EFICIÊNCIA DO DIFLUBENZURON NAS AÇÕES DE

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FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE ARCHIMEDES THEODORO
EFICIÊNCIA DO DIFLUBENZURON NAS AÇÕES DE
COMBATE AO VETOR DO DENGUE – Aedes aegypti.
Autor
Maicon José Marques Pinto
Além Paraíba - 2013
Maicon José Marques Pinto
EFICIÊNCIA DO DIFLUBENZURON NAS AÇÕES DE
COMBATE AO VETOR DO DENGUE – Aedes aegypti.
Monografia apresentada ao Curso de Pós Graduação da
Faculdade de Ciências da Saúde Archimedes Theodoro
(FEAP) como requisito parcial para a obtenção do título
de Pós - Graduação em Gestão e Conservação de
Recussos Naturais.
ORIENTADOR: Rafael Azevedo
Além Paraíba
2013
Maicon José Marques Pinto
Eficiência do Diflubenzuron nas Ações de Controle do Vetor do Dengue – Aedes aegypti.
A Banca Examinadora composta pelos professores abaixo, sob a presidência do
primeiro, submeteu o candidato à análise da Monografia em nível de Graduação e a julgou
nos seguintes termos:
Banca Examinadora
________________________________________________
Profº MSc. Douglas Pereira Senra – Orientador
________________________________________________
Profº. Espec – Luciano Henrique Cruz Masieiro
________________________________________________
Profº. Marion de Souza Teixeira – Examinador
Além Paraíba
2013
Ficha catalográfica
Pinto, Maicon José Marques.
Eficiência do Diflubenzuron nas Ações de Controle do Vetor do Dengue – Aedes
aegypti /Maicon José Marques Pinto. Além Paraíba: FEAP/ FAC. SAÚDE ARTHE, Pósgraduação em Gestão e Conservação de Recursos Naturais 2013.
Monografia (P.G- Gestão Ambiental) - Fundação Educacional de Além Paraíba.,
Faculdade de Ciências da saúde Archimedes Theodoro, Além Paraíba. 2013.
Orientação: Rafael Azevedo
1. Anatomia e fisiologia do complexo articular do punho 2.Fratura de Colles 3
Tratamento fisioterapêutico .
I- Senra, Douglas.(orient.) II- Azevedo,Rafael.(orient).
III- Fundação Educional de Além Paraíba, Pós-graduação em Gestão Ambintal. IVTítulo
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos agentes de combate a endemias de Carmo-RJ por me auxiliarem no
trabalho, e pelo empenho exercido neste trabalho.
Aos meus pais por sempre me apoiarem nas minhas escolhas.
AGRADECIMENTOS
Ao meu professor Rafael Azevedo por sempre me auxiliar nos trabalhos e pelas descobertas que
me propõs..
Ao meu amigo Bruno Cadilha França por auxiliar na elaboração de um sistema para contabilizar
os índices de infestação que vieram e gerar a dúvida sobre o funcionamento do IGR.
Aos amigos Júlio Souza e Joilson Ribeiro por sempre discutir os assuntos que proponha,
mesmo não sendo da linha de pesquisa de ambos.
RESUMO
PINTO, Maicon José Marques. Eficiência do Diflubenzuron nas Ações de Controle do Vetor
do Dengue – Aedes aegypti. Além Paraíba, 2013. Monografia (Pós-Graduação em Gestão
Ambiental) – Faculdade de Ciências da Saúde Archimedes Theodoro da Fundação
Educacional de Além Paraíba.
O tema desta pesquisa é “Eficiência do Diflubenzuron nas Ações de Controle do Vetor do
Dengue – Aedes aegypti”. Sua relevância baseia-se nos efeitos causados nas formas imaturas da
Aedes aegypti, o que pode ou não refletir na infidelidade dos índices de infestação calculados pelo
atual sistema de levantamento de índices LIRAa. O objetivo é estimular outros pesquisadores a
abordarem o tema, uma vez que este método de levantamento de índice e de tratamento são
utilizados amplamente no Brasil. Usou-se de pesquisa bibliográfica e testes através de ensaios
biológicos. No capítulo um, foi abordado o conceito técnico da doença. O capítulo dois, o conceito
técnico do diflubenzuron, assim como sua forma de ação. O capítulo tres aborda os métodos de
controle e erradicação do vetor. O capítulo quatro apresenta os materiais e os métodos utilizados na
pesquisa. O capítulo cinco apresenta os resultados e a discussão.
Palavras chave: diflubenzuron, eficiência, Aedes aegypti.
ABSTRACT
PINTO, Maicon José Marques. Eficiência do Diflubenzuron nas Ações de Controle do Vetor
do Dengue – Aedes aegypti. Além Paraíba, 2013. Monografia (Pós-Graduação em Gestão
Ambiental) – Faculdade de Ciências da Saúde Archimedes Theodoro da Fundação
Educacional de Além Paraíba.
The theme of this research is "Efficiency of diflubenzuron in Shares of Vector Control of
Dengue - Aedes aegypti". Its relevance is based on the effects caused in the immature forms of Aedes
aegypti, which may or may not reflect the infidelity of infestation indices calculated by the current
system of survey indices LIRAa. The goal is to encourage other researchers to address the issue, since
this method of gathering content and treatment are widely used in Brazil. It used to bibliographical
research and testing by biological assays. In chapter one, was addressed the technical concept of the
disease. Chapter two, the technical concept of diflubenzuron, as well as its mode of action. Chapter
three discusses the methods of control and eradication of the vector. Chapter four presents the
materials and methods used in the research. Chapter five presents the results and discussion.
