Prova de auditor-fiscal da Sefaz/RJ -2011

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Prova de auditor-fiscal da Sefaz/RJ -2011- FGV
Texto para as questões 1 a 10
Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica
1.
No Brasil, embora exista desde 1988 o
2. permissivo constitucional para responsabilização penal
3. das pessoas jurídicas em casos de crimes ambientais
4. (artigo 225, paragrafo 3o), é certo que a adoção, na
5. prática dessa possibilidade vem se dando de forma
6. bastante tímida, muito em razão das inúmeras
7. deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei
8. nº 9.605, de 1998, que a tornam quase que inaplicável
9. neste âmbito.
10.
A partir de uma perspectiva que tem como
11. ponto de partida os debates travados no âmbito
12. doutrinário nacional, insuflados pelos também
13. acalorados debates em plano internacional sobre o
14. tema e pela crescente aceitação da possibilidade da
15. responsabilização penal da pessoa jurídica em
16. legislações de países de importância central na
17. atividade econômica globalizada, é possível vislumbrar
18. que, em breve, discussões sobre a ampliação legal do
19. rol das possibilidades desse tipo de responsabilização
20. penal ganhem cada vez mais espaço no Brasil.
21.
É certo que a mudança do enfoque sobre o
22. tema, no âmbito das empresas – principalmente, as
23. transnacionais –, decorrerá também de ajustamentos
24. de postura administrativa decorrentes da adoção de
25. critérios de responsabilização penal da pessoa jurídica
26. em seus países de origem. Tais mudanças,
27. inevitavelmente, terão que abranger as práticas
28. administrativas de suas congêneres espalhadas pelo
29. mundo, a fim de evitar respingos de responsabilização
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30. em sua matriz.
31.
Na Espanha, por exemplo, a recentíssima
32. reforma do Código Penal – que atende diretivas da
33. União Europeia sobre o tema – trouxe, no artigo 31 bis,
34. não só a possibilidade de responsabilização penal da
35. pessoa jurídica (por delitos que sejam cometidos no
36. exercício de suas atividades sociais, ou por conta,
37. nome, ou em proveito delas), mas também estabelece
38. regras de como essa responsabilização será aferida nos
39. casos concretos (ela será aplicável [...], em função da
40. inoperância de controles empresariais, sobre atividades
41. desempenhadas pelas pessoas físicas que as dirigem ou
42. que agem em seu nome). A vigência na nova norma
43. penal já trouxe efeitos práticos no cotidiano acadêmico
44. e empresarial, pois abundam, naquele país, ciclos de
45. debates acerca dos instrumentos de controle da
46. administração empresarial, promovidos por empresas
47. que pretendem implementar, o quanto antes, práticas
48. administrativas voltadas a prevenção de qualquer tipo
49. de responsabilidade penal.
50.
Dessa realidade legal e da tendência politico-criminal
51. que dela se pode inferir, ganham importância,
52. no espectro de preocupação não só das empresas
53. estrangeiras situadas no Brasil, mas também das
54. próprias empresas nacionais, as práticas de criminal
55. compliance.
56.
Tem-se, grosso modo, por compliance a
57. submissão ou a obediência a diversas obrigações
58. impostas as empresas privadas, por meio da
59. implementação de políticas e procedimentos gerenciais
60. adequados, com a finalidade de detectar e gerir os
61. riscos da atividade da empresa.
62.
Na atualidade, o direito penal tem assumido
63. uma função muito próxima do direito administrativo,
64. isto é, vêm-se incriminando, cada vez mais, os
65. descumprimentos das normas regulatórias estatais,
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66. como forma de reforçar a necessidade de prevenção de
67. riscos a bens juridicamente tutelados. Muitas vezes, o
68. mero descumprimento doloso dessas normas e
69. diretivas administrativas estatais pode conduzir à
70. responsabilização penal de funcionários ou dirigentes
71. da empresa, ou mesmo à própria responsabilização da
72. pessoa jurídica, quando houver previsão legal para
73. tanto.
74.
Assim sendo, criminal compliance pode ser
75. compreendido como prática sistemática de controles
76. internos com vistas a dar cumprimento às normas e
77. deveres ínsitos a cada atividade econômica,
78. objetivando prevenir possibilidades de
79. responsabilização penal decorrente da prática dos atos
80. normais de gestão empresarial.
81.
No Brasil, por exemplo, existem regras de
82. criminal compliance previstas na Lei dos Crimes de
83. Lavagem de Dinheiro – Lei nº 9.613, de 3 de marco de
84. 1998 – que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas que
85. tenham como atividade principal ou acessória a
86. captação, intermediação e aplicação de recursos
87. financeiros, compra e venda de moeda estrangeira ou
88. ouro ou títulos ou valores mobiliários, à obrigação de
89. comunicar aos órgãos oficiais sobre as operações tidas
90. como “suspeitas”, sob pena de serem responsabilizadas
91. penal e administrativamente.
92.
Porém, sofrendo o Brasil os influxos de
93. modelos legislativos estrangeiros, assim como estando
94. as matrizes das empresas transnacionais que aqui
95. operam sujeitas as normas de seus países de origem,
96. não tardará para que as práticas que envolvem o
97. criminal compliance sejam estendidas a diversos outros
98. segmentos da economia. Trata-se, portanto, de um
99. assunto de relevante interesse para as empresas
100. nacionais e estrangeiras que atuam no Brasil, bem
101. como para os profissionais especializados na área
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102. criminal, que atuarão cada vez mais veementemente na
103. prevenção dos riscos da empresa. (...)
(Leandro Sarcedo e Jonathan Ariel Raicher. Valor Econômico. 29/03/2011. Com adaptações)
01. Com base na leitura do texto, analise as afirmativas a seguir.
I.
Nas empresas transnacionais, políticas de criminal compliance devem ser pensadas em
adequação às diferentes legislações que podem ser adotadas nos diversos países em
que atuam.
II. Para evitar que bens juridicamente tutelados sejam atingidos, o direito penal vem se
aproximando cada vez mais do direito administrativo.
III. No tocante ao modelo de criminal compliance adotado hoje no Brasil, percebe-se a nítida
influência da reforma do Código Penal espanhol.
