LINK para - Escola de Saúde Pública do Ceará

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ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ – ESP/CE
ANAIS
VI EXPOESP: COMPARTILHANDO APRENDIZAGEM
V MOSTRA DE SABERES DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE
RESIDÊNCIAS EM SAÚDE: I MOSTRA DE RESIDÊNCIAS
MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE DO CEARÁ
17 A 19 DE AGOSTO DE 2016
FORTALEZA
2016
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Equipe de Elaboração dos ANAIS da VI EXPOESP
Organizadoras
Ana Mattos Brito de Almeida
Alice Maria Correia Pequeno Marinho
Rejane Pereira da Silva
José Osmar Vasconcelos Filho
Kariane Gomes Cesario
Maria Verônica Sales da Silva
Nádia Maria Girão Saraiva de Almeida
Radene Severiano Fortaleza de Aquino
Formatação
Carlos Sawaki
Ficha Catalográfica Elaborada por:
Maria Helena Carvalhedo Farias e João Araújo Santiago Martins
E74a
Exposição da Escola de Saúde Pública do Ceará –
EXPOESP (6., 2016: Fortaleza, CE).
Anais da VI EXPOESP: Compartilhando Aprendizagem / V Mostra
de Saberes da Educação Profissional em Saúde; I Mostra de
Residências Multiprofissionais em Saúde do Ceará / Organizadora,
Ana Mattos Brito de Almeida. – Fortaleza: Escola de Saúde Pública do
Ceará, 2016.
Evento realizado de 17 a 19 de agosto de 2016
ISBN: 978-85-88124-15-8
216 p.
1. Saúde Pública. 2. Residência em Saúde. 3. Educação Permanente.
4. Almeida, Ana Mattos Brito de, et al. I. Título.
CDD: 614
3
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ-BRASIL
Camilo Sobreira de Santana
Governador
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Vice-Governadora
SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ
Henrique Jorge Javi de Sousa
Secretário
Marcos Antônio Gadelha Maia
Secretário Adjunto
Lilian Alves Amorim Beltrão
Secretária Executiva
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ
Salustiano Gomes de Pinho Pessoa
Superintendente
SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ
Henrique Jorge Javi de Sousa
Secretário
Marcos Antônio Gadelha Maia
Secretário Adjunto
Francisco Ivan Rodrigues Mendes Júnior
Coordenador COPAS
Lilian Alves Amorim Beltrão
Secretária Executiva
Fernanda França Cabral
Coordenador COASF
Maria de Fátima Nepomuceno Nogueira
Assessoria jurídica
Moacir Tavares Martins Filho
Coordenador CORES
Cristiane Guilherme Bonfim
Assessora de Comunicação e Informação
Maria Áurea Pinheiro de Oliveira
Coordenador CGTES
Ismael Sousa Maia
Coordenador COAFI
Márcio Henrique de Oliveira Garcia
Coordenador COPROM
Ana Lúcia da Costa Mello
Presidente CESAU
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ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ
Salustiano Gomes de Pinho Pessoa
Superintendente
Clara de Assis Alves
Diretora Administrativo-financeira
Anamaria Cavalcante e Silva
Diretora de Pós-Graduação em Saúde
Ana Mattos Brito de Almeida
Supervisora do Centro de Investigação Científica
Maria de Fátima Façanha Elias Reis
Supervisora do Centro de Educação Permanente em Atenção à Saúde
Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro
Supervisor do Centro de Educação Permanente em Gestão em Saúde
Olga Maria de Alencar
Supervisora do Centro de Educação Permanente em Vigilância em Saúde
Germana Glória de Castro Portela e Silva
Procuradora Jurídica
Maria de Marilac Coelho Rocha
Assessoria de Desenvolvimento Institucional
Amanda Cavalcante Frota
Supervisora do Centro de Extensão em Saúde
Sílvia Melo Cunha
Supervisora do Centro de Residência em Saúde
Maria Helena Carvalhêdo Farias
Supervisora do Centro de Documentação e Biblioteca
José Batista Cisne Tomaz
Supervisor do Centro de Desenvolvimento Educacional em Saúde
Caio Garcia Correia Sá Cavalcanti
Diretor de Educação Profissional em Saúde
Irlene Alves Rodrigues
Supervisora do Núcleo de Tecnologia da Informação e Comunicação
Glauco Denis de Oliveira Bastos
Ouvidor
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VI EXPOESP
Na busca de oportunizar um espaço para divulgação e troca de experiências da produção técnica e científica
de estudantes, dos gestores em saúde, do seu corpo técnico e dos profissionais e pesquisadores de diversas
instituições de ensino e pesquisa e da rede de atenção à saúde do Ceará e do Brasil, a ESP/CE vem, desde
2005, realizando a EXPOESP.
A EXPOESP é um evento científico relevante para os trabalhadores da saúde que tem por objetivo promover
o debate e a disseminação de saberes acerca da formação e educação permanente para o SUS, utilizando
diversas estratégias de divulgação do conhecimento como conferências, painéis, mesas redondas e
apresentação de temas livres.
Em 2016 realizamos a VI EXPOESP: Compartilhando Aprendizagem, nos dias 17, 18 e 19 de agosto. Na
ocasião além de se discutir temas atuais e de relevância para a saúde, foram apresentados trabalhos
científicos e relatos de experiências, oportunizando a troca de saberes e trabalhos exitosos dos
trabalhadores da saúde do Estado do Ceará.
O evento congregou dois importantes, a V Mostra de Saberes da Educação Profissional da ESP/CE e I
Mostra de Residências Multiprofissionais em Saúde. Além disso, contou com uma Feira Cultural que durante
todos os dias fomentou a magia e poder da arte, do belo, da mistura e da diversidade de saberes.
A VI EXPOESP contou com a participação de 458 profissionais e estudantes, que tiveram à sua disposição
uma programação bastante diversificada. Nesse cenário estiveram conosco 84 profissionais de diversas ins tituições do país, sendo 10 convidados de outros estados que atuaram como conferencistas, expositores de
mesas redondas e palestrantes.
Além das mesas redondas, palestras e conferencias, foram submetidos 458 trabalhos, dos quais 274 aprovados, sendo 148 na modalidade Pesquisa em Saúde e 310 em Relato de Experiência, nas seguintes linhas te máticas: Assistência Farmacêutica; Atenção integral à Saúde do SUS; Ciência, Tecnologia e Inovação em
saúde; Formação e Educação Permanente e Gestão do Trabalho em Saúde; Participação e Controle Social
no SUS; Planejamento, Gestão e Gerenciamento dos Serviços em Saúde; Redes de Atenção à saúde; Resi dência Médica e Multiprofissional em Saúde; Vigilância em Saúde.
Outra novidade que merece destaque foi a concepção do Sistema de Administração de Eventos Científicos
(SAEC), utilizado pioneiramente para a VI EXPOESP, uma parceria entre os setores Centro de Investigação
Científica (CENIC) e Núcleo de Tecnologia da Informação e Comunicação (NUTIC). O uso do sistema foi
fundamental para dar maior segurança e celeridade às atividades desenvolvidas durante todo o evento. Por
ser desenvolvido e mantido pela própria ESP-CE, o sistema pode ser ampliado, modificado e administrado, de
acordo com as necessidades da Instituição. A experiência no evento consolidou sua robustez, abrangência,
qualidade, transparência e versatilidade, tornando assim mais uma excelente ferramenta de administração de
eventos científicos e colocando a ESP-CE em igualdade com outras instituições de administração de eventos
científicos.
O evento foi pensado e organizado por muitas mãos e, certamante por isso, foi tão rico. Com muito orgulho
de todos que fizeram parte deste momento, agradecemos a esperamos que as oportunidades de trocas de
saberes possam ser semeadas por todos.
Salustiano Gomes de Pinho Pessoa
Presidente da VI EXPOESP
Ana Mattos Brito de Almeida
Coordenadora da VI EXPOESP
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V MOSTRA DE SABERES DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DA ESP
Diante do novo cenário, no qual a educação está voltada para aprendizagem aplicada à realidade, promovendo uma significação do conhecimento adquirido aliado às práticas profissionais, visando ao fortalecimento da
atuação do profissional de saúde, a Escola de Saúde Pública do Ceará, por meio da Diretoria de Educação
Profissional de Saúde (Dieps), realizou, no dia 17 de agosto de 2016, sua V MOSTRA DE SABERES DA
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DA ESP – Compartilhando aprendizagens, como parte integrante da VI EXPOESP, com o objetivo de compartilhar aprendizagens entre alunos, educadores, trabalhadores da ESP/CE e os
gestores dos serviços de saúde, valorizando a formação técnica profissional, oportunizando a manifestação
das competências desenvolvidas, durante o ano, em cada um dos cursos.
Divida em dois momentos a V Mostra de Saberes discutiu o cenário atual da formação técnica a partir dos temas “Sistema de saúde contemporâneo” e “Educação Profissional em Saúde” com palestras proferidas por
nomes renomados como Dr. Carlile Lavor e Dr. Júlio César França Lima. Posteriormente os alunos dos cursos
técnicos ofertados na ESP/CE compartilharam suas experiências com a apresentação de trabalhos de forma
criativa e contextualizada.
É preciso considerar que a aprendizagem é um processo de aprimoramento de habilidades e mudança de atitudes, porque há um novo ambiente de aprendizagem, permeado pela participação, mediação e interatividade
dos envolvidos, levando o sujeito ao desenvolvimento de competências.
A V Mostra de Saberes teve a participação e colaboração de todos que fazem a DIEPS e, mais uma vez, des tacou a importância da formação técnica em saúde para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Caio Garcia Correia Sá Cavalcanti
Wilma Maria Lins de Sousa
Coordenadores da V Mostra de Saberes da Educação Profissional da ESP
I MOSTRA DE RESIDÊNCIAS MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE DO CEARÁ
A I MOSTRA DE RESIDÊNCIAS MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE DO CEARÁ foi uma iniciativa da Escola
de Saúde Pública do Ceará, por meio da Residência Integrada em Saúde (RIS-ESP/CE), para promover a interação científica, técnica e política dos programas de residência em área profissional da saúde - uni e multi profissional do Ceará.
A proposta desta primeira mostra foi a troca de experiências, vivenciadas nos serviços, a socialização dos
produtos científicos, a criação de intervenções interativas entre os programas e o fortalecimento político das
residências no estado.
Participaram deste encontro todos os sujeitos que integram os programas de residência no âmbito estadual,
entre eles, profissionais de saúde-residentes, preceptores, tutores, articuladores e coordenadores dos programas da Escola de Saúde da Família Visconde de Sabóia de Sobral, da Santa Casa de Misericórdia de Sobral,
do Hospital Universitário Walter Cantídio e da Maternidade Escola Assis Chateaubriand da Universidade Fe deral do Ceará, da Escola de Saúde Pública do Ceará e do Programa da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, da cidade de Mossoró.
Fortalecendo o evento e as residências no estado, contamos ainda com a participação de representantes do
Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (COSEMS), da Coordenadoria de Gestão do Traba lho e Educação Permanente em Saúde da SESA/CE (CGTES) e da Câmara Técnica de Gestão do Trabalho e
Educação na Saúde do Conselho Estadual de Saúde (CESAU).
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Dentre as conferências e mesas redondas, os temas debatidos envolveram as seguintes temáticas: formação
e competências do ser preceptor, currículo, avaliação, percurso pedagógico-assistencial, colaboração interprofissional aplicada no projeto político-pedagógico e sustentabilidade financeira dos programas.
Em síntese, com visão de e no futuro, a ESP/CE fomenta que, por meio da interação dos programas no esta do, estes possam cada vez mais se fortalecer e ampliar suas vagas, na perspectiva de que as RESIDÊNCIAS
EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE TORNEM-SE PARTE DO PERCURSO FORMATIVO DOS MULTIPROFISSIONAIS DO ESTADO. O que significa a oportunidade de fazer residência para todos.
“Terra, Sol e Mar: a RESIDÊNCIA EM TODO CEARÁ!!!”
Amanda Cavalcante Frota
Coordenadora da I Mostra de Residências Multiprofissionais em Saúde do Ceará
FEIRA CULTURAL
A Feira Cultural, parte integrante da VI EXPOESP, se constituiu em um espaço de socialização e valorização
da cultura cearense, potencializando e partilhando saberes e fazeres, populares e científicos, característicos
da nossa terra, do nosso Estado, do Ceara, na busca intermitente por integrar saúde, cultura e arte no contexto dos espaços formativos, seja dos usuários, familiares e trabalhadores do Sistema Único de Saúde, o NOSSO SUS.
Assim nasceu e floresceu a Feira Cultural. Lugar de encontros, conversas, discussões e muita arte, saúde e
cultura. Atrações artísticas, artesanatos, poesias, cordéis, cantigas, teatro, pinturas, esculturas, musicas, danças, comidas e muita alegria forjaram essa feira de sonhos e desejos, realizados e concretizados, após três
dias de evento. O compromisso com a diversidade cultural cearense, o diálogo e a valorização das potencialidades e realidades locais foram os principais pontos de convergência conceitual e metodológica da nossa proposta. Conheçer, re-conhecer e valorizar. Terra, Sol e Mar.
Com uma intensa programação a Feira Cultural contou com a participação de diversos atores sociais e cultu rais do Ceará. O Maracatu Solar, abre-alas do nosso evento, com toda a sua potência negra, índia e branca,
mistura dos nossos povos. O Espaço EKOBÉ cuidando e promovendo a saúde de todos e para todos. A Vila
dos Poetas nos fazendo viajar nas asas da poesia, cuidando da alma. Os artesãos tecendo rendas e histórias,
memórias do nosso povo, histórias da nossa gente. Os artistas e usuários dos Centros de Atenção Psicosso ciais – CAPS com suas esculturas e pinturas nos ensinando que a arte e a saúde se completam, se comple mentam, nos completa e nos complementa. O Bloco Doido É Tú desconstruindo preconceitos e fazendo da
prática a sua forma de construir inclusão social e cultural. O Grupo Teruá de Teatro brincando de dançar e re presentar nos crenças e costumes, danças e canções. Manifestações de arte, cultura e saúde.
Foi com estes pensamentos e atitudes que buscamos realizar a nossa Feira Cultural. Compromisso, ética,
respeito, carinho, solidariedade, dialogicidade e muita amorosidade, sempre na trilha do cuidado, da educa ção, da libertação, da emancipação, da construção compartilhada do conhecimento e do permanente incentivo à produção de conhecimentos, técnicos, científicos e políticos. Viva a cultura, via a arte, viva a educação
permanente, VIVA A SAÚDE! VIVA O SUS! VIVA A NOSSA FEIRA!
Rafael Rolim Farias
Coordenador da Feira Cultural da VI EXPOESP
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ATIVIDADES DA EXPOESP
• PAINEL
O Painel refere-se à apresentação de um tema considerado atual e relevante que será apresentado e discutido por
autoridades no assunto. Após apresentação será promovido um debate da Mesa com os participantes buscando
esclarecimentos e novas diretrizes acerca da temática apresentada.
• OFICINA
A Oficina de trabalho se traduz em um espaço de produção coletiva de conhecimentos, na qual se busca também, o
estabelecimento de novas relações de parcerias com as organizações e pessoas participantes. Desse modo, a oficina visa
captar ideias, percepções, sentimentos e opiniões dos participantes sobre a questão que está sendo discutida, e finaliza
com uma proposta de ação.
• CONFERÊNCIA
As conferências são espaços especialmente criados e organizados para congregar os diversos profissionais participantes
do evento para tratar dos temas preconizados pela EXPOESP. Constituem-se em fóruns privilegiados para a
apresentação de diversos temas, informações ou atualizações que geram ou ampliam conhecimento.
• MESA REDONDA
Envolve apresentação de pontos de vista ou análises diferentes ou mesmo divergentes sobre um mesmo tema,
promovendo-se um debate entre os componentes da mesa e a audiência. Cada Mesa-Redonda pode ser composta por
três ou quatro integrantes.
• MINICURSO
Os Cursos têm a importância de atualizar, qualificar as pessoas e difundir conhecimentos para melhorar a
capacidade de atuação dos profissionais junto à população usuária do Sistema de Saúde.