Keywords: diflubenzuron, efficiency, Aedes aegypti.
Sumário
Página
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................11
CAPÍTULO
I – DENGUE............................................................................................................................13
1.1 – Conceito técnico...........................................................................................................13
1.2 – Transmissão .................................................................................................................14
1.3- Biologia dos vetores.......................................................................................................15
1.3.1- Escolha pelo hábitat.....................................................................................................17
II – DIFLUBENZURON.........................................................................................................20
2.1 – Conceito técnico............................................................................................................20
III- CONTROLE E ERRADICAÇÃO....................................................................................21
3.1- Programa Nacional de Combate a Dengue................................................................21
3.1.1- Controle mecânico.................................................................................................21
3.1.2- Controle químico das formas imaturas de Aedes aegypti e Aedes albopictus........22
3.1.3 – Organoclorados.....................................................................................................22
3.1.4- Organofosforados...................................................................................................23
3.1.5- Piretróides................................................................................................................23
3.1.6 – Biolarvicidas..........................................................................................................24
3.1.7 – IGR – análogo do hormônio guvenil.....................................................................24
3.2 – Dificuldades relacionadas ao controle do vetor........................................................25
3.3 – Monitoramento do vetor...........................................................................................26
IV- MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................................27
4.1- Captura e manutenção de formas imaturas para criação de colônias........................27
4.2- Manutenção dos indivíduos......................................................................................28
4.3- Controle Manutenção da prole gerada pelos indivíduos adultos criados pela
colônia.......................................................................................................................................28
V- RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................................29
5.1- Resultados.................................................................................................................29
5.2- Discução...................................................................................................................29
CONCLUSÃO.........................................................................................................................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................32
INTRODUÇÃO
A dengue é uma doença que atinge diretamente quase todo o território nacional. Diversos
métodos são utilizados para que seja feito o controle do vetor que transmite a doênça para o
homem. Esta pesquisa aborda a eficácia da utilização do tratamento de reservatórios de água
consumível pelo (IGR) Diflubenzuron, como medida alternativa para o controle do vetor do Dengue
no Brasil, o Aedes aegypti (Stegomya).
O Aedes aegypti, é um moquito da órdem Diptera, cuja ecologia envonve sua proliferação em
áreas urbanizadas. Estas apresentam grande variedade de hábtatis para esta espécie, uma vez que o
crescimento desordenado das zonas urbanas, permitiram a produção em larga escala de inservíveis,
e a necessidade de armazenamento de água para o consumo diário.
Dentre as medidas utilizadas como forma de controle deste vetor, encontram-se o controle
mecânico, o qual é realizado pelo agente de combate a endemias que consiste na remoção dos
objetos classificados como inservíveis para locais abrigados da água, ou té mesmo a eliminação do
mesmo mediante autorização do responsável pelo imóvel visitado. Outra opção para este controle, é
o tratamento químico dos reservatórios, principalmente aqueles que são utilizados para
armazenamento de água para o consumo. Hoje o tratamento químico utilizado para este tipo de
controle é o Diflubenzuron, substância que tem como principal
característica dificultar ou
inpossibilitar os indivíduos afetados a produção de quitina, substância essa que faz parte da
composição do exoesqueleto de insetos e outros artrópodes onde são eliminadas ou incapacitadas
de reprodução as formas imaturas da espécie. Como principal medida de ação de controle,
encontramos as de educação em saúde e meio ambiente, uma vez que o agente de endemias não
pode controlar todos os ciclos reprodutivos dentro de um ciclo de controle que corresponde a 2
meses ou 8 semanas epidemiológicas.
As vantagens deste tipo de trabalho, são as atividades realizadas pela comunidade mesmo
que o agente não esteja realizando a visita no momento e a interrupção do ciclo reprodutivo. A
desvantagem, é que grande parte da população encara estas atividades como atribuições do poder
público, o que dificulta o controle deste vetor.
As ações de controle do dengue, são monitoradas através de um sistema de levantamento de
índices, os quais podem ser utilizados para identificar as áreas com maior potencial de disperção do
vetor. Seguido dos resultados deste método, as equipes de controle do vetor podem se planejar para
a realização das medidas necessárias para cada área de infestação, segundo suas características
socioeconômicas e ambientais.
O objetivo desta pesquisa foi mostrar através de levantamento bibliográfico comparados
com ensaios biológicos, os efeitos causados nas formas imaturas desta espécie, para que a partir
desta, fossem avaliados os métodos utilizados como forma de monitoramento do vetor do Dengue. A
justificativa para tal avaliação, se deve pela forma de ação dos IGRs (Análogos aos Hormônios de
Crescimento em Artrópodes) uma vez que estes não provocam a morte imediata destes organismos,
o que poderia refletir em um índice de infestação inválidos, uma vez que os exemplares que forem
coletados em reservatórios previamente tratados, não completarão por completo o seu ciclo de vida,
não podendo assim ocorrer a transmissão do vírus por estes.