Assinale
(A)
se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(B)
se todas as afirmativas estiverem corretas.
(C)
se nenhuma afirmativa estiver correta.
(D)
se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E)
se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
02. É correto afirmar que o 6º § do texto, quanto à sua tipologia e à sua função discursiva em
relação ao texto como um todo, mantém maior aproximação com o
(A)
5º §.
(B)
7º §.
(C)
8º §.
(D)
4º §.
(E)
2º §.
03. Assinale a alternativa em que se tenha indicado INCORRETAMENTE a relação entre
vocábulo e o termo a que ele se refere.
(A)
seus (l. 26) – das empresas.
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(B)
a (l. 8) – Lei nº 9.605.
(C)
dela (l. 51) – da tendência político-criminal.
(D)
sua (l. 30) – das empresas.
(E)
delas (l. 37) – das atividades sociais.
04. Por ínsitos (l. 77), NÃO se pode entender
(A)
inerentes.
(B)
peculiares.
(C)
típicos.
(D)
adventícios.
(E)
característicos.
05. A palavra sujeitas (l. 95) exerce, no texto, função sintática de
(A)
complemento nominal.
(B)
objeto direto.
(C)
predicativo do objeto.
(D)
predicativo do sujeito.
(E)
adjunto adverbial de modo.
06. Assinale a palavra que, no texto, NÃO tenha valor adverbial:
(A)
mais (l. 20).
(B)
bastante (l. 6).
(C)
penal (l. 91).
(D)
só (l. 52).
(E)
antes (l. 47).
07. “Porém, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, assim como
estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de
seus países de origem, não tardará para que as práticas que envolvem o criminal
compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia” (l. 92-98)
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Assinale a alternativa em que a alteração desse período tenha mantido adequação quanto ao
seu sentido original e correção quanto à pontuação.
(A)
Sofrendo o Brasil, no entanto, os influxos de modelos legislativos estrangeiros –
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam
sujeitas às normas de seus países de origem –, não tardará para que as práticas que
envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da
economia.
(B)
Entretanto, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, –
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam
sujeitas às normas de seus países de origem – não tardará para que as práticas que
envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da
economia.
(C)
Sofrendo, contudo, o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros –
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam
sujeitas às normas de seus países de origem – não tardará para que as práticas que
envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da
economia.
(D)
Todavia, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, –
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam
sujeitas às normas de seus países de origem –, não tardará para que as práticas que
envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da
economia.
(E)
Contudo, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros –
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam
sujeitas às normas de seus países de origem, não tardará para que as práticas que
envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da
economia.
08. “Trata-se, portanto, de um assunto de relevante interesse para as empresas nacionais e
estrangeiras que atuam no Brasil, bem como para os profissionais especializados na área
criminal, que atuarão cada vez mais veementemente na prevenção dos riscos da
empresa” (l. 98-103)
No período destacado, o se classifica-se como
(A)
pronome reflexivo.
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(B)
partícula apassivadora.
(C)
parte integrante do verbo.
(D)
pronome oblíquo.
(E)
indeterminador do sujeito.
09. “No Brasil, por exemplo, existem regras de criminal compliance...”(l. 81-82)
Assinale
a
alternativa
em
que
a
alteração
do
trecho
acima
tenha
provocado
INADEQUAÇÃO quanto à norma culta. Não leve em conta a alteração de sentido.
(A)
No Brasil, por exemplo, haverá regras de criminal compliance...
(B)
No Brasil, por exemplo, deve haver regras de criminal compliance...
(C)
No Brasil, por exemplo, há de existir regras de criminal compliance...
(D)
No Brasil, por exemplo, devem existir regras de criminal compliance...
(E)
No Brasil, por exemplo, poderão existir regras de criminal compliance...
10. Assinale o termo que, no texto, desempenhe função sintática idêntica à de à obrigação (l.
88).
(A)
às normas (l. 95).
(B)
de ajustamentos (l. 23).
(C)
a diversas obrigações (l. 57).
(D)
da adoção (l. 24).
(E)
dessa possibilidade (l. 5).
11. Assinale a alternativa em que o elemento in- tenha valor idêntico ao de insuflados (l. 12).
(A)
influxos (l. 92).
(B)
intermediação (l. 86).
(C)
inaplicável (l. 8).
(D)
inúmeras (l. 6).
(E)
inferir (l. 51).
12. “Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal – que atende diretivas
da União Europeia sobre o tema – trouxe, no artigo 31 bis, não só a possibilidade de
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responsabilização penal da pessoa jurídica (por delitos que sejam cometidos no exercício
de suas atividades sociais, ou por conta, nome, ou em proveito delas), mas também
estabelece regras de como essa responsabilização será aferida nos casos concretos (ela
será aplicável [...], em função da inoperância de controles empresariais, sobre atividades
desempenhadas pelas pessoas físicas que as dirigem ou que agem em seu nome).” (l. 3142).
A respeito desse período, analise as afirmativas a seguir.
I.
Há uma oração coordenada sindética aditiva e uma oração coordenada sindética
alternativa.
II. Há três orações na voz passiva, mas somente uma com agente da passiva explícito.
III. Há quatro orações subordinadas adjetivas desenvolvidas e uma oração subordinada
adjetiva reduzida.
Assinale
(A)
se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B)
se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C)
se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D)
se nenhuma afirmativa estiver correta.
(E)
se todas as afirmativas estiverem corretas.
13. “É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas –
principalmente, as transnacionais –, decorrerá também de ajustamentos de postura
administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização penal da pessoa
jurídica em seus países de origem. Tais mudanças, inevitavelmente, terão que abranger
as práticas administrativas de suas congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar
respingos de responsabilização em sua matriz.” (l. 21-30).
No trecho acima, as ocorrências da palavra QUE classificam-se, respectivamente, como
(A)
pronome relativo e preposição.
(B)
conjunção integrante e preposição.
(C)
conjunção integrante e conjunção integrante.
(D)
pronome relativo e conjunção integrante.
(E)
preposição e pronome relativo.
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Texto para as questões 14 a 16
(Rodrigo Zoom. <http://www.flickr.com/photos/rodrigozoom>.)
