A MENTE: DE DESCARTES A RYLE Vinícius Bins1 Carlota

Propaganda
A MENTE: DE DESCARTES A RYLE
Vinícius Bins1
Carlota M. Ibertis2
Um olhar sobre o panorama evolutivo da filosofia da mente nos mostra a importância
adquirida pelo problema mente-corpo. O advento da psicologia moderna, o avanço da
tecnologia e as novas pesquisas neurológicas trazem novamente o assunto à tona, sob a luz de
novas interpretações teóricas e científicas. Apesar de sabermos o que é o corpo, ainda nos
resta a questão: o que é a mente? Descartes inaugura a modernidade com a célebre afirmação:
“Penso, logo existo”. Isto supõe que o pensamento, enquanto substancia absolutamente
diferente do corpo, possa ser entendido como a essência da subjetividade, porém peca ao não
apresentar uma explicação satisfatória sobre como substâncias tão distintas como mente e
corpo possam influenciar-se mutuamente. Contrapondo-se a essa teoria, Gilbert Ryle, parte da
análise do significado do vocabulário próprio da psicologia e seus usos filosóficos e
científicos, afirmando que muitos problemas filosóficos não se resolvem com a introdução de
novas informações, mas reorganizando as já existentes. Desse modo, afirma Ryle, falar em
termos de mente e suas operações seria incorrer em um erro categorial, uma vez que “mente”,
não designa outra coisa senão a organização das ações de um sujeito. Supor o contrário, seria
pressupor que algo não físico possa habitar algo físico. Daí nasce a expressão “fantasma na
máquina”, com a qual alude o suposto erro categorial de Descartes e polemiza com este desde
a atitude analítico-lingüística que propõe um novo caminho investigativo.
Palavras-chave: Filosofia da mente, problema mente-corpo, erro categorial, consciência
1
2
Acadêmico bolsista do curso de Filosofia - UNIFRA
Professora orientadora do curso de Filosofia - UNIFRA
Download