No capítulo um, foi abordado o conceito técnico da doença, assim como sua forma de
transmissão, e sua distribuição no Brasil e no Mundo. Foram abordados também os nichos e hábitats
relacionados a este vetor, o que evidencia a dificuldade no controle deste. O capítulo 2, aborda o
conceito técnico do diflubenzuron, assim como sua forma de ação no controle deste vetor. O
capítulo tres mostra as formas de ação dos agentes de controle químico ja utilizados no paísJunto de
suas respectivas formas de ação para que os mesmo podessem ser comparados com o
Diflubenzuron. Além dos agentes de controle químico foram citados també oa outros métodos de
controle do vetor, como; controle mecânico, ações educativas e ações interdisciplinares. Os capítulos
quatro e cinco apresentam respectivamente os métodos e maiteriais utilizados para a realização
deste trabalho, assim como a discussão dos resultados adquiridos pelos ensaios biológicos que foram
comparados com a literatura existente para que se fosse possivel chegar a uma conclusão.
CAPÍTULO I
Dengue.
Neste capítulo abordaremos a definição da doença tropical dengue, assim como seu
histórico e transmissão através da picada do vetor citado nessa pesquisa.
1.1-
Conceito técnico:
Dengue é uma doença febril aguda, que apresenta como agente etiológico um vírus da
família Flaviviridae. São conhecidos atualmente quatro sorotipos distintos, os quais estão
inseridos no Brasil: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. As manifestações clínicas variam de
uma síndrome viral, benigna, até um quadro grave e fatal conhecida como dengue
hemorrágica com probabilidade de choque podendo levar o paciente a óbito. São fatores de
risco para casos graves: a cepa do sorotipo do vírus infectante, o estado imunitário e genético
do paciente, a concomitância com outras doenças e a infecção prévia por outro sorotipo viral
da doença (Figueiredo & Fonseca, 1966).OAedes aegypti é o único transmissor desse vírus
nas Américas apresentando importância epidemiológica. Essa espécie de culicídio é originária
da África mais especificamente no Egito, onde se domesticou e adaptou-se ao ambiente
urbano, tornando-se antropofílico, e suas larvas foram encontradas em depósitos artificiais.
Esse processo adaptativo vem permitindo a sua rápida difusão espacial utilizando os
mais diversos meios de transporte e o seu explosivo crescimento nas áreas urbanas. O A.
aegypti foi erradicado do Mediterrâneo, na década de 1950, e de grande parte das Américas,
nos anos 1950 e 1960. No entanto, houve reinfestação na maioria das áreas de onde havia sido
erradicado e, hoje, esse vetor é considerado uma espécie "cosmotropical" (Rodhain&Rosen,
1997). Não existe imunidade cruzada, ou seja, a infecção por um dos sorotipos não confere
imunidade mais de um sorotipo da doença. É possível somente que haja uma imunidade
cruzada transitória, de curta duração, entre os diferentes sorotipos. Durante quase 60 anos, de
1923 a 1982, o Brasil não apresentou registro de casos de dengue em seu território. Porém,
desde 1976, o Aedes aegypti havia sido re-introduzido no país, a partir de Salvador, Bahia, e
estava presente em muitos países vizinhos. Países da América Central, México, Venezuela,
Colômbia, Suriname e alguns outros do Caribe já vinham apresentando a doença desde os
anos 70 (OSANAI et al., 1983).
1.2Transmissão:
Para que a dengue ocorra, são necessários três componentes: o vírus que causa a
doença, o mosquito, que transporta o vírus (chamado vetor da doença) e uma pessoa
susceptível (que nunca teve contato com o sorotipo de vírus que está sendo transmitido pelo
vetor). (Figura 1)
Do ponto de vista do mosquito, é preciso esclarecer que o Aedes aegypti nem sempre é
o “vilão”: nem todos os A. Aegyptitransmite a doença, pois nem todos estão infectados com o
vírus da dengue. (CRUZ, 2013).
Para que a transmissão da doença aconteça, é preciso que o vetor esteja infectado e
infectivo. O mosquito fêmea se torna infectado quando suga o sangue de alguém doente, no
curto período em que esta pessoa tem várias partículas do vírus circulando em seu sangue.
Neste momento o mosquito terá o vírus em seu aparelho digestivo, mas ainda não é capaz de
transmiti-lo. Entre 10 e 12 dias depois, as partículas do vírus dengue se disseminam pelo
organismo do A. aegypti, se multiplicam e invadem suas glândulas salivares: neste momento,
o mosquito fêmea se torna infectivo e, somente a partir daí, poderá transmitir o vírus a outra
pessoa (Idem, ibidem).
Figura 1: Representação esquemática da transmissão do dengue pelo Aedes aegypti.
Fonte: Rio Contra a Dengue
Não há, até o momento, medicamentos
eficientes contra o vírus do dengue. Uma alternativa
para combatê-lo seria a produção de uma vacina, o que
ainda não foi possível. Para ser eficiente, essa vacina
deverá servir para imunizar as pessoas para os quatro
tipos do vírus do dengue. Além disso, não há cobaias
para teste, já que a doença é exclusiva do homem. O
desenvolvimento de uma vacina que combata um único
tipo de vírus pode ser inviável, pois caso o vacinado
seja infectado com outro tipo, a doença pode
manifestar-se de maneira mais severa, causando riscos
maiores à saúde. (Idem, ibidem).