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COMITÊ ORGANIZADOR DA VI EXPOESP
Presidente: Salustiano Gomes de Pinho Pessoa
Coordenação Geral: Ana Mattos Brito de Almeida
Coordenação da I Mostra de Residências Multiprofissionais em Saúde: Amanda Cavalcante Frota
Coordenação da V Mostra de Saberes da Educação Profissional em Saúde: Caio Garcia Correia Sá Cavalcanti
e Wilma Maria Lins de Sousa
COMISSÃO CIENTÍFICA
Coordenação: Ana Mattos Brito de Almeida e Alice Maria Correia Pequeno Marinho
Alana Santos Monte
Aline Santos Monte
Amanda Cavalcante Frota
Ana Mattos Brito de Almeida
Andréa Stopiglia Guedes Bride
Bráulio Nogueira de Oliveira
Caio Garcia Correia Sá Cavalcanti
Esequiel Pagnussat
Eveline de Sousa Landim
Francisco Jadson Franco Moreira
Igor Cordeiro Mendes
Jakeline Ribeiro Barbosa
José Osmar Vasconcelos Filho
Leni Lúcia Nobre Moura
Maíra Barroso Pereira
Manoela Cavalcanti Frota
Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro
Maria Iracema Capistrano Bezerra
Maria Teresa Soares Matos
Maria Verônica Sales da Silva
Nádia Maria Girão Saraiva de Almeida
Olga Maria Alencar
Patrícia Elizabeth Silva
Rafael Rolim Farias
Thayza Miranda Pereira
Tereza Emanuelle da Silva Costa
Vanessa Alencar de Araújo
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO E IMPRENSA
Coordenação: Hariádina Salveano Sousa
Marcos Antônio de Sousa Rocha
Carlos Sérgio Mota Silva Júnior
COMISSÃO DE INFORMÁTICA
Coordenação: Irlene Alves Rodrigues
Rafael Moreira Assunção
Paulo Fernando Moreira Moura
Helen de Carvalho Hilário
Victor Magalhães Pacheco
Jardson Façanha Damasceno
COMISSÃO DE SECRETARIA:
Coordenação: Rejane Pereira da Silva e Radene Severiano Fortaleza de Aquino
Carolina Teixeira Lima Cavalcante
COMISSÃO CULTURAL:
Coordenação: Rafael Rolim Farias
Amanda Cavalcante Frota
Alexandra Paiva Vale
Rosângela Sales Barreto
Valderlene dos Santos Freire
Írveny Evelyne Beserra de Araújo
Manoela Cavalcanti Frota
Ana Karoline de Oliveira
Esequiel Pagnussat
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Lícia Maria Santos da Silveira
Sylvia de Sousa e Silva
Maiara Teles de Figueiredo
Helaine Aparecida Maia
Maria Salete Galvão Moreira
COMISSÃO ORGANIZADORA:
Coordenação: Clara de Assis Alves Silva, Verônica Sousa dos Santos e Wilma Maria Lins de Sousa
Aila Pequeno Holanda Porto
Aldenora Gonçalves Pereira
Alexandra Paiva Vale
Ana Carolina Souza Torres
Ana Karolina Castro Rocha
Ana Karoline de Oliveira
Ana Lúcia Barreto Xenofonte
Ana Virgínia Aguiar Coelho Leite
Ana Virgínia Evangelista de Mendonça
Ananda Caroline Vasques Dantas Coelho
Andréa do Nascimento Serpa Rodrigues
Antônia Taciana Ribeiro de Lima
Bárbarah Nogueira Rebouças
Camila Mascarenhas Moreira
Camila Teixeira Costa Lima
Cândido Sampaio de Castro Neto
Carlos Sérgio Mota Silva Júnior
Carolina Teixeira Lima Cavalcante
Cleyton Carvalho Cândido
Cristiano Silva de Oliveira
Daniel da Silva Araújo
Danielle Barbosa de Alencar
Denise Coelho de Souza
Denise Lima Nogueira
Elis Regina Vasconcelos Farias Aragão
Érica Fontenele Costa Lima
Eriland Medeiros dos Anjos de Lavor
Erilberto Ângelo dos Santos
Esequiel Pagnussat
Fabíola Falcão Carvalho Lima
Francilete Viana Gomes
Franciné Ângelo dos Santos Filho
Francisco Helenilton de Sousa da Silva
Francisco José de Sousa Reinaldo
Gabriela Castro Portela Silva
Maria Lúcia Pereira de Lacerda
Maria Rosenilda Araújo Lira Viana
Maria Salete Galvão Moreira
Matheus de Sena Ávila
Mauro César de Oliveira
Mayrla Diniz Bezerra
Milena Alencar Barboza
Naiane de Souza Oliveira
Gabriela Rodrigues Macedo
Geni Carmem Clementino Alves
Geórgia de Mendonça Nunes Leonardo
Helaine Aparecida Maia
Helen de Carvalho Hilário
Hevyla Sandy Costa Lima
Irveny Evelyne Beserra de Araújo
Jardson Façanha Damasceno
João Gabriel Ribeiro de Holanda
José da Silva
José Erivaldo Lourenço Soares
José Gildo Sousa Santos
Juliana da Silva Santos
Katherine Alves Silva
Kílvia Paula Soares Macedo
Lara Andrade da Costa e Silva
Lícia Maria Santos da Silveira
Lídia Cunha Costa Monteiro
Lidyane Kelly Lima Torres
Lígia Darc de Souza Oliveira
Liwanna Yakima Amorim Pereira
Luana Vieira Carvalho de Oliveira
Luciana Rocha Lopes da Costa
Lucileide Gomes de Araújo Barros
Maiara Teles de Figueiredo
Manoela Cavalcanti Frota
Márcia Georgina Bezerra Mendonça
Marcos Souza Rocha
Maria Assunção de Castro Sousa
Maria de Marilac Coelho Rocha
Maria das Graças Rodrigues de Amorim
Maria Eleusa da Costa
Maria Fernanda dos Santos
Maria Janaína Norões de Sousa
Natália de Aragão Pinto
Patrícia Elizabeth da Silva
Paula Beatriz Queiroz Silva
Paulo Fernando Moreira Moura
Radene Severiano Fortaleza de Aquino
Rafael Moreira Assunção
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Regina Alice de Albuquerque Mendes
Regina Clara Ribeiro Macambira
Rejane Pereira da Silva
Renata Kelly Lopes de Alcântara
Roberta Diniz Nogueira Ribeiro
Roberto Carvalho de Melo
Rosângela Sales Barreto
Sandro Gambine Trindade
Sarah Danielle Girão dos Santos
Sylvia de Sousa e Silva
Tamires Paulino Dias
Thiago Freitas de Lavor
Valderlene dos Santos Freire
Vanuza Batista Venâncio
Verônica Batista Venâncio
Verônica Sousa dos Santos
Victor Magalhães Pacheco
Wilma Maria Lins de Sousa
Zenaide Nunes da Silva
PROGRAMAÇÃO
HORÁRIO
8h – 9h
13h – 14h
17h30 – 19h
8h30 – 9h15
9h15 – 10h
10h – 10h30
10h30 – 12h
8h00 -18h30
8h30 – 18h
8h30-12h
8h30-12h
8h30-12h
14h – 18h
8h30 – 18h
14h – 18h
DIA 17/08
CREDENCIAMENTO – ENTRADA PRINCIPAL DA ESP
AUDITÓRIO PRINCIPAL
Mesa de Abertura: Mostra de Saberes da Educação Profissional e Mostra de Residências Multiprofissionais
em Saúde do Ceará
Coordenadores: Caio Garcia Correia Sá Cavalcanti e Amanda Cavalcante Frota – ESP/CE
Palestra: Sistema de Saúde Contemporâneo – Antônio Carlile Holanda Lavor
Palestra: Educação Profissional em Saúde – Júlio Cézar França Lima – FIOCRUZ/ RJ
Painel: Apresentação dos trabalhos dos alunos dos Cursos Técnicos da ESP/CE
Coordenadora: Wilma Maria Lins de Sousa – ESP/CE
PRAÇA DA ESCOLA
Feira Cultural
AUDITÓRIO PONTES NETO (CEVIG)
OFICINA: Ações de vigilância para segurança do paciente no contexto do SUS – 25 vagas
Facilitadoras: Rosimary da Silva Barbosa – ESP/CE e Adriana Rocha Solon – Hospital de Messejana
ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA (RIS)
OFICINA: BioDança* – 20 vagas
Facilitadoras: Cássia Regina Xavier de Andrade e Bárbara Xavier de Andrade
SALA 2 DIEPS (CERES)
OFICINA: Habilidades de comunicação em ambiente ambulatorial: como dar más notícias – 20 vagas
Facilitadora: Renata Rocha Barreto Giaxa – UNIFOR
AUDITÓRIO HAROLDO JUAÇABA (CEGES)
OFICINA: O desafio do planejamento curricular: o desenho de currículo baseado em competência – 20 vagas
Facilitador: José Batista Cisne Tomaz – ESP/CE
OFICINA: Avaliação por competência: é possível? – 20 vagas
Facilitador: José Batista Cisne Tomaz – ESP/CE
SALA ZÉLIA ROUQUAYROL (RIS)
OFICINA: Saber, fazer e ser a preceptoria em Residência Multiprofissional em Saúde – 25 vagas
Facilitadoras: Daniella Dallegrave – Grupo Hospitalar Conceição - GHC/ RS, Ana Paula Silveira de Morais
Vasconcelos – RIS-ESP/CE e Amanda Cavalcante Frota – RIS-ESP/CE
AUDITÓRIO PRINCIPAL (RIS)
OFICINA: Vivências Cenopoéticas* – 50 vagas
Facilitador: Ray Lima – Vila dos Artistas - Maranguape/CE
12
14h-18h
8h30-12h
8h30-12h
14h – 18h
13h30 –
17h30
18h30 –
21h30
SALA NEWTON GONÇALVES (CENIC)
MINI-CURSO: A utilização de metodologias ativas na formação e educação permanente dos trabalhadores da
saúde. – 20 vagas Facilitadora: Alice Maria Correa Pequeno Marinho - ESP/CE
SALA 3 DIEPS (CEATS)
OFICINA: O cuidador como ferramenta de prevenção de doença e promoção da saúde do idoso. – 20 vagas
Facilitadora: Túlia Fernanda Meira Garcia - UNICAMP/SBGG
SALA OCELO PINHEIRO (CEATS)
OFICINA: A comunidade como protagonista do cuidado no uso problemático de drogas, contribuindo para
um Ceará Pacífico – 40 vagas
Facilitadoras: Maria Tereza Matos – ESP/CE e Maria Angélica de Castro Comis - SMDHC – PMSP
OFICINA - Redução de Danos: práticas construídas no território – 40 vagas
Facilitadoras: Sarah Danielle Girão dos Santos – ESP/CE e Maria Angélica de Castro Comis - SMDHC – PMSP
SALAS 1, 2, 3 e 4 LABORATÓRIO DE ENFERMAGEM - DIEPS
Mostra de Saberes da Educação Profissional
AUDITÓRIO PRINCIPAL
Solenidade de Abertura
Coordenador: Salustiano Gomes de Pinho Pessoa – ESP/CE
Conferência Magna: Perspectivas atuais da Saúde Pública no Brasil
Palestrante: Alcides Silva de Miranda – UFRGS
COQUETEL
HORÁRIO
DIA 18/08
PRAÇA DA ESCOLA
8h – 9h
CREDENCIAMENTO – ENTRADA PRINCIPAL DA ESP
8h00 – 18h
Feira Cultural
SALAS NEWTON GONÇALVES / ZÉLIA ROUQUAYROL / OCELO PINHEIRO / SALA DIEPS 1 / LAB.
INFORMÁTICA
8h30 – 12h30
Apresentação de pôster eletrônico
AUDITÓRIO PRINCIPAL
Palestra – Panorama da Formação dos profissionais de saúde
8h30-10h
Coordenadora: Ana Mattos Brito de Almeida – ESP/CE
Palestrante: Henrique Luís do Carmo e Sá – UNIFOR
AUDITÓRIO PRINCIPAL
Mesa Redonda - Perspectivas da universalização da residência médica no âmbito do Programa Mais
Médicos no Ceará e no Brasil
10h15-12h Coordenador: André Luís Benevides Bomfim - SMS/Fortaleza
Subtema 1- Programa Mais Médicos – Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro – ESP/CE
Subtema 2- Universalização da Residência Médica: novos cenários – Salustiano Gomes Pinho Pessoa ESP/CE
AUDITÓRIO HAROLDO JUAÇABA
Mesa Redonda- Educação Permanente e Regionalização do SUS
Coordenador: Caio Garcia Correia Sá Cavalcanti – ESP/CE
10h15-12h Subtema 1- Gestão do Trabalho em Saúde – Alcides Silva de Miranda – UFRGS
Subtema 2- Educação Colaborativa Interprofissional – Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto - FIOCRUZ/CE
Subtema 3- Implantação do COAPES no Ceará – Sílvia Maria Negreiros Bomfim Silva – SEGTES, SESA/CE
AUDITÓRIO PONTES NETO
10h15-12h Painel: O fortalecimento dos periódicos científicos do campo da Saúde Coletiva
Coordenadora: Ana Mattos Brito de Almeida – ESP/CE
Subtema 1- Importância dos periódicos para disseminação do conhecimento produzido pelos trabalhadores
da saúde – Joana Angélica Oliveira Molesini – Revista Baiana de Saúde Pública
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Subtema 2- Estratégias para profissionalização de periódicos científicos – Ana Paula Vasconcellos Abdon –
Revista Brasileira em Promoção da Saúde
Subtema 3- Os caminhos da indexação dos Periódicos Científicos – Maria do Socorro Araújo Dias – Sanare
SALA 2 DIEPS
Mesa Redonda- Desenhos, aprendizagens e desafios da preceptoria na residência Multiprofissional em
Saúde
Coordenadora: Paulette Cavalcanti de Albuquerque – UFPE
Subtema 1- O trabalho da preceptoria na residência Multiprofissional em Saúde – Daniella Dallegrave –
10h15-12h GHC/RS
Subtema 2- O saber, o fazer e o ser da preceptoria de campo na Residência Multiprofissional em Saúde no
âmbito comunitário e hospitalar – Amanda Cavalcante Frota - ESP/CE
Subtema 3- O saber, o fazer e o ser na preceptoria de núcleo na Residência Multiprofissional em Saúde no
âmbito hospitalar – Andréa Nogueira Lopes – HU/UFC
SALA 3 DIEPS
Painel- Metodologias de avaliação do residente
Coordenador: Sílvia de Melo Cunha – ESP/CE
10h15-12h Subtema 1- Avaliação baseada em competências na residência em saúde – Olívia Andréa Alencar Costa Bessa
– UNIFOR
Subtema 2- Estratégias integradoras para avaliação de residentes – José Batista Cisne Tomaz – ESP/CE
SALA 4 DIEPS
Painel- Experiência da formação para os gestores do SUS na Atenção Primária a Saúde
Coordenadora: Ivina Maria Siqueira Lima – ESP/CE
Subtema 1- O papel da Escola de Saúde Pública do Ceará na Formação para os gestores do SUS na Atenção
Primária à Saúde – Ivina Maria Siqueira Lima – ESP/CE
Subtema 2- Contribuições da Coordenadoria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde Municipal no
10h15-12h Processo de Formação para os Gestores do SUS na Atenção Primária à Saúde – Maria Ivanília Tavares Timbó
– SMS/Fortaleza
Subtema 3 – Reflexões sobre o papel do Tutor no Processo de formação para os gestores do SUS na Atenção
Primária à Saúde – Marise Cristiane Rocha Lima Thé – SMS Fortaleza
Subtema 4 – A percepção do discente após a Formação para os Gestores do SUS na Atenção Primária à
Saúde – Carla Eduvia Viana Vasconcelos – SMS Fortaleza
DIEPS – LABORATÓRIO DE ENFERMAGEM
Mesa Redonda- Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho x Assédio Moral.
Coordenadora: Denise Coelho de Souza – ESP/CE
Subtema 1- Ações do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador nos transtornos mentais – Maria de
10h15-12h
Fátima Duarte Bezerra – CEREST/CE
Subtema 2- Nexo causal do transtorno mental relacionado ao trabalho – Ana Francisca Moreira Martins –
INSS/CE
AUDITÓRIO PRINCIPAL
Palestra – Efetivação e implementação do Decreto nº 7508 na perceptiva do planejamento regional no SUS
13h30-15h30 Coordenadora: Leni Lúcia Nobre Moura – ESP/CE
Palestrante: Vera Maria Câmara Coelho – SESA/CE
SALAS NEWTON GONÇALVES / ZÉLIA ROUQUAYROL / OCELO PINHEIRO /
SALA DIEPS 1 / LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA
14h – 18h
Apresentação de pôster eletrônico
AUDITÓRIO PRINCIPAL
Mesa Redonda- Histórico e perspectivas políticas das Residências Multiprofissionais no Brasil*
Coordenadora: Ana Paula Silveira de Morais Vasconcelos – RIS-ESP/CE
Subtema 1- A trajetória das Residências Multiprofissionais no Brasil – Paulette Cavalcanti de Albuquerque –
15h45-18h
UFPE
Subtema 2- Os desafios da implantação das Residências Multiprofissionais no Ceará – Ivana Cristina de
Holanda Cunha Barreto – FIOCRUZ /CE
14
15h45-18h
15h45-18h
15h45-18h
15h45-18h
15h45-18h
Subtema 3- Residência Multiprofissional em Saúde: O que há de novo – Daniela Dallagrave – GHC, Porto
Alegre /RS
AUDITÓRIO HAROLDO JUAÇABA
Mesa Redonda- Formação Técnica e Identidade Profissional no Estado do Ceará
Coordenador: Francisco Jadson Franco Moreira – ESP/CE
Subtema 1- Educação Profissional desenvolvimento e conquistas sociais – Enéas de Araújo Arrais Neto – UFC
Subtema 2- A experiência da Escola de Saúde de Sobral na formação técnica em Saúde – Maria do Socorro
Araújo Dias – Escola de Formação em Saúde da Família – Sobral
Subtema 3- Formação Técnica e Identidade Profissional – Mônica Vieira – FIOCRUZ/RJ
SALA 2 DIEPS
Mesa Redonda: Gestão de Atenção Primária em Saúde – Desafios para qualificar a rede
Coordenador: Marco Túlio Mourão Aguiar Ribeiro – ESP/CE
Subtema 1- Estratégias para qualificação da atenção primária no Ceará – Ivan Rodrigues Mendes Júnior COPAS/SESA-CE
Subtema 2- Desafios da gestão da atenção primária no Ceará – Josete Malheiro Tavares - Presidente do
COSEMS/CE
Subtema 3- Estratégias para qualificação da atenção primária em Fortaleza – André Luís Benevides Bomfim SMS/Fortaleza
SALA 3 DIEPS
Painel- Uso da classificação internacional de funcionalidade nos Sistemas de Informação do SUS.
Coordenador: Caio Garcia Correa Sá Cavalcanti – ESP/CE
Palestrante: Ana Cristina de Oliveira Brasil - UNIFOR
SALA 4 DIEPS
Painel- Dengue, Zika, chikungunya Coordenador: Alciléia Leite de Carvalho – ESP/CE
Subtema 1- Abordagem de Dengue, Zika e chikungunya – Roberto Ribeiro Maranhão – SMS/Fortaleza
Subtema 2- Abordagem das formas graves na Atenção Secundária – Roberto da Justa – UFC/CE
DIEPS – LABORATÓRIO DE ENFERMAGEM
Mesa redonda: A Intersetorialidade na atenção ao usuário de álcool e outras drogas: construindo práticas,
tecendo redes e fortalecendo o cuidado no território Coordenadora: Nara Albuquerque Góes – Ceará
Pacífico e CRR/ESP
Subtema 1– Programa de Braços Abertos: conquistas e desafios – Maria Angélica de Castro Comis –
SDHC/PMSP
Subtema 2 - Rede Intersetorial de Atenção ao usuário de álcool e outras drogas no Ceará – Marcela Adriana
da Silva Lucena – SES/PE; SENAD
Subtema 3 - Experiência de redução de danos no município de Santo André – Décio de Castro Alves – SMS
Santo André/SP; Programa Nacional Crack é Possível Vencer
Subtema 4 - Rede Intersetorial de Atenção ao usuário de álcool e outras drogas: experiência de Fortaleza e
Maracanaú – Regina Cláudia Barroso – Articuladora do Projeto Redes de Caucaia e Maracanaú
HORÁRIO
DIA 19/08
PRAÇA DA ESCOLA
8h00-18h
Feira Cultural
SALAS NEWTON GONÇALVES / ZÉLIA ROUQUAYROL / OCELO PINHEIRO / SALA DIPES 1
8h – 12h
8h30-10h
Apresentação de pôster eletrônico
AUDITÓRIO PONTES NETO
Painel- Educação Interprofissional na Residência Multiprofissional em Saúde no ambiente comunitário,
como fazemos?* Coordenadora: Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto – FIOCRUZ / CE
Subtema 1- A experiência da escola de Formação em Saúde da Família e Comunidade – Luis Odorico
Monteiro de Andrade – UFC/CE; FIOCRUZ/CE
Subtema 2- A experiência da Escola de Saúde Pública do Ceará – Giselle Maria Melo Soares Arruda – RISESP/CE
15
Subtema 3- A experiência da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – Francisco Rafael Ribeiro
Soares – UERN
AUDITÓRIO PRINCIPAL
Painel- Exibição do filme: “O começo da VIDA”
10h15-12h Coordenadora: Anamaria Cavalcante e Silva
Debatedora: Márcia Maria Tavares Machado – UFC/CE
AUDITÓRIO HAROLDO JUAÇABA
Painel- Aplicabilidade do conhecimento adquirido nos cursos de qualificação em gestão do SUS no trabalho
do gestor
Coordenador: Kílvia Paula Soares Macedo - ESP/CE
Subtema 1- Experiência de qualificação em gestão do SUS no Cariri – Ana Rachel Vieira Amorim- SMS
10h15-12h
Cariri/CE
Subtema 2- Experiência de qualificação em gestão do SUS em Sobral – Cleovânia Fontenele dos Santos
Subtema 3- Experiência de qualificação em gestão do SUS em Russas – Ivonete Pereira Cavalcante VieiraSMS Russas/CE
AUDITÓRIO PONTES NETO
Mesa Redonda: Estratégia Global para erradicação da poliomielite: desafios e perspectivas.
Coordenadora: Leni Nobre Leal Moura – CEVIG/ESP/CE
Subtema 1- Epidemiologia e Controle da Poliomielite – Márcio Henrique de Oliveira Garcia – COPROM/SESA
Subtema 2- Ações do Programa de Imunização para erradicação da Poliomielite – Ana Vilma Leite Braga –
10h15-12h
Núcleo de Imunização/SESA
Subtema 3- Poliomielite: cenário internacional – Jocileide Sales Campos – UNICHRISTUS
Subtema 4- Aspectos clínicos da Poliomielite – Robério Dias Leite – Sociedade Cearense de Infectologia e
Pediatria/CE
SALA 2 DIEPS
Mesa Redonda: Avanços e desafios do percurso assistencial-pedagógico em rede: os caminhos do SUS
percorridos pelas Residências Multiprofissionais em atenção hospitalar*
Coordenadora: Sílvia Maria Negreiros Bomfim Silva – CGETS – SESA/CE
Subtema 1- Caminhos percorridos pelo Programa de Residência em Urgência e Emergência da santa Casa de
10h15-12h Sobral – José Henrique Linhares - Santa Casa/Sobral
Subtema 2- Caminhos percorridos pela Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará
– Eliane Aragão de Lavor – RIS/ESP (Hospital São José)
Subtema 3- Caminhos percorridos pelo Programa de Residência Hospitalar da Universidade Federal do
Ceará – Andréa Nogueira Lopes - HUWC – UFC/CE
SALA 4 DIEPS
Palestra – Diabetes e Qualidade de Vida
10h15-12h Coordenador: Maria de Fátima Façanha Elias Reis – ESP/CE
Palestrante: Roberto Wagner Júnior Freire de Freitas – FIOCRUZ/CE
DIEPS – LABORATÓRIO DE ENFERMAGEM
Painel – Experiências das Residências Médicas em rede Coordenadora: Alciléia Leite de Carvalho – ESP/CE
10h15-12h Subtema 1- Lições aprendidas acerca da Residência Médica em Rede – Daniela Chiesa – HGWA/CE
Subtema 2- Contribuição da residência Médica para a saúde no Ceará – Sílvia de Melo Cunha – ESP/CE
AUDITÓRIO PRINCIPAL
Palestra de Encerramento: Humanização e Humanidade em Saúde
13h30-15h30 Coordenador: Salustiano Gomes de Pinho Pessoa
Palestrante: Álvaro Madeiro Leite – UFC/CE
AUDITÓRIO PONTES NETO
13h30-15h30 Mesa Redonda: Perspectiva da expansão e interiorização da Residência Multiprofissional em Saúde no
Ceará* Coordenador: Antônio Cleiton Martins Magalhães - CESAU/CE
Subtema 1- Conquistas e desafios da expansão e interiorização da Residência Integrada em Saúde da Escola
de Saúde Pública do Ceará – Amanda Cavalcante Frota – RIS/ESP/CE
Subtema 2- O papel do Conselho dos secretários Municipais de Saúde do Ceará (COSEMS) na expansão e
interiorização das Residências Multiprofissionais no Ceará – Josete Malheiro Tavares – COSEMS/CE
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15h45-18h
Subtema 3- O papel da Superintendência das Unidades de Saúde /SESA na expansão e interiorização das
Residências Multiprofissionais no Ceará – Pedro Leão de Queiroz Neto – SRU-SESA/CE
AUDITÓRIO PRINCIPAL
Premiação dos Trabalhos – Entrega de Menção Honrosa
Homenagens - Você fez a diferença na Residência
Enceramento do Evento
Programação Feira Cultural: Intervenções culturais, artísticas e terapêuticas da
cultura popular cearense e nordestina
Dia 17/08
8h – Abertura da Feira Cultural: Maracatu Solar e Pingo de Fortaleza (Praça da Escola)
09h as 12h – Oficina de Biodança* (Espaço de Convivência da ESP)
14h as 18h – Oficina Vivências Cenopoéticas* (Auditório Principal)
14h as 18h – Espaço Ekobé: Feira do Cuidado (Quintal da ESP)
14h – Sarau Musical: Ray Lima, Rafael Rolim e Vila dos Poetas (Praça da Escola)
8h as 18h – Exposição de artesãos usuários da Saúde Mental: Crispim, Osmarina e Sandra. Exposição de artesãos CEART,
feira Gastronômica e exposição de produtos artesanais: Zé do Nó (Praça da Escola)
Dia 18/08
8h – Cirandas da Vida: Acolhimento, cultura e saúde (Praça da Escola)
8h as 18h – Espaço Ekobé: Massoterapia, Reike e Shiatsu (Quintal da ESP)
15h30 às 16h – Grupo Teruá com o espetáculo “Bendito” (Auditório do Centro de Saúde Meireles)
8h as 18h - Sarau Musical: Ray Lima, Rafael Rolim e Vila dos Poetas (Praça da Escola)
8h as 18h – Exposição de artesãos usuários da Saúde Mental. Exposição de artesãos CEART, feira Gastronômica e
exposição de produtos artesanais: Zé do Nó. (Praça da Escola)
Dia 19/08
8h – Café com Música: Discotecagem com vinil – Lícia Silveira e Alan Kardec (Praça da Escola)
8h as 12h – Cirandas da Vida e Ekobé: Roda de Cura (Praça da Escola)
8h as 18h - Sarau Musical: Ray Lima, Rafael Rolim e Vila dos Poetas (Praça da Escola)
8h as 18h – Exposição de usuários da Saúde Mental, Exposição CEART, Feira Gastronômica e exposição de produtos
artesanais: Zé do Nó. (Praça da Escola)
14h as 18h – Espaço Ekobé: Mutirão do Cuidado (Quintal da ESP)
15h30 as 16h – Apresentação músico-poético com Dario Queiroz (Praça da Escola)
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17h30 – Encerramento da Feira Cultural: Cortejo Bloco Doido é Tu (ESP)
EIXOS TEMÁTICOS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Assistência Farmacêutica
Atenção Integral à Saúde no SUS
Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde
Formação e Educação Permanente e Gestão do Trabalho em Saúde
Participação e Controle Social no SUS
Planejamento, Gestão e Gerenciamento dos Serviços de Saúde
Vigilância da Saúde
Redes de Atenção à Saúde
Residências Médica e Multiprofissional em Saúde
Outros Temas
Eixo Temático: Assistência Farmacêutica
Modalidade: Pesquisa em Saúde
CLASSIFICAÇÃO ABC E XYZ: APLICAÇÃO NA GESTÃO DE MEDICAMENTOS EM UNIDADES HOSPITALARES
GERIDAS POR UMA ORGANIZAÇÃO SOCIAL NO ESTADO DO CEARÁ
Rosemeire Souza Gomes; Bruna Cristina Cardoso Martins; Milena Pontes Portela Beserra
INTRODUÇÃO: A Assistência Farmacêutica Hospitalar constitui-se como um sistema complexo e relevante no
âmbito da gestão de sistemas e serviços de saúde, não somente por contemplar os insumos básicos para
cuidados aos pacientes, como também, pelos altos custos que envolvem este tipo de questão. Quanto maior
a habilidade da farmácia hospitalar em administrar seus produtos de forma racional, maior será sua
capacidade de oferecer à clientela bens e serviços de qualidade e com baixos custos operacionais. As
organizações de saúde no Brasil, com objetivo de melhorar seus processos de gestão e otimizar seus gastos
com os insumos, começam a classificar seus medicamentos de acordo com as curvas ABC que avalia consumo
e custo e XYZ que classifica quanto a criticidade. A utilização dessas duas ferramentas combinadas seleciona
os itens de maior impacto financeiro e clínico, oferecendo informações que podem orientar a equipe logística
para o uso dessas curvas como norteador da melhor forma de aquisição. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa
descritiva, analítica de base documental, que utilizou dados referentes ao período de janeiro a junho de
2014, referente a três unidades hospitalares no estado do Ceará. Foi elaborada uma planilha de consumo dos
medicamentos padronizados, onde os dados foram exportados do sistema utilizado para gestão do estoque e
foi contemplado o consumo dos últimos 06 meses. Foram aplicadas as fórmulas para classificação ABC, com
os percentuais de 70% do consumo financeiro para os itens A, 20% B e 10% C. Para classificação XYZ foi
realizada uma análise com a equipe de farmacêuticos clínicos e de logística para uma classificação subjetiva,
onde os itens X foram os de baixa criticidade, Y de criticidade intermediária e Z os de alta criticidade.