14. A respeito da interpretação do quadrinho, analise as afirmativas a seguir:
I.
Associando texto e imagem, é correto afirmar que o uso da ironia é a chave para o
entendimento do quadrinho.
II. Na fala do homem, o humor reside em um trocadilho com relação à fala da mulher.
III. Não há elementos textuais que indiquem ser possível afirmar com certeza se o homem
entendeu ou não a mensagem da mulher.
Assinale
(A)
se todas as afirmativas estiverem corretas.
(B)
se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C)
se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D)
se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E)
se nenhuma afirmativa estiver correta.
15. A respeito do quadrinho, analise as afirmativas a seguir:
I.
Ao passar parte da fala do homem para o discurso indireto, ficaria correta a frase “O
homem pediu à mulher que trouxesse um copo de água bem gelada para ele”.
II. Na fala da mulher, ficaria correto substituir devia por deveria.
III. Há marcas linguísticas na fala do homem que caracterizam o registro coloquial.
Assinale
(A)
se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(B)
se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C)
se todas as afirmativas estiverem corretas.
(D)
se nenhuma afirmativa estiver correta.
(E)
se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
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16. Assinale a alternativa em que a alteração da fala do homem do quadrinho NÃO tenha sido
feita com adequação à norma culta. Não leve em conta possível alteração de sentido.
(A)
Quando tu voltares, traz um copo de água bem gelada para mim!
(B)
Quando vós voltardes, trazei um copo de água bem gelada para mim!
(C)
Quando tu voltares, não tragas um copo de água bem gelada para mim!
(D)
Quando vós voltardes, não tragais um copo de água bem gelada para mim!
(E)
Quando vós voltardes, não trazeis um copo de água bem gelada para mim!
Texto para as questões 17 a 20
Último Desejo
1. Nosso amor que eu não esqueço
2. E que teve o seu começo
3. Numa festa de São João
4. Morre hoje sem foguete
5. Sem retrato e sem bilhete
6. Sem luar, sem violão
7. Perto de você me calo
8. Tudo penso e nada falo
9. Tenho medo de chorar
10. Nunca mais quero o seu beijo
11. Mas meu último desejo
12. Você não pode negar
13. Se alguma pessoa amiga pedir
14. Que você lhe diga
15. Se você me quer ou não
16. Diga que você me adora
17. Que você lamenta e chora
18. A nossa separação
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19. Às pessoas que eu detesto
20. Diga sempre que eu não presto
21. Que meu lar é o botequim
22. Que eu arruinei sua vida
23. Que eu não mereço a comida
24. Que você pagou pra mim
(Noel Rosa)
17. Assinale a alternativa em que a alteração do verso da canção tenha sido feito com
adequação à norma culta. Não leve em conta possível alteração de sentido.
(A)
Nosso amor que eu não esqueço (v. 1) / Nosso amor deque eu não esqueço
(B)
Que você lhe diga (v. 14) / Que você lhe encontre
(C)
Diga que você me adora (v. 16) / Diga que você adora-me
(D)
Às pessoas que eu detesto (v. 19) / Às pessoas que não gosto
(E)
Que você pagou pra mim (v. 24) / Por que você optou para mim
18. A respeito da composição de Noel Rosa, analise as afirmativas a seguir:
I.
É possível inferir pela leitura da composição que se trata do último desejo da vida de
um dos amantes.
II. Não é possível identificar textualmente se a voz que fala na composição é masculina
ou feminina.
III. O último desejo é constituído por dois pedidos.
Assinale
(A)
se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B)
se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C)
se nenhuma afirmativa estiver correta.
(D)
se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E)
se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
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19.
Diga que você me adora
Que você lamenta e chora
A nossa separação
Às pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
(v. 16-20)
Nesse trecho há quantas ocorrências, respectivamente, de pronomes e conjunções?
(A)
Sete e cinco.
(B)
Cinco e cinco.
(C)
Seis e cinco.
(D)
Sete e quatro.
(E)
Seis e quatro.
20. Que você pagou pra mim (v. 24).
Assinale a alternativa em que a alteração do verso acima tenha sido feita de acordo com a
norma culta. Não leve em conta possível alteração de sentido.
(A)
Que Vossa Excelência pagou pra mim.
(B)
Que vós pagaste pra mim.
(C)
Que Vossa Senhoria pagastes pra mim.
(D)
Que tu pagastes pra mim.
(E)
Que tu pagáreis pra mim.
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Respostas comentadas
01. Resposta: D
Estão corretos os itens I e II.
Item I: correto – “Nas empresas transnacionais, políticas de criminal compliance
devem ser pensadas em adequação às diferentes legislações que podem ser adotadas nos
diversos países em que atuam.”
De acordo com o texto, políticas de criminal compliance devem adequar-se às diferentes
legislações que podem ser adotadas nos diversos países em que atuam: “terão que abranger
as práticas administrativas de suas congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar
respingos de responsabilização em sua matriz”.
Item II: correto – “Para evitar que bens juridicamente tutelados sejam atingidos, o
direito penal vem se aproximando cada vez mais do direito administrativo”.
Segundo o texto, o direito penal vem se aproximando cada vez mais do direito administrativo
para que se evite que bens juridicamente tutelados sejam atingidos: ”Na atualidade, o direito penal
tem assumido uma função muito próxima do direito administrativo, isto é, vêm-se incriminando,
cada vez mais, os descumprimentos das normas regulatórias estatais, como forma de reforçar a
necessidade de prevenção de riscos a bens juridicamente tutelados” (grifos do autor).
Item III: errado – No tocante ao modelo de criminal compliance adotado hoje no
Brasil, percebe-se a nítida influência da reforma do Código Penal espanhol.
Diferentemente do que se afirma neste item, o modelo de criminal compliance adotado hoje no
Brasil não pode ter recebido nítida influência da reforma do Código Penal espanhol, visto que no Brasil
existem “regras de criminal compliance previstas na Lei dos Crimes de Lavagem de Dinheiro – Lei nº
9.613, de 3 de março de 1988 –, anteriores à reforma do Código Penal espanhol” (grifos do autor).
