Questionário - Proficiência Clínica Área: Imunologia Rodada: Out/2011 Tema IMUNOLOGIA LABORATORIAL Elaborador Eduardo Emery. Médico Patologista Clínico; Mestre em Imunologia pela UFRJ; Ex-Professor de Imunologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO; Membro da Câmara Técnica de Patologia do CREMERJ; Diretor Técnico do Laboratório SOROLÓGIKA - Rio de Janeiro. Introdução Na prática laboratorial quando falamos de diagnóstico imunológico, imediatamente vem a preocupação com metodologias, equipamentos, resultados discordantes, interferentes, laudos finais, entre outros. Notamos portanto, a tendência “natural”, porém lamentável, de se menosprezar um dos aspectos mais importantes da IMUNOLOGIA LABORATORIAL, que são os fundamentos de TODAS as etapas a ela relacionadas. Assim como em outras áreas laboratoriais, fazer um exame imunológico é extremamente fácil, é uma “receita de bolo”, porém entender efetivamente o que ocorre no ambiente molecular do mesmo, interpretar seu resultado e correlacioná-lo com as patologias humanas, certamente exige algo mais, ou seja: o correto estudo da imunologia laboratorial. Exatamente sobre esta proposta estaremos formulando quesitos que objetivam todos se aprofundarem gradativamente no universo das reações Antígeno/ Anticorpo e seus processos de detecção através dos imunoensaios e suas interpretações. Iniciaremos abordando temas aparentemente não atrelados ao diagnóstico laboratorial imunológico, porém os quais futuramente serão essenciais ao entendimento do mesmo. Desta forma esperamos ser esta proposta útil a todos os profissionais que amam a Imunologia e seus “mistérios”. Defesa Inespecífica e Células Envolvidas na mesma, bem como na Defesa Específica A defesa do organismo, denominada por muitos autores como “defesa imune”, na verdade envolve diferentes mecanismos específicos e não específicos. Torna-se necessário inicialmente se rever as DEFESAS INESPECÍFICAS e as células envolvidas nas mesmas e nas respostas ESPECÍFICAS, para um posterior entendimento dos aspectos laboratoriais envolvidos. Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 A imunidade pode se classificar de várias formas. Quanto ao tipo ADOTIVA, podemos afirmar: 1. Indivíduos imunocompetentes a desenvolver com maior facilidade; 2. Pode ser aplicada a indivíduos imunodeficientes; 3. Indivíduos tolerantes são incapazes de desenvolver uma imunidade adotiva; 4. Ela não se aplica a indivíduos com autoimunidade. A imunidade INATA tem um papel da maior importância na defesa do organismo. É correto afirmar: 1. As células fagocitárias representam a primeira barreira orgânica contra os antígenos; 2. Ela poderá variar na dependência da raça humana; 3. O fluxo urinário não pode ser considerado uma forma de imunidade inata; 4. A lisozima faz parte da imunidade inata, rompendo o envoltório viral. O processo inflamatório é sabidamente uma importante resposta de defesa às agressões externas. Assinale a alternativa incorreta: 1. Age especificamente nos vasos sanguíneos; 2. Altera o movimento das células na área afetada; 3. Atua diretamente na atividade metabólica das células fagocitárias; 4. Participa da recuperação do tecido lesado. Várias são as células que participam de forma essencial na resposta imune específica e inespecífica. Assinale qual das células a seguir não atua nestes processos: 1. Plasmócitos; 2. Reticulócitos; 3. Células NK; 4. Linfócitos. Página 1 de 3 Questionário - Proficiência Clínica Área: Imunologia Rodada: Out/2011 Questão 5 Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 Questão 10 Questão 11 Os monócitos são importantes células que participam diretamente no mecanismo de defesa do organismo. É correto afirmar: 1. Representam de 10 % a 20 % das células nucleadas da corrente sanguínea; 2. Exercem sua função de defesa especificamente no ambiente da corrente sanguínea; 3. Quando nos tecidos, sofrem alterações em sua estrutura celular; 4. Se caracterizam por apresentar especificamente atividade fagocitária. Os granulócitos desempenham um papel crítico na defesa inespecífica. É incorreto afirmar que: 1. Mieloperoxidase e muraminidase são enzimas encontradas nos granulócitos em grande quantidade; 2. Os neutrófilos não apresentam receptores do complemento em sua superfície; 3. Receptores de imunoglobulinas estão presentes