1.3 Biologia dos vetores
1.3.1 Aedes aegypti e Aedes albopictus:
Estes culicídeos da ordem Diptera são mosquitos relevantes na epidemiologia de
doenças transmitidas por vetores, visto seu papel na transmissão de praticamente metade dos
Flavivirus. Dentre as doenças veiculadas pelas espécies Aedes (Stegomyia) aegypti
(Linnaeus1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus(SKUSE,1894), destacam-se dengue e febre
amarela. A dengue só não é encontrada na Europa, se extendendo por todos os outros
continentes, e possui maior importância epidemiológica. Nas Américas, surtos anuais vêm
correndo desde a década de 70. (SERPA et all 2006)
O mosquito transmissor da dengue é originário do Egito (continente africano) e vem se
espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta desde o século XVI, período das
Grandes Navegações. Admite-se que o vetor foi introduzido no Novo Mundo, no período
colonial, por meio de navios que traficavam escravos. A espécie Aedes aegypti ocorre em
geral, entre as latitudes 35° Norte e 35° Sul, que correspondem à isoterma de inverno de
10°C.(Figura 2)
Figura 2: Distribuição mundial do Aedes aegypti.
Fonte:www.meted.ucar.edu/The AmazonRain Forest andClimateChange.php
A distribuição desse mosquito não é comum em regiões de grande altitude. Embora a espécie
não seja normalmente encontrada em zonas acima de 1.000 metros de altitude, sua presença já
foi detectada a altitudes de mais de 2.000 metros, na Índia e na Colômbia. (BRAGA; VALLE,
2007) Por ser um animal sinantrópico, sua presença é mais comum em áreas urbanas e a
infestação é mais intensa em regiões com alta densidade populacional, principalmente, em
espaços urbanos com ocupação desordenada, onde as fêmeas têm mais oportunidades para
alimentação e dispõem de mais criadouros para desovar.(Cruz, 2013) Na década de 80, quase
todas as cidades litorâneas do Brasil apresentaram registros do mosquito Aedes aegypti que,
nos anos seguintes, expandiram-se também para o interior do país. Associado às debilidades
dos serviços de saúde supra apresentadas, constatou-se as fragilidades das ações individuais
para com a proteção da saúde coletiva, pois, com o aumento da produção de resíduos e
diversos recipientes e entulhos derivados do petróleo que, lançados a céu aberto (em ruas,
quintais e terrenos baldios) acumulam água das chuvas e favorecem a proliferação dos
mosquitos. (MENDONSA, et all 2009)
Segundo Ujavari (2003, p. 280) em 1981, provavelmente transportado em
embarcações provenientes da Ásia, o vírus da dengue chega a Cuba. Em 1982 foi registrada a
primeira epidemia de dengue no Brasil onde, em Roraima, levou ao registro de
aproximadamente 11 mil casos. Anualmente o vírus é transmitido pelos vetores provocando
epidemias principalmente de no verão, sazonalidade altamente propícia à proliferação do
Aedes em decorrência das excelentes condições climáticas para a vida e reprodução do
mosquito. O número de casos elevou-se consideravelmente na década de 1990, sendo que em
1995 foram registrados mais de 100 mil casos e, a partir de 1997 já eram computadas mais de
200 mil ocorrências de dengue por ano. Em 2002, um novo recorde consolidou-se, havendo
mais de 700 mil casos notificados. (Figura 3)
Figura 3:Representação do desenvolvimento metamórfico do Aedes aegypti.
Fonte:Dengue.org / www.dengue.org.br
1.3.2 Escolha pelo hábitat:
Com relação ao ambiente, (BARATA, et al 2001) relata em seu trabalho que houve
grande predominância de fêmeas deAedes aegypti no intradomicílio dos setores estudados.
Esses dados são coerentes com a literatura em relação ao hábito das fêmeas ficarem próximas
à fonte alimentar, usando para repouso o interior das casas, em locais escuros e livres das
intempéries, e só ocasionalmente frequentando o ambiente externo. Durante as capturas,
verificou-se maior presença de mosquitos nos locais menos iluminados, como dormitórios e
salas de estar. A preferência pelo hábitat por parte do Aedes aegypti se dá por reservatórios
artificiais, tais como suportes para vasos com plantas, vasilhames de plástico, vidro ou louça
abandonados no peridomicílio, e outros depósitos como ralos e escoadouros de água,
respectivamente(SANTOS, 1999). Larvas de Aedes aegypti e Ae. albopictus coexistem em
criadouros que apresentam condições benéficas para seu desenvolvimento. Em um estudo
realizado pela Fio Cruz, foi observado que estas duas espécies tendem a escolher o mesmo
tipo de recipiente para se reproduzir, apresentando assim coexistência, porém com
dominância por parte do Ae. Albopictus(HONÓRIO e OLIVEIRA, 2001).
Os pneus são altamente propícios à reprodução do Aedes aegypti devido ás condições
dadas pelo seu formato e coloração preta, característica essa que permite o aquecimento da
água, e o sombreamento desse tipo de reservatório. Observa-se no estudo realizado por
(LOPES et al, 1993) que a preferência do pneu pelo Aedes aegypti e Ae. albopictus é
extremamente grande, uma vez que o reservatório que apresentou o maior número de formas
imaturas dessas espécies foi o pneu, com o número de 577 (quinhentos e setenta e sete)
larvas.( Figura 4)
4
Figura 4: Representação dos possíveis criadouros do Aedes aegypti.