02. Resposta: C
(C)
Item certo – “O sexto parágrafo do texto, quanto à sua tipologia e à sua função
discursiva em relação ao texto como um todo, mantém maior aproximação com o
oitavo parágrafo”.
No sexto parágrafo, o autor declara que existe “a submissão ou a obediência a diversas
obrigações impostas às empresas privadas, por meio da implementação de políticas e
procedimentos gerenciais adequados, com a finalidade de detectar e gerir os riscos da
atividade da empresa”. A expressão “Assim sendo”, que inicia o oitavo parágrafo, dá
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continuidade ao sexto, concluindo a ideia do que é compliance: “Assim sendo, criminal
compliance pode ser compreendido como prática sistemática de controles internos com vistas a
dar cumprimento às normas e deveres ínsitos a cada atividade econômica, objetivando
prevenir possibilidades de responsabilização penal decorrente da prática dos atos normais de
gestão empresarial”.
03. Resposta: C
(A) Item certo – seus – das empresas.
Substituição: “(...) no âmbito das empresas (...) decorrerá também de ajustamentos de
postura administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização penal da
pessoa jurídica em seus países de origem” = (...) no âmbito das empresas (...) decorrerá
também de ajustamentos de postura administrativa decorrentes da adoção de critérios de
responsabilização penal da pessoa jurídica nos países das empresas de origem.”
(B) Item certo – a – Lei nº 9.605.
Substituição: “(...) muito em razão das inúmeras deficiências de técnica legislativa
encontradas na Lei nº 9.605, de 1998, que a tornam quase que inaplicável neste âmbito” =
(...) muito em razão das inúmeras deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei nº
9.605, de 1998, que tornam a Lei nº 9.605 quase que inaplicável neste âmbito.
(C)
Item errado – “A alternativa em que se tenha indicado INCORRETAMENTE a
relação entre vocábulo e o termo a que ele se refere é”: dela – da tendência políticocriminal.
O termo “dela” não retoma “tendência político-criminal”, mas, sim, “realidade legal”.
Observemos a substituição: “Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que dela se
pode inferir” = Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que se pode inferir dessa
realidade legal.
(D)
Item certo – sua – das empresas.
Substituição: “É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas –
principalmente, as transnacionais
–, decorrerá
também
de
ajustamentos de
postura
administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização penal da pessoa
jurídica em seus países de origem. Tais mudanças, inevitavelmente, terão que abranger as
práticas administrativas de suas congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar respingos
de responsabilização em sua matriz.” = (...) a fim de evitar respingos de responsabilização na
matriz das empresas.
(E) Item certo – delas – das atividades sociais.
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Substituição: “(...) trouxe, no artigo 31 bis, não só a possibilidade de responsabilização
penal da pessoa jurídica (por delitos que sejam cometidos no exercício de suas atividades
sociais, ou por conta, nome, ou em proveito delas) (...)” = trouxe, no artigo 31 bis, não só a
possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica (por delitos que sejam cometidos
no exercício de suas atividades sociais, ou por conta, nome, ou em proveito das atividades
sociais).
04. Resposta: D
(D)
Item certo – “Por ínsitos (l. 77), NÃO se pode entender adventícios.”
Dentre os vários sinônimos de “ínsitos”, destacamos: “inerentes”, “peculiares”, “típicos”,
característicos”. Observemos que o adjetivo “adventícios”, cujo significado, de acordo com o
Dicionário eletrônico Houaiss, é “que ocorre inesperadamente”, “casual”, “imprevisto”, não se
aproxima semanticamente de “ínsitos”.
05. Resposta: D
(D)
Item certo – “A palavra „sujeitas‟ exerce, no texto, função sintática de
predicativo do sujeito.”
Trecho em que se encontra o adjetivo “sujeitas”: “as matrizes das empresas transnacionais
que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem”.
Em “que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem”, temos um predicado
verbo-nominal, pois possui dois núcleos (“operam” {verbo intransitivo}, que expressa uma
ação praticada pelo sujeito “que”, cujo referente é “as matrizes das empresas transnacionais”,
e “sujeitas” {predicativo do sujeito}, que indica um atributo do sujeito. Observemos que
podemos desdobrar o predicado verbo-nominal em dois predicados – um verbal e um nominal:
Predicado verbal: que aqui operam (= as matrizes das empresas transnacionais aqui
operam); sujeito: que (= as matrizes das empresas transnacionais); núcleo do predicado:
operam; adjunto adverbial de lugar: aqui.
Predicado nominal: que (= as matrizes das empresas transnacionais) estão sujeitas
às normas de seus países de origem; sujeito: que (= as matrizes das empresas
transnacionais); verbo de ligação: está; núcleo do predicativo do sujeito: sujeitas;
complemento nominal: às normas de seus países de origem.
Predicativo 1
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Predicativo – é o núcleo do predicado nomi-nal. É termo que indica um atributo (uma
qualidade, estado ou uma característica) ao sujeito ou ao objeto. Pode ser representado por
adjetivos, locuções adjetivas, substantivos, numerais, pronomes ou orações.
O menino está triste. (Triste – adjetivo = predicativo do sujeito “O menino”.)
Você está com fome. (Com fome – locução adjetiva = predicativo do sujeito “Você”.)
Consideram-me o chefe. (Chefe – substantivo = predicativo do objeto direto “me”.)
Vocês são dois. (Dois – numeral = predicativo do sujeito “Vocês”.)
A vida é isso. (Isso – pronome = predicativo do sujeito “A vida”.)
Meu desejo é que sejas feliz. (Que sejas feliz – oração = predicativo do sujeito “Meu
desejo”.)
Predicativo do sujeito – refere-se ao su-jeito (Se o verbo for de ligação ou
in-transitivo.)
Ela parece feliz. (Feliz = predicativo do sujeito; parece = verbo de ligação.)
Ela andava pelas ruas preocupada. (Preo-cupada = predicativo do sujeito; andava
=verbo intransitivo.)
Predicativo do objeto – refere-se ao ob-jeto (se o verbo for transitivo.)
Todos o consideravam inteligente (Inteli-gente = predicativo do objeto; considera-vam =
verbo transitivo direto.)
Tipos de predicado
Predicado verbal – é aquele cujo núcleo é um verbo de caráter significativo.