RESULTADOS/CONCLUSÃO: Os custos com medicamentos consumidos no período de janeiro a junho de 2014
no HGWA foram de R$ 3.395.509,64; no HRC R$ 3.681.822,85 e no HRN de R$ 3.191.297,05; quanto ao
número de itens padronizados foram analisados 463 itens no HGWA, 381 no HRC e 472 no HRN. Os itens
classificados como A, foram 26 no HGWA, 25 no HRC e 35 no HRN onde 70% do valor aplicado é cerca de 5,0
% dos itens em média. Os B foram responsáveis por 20% do consumo, sendo 54 itens no HGWA, 38 no HRC e
54 no HRN sendo cerca de 11,0% em média. Quanto aos itens classificados como C, tivemos 383 no HGWA,
318 no HRC e 383 no HRN, sendo 10% do consumo e cerca de 84,0 % dos itens em média. Na classificação
XYZ, foram identificados 105 itens X, 169 itens Y e 189 itens como Z no HGWA; no HRC 96 itens X, 140 itens Y
e 145 itens como Z e no HRN 113 itens X, 170 itens Y e 189 itens como Z. Quando se realiza o cruzamento dos
itens das classificações ABC e XYZ e se avalia apenas os que são da curva A e Z, ou seja, alto impacto
18
financeiro e alta criticidade nas diferentes instituições verificam-se uma seleção no número dos itens para 04
(quatro) itens no HGWA, 07 (sete) no HRC e 07(sete) no HRN. A elaboração de uma ferramenta de fácil
seleção e classificação dos itens padronizados se mostra uma forma prática de selecionar os itens de maior
criticidade clínica ou financeira. RECOMENDAÇÕES: Os dados encontrados demonstraram que é necessária
uma atenção especial na aquisição e manutenção do estoque de um pequeno número de medicamentos.
Eixo Temático: Assistência Farmacêutica
Modalidade: Relato de Experiência
IMPLANTAÇÃO DA UNIDADE DISPENSADORA DE MEDICAMENTOS NO MUNICÍPIO DE IGUATU-CE
Lorena Almeida Oliveira, Klesia Willma Rodrigues Pereira, José Wagner Martins da Silva
INTRODUÇÃO: No Brasil, os antirretrovirais (ARV) são adquiridos pelo Ministério da Saúde e distribuídos
exclusivamente nas Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM) da rede pública de saúde, suprindo
também as necessidades de pacientes da rede privada. O Programa Municipal de DST/AIDS e Hepatites virais
do Município de Iguatu-CE, instituído em 2007, não contava com uma UDM até janeiro de 2015. A equipe do
programa, constituída até então por um enfermeiro e uma assistente social, referenciava os usuários com
sorologia positiva para HIV para o Serviço de Assistência Especializada do Hospital São José de Doenças
Infecciosas em Fortaleza, onde eram realizadas as consultas médicas, os exames laboratoriais de
monitoramento e a dispensação dos antirretrovirais para até dois meses de tratamento, conforme
disponibilidade de estoque da farmácia. Os usuários encaminhados retornavam ao município de residência
portando, em média, três formulários de solicitação de medicamentos, os quais autorizavam duas dispensas
de ARV cada. Os funcionários do setor municipal de transporte eram os responsáveis por receber
semanalmente os antirretrovirais na UDM do Hospital São José mediante apresentação dos formulários
médicos e das cópias dos documentos de identificação dos usuários. Devido ao número considerável de
pacientes e de atividades desenvolvidas pelos motoristas, era comum o atraso na chegada dos ARV em Iguatu
e o extravio de documentos e de medicamentos, fato este que comprometia severamente a adesão dos
pacientes à terapia antirretroviral (TARV). OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: Implantar a UDM no Programa
Municipal de DST/AIDS e Hepatites virais de Iguatu-CE, fortalecendo a adesão ao tratamento e melhorando a
qualidade de vida dos pacientes que vivem com HIV/AIDS. A DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: ações, práticas e
discussão: A TARV produziu um grande impacto na epidemia de HIV/AIDS, uma vez que proporcionou a
diminuição da ocorrência de infecções oportunistas, o aumento da sobrevida e a melhoria da qualidade de
vida de seus portadores. No entanto, o uso irregular dos antirretrovirais pode desencadear o
desenvolvimento de vírus resistentes, assim, a má adesão à terapia afeta negativamente a efetividade do
tratamento, podendo contribuir para o aumento da morbimortalidade. Em dezembro de 2014, após
sensibilização dos gestores municipais de saúde frente ao problema enfrentado pelo programa, uma
farmacêutica, servidora da Secretaria Municipal de Saúde de Iguatu, foi capacitada em Fortaleza para que
fosse possível a abertura da farmácia. A UDM de Iguatu foi implantada em janeiro de 2015, operando com o
Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM) utilizado para gerenciar os estoques e a
distribuição dos antirretrovirais. No presente, após receberem no Hospital São José o formulário médico
contendo a descrição da terapia medicamentosa a ser seguida, os pacientes retornam à UDM de Iguatu, que
dispõe tanto dos 22 antirretrovirais ofertados pelo Sistema Único de Saúde para a terapia das pessoas
vivendo com HIV/AIDS como de medicamentos para o tratamento de doenças oportunistas. No momento da
dispensação mensal dos antirretrovirais, são esclarecidas dúvidas pertinentes à síndrome e fornecidas
orientações quanto ao uso correto dos medicamentos e quanto aos cuidados necessários para o seguimento
do tratamento. PRINCIPAIS RESULTADOS: A implantação da UDM proporcionou o aumento da satisfação dos
usuários com a assistência prestada no município, uma vez que foi assegurado aos mesmos o acesso
ininterrupto ao tratamento antirretroviral. Além disso, diversos pacientes verbalizaram que se sentem mais
19
seguros e confortáveis com o novo fluxo, visto que apenas profissionais do Programa Municipal de DST/AIDS
e Hepatites virais têm ciência de seu diagnóstico. Assim, houve um fortalecimento da adesão dos usuários ao
tratamento. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE COLETIVA: Promover adesão ao tratamento não
traduz apenas uma abordagem medicamentosa, mas abrange distintos aspectos, como o estabelecimento de
vínculo com a equipe de saúde, o acesso à informação, o acompanhamento clínico-laboratorial e a qualidade
na assistência prestada. Desta forma, apesar dos avanços já alcançados, é essencial que haja o
monitoramento contínuo dos pacientes e a adoção de novas estratégias a fim de evitar ou de reduzir os
fatores de risco para a não adesão.
PERSPECTIVAS DA
NEONATOLOGIA
ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA
NA
RESIDÊNCIA
MULTIPROFISSIONAL
EM
Maria Alana Duarte Marinho, Ana Kamila Teófilo Gomes Bezerra, Ana Jéssica da Silva, Amanda Akemi
Ribeiro Naka, Renata Soares Morais, Vanessa Mesquita Ramos
INTRODUÇÃO: A farmácia clínica é uma prática recente que vem ganhando espaço, proveniente de sua
utilidade dentro do ambiente hospitalar. Diante disso, neste programa o farmacêutico realiza atividades
clínicas e executa a assistência farmacêutica em conjunto com uma equipe de residência multiprofissional
em neonatologia que teve início em janeiro de 2016 e encontra-se em sua primeira turma. Segundo Rocha e
Oliveira (2013), as principais práticas desenvolvidas pelo farmacêutico residente envolvem: atividades de
acompanhamento farmacoterapêutico onde há análises das prescrições médicas e exames laboratoriais,
educação continuada com a equipe de saúde e farmacoeconomia. OBJETIVOS: Relatar o desenvolvimento
da farmácia clínica junto com a equipe multiprofissional, a partir das perspectivas das atividades realizadas
pelo farmacêutico residente em neonatologia. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo do tipo
relato de experiência desenvolvido na Santa Casa de Misericórdia de Sobral no período de março a junho de
2016. RESULTADOS: O que se observa com a inserção do farmacêutico na residência no âmbito hospitalar é
a integralidade da equipe e dos conhecimentos que visam à promoção da segurança na assistência ao
paciente. Visto isso, a produção de conhecimento que acontece no momento de educação continuada é
importante para a integração da equipe, os profissionais se sentem seguros para o esclarecimento de
dúvidas. A otimização da farmacoterapia, promove um menor tempo de internação, consequentemente
traz a Instituição uma redução de gastos. A diminuição dos problemas relacionados a medicamentos se
tornou mais eficiente, pois pesquisas mostraram que a maioria dos erros acontece no momento da
prescrição, por tanto a intervenção farmacêutica é de grande relevância. A interação com outros
profissionais trouxe benefícios importantes à prática farmacêutica, já que a visão do paciente de maneira
holística proporcionou uma abordagem mais eficaz, não só direcionado ao medicamento, mas sim ao
indivíduo e suas particularidades, que resultaram em respostas clínicas positiva. CONCLUSÃO: A
incorporação do farmacêutico na equipe de residência multiprofissional em neonatologia, atuando de
maneira interdisciplinar, promove ao paciente neonato e pediátrico um atendimento integral. Com isso, a
perspectiva de integração entre a equipe multiprofissional é crucial para uma assistência mais qualificada ao
paciente.
20
Eixo Temático: Atenção Integral à Saúde do SUS
Modalidade: Pesquisa em Saúde
A CONSULTA DE ENFERMAGEM NO CONTEXTO DA ATENÇÃO BÁSICA: PERCEPÇÃO DO USUÁRIO
Alexandra Fernandes Mendes, Milenna Alencar Brasil
A Atenção Básica é constituída por um conjunto de ações de saúde que abrange a promoção, proteção da
saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação, desenvolvendo atenção integral no âmbito
individual e coletivo. A Estratégia Saúde da Família (ESF) é a principal estratégia de consolidação da Atenção
Básica. Essa deve ser desenvolvida por meio de equipe multiprofissional, na qual está inserido o profissional
enfermeiro. O processo de trabalho na Atenção Básica deve ser baseado no vínculo e responsabilização,
com ações de atenção à saúde e de gestão, de forma a exceder o conhecimento biológico, relacionando as
necessidades de saúde e sociais. O Enfermeiro possui dentre outras atribuições específicas, a realização da
consulta de Enfermagem. O objetivo deste estudo consistiu em conhecer a percepção dos usuários da
Atenção Básica sobre a consulta de Enfermagem. Tratou-se de um estudo descritivo, com abordagem
qualitativa, incluindo 40 usuárias de cinco Unidades Básicas de Saúde do município de Juazeiro do Norte-CE,
cada uma de um Distrito Sanitário, realizado durante os meses de setembro e outubro de 2013. Como
instrumento de coleta de dados utilizou-se uma entrevista semi-estruturada. Os dados foram analisados
através da técnica de análise temática. Foram respeitados os aspectos éticos e legais para pesquisas com
seres humanos. A análise de dados foi dividida em duas partes, sendo que a primeira delas apresentou a
caracterização sociodemográfica dos participantes do estudo e a segunda, constituiu-se das categorias
temáticas, delineadas a partir da análise das falas dos sujeitos: ações desenvolvidas pelo enfermeiro
durante a consulta de enfermagem, a consulta de enfermagem na percepção do usuário e valorização da
consulta de enfermagem. Os resultados referentes às características sociodemográficas das participantes
revelaram uma predominância absoluta do sexo feminino, a idade dos sujeitos variou de 19 a 60 anos ou
mais, prevalecendo a faixa etária de 19-29 anos. Referente à escolaridade, a maioria das participantes
possui o ensino fundamental incompleto. Quanto ao estado civil, distribuem-se em casadas, solteiras, união
estável e viúvas. Em relação à renda, a maioria possui uma renda familiar inferior a um salário mínimo.
Percebeu-se através dos relatos que algumas ações pertinentes são desenvolvidas durante a consulta de
Enfermagem, como a entrevista, o exame físico e as orientações de Enfermagem. Contudo, ainda existem
ações que podem ser melhor trabalhadas no sentido de aprimorar a assistência. A maioria dos usuários
demonstraram uma percepção positiva sobre a consulta de enfermagem, sendo verificada a expressão de
confiança no profissional que a realiza, um ponto acrescido à efetivação do serviço, uma vez que
estabelecida uma relação de confiança, muito provavelmente os usuários seguirão as orientações dadas
para promoção ou recuperação da saúde. No entanto, algumas falas direcionaram para a inferência de que
as competências do enfermeiro ainda não estão claras para os usuários. Observou-se que os usuários se
sentem acolhidos no momento da consulta de Enfermagem, valorizando tal prática e reconhecendo sua
contribuição para a manutenção da saúde, principalmente pelo papel de educador que identificam no
enfermeiro. Mediante o exposto, é interessante que os enfermeiros possam refletir sobre a maneira
utilizada no desenvolvimento da consulta de enfermagem na Atenção Básica, identificando as
oportunidades de melhoria, de modo que sua atuação esteja centrada na resolução das necessidades de
saúde da população. Sugere-se que as esferas gestoras do Sistema Único de Saúde possam elaborar
estratégias para divulgação das competências do enfermeiro, além de desenvolver programas de educação
permanente para esses profissionais, fortalecendo cada vez mais a atuação na Atenção Básica, para
efetivação dos seus princípios e consequentemente, a melhoria da assistência à saúde à população.
21
A CONTRIBUIÇÃO DA FISIOTERAPIA NA ATENÇÃO BÁSICA
Francisco Elvis Farias da Silva, Dayanne Moreira de Carvalho
INTRODUÇÃO: Um dos avanços no setor saúde brasileiro foi à criação da Estratégia Saúde da Família (ESF)
com a proposta de reorientar o modelo assistencial, mediante a implantação de equipes multiprofissionais
em unidades básicas de saúde (BORGES, 2010; MACIEL, 2015). Dentro desse contexto, temos a
regulamentação da atuação do fisioterapeuta abrangendo o desenvolvimento de ações preventivas
primárias (promoção de saúde e proteção específica), secundárias (diagnóstico precoce) e terciárias
(reabilitação) (COFFITO, 2009; NEVES; ACIOLE, 2011). Sendo assim algumas regiões brasileiras mostram esta
inserção da fisioterapia na ESF como enriquecedora no sentido de desenvolver ainda mais os cuidados de
saúde da população (BRASIL; 2005). OBJETIVOS: Relatar a experiência de acadêmicos de Fisioterapia quanto
à inserção e atuação na ESF. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência das atividades
desenvolvidas pelo grupo de estagiários da Faculdade do Vale do Jaguaribe, realizando ESTAGIO
SUPERVISIONADO I - FISIOTERAPIA NA ATENCAO BASICA, em usuários da comunidade do bairro Pedregal
realizado no período de Agosto de 2015 na Unidade Básica de Saúde Pedregal em Aracati-CE. Os
atendimentos ocorreram quatro vezes por semana, durante um mês, totalizando 16 encontros, sob a
supervisão de um preceptor capacitado. RESULTADOS: A vivência na atenção básica possibilitou aos
estudantes reorientação nas práticas, levando a reflexão da atuação na atenção básica, com foco na
promoção e a manutenção da saúde. Esse fato corrobora com a ideia de Nascimento (2012), quando afirma
que a fisioterapia busca desenvolver atividades efetivas em todos os níveis de atenção à saúde. O nosso
trabalho contou com o apoio do cirurgião dentista que convidou seus pacientes a participarem das ações,
formando um grupo heterogêneo tanto com relação à idade, sexo e patologias. Dessa forma, as atividades
se concentraram no estímulo de um estilo de vida mais ativo e saudável, com aferição da pressão arterial.
Nesse processo de aprendizado, existiram avanços e estagnações. O Fisioterapeuta, atualmente, não integra
a equipe mínima proposta pelo ESF, mas está adquirindo o seu espaço, atuando nas equipes de saúde da
família conforme as necessidades de cada município (RODRIGUES, 2007). Isso foi evidenciado na satisfação
da população quanto à atuação dos estagiários de fisioterapia, que conseguiu deixar sua marca. Com relação
aos pacientes que necessitam de atendimento em seu próprio domicílio se traduz em um novo modelo de
atenção a promoção, a prevenção e a recuperação da saúde da população. CONCLUSÃO: A fisioterapia está
em processo de alargamento da sua atuação, onde se evidencia a importância da inserção do fisioterapeuta
como agente multiplicador de saúde, desenvolvendo suas atividades, em interação com uma equipe
multiprofissional em todos os níveis de atenção.
AQUISIÇÕES NEUROPSICOMOTORAS DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS SOB TRATAMENTO
EQUOTERÁPICO EM INSTITUIÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA-CE
Lilian Maria dos Santos Pereira, Nathiara Ellen dos Santos, Mylena Ximenes Aguiar, Ana Raíssa Costa Sabóia,
Hugo Leonardo Sá Machado Diniz, Denise Maria Sá Machado Diniz, Kellyane Munick Rodrigues Soares
Holanda, Marineide Meireles Nogueira
Introdução: A equoterapia é um método terapêutico reconhecido pelo Conselho Federal de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional desde 2008 enfatizando os três programas básicos constituintes da equoterapia
Hipoterapia, Educação/Reeducação e Pré-esportiva. A hipoterapia refere-se principalmente a uma forma
passiva de Equitação Terapêutica, onde o terapeuta promove apenas o diálogo interativo cavalo paciente,
sendo este um programa focado em pessoas portadoras de dificuldades locomotoras. Os objetivos da
hipoterapia são a melhoria no tônus, postura, equilíbrio, mobilidade e consequentemente na função. Sendo
esta modalidade de grande importância no tratamento das necessidades especiais que geram incapacidades
limitantes. Baseado nas aferências sensoriais e eferências motoras integradas, o controle motor é
gradativamente remodelado buscando constante reorganização cortical com consequente aprimoramento
22
funcional, permitido uma estimulação sensória motora, onde o cavalo estará ao passo, promovendo através
da sua andadura esses estímulos aferentes. Esse desenvolvimento neuropsicomotor além de atuar
efetivamente no desenvolvimento da criança, evitando deformidades e atrasos, reduz gastos com aquisição
de próteses e órteses, além de propiciar maior integração da criança com a família e a sociedade, promovem
a saúde e melhoram a qualidade de vida e uma maior interação dessas pessoas, colegas e familiares,
permitindo inclusive sua inserção no mercado de trabalho. Objetivos: Analisar a evolução do
desenvolvimento neuropsicomotor de crianças com necessidades especiais submetidas ao tratamento
equoterápico em uma instituição da região metropolitana de Fortaleza-CE. Métodos: A presente pesquisa foi
realizada no Centro de Equoterapia Cavaleiros da Esperança, localizada no município de Caucaia-CE.