Fonte:UNIBH- Pedagogia /http://unibhpedagogia.files.wordpress.com/2013/03/dengue.jpg
CAPÍTULO II
Diflubenzuron
Neste capítulo abordaremos a proposta do Diflubenzuron como inibidor do
crescimento do Aedes aegypti.
2.1 Conceito técnico:
O diflubenzuron é uma benzoilfeniluréia da classe IGR, larvicida que inibe a síntese de
quitina nos insetos, resultando em interferência na formação de cutícula durante a mudança do
exoesqueleto e, consequentemente, na morte das larvas. Atualmente o diflubenzuron é
utilizado no Brasil para o controle vetorial do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
Todavia, efeitos tóxicos decorrentes da exposição ao Diflubenzuron tem sido relatados na
literatura. (GURGELL; AUGUSTO, 2010)
Um trabalho realizado por(BORGES, et al, 2012)revelou que o Diflubenzuron (DFB)
ocasionou a morte das larvas experimentadas, por meio de alterações ocorridas nos espaços
intertegumentares, por meio do impedimento da liberação da cutícula velha durante o
processo de ecdise. Esta por sua vez acumulava-se nessa região, provocando estrangulamento
das partes segmentares.
O DFB apresenta validade de até três meses em reservatórios de água potável com
renovação normal. Com isso os ovos que eclodem em reservatórios previamente tratados,
serão susceptiveis ao seu efeito até o seu terceiro estágio larval. O DFB não impede o
nascimento e desenvolvimento médio da espécie. (SILVA, 2006)
CAPÍTULO III
Controle e Erradicação
Neste capítulo abordaremos a forma como é feito o controle dos vetores em nosso
país, assim como os planos de governo para com essa atividade.
3.1 - Programa Nacional de Combate a Dengue:
3.1.1- Controle Mecânico:
Na atividade de oviposição de culicídeos, a seleção do criadouro pode estar associada
a fatores presentes na água, tais como: matéria orgânica, compostos químicos e presença de
imaturos, entre outros (Marques & Miranda, 1992). Além das medidas físicas preconizadas
pelos programas de controle de vetores, outras ainda pouco utilizadas poderiam solucionar
algumas problemáticas específicas, tais como a aplicação de produto que forma película
monomolecular sobre a superfície da água e a utilização de água quente. Para Aedes aegypti,
temperaturas de 49ºC são suficientes para matar os ovos em menos de 2 minutos e larvas e
pupas em 5 minutos. Esses métodos precisam ser melhor estudados para a sua adequação.
(DONALÍSIO; GLASSER, 2002)O controle mecânico consiste na adoção de práticas capazes
de impedir a procriação do Aedes, tendo como principais atividades a proteção, a destruição
ou a destinação adequada de criadouros, que devem ser executadas sob a supervisão do ACE
ou ACS, prioritariamente pelo próprio morador/proprietário.
Diversas iniciativas de controle mecânico em larga escala podem ser incorporadas pelo
gestor municipal, dentre as quais enfatizamos:
• Reforço na coleta de resíduos sólidos, com destino final adequado, em áreas com altos
índices de infestação;
• Coleta, armazenamento e destinação adequada de pneumáticos, atividade que tem amparo
legal na Resolução Conama nº 258 e que é executada em parceria entre a iniciativa privada e
os municípios, com a implantação de Ecopontos - desde o início dessa política tem-se
observado uma evolução positiva no número de Ecopontos implantados no país; vedação de
depósitos de armazenamento de água, com a utilização de capas e tampas.
3.1.2- Controle químico e biológico de formas imaturas do Aedes aegypti e Ae.
albopictus:
O controle químico consiste no uso de substâncias químicas – inseticidas – para o
controle do vetor nas fases larvária e adulta. A utilização de inseticidas em saúde pública tem
por base normas técnicas e operacionais oriundas de um grupo de especialistas em praguicidas
da Organização Mundial de Saúde (OMS), que preconiza os princípios ativos desses produtos
e recomenda as doses para os vários tipos de tratamento disponíveis. É fundamental o uso
racional e seguro dos inseticidas nas atividades de controle vetorial, tendo em vista que o seu
uso indiscriminado determina impactos ambientais, além da possibilidade de desenvolvimento
da resistência dos vetores aos produtos. Os inseticidas indicados para uso em água de
consumo humano passam por avaliação adicional do Programa Internacional de Segurança
Química (IPCS), órgão vinculado à OMS, à Organização das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação (FAO) e à Organização Internacional do Trabalho (OIT), disponível nos
seguintes endereços eletrônicos:
http://www.who.int/water_sanitation_health/dwq/chemicals/en/index.html
http://www.who.int/water_sanitation_health/dwq/chemicals/temephos/en/index.html
A aquisição de inseticidas para uso em saúde pública é de responsabilidade do
Ministério da Saúde e está sustentada em uma política de gestão de insumos estratégicos,
conforme determinação da Portaria MS/GM nº 1.172, de 17 de junho de 2004, sendo vedada
aos municípios a sua aquisição. (SAÚDE, 2009)
3.1.3- Organoclorados:
Os organoclorados são inseticidas que contém carbono, hodrogênio e cloro. São
classificados em quatro grupos: difenil-alifáticos; hexaclorociclihexanos; ciclodienos; e
policloroterpenos. O grupo de organoclorados difenil-alifáticos é o mais antigo. Ele inclui o
DDT, provavelmente a substância química mais notória do século passado. Em 1948, o
entomologista suíço Paul Muller foi premiado com o Prêmio Nobel de Medicina pela
desconerta da utilidade do DDT no controle dos vetores de malária, febre amarela e muitas
outras doenças. Seu efeito é inversamente proporcional à temperatura: Quanto mais baixa é a
temperatura, mais tóxico é o DDT para os insetos (EARE, 2003).
