REVISITAÇÃO DA TERMINOLOGIA CULTURAL DE NARRATIVAS ORAIS DA AMAZÔNIA PARAENSE Débora Cristina do Nascimento Ferreira Departamento: Língua e Literaturas Vernáculas. UFPA. Bolsista PIBIC/CNPq Cep 66.075-900 Belém - PA Tel: (91) 3201-7955 – [email protected] Dra. Maria Odaisa Espinheiro de Oliveira Departamento: Biblioteconomia. UFPA. Orientadora Cep 66.075-900 Belém-PA. Tel: (91) 3201-7955- [email protected] RESUMO Estudo da terminologia cultural de narrativas das áreas de Bragança, de Castanhal e de Marajó (Soure, Melgaço, Muaná, Breves e Cachoeira do Arari). A pesquisa teve como objetivo revisitar os termos culturais provenientes desses municípios e que estão presentes no acervo do projeto RESNAPAP (A Representação Simbólica das Narrativas Populares da Amazônia Paraense como Linguagem de Informação). Para tanto, os termos das referidas áreas foram lidos e a revisitação terminológica, lexicográfica e etimológica foi efetivada. Como resultado, foram revisitados 314 termos de Bragança, 472 de Castanhal e 403 do Marajó. A relevância da pesquisa consiste, sobretudo, no melhoramento lingüístico informacional das arquiteturas formais da terminologia cultural da Amazônia paraense. Palavras-chave: Terminologia cultural. Narrativa oral. Amazônia paraense. ABSTRACT Approaches the cultural terminology by narratives of the areas of Bragança, Castanhal and Marajó (Soure, Melgaço, Muaná, Breves, Cachoeira do Arari). The aim is to revisit the cultural terms proceeding from these cities and that are in project RESNAPAP (the Symbolic Representation of the Popular Narratives of the Paraense Amazonian as Language of Information). For this, the terms of the related areas had been read and the terminology, lexicographical and etymological revisitation was accomplished. As result, 314 terms of Bragança, 472 of Castanhal and 403 of the Marajó had been revisited. The relevance of the research consists, over all, in the informacional linguistic improvement of the formal architectures of the cultural terminology from Amazonian. Keywords: Cultural terminology. Oral Narrative. Paraense Amazonian. 1 INTRODUÇÃO Paralelo aos fenômenos naturais, ao aparato tecnológico e aos artigos de consumo, existe um universo particular, o universo dos signos lingüísticos, o qual foi inventado e é compreendido pelo homem. Assevera-se que este signo lingüístico não existe somente como parte integrante de uma dada sociedade que o utiliza, ele não só reflete sombras dessa realidade social, como também, é um fragmento constitutivo da mesma; podendo distorcer essa realidade, ser-lhe fiel, ou apreendê-la de um ponto de vista específico; isto porque, todo signo seja ele lingüístico ou não, está sujeito aos critérios de avaliação ideológica (BAKHTIN, 1995) [1]. Segundo Bakthin (1995), a palavra, instrumento da consciência, é o fenômeno ideológico por excelência, sendo predominantemente absorvida por seu papel de signo, comportando nenhuma vinculação a essa função. Para o referido autor, “A palavra é o modo mais puro e sensível da relação social” (idem, 1995, p.36). Daí a relevância dos trabalhos lexicais sejam eles terminológicos, lexicográficos, lexicológicos e outros do campo; tanto para apreensão de fatos sócio-culturais, quanto para estudo do nível lexical correspondentes às linguagens oral e escrita. Dessa maneira, este artigo apresenta a experiência do trabalho de revisitação dos termos culturais, unidades de informação lingüística e cultural, os quais são partes constitutivas do discurso oral narrativo, coletado pelos pesquisadores do projeto IFNOPAP1 nas localidades de Bragança, de Castanhal e de municípios do Arquipélago do Marajó (Soure, Melgaço, Breves, Cachoeira do Arari e Muaná). Nesse sentido, a relevância da pesquisa consiste, sobretudo, em pesquisar as unidades terminológicas da língua falada na Amazônia paraense, desenvolvendo pesquisa em terminologia de caráter teórico e prático, e ao mesmo tempo, ter a possibilidade de documentar traços da cultura oral popular amazônica. 