O professor corrigiu as provas.
João fez uma boa prova.
Predicado nominal – é aquele cujo núcleo é um nome (substantivo, adjetivo ou
pro-nome), ligado ao sujeito por um verbo de ligação. O núcleo do predicado chama-se
predicativo do sujeito (termo que dá qua-lidade ou estado ao sujeito).
Predicado verbo-nominal – é aquele constituído de dois núcleos: um verbo
significativo e um nome (predicativo).
O mar rugia agitado.
rugia: verbo significativo
agitado: nome (predicativo)
rugia agitado: predicado verbo-nominal
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06. Resposta: A
(A)
Item certo – “A palavra que, no texto, NÃO tem valor adverbial é „mais‟”.
Na oração “discussões sobre a ampliação legal do rol das possibilidades desse tipo de
responsabilização penal ganhem cada vez mais espaço no Brasil”, o termo “mais”, como se
refere ao substantivo “espaço”, é pronome adjetivo indefinido.
Observação: algumas palavras podem ser pronomes indefinidos ou advérbios. Serão
pronomes indefinidos caso se refiram a substantivos e advérbios de intensidade quando se
referem a verbos ou adjetivos. Eis algumas dessas pala-vras: mais, menos, muito, pouco,
bastante, tanto, quanto etc. Como advérbios, as pala-vras são invariáveis.2
Pronome
Comprei muitos livros, poucas revistas, bastantes canetas.
Faça mais deveres e menos brincadeiras.
Quantos dias passamos juntos!
Tanto trabalho para nada.
Advérbio
Trabalho muito ou pouco.
Durma menos e trabalhe bastante.
Estude mais.
Você é muito inteligente.
Saiba quanto custou o livro.
Não brinque tanto.
(B) Item certo – bastante.
O vocábulo “bastante”, na oração “a adoção, na prática, dessa possibilidade vem se
dando de forma bastante tímida”, é um advérbio, pois modifica o sentido do adjetivo “tímida”.
(C)
Item certo – penal.
Na oração “sob pena de serem responsabilizadas penal e administrativamente”, a palavra
“penal”, equivalente a “penalmente”, assim como “administrativamente”, é advérbio, uma vez
que modifica o verbo.
(D)
Item certo – só.
Vejamos o trecho em que se insere o vocábulo “só”: Dessa realidade legal e da tendência
político-criminal que dela se pode inferir, ganham importância, no espectro de preocupação
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não só das empresas estrangeiras situadas no Brasil, mas também das próprias empresas
nacionais, as práticas de criminal compliance.
O termo “só”, no texto”, faz parte da locução conjuntiva aditiva “não só... mas também”.
Mas a questão pede que analisemos unicamente o termo “só”, que, para alguns estudiosos, é
palavra denotativa de exclusão; para outros, advérbio. Vejamos o que diz o dicionário
eletrônico Houaiss:
“6. advérbio
apenas, somente, unicamente
Ex.: da vida só quer saúde”
Observação: na análise morfológica, devemos prestar atenção ao que se pede.
Exemplos:
Você saiu de noite. (A expressão “de noite” é locução adverbial; os termos que fazem
parte dessa locução são, respectivamente, preposição e substantivo.)
Gosto da vida da noite. (A expressão “da noite” é locução adjetiva; os termos que fazem
parte dessa locução são, respectivamente, preposição e substantivo.)
(E) Item certo – antes.
Na oração “que pretendem implementar, o quanto antes, práticas administrativas”, o
termo “antes” é um advérbio porque modifica o sentido do verbo “implementar”.
07. Resposta: A
Basicamente, o sentido de todas as frases é o mesmo: os conectivos “Porém” (trecho
original), “no entanto” (alternativa A), “Entretanto” (alternativa B), “contudo” (alternativa
C), “Todavia” (alternativa D) e “Contudo” (alternativa E) são adversativos.
(A) Item certo – A alteração do período que manteve a adequação quanto ao seu
sentido original e correção quanto à pontuação é: “Sofrendo o Brasil, no entanto, os
influxos de modelos legislativos estrangeiros – assim como estando as matrizes das
empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de seus países de
origem –, não tardará para que as práticas que envolvem o criminal compliance
sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia”.
Quanto à pontuação, as alterações não provocaram erro, como veremos a seguir. O
conectivo “no entanto” está deslocado, por isso fica obrigatoriamente entre vírgulas. Em
relação ao trecho “assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui
operam sujeitas às normas de seus países de origem”, que no texto original está entre
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vírgulas, agora ficou entre travessões, o que é correto; a vírgula depois do segundo
travessão é obrigatória, pois a oração principal – “não tardará (...)” está posposta à
principal.
Observemos que depois de “origem”, a vírgula possui duas funções – fazer dupla com a
que antecede o “assim”, demarcando a oração “assim como estando as matrizes das
empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem” e
separando as orações adverbiais antecipadas em relação à principal. Quando isso acontece
– o fato de a vírgula possuir duas funções –, a vírgula deverá vir imediatamente depois do
segundo travessão. O mesmo acontece quando as vírgulas são substituídas por
parênteses:
“Sofrendo o Brasil, no entanto, os influxos de modelos legislativos estrangeiros (assim
como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às
normas de seus países de origem), não tardará para que as práticas que envolvem o
criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia.”
(B)
Item errado – “Entretanto, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos
estrangeiros, – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui
operam sujeitas às normas de seus países de origem – não tardará para que as
práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros
segmentos da economia.”
Como dissemos na alternativa anterior, a vírgula deveria vir depois do segundo travessão,
e não depois do primeiro. A propósito, a vírgula depois de “Entretanto”, correta, é
facultativa.
(C)
Item errado – “Sofrendo, contudo, o Brasil os influxos de modelos legislativos
estrangeiros – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui
operam sujeitas às normas de seus países de origem – não tardará para que as
práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros
segmentos da economia.”
Faltou uma vírgula depois do segundo travessão.
(D)
Item errado – “Todavia, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos
estrangeiros, – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui
operam sujeitas às normas de seus países de origem –, não tardará para que as
práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros
segmentos da economia.”