População foi composta por 7 crianças praticantes de equoterapia, que possuíam patologias incapacitantes e
limitantes. De início foi verificado as fichas dos pacientes para definir quais estavam dentro dos critérios de
inclusão. Em seguida realizou-se a leitura de cada diagnóstico médico e cinesiológico, questionando o
profissional, propiciando uma visão de cada área específica sobre o quadro geral do paciente. Acompanhouse a sessão para responder as demais questões do formulário contendo itens mais específicos sobre a
evolução do praticante visando avaliar como respondiam as atividades propostas na sessão. Resultados:
Trata-se de pacientes crônicos que necessitam de continuidade, onde 85,7% necessitam de terapias
associadas para manter o mínimo de independência na realização de suas atividades devida diária, tornandoos mais independentes possíveis. Pode-se perceber a importância desta terapia para manutenção da postura
de musculatura cervical e de tronco sendo estas fundamentais para o sucesso do treino de marcha, pois em
85,7% dos casos as posturas aprendidas na terapia são mantidas posteriormente nas atividades de vida
diária. Considerações Finais: A equoterapia como terapêutica para pessoas com necessidades especiais,
evidencia melhora significativa do controle cervical e de tronco, sendo possível atender à diversas patologias.
Recomenda-se que mais estudos na área sejam realizados para observar a evolução de um maior número de
pacientes e assim divulgar e sugerir às autoridades políticas a inclusão da assistência fisioterapêutica através
da equoterapia como modalidade de atendimento a ser inserido nas unidades básicas de saúde, favorecendo
as pessoas com necessidades especiais oferecendo-lhes mais fácil acesso a essa terapêutica.
BENEFÍCIOS DA ACUPUNTURA ENTRE USUÁRIOS DA ATENÇÃO BÁSICA
Kalyane Kelly Duarte de Oliveira, João Galdino da Silva Filho, Débora Dominique da Silva, Ilza Iris dos Santos,
Cândido Nogueira Bessa
INTRODUÇÃO: A Acupuntura é uma prática milenar chinesa que consiste na aplicação de agulhas flexíveis em
pontos específicos distribuídos pelo corpo para a estimulação de nervos periféricos localizados nos locais de
inserção das agulhas. Além do mais, a acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde, que aborda de
modo integral e dinâmico o processo saúde-doença no ser humano, podendo ser usada de forma isolada ou
de forma integradas com outros recursos terapêuticos (SILVA FILHO, 2007). Essa prática desperta o princípio
da integralidade do cuidado à saúde, estabelecida como diretriz pela 8ª Conferência Nacional de Saúde e
formalizada como princípio doutrinário do Sistema Único de Saúde (SUS). (TESSER; et al., 2008). Para efetivar
práticas como a acupuntura, o Conselho Nacional de Saúde regulamentou a Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares (PNPIC), aprovada pelo Ministério da Saúde pela Portaria nº 971, que prevê a
inclusão de homeopatia, plantas medicinais (Fitoterapia), acupuntura (Medicina Chinesa) e termalismo social
no SUS, prioritariamente na Atenção Primária à Saúde (APS). (BRASIL, 2006). A abordagem sobre o tema
despertou o seguinte questionamento. Quais os benefícios da acupuntura para uma população atendida na
atenção primária? Assim, o estudo objetiva investigar os benefícios da acupuntura para uma população
atendida na atenção primaria. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa,
envolvendo 22 usuários da Estratégia Saúde da Família que fazem tratamento com acupuntura. Incluíram-se
na pesquisa os usuários que frequentam semanalmente as sessões de acupuntura e aqueles que
participaram da terapia nos últimos seis meses. A coleta de dados foi realizada entre os meses de maio e
junho de 2016, na Unidade Básica de Saúde Niete de Lima Barbosa, município do Alto do Rodrigues/RN,
através de questionário. Analisaram-se os dados através da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). O
23
estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Potiguar com parecer n¬º 783.129/2014.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Evidencia-se predominância do sexo feminino no tratamento da acupuntura,
72,7%; com faixa etária entre 21 e 72 anos; 36,3% terminaram o ensino médio, 40,9% faz acupuntura há mais
de cinco meses; 68,2% ficaram sabendo através de amigos; em torno 68,2% relatam a diminuição de uso de
medicamento com a terapia. Quando questionados: por que procurou a acupuntura? Emergiram os
seguintes discursos: “Por motivo de estresse e ansiedade, depressão, problemas emocionais e para melhorar
a alta estima”. “Problemas de dores crônicas”. Segundo Yamamura (2004) o processo de adoecimento inicia
com a desarmonia Yang e do Yi; O estresse, as emoções reprimidas e as fadigas (físicas e mentais e sexuais)
são fatores que enfraquecem a Energia Vital dos Zang9 Fu (Órgão e Vísceras). Os discursos de todos os
usuários evidenciam a melhora ou extinção das enfermidades ou quadro clínicos, após o tratamento com
Acupuntura, como: ausência de dor muscular, de cabeça, tendinite, dor nas costas, nos ombros, entre outras.
Com relação aos benefícios obtidos através da acupuntura, os discursos referem: “Melhora dos sintomas das
dores, melhoram tanto no físico como no emocional, maior disposição para fazer as atividades diárias.
Diminuiu o uso de medicamentos com o complemento da acupuntura”. Verificou-se o impacto do
tratamento por acupuntura na saúde geral e na qualidade de vida de pacientes com diversas queixas álgicas.
Foi evidenciado melhora significativa de todos os paramentos analisados, demostrando que o tratamento
por acupuntura pode levar a melhoras significativas no estado geral do individuo, mesmo não podendo cura
efetivamente essas patologias crônicas. SILVA FILHO (2007). Sobre a redução do uso de medicações, afirmase que apesar do progresso no desenvolvimento dos fármacos que auxiliam no manejo das condições álgicas,
há uma crescente preocupação com os efeitos colaterais, principalmente dos analgésicos e antiinflamatórios
não esteroides. (MORÉ; et al.2011). CONCLUSÃO: Neste sentido, aponta-se para a necessidade de ampliar o
deba¬te com os profissionais que prestam assistência na Atenção Básica sobre as práticas integrativas, tendo
como objetivo qualificar os encaminhamentos, bem como a necessidade da gestão da rede de serviços de
saúde pautar as práticas integrativas como atividade essencial para produção da integralidade do cuidado.
CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES COM OSTEOARTROSE DE JOELHO ATENDIDOS NO PROJETO DE
FISIOTERAPIA AQUÁTICA DE UMA CLÍNICA ESCOLA DE FORTALEZA-CE
Mylena Ximenes Aguiar, Anne Caroliny Costa Ferreira, Nathiara Ellen dos Santos, Lilian Maria dos Santos
Pereira, Aila Maria da Silva Bezerra, Denise Maria Sá Machado Diniz, Ana Rayssa de Paulo Vieira, Hugo
Leonardo Machado Sá Diniz
INTRODUÇÃO: A osteoartrose é a doença articular reumática degenerativa crônica que acomete as
articulações sinoviais, caracterizada pelo desgaste das cartilagens que revestem as extremidades ósseas,
causando dor e podendo levar a deformidades. Essa condição é prevalente em pacientes idosas, devido a sua
predisposição hormonal, além do desgaste ósseo fisiológico do envelhecimento. O cuidado à saúde do idoso,
tem se destacado como prioridade em saúde pública, em decorrência do envelhecimento populacional
nacional, fazendo-se necessário a discussão sobre medidas preventivas e terapêuticas para prevenção de
quedas ou futuros traumas, visando a redução de complicações e lesões subsequentes, bem como a
promoção da saúde. Uma das medidas de intervenção para o tratamento da osteoartrose é a fisioterapia
aquática, cujos efeitos potencializam a melhoria da mobilidade e força articular, além do trofismo muscular;
esses fatores somados possibilitam a redução da dor e dos sintomas associados à osteoartrose de joelho,
mostrando-se relevante para a otimização da qualidade na saúde do idoso. OBJETIVO: Conhecer o perfil
sintomatológico e sua evolução em pacientes acometidos com osteoartrose de joelho que participam de um
programa de fisioterapia aquática. MÉTODOS: O estudo foi realizado no período de Fevereiro a Junho de
2016, tendo como amostra 10 pacientes, do sexo feminino, idade média de 71,2 anos e osteoartrose de
joelhos que praticavam regularmente a fisioterapia aquática como tratamento, na Clínica Escola do Centro
Universitário Estácio do Ceará. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de um formulário
sociodemográfico e pela avaliação da dor através de escala visual analógica (EVA) aplicada a cada voluntária
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comparativamente entre a data inicial do tratamento e no dia da coleta de dados. RESULTADOS: A prática da
fisioterapia aquática regular elimina e alivia os sintomas que acometem os pacientes, mostrando-se
relevante para o tratamento de doenças reumáticas como a osteoartrose, que acomete principalmente os
idosos, devido ao desgaste ósseo natural e condições hormonais no caso das mulheres. Essa modalidade
fisioterapêutica promove uma redução significativa da dor, que é a principal sintomatologia da doença. Além
disso, a fisioterapia aquática apresentou-se eficaz na diminuição da rigidez articular, equilíbrio estático e
dinâmico, melhorando a capacidade funcional e dores articulares, e consequentemente, resultando em uma
melhora na qualidade de vida desses pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Observou-se que a Fisioterapia
Aquática é uma modalidade de terapia que apresenta efeitos positivos na redução da dor e da
sintomatologia associada à osteoartrose, sendo relevante sua utilização para pacientes acometidos com essa
patologia. Salienta-se ainda a necessidade de sensibilizar e informar a comunidade científica e de saúde
comunitária, a possibilidade de sua inclusão como modalidade de política para saúde do idoso e sua
utilização também para atendimento nas unidades básicas de saúde.
CONDIÇÕES DE SAÚDE FÍSICA E MENTAL DOS IDOSOS ATENDIDOS EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA NO
ESTADO DO CEARÁ-BRASIL
Márcia Oliveira Coelho Campos, Jani Cleria Pereira Bezerra
O mundo está envelhecendo, e não se conhece a relação entre a condição física e mental e o risco de
acidentes em pessoas idosas. Os idosos estão sendo vítimas de acidentes incluindo quedas, e os fatores
relacionados podem ser multifatoriais. Não existem dados na literatura referente a acidentes sofridos por
pessoas idosas que relacionem a situação de saúde como fator de predisposição a tais ocorrências. As
hospitalizações de pessoas acima de 60 anos envolvendo acidentes sofridos ou autoaplicados no Brasil, em
2014, foram 162.364, sendo que a região Nordeste possui o maior número de hospitalizações por causas
externas, com 37.107. O Estado do Ceará é o terceiro em hospitalizações por causas externas, com 7.833
hospitalizações de janeiro a dezembro de 2014. Este estudo teve como objetivo analisar a relação entre a
situação de saúde física e mental de idosos que sofreram acidentes, atendidos em um hospital de referência
em urgência e emergência do Estado do Ceará, Brasil, em 2014. Trata-se de estudo transversal, de caráter
descritivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido em um hospital de emergência na cidade de
Fortaleza - Ceará - Brasil. A população foi de idosos admitidos na unidade de emergência. Para a amostra
foram selecionados 182 idosos. A coleta de dados ocorreu no período de abril a agosto de 2014, sendo
utilizado como instrumento o questionário BOAS, e exportados para o software estatístico STATA® v.12 e
apresentados sob a forma de tabelas. Os aspectos éticos foram respeitados. Os resultados apontam que a
maioria dos idosos pertence ao sexo feminino (67%); na faixa etária entre 81 e 90 anos (37,4%); cursaram o
fundamental incompleto (53,31%); são viúvos (48,3%); possuem renda familiar de 1 a 2 salários (31,3%); são
aposentados (68%); moram com 1 ou 2 pessoas (48,3%). Quanto à percepção de saúde, referem que a
mesma é boa (37%). Dentre os problemas de saúde destacaram-se queda com fratura/traumatismo e
doenças crônico-degenerativas (48,3%). Referiram ter uma ótima visão (39,5%); boa audição (44,8%);
dentes em péssima situação (79,9%), faltando a maioria (93,7%). Ao se avaliar o estado de memória e
orientação foram feitas perguntas básicas com respostas positivas. Acerca da presença de quadros
depressivos, encontrou-se que os idosos não tinham sentimento de solidão (84,7%); não tinham vontade de
chorar (86,2%); não sentiam que a vida não valia a pena (96%); não tinham arrependimentos na vida
(87,4%); e se sentiam felizes nos dias atuais (92,7%). Ao final afirmaram que se sentiam satisfeitos com a
vida em geral (77,2%). Conclui-se que as causas de acidentes estão relacionadas aos fatores individuais,
diante da vida ativa e da falta de estrutura de residências e comunidades para atender as necessidades de
proteção à população que está cada vez mais envelhecendo de modo ativo.
DIABETES MELLITUS: INTERVENÇÕES EDUCATIVAS PARA MELHOR ADESÃO AO TRATAMENTO
25
Eline Saraiva Silveira Araújo, Luciana Catunda Gomes de Menezes, Maria Vilani Cavalcante Guedes, Vanessa
Saraiva Santos, Luara Abreu Vieira
No cenário nacional e internacional, o tratamento para Diabetes Mellitus (DM) é um problema conhecido, a
não-adesão ao tratamento prejudica a resposta fisiológica à doença, aumenta o custo direto e indireto do
tratamento e a relação profissional-paciente. Dentro da abordagem multiprofissional, neste estudo ressaltase a contribuição da consulta de enfermagem para a manutenção da saúde e da qualidade de vida para os
pacientes com diabetes. Por sua vez, as teorias de enfermagem fundamentam o cuidado, com
conhecimentos próprios, a fim de melhorar a qualidade da assistência prestada a pessoas em diferentes
campos de conhecimento. A teoria em estudo, de alcance de metas de Imogene King, utiliza-se de
percepções acuradas para direcionar metas mútuas, através de intervenções para maior adesão ao
tratamento. A utilização de intervenções educativas exemplifica que diversas complicações podem ser
prevenidas por meio de um rigoroso controle do nível de glicose no sangue. Objetivou-se verificar
intervenções em enfermagem, fundamentada na Teoria do Alcance de Metas de Imogene King, no controle
glicêmico da pessoa com diabetes. Trata-se de estudo quase-experimental, do tipo longitudinal,
randomizado simples, numa Unidade de Atenção Primária à Saúde, no município de Fortaleza-Ceará-Brasil.
A amostra contou com 60 pessoas com diabetes, divididas nos grupos de intervenção e comparativo, que
passaram por quatro consultas de enfermagem cuja coleta ocorreu de fevereiro a agosto de 2014. Como
exigido, o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará, sob
parecer no 201.296/2013. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) antes do início da coleta de dados, respeitando os preceitos éticos de pesquisa com seres humanos
fundamentados na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes presentes no estudo,
76,7% eram mulheres, 50,0% eram casados ou viviam numa relação estável. A média de tempo do
diagnóstico foi de 10,3 anos. Destes pacientes, 76,7% tem hipertensão associada, a dislipidemia estava
presente em 43,3% e a obesidade em 30,0%. A pressão arterial sistólica (PAS) variou de 80 a 180 mmHg com
média de 133,8 mmHg, já a pressão arterial diastólica (PAD) variou de 60 a 110 mmHg com média de 80,5
mmHg. A glicemia em jejum variou de 66 a 453 mg/dl, com média de 240,7 mg/dl. No grupo de intervenção
os valores da PAS houve redução destas, mas não foi estatisticamente significante, quando se compararam
os valores entre as consultas. Os valores da PAD do grupo de intervenção houve diminuição
estatisticamente significativa (p=0,0156), ao se comparar a primeira com a última consulta. Os exames
glicêmicos tiveram diminuição de 62,5mg/dl na média, e também no desvio padrão das glicemias, do início
ao término do estudo. No grupo comparativo, analisou-se os valores de PAS, houve aumento nos valores
mínimos e médios mas não foi significante estatisticamente. Os valores da PAD avaliados no mesmo grupo,
ocorreu diminuição de 10 mmHg nos valores máximos e mínimos, não estatisticamente significante. Em
relação à glicemia média, verificou-se uma ascensão entre os valores de 21,1 mg/dl, e este acréscimo foi
significante estatisticamente. As variáveis foram analisadas no início e ao longo de três consultas de
enfermagem a cada 45 dias com cada participante nos dois grupos a fim de subsidiar a comparação das
mudanças no estilo de vida dos diabéticos inseridos neste estudo de intervenção. Frente aos achados no
estudo recomenda-se a utilização de intervenções educativas efetivas na Estratégia Saúde da Família.
Sugere-se o desenvolvimento de mais estudos quanto à frequência e duração de consultas de enfermagem
com intervenções educativas, a fim de identificar estratégias cada vez mais eficazes no controle metabólico
e glicêmico e prevenção das complicações.
IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO
Francisco Ariclene Oliveira, Francimirley Aprigio Pena, Suziane Naíris de Souza Arruda dos Santos, Luciana
Braga Saraiva, Arisa Nara Saldanha de Almeida, Ana Clécia Silva Monteiro
INTRODUÇÃO: O envelhecimento humano é considerado um fato reconhecidamente heterogêneo e
multidimensional, influenciado por aspectos socioculturais, políticos, econômicos, epidemiológicos e
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subjetivos. Frente ao aumento da expectativa de vida no Brasil, observa-se a importância de conhecermos
melhor o ser idoso e o processo de envelhecimento. Com ênfase a uma assistência de excelência ao menor
custo, justifica-se a utilização da Avaliação Geriátrica Ampla (AGA), para subsidiar o cuidado de enfermagem
a pessoas idosas. A assistência de enfermagem deve valorizar os aspectos relacionados à manutenção da
funcionalidade entre idosos, uma vez que esta condição sofre contínua mutação. OBJETIVO: Investigar a
utilização da Avaliação Geriátrica Ampla – AGA como subsídio para uma assistência de enfermagem ao idoso
em uma Caixa de Autogestão em Saúde na cidade de Fortaleza-CE. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo
documental, transversal, de abordagem quantitativa. A amostra foi composta de 70 prontuários da AGA,
com idosos em faixa acima de 85 anos. Os dados foram coletados nos meses de março a abril de 2015. A
coleta dos dados deu-se por meio de questionários semiestruturado, a fim de responder os objetivos da
pesquisa através de coletas em prontuários. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Constatou-se por meio dos dados
verificados que o grupo estudado apresenta bom perfil cognitivo, uma vez que 50% completou o ensino
médio, seguidos de 47% que realizaram o ensino fundamental, 57% são independentes para AVD’s, 78% dos
domicílios estão adequados para redução de risco de quedas, dentre as comorbidades clínicas existentes a
HAS está presente em 22%, seguida de DM 1 e 2, com 14%. Em relação às cardiopatias verificou-se que
estão presentes em 11% da população do estudo. O diagnóstico de enfermagem mais frequente foi risco de
queda, com 32%. CONCLUSÃO: O estudo evidenciou que a população atendida apresenta maior risco de
queda, podendo sofrer uma perda de funcionalidade, gerando assim a oportunidade de atuação para
educação em saúde para idosos de maneira contínua e dinâmica. O enfermeiro lança, assim, um novo
prisma com relação à prevenção de perda funcional e comorbidades frente à população idosa.
PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO EM UM MUNICÍPIO CEARENSE
Nívea Fernandes Furtado, Raquel Fraga de Queiroz Bacelar, Hérica Cristina Alves de Vasconcelos, João Paulo
Chaves Montenegro, Jéssica Araújo Saraiva, José Antônio Almeida Neto, Erica Carine Rodrigues, Jaiane
Façanha Lessa
O tratamento dialítico, bastante frequente em pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC), resulta da
remoção de substâncias tóxicas que deveriam ser eliminadas pelos rins e não o fazem pela perda da
função. Os tipos mais comuns são a hemodiálise e a diálise peritoneal (BARROS et al., 2006). O tratamento
com diálise, além de todo o desgaste aos pacientes, também provoca grandes gastos aos cofres públicos,
pois a maioria é financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Sociedade Brasileira de
Nefrologia (SBN), no censo de 2011 existiam no Brasil 643 unidades renais cadastradas e ativas,
atendendo 91.314 pacientes, sendo o SUS a fonte pagadora em 84,9% deles (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
NEFROLOGIA, 2011). Muitos são os fatores que predispõem ao desenvolvimento da IRC, como
hipertensão arterial, Diabetes mellitus, infecções recorrentes e a presença de doenças cardiovasculares. O
conhecimento desses aspectos especialmente as causas que levaram as condições crônicas, permitem as
equipes de saúde traçar estratégias para prevenir ou controlar a doença. Nesse contexto o presente
trabalho tem como objetivo conhecer o perfil clínico de pacientes em tratamento hemodialítico na cidade
de Quixadá-CE. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Realizado no domicílio de
20 pacientes em tratamento hemodialítico na cidade de Quixadá-CE. Foram incluídos no estudo todos os
pacientes que tivessem 18 anos ou mais, estivesse a pelo menos um mês em tratamento e morasse na
sede da cidade. Os dados foram colhidos nos meses de setembro e outubro de 2013, após aprovação do
comitê de ética em pesquisa, por meio de formulário semi-estruturado contendo informações sobre
tempo de diagnóstico, causa da doença, tempo de hemodiálise, presença de outras patologias e
complicações no tratamento. Os mesmos foram analisados estatisticamente pelo programa EpiInfo versão
7.0 e os resultados apresentados em gráfico, tabela e descritivamente. A pesquisa obedeceu às
recomendações da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa com seres
humanos. Dos 20 participantes, 60,0% eram do sexo masculino, com média de idade de 55 anos. Com
relação aos aspectos sobre a IRC, 70,0% foram diagnosticados havia menos de cinco anos, assim como,
27
iniciaram o tratamento. Apenas 20,0% ao descobrirem a doença, passaram pelo tratamento conservador.