2 REFERENCIAL TEÓRICO O título do trabalho, Revisitação Terminológica de Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense, foi inspirado no título de um artigo científico denominado Terminologia Revisitada, publicado pela Revista Delta, no ano 2000, de autoria da professora Maria da Graça Krieger. Neste texto, a referida docente apresenta um panorama dos estudos terminológicos modernos, mostrando claramente a passagem de uma terminologia de perspectiva normativa para um paradigma de perspectiva pragmático - comunicacional e suas respectivas implicações teóricas, metodológicas e suas contribuições para a produção de obras de referência tanto temática, quanto terminológica. Com base neste texto de caráter revisicionista e articulado a outros textos, foram realizadas discussões teóricas, metodológicas e práticas no que se refere ao percurso de revisitação dos termos culturais mapeados a partir de discursos narrativos das áreas de Bragança, de Castanhal e de Marajó. Krieger (2000) [2] defende que a terminologia moderna, enquanto área de estudos teóricos e aplicados, apresenta duas abordagens. A primeira, denominada Terminologia tradicional, cujo fundador e criador é o engenheiro Eugênio Wüster – considerado pai 1 O Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense. da terminologia moderna que, em 1931, defendeu, na universidade de Stuttgart (Alemanha), sua tese de Doutorado nomeada A normalização internacional da terminologia técnica. Neste estudo, o referido engenheiro expõe os preceitos que devem presidir os trabalhos relativos ao estudo dos termos e ainda esboça as grandes linhas da metodologia referentes aos bancos de dados terminológicos. Suas proposições constituem o que se convencionou nomear de Teoria Geral da Terminologia, que está articulada à intenção de controlar os usos terminológicos, daí o caráter metodológico assumir traços de natureza prescritiva e normalizadora, em detrimento aos modos funcionais dos léxicos terminológicos. Todavia, apesar de visar à precisão conceitual, este pesquisador reconheceu a face lingüística da terminologia, considerando, por exemplo, a ciência da linguagem como parte integrante da interdisciplinaridade que constitui o campo de estudo terminológico. A importância do legado wüsteriano é indiscutível, contudo, sua teoria não ampliou seu poder explicativo, não se detendo aos aspectos comunicativos e pragmáticos, surgindo, então, um dos veementes pontos de crítica ao posicionamento teórico da TGT: o reducionismo mediante ao funcionamento da linguagem (KRIEGER, 2000; ALVES, 2003 [3]) A segunda abordagem dos estudos terminológicos, diz respeito aos novos aspectos postulados pela Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT), desses postulados podese destacar a inter-relação dos léxicos terminológicos com os seus respectivos contextos de produção (CABRÉ, 1995) [4]. Daí os termos culturais, objetos do trabalho de revisitação, serem observados e analisados a partir de suas manifestações nos diferentes contextos narrativos, enunciados por diversos informantes provenientes de várias localidades. Dessa maneira, concebe-se a terminologia cultural não só como um constructo simbólico de fins documentais, classificatórios e organizacionais, mas também como um inventário constituído por itens detentores de informação relacionada aos mais diversos fenômenos lingüísticos, dentre os quais a formação de palavras, traços da oralidade característicos de uma gramática do texto falado, origens etimológicas e outros. Vale ressaltar, ainda, a presença dos traços culturais peculiares as diversas realidades amazônicas e suas tantas e criativas formas de conceber a realidade da Amazônia paraense. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia utilizada para realização do trabalho de revisitação terminológica foi fundamentada de acordo com as seguintes etapas: • Leitura de textos acerca do tratamento de corpora terminológicos e lexicográficos: Krieger e Finnatto (2004) [5], Faulstich (1995) [6], Borba (2003) [7]; • Leitura de cada corpus terminológico (Bragança - 314 termos, Castanhal – 602 termos e Marajó – 403 termos); • Verificação da seleção de termos culturais, a partir dos seguintes critérios: o Devem ser registradas somente palavras lexicais, aquelas que apresentam significado lexical, no dizer de (Borba, 2003, p. 46) são a “representação da realidade extralingüística”. Estão agrupadas nas seguintes categorias: substantivo, adjetivo, verbo e advérbio. o Não devem ser registradas palavras funcionais, isto é, aquelas que apresentam significado gramatical. Segundo Borba (2003, p.46) “é um conjunto fechado, coeso e resistente”, Rosa (2000) [8] as identifica como pertencendo às categorias: preposição, conjunção, artigos, pronomes, verbos auxiliares. Ressalta-se que apesar da autora não mencionar, neste estudo, considera-se o numeral como pertencente à classe fechada. o