Os organoclorados, embora tenham sido largamente adotados pelos programas de
controle de insetos, tiveram seu uso descontinuado e chegaram, inclusive, a serem proibidos
em vários países devido a sua persistência no ambiente e ao acúmulo em tecidos do
organismo de animais e humanos (BRAGA, 2007).
3.1.4- Organofosforados:
Organofosforado (OP), é todo inseticida que contém fósforo. Sãp amplamente
utilizados em Saúde Pública por apresentarem muitas vantagens sobre os organoclorados,
como serem biodegradáveis e não se acumularem nos tecidos. Paresentam, porém, como
principal desvantagem, a instabilidade química, o que torna obrigatória a renovação periódica
de sua aplicação. Além disso, são mais tóxicos para os vertebrados que os organoclorados,
mesmo em doses relativamente baixas (Ware G.W., 2003; apud Braga, 2007). Os
organofosforados atuam na inibição da colinesterase no mecanismo da junção neuromuscular,
provocando um estado de paralisia no inseto seguido de uma morte lenta (LowMnokdown)
(FUNASA, 2001)
A Superintendencia de Campanhas de Saúde Pública do Ministério da Saúde –
SUCAM e a Fundação Nacional da saúde – FUNASA, usaram amplamente os
larvicidasorganofosforados. O Temefós (ABATE) foi um destes larvicidas, e como
consequência deste Amplo uso, instalou-se um processo seletivo que resultou na resistência
dos insetos alvo. Após a detecção da resistência do Aedes aegypti aos organofosforados –
Temefós – no Brasil, as formulações corncob – CG e water-dispersible granule – WDG do
Bacillusthurugiensisisraelensis (Bti) que foi utilizado até 2008 pelo programa, quando se
passou a usar o Larvicida IGR Diflubenzuron.
3.1.5- Piretróides:
Os piretróides sintéticos, atualmente bastante estáveis, são produzidos em laboratório,
a partir de uma substância natural, o piretro, extraído de crisântemos. São biodegradáveis, não
cumulativos e raramente provocam intoxicações agudas em aves e mamíferos, embora
possam causar hipersensibilização e irritação nas mucosas destes animais. Já para animais
aquáticos, estes são altamente tóxicos. Sua única desvantasgem, é o custo altamente elevado.
(BRAGA ET AL, 2007).
Os piretróides assim como o DDT, atuam aparentemente, mantendo abertos os canais
de sódio das membranas dos neurônios. Alguns exemplos são: ciflutrina, deltametrina,
esfenvalerato, fentropatrina, flucitrinato, praletrina, taufluvalinato, teflutrina e tralometrina
(BRAGA ET AL, 2007)
3.1.6- Biolarvicidas:
O aumento da resistência aos vários inseticidas químicos e a maior consciência da
população para a preservação do meio ambiente, conduziram à pesquisa e consequentemente
ao uso de larvicidas biológicos como o Bacillusthurigingiensisisraelensis – Bti. Este tipo de
larvicida causa uma ação entomopatogênica nas larvas de insetos suscetíveis após a ingestão
de esporos do complexo cristalino protéico do inseticida. No intestino, os espóros deste
complexo são dissociados por proteases do intestino, provocando a privação de alimentação
até a morte das larvas (LIMA et al., 2005).
3.1.7- IGR – Análogo do hormônio juvenil:
Em meados da década de 30, estudos da fisiologia de artrópodes começaram a
subsidiar o conhecimento para uma alternativa de controle de insetos de importância médica
com o uso de larvicidas do tipo IGR (Chamberlain, 1975). Dentre as classes de IGR, os
análogos ao hormônio juvenil ou juvenóides, principalmente o Methoprene, está entre os mais
estudadados para a sua utilização no controle de mosquitos (SOARES ET AL., 1996)
Os principais hormônios envolvidos na ecdise e reprodução de artrópodes são os neurohormônios ou neuro-peptídeos, ecdisteróides ou hormônios de muda e ormônios juvenis.
(HOFFMANN; LORENZ, 1998) Os hormônios juvenis (juvenóides) são responsáveis por
regular a ecdise e reprodução que são sintetizados e liberados por um par de glândulas
endócrinas conectadas ao cérebro (NORIEGA, 2004).
A atuação destes análogos se dá principalmente durante um período de maior
susceptibilidade larval do mosquito, que ocorre durante o quarto estágio larval. Porém, para
apresentar maior eficiência a larva deve ter contato com o mesmo durante até o terceiro
estágio larval (MULLA, 1995).