Aos demais, devido à doença já se encontrar em estado avançado, restou a Terapia Renal Substitutiva,
50,0% tiveram como causas hipertensão arterial ou rins policístos, seguidos de diabetes e doença
cardiovascular 10,0% cada, pielonefrite crônica 5,0%, outros motivos citados foram: amiloidose 5,0%,
fator hereditário 5,0% e anemia ferropriva 5,0% e 10,0% não sabem a causa da doença. Além da IRC, a
maioria dos participantes 90,0% relatou a presença de outras doenças, tais como Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS), Doença cardiovascular (DCV), Diabetes melittus, hipotireodismo, catarata, anemia
ferropriva, osteoporose e problemas na coluna. Outro item investigado foi a presença de complicações
decorrentes do tratamento as quais os participantes já haviam sido acometidos. Os resultados indicaram
que apenas 10,0% deles referiram não ter tido nenhuma complicação desde que iniciaram a hemodiálise.
Dos que afirmaram ter apresentado, houve variação de uma até seis, sendo que a maioria citou ter
apresentado três. Dentre as principais complicações estão hipertensão arterial, cãimbras e fraqueza.
Conclui-se que a IRC tem como principais fatores doenças crônicas, como hipertensão e diabetes,
rotineiramente acompanhadas por profissionais da atenção primária, que podem ser evitadas e
controladas a fim de minimizar danos aos pacientes. Desta forma, ressalta-se o comprometimento de
todos para a promoção de satisfação com o tratamento, como o empenho do governo em ações para
ampliação dos serviços que favoreçam o acesso a saúde pública de qualidade, a atuação de uma equipe
multiprofissional estimulando de forma clara e compreensível, além de incentivar a participação ativa dos
usuários.
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA-ESCOLA DE FISIOTERAPIA
NA CIDADE DE FORTALEZA/CE
Lilian Maria dos Santos Pereira, João Wítalo da Silva, Nathiara Ellen dos Santos, Mylena Ximenes Aguiar, Ana
Raíssa Costa Saboia, Hugo Leonardo Machado Sá Diniz, Denise Maria Sá Machado Diniz, Cláudia Maria
Montenegro
INTRODUÇÃO: É uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais
intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por
doenças adquiridas, na atenção básica, média complexidade e alta complexidade. Fundamenta suas ações
em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da biologia, das ciências morfológicas,
das ciências fisiológicas, das patologias, da bioquímica, da biofísica, da biomecânica, da cinesia, da sinergia
funcional, e da cinesia patológica de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamentais e
sociais, fisioterapia de patologias e algumas condições clínicas traumáticas, visando reestabelecer o
equilíbrio estático e dinâmico nas funções diárias do paciente através de uma de suas muitas especialidades
de acordo com sua necessidade, respeitando o tempo de tratamento e prognóstico adequado para o seu
estado clínico. Sendo assim, o tratamento fisioterápico tem como foco auxiliar favorecer o retorno do
paciente o mais rapidamente possível às suas atividades cotidianas, ocupacionais e desportivas de forma
que a recuperação seja completa, procurando evitar complicações, sequelas ou limitações subsequentes. É
possível observar que, a fisioterapia vem abrangendo sua área de atuação para diversas classes e situações
clínicas, sejam elas crônicas, traumáticas ou até mesmo preventivas. Dessa forma, ela pode prestar melhor
serviço e ser mais útil ao sistema único de saúde, evitando assim que pacientes permaneçam sem
atendimento. OBJETIVO: Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes atendidos em uma clínica
escola de fisioterapia da cidade de Fortaleza-CE, e determinar suas características biológicas,
sociodemográficas, tipos de patologias e lesões para avaliar a predominância do perfil de pacientes que
necessitam de um auxílio fisioterápico. MÉTODOS: O estudo foi realizado no período de agosto de 2015 a
junho de 2016, analisando os dados através dos prontuários de 80 pacientes atendidos pelo menos três
vezes por semana na Clínica do Universo de Serviço Fisioterápico. Abordando como variáveis: sexo, idade,
peso, data de inclusão na clínica, diagnóstico clínico, queixa principal, localização da dor, exames
complementares, quantidade de sessões e tratamento fisioterápicos. RESULTADOS: Os resultados
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encontrados neste estudo demonstraram que a prevalência dos pacientes atendidos compõe-se de
mulheres acima de 60 anos, naturais de Fortaleza, relatando dor como queixa principal nos membros
inferiores e tendo por diagnóstico clínico, a tendinite. O tratamento foi efetuado predominantemente com
eletroterapia, o que pode ser determinante no fato de o tempo de tratamento ser relativamente longo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante desses resultados pode-se perceber que há uma predominância de elevado
tempo de tratamento na maioria dos casos, independente da patologia, sexo ou idade. Isso pode significar
uma falta de especificidade no tratamento de patologias crônicas como a tendinite, e se faz necessário um
maior aprofundamento nos estudos de medidas terapêuticas que proporcionem um prognóstico mais curto
e eficiente, favorecendo a recuperação mais rápida e a melhora da qualidade de vida e de saúde dos
pacientes sob atendimento fisioterapêutico.
PERFIL DOS PACIENTES COM DIABETES ATENDIDOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Vanessa Saraiva Santos, Luciana Catunda Gomes de Menezes, Eline Saraiva Silveira Araújo, Maria Vilani
Cavalcante Guedes, Luara Abreu Vieira, Ariane Alves Barros
O Diabetes Mellitus (DM) é um desafio para os pacientes, família e profissionais de saúde na busca de um
melhor controle glicêmico e metabólico. O número crescente de pessoas com diabetes e sua maior
sobrevida, além do crescimento e do envelhecimento populacional, do aumento na prevalência de
obesidade e sedentarismo, faz deste um importante problema de saúde. Em inquérito realizado nas capitais
brasileiras, 7,1% das pessoas entrevistadas referiram ter diagnóstico de DM, no Ceará este índice ficou em
6,1%. O enfermeiro, pela natureza do seu trabalho, constitui um elo entre a pessoa com doença crônica, sua
família e os serviços de saúde, tendo o desafio de auxiliar a pessoa a modificar seu estilo de vida e manejar
sua doença. A realização deste estudo mostra-se relevante para conhecer o perfil das pessoas com diabetes
atendidas na Estratégia Saúde da Família, como fundamentação para melhor acompanhamento e
prevenção de complicações. Objetivou-se traçar o perfil dos pacientes com diabetes atendidos na estratégia
saúde da família. Trata-se de estudo transversal, numa Unidade de Atenção Primária à Saúde, no município
de Fortaleza-Ceará-Brasil. A amostra contou com 60 pessoas com diabetes, cuja coleta ocorreu em fevereiro
de 2013. Identificou-se nos resultados o seguinte: 76,7% eram mulheres, 50,0% eram casados ou viviam
numa relação estável, enquanto 23,0% eram viúvos. Quanto à faixa etária, encontraram-se entre 35 e 87
anos, com média de 67,2 anos, distribuídos nas seguintes faixas etárias: 43,3% tinham de 60 a 74 anos,
30,0% tinham de 35 a 59 anos e 26,7% tinham mais de 75 anos. Quanto à escolaridade, obteve-se uma
média de 4,1 anos de estudo. Em relação às pessoas que residiam no mesmo domicílio, variou os que
moravam só as famílias com até 10 pessoas, 56,7% moravam de 3 a 5 pessoas, 31,7% morava de 1 a 2
pessoas, e 11,6% moravam de 6 a 10 pessoas. A renda familiar média foi de 2,9 salários mínimos, 41,7%
tinham renda de 1 a 4 salários, 35,0% a renda era menos de um salário mínimo, e 23,3% recebiam acima de
quatro salários. Os pacientes com diabetes do estudo, a média de tempo do diagnóstico foi de 10,3 anos,
40,0% tinham diagnóstico a menos de 5 anos, 33,3% tem diagnóstico de 5 a 15 anos, 26,7% tem diagnostico
há mais de 15 anos. Destes pacientes, 76,7% tem hipertensão associada, o tempo de diagnóstico da
hipertensão variou de 1 a 30 anos, com média de 11,5 anos. A dislipidemia estava presente em 43,3% e a
obesidade em 30,0%. O Índice de Massa Corpórea dos pacientes em estudo variou de 19,1 Kg/m2 a 38,4
Kg/m2, com média de 28,0 Kg/m2, distribuído 45,0% com sobrepeso, 30,0% com obesidade e 25,0% normal.
Avaliou-se também a circunferência abdominal, que foi de 81 a 127 cm, e a circunferência do quadril de 80
a 126 cm. A pressão arterial sistólica variou de 80 a 180 mmHg com média de 133,8 mmHg, já a pressão
arterial diastólica variou de 60 a 110 mmHg com média de 80,5 mmHg. A glicemia em jejum variou de 66 a
453 mg/dl, com média de 240,7 mg/dl. Conclui-se que o perfil epidemiológico e clínico, é tarefa
imprescindível. Para cada região, é fundamental que as condições de saúde, adoecimento e morte da
população sejam bem conhecidas e subsidiem ações de promoção e proteção à saúde, com o intuito de
melhorar a qualidade de vida, reduzindo a incidência das complicações pacientes acometidos com diabetes.
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PRÁTICAS CORPORAIS NO SUS: SAÚDE, MOVIMENTO E QUALIDADE DE VIDA NO MUNICÍPIO DE ITAPAJÉ
CEARÁ
Cláudio Henrique da Silva Borges, Jordão Viana Chaves
O presente estudo busca avaliar as os processos vivenciados no grupo de Práticas Corporais considerando
desde o planejamento, o perfil dos participantes, a execução das atividades e os impactos concretos e
subjetivos no sistema de saúde local, principalmente na Atenção Básica. Trata-se de uma pesquisa descritiva
com abordagem qualitativa, realizada com o público atendido pelo Grupo de Práticas Saúde, Movimento e
Qualidade de vida no município de Itapajé, cujas ações são direcionadas aos idosos e hipertensos, apesar de
ser um grupo aberto a toda comunidade. As atividades ocorrem na Praça da Igreja Matriz e no salão
Paroquial e envolvem exercícios laborais com materiais alternativos e intervenções educativas. Por ser bem
central oportuniza atender usuários dos territórios de cinco ESF: Bela Vista, Dona Duquesa, Sede I, Sede II,
Mário Moreira e Carnaubinha. As informações adquiridas são baseadas nos registros de anamnese e
avaliação corporal realizada periodicamente pelos professores de Educação Física do Núcleo de Apoio a
Saúde da Família, que são também responsáveis pela orientação das atividades laborais e elo entre a equipe
e os integrantes para as intervenções de educação e Saúde na coletividade e discussão de casos individuais.
De acordo com cadastro dos participantes, a população estudada é composta 93% de mulheres, 64% são
idosos, 70% aposentados. Sobre o estado civil, 66% são casados, 22% solteiros e 12% viúvos. 90% são
alfabetizados, 95% têm filhos e nenhum mora sozinho. O diagnóstico nutricional da avaliação inicial baseada
no IMC revelou que 36% estavam em situação de obesidade, 33% sobrepeso, 22% peso ideal e 1,3% sob
peso. A hipertensão é o problema de saúde mais evidente no grupo, atingindo 62,6% dos participantes. As
atividades têm colaborado para melhoria desses índices, além de outros benefícios, como a redução do uso
de medicamentos, pressão estabilizada, disposição, autoestima, socialização e de maneira geral um avanço
na qualidade de vida deste público. Diante disso, observa-se a necessidade de criação de novos grupos,
reavaliação e monitoramento contínuo bem como divulgar os resultados aos usuários, gestores,
profissionais da saúde e controle social, para estimular uma visão mais ampliada de atenção à saúde ainda
engessada na queixa conduta e na medicalização.
SINTOMAS MUSCULOESQUELÉTICOS EM DESPACHANTES DE CARGAS PRESTADORES DE SERVIÇOS PARA
UMA EMPRESA AÉREA: UMA VISÃO FISIOTERAPÊUTICA
Mylena Ximenes Aguiar, Jonathan Aragão Sombra, Nathiara Ellen dos Santos, Ana Rayssa de Paulo Vieira,
Hugo Leonardo Machado Sá Diniz, Denise Maria Sá Machado Diniz, Juliana Lima Fonteles Magalhães, Lilian
Maria dos Santos Pereira
Introdução: O despachante de carga aérea atua na parte de carregamento e descarregamento de cargas,
em voos domésticos e internacionais. Esses profissionais executam suas funções com rapidez, tendo em
vista que possuem pouco tempo em cada atendimento em suas respectivas aeronaves. Diversos fatores
desencadeiam lesões nesses profissionais, tais como os poucos dias de folga, posições inadequadas,
esforços além do normal, sobrecarga e movimentos repetitivos; trazendo algumas alterações
musculoesqueléticas que podem vir a prejudicar seu desempenho no exercício da função. Dessa forma, ao
se identificar os riscos à saúde dessa classe profissional, a intervenção fisioterapêutica para promoção e
prevenção da saúde, evitará além de afastamento do trabalho, a inatividade e as deformidades decorrentes
das lesões relacionadas a este tipo de trabalho, possibilitando melhora na qualidade de vida e das condições
laborais, reduzindo os gastos com afastamento do trabalho e com os serviços de saúde pública. Objetivo:
Analisar a prevalência de lesões musculoesqueléticas em Despachantes de cargas aéreas em Fortaleza-CE.
Método: Foram avaliados através de um formulário, 15 despachantes de cargas aérea de uma empresa
referência no estado do Ceará, em seu local de trabalho, aeroporto internacional Pinto Martins, no período
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de agosto a outubro de 2015, considerando-se o seu histórico clínico funcional, informações sobre
alterações osteoarticulares do despachante de cargas, o tempo de permanência na função, a presença de
dores e o local da mesma, a forma de classificação da doença por cada trabalhador, bem como a forma
como os mesmos classificam sua saúde. Resultados: Observou-se que a atividade do trabalhador que
manuseia cargas o predispõe a riscos decorrentes dos fatores biomecânicos, como excesso de força e
posturas inadequadas, além dos fatores organizacionais que, quando utilizados de forma inapropriada,
repercutem na saúde dos trabalhadores, levando ao aparecimento de dores principalmente na região
lombar e a classificação de sua saúde como regular em 20% dos avaliados. As lesões resultam da utilização
excessiva do sistema osteomuscular, instalando-se progressivamente no trabalhador sujeito a fatores de
risco técnico-organizacionais. Verificou-se ainda que os pesquisados não são submetidos a nenhum tipo de
avaliação e/ou detecção precoce de lesões. Considerações finais: O estudo realizado aponta para a
necessidade de melhorias das condições de trabalho na atividade de movimentador de mercadorias com
carga, assim como na avaliação periódica por parte do Fisioterapeuta para detecção das dores e lesões que
possam levá-los a deformidades, afastamento do trabalho e gastos com a saúde.
O ESTRESSE DO ENFERMEIRO NO ÂMBITO HOSPITALAR EM UM HOSPITAL DE PEQUENO PORTE DO
MUNICÍPIO DE ICAPUÍ FRENTE A SUAS COMPETÊNCIAS
Maria Madeleide da Silva, Ana Nery Rodrigues Reis, Francisca Rafaela Ferreira Lima, Lourdes Maria Barbosa
Reis, Rosane Silva de Amorim Félix, Aricelma Leôncio de Sousa, Solange de Sousa Soares, Maria de Lourdes
de Melo
O estresse tem se mostrado um dos grandes males da atualidade, haja vista, que o ritmo de vida da
população tem mudado muito, sendo marcado por excesso de tarefas, correria e longas jornadas de
trabalho. Dentre os profissionais que tem sofrido muito com esse mal, estão os profissionais de saúde, mais
precisamente os enfermeiros hospitalares, que estão expostos a situações conflitantes diariamente. O
presente trabalho teve como objetivo geral descrever o processo de trabalho sob o ponto de vista dos
enfermeiros e o que contribui para o estresse do hospital municipal Maria Idalina Rodrigues de Medeiros no
Município em Icapuí. Como objetivos específicos: Identificar os fatores que ocasionam o estresse dos
enfermeiros; Descrever as situações as quais evidenciam o estresse; e Comparar o nível de estresse com as
variáveis de interesse: sexo, idade, carga horária semanal, treinamento, tempo de trabalho na instituição. A
amostra foi constituída por 04 enfermeiros de unidade hospitalar, inseridos na instituição pública do
município de Icapuí. Realizado junto aos enfermeiros da unidade com o objetivo descrever o processo de
trabalho sob o ponto de vista dos enfermeiros e o que contribui para o estresse destes, no hospital
municipal Maria Idalina Rodrigues de Medeiros no Município em Icapuí. A partir do método explorativo
descritivo com aplicação de um questionário estruturado, itens abordando a atuação específica dos
enfermeiros nessa unidade, foi utilizado na coleta de dados, onde foi possível perceber que fatores como
carga horária excedente, frágeis condições de trabalho, salários inadequados e acúmulo de tarefas são
fatores que tem contribuição direta para o desenvolvimento do estresse entre estes profissionais. Os dados
obtidos e analisados foram organizados em quatro categorias: Categoria 1: A carga horária excedente;
Categoria 2: Área relacionada com as condições de trabalho; Categoria 3: O acúmulo de tarefas para o
enfermeiro; Categoria 4: Insatisfação com o salário da categoria. Após a análise dos estudos foi possível
concluir que a unidade hospitalar pode desencadear estresse nos enfermeiros e profissionais que nela
atuam, não pela própria natureza do trabalho, mais pela carga horária elevada, pelo o acúmulo de tarefas
que lá existe, bem como a falta de estrutura para desempenhar suas funções com potencialidade. Uma das
limitações desse estudo foi à escassez de profissionais enfermeiros no referido hospital. Percebe-se,
portanto, a necessidade de investir na aquisição de mais profissionais para unidade hospitalar para o bem
estar dos profissionais e pacientes para que possa ser diminuído o índice de estresse, como também
melhoramento na estrutura hospitalar.
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VIVENCIANDO O CUIDADO DO RECÉM-NASCIDO NO DOMICÍLIO: PERCEPÇÃO DAS PUÉRPERASADOLESCENTES ACERCA DESTA EXPERIÊNCIA
Jaiane Façanha Lessa, Naiara Lino de Araújo Alves, Jayana Oliveira Miranda
A gravidez na adolescência geralmente é enfrentada com dificuldade, pois a adolescente passa rapidamente
da condição de filha para mãe, e essa mudança faz com que ela vivencie uma situação conflituosa. Após o
nascimento, a adolescente entra no puerpério, sendo este um momento difícil para a maioria das puérperasadolescentes, pois a inexperiência somada a pouca idade provocam, nessas mães, insegurança e medo de
assumirem os cuidados com a criança. O presente estudo objetivou analisar a vivência das puérperasadolescentes no cuidado do recém-nascido no âmbito domiciliar. Trata-se de um estudo de caráter
descritivo e exploratório com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados nos meses de janeiro e
fevereiro de 2013, através de uma entrevista semiestruturada aplicada a 20 puérperas–adolescentes, que
residiam na zona urbana do município de Iguatu-CE. A organização dos dados teve como suporte a
orientação de Polit e Beck, sendo as categorias do estudo formadas conforme a literatura. De acordo com o
estudo, verificou-se que as puérperas-adolescentes vivenciam, neste período, intensas mudanças em sua
vida, e diante disso as mesmas percebem as inúmeras responsabilidades advindas do processo da
maternidade. Observou-se que 85% das puérperas estavam satisfeitas com a assistência que receberam dos
profissionais da saúde em seu domicílio, destacando a competência do trabalho realizado por estes e a
certeza do dever cumprido frente ao desafio social e familiar que lhe é confiado no decorrer do processo da
maternidade na adolescência. Conclui-se que a vivência das puérperas-adolescentes no cuidado do recémnascido no âmbito domiciliar é repleta de descobertas, satisfações e desafios, os quais são superados com o
apoio familiar e fortalecidos pelos profissionais da saúde, estabelecendo uma atuação fundamentada na
integralidade do cuidado. Espera-se que a divulgação dos resultados dessa pesquisa contribua para a
construção de políticas públicas de saúde direcionadas a uma efetiva assistência à maternidade na
adolescência.
Eixo Temático: Atenção Integral à Saúde do SUS
Modalidade: Relato de experiência
AÇÃO MULTIPROFISSIONAL QUE LEVOU MAIS AZUL AO NOVEMBRO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ana Karla Ramalho Paixão, Nirley Mara Alves Domingues, Aline Braúna dos Santos, Leonel Praciano Matos,
Bruna Barreto Silva dos Reis, Rayana Feitosa Nascimento, Rianna Nargilla Silva Nobre, Liliane Santiago de
Andrade
INTRODUÇÃO: A campanha “Novembro Azul” disparada anualmente pelo Ministério da Saúde em âmbito
nacional visa à sensibilização do público masculino quanto aos cuidados periódicos com sua saúde.