O correto é suprimir a vírgula antes do primeiro travessão.
(E)
Item errado – “Contudo, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos
estrangeiros – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui
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operam sujeitas às normas de seus países de origem, não tardará para que as práticas
que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da
economia.”
Ou se coloca um travessão e uma vírgula depois de “origem”, como foi feito na alternativa
A, ou se troca o travessão, que está antes de “assim”, por vírgula, fazendo dupla com a
vírgula que vem depois de “origem”.
08. Resposta: E
(E)
Item certo – Em “Trata-se...”, o “se” classifica-se como indeterminador do
sujeito.
Como o verbo “tratar” está empregado como transitivo indireto, o “se” é índice de
indeterminação do sujeito.
Índice de indeterminação do sujeito 3
É usado com verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos, verbos transitivos diretos
preposicionados e verbos de ligação. Serve para indeterminar o sujeito. Neste caso, o verbo
fica sempre na 3ª pessoa do singular.
Necessita-se de livros. {Verbo transitivo indireto} (Quem necessita? Resposta: Não
sabemos – sujeito indeterminado.)
Estuda-se aqui {Verbo intransitivo} (Quem estuda? – Resposta: Não sabemos – sujeito
indeterminado.)
É-se feliz aqui. (Quem é feliz? – Resposta: Não sabemos – sujeito indeterminado.)
Bebeu-se do vinho. (Quem bebeu do vinho? – Resposta: Não sabemos – sujeito
indeterminado.)
Observação: veja que não é possível passar esses verbos para a voz passiva analítica.
Resumo: índice de indeterminação do sujeito: VTI + SE, ou VI + SE, ou V ligação + SE.
09. Resposta: C
(A)
Item certo – “No Brasil, por exemplo, haverá regras de criminal compliance.”
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Justificativa: empregado com o sentido de “existir”, o verbo “haver” é impessoal (não tem
sujeito) e não se flexiona (fica sempre na terceira pessoa do singular).
(B)
Item certo – “No Brasil, por exemplo, deve haver regras de criminal
compliance.”
Justificativa: nas formas compostas, o verbo “haver” transmite a sua impessoalidade ao
verbo auxiliar.
(C)
Item errado – No Brasil, por exemplo, há de existir regras de criminal
compliance.
Justificativa: a alteração do trecho que provocou INADEQUAÇÃO quanto à norma culta.
Como o verbo “haver”, equivalente a “ter”, é auxiliar de “existir”, deve flexionar-se,
concordando com o sujeito “regras de criminal compliance”. Correção:
No Brasil, por exemplo, hão (= têm) de existir regras de criminal compliance.
(D)
Item certo – “No Brasil, por exemplo, devem existir regras de criminal
compliance.”
Justificativa: Ao contrário de “haver”, o verbo “existir” é pessoal e se flexiona,
concordando com o sujeito (sujeito: “regras de criminal compliance”).
(E)
Item certo – “No Brasil, por exemplo, poderão existir regras de criminal
compliance.”
Justificativa: sujeito: “regras de criminal compliance.”
10. Resposta: B
No enunciado, o termo “à obrigação” funciona como objeto indireto.
Análise: na oração “que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas (...) à obrigação (...)”, o
verbo “sujeitar” é transitivo direto e indireto (quem sujeita, sujeita alguém {= as pessoas
físicas e jurídicas > objeto direto} a algo {= à obrigação > objeto indireto}).
(A)
Item errado – às normas.
Na oração “que aqui operam sujeitas às normas”, o termo “às normas” é complemento
nominal, pois completa o sentido do adjetivo “sujeitas”.
(B)
Item certo – O termo que, no texto, desempenha função sintática idêntica à de “à
obrigação” – objeto indireto – é “de ajustamentos”.
Em “a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas (...) decorrerá também
de ajustamentos”, o verbo “decorrer” é transitivo indireto (decorrerá de quê? Resposta: de
ajustamentos = objeto indireto).
(C)
Item errado – a diversas obrigações.
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Na oração “Tem-se, grosso modo, por compliance a submissão ou a obediência a diversas
obrigações”, o termo “a diversas obrigações” é complemento nominal, em virtude de
completar o sentido dos substantivos abstratos “submissão” e “obediência”. Observemos que a
expressão “a diversas obrigações” é paciente, isto é, corresponde ao sujeito da voz passiva (a
submissão ou a obediência a diversas obrigações = diversas obrigações são submetidas ou
obedecidas).
(D)
Item errado – da adoção.
Em “decorrerá também de ajustamentos de postura administrativa decorrentes da
adoção”, “da adoção” é complemento nominal, visto que completa o sentido do adjetivo
“decorrentes”.
(E)
Item errado – dessa possibilidade.
Na oração “a adoção, na prática, dessa possibilidade vem se dando de forma bastante
tímida”, o termo “dessa possibilidade” é complemento nominal do substantivo abstrato
“adoção”. Notemos que a expressão “dessa possibilidade” é paciente, isto é, corresponde ao
sujeito da voz passiva (a adoção dessa possibilidade = essa possibilidade é adotada).
11. Resposta: A
(A)
Item certo – A alternativa em que o elemento “in-” tem valor idêntico ao de
“insuflados” é “influxos”.
Em “insuflados” e “influxos”, o prefixo “in” indica “movimento para dentro”.
(B)
Item errado – intermediação.
Em “intermediação”, o prefixo “in-” indica “reciprocidade”.
(C)
Item errado – inaplicável.
O prefixo “in-”, inaplicável, exprime “negação”.
(D)
Item errado – inúmeras.
No vocábulo “inúmeras”, o prefixo “in-” expressa “negação”.
(E)
Item errado – inferir.
Na palavra “inferir”, o prefixo “in” indica “posição inferior”. Notemos que o prefixo não dá
ideia de movimento.
12. Resposta: E
Todas as afirmativas estão corretas.
Para efeito didático, vamos numerar as orações.
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(1) “Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal trouxe, no artigo
31 bis, não só a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica” – oração
coordenada assindética aditiva em relação à (2).
(2) “mas também estabelece regras” – oração coordenada sindética em relação à (1).
