Ensino Médio – Unid. I Professor (a): Gilson Aluno (a): Série: 1ª Data: _____/ _____/ 2011. Lista – Filosofia 1) UFU – 2005 Leia atentamente o texto e assinale (V) para cada afirmação verdadeira e (F) para cada afirmação falsa. Fragmentos 1 “Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio porque suas águas não são as mesmas e nós não somos os mesmos.” “O que se opõe a si mesmo está em acordo consigo mesmo; harmonia de tensões contrárias como as do arco e da lira” “Para as almas, morrer é água; para a água, morrer é terra; da terra, porém, forma-se a água e da água, a alma” “O fogo vive a morte da terra e o ar vive a morte do fogo; a água vive a morte do ar e a terra a da água” Fragmentos 2 “é preciso que de tudo te instruas, do âmago inabalável da verdade (aletheia) bem redonda, e das opiniões (dóxa) dos mortais, em que não há fé verdadeira. (...) ...eu te direi, e tu, recebe a palavra que ouviste, os únicos caminhos de inquérito que são a pensar: o primeiro, que é; e, portanto, que não é não ser, de Persuasão é caminho, pois à verdade acompanha. O outro, que não é; e, portanto, que é preciso não ser. Eu te digo que este último é atalho de todo não crível, pois nem conhecerias o que não é, nem o dirias... (...) Pois o mesmo é a pensar e portanto ser. (...) Necessário é o dizer e pensar que o ente é; pois é ser. E nada não é. Isto eu te mando considerar”. CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da filosofia: dos présocráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994, pp. 66-73. a) ( ) Os fragmentos acima exprimem o pensamento de dois dos mais importantes filósofos do chamado período présocrático, os primeiros atribuídos a Heráclito de Éfeso, que compreendia a realidade como fluxo ou devir permanente e eterno, e, os segundos, à Parmênides de Eléia, para quem a realidade é aquilo que permanece sempre idêntico a si mesmo e imutável. b) ( ) A tese sobre a realidade ou o Ser de Heráclito pode ser expressa, em síntese, da seguinte maneira: “O ser é (existe) e o não-ser não é (não existe)”. Já a tese de Parmênides se resumiria assim: “O não-ser é (existe) e o ser não é (não existe)”. c) ( ) Como Heráclito e Parmênides pensavam apenas por metáforas (linguagem figurada), pode-se dizer que estavam muito mais próximos dos poetas, como Homero e Hesíodo, do que dos filósofos e da busca da verdade. d) ( ) Embora a concepção do Ser ou da realidade seja para Heráclito e Parmênides bastante distinta e até mesmo oposta, é necessário reconhecer que, tanto para um quanto para outro, os sentidos e o senso comum não alcançam o verdadeiro conhecimento, mas engendram apenas a opinião (doxa). Para ambos, apenas o pensamento (logos) pode conhecer a verdade. 2) Considere o silogismo a seguir e assinale (V) ou (F) para as proposições a ele referentes. 3) A Patrística (séculos II ao V d.C.) é o movimento intelectual dos primeiros padres da Igreja, destinado a justificar a fé cristã, tendo em vista a conversão dos pagãos. Sobre a Patrística pode-se afirmar, com certeza: I- assume criticamente elementos da filosofia platônica na tentativa de melhor fundamentar a doutrina cristã. II- considera que as verdades da razão estão sempre em contradição com as verdades reveladas por Deus. III- incorpora as teses da metafísica aristotélica para fundar uma teologia estritamente racionalista. IV- considera a razão como auxiliar da fé e a ela subordinada, tal como expressa a frase de Sto. Agostinho "creio porque entendo". a) II e IV são corretas. b) I e IV são corretas. c) III e IV são corretas. d) Apenas II é correta. “Diz o profeta: ‘Se não credes, não entendereis’; certamente não diria isto se não julgasse necessário pôr uma diferença entre as duas coisas. Portanto, creio tudo o que entendo, mas nem tudo que creio também entendo”. Sto. Agostinho. De Magistro. Coleção “Os Pensadores”. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Explique a idéia central desse fragmento a partir da relação entre Fé e Razão no contexto da Filosofia Patrística. 