Não devem ser registrados os marcadores pragmáticos, visto que, de acordo com Castilho (2002, p. 47) [9] são: segmentos sintaticamente independentes do verbo, constantes de um ou de mais de um item lexical, ou mesmo de expressões não lexicais, funcionando no monitoramento da conversação e na organização do texto, distribuídos no início, no meio e no final da unidade discursiva, (....) sendo freqüentemente vazios de conteúdo semântico, portanto irrelevantes para o processamento do assunto, porém altamente relevantes para manter a interação. o Os termos e expressões devem ser selecionados caso sejam designativos da região, o seja, diz respeito ao conhecimento que a sociedade tem da realidade e à maneira como o expressam ou caracterizem traços-social, cultural e natural: fauna, flora, instrumento de trabalho, utensílios do cotidiano, doenças, culinária, medicina popular, danças, arquitetura, atividades de trabalho remunerada e não remunerada, ambiente de trabalho, bebida, assombração, etnia, meio de transporte, mito, lenda, personagens lendários, crenças, terra, vestimenta, natureza e habitat, religião, adornos, tipos de música, artesanato, atividades do cotidiano, palavras e expressões populares. o Devem ser registradas as expressões caracterizadas como uma lexia complexa – uma gama de soldadura entre os elementos componentes de uma seqüência lingüística; com um forte índice de coesão interna. Vale lembrar que essas expressões no geral são registradas nos dicionários tradicionais, no fim dos verbetes dos vocábulos que os constituem tal como expressão (BORBA, 2003, p. 140) o Os termos considerados tabuísmos – palavras, locuções consideradas chulas; vocábulos que se referem ao metabolismo orgânico, aos órgãos e funções sexuais, expressões tabuizadas e de caráter eufemístico; gírias. o As formas de dizer populares e polissêmicas expressas por verbos, substantivos, interjeições, adjetivos; o Devem ser registrados os ideofones, palavras onomatopaicas cadeia sonora produzida pela ação, imitação de vozes animais ou ruídos provocados por objetos. (ROSA, 2000). o Devem ser registrados os arcaísmos - palavras ou expressões caídas em desuso ou que se tornaram obsoletas, mas que ainda persistem na língua utilizada na região. o Devem ser registrados os neologismos - as novas unidades lexicais criadas, em razão das regras de produção incluídas no sistema lexical. • A partir da leitura das terminologias estudadas, pode-se proceder à observação e complementação das necessidades relacionadas aos seguintes aspectos: o categoria gramatical (escrever a flexão de feminino, no caso da palavra pesquisador, quando o nome deste refira-se a alguém do sexo feminino, no item das informações referentes ao fragmento da narrativa; quanto ao número gramatical, as entradas que sejam nomes devem estar no singular e os verbos na forma nominal de infinitivo; ratificar a categoria gramatical indicada para cada entrada e retificá-las caso estejam incorretas; não colocar a transitividade do verbo, posto que em contextos diferentes o mesmo verbo apresenta transitividades distintas). o consistência terminológica (análise da consistência dos termos culturais, a partir dos critérios apresentados acima; caso não sejam considerados termos culturais devem ser colocados num arquivo separado no computador, para que possa ser discutida sua exclusão ou não do corpus terminológico a que pertence, devem ser colocados no mesmo arquivo termos que apresentem a mesma definição e contextos reiterados). o dado etimológico (obter uma lista dos termos de cada área estudada; realizar o levantamento das etimologias dos termos em dicionários lexicográficos e etimológicos; no caso de termos formados por palavras compostas, a etimologia do primeiro vocábulo é que deve ser informada, os termos que são expressões populares não apresentam etimologias). o digitais (observação da fonte que deve ficar na arial ou times new roman, tamanho da fonte que deve ser 12, espaçamento dos textos da definição e do contexto da narrativa, que deve ser simples, negrito dos termos culturais tanto na entrada quanto no contexto da narrativa; a definição deve ser separada por um espaço do fragmento da narrativa; verificar a pontuação dos fragmentos das narrativas, pois os excertos das narrativas devem estar entre aspas e parênteses; as abreviações das categorias gramaticais devem começar com letras minúsculas; digitalização das etimologias de cada termo em seu respectivo corpus terminológico). o Em relação às definições, como observa Dubois (1998) [10] tanto a definição referencial (ou ostensiva) aquela que faz referência às características que o signo denota, como a definição semântica (ou lógica) aquela que se faz por meio de signos e pertence a uma metalíngua ou língua artificial precisaram ser revistas. 