(3) “que atende diretivas da União Europeia sobre o tema” – oração subordinada adjetiva
explicativa. A oração explica o sentido do termo “Código Penal”.
(4) “(por delitos) que sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por conta,
nome, ou em proveito dela” – oração subordinada adjetiva restritiva. A oração restringe o
sentido do termo “delitos”.
(5) “de como essa responsabilização será aferida nos casos concretos” – oração
substantiva completiva nominal. Notemos que a oração poderia ser substituída por
“disso”, e completa o sentido do vocábulo “regras”, presente na oração (2).
(6) “ela será aplicável [...], em função da inoperância de controles empresariais, sobre
atividades” – oração intercalada.
(7) “desempenhadas pelas pessoas físicas” – oração subordinada adjetiva restritiva,
reduzida de particípio. A oração restringe o significado do substantivo “atividades”,
presente na (6).
(8) “que as dirigem” – oração subordinada adjetiva restritiva. A oração restringe o
significado do substantivo “atividades”, presente na (6).
(9) “ou que agem em seu nome” – oração coordenada alternativa em relação em relação à
(8), e subordinada adjetiva restritiva. A oração restringe o significado do substantivo
“atividades”, presente na (6).
Item I: correto – “Há uma oração coordenada sindética aditiva e uma oração
coordenada sindética alternativa.”
Justificativa: a oração “mas também estabelece regras” é coordenada sindética aditiva
em relação à (1); a oração “ou que agem em seu nome” – oração coordenada alternativa em
relação em relação à anterior – a (8).
Item II: correto – “Há três orações na voz passiva, mas somente uma com agente da
passiva explícito.”
Justificativa:
orações
na
voz
passiva
sem
sujeito
explícito:
“de
como
essa
responsabilização será aferida nos casos concretos” – voz passiva analítica (verbo “ser” {será}
+ particípio {aferida}); / “que sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por
conta, nome, ou em proveito delas” – voz passiva analítica (verbo “ser” {sejam} + particípio
{cometidos}).
Oração na voz passiva com sujeito explícito: “desempenhadas pelas pessoas físicas” –
voz passiva analítica (verbo “ser” subentendido + particípio {desempenhadas}). Aqui, ao
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contrário do que se observa nas orações anteriormente analisadas, o agente da passiva
está explícito: pelas pessoas físicas.
Item III: correto – “Há quatro orações subordinadas adjetivas desenvolvidas e uma
oração subordinada adjetiva reduzida.”
Justificativa: Orações adjetivas desenvolvidas (o verbo está no modo indicativo): (3) “que
atende diretivas da União Europeia sobre o tema”, (4) “que sejam cometidos no exercício de
suas atividades sociais, ou por conta, nome, ou em proveito dela”, (8) “que as dirigem”, (9) “que
agem em seu nome”.
Orações adjetivas desenvolvidas (o verbo está no particípio): (7) “desempenhadas pelas
pessoas físicas”.
13. Resposta: B
(B)
Item certo – As ocorrências da palavra “que” classificam-se, respectivamente,
como “conjunção integrante e preposição”.
Em “É certo que a mudança do enfoque sobre o tema...”, o vocábulo “que” é conjunção
integrante, uma vez que inicia uma oração substantiva. A conjunção será integrante
quando “que” + oração = isso (É certo que a mudança do enfoque sobre o tema... = É
certo isso).
Na
oração
“Tais
mudanças,
inevitavelmente,
terão
que
abranger
as
práticas
administrativas...”, o vocábulo “que”, equivalente a “de”, é preposição (terão que
abranger = terão de abranger). Geralmente, a preposição “que” vem no meio de locuções
verbais formadas pelos verbos “ter” e “haver” + infinitivo. Exemplos: Tenho que (= de)
estudar. / Há pouco que (= para) estudar.
14. Resposta: B
Estão corretos os itens II e III.
Item I: errado – “Associando texto e imagem, é correto afirmar que o uso da ironia é a
chave para o entendimento do quadrinho.”
A expressão facial do homem não nos permite inferir que haja ironia.
Item II: correto – “Na fala do homem, o humor reside em um trocadilho com relação à
fala da mulher.”
A graça reside no trocadilho com vocábulo “sedentário”, que o homem associou à “sede”.
Item III: correto – “Não há elementos textuais que indiquem ser possível afirmar com
certeza se o homem entendeu ou não a mensagem da mulher.”
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15. Resposta: C
Todas as afirmativas estão corretas.
Item I: correto – “Ao passar parte da fala do homem para o discurso indireto, ficaria
correta a frase „O homem pediu à mulher que trouxesse um copo de água bem gelada para
ele‟”.
Está correta a transposição da fala do homem para o discurso indireto. Observemos que
no enunciado se afirma sobre “passar parte da fala do homem para o discurso indireto”, e não
de modo integral.
Item II: correto – “Na fala da mulher, ficaria correto substituir devia por deveria.”
Para exprimir nossa desejo, mas de maneira cortês, costuma-se usar indiferentemente “devia”
(pretérito imperfeito) ou “deveria” (futuro do pretérito).
Item III: correto – “Há marcas linguísticas na fala do homem que caracterizam o
registro coloquial.”
“Registro coloquial”, de acordo com o dicionário eletrônico Houaiss,é “variante da língua
falada usada em situações informais ou de pouca formalidade”. A expressão “Tá bom” é uma
marca coloquial.
16. Resposta: E
Conjugação dos verbos envolvidos nesta questão:
Futuro do subjuntivo de “voltar”: eu voltar, tu voltares, ele voltar, nós voltarmos, vós voltardes,
eles voltarem.
Imperativo afirmativo de “trazer”: traze (tu), traz (tu), traga (você), trazei (vós), tragam
(vocês).
Imperativo negativo de “trazer”: não tragas (tu), não traga (você), não tragamos (nós),
não tragais (vós), não tragam (você).
(A)
Item certo – “Quando tu voltares, traz um copo de água bem gelada para
mim!”
A segunda pessoa do singular do futuro do subjuntivo é “voltares”; a do imperativo
afirmativo é “traz” ou “traze”.
(B)
Item certo – “Quando vós voltardes, trazei um copo de água bem gelada para
mim!”
