Pau-rosa

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Informativo Técnico
Pau-rosa
Versão impressa ISSN 1679-6500
Aniba rosaeodora Ducke
Versão on-line ISSN 1679-8058
Identificação
Ecologia
Família: Lauraceae.
Nomes vulgares: pau-rosa, pau-rosa-mulatinho, paurosa-itaúba e pau-rosa-imbaúba.
Sinonímia: Aniba rosaeodora Ducke var. amazonica Ducke e
A. duckei Kostermans.
Ocorre no Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana,
Venezuela, Peru, Colômbia e Equador. No Brasil, ocorre
desde o Amapá e estende-se pelos Estados do Pará e do
Amazonas. É uma espécie da floresta de terra firme e da
campinarana, preferindo as cabeceiras dos igarapés em
suas partes mais altas, tanto em latossolos amarelos e
vermelhos quanto em solos arenosos. Os frutos são muito
apreciados por pássaros, os quais atuam como predadores
e, possivelmente, dispersores da semente.
Usos da espécie
Destaca-se na produção de óleo essencial de aroma
agradável, rico em linalol e muito utilizado na indústria
de perfumaria como fixador. O óleo é obtido a partir da
destilação de qualquer parte da planta, porém a madeira
tem sido sua fonte principal. Diferenças no rendimento,
nas propriedades físico-químicas e no aroma foram
encontradas em função da parte da planta utilizada e
das variações intraespecíficas. O óleo das folhas possui
aroma adocicado e o da madeira apresenta aroma
semelhante à lavanda devido a maior concentração de
linalol dextro e linalol laevo, respectivamente. Diferenças
no aroma também são evidentes entre óleos oriundos de
regiões distintas, como as verificadas entre o óleo brasileiro
e o franco-guianense.
Descrição botânica
Árvore de grande porte, podendo atingir 30m de altura
e 2m de diâmetro. O tronco é retilíneo e ramificado no
ápice, formando uma copa pequena. Possui casca pardo–
amarelada ou pardo-avermelhada, que se desprende em
grandes placas. As folhas são coriáceas ou rígidocartáceas, simples, alternas, obovadas, elípticas ou
obovado-lanceoladas, com 6-25cm de comprimento e
2,5-10cm de largura, margens recurvadas ou planas, face
superior glabra e verde-escura e inferior pilosa e amarelopálida. As flores são amarelo-ferruginosas, hermafroditas
e diminutas, dispostas em panículas subterminais;
possuem dois verticilos de tépalas; os estames, em número
de nove, estão distribuídos em três verticilos com três
estames em cada; o ovário é central, súpero e com apenas
um óvulo; o sistema de reprodução é de fecundação
cruzada, garantida pela ocorrência de dicogamia
sincronizada. O fruto é uma baga glabra de coloração
violáceo-escura, elipsóide ou subglobosa, com 2-3cm de
comprimento e 1,5-2cm de diâmetro; exocarpo fino e
polpa carnosa de coloração amarelo-esverdeada; está
inserido em uma cúpula espessa de 1cm de comprimento
e provida de lenticelas lenhosas; contém 1 semente ovóide,
com 2,6cm de comprimento e 1,5cm de diâmetro.
Floração e frutificação
A fenologia reprodutiva é irregular e não
necessariamente anual, apresentando variações
conforme a localização geográfica. Em Manaus, a
floração pode ocorrer entre outubro e março e a
frutificação entre janeiro e agosto, embora existam
ocorrências durante todo o ano. Em Curua-Una/Pará, a
frutificação ocorre bienalmente, durante a época
chuvosa.
Obtenção de sementes
A maturidade dos frutos pode ser visualizada pela
coloração violáceo-escura, ocasião em que encontramse aptos para a colheita por proporcionarem maior
porcentagem e velocidade de germinação das sementes.
A coleta sob as árvores, após a queda natural dos frutos,
é a prática mais usual; entretanto, a irregularidade na
floração-frutificação e a predação de frutos são fatores
limitantes à obtenção de sementes.
Beneficiamento
Após a extração manual da polpa, as sementes são
lavadas em água corrente e, de preferência,
imediatamente semeadas. O manuseio cuidadoso é
recomendável devido ao fino e delicado tegumento da
semente. O número de sementes por quilograma é de
160-320 unidades.
Armazenamento das sementes
As sementes são recalcitrantes e sua viabilidade é
completamente perdida quando o grau de umidade
aproxima-se de 20%. Informações sobre o
armazenamento são escassas; quando necessário o
adiamento da semeadura, as sementes podem ser
acondicionadas úmidas, em sacos plásticos, e mantidas
sob refrigeração (15 a 20ºC), por até 30 dias.