3.2- Dificuldades relacionadas ao controle o controle:
Na década de 1980, iniciou-se um processo de intensa circulação do vírus da dengue,
com epidemias explosivas que têm atingido todas as regiões do Brasil. Este trabalho descreve
as metodologias para vigilância do vetor atualmente utilizadas no país e contextualiza a
criação da Rede Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti a Inseticidas em
1998, parte integrante do Programa Nacional de Controle da Dengue. São mencionadas,
ainda, as medidas de controle desencadeadas pelo Ministério da Saúde em consequência das
informações obtidas sobre o status de resistência aos inseticidas das populações de Aedes
aegypti, incluindo a perspectiva de utilização de produtos alternativos, como os reguladores
de desenvolvimento de insetos. (BRAGA E VALLE, 2007)
O processo de urbanização desordenada, principalmente nos países subdesenvolvidos,
após o fim da II Grande Guerra, constitui-se ao mesmo tempo em um fator importante para a
reemergência do dengue, pela disseminação da infestação pelo principal vetor da doença, e
um fator que tem dificultado o seu controle (GUBLER, 1997). Os aglomerados urbanos
modernos apresentam, nos países pobres, deficiências de saneamento básico, habitação e de
segurança pública. As atividades de luta antivetorial precisam de mão-de-obra e o ajuste fiscal
dos governos, nos diferentes níveis, tem impedido a contratação de pessoal de forma mais
duradoura, não se dispondo de servidores treinados e experientes, reduzindo a qualidade
destas atividades. São necessários mais esforços de pesquisa no desenvolvimento de
instrumentos mais eficazes de controle do dengue, particularmente no de uma vacina
preventiva.(TAUIL, 2001)
Corroborando com o parágrafo anterior, sabe-se que o setor saúde, por si só, não tem
como resolver a complexidade dos fatores que favorecem a proliferação do vetor da dengue, o
mosquito Aedes aegypti. A rápida urbanização do país gerou déficits nas estruturas de
saneamento básico, o que, por sua vez, favoreceu aumento de criadouros do vetor. O trânsito
de pessoas e veículos terrestres, aéreos e aquáticos, é cada dia mais intenso e rápido.
Promover ações articuladas, tanto no âmbito governamental quanto junto à sociedade
organizada ou não, é caminho a ser trilhado na busca de soluções. (BRASIL, 2009).
3.3- Monitoramento do Vetor:
Nos programas de controle de dengue, o levantamento de índices larvários são os mais
utilizados e compreendem um grupo constituído por diversas propostas metodológicas. Os
índices de infestações baseados em análise da forma imatura do vetor são utilizados com
frequência, existindo também aqueles que utilizam como base as informações relativas a ovos
e adultos. Os diversos índices baseados na fase larvária têm vantagens e desvantagens na sua
utilização; porém, são os mais utilizados devido à facilidade de obtenção (GOMES, A. C.,
1998).
Os métodos simplificados de amostragem têm sido propostos com objetivo de facilitar a
obtenção, através dos serviços de saúde, informações que contribuam para avaliação de
programas mediante realização de pesquisas sistemáticas e periódicas. São denominados
métodos simplificados por permitirem a obtenção de estimativas associadas a erros aceitáveis
e vícios desprezíveis, de forma simples, rápida e econômica. (SAÚDE. M., 2012).
O LIRAa desde o ano de 2008 é o método utilizado para o monitoramento do vetor.
A execução desde envolve a coleta das formas imaturas do vetor em 50% dos imóveis
sorteados pelo sistema computadorizado que contém as informações. Após a coleta, o
material é enviado para o laboratório, onde é triado e identificado para que seja calculado os
índices de infestação predial (IIP) e índice de Breteu (IB) com a finalidade de mostrar
estatisticamente o quantitativo da presença do vetor na localidade trabalhada, para que a partir
das análises destes resultados, sejam planejadas as ações para o próximo ciclo epidemiológico
(SAÚDE, 2013)
CAPÍTULO IV
Material e Métodos
Neste capítulo abordaremos a forma como foram feitos os testes do diflubenzuron,
assim como foram criadas e mantidas as colônias de Aedes aegypti.
4.1- Captura e manutenção de formas imaturas para criação de colônias:
Foram realizadas coletas de larvas em dois bairros do município de Carmo-RJ com o
auxílio de armadilhas de oviposição (ovitrampas) para obter amostras de formas imaturas do
Aedes aegypticom a intenção de realizar-se os testes em laboratório. As ovitrampascostituem
de recipientes pásticos de medida aproximada a 5 x 10 cm, e uma palheta de de compensado
parcialmente mergulhada, para que desse condições de oviposição do objeto de estudo, estas
eram recolhidas e encaminhadas para o laboratório de entomologia do Programa Municipal de
Combate à Dengue de Carmo-RJ, onde eram analisadas e triadas. A obtenção das amostras
ocorreu no período de 2 meses, sendo estes Março e Abril de 2013. Para manutenção das
formas imaturas, foram criados 4 criadouros com aproximadamente 400ml de água filtrada
coletada no abastecimento doméstico, simulando uma condição normal próxima às
encontradas em ambientes criadores de larvas. Os criadouros utilizados foram recipientes
antigamente utilizados para o armazenamento de biolarvicida pelos agentes de combate a
endemias. As medidas destes eram de 500ml. Haviam aproximados 400ml de água potável,
para que desse condições de vida para as larvas coletadas em campo pelos agentes de
endemias de Carmo-RJ. Para alimentação doas larvas, eram adicionadas semanalmente cerca
de um grão de ração para cachorro macerada. Os quatro criadouros foram então mantidos na
gaiola até que se tornassem adultos.