Entendendo que tal população é minoria visível no dia a dia dos serviços ofertados pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), destacamos a importância de ações voltadas a este público uma vez que alguns agravos que o
acomete são passíveis de prevenção. Desse modo, observou-se a necessidade de realizar uma ação
estratégica de promoção à saúde do homem diretamente no território, inferindo que a faixa-etária
prioritária para a campanha levam a homens aposentados e/ou trabalhadores autônomos na própria
residência. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: Promover educação em saúde, sensibilizar e incitar à procura da
atenção primária por parte dos homens do território de abrangência de uma equipe de saúde da família.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Foi realizado o I Evento de atenção à saúde do homem da equipe 51 que
contou com a mobilização da equipe de referência com a enfermeira residente e as quatro agentes
comunitária de saúde (ACS) da equipe, em parceria com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família misto
(municipal e residência) contando com os profissionais: médico veterinário, cirurgiã-dentista, nutricionista e
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assistente social. Participou ainda uma agente de endemias e um médico convidado. O evento aconteceu
pela manhã, por volta das 8 e 30 e antes disso havia um carro de som convidando os homens do território
para comparecer à alameda da academia para a terceira idade, local estrategicamente pensado por ser
bastante utilizado pela comunidade. Iniciamos com informações sobre o “Novembro azul”, do que se trata
serviços ofertados, população-alvo intensificando a necessidade de prevenção não só do câncer de próstata
mas de todo o tipo de acometimento que os impeça de ter uma boa qualidade de vida. Após isto foi
realizado o cadastro de todos os participantes em um instrumento pré-confeccionado pela enfermeira
residente, de forma que todos pudessem ser acompanhados após aquela ação. No referido instrumento
continha nome, cartão nacional do SUS, endereço, telefone, idade, dados antropométricos, pressão arterial,
última ida à UBASF (consulta agendada ou demanda espontânea?); se já havia realizado o exame Antígeno
Prostático Específico (PSA) no corrente ano (caso resposta negativa, teria o interesse em realizar?); aceita
realizar testes rápidos para HIV e Sífilis? (confirmada a adesão aos testes, foram disponibilizados dois turnos
na agenda da enfermeira residente para posterior realização destes na UBASF); última ida ao dentista
(consulta agendada ou urgência). O preenchimento foi realizado pelos profissionais e ao final obteve-se um
total de 37 participantes, os quais foram informados que seriam chamados à UBASF para as próximas
condutas. PRINCIPAIS RESULTADOS: Os homens foram contactados através de telefonemas para receber a
guia de realização do exame PSA e informados sobre os cuidados para a realização do referido exame.
Obteve-se a adesão de 35 usuários à UBASF (ressaltando que 2 participantes já haviam realizado o exame no
referido ano). Paralelamente a isso foram realizados 20 testes rápidos para diagnóstico de HIV e Sífilis, com
vistas a trabalhar a integralidade da saúde do homem, bem como difundir a oferta de tais exames na rede
básica de saúde. Através do exame profilático foram identificadas 04 alterações bucais significativas, com
necessidade de encaminhamento para troca da prótese. Por fim, destaca-se melhor receptividade às ACS
durante a visita domiciliar das mesmas ao público masculino. CONCLUSÃO: O relato acima comprova que
ações em saúde efetivas são aquelas não pontuais, onde o usuário entende que há um cuidado integral
sendo ofertado e que a UBASF firma-se parceria para a promoção e prevenção de saúde. Para tanto,
ressalta-se a importância do trabalho multiprofissional como força propulsora da estratégia saúde da
família, com vistas a um cuidado integral aos usuários. Dessa forma, evidencia-se que ações como essa
sensibilizam este público até então distante da atenção primária.
AÇÕES DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO, ATENDENDO INTEGRALMENTE A ATENÇÃO PRIMÁRIA
E SECUNDÁRIA. UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Nyrla Alexandre Malveira Gomes, Greyce Kelly Dutra dos Santos, Ângela Nascimento dos Santos, Patricia
Carlene Nascimento Campos, Cyrlianne Carneiro da Silva
INTRODUÇÃO: O aleitamento materno exclusivo (AME) é uma prática fundamental para a saúde das
crianças, pois fornece tudo o que ela precisa para crescer e se desenvolver e a protege contra várias
doenças. Além de promover saúde física, a amamentação, também traz benefícios para a saúde psíquica da
criança, pois no ato de amamentar se estabelece o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê. Ademais, o
aleitamento também promove para a mãe o retorno ao peso pré-gestacional mais precocemente e o menor
sangramento uterino pós-parto, consequentemente, menos anemia. Pesquisas mostram que o Brasil se
mantém como uma referência mundial em aleitamento materno e alcançou um aumento da média de dias
de AME atingindo o valor 54,1 em 2008. Porém, mesmo com os resultados positivos estes valores ainda
encontram-se muito aquém da meta da Organização Mundial de Saúde (OMS) que é de 180 dias. Isto se
deve a existência de alguns fatores como: Falta de apoio e de informações corretas, que contribuem para a
não adesão ao aleitamento. Como o enfermeiro é o profissional que mais estreitamente se relaciona com a
mulher durante o ciclo gravídico-puerperal, este tem importante papel nos programas de educação em
saúde durante o pré-natal e deve preparar a gestante para o aleitamento e contribuir para a manutenção no
puerpério. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de um
grupo de alunas do curso de Enfermagem, da disciplina de aleitamento materno, ao realizarem ações
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educativas sobre aleitamento materno com o público da atenção secundária e com o público da atenção
primária em uma maternidade e em uma unidade básica de saúde, respectivamente, ambas as atividades
realizadas no mês de maio de 2016. As ações objetivaram: promover informações, esclarecer dúvidas e
incentivar a adesão e continuidade do AME. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Tendo em vista o papel do
enfermeiro como educador, elaboramos uma ação educativa para ser realizada com puérperas em uma
maternidade. Considerando o fato de que, o puerpério imediato é acompanhado de várias alterações
hormonais e de cansaço físico e mental, disponibilizamos de estratégias para captar a atenção destas
mulheres. Usamos recursos visuais como: cartazes e banner, e buscamos passar as informações de maneira
simples e eficaz. Pudemos esclarecer dúvidas a respeito da amamentação, exploramos os principais desafios
encontrados pelas mães e como poderiam ser superados. Também informamos os benefícios do leite
materno e sua superioridade se comparado com outros tipos de leite. Finalizamos destacando a importância
da pega correta e demonstrando na prática como se procede. Ao concluir a ação educativa observamos a
deficiência de orientações corretas sobre a amamentação, a serem repassadas no acompanhamento de prénatal, culminando na desistência das mães em amamentar os seus filhos, acarretando em crianças não
amamentadas ou amamentadas insuficientemente. Dessa forma, decidimos realizar uma ação educativa em
uma UBS e trabalhar o tema com o público de gestantes e puérperas utilizando como metodologia a
atividade em grupo e dispondo de estratégias lúdicas. A técnica lúdica utilizada foi à encenação na qual
buscamos mostrar na prática um dos principais desafios encontrados no dia a dia das mães que é a falta de
apoio na família. Abordamos também os mitos relacionados ao assunto e desmitificamos algumas ideias
provenientes do conhecimento popular. Trabalhando com as mulheres, de maneira grupal proporcionamos
a troca de experiências entre elas e menor inibição por parte das mesmas. RESULTADOS: O público se
mostrou receptivo e participativo, a ação educativa se tornou um momento de interação e descontração,
porém mantendo-se no foco científico. Percebemos que mesmo que o ato de amamentar seja algo
instintivo, há muitos mitos e falta de informações que acarretam na desistência da mulher em realizar esse
ato tão importante para o binômio mãe-filho. CONCLUSÃO: Observamos que a atuação do profissional
enfermeiro em benefício ao aleitamento é de grande relevância. Agindo em associação, constatamos que
existe a necessidade de mais investimentos do poder público na área da promoção do aleitamento materno,
visando alcançar as metas da OMS e diminuir enfermidades infantis e maternas que são preveníveis pelo
AME, o que geraria também, um benefício social e econômico, no que diz respeito ao menor gasto do
governo no tratamento das pessoas com consultas, medicamentos e hospitalizações.
AÇÕES INTEGRADAS DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO
PROGRAMA PIT STOP DA SAÚDE NO MUNICÍPIO DE EUSÉBIO
Claudiany Gomes de Lima, Victor Hugo Santos de Castro
A saúde ocupacional é uma estratégia que busca garantir a saúde dos colaboradores contribuindo para a
produtividade, qualidade de vida, motivação e satisfação do trabalho. Sendo assim, na territorialização
realizada no ano de 2015 no município de Eusébio-Ceará, foi identificado que as demandas nas unidades
básicas de saúde eram consideráveis e que não havia um cuidado destinado à saúde dos profissionais deste
serviço. Neste contexto, foi desenvolvido um programa denominado Pit Stop da Saúde, com atividades de
cinesioterapia laboral e ginástica laboral, realizadas pelos profissionais da Fisioterapia e Educação Física, das
ênfases Saúde da Família e Comunidade e Saúde Mental Coletiva, respectivamente. Oliveira (2006) afirma
que a Ginástica Laboral pode ser compreendida como exercícios de alongamento, coordenação motora e
relaxamento, executados em uma empresa, objetivando prevenir e reduzir os casos de lesões e doenças
laborais. Para Mendes & Leite (2008) a cinesioterapia laboral é sinônimo de ginástica laboral. O objetivo da
pesquisa é relatar as vivências do programa em questão nas unidades básicas de saúde e os impactos no
bem-estar dos trabalhadores. O programa foi apresentado e aprovado pela secretaria de saúde do
município, reconhecendo a relevância da intervenção. As ações foram desenvolvidas duas vezes por
semana, nas unidades básicas do território e tiveram início em março de 2016, encerrando sua primeira
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etapa em junho do mesmo ano. As atividades eram agendadas previamente, considerando a disponibilidade
das unidades e o melhor horário para a intervenção. Esta era dividida em quatro momentos, o primeiro
destinava-se à apresentação do programa e sua importância no serviço abordado. O segundo momento era
a realização da atividade de cinesioterapia laboral e ginástica laboral, sempre realizada com música. O
terceiro momento era um relaxamento, envolvendo técnicas de massagem. A finalização da intervenção era
uma avaliação dos participantes quanto à vivência. Durante a realização das práticas, os funcionários dos
serviços que se empenhavam na execução, eram participativos e demonstravam afetividade para com os
companheiros de trabalho. No processo avaliativo, os participantes afirmaram que era um momento único
de integração e que era válido já que se submetiam a uma vivência com o corpo em movimento, pois os
trabalhos desenvolvidos nas unidades eram repetitivos e/ou estáticos. Os profissionais relataram ainda que
as atividades melhoravam o humor e que deveriam ser realizadas com mais frequência. A responsável por
uma das unidades de saúde, afirmou que reservaria um dia da semana para que a equipe pudesse cuidar de
si e que as atividades seriam desenvolvidas pelos profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família
(NASF). O estudo conclui que intervenções integradas são essenciais para a saúde coletiva, pois amplia as
perspectivas de cuidado. Recomenda-se que o programa seja incorporado pelo município, visando à
promoção da saúde e a redução do adoecimento resultante dos processos e ambientes de trabalho.
A EXPERIÊNCIA DA CONSULTA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO II
Aviner Muniz de Queiroz, Tatiany Martins de Melo, Francisco Ariclene Oliveira, Denizielle de Jesus Moreira
Moura, Francisca Jamille Mourão Ximenes
INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus é uma síndrome de doenças etiológica múltipla caracterizada por
hiperglicemia associada a complicações. Desta forma, é correto afirmar que a prevenção é o melhor
caminho para que as pessoas não venham a adquirir diabetes e, se diagnosticadas com a doença, possam
evitar ao máximo a ocorrência de complicações. O DM tipo II é usado para designar uma deficiência relativa
de insulina, que afeta cerca de 90 a 95% da população brasileira. Contudo, é importante que saibamos que
a consulta de enfermagem tem papel fundamental na prestação da informação ao paciente frente às
medidas preventivas, tanto envolvendo as ações de prevenção primária e secundária, e nos casos de
complicações decorrentes do diabetes o paciente é assistido em sua reabilitação social, física e emocional.
OBJETIVO DA EXPERIÊNCIA: relatar a experiência acadêmica durante a consulta de enfermagem ao paciente
portador de DM tipo II. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de um relato de experiência em consulta de
enfermagem com 20 homens de 20 a 40 anos em uma Unidade da Estratégia de Saúde da Família (ESF), no
Município de Fortaleza - CE, no período de setembro de 2015. A duração da experiência foi de dois dias
alternados. Os acadêmicos em questão em grupo de seis foram divididos em duplas e orientados pela
preceptora de estágio (enfermeira da ESF) sobre o que eles poderiam abordar ou não dentro da consulta de
enfermagem a esses pacientes portadores de DM tipo II. Vale ressaltar que esses 20 homens já referidos
não foram escolhidos aleatoriamente. Os mesmos são cadastrados dentro do HIPERDIA, programa
destinado ao cadastramento e acompanhamento de portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes
mellitus atendidos na rede ambulatorial do SUS. Realizaram-se atividades acadêmicas por meio de
metodologia ativa de ensino-aprendizagem, compreendendo a síntese provisória, busca qualificada, nova
síntese e avaliação. Atividades priorizando o cuidado que um paciente diabético deve ter durante o
tratamento e ao longo da vida, tais atividades foram desenvolvidas por cada dupla de acadêmicos. Partindo
disto, folhetos confeccionados informando os principais sintomas da diabetes e os cuidados que se deve ter
com o transporte e aplicação da insulina foram distribuídos. Além disto, aproveitou-se para distribuir
folhetos informando a melhor alimentação para pacientes com esta patologia. PRINCIPAIS RESULTADOS: Em
virtude da necessidade de assistir os pacientes diabéticos de forma mais direta, buscando uma intervenção
efetiva, interativa e permanente, cada dupla optou pela realização de orientações diretas, abordando a
terapia insulínica, com enfoque no armazenamento e transporte da insulina e técnicas de preparo e de
aplicação. O objetivo desta prática foi orientar os pacientes insulinos dependentes a realizarem o
tratamento de forma correta, prevenindo complicações pelo mau uso, ou má conservação do
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medicamento. A falta de rodízio na auto aplicação da insulina e o acondicionamento inadequado dos
frascos do medicamento, por exemplo, alertam para a necessidade de assistir de forma mais direta estes
pacientes, buscando uma intervenção efetiva. Ao final de cada orientação os participantes puderam expor
as dificuldades e angústias que dificultavam a adesão ao tratamento. Na ocasião dois participantes
resolveram aderir ao tratamento, demonstrando assim a sensibilização de tal atividade realizada. Foi uma
experiência desafiadora e construtiva, onde os acadêmicos levantaram pausadamente sobre a patologia em
si e o processo de adesão ao tratamento, esclarecendo a importância da consulta de enfermagem. A
realização da orientação em saúde dentro da consulta de enfermagem facilita a adesão do paciente ao
tratamento correto, ressaltando a importância e as particularidades deste. Sobretudo, é sabido que as
ações de educação em saúde feitas pela enfermagem desempenham um respeitável papel no controle
social dos doentes e das populações de risco, considerando a importância destas ações no entendimento
dos processos saúde/doença, na busca de mudanças de condutas e procedimentos dos indivíduos.
CONCLUSÃO, RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE COLETIVA: O profissional enfermeiro visa adequar mediante a
consulta periodicamente uma melhor adaptação destes homens ao tratamento satisfatório e a satisfação da
qualidade de vida por meio dessas atividades e orientações em saúde.
APLICAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE RISCO PARA A PESSOA IDOSA EM EQUIPE DE SAÚDE DA
FAMÍLIA DE FORTALEZA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rafaela Yasmine de Sousa Ferreira, Alana Edla Pereira Cajazeiras, Maria Atatian Pereira dos Santos
INTRODUÇÃO: O processo de envelhecimento é caracterizado por um conjunto de alterações fisiológicas
que culminam com uma maior suscetibilidade a intempéries do ambiente. Atualmente, o envelhecimento
populacional trata-se de uma realidade e suscita o desenvolvimento de estratégias que permitam que este
se dê satisfatoriamente e com qualidade. A Atenção Primária em Saúde, norteada pelos princípios da
integralidade, acesso e vínculo, motiva a adoção de métodos mais abrangentes de avaliação que permitam
identificar idosos em situação de risco, com vistas a permitir a instituição de cuidados em saúde
individualizados. OBJETIVOS: O presente trabalho objetiva relatar a experiência de aplicação de um
instrumento de avaliação de risco em uma Equipe de Saúde da Família, visando a identificação de idosos em
situação de fragilidade e a instituição de estratégias para a promoção do envelhecimento saudável.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de um estudo descritivo no qual se buscou pontuar o caminho
percorrido durante a aplicação do instrumento de triagem PRISMA 7 destinado para a população com idade
maior ou igual a sessenta anos de uma Equipe de Saúde da Família da Unidade de Atenção Primária em
Saúde Lineu Jucá, em Fortaleza, no Ceará. O instrumento foi empregado pelos Agentes Comunitários de
Saúde durante as visitas realizadas no mês de junho de 2016 e os dados coletados foram reunidos e
organizados em gráficos para análise. RESULTADOS: Os resultados apontam que aproximadamente 5% da
população acompanhada na Equipe de Saúde é composta por indivíduos com idade igual ou superior a 60
anos, sendo a maioria acompanhada em grupos específicos de cuidado em saúde. Aproximadamente 50%
destes tiveram pontuação maior ou igual a três na aplicação do PRISMA 7, o que suscita uma avaliação mais
específica desse grupo. CONCLUSÃO: O descontrole no acompanhamento da população idosa tem
implicações importantes, de modo que utilizar instrumentos adequados é essencial para identificar idosos
em situação de risco e propor estratégias, visando garantir o envelhecimento ativo. O presente trabalho
suscitará a aplicação de outros instrumentos, como a Avaliação Geriátrica Ampla, e a instituição de novas
propostas de promoção do envelhecimento saudável que rompam com o tradicional enfoque do
tratamento de doenças.
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A RODA DE QUARTEIRÃO COMO MECANISMO DE COMBATE A DENGUE DENTRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMÍLIA
Margarida Angélica de Freitas, Maria Clariciane Cabral Almeida, Lidiane Almeida Moura, Chedy Ben Belaid,
Ana Osmarina Quariguasi Magalhães Frota, Francisca Elzenita Alexandre
INTRODUÇÃO: A dengue é uma doença que tem sido um grande desafio para os trabalhadores do SUS
devido sua gravidade e pelo fato dos criadores estarem na maioria das vezes dentro das casas dos
moradores, fator que dificulta o acesso e combate aos criadores do mosquito transmissor. A Roda de
quarteirão possibilita maior aproximação entre a equipe de saúde e a comunidade, onde partindo do
conhecimento popular, formulam-se estratégias mais efetivas no combate ao vetor a partir da realidade
local. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: Relatar a experiência da realização de Rodas de Quarteirão como
estratégia para diminuição dos altos índices de foco positivo do mosquito Aedes Aegypti no território de um
Centro de Saúde da Família do Município de Sobral-CE. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de relato de
profissionais da saúde a partir da vivência de uma Roda do Quarteirão em um CSF do Município de SobralCE. Esse território vem apresentando maiores índices de dengue no município, onde são frequentes ações
de multirão e de limpeza das ruas, porém não há redução dos índices, pois os focos positivos estão dentro
dos domicílios, principalmente em tanques, baldes, bacias e no lixo jogado incorretamente. Diante disso
realizamos roda de quarteirão na rua que apresentou maior incidência e recorrência de foco positivo.
Utilizamos uma caixa com imagens e perguntas sobre o tema e um cartaz onde estava escrito “mito ou
verdade“. O cartaz foi fixado na parede externa da casa e os participantes do momento sentaram-se em um
círculo na calçada. À medida que a caixa ia passando retirava-se um papel com uma pergunta ou com uma
imagem que norteava o diálogo dos participantes e que era fixado no cartaz. Participaram do momento a
enfermeira da área, os Residentes Multiprofissionais em Saúde da Família, os agentes comunitários de saúde
e os agentes de endemias, tendo por público alvo os moradores de uma rua do território com maior índice
de foco positivo do mosquito Aedes Aegypti. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Roda do Quarteirão foi escolhida
por possibilitar uma aproximação “dialógica com a comunidade” (Góis, 2008). Foi diagnosticado que os focos
positivos do mosquito foram encontrados em depósitos com água dentro dos domicílios dos moradores. Foi
escolhida uma calçada onde as pessoas costumam sentar durante a manhã, sendo que os mesmos foram
convidados anteriormente pelas agentes de saúde da área a participarem do momento. Durante os diálogos
os moradores alegaram a necessidade de armazenar água devido sua constante falta. Na ocasião foram
dadas orientações sobre a maneira correta desse armazenamento, a lavagem e a telagem dos depósitos,
sobre sintomas e como agir no caso da suspeita de alguma dessas doenças. Eles relataram quais os remédios
costumavam tomar e, a partir da fala foram orientados quais os medicamentos podem ou não serem
tomados. Foi discutido também sobre o fato de que na maioria das vezes um morador tem a consciência e
toma toda a precaução, mas o vizinho não faz nada para prevenir, assim procuramos sensibilizar a
comunidade para estar junto nas ações de combate ao mosquito de modo que todos se corresponsabilize
pelo cuidado de si e do próximo. CONCLUSÃO: A roda do quarteirão nos possibilitou ampliar nossa visão
para a comunidade, pois até então esses moradores tinham seus depósitos de água esvaziados pelos
agentes de endemia. Possibilitou-nos conhecer para entender e subsidiar orientações pertinentes que
venham dialogar com sua realidade. RECOMENDAÇÃO PARA A SAÚDE COLETIVA: Os profissionais que atuam
na ESF devem se aproximar desses espaços que proporcionam maior diálogo com a população, para melhor
atuar a partir de uma melhor compreensão da realidade local, respeitando seus modos de vida e cultura.
ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA NOS GRUPOS DO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA
Yolanda Teixeira de Araújo Accioly
INTRODUÇÃO: Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família são constituídos por profissionais de diferentes
especialidades, que devem apoiar as Equipes de Saúde da Família. A psicologia, inserida no NASF, vem
tentando romper com o modelo clínico tradicional, buscando uma prática mais abrangente, que possibilite a
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atenção integral à saúde. Para isso, a compreensão do sujeito deve considerar suas dimensões subjetivas,
sociais e culturais. Além disso, as práticas de saúde devem ser organizadas com ações de promoção e
prevenção, bem como articuladas com as equipes de saúde e de outros setores, atendendo às necessidades
da comunidade. A facilitação de grupos pelo NASF pode levar à promoção da saúde desde que propicie
espaço para escuta, apoio e reflexão. Sendo assim, torna-se relevante a reflexão sobre a atuação da
psicologia no Núcleo de Apoio à Saúde da Família, frente ao desafio de atuar em busca da integralidade nas
intervenções realizadas. OBJETIVOS: apresentar um relato de experiência sobre a atuação de uma psicóloga
nos grupos do Núcleo de Apoio à Saúde da Família de um município do Estado do Ceará. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: a psicóloga facilitou grupos com apoio de profissionais do NASF e da ESF no período de 2014 a
2015. O Grupo de Pais da Educação Infantil surgiu a partir da demanda para avaliação psicológica de
crianças com queixas de inquietação, muitas delas, com rótulos de hiperativas. A psicóloga, juntamente com
duas enfermeiras, propiciou aos pais e professores a compreensão sobre o desenvolvimento da
personalidade da criança e da relação pais e filhos. A Oficina de Jogos foi criada diante de uma demanda de
crianças com dificuldades de aprendizagem e de socialização, encaminhadas para os profissionais de
psicologia, fonoaudiologia e terapia ocupacional do NASF. Seu objetivo foi estimular a linguagem, a
psicomotricidade e a socialização. O grupo de hipertensos e diabéticos do Programa Hiperdia de uma UBS
foi facilitado pela psicóloga e uma assistente social, com participação de outros profissionais da ESF. Teve
como objetivo possibilitar a reflexão dos pacientes sobre os hábitos que interferem nas doenças,
incentivando mudanças de atitudes para melhor adesão ao tratamento e enfrentamento da doença crônica.
Outro grupo com psicóloga e assistente social foi o Grupo de Agentes Comunitários de Saúde, que buscou
compreender as atividades realizadas e as dificuldades enfrentadas no trabalho dos ACS. Havia também a
necessidade de sensibilizar para a problemática do alcoolismo no território e para a construção de
estratégias de enfrentamento na Atenção básica. RESULTADOS: No grupo de pais, o diálogo comunidadeescola-profissionais de saúde propiciou novo olhar sobre o comportamento da criança e mudanças no
relacionamento familiar. A oficina de jogos com crianças possibilitou a vivência do trabalho interdisciplinar,
favorecendo a aprendizagem e mudanças de atitudes. No grupo com hipertensos e diabéticos, as pessoas
ampliaram seu conhecimento sobre a doença e se responsabilizaram pelo seu autocuidado. O grupo de ACS
favoreceu um maior vínculo da equipe do NASF com estes profissionais, abrindo caminhos para atuação na
comunidade, surgindo propostas de ações relacionadas ao alcoolismo. CONCLUSÃO: a experiência com os
grupos do NASF possibilitou avanços nas práticas profissionais da psicóloga, com ênfase nas ações
interdisciplinares e intersetoriais, com foco na promoção da saúde. Acredita-se que a psicologia possa
ampliar mais ainda sua atuação, planejando, executando e monitorando novas ações, articuladas com a
rede de serviços e com a comunidade.
A VIVÊNCIA DE PROFISSIONAIS-RESIDENTES COM UM CASO DE CÁRCERE DOMICILIAR DE PESSOA EM
SOFRIMENTO PSÍQUICO NO MUNICÍPIO DE IGUATU-CE
Ricardo Jorge Quirino Pinheiro, Kelly Maia Magalhães, Mariana Camilo Lopes Dias, Naiara Rodrigues de
Araújo
INTRODUÇÃO: O cárcere privado continua sendo uma realidade vivenciada por inúmeras pessoas em
sofrimento mental, em vários territórios do Brasil, mesmo após o desenvolvimento da reforma psiquiátrica,
e o grande avanço desse processo, principalmente quanto à ampliação da rede de atenção psicossocial e o
acesso destes serviços à população. Dentro desse contexto, as ações destinadas a esta população, ainda
escassas e pontuais, necessitam de um olhar multidisciplinar e intersetorial, visto a complexidade dos
fatores condicionantes e as singularidades de cada situação. Neste relato, apresentaremos a experiência da
equipe de profissionais-residentes das ênfases de Saúde da Família e Comunidade, e Saúde Coletiva da RISESP/CE lotados no município de Iguatu-CE, após um estudo de caso assistido neste município. O
planejamento das ações realizadas e o acompanhamento da execução das mesmas tiveram como foco a
intersetorialidade e multiprofissionalidade, e uma avaliação direcionada na perspectiva da redução de
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danos. OBJETIVO: Descrever a experiência dos profissionais-residentes da RIS-ESP/CE no cuidado
multiprofissional a um caso de cárcere privado com pessoa em sofrimento psíquico. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: Trata-se de um trabalho de cunho descritivo, cujo instrumento é o relato de experiência dos
profissionais-residentes da RIS-ESP/CE das ênfases Saúde da Família e Comunidade e Saúde Coletiva do
município de Iguatu-CE, obtido através de estudo de caso integrante da disciplina Saúde Mental na Atenção
Primária à Saúde. O usuário foco deste estudo foi diagnosticado com esquizofrenia na adolescência e vive
em cárcere privado há mais de 30 anos. O mesmo foi selecionado para estudo pela enfermeira residente da
microárea a partir da demanda da Agente Comunitária de Saúde, devido não ter sido direcionada nenhuma
ação efetiva para tal. Diante da situação, foi realizada uma reunião da equipe multiprofissional para
discussão e planejamento da investigação, onde se decidiu realizar duas visitas domiciliares para melhor
compreensão da realidade do caso. A partir dessa intervenção, construiu-se o Projeto Terapêutico Singular
(PTS) que subsidiou as seguintes ações: encaminhamento para serviço especializado, articulação
intersetorial e mudança na prescrição médica. Vale ressaltar que este estudo é fruto da prática conjunta
entre residência multiprofissional e residência médica em psiquiatria. PRINCIPAIS RESULTADOS: Essa
experiência ocasionou na compreensão da atenção em saúde à pessoa em sofrimento psíquico, para além
da dimensão clínica, com base nos determinantes sociais em saúde. A colaboração inter e multiprofissional
mostrou-se fundamental nos cuidados em saúde, refletindo diretamente na qualidade e resolutividade do
trabalho prestado. Destaca-se também a integralidade na atenção, onde a equipe desenvolveu um olhar
reflexivo sobre o caso. O enfoque não era apenas psiquiátrico e centrado na doença, mas o cuidado
humanizado e a intervenção sobre a realidade abordada. A construção do PTS contribuiu para mudança nas
práticas utilizadas e também fortaleceu o papel da equipe multiprofissional ao permitir a troca de saberes e
promover uma atenção integral centralizada nas necessidades do usuário em seu contexto social. A atuação
conjunta das duas equipes de residentes mostrou-se como um agente enriquecedor, pois agregou o
conhecimento psiquiátrico necessário para execução das referidas ações e uma ampliação da visão
multidisciplinar dos profissionais médicos. CONCLUSÃO: A colaboração interprofissional pode ser
considerada como um dos pontos marcantes dessa experiência, pois através dela foi possível uma troca de
saberes e responsabilidades mútuas, resultando em uma transformação da produção do cuidado no
território. Além disso, outro aspecto relevante subsidiado pelo trabalho interprofissional foi à viabilização de
uma interlocução entre a unidade de saúde de referência e o Centro de Atenção Psicossocial, que se fazia
urgente e ao mesmo tempo omissa nessas situações. A atuação em equipe e o olhar atento da mesma são
sinais de que se pode mudar a realidade do Sistema Único de Saúde e intervir com eficácia na vida dos
usuários. RECOMENDAÇÕES PARA SAÚDE COLETIVA: Deste trabalho, ressaltam-se: a importância da
estratégia do PTS como prática a ser incorporada na rotina dos serviços de saúde no âmbito do SUS e as
práticas multiprofissionais em saúde como acolhedoras de ações que demandam complexidade.
CONSULTORIA E-SUS AB/MS/UFSC: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇÃO NO ESTADO DO
CEARÁ
Talyta Alves Chaves Lima, Verineida Sousa Lima
INTRODUÇÃO: O e-SUS AB foi implantado em fevereiro de 2013, com o objetivo de melhorar a gestão das
informações na Atenção Básica em todo país. Durante o ano de 2015 o Ministério da Saúde selecionou 19
consultores para o e-SUS AB dividido para todo o Brasil. Os consultores do e-SUS AB tinham como objetivo o
apoio de forma presencial, ações para implantação do software do e-SUS AB nos municípios, identificando
os estágios de implantação, orientando gestores e capacitando profissionais de saúde para seu uso. O
trabalho mostra a experiência de oito meses de duas consultoras do e-SUS AB no Estado do Ceará e os seus
resultados e desafios desta implantação, onde no mês de fevereiro de 2016 apenas 26% dos municípios
apresentavam-se em algum estágio de implantação do e-SUS AB. Os objetivos da experiência são apresentar
a importância da estratégia Consultores do e-SUS AB para a implantação do mesmo no estado do Ceará.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: No mês de abril de 2015 aconteceu a Capacitação sobre o software ESUS AB na
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Universidade Federal de Santa Catarina pela equipe do DAB e Criadores do software do e-SUS AB. Após a
capacitação voltamos ao estado do Ceará para reunião com a Coordenação da Atenção Primária estadual e a
CIB com o intuito de iniciar a articulação com os municípios e consequentemente inicio do processo de
consultoria. Durante oito meses fizemos consultoria em 108 municípios, sendo 10 do Rio Grande do Norte,
18 do Piauí e 80 do Ceará. Antes da visita de Consultoria era mantido contato com o município através de email ou telefonemas e enviado um pré-teste para que pudéssemos conhecer a realidade de implantação do
e-SUS AB no município e assim realizar um planejamento prévio. Durante a consultoria foi realizada
capacitação de profissionais de saúde, coordenações e gestores sobre o software, as fichas do CDS,
implantação do sistema em Unidades Básicas de Saúde e Secretarias municipais de saúde, demonstração do
SCU e o SISAB para os gestores e suas equipes, bem como dos diversos relatórios que eram disponibilizados
pelo Sistema ESUS. Algumas regionais de saúde do Estado também apoiaram e participaram das oficinas de
capacitação, auxiliando desde a articulação dos municípios e visita e consultoria “in loco”. Principais
resultados: Implantação em 97% do estado do Ceará do software do e-SUS AB, até dezembro de 2015, mais
de 4.200 profissionais capacitados para fazer uso das fichas de CDS e com software instalado, dados
resultantes das visitas realizadas nos municípios, onde o processo de consultoria foi primordial para a
implantação do sistema, tendo em vista a ineficiência de informações dos coordenadores, gestores e
profissionais sobre o processo de uso do software do ESUS ab inviabilizam a atitude protagonista de
iniciarem a implantação, aguardando em sua maioria, o processo de consultoria para então implantar.
RECOMENDAÇÕES: Por mais que o software utilizado hoje oficialmente para envio e monitoramento da
atenção básica seja o e-SUS AB ainda restam muitas dúvidas e insegurança por parte de trabalhadores e
gestores, tendo em vista que além da conclusão do processo de consultoria, o Estado do Ceará também não
possui um suporte regional para os municípios em relação ao e-SUS AB, deixando os municípios atualmente
com dúvidas se dirigem ao e-mail do NTI e ao 136 ligados direto ao Ministério da Saúde, onde a viabilização
de feedback não acontece de forma imediata, principalmente quando há um problema de instalação ou
incompatibilidade. Também se faz necessário uma maior estruturação com internet em todas as equipes de
atenção básica e informatização das unidades para uso do PEC – Prontuário Eletrônico do Cidadão, tendo
sido uma demanda encontrada durante as consultorias.
CONTROLE DE CÁRIE POR MEIO DO TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO
Sarenne Pacheco Barbosa Carioca, Lucianna Leite Pequeno
A cárie dentária é uma doença infecto-contagiosa, sendo a principal causa de perda de dentes, afetando
populações de muitos países. Existem métodos efetivos para a preservação dos elementos dentários, porém
uma parcela da população ainda não tem acesso a esses métodos. Entre as finalidades da Odontologia estão
o controle e a prevenção da cárie. O Tratamento Restaurador Atraumático (ART) foi preconizado pela
Organização Mundial de Saúde no ano de 1994 para utilização em países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento, visto que possibilita um tratamento relativamente indolor, de baixo custo,
compreendendo a remoção da dentina infectada das cavidades dentárias usando apenas instrumentos
manuais sob isolamento relativo, e restaurando as mesmas com cimento de ionômero de vidro. Desta
forma, o ART se constitui em uma intervenção mínima, seguindo uma linha de cuidado na atenção à saúde
bucal, estando associada às ações de prevenção de cárie e de promoção à saúde bucal. Portanto, assume
um papel importante por ser passível de aplicação e utilização no contexto epidemiológico de saúde bucal
de populações mais carentes, com difícil acesso aos serviços de saúde bucal, possibilitando o controle de
doenças e a diminuição do agravamento destas. O objetivo da experiência foi realizar controle de cárie
dentária por meio da técnica restauradora ART, em crianças de uma creche adstrita a uma Unidade de
Atenção Primária à Saúde do município de Fortaleza. A experiência foi realizada por alunos do décimo
semestre do Curso de Odontologia da Universidade de Fortaleza, da disciplina de Estágio Extra Mural,
durante o semestre 2015.1, sob supervisão do professor da disciplina e do preceptor do território.
Inicialmente foram identificados os espaços sociais de atuação para a disciplina, dentre eles a creche.
Realizou-se uma visita para reconhecimento e cadastro do espaço, o qual funciona em regime de tempo
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integral para crianças de seis meses a dois anos de idade, com um total de 30 crianças matriculadas. Foram
propostas atividades de levantamento epidemiológico em saúde bucal; escovação supervisionada com
dentifrício fluoretado; reunião com os pais e/ou responsáveis para atividade de educação em saúde sobre
higiene oral, alimentação, hábitos bucais deletérios, dúvidas sobre saúde bucal e necessidade de
tratamento apresentada pelas crianças. Neste momento da reunião com os pais, estes assinaram a
autorização para a realização da intervenção do ART quando aplicado a seu filho (a). Após termos assinados
e dúvidas esclarecidas, foi realizado o tratamento individual de cada criança que apresentava pequenas
cavidades, tentando ainda condicioná-las ao tratamento. O ART foi realizado em seis crianças, com
estabilização do processo de evolução da doença em nove cavidades. Para as crianças com elevado risco à
cárie caracterizado pela presença de manchas brancas de cárie, placa bacteriana e má higiene oral, mas sem
cavitação das unidades dentárias, realizou-se a aplicação do flúor verniz durante quatro sessões, com
periodicidade semanal. Conclui-se que estratégias para controle da cárie dentária são importantes,
principalmente quando há dificuldade de acesso aos serviços de saúde, a exemplo das crianças menores de
dois anos. O ART é uma importante ferramenta quando se trata de tratamentos conservadores e controle
de lesões cariosas em pacientes pediátricos que tem algum tipo de dificuldade de acesso a saúde bucal,
evitando assim a perda de elementos dentários. Recomenda-se a utilização do ART nos espaços como
creches e escolas, aliada à terapêutica de flúor e atividades de educação e promoção à saúde, objetivando o
controle da doença cárie e a manutenção do elemento dentário saudável.
CUIDANDO DO CUIDADOR: UMA PROPOSTA DE QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO À SAÚDE DOS
TRABALHADORES DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM ABARÉ-BA
Rybria Torres Rosa, Leonardo Carvalho da Silva, Laiara Manuelle dos Santos Rios, Antônio Carlos Alves dos
Santos Barros, Érica Alves Rodrigues Ferreira, Paulo Victor Gomes Barros, Silsa Heline Caldas de Oliveira,
Taciany da Silva Barros
INTRODUÇÃO: O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) foi implantado em Abaré-BA em 2013 e após
reuniões de matriciamento com as Equipes de Saúde da Família (eSF) assistidas percebeu-se a necessidade
de elaborar ações voltadas à saúde dos trabalhadores que compõem essas equipes. Atendendo aos
princípios da Política Nacional de Saúde do Trabalhador, apoiado pela Política Nacional de Humanização e
considerando a vulnerabilidade dos profissionais de saúde a vários fatores de risco no trabalho, foi
implantado o Projeto Cuidando do Cuidador dentro do planejamento da equipe do NASF. OBJETIVO: Relatar
as ações e benefícios das atividades voltadas ao cuidado com os trabalhadores das equipes de saúde da
família no município de Abaré-BA. AÇÕES: Após reuniões entre as equipes do NASF e ESF, foi elaborado e
implantado o grupo Cuidando do Cuidador nas oito Unidades de Saúde da Família (USF). Mensalmente, em
data pactuada e agendada em cronograma, os profissionais do NASF (fisioterapeuta, fonoaudióloga,
assistente social, educador físico, psicóloga, nutricionista e farmacêutico) deslocam-se às USF onde
desenvolvem atividades educativas e de prática corporal para todos os profissionais que compõem a ESF.
RESULTADOS: Ao longo de quase três anos, o grupo tem tido enfoque nas ações de promoção de saúde e
prevenção de doenças ocupacionais, empoderando os participantes quanto à importância e a
corresponsabilidade no autocuidado. Percebe-se que as atividades têm produzido sensação de acolhimento,
valorização, bem-estar, relaxamento e contribuído para melhor desempenho nas atividades laborais. Outro
fato constatado pela equipe do NASF é que as atividades de práticas corporais têm servido para integração e
construção de vínculos entre os profissionais. No cotidiano da execução de práticas de trabalho em um NASF
há desentendimentos e conflitos entre as pessoas e as agendas. Essas situações costumam dificultar o
trabalho interprofissional. O Cuidando do Cuidador funcionou como dispositivo de proteção porque tenta
trazer os profissionais para um momento de solidariedade, relaxamento e satisfação. As dificuldades
percebidas foram: conflitos de agenda com as equipes da ESF e a resistência de alguns profissionais em
participar das atividades do grupo. DESAFIOS: Manter o grupo em atividade, alinhando as agendas da ESF e
do NASF, monitorar e avaliar as ações continuamente para que sejam sempre produzidos resultados
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satisfatórios, induzir a notificação de doenças de saúde do trabalhador por parte das equipes e produzir
trabalhos de pesquisa para avaliar mais profundamente os efeitos do Projeto Cuidando do Cuidador.
CONCLUSÃO: A SMS de Abaré considera exitosa a experiência do Cuidando do Cuidador no que se refere à
sensibilização dos profissionais de saúde e no desenvolvimento de ações que promovam o autocuidado e a
qualidade de vida dos mesmos. O projeto é uma ação de promoção da saúde que ajuda na execução da
política em nível local e produz uma reflexão nos profissionais quanto às práticas de promoção da saúde
junto aos pacientes. RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE COLETIVA: Integrar as equipes de trabalho entre si e
com a agenda do Sistema Único de Saúde é desafio constante. Essa experiência produz uma conexão entre
os profissionais e constrói pontes entre as políticas de saúde como a de saúde do trabalhador, humanização
e atenção básica. As Secretarias Estaduais da Saúde poderiam construir, com as faculdades ou com as
escolas de saúde pública da rede, oficinas de trabalho explorando formas de fortalecimento do trabalho
interprofissional a partir de experiências como essa, centralizando a ideia de cuidado do outro.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA COM GRUPOS DE MULHERES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Maiara Mota Rocha Siebra, Renata Barros Guedes, Jeyce Moura Barros, Ane Cibele Araújo Pessoa, Antônia
Cícera Alves Fernandes, Luma Monteiro Leitão, Viviane de Amorim Duarte
INTRODUÇÃO: A educação em saúde é dada por um conjunto de saberes e práticas direcionados para
prevenção e promoção de saúde. É um meio o qual o conhecimento científico gerado no campo da saúde é
transmitido pelos profissionais de saúde de forma que atribua conteúdo na vida cotidiana da população. A
atenção básica possui um privilégio maior em relação as ações educativas, isso devido a proximidade maior
com a população e a continuidade no serviço, sendo também seu eixo as medidas preventivas e de
promoção. De acordo fragilidades e potencialidades dos territórios envolvidos despertou a necessidade de
trabalhar a educação em grupos seletivos tornando o tema relevante para a pesquisa. OBJETIVOS: Promover
ações de educação popular com multi abordagens em saúde em grupos de mulheres, resgatar o cuidado da
população feminina, voltando o cuidado para atenção e promoção de saúde; Nortear os temas abordados
esclarecendo as possíveis dúvidas; Fortalecer o vínculo entre saúde e população feminina. MÉTODOS:
Inicialmente o trabalho de educação popular com mulheres começou, por meio de convites, no grupo de
mulheres do CRAS, o qual ocorre semanalmente. Percebendo o interesse por vários temas e a quantidade de
dúvidas surgidas, foi resolvido montar um grupo de mulheres em cada território correspondente a cada
unidade básica. Os grupos aconteceram em 3 territórios, onde eram abordados temas multidisciplinares
escolhidos pelas participantes mensalmente, onde abordamos violência doméstica, prevenção ao câncer de
mama, menstruação e menopausa, métodos contraceptivos e gravidez, incontinência urinária e distopias
genitais, DST’s, ansiedade e depressão, alimentação saudável e prática de atividades físicas. Os grupos
duravam cerca de 2 horas, onde instigava-se o tema e dialogava-se na forma de rodas de conversas,
incentivando a participação das mulheres envolvidas. Ao final era escolhido o tema do próximo, e de acordo
com o tema, o profissional de saúde mais habilitado para falar sobre, era responsável por debater o tema.