na superfície dos neutrófilos; 4. Os eosinófilos destroem os helmintos através da liberação de seu conteúdo granular no espaço extracelular. Indubitavelmente os linfócitos são as principais células envolvidas na resposta imune, daí tornar-se necessário seu conhecimento. Assinale a alternativa correta: 1. Os pequenos linfócitos possuem uma pequena relação núcleo/citoplasma; 2. As células NK não são consideradas linfócitos; 3. As células NK não possuem grânulos citoplasmáticos; 4. Os pequenos linfócitos não apresentam grânulos citoplasmáticos. Os linfócitos do tipo “B” são os responsáveis pela produção dos anticorpos. Podemos afirmar que: 1. Representam a maioria dos linfócitos circulantes; 2. Não apresentam receptores do complemento em sua superfície; 3. Não apresentam em sua superfície o complexo maior de histocompatibilidade II (MHC Classe II); 4. IgM e IgD são as principais imunoglobulinas de superfície presentes nos linfócitos “B” circulantes. O linfócito “B” até se tornar uma célula imunocompetente, sofre uma série de etapas de diferenciação e maturação. Assinale a alternativa incorreta: 1. No fígado fetal os linfócitos são diferenciados em tipo “B”; 2. Tanto no período fetal como na fase pós-nascimento, a medula óssea exerce um importante papel na diferenciação em tipo “B”; 3. A pré-célula “B” representa a fase de maturação independente de antígeno; 4. A pré-célula “B” ainda não possui IgM em seu citoplasma. Quanto ao processo de maturação dos linfócitos “B” podemos também afirmar que: 1. A pré-célula “B” ainda não apresenta receptores de MHC Classe II em sua superfície; 2. A pré-célula “B” também não apresenta receptores de complemento em sua superfície; 3. Todos os linfócitos “B” quando maduros, apresentam cadeias pesadas de Ig M em sua superfície, mesmo que por pouco tempo; 4. Não se observa presença de IgD na superfície dos Linfócitos “B” logo após seu processo de maturação. Entre os importantes papéis desempenhados pelo linfócito “T”, o único que podemos excluir é: 1. Citólise de célula tumoral; 2. Citólise de célula infectada por vírus; 3. Ativar complemento; 4. Produzir linfocinas. Página 2 de 3 Questionário - Proficiência Clínica Área: Imunologia Rodada: Out/2011 Questão 12 Questão 13 Questão 14 Questão 15 Referências Bibliográficas Qual dos marcadores a seguir (CD – Clusters of Differentiation) é o marcador clássico de linfócito “T”? 1. CD2; 2. CD11b; 3. CD16; 4. CD19. Da mesma forma que os linfócitos “B”, os do tipo “T” também sofrem um processo de diferenciação e maturação. Podemos afirmar que: 1. Os timócitos são os linfócitos “T” na corrente sanguínea; 2. Linfócitos indiferenciados se diferenciam em “T” no baço do feto, e no adulto, no timo; 3. O processo de maturação dos linfócitos “T” inicia na medula do timo; 4. Os linfócitos “T” durante o processo de maturação na medula do timo, perdem os marcadores de superfície CD4 e CD8. As células NK (natural killer) são linfócitos que apresentam diversas características, entre as quais a única a ser desconsiderada é: 1. Atua lisando células infectadas por vírus; 2. Lisa células tumorais; 3. Lisa células de transplante alogenético sem anticorpo; 4. Não participa do processo de citólise mediada por células dependentes de anticorpo. Qual das células a seguir, participa do processo alérgico classificado como reação de hipersensibilidade do tipo anafilática? 1. Macrófago; 2. Basófilo; 3. Esinófilo; 4. Mastócito. • Abbas, K. e Lichtman, A. H., 2003, Imunologia Básica, Livraria e Editora Revinter Ltda, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; • Roitt, I. M., Brostoff, J. e Male, D., 2002, Imunologia, 6ª Ed, Editora Manole Ltda, São Paulo, SP, Brasil; • Sell, S., 2001, Immunology, Immunopathology and Immunity, ASM Press, Washington, DC, Estados Unidos; • Sheehan, C., 1997, Clinical Immunology, Principles and Laboratory Diagnosis, Lippincott-Raven Publishers, Philadelphia, PA, Estados Unidos; • Rose, N. R. et al, 2001, Manual of Clinical Laboratory Immunology, ASM Press, Washington, DC, Estados Unidos; • Pier, G. B., Lyczak, J. B. e Wetzler, L. M., 2004, Immunology, Infection and Immunity, ASM Press, Washington, DC, Estados Unidos; • Roitt, I. M. e Delves, P. J., D., 2004, Fundamentos de Imunologia, 10ª Ed, Editora Guanabara Koogan Ltda, São Paulo, SP, Brasil. Página 3 de 3