A segunda pessoa do plural do futuro do subjuntivo é “voltardes”; a do imperativo
afirmativo, “trazei”.
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(C)
Item certo – “Quando tu voltares, não tragas um copo de água bem gelada
para mim!”
A segunda pessoa do singular do futuro do subjuntivo é “voltares”; a do imperativo
negativo é “tragas”.
(D)
Item certo – “Quando vós voltardes, não tragais um copo de água bem gelada
para mim!”
A segunda pessoa do plural do futuro do subjuntivo é “voltardes”; a do imperativo
negativo é “tragais”.
(D)
Item errado – “A alternativa em que a alteração da fala do homem do
quadrinho NÃO tenha sido feita com adequação à norma culta é: “Quando vós
voltardes, não trazeis um copo de água bem gelada para mim!”
A forma verbal “voltardes” está correta; o erro está no emprego do imperativo negativo.
Correção: “Quando vós voltardes, não tragais um copo de água bem gelada para mim!”
17. Resposta: E
A questão pede apenas que observemos se os versos alterados obedecem à norma culta,
portanto não temos necessidade de analisar os versos originais.
(A)
Item errado – “Nosso amor de que eu não esqueço.”
Correção: “Nosso amor de que eu não me esqueço.” Ou: “Nosso amor que eu não
esqueço.”
Justificativa: o verbo “esquecer” é transitivo direto (quem esquece, esquece algo); quando
pronominal, o verbo é transitivo indireto, com preposição “de” (quem se esquece, esquece-se
de algo).
(B)
Item errado – “Que você lhe encontre.”
Correção: “Que você o encontre.”
Justificativa: o verbo “encontrar” é transitivo direto (quem encontra, encontra algo ou
alguém), portanto o objeto direto é “o”, e não “lhe”.
(C)
Item errado – “Diga que você adora-me.”
Correção: “Diga que você me adora.”
Justificativa: o vocábulo “que”, conjunção subordinativa integrante, é fator de próclise, por
isso o pronome terá de vir antes do verbo.
(D)
Item errado – “Às pessoas que não gosto.”
Correção: “Às pessoas de quem (ou das quais) não gosto.”
Justificativa: o verbo “gostar”, transitivo indireto, exige a preposição “de” (quem gosta,
gosta de alguém).
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(E)
Item certo – “A alternativa em que a alteração do verso da canção tenha sido
feito com adequação à norma culta é: Por que você optou para mim.”
O verso “Por que você optou para mim”, substituindo “Que você pagou pra mim”,
completaria corretamente o sentido do verso anterior: “Que eu não mereço a comida/ Que
você optou para mim.” Observemos que “optar” pede preposição “por”, e o pronome relativo
“que” retoma “a comida”. Ordem direta: “Você optou por que (ou pela qual) para mim”. =
Você optou “por que”, e não “para mim”.
18. Resposta: B
Estão corretos os itens II e III.
Item I: errado – “É possível inferir pela leitura da composição que se trata do último
desejo da vida de um dos amantes.”
Pela leitura do poema, não podemos inferir que se trata do último desejo da vida de um
dos amantes. Aliás, analisando os versos “Às pessoas que eu detesto / Diga sempre que eu
não presto / Que meu lar é o botequim”, poderíamos inferir que o eu-lírico continuará vivo. Na
verdade, o que se percebe é que se trata do último desejo do emissor em relação à amada.
Item II: correto – “Não é possível identificar textualmente se a voz que fala na
composição é masculina ou feminina.”
No poema, não há pistas que nos levem a identificar se a voz que fala na composição é
masculina ou feminina.
Item III: correto – “O último desejo é constituído por dois pedidos.”
Um dos amantes pede que a pessoa amada fale sobre ele de duas maneiras: a primeira,
em forma de elogio ao amante (“Se alguma pessoa amiga pedir / Que você lhe diga / Se você
me quer ou não / Diga que você me adora / Que você lamenta e chora / A nossa separação”);
a segunda, em forma de crítica ao comportamento do amante (“Às pessoas que eu detesto /
Diga sempre que eu não presto / Que eu arruinei sua vida / Que eu não mereço a comida /
Que você pagou pra mim”).
19. Resposta: D
(D)
Item certo – “No trecho em análise há sete pronomes e quatro conjunções.”
Pronomes: Diga que você {1} (pronome de tratamento) me {2} (pronome pessoal oblíquo)
adora / Que você {3} (pronome de tratamento) lamenta e chora / A nossa {4} (pronome
possessivo) separação / Às pessoas que {5} (pronome relativo) eu {6} (pronome pessoal
de caso reto) detesto / Diga sempre que eu {7} (pronome pessoal de caso reto) não presto.
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Conjunções: Diga que {1} (conjunção integrante) você me adora / Que {2} (conjunção
integrante) você lamenta e {3} (conjunção coordenativa aditiva) chora / A nossa
separação / Às pessoas que eu detesto / Diga sempre que {4} (conjunção integrante) eu
não presto.
20. Resposta: A
A questão pede que se analise somente a alteração feita em relação ao pronome e sua
concordância, portanto o termo “pra”, coloquial, está fora de análise.
(A)
Item certo – A alternativa em que a alteração desse verso tenha sido feita de
acordo com a norma culta é: “Que Vossa Excelência pagou pra mim.”
Justificativa: usa-se “Vossa Excelência” quando nos dirigimos diretamente ao interlocutor
(“Sua Excelência” é empregado quando falamos da pessoa.); a forma verbal (“pagou”) fica
obrigatoriamente na terceira pessoa – está no singular porque o pronome também está no singular.
(B)
Item errado – “Que vós pagaste pra mim.”
Correção: “Que vós pagastes pra mim.”
(C)
Item errado – “Que Vossa Senhoria pagastes pra mim.”
Correção: “Que Vossa Senhoria pagou pra mim.”
(D)
Item errado – “Que tu pagastes pra mim.”
Correção: “Que tu pagaste pra mim.”
(E)
Item errado – “Que tu pagáreis pra mim.”
Correção: “Que tu pagarás pra mim.”
Rua das Marrecas, 15 – Centro – CEP 20031-120. Rio de Janeiro – RJ. Telefax: (21) 2544-3752/2544-9202
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