Moral: uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. OWEN, D. Nietzsche’s Genealogy of Morality. Montreal: McGill-Queen’s Univ. Press, 2007. PASCHOAL, E. A Genealogia de Nietzsche. 2ª. ed. Curitiba: Editora Champagnat, 2005. PASCHOAL, E.; FREZZATTI JR., W. 120 ANOS de para a Genealogia da Moral. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 2008 (Coleção Nietzsche em perspectiva). SAMPAIO, E. Por que Somos Decadentes: Afirmação e Negação da Vida Segundo Nietzsche. Brasília: Editora UnB, 2013. ___________. “‘Pregar a Moral é Fácil, Fundamentá-la é Difícil’: a Propósito da Contraposição entre Fundamentação e Genealogia da Moral”. In: COSTA, G; ARRUDA, J.; CARVALHO, R. [Orgs.] II Encontro Nietzsche/ Schopenhauer: Gênese e Significado da Genealogia. Fortaleza: Eduece, 2012. ___________. “O Filósofo e o Polemista”. In: Revista Trágica: Estudos sobre Nietzsche. 1º semestre de 2011 – Vol. 4, nº 1, pp. 37-53. SCHACHT, R. [Ed.] Nietzsche, Genealogy, Morality: Essays on Nietzsche’s Genealogy of Morals. Berkeley: California Univ. Press, 1994. ____________. Nietzsche postmoralism: Essays on Nietzsche's Prelude to Philosophy's Future. Cambridge: Cambridge Univ. Press, 2011. SCHOPENHAUER, A. O Mundo como Vontade e como Representação (Tomo I). São Paulo: Unesp, 2005. STRAUSS, L. “Os Três Movimentos da Modernidade” [Tradução de Evaldo Sampaio]. In: Ethic@ - An International Jornal for Moral Philosophy, v. 12, n.2 (2013) [disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/index]. __________. Direito Natural e História. Lisboa: Edições 70, 2009.