4.2- Manutenção dos indivíduos adultos criados pela colônia:
Após a finalização da metamorfose pelos indivíduos citados no início deste capítulo
com aproximadamente 2 semanas, os criadouros foram retirados, e foram acrescentados
pequenos frascos (tampa de frasco de maionese) contendo em seu interior algodão coberto
com uma solução composta por água e açúcar conhecida como ad libitun sendo este renovado
a cada semana para a nutrição dos indivíduos adultos.
Os criadouros foram então
subistituídos respectivamente por ovitrampas com as mesmas características das utilizadas em
campo. Estas apresentavam em seu interior 100ml de água e 1ml de solução mãe de
Diflubenzuron – Champion – 25% como orientado pelo Ministério da Saúde.
Com a intenção de obter descendentes dos indivíduos adultos desta colônia, era
viabilizado o fornecimento de sangue para que ocorresse o repasse sanguíneo pelas fêmeas.
Para que este fosse feito, o pesquizador introduzia o braço dentro da gaiola por
aproximadamente 30 minutos para que as fêmeas presentes na cultura conseguissem tal
processo.
4.3- Manutenção da prole gerada pelos indivíduos adultos criados pela colônia:
Após o surgimento das larvas nas ovitrampas disponibilizadas para oviposição dos
adultos, foram retiradas as ovitrampas do viveiro para sequencial eliminação e retirada dos
adultos presentes. Após este, as ovitrampas foram devolvidas ao viveiro para certificar de que
algum indivíduo viesse a se tornar adulto. Vale ressaltar que os adultos progenitores foram
abatidos e retirados do viveiro, para certificar de que se houvesse mortalidade de adultos
gerados da prole, que estes não fossem confundidos com os progenitores, atramaplando assim
os resultados da pesquisa.
CAPÍTULO V
Resultados e Discussão
Neste capítulo serão discutidos os resultados obtidos pelo presente experimento.
5.1 Resultados:
Após aproximadamente 1 semana, notou-se a presença de larvas em seu primeiro estágio
larvário. A observação feita diariamente sobre estas larvas, mostrou que estas vieram em sua
maioria a se desenvolver até o estágio de pupa. Deve-se levar em consideração que as larvas
demoraram cerca de 12 dias para alcançarem este estágio, o que mostra que houve
considerável retardo no desenvolvimento destas se comparado com o trabalho realizado por
(BESERRA; et al, 2009) o qual obteve-se o resultado que mostrou que larvas desta espécie
levam de 07 a 10 dias para se tornarem adultas. Mantendo a observação destes indivíduos, foi
observado que cerca de apenas 3 das aproximadamente 56 pupas se tornaram mosquitos, e
vieram a óbito em aproximadamente uma semana. Estes resultados podem ser comparados
com os obtidos por (SILVA, 2006), que apresentaram resultados que se aproximaram com os
do presente trabalho, onde aproximadamente 15% das pupas se tornaram mosquitos estéreis.
5.1 Discussão:
Os resultados deste trabalho mostram claramente a eficácia do (IGR) diflubenzuron se
aplicado ao controle do vetor do dengue. Porém deixa claro que este não influencia
diretamente na manutenção dos índices de infestação, uma vez que o tratamento realizado
com este produto nos reservatórios de água para consumo não impedem o nascimento das
mesmas. É evidente que estas não se tornarão adultas para que aconteça reprodução das
mesmas, e mesmo que aconteça, (1986, apud Mulla, 1995), verificaram como efeito sub-letal
a esterilidade em adultos de Anopheles stephensi Liston, 1901, quando as larvas foram
tratadas com este composto em baixas concentrações.
Outro fator intrigante foi citado no capítulo I deste trabalho. Este mostra que a fêmea da
espécie Aedes aegypti, escolhe de forma aleatória e sortida os reservatórios para a oviposição,
o que permite a reprodução mesmo que de baixa escala dos indivíduos que nasceram destes.
Estes fatores se associados à metodologia do LIRAa citado anteriormente, mostram que
mesmo que estes não venham a se tornar adultos ou não venham a transmitir a doença, estarão
colaborando para que os índices permaneçam altos já que o tratamento não impede o
desenvolvimento inicial dos ovos e larvas.
CONCLUSÃO
Analisando os resultados e as discussões apresentadas neste trabalho, nota-se que os
larvicidas não devem ser encarados como a forma principal de controle da reprodução do
Aedes aegypti. O trabalho educativo para a eliminação dos criadouros devem ser encarados
como prioridade para que os inservíveis não tratáveis não se tornem criadouros potenciais
deste vetor, possibilitando assim sua reprodução nos reservatórios os quais receberam o
tratamento com este larvicida.
Conclui-se então que com a utilização do diflubenzuron, os resultados do LIRAa
podem se manter altos, mesmo que não necessariamente significa que a transmissão da
doença ocorrerá nas dimensões esperadas pela análise deste parâmetro de monitoramento do
vetor.
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