4) Considere o trecho a seguir e responda se as afirmações propostas são verdadeiras (V) ou falsas (F) de acordo com o texto. “ (...) Para Aristóteles, o conhecimento deve ser dedutivo e o silogismo representa o mecanismo da dedução. Uma vez colocada a premissa maior, obtém se a conclusão por meio do termo médio, o qual, presente nas duas premissas (a maior e a menor) , faz uma ligação entre os termos maior e menor. Isso deve ser feito segundo certas regras que o filósofo explica num escrito chamado Primeiros Analíticos, que faz parte do Organon, o conjunto de obras lógicas que tratam especialmente de questões sobre a verdade e o conhecimento. Para atingir um conteúdo geral, do qual se possam extrair outros conhecimentos, emprega-se a dialética, denominação que Aristóteles conservou de Platão, mas cujo significado alterou completamente, uma vez que, para ele, devemos partir dos dados sensíveis e de opiniões comuns para elevar-se a um resultado geral de uma forma que tem algo a ver com o processo indutivo. O ponto de partida da dedução depende, pois, de um processo que o filósofo não considera estritamente científico, mas que se apóia na aceitação da experiência sensível e de certos princípios indemonstráveis, o que é contrário à posição de Platão. Se tivéssemos de aplicar o procedimento demonstrativo aos princípios da ciência (isto é, às Telefax: Unid. I: 3273 - 0040/ Unid. II: 3205 - 4833 – www.colegiointerativa.com.br – e-mail: [email protected] suas premissas fundamentais), o conhecimento seria impossível. Uma vez de posse dessas verdades, o conhecimento científico se constrói rigorosamente segundo as regras do silogismo demonstrativo (ou científico), o que ele expõe nos Segundos Analíticos, outra obra que faz parte do Organon aristotélico(...)”. SILVA, Franklin Leopoldo e. “Teoria do conhecimento” In: Primeira Filosofia:lições introdutórias. 4ª ed. São Paulo, Brasiliense: 1985, p. 176. 1 ( ) Uma das idéias pelas quais Aristóteles distancia-se de seu mestre Platão é a sua aceitação da experiência sensível como ponto de partida para o conhecimento da verdade sobre as coisas, o que contraria a teoria das Idéias de Platão. 2 ( ) Dado que, de acordo com o método do silogismo, o conhecimento de uma conclusão verdadeira se apóia no conhecimento de premissas verdadeiras e dado que temos de demonstrar os princípios da ciência, que seriam as premissas fundamentais de toda ciência, devemos concluir, com Aristóteles, que o conhecimento verdadeiro sobre o mundo é impossível. 3 ( ) A fim de obter novos conhecimentos a partir de verdades gerais, obtidas, por sua vez, por indução, Aristóteles emprega o método da dialética exatamente como ele havia aprendido com Platão. 4 ( ) A existência de princípios indemonstráveis é uma necessidade da teoria aristotélica sobre a ciência, uma vez que, sem tais princípios, não seria possível obter o conhecimento certo ou científico. 5) De acordo com a filosofia de Aristóteles, considere o trecho a seguir e marque para as alternativas abaixo (V) verdadeira, (F) falsa ou (SO) sem opção. “Diferente de seus predecessores, Aristóteles considera que a essência verdadeira das coisas naturais e dos seres humanos e das suas ações não está em um mundo inteligível, separado do mundo sensível, onde as coisas naturais existem e onde vivemos. As essências, diz Aristóteles, estão nas próprias coisas, nos próprios homens e nas suas ações e é tarefa da filosofia conhecêlas ali mesmo onde existem e acontecem. Como conhecê-las? Partindo das sensações para alcançar a intelecção.”CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 2002. p. 217. 1 ( ) Segundo Aristóteles, as essências das coisas são meras ficções do pensamento, expressas em palavras, uma vez que no mundo real só existem seres singulares. 2 ( ) Um dos predecessores de Aristóteles de que fala o texto é Platão. 3 ( ) O conhecimento de idéias gerais se faz por abstração: a partir das realidades singulares, o pensamento identifica o que há de universal nelas. 4 ( ) Somente os seres humanos possuem essência, que é a sua alma. 5) A filosofia de Aristóteles representou uma nova interpretação sobre o problema do ser. Nesse sentido, Aristóteles define a ciência como: a) ( ) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento que se fundamenta apenas na compreensão do mundo inteligível porque as idéias, enquanto entidades metafísicas, não mudam. b) ( ) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento pelas causas, capaz de compreender a natureza do devir e superar os enganos da opinião. c) ( ) conhecimento relativo porque o ser é mobilidade, eterno fluxo e a verdade não pode, portanto, ser absoluta. d) ( ) conhecimento relativo porque a ciência, enquanto produção do homem, é determinada pelo desenvolvimento histórico. “(…) enquanto tiver ânimo e puder fazê-lo, jamais deixarei de filosofar, de vos advertir, de ensinar em toda ocasião àquele de vós que eu encontrar, dizendo-lhe o que costumo: ‘Meu caro, tu, um ateniense, da cidade mais importante e mais reputada por sua sabedoria, não te envergonhas de cuidares de adquirir o máximo de riquezas, fama e honrarias, e de não te importares nem pensares na razão, na verdade e em melhorar tua alma?’ E se algum de vós responder que se importa, não irei embora, mas hei de o interrogar, examinar e refutar e, se me parecer que afirma ter adquirido a virtude sem a ter, hei de repreendê-lo por estimar menos o que vale mais e mais o que vale menos (…).” PLATÃO. Apologia de Sócrates, 29 d-e. 1) A partir do trecho acima de Platão, é correto afirmar que para Sócrates: I - a Filosofia é um saber que se transmite como lições morais, visto ele conheça a verdade. II - o filosofar é uma atividade que busca a verdade e a melhora da alma pela refutação de falsos saberes. III - o questionamento ao interlocutor só ocorre se este espontaneamente se dispuser a responder às questões formuladas por Sócrates. IV - a posse de bens materiais é para ele um valor inquestionável. Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas. a) ( ) Apenas II e III. b) ( ) Apenas I e II. c) ( ) Apenas I e IV. d) ( ) Apenas III e IV. “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem. Logo, Sócrates é mortal.” 2) Sobre o silogismo em geral e, sobre este em particular, é correto afirmar que: I - é um raciocínio indutivo, pois parte de duas premissas verdadeiras e chega a uma conclusão também verdadeira. II - o termo médio homem liga os extremos e, por isso, não pode estar presente na conclusão. III - é um raciocínio válido, porque é constituído por proposições verdadeiras, não importando a relação de inclusão (ou de exclusão) estabelecida entre seus termos. IV - as premissas, desde que uma delas seja universal, devem tornar necessária a conclusão. Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas. a) ( ) II e IV. b) ( ) I e II. c) ( ) II e III . d) ( ) III . 3) Na Crítica da razão pura, Kant vincula o sistema da moralidade à felicidade. Assinale a alternativa que explica no que consiste a relação moralidade — subjetividade. a) ( ) A esperança de ser feliz e a aspiração por tornar-se feliz podem ser conhecidas pela razão prática, desde que o fundamento da ação e a norma da conduta sejam a máxima do “não faça aos outros aquilo que não queres que te façam”. b) ( ) A convicção da felicidade humana decorre da certeza de que todos os entes racionais comportam-se com a mais rigorosa conformidade à lei moral, de maneira que cada um age orientado Telefax: Unid. I: 3273 - 0040/ Unid. II: 3205 - 4833 – www.colegiointerativa.com.br – e-mail: [email protected] pela sua vontade, ou seja, pela razão prática do arbítrio individual. c) ( ) Quando a liberdade é dirigida e restringida pelas leis morais, é possível pensar na felicidade universal, pois a observância dos princípios morais pode proporcionar não só o bem estar para si, como também ser o responsável pelo bem estar dos outros. d) ( ) A felicidade implica na transcendência do mundo moral, pois somente na esfera sensível é possível o conhecimento pleno das ações humanas, já que somente nesse mundo sensível é possível a conexão entre moralidade e felicidade. A disputa entre racionalismo e empirismo se dá no ramo da filosofia destinado ao estudo da natureza, das fontes e dos limites do conhecimento. Essa disputa diz respeito à questão sobre se e em que medida somos dependentes da experiência sensível para alcançar o conhecimento. Os racionalistas afirmam que nossos conhecimentos têm sua origem independentemente da experiência sensível, isto é, independentemente de qualquer acesso imediato a coisas externas a nós. Os empiristas, por sua vez, consideram que a experiência sensível é a fonte de todos os nossos conhecimentos. Em relação ao tema, considere a seguinte afirmativa: “Primeiramente, considero haver em nós certas noções primitivas, as quais são como originais, sob cujo padrão formamos todos os nossos outros conhecimentos”. (DESCARTES, R. Carta a Elizabeth de 21 de maio de 1743. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978) 4) Com base no que foi exposto acerca da oposição entre racionalismo e empirismo, responda: a frase de Descartes é mais representativa da posição racionalista ou da posição empirista? Justifique sua resposta, indicando o(s) elemento(s) da frase que a sustenta(m). ____________________________________________________ Dormir ao menos oito horas todos os dias (ininterruptas, ok? Nada de dormir três horas à tarde, outras duas à noite...) e estabelecer técnicas de concentração para estudar são boas maneiras de se manter atualizado com o conteúdo ministrado pelos professores. Senão você vai morrer de sono durante as aulas!!! Bons estudos!!!! ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ________________________________________________ Telefax: Unid. I: 3273 - 0040/ Unid. II: 3205 - 4833 – www.colegiointerativa.com.br – e-mail: [email protected]