Informativo Técnico Rede de Sementes da Amazônia
Nº4, 2004
Pupunha
Bactris gasipaes Kunth
Germinação das sementes
Fitossanidade
A germinação é hipógea criptocotiledonar, com início
aos 17-43 dias e final aos 126-168 dias, dependendo das
condições de coleta, de armazenamento e de
sombreamento. A porcentagem de germinação varia entre 39 e 91%, sendo recomendável a semeadura logo após
a coleta para evitar a perda de viabilidade das sementes.
A semeadura pode ser realizada a 1-2 cm de
profundidade.
Os frutos estão sujeitos ao ataque de larvas de
coleópteros e lepidópteros, que perfuram a semente e
danificam o embrião. As mudas podem ser atacadas por
um pequeno coleóptero que perfura o caule, formando
galerias, e ocasiona a sua morte. Tem sido registrada a
ocorrência de lagartas que atacam a medula central, tanto
do fuste como das folhas, secando as partes danificadas
e deixando orifícios que se tornam focos de ataque de
outros insetos. Pulgões e trips também têm sido
encontrados atacando as folhas.
Propagação vegetativa
A propagação através do método de estaquia é viável,
porém necessita de aprimoramento. As estacas de ramos
maduros apresentam alto percentual de formação de
calo, mas baixa porcentagem de enraizamento. No
entanto, é possível obter até 70% de enraizamento com
estacas retiradas de material fisiologicamente jovem.
Produção de mudas no viveiro
Pode ser feita através da semeadura direta em sacos
de polietileno de 1-2kg, tendo como substrato terra preta,
e sob sombreamento de 50%. Quando do uso da
sementeira, repicar após a emissão do epicótilo. As mudas
podem ser levadas ao campo após 6 meses de
permanência no viveiro, quando atingem cerca de 2030cm de altura. A retirada de plântulas da regeneração
natural na floresta pode ser uma alternativa para a
produção de mudas, porém não deve ser excessiva para
não prejudicar o processo natural de recomposição da
floresta.
Bibliografia
Kubitzki, K. & Kurz, H. 1984. Synchronized dichogamy and
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evolution, 147: 253-266.
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Ohashi, S.T. et al. 2001. Influência do diâmetro e da altura
de corte das cepas na brotação de pau-rosa (Aniba
rosaeodora Ducke). In: V Congresso Internacional de
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Rosa, L.S. et al. 1997. Crescimento e sobrevivência de mudas
de pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke), oriundas de três
procedências, em função de diferentes níveis de
Manejo sustentado
A técnica de talhadia pode ser recomendada, devido
a sua boa capacidade de rebrota. Após 6 anos do corte,
a sobrevivência das touças é alta (100%), variando de 1 a
5 brotos sobreviventes. As cepas podem apresentar 810cm de diâmetro e a altura de corte pode ser de 1545cm.
Autoras
Selma Toyoko Ohashi, [email protected]
Leonilde dos Santos Rosa, [email protected]
Universidade Federal Rural da Amazônia
Caixa Postal 917, CEP. 66077-530
Belém-PA, Brasil
Telefone: (91) 210-5153 Fax: (91) 274-3814
sombreamento, em condições de viveiro. Boletim da
FCAP, 28: 37-62.
Rosa, L.S. & Ohashi, S.T. 1999. Influência do substrato e do
grau de maturação dos frutos sobre a germinação do
pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke). Revista de Ciências
Agrárias, 31: 49-55.
Rosa, L.S. et al. 1999. Efeito da profundidade de semeadura
na germinação de sementes de pau-rosa (Aniba rosaeodora
Ducke). Revista de Ciências Agrárias, 31: 29-36.
Sampaio, P.T.B. 2000. Pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke). In:
Clay, J.W. et al. (Ed.). Biodiversidade amazônica:
exemplos e estratégias de utilização. Manaus, INPA/
SEBRAE. p.290-297.
SUDAM. 1972. O extrativismo do pau-rosa. SUDAM
Documenta, 3: 5-58.
Expediente
Informativo Técnico Rede de Sementes da Amazônia é uma publicação da Rede de Sementes
da Amazônia, projeto financiado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente/MMA. Este informativo,
assim como as fotos, estão disponíveis no endereço: http://www.rsa.ufam.edu.br
Instituições parceiras
Universidade Federal do Amazonas (UFAM); Universidade Federal do Acre (UFAc); Universidade
Estadual do Amazonas (UTAM); Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA); Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa/AM/PA/RR); Fundação de Tecnologia do Acre (FUNTAC); Instituto Rondônia de
Alternativas de Desenvolvimento (IRAD); Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do
Amapá (IEPA); Associação das Empresas Exportadoras do Pará (AIMEX); Agência de
Desenvolvimento da Amazônia (ADA); e Centro de Pesquisas Ecológicas da Amazônia (CEPEAM).
Conselho Editorial
Isolde D. K. Ferraz, Sidney A. N. Ferreira e Daniel F. O. Gentil - INPA, Manaus-AM
Coordenação do projeto: Manuel Lima - UFAM, Manaus-AM
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Nº 4, 2004
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