4 RESULTADOS Como resultado, tem-se a revisitação inicial da estrutura digital, lexicográfica, terminológica e etimológica do conjunto de termos culturais de Bragança, de Castanhal e de Marajó do acervo do projeto RESNAPAP. Quanto ao aspecto digital, nos corpora terminológicos de Bragança e de Castanhal, todas as entradas e termos culturais dos contextos da narrativa tiveram que ser negritados, tamanho da fonte foi padronizado para 12, espaçamento entre a definição e o contexto da narrativa foi ajustada para um espaço, as abreviações da categoria gramatical que estavam maiúsculas foram colocadas em minúscula e foi necessário colocar os excertos das narrativas entre aspas e parênteses, todas as etimologias obtidas foram digitalizadas após a categoria gramatical. Já no corpus terminológico de Marajó, foi necessário somente digitalizar as etimologias e ajustar o espaçamento entre a definição e o excerto da narrativa. Quanto ao aspecto lexicográfico, nos corpora terminológicos de Bragança e de Castanhal, foi preciso escrever a flexão de feminino, no caso da palavra pesquisador, quando o nome deste profissional, referia-se a alguém do sexo feminino, no item das informações referentes ao fragmento da narrativa; bem como foi preciso colocar vários nomes no singular e vários verbos na forma nominal de infinitivo e, também, foi preciso retificar a categoria gramatical de algumas entradas que estavam incorretas. Enquanto que no corpus de Marajó, poucos termos não apresentavam a categoria gramatical, sendo necessário colocá-las, foi preciso escrever alguns nomes no singular e alguns verbos na forma nominal de infinitivo. Em relação ao processo de formação de palavras, pôde-se verificar nos três corpora estudados, que metade das palavras não são derivadas de outras. Aquelas que são derivadas, na maioria dos casos, passaram pelo processo de derivação prefixal e sufixal, valendo lembrar os casos de formação por composição por justaposição. Também, 150 definições de Castanhal foram reformuladas, 70 de Bragança e 38 do Marajó. Quanto ao aspecto terminológico, após a análise da consistência dos termos culturais, de acordo com os critérios apresentados na metodologia, alguns termos foram excluídos, os quais podem ser visualizados por área no quadro 1. Quadro 1. Termos Culturais Excluídos por Área Geográfica. Área Geográfica Nº Inicial de Termos Culturais Bragança Castanhal Marajó Fonte: Projeto RESNAPAP. 314 602 403 Nº de Termos Culturais Excluídos 57 130 35 Nº final de termos 257 472 368 Verifica-se que as estruturas terminológicas de Bragança e de Castanhal tiveram um maior número de termos excluídos, bem como apresentaram um maior índice de problemas digitais e lexicográficos, em contraposição, a estrutura de termos do Marajó, que apresentam menor número de termos excluídos e menos problemas de natureza digital e lexicográfica. Quanto ao aspecto etimológico, foram pesquisados os étimos de todas as unidades lexicais dos corpora terminológicos de Bragança (257 termos), Castanhal (472 termos) e de Marajó (368 termos). Os números e porcentagens podem ser visualizados nos quadros e gráficos abaixo: Quadro 2. Distribuição Etimológica dos Termos culturais de Bragança. Origem Etimológica Árabe Castelhano Espanhol Francês F. s.n.c Gótico Grego Inglês Italiano Latim Malaio Or. Africana Or. controversa Or. Duvidosa Or. obscura Or. germânica Or. grega / latina Or. onomatopaica Sem etim. / exp. pop. Tupi 20 Fonte: Projeto RESNAPAP. Nº de termos culturais 03 01 16 16 01 05 03 01 02 135 01 03 15 01 10 02 01 05 16 19 257 Quadro 3. Distribuição Etimológica dos Termos culturais de Castanhal. Origem Etimológica Árabe Castelhano Catalão Chinês Nº de termos culturais 03 01 03 01 Espanhol Francês Gótico Grego Italiano Latim Malaio Or. africana Or. controversa Or. duvidosa Or. obscura Or. germânica Or. grega / latina Or. onomatopaica Sem etim. / exp. pop. Tamul / malaialo Tupi 21 Fonte: Projeto RESNAPAP. 21 18 05 07 06 202 02 04 40 07 12 03 01 06 47 02 57 472 Quadro 4. Distribuição Etimológica dos Termos culturais de Marajó. Origem Etimológica Árabe Castelhano Celta Espanhol Francês Gótico Grego Italiano Latim Malaio Or. africana Or. controversa Or. duvidosa Or. obscura Or. onomatopaica Provençal Sem etim. / exp. pop. Tupi 18 Fonte: Projeto RESNAPAP. Nº de termos culturais 05 01 01 10 14 06 04 03 173 02 03 15 03 10 04 02 81 33 368 Observa-se nos quadros de distribuição terminológica que o conjunto terminológico que apresenta maior diversidade é o de Castanhal com 21 origens (possivelmente em função de ter o maior número de unidades terminológicas), seguido de Bragança com 20 e, finalmente, Marajó com 18. Assinala-se que a maioria das unidades lexicais nos três corpora é de origem latina, destacando ainda o relevante número de palavras de origem desconhecida, os vocábulos de origem chinesa, celta, tamul e de forma sincopada. Árabe Castelhano Espanhol Francês F. s.n.c Gótico Grego Inglês Italiano Latim Malaio Or. africana Or. controversa Or. duvidosa Or. obscura Or. germânica Or. grega / latina Or. onomatopaica Sem etim. / exp. pop. Tupi Gráfico 1. Distribuição Etimológica dos Termos de Bragança. Fonte: Projeto RESNAPAP. Árabe Castelhano Catalão Chinês Espanhol Francês Gótico Grego Italiano Latim Malaio Or. africana Or. controversa Or. duvidosa Or. obscura Or. germânica Or. grega / latina Or. onomatopaica Sem etim. / exp. pop. Tamul / malaialo Tupi Gráfico 2. Distribuição Etimológica dos Termos de Castanhal. Fonte: Projeto RESNAPAP. Árabe Castelhano Celta Espanhol Francês Gótico Grego Italiano Latim Malaio Or. africana Or. controversa Or. duvidosa Or. obscura Or. onomatopaica Provençal Sem etim. / exp. pop. Tupi Gráfico 3. Distribuição Etimológica dos Termos de Marajó. Fonte: Projeto RESNAPAP. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa de revisitação da terminologia cultural possibilitou um importante percurso de cunho teórico, metodológico e prático. No que se refere ao aspecto teórico, percebe-se cada vez mais a interseção da lingüística com a terminologia, esta considerada por Faulstich (1995) e Boulanger (1995) [11] como uma ramificação da lingüística aplicada. Não é difícil verificar os diversos pontos de interseção que os estudos terminológicos estabelecem com disciplinas lingüísticas como lexicografia, por exemplo. Daí a necessidade de realização de estudos específicos de terminologia, paralelos a essas outras referidas áreas das ciências da linguagem, sobretudo, no processo de revisitação que precisa de informações lexicográficas, seja para identificação das etimologias, seja para organização e seleção de dados morfológicos. Vale reiterar que esta articulação proporcionou tanto um aprimoramento teórico, quanto metodológico e prático. A compreensão mais apurada da teoria de termo cultural foi usada para melhoramento do processo de identificação e seleção de termos culturais, obtendo-se assim, corpora mais coerente e aprimorado; respondendo, desse modo, à proposta do projeto de recuperar informação terminológica que retrate a língua, a sociedade e a cultura da Amazônia paraense. REFERÊNCIAS [1] BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1995. [2] KRIEGER, Maria da Graça. Terminologia Revisitada. Delta, São Paulo, v.16, n.2, p.209-228, 2000. Disponível www.scielo.br/delta.htm. Acesso em 15/04/03. ISSN 0102-4450 [3] ALVES, Ieda Maria. A pesquisa em terminologia: algumas considerações. Disponível em: http://sw.npd.ufc.br/abralin/boletim21_sum.html. Acesso em 24/10/03. [4] CABRÉ, M. Teresa. La Terminologia hoy: concepciones, tendencias y aplicaciones. Ciência da Informação. Brasília, v.24, n.3, p.289-298, set./dez.1995. [5] KRIEGER, Maria da Graça; FINATTO, Maria José Bocorny. Introdução à Terminologia: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2004. 223p. [6] FAULSTICH, Enilde. Socioterminologia: mais que um método de pesquisa, uma disciplina. Ciência da Informação, Brasília, v. 24, n.3, p.281-288, set. / dez.1995. [7] BORBA, Francisco da Silva. Organização de dicionários: uma introdução à lexicografia. São Paulo: Unesp, 2003. 356p. [8] ROSA, Maria Carlota. Introdução à Morfologia. São Paulo: Contexto, 2000.147p. [9] CASTILHO, Ataliba Teixeira de. A língua falada no ensino de português. 4.ed. São Paulo: Contexto, 2002. 158p. (Coleção Repensando o Ensino). [10] DUBOIS, Jean et al. Dicionário de Lingüística. 10. ed. São Paulo: Cultrix, 1998. 619p. [11] BOULANGER, Jean Claude. Alguns Componentes Lingüísticos no Ensino da Terminologia. Ciência da Informação, Brasília, v.24, n.3, set. / dez. 1995.