Ao encerrar sempre era feito um feedback com os participantes. RESULTADOS: A partir das primeiras ações
percebemos maior adesão de mulheres nos grupos, demonstrações de interesse em informação, maior
participação e questionamentos de dúvidas. Percebemos também maior presença dessas mulheres na
unidade básica, realização de exames preventivos e autocuidado. Desde então, houve maior cobrança para
realizações de mais ações voltadas a qualidade de vida, assim como maior divulgação e multiplicação dos
assuntos debatidos, atingindo um publico bem maior. As educações em saúde destacam-se como sendo
estratégias que articulam a realidade do contexto de saúde e a busca de atitudes que possam modificar esse
contexto do trabalho em equipe buscando uma transformação na saúde geral da população. (MACHADO Et
al, 2007) Por serem grupos de um único gênero fortalecemos a relação de confiança usuário-profissional,
além de trabalhar temas mais pertinentes às mulheres, as quais se sentiam mais a vontade em esclarecer
suas dúvidas, participar e interagir umas com as outras, onde cada uma traz um conhecimento diferente.
Percebemos uma fragilidade de conhecimentos voltados para a saúde, bem como falta de esclarecimentos
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sobre ações de prevenção e promoção em saúde. Também foi observado que a relação paciente-profissional
na unidade básica era um tanto superficial, e em muitos casos, as mulheres saiam da unidade com as
mesmas ou até mais dúvidas. RECOMENDAÇÕES: Recomenda-se que as equipes de saúde na atenção básica,
realizem mais ações de educação em saúde para que se possa haver uma aproximação do usuário com os
profissionais e senso de autorresponsabiliade. CONCLUSÃO: Concluímos que as ações foram de bastante
relevância para as mulheres, onde obtivemos feedback positivo conseguindo assim contemplar nossos
objetivos levando informação de saúde, conscientizando o cuidado, diminuindo os riscos de adoecimento e
os agravos.
EDUCAÇÃO SEXUAL, PREVENÇÃO E VIDA SAUDÁVEL NAS ESCOLAS: UM PROJETO VOLTADO PARA AS
JUVENTUDES NO MUNICÍPIO DE IGUATU-CE
Klesia Willma Rodrigues Pereira, Lorena Almeida Oliveira, José Wagner Martins da Silva, Bruna Stephanie
Bernardo da Silva
INTRODUÇÃO: Os dados dos boletins epidemiológicos nacionais revelam que desde o início da epidemia da
AIDS na década de 1980 até o ano de 2015, já foram notificados mais de 798 mil pessoas vivendo com
HIV/AIDS no território brasileiro. A epidemia da Aids no Brasil é considerada estável, todavia, se mostra
crescente entre a população mais jovem, pois desde 2006 o número de diagnósticos de AIDS entre a faixa
etária de 15 a 29 anos teve um aumento de mais de 50%. No município de Iguatu/CE de 2013 a Junho de
2016 foram diagnosticadas 59 pessoas vivendo com HIV/AIDS, destas, 13 estão na faixa etária aludida. O
enfrentamento dessa realidade imprescinde de estratégias de cunho educativo e preventivo, as quais tem
por escopo a discussão da sexualidade e da prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST) entre a
juventude. Sendo assim, o Programa Municipal DST/AIDS e Hepatites Virais desta cidade, elaborou no ano
de 2014 um projeto de educação sexual com esta perspectiva, o qual é executado nas escolas de ensino
médio e tem como público-alvo, adolescentes e jovens. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: Executar no ambiente
escolar, ações educativas em saúde sobre a prevenção do HIV/AIDS entre adolescentes e jovens. DESCRIÇÃO
DA EXPERIÊNCIA: Para a implementação deste projeto, firmamos parceria com o Programa Saúde na Escola
(PSE), o qual nos possibilitou a logística necessária para realizarmos as intervenções. As ações foram
realizadas em nove escolas, sendo que, destas, seis já receberam as intervenções em mais de uma ocasião.
As atividades se deram através de rodas de conversa, onde abordamos temas como a prevenção das DST,
sexo seguro, afetividade, sexualidade, diversidade sexual, gênero e homofobia. No decorrer das ações é
exposto slides e vídeos sobre a temática, além da oficina da camisinha. Esta oficina é realizada no final da
atividade e objetiva analisar a importância deste insumo como método de barreira mais eficaz no combate
as DST, além de demonstrar a forma correta de se utilizar o preservativo feminino e masculino. Com este
projeto, percebemos que ainda é complexo discutir sexualidade e prevenção das DST nas escolas, haja vista,
os tabus criados socialmente e que na maioria das vezes são alimentados por dogmas religiosos, os quais
aludem que ao discutir este tema com a juventude, na verdade o que ocorre é o incentivo a iniciação da vida
sexual. Vale ressaltar, que os jovens ponderam que as DST estão controladas, pois hoje, temos acesso a
medicamentos que possibilitam se não a cura, o controle das doenças e a qualidade de vida, o que relativiza
a seriedade do aumento das DST entre os jovens e prejudica o impacto das informações referentes à
importância do uso do preservativo em todas as relações sexuais. Atrelasse a esta realidade, o relato dos
jovens sobre a dificuldade em ter acesso à camisinha masculina e feminina nos equipamentos públicos de
saúde. Em contrapartida, este projeto tem propiciado grande aprendizado, pois nos possibilita a interação
com adolescentes e jovens e com suas demandas em saúde, as quais estão cada vez mais diversificadas e
complexas. PRINCIPAIS RESULTADOS: Este projeto tem se mostrado exitoso, pois já alcançou
aproximadamente 1200 adolescentes e jovens, os quais têm a oportunidade de socializar as suas dúvidas no
que tange a sexualidade e sua diversidade, a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis, sexo
seguro, além de refletirmos sobre questões referentes a sexualidade, bem como sobre temas como gênero e
homofobia. Este projeto significa na prática, mais adolescentes e jovens informados sobre prevenção, saúde,
desmistificando preconceitos e construindo hábitos de saúde mais saudáveis. CONCLUSÃO E
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RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE COLETIVA: Temos o objetivo de alcançar todas as escolas que tenham
adolescentes e jovens em seus quadros, incluindo a educação de jovens e adultos, e garantir a periodicidade
das intervenções, além de implementar nestas escolas dispensadores de preservativos, para que nosso
público tenha acesso a este insumo de forma menos burocratizada e autônoma. Sabendo que a prevenção é
o único meio de se evitar a disseminação das DST, pretendemos abranger as ações para outros espaços, a
exemplo das associações de moradores e espaços de convivência pública, intensificando campanhas e a
entrega de preservativo masculino e feminino em pontos fixos que contenham grande aglomeração de
pessoas.
ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE HIGIENE: EXPERIÊNCIAS EM UM GRUPO DE GESTANTES
Sâmia Freitas Aires, Maria Sinara Farias, Inês Élida Aguiar Bezerra
INTRODUÇÃO: A realização de ações educativas para gestantes é de grande importância para a aquisição de
conhecimentos que amenizem os sentimentos envolvidos nessa fase, sendo a formação de grupos relevante
por criarem uma rede de apoio e de compartilhamento (PIO; OLIVEIRA, 2014). Assim, estudos sobre essa
temática são de grande valor como forma de nortear os profissionais da saúde na tomada de decisão e na
abordagem para promover educação em saúde para gestantes. O interesse dos autores pela realização desse
estudo surgiu por meio da vivência no internato de enfermagem em Atenção Básica, ao constatarem
durante as consultas de pré-natal que as gestantes apresentavam muitas dúvidas e insegurança sobre os
cuidados consigo e com o recém-nascido (RN). OBJETIVOS: Realizar ação educativa sobre higiene a um grupo
de gestantes a fim de contribuir no processo de adaptação ao ciclo gravídico-puerperal. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: A ação foi realizada em uma escola estadual com o grupo de gestantes de um Centro de Saúde
da Família no interior do estado do Ceará. Inicialmente realizamos a acolhida com a música 9 meses (Oração
do bebê), da cantora Bárbara Dias, que fala sobre a evolução da Gestação. Para iniciar o momento,
desenvolvemos uma dinâmica de apresentação onde as gestantes escreviam seu nome em uma ficha e
colavam como um crachá. Em seguida, elas se apresentavam e falavam das suas experiências com a gestação
e expectativas. A abordagem do primeiro assunto, Higiene Oral, se deu por meio de uma paródia intitulada 4
vezes ao dia, baseada na música Aquele 1 por cento de Marcos e Beluti, tendo em vista a fácil fixação das
orientações contidas na letra da paródia, a qual foi entregue para as participantes para que cantassem junto
conosco. Para falar sobre Higiene Íntima, elaboramos uma apresentação interativa no Prezi® sobre os Mitos
e Verdades envolvidos nesse assunto, onde as gestantes respondiam de acordo com o seu conhecimento, e
em seguida apresentávamos a resposta correta e explicávamos o porquê. O banho do RN foi explicado
através de uma simulação, onde uma das participantes banhava um boneco da maneira ela achava
apropriada, em seguida, reforçávamos o que estava correto e explicávamos o que estava errado, mostrando
os passos do banho adequado. Apresentamos um vídeo explicativo proveniente do YouTube® com o título:
“Como limpar o Coto Umbilical- Mãe de Primeira Viagem”, tirando as dúvidas ao final do mesmo. Enfim, para
enfatizar tudo que foi abordado, confeccionamos um Kit de Higiene que continha uma toalha de mão e
sabonetes, o qual foi entregue no final da intervenção. PRINCIPAIS RESULTADOS: A ação foi um momento de
muita interação e de aprendizado, pois as gestantes participaram de todas as atividades e se interessaram
em tirar dúvidas. A acolhida favoreceu o estabelecimento de uma relação de confiança e compromisso. Na
dinâmica de apresentação, ao conhecemos as experiências das mulheres, facilitamos a construção do
vínculo. Com a apresentação da paródia, permitimos a fixação da mensagem da música ao realizar uma
atividade prazerosa, aumentando o índice de aprendizado. Quando realizamos uma apresentação sobre
mitos e verdades, foi promovido o diálogo com as participantes. Com a simulação, facilitamos a substituição
das experiências do mundo real por experiências guiadas de maneira interativa (KANEKO et al, 2015). Na
apresentação do vídeo, percebemos como a utilização de tecnologias facilitou o processo de aprendizagem
das participantes, pois conforme Dodt (2013), as tecnologias podem favorecer mudanças comportamentais
através da autoeficácia, a qual pode levar o indivíduo a sentir-se mais autoconfiante para realizar
rotineiramente determinada conduta promotora da saúde. CONCLUSÃO: Por meio da realização da
intervenção, percebeu-se que as mulheres trazem consigo os costumes e valores culturais adquiridos dentro
44
do núcleo familiar. Observou-se também que apesar do desejo dos profissionais em realizar atividades
educativas com a comunidade, a inserção das gestantes no grupo realizado ainda foi baixa o que nos leva a
refletir sobre maneiras mais eficazes para convidá-las. Todavia, o encontro com as gestantes, trouxe
motivação para elas vivenciarem sua gestação, e compartilhar suas angústias e experiências, sendo de
grande relevância a realização de ações semelhantes nas unidades básicas de saúde como forma de
fortalecer o vínculo entre profissionais e usuários, fomentando a construção do conhecimento
compartilhado.
EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM NO EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Natália Conrado Saraiva, Cristina Paloma Guerra da Silva, Jandira Karla Resende Simeão, Jeane Ribeiro
Martins, Priscila Silva Melo, Jéssica da Silva Figueira, Haissa Luz, Aline Pereira da Silva
INTRODUÇÃO: O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de
revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e
órgãos contíguos ou a distância. A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à
diminuição do risco de contágio pelo HPV, a prevenção secundária é a realização periódica do exame
citopatológico, que continua sendo a estratégia mais adotada para o rastreamento do câncer do colo do
útero. Atingir alta cobertura da população definida como alvo é o componente mais importante no âmbito
da atenção primária para que se obtenha significativa redução da incidência e da mortalidade por câncer do
colo do útero. OBJETIVO: Relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem a cerca do exame preventivo
do câncer do colo do útero, em um estágio supervisionado de enfermagem em saúde sexual e reprodutiva.
METODOLOGIA: O estudo apresentado é descritivo, do tipo relato de experiência, realizado em uma Unidade
de Atenção Primária à Saúde-UAPS, localizada em Fortaleza-CE, durante os meses de março a maio desse
ano. Os sujeitos da pesquisa foram pacientes, usuárias da UAPS. O exame citopatológico se dava nos dias de
sexta-feira, com o agendamento prévio da consulta. No primeiro dia do encontro, as pacientes receberam
orientações sobre a importância da realização desse exame em uma educação em saúde, na sala de espera
da UAPS. Já no atendimento, elas respondiam o questionário da anamnese junto às acadêmicas, conforme a
ordem de chegada. Em seguida eram encaminhadas para a sala da realização do exame. Os relatos de
experiência são tidos como metodologias de observação sistemática da realidade, sem o objetivo de testar
hipóteses, mas estabelecendo relações entre os achados dessa realidade e bases teóricas pertinentes. Tevese como princípio a resolução 466/12 que visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos
participantes da pesquisa, à comunidade científica e ao estado. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Percebeu-se
que a grande maioria das mulheres que buscaram atendimento para realizar o exame preventivo relatava
alguma queixa, como corrimento vaginal. Durante a entrevista, percebeu-se também o intervalo do último
exame para o realizado atualmente, em média de dois anos, caracterizando um problema daquela
comunidade, em saúde da mulher. Entre as acadêmicas, foi perceptível o embasamento científico da técnica
do exame preventivo e da auto palpação. Entretanto, por ser o primeiro contato com a técnica foi observado
um certo temor durante a realização. Esse temor também se deu no momento de detectar alguma lesão. É
notório a carência de atividades de conscientização para as mulheres da comunidade atendida. A equipe de
enfermagem é aquela que mais se aproxima do indivíduo, que deve ser capaz de orientar às mulheres. É de
extrema importância a orientação sobre o exame do colo do útero para as mulheres, principalmente as que
tem vida sexual ativa. É fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o exame, sua realização
periódica e o retorno ao local que foi realizado para buscar o resultado na data marcada e receber
instruções. CONCLUSÃO: Percebeu-se que são poucas as mulheres que tem o conhecimento sobre o exame
de prevenção do câncer de colo de útero e mama, e muitas fazem apenas por indicação médica. A
experiência na sala desse procedimento foi essencial para ter uma visão de como as mulheres encaram essa
realidade, e avaliar os indicadores das que o realizam, para uma possível detecção precoce do câncer de colo
do útero e outras patologias.
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FERRAMENTAS DE ABORDAGEM À FAMILIA: INTEGRAÇÃO ENSINO E SERVIÇO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMÍLIA
Geanne Maria Costa Torres, Amanda Peres Lustosa, José Auricélio Bernardo Cândido, Virgínia Maria Casseb
da Costa, Vivia Maria Gonzaga Xavier, Francildene Cabral Lima da Fonseca, Maria Rosilene Cândido Moreira,
Rayane Portela da Costa Amorim, Inês Dolores Teles Figueiredo
INTRODUÇÃO: Família por Del Grossi e Da Silva (2013) é o “conjunto de pessoas ligadas por laços de
parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, residente na mesma unidade domiciliar”. As
principais organizações que temos atualmente são: família nuclear, composta e extensa (CHAPADEIRO;
ANDRADE; ARAÚJO, 2011). A PNAB orienta a prática da ESF para o cuidado familiar ampliado por meio do
conhecimento da estrutura e da funcionalidade visando a intervir nos processos de saúde-doença (BRASIL,
2011). Abordar famílias constitui-se em um elemento de gestão do cuidado, prática diagnóstica e
terapêutica (BRASIL, 2013). A ESF deve adquirir conhecimentos e habilidades para uma abordagem integral
por meio de uma prática que estimule a atuação reflexiva junto à família e a comunidade (DUTRA et al.,
2012). A EPS utiliza ferramentas que facilitam a aprendizagem no serviço e promove reflexão crítica e
coletiva dos atores envolvidos, são elas: o Genograma, Ecomapa, Tipologia Familiar, P.R.A.C.T.I.C.E e APGAR.
Percebe-se que as ESF não fazem abordagem familiar rotineiramente, ficando a assistência prestada às
pessoas individualmente. Entende-se a necessidade de estimular a utilização da EPS buscando capacitar os
profissionais para a assistência do indivíduo dentro de seu ambiente familiar e social. OBJETIVO: o estudo é
vivenciado a partir do estímulo do Módulo de Atenção Integral à Saúde da Família do Mestrado Profissional
em Saúde da Família da RENASF (UECE) com o objetivo de selecionar uma família com risco máximo de
vulnerabilidade social e aplicar as ferramentas de abordagem. Participaram do estudo, profissionais da
UBASF de Buenos Aires I, de janeiro a março de 2015 em Horizonte, CE. DESCRIÇÃO: aplicou-se a escala de
Coelho e Savassi para identificar a família com risco máximo. A família selecionada possui uma pessoa idosa,
84 anos, acamada, deficiente visual, filha alcoolista, neto autista e um filho fumante e deficiente mental. A
mãe e seus filhos são analfabetos funcionais. Residência com três cômodos, sem saneamento básico,
sobrevivendo por meio dos benefícios. Acontecem brigas entre os irmãos devido aos problemas mentais e
alcoólicos. A relação morador/cômodo é >1. Resultados: o Genograma destacou a idade dos sujeitos, o
envolvimento familiar, a consangüinidade ou não, o estado civil, as relações interpessoais e as
comorbidades; o Ecomapa evidenciou as redes de apoio e suas intensidades de interferência nas relações
com a família; a Tipologia Familiar destacou três gerações, podendo ser classificada como extensão
PRACTICE apresentou como problema família adoecida; mãe acamada; filho fumante e deficiente mental;
filha etilista; separação conjugal da filha e neto autista; papéis e estrutura, destacou Mãe provedora de
dinheiro; filha cuidadora, pilar da família; irmão: gerador de brigas e filho: necessitado de cuidados especiais
e provedor de dinheiro; Afeto: percebeu-se relação desarmônica entre alguns membros; a comunicação se
dá de forma agressiva entre alguns membros; o ciclo de vida mostra família com criança em idade escolar,
envelhecendo e se separando; comorbidades: dificuldade de deambulação, dependência química,
transtornos mentais, violências domésticas e autismo; no lidar com o estresse, membros não consegues
resolver suas situações problemas, tendo a religião como escape; a ecologia familiar mostra uma
comunidade em condições precárias de moradia, saneamento básico, acesso e relação desarmônica; o
APGAR classificou como família severamente disfuncional. CONCLUSÃO: trabalhar com famílias é desafiador.
É necessário que para abordar as famílias os profissionais de saúde compreendam o funcionamento familiar,
identificando suas vulnerabilidades e atuando em seu território. Ao identificar as necessidades de saúde das
famílias é possível conhecer os determinantes sociais de saúde e doença, adotando medidas de intervenção.
Portanto é necessário que se desenvolva um olhar diferenciado à abordagem das famílias mais vulneráveis,
pois somente assim, será possível assisti-las de forma integral. Recomendações: estabelecer a prática de
classificação de risco familiar, na ESF, para fornecer informações importantes e adotar critérios a fim de
priorizar a assistência à saúde das famílias. Realizar EPS sobre as ferramentas de abordagem à família para as
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equipes de saúde, a fim de motivar a sua utilização e provocar mudanças de forma a garantir a integralidade
da assistência.
GRUPO DE ADESÃO À VIDA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ana Letícia Chaves da Silva, Jéssica Araújo de Carvalho, Mayra Madeira Braga, Regiana Ferreira Nogueira,
Mauricélia da Silveira Lima, Marciano Gonçalves de Sousa
Este trabalho é um relato de experiência e tem como objetivo apresentar a iniciativa do grupo de Residentes
da 3a turma da ênfase Infectologia no Hospital São José de Doenças Infecciosas, em dar continuidade às
ações desenvolvidas no Grupo de Adesão à Vida. Tal grupo é uma estratégia de atuação clínica dos
profissionais de saúde residentes para ampliar o vínculo com as pessoas vivendo ou convivendo com
HIV/AIDS que fazem acompanhamento no hospital, além de ser uma ferramenta para estimular a interação
e troca de experiências entres os sujeitos. A iniciativa de fortalecer o grupo foi uma necessidade observada
pelos residentes, que passaram a atuar neste espaço de Educação em Saúde realizando oficinas temáticas
diversas oferecendo um cuidado ampliado aos pacientes que estavam em tratamento antirretroviral ou
mesmo aqueles que receberam recentemente o diagnostico, objetivando uma assistência integral e de
qualidade no contexto hospitalar. Os encontros do referido grupo são realizados mensalmente, e foram
absorvidos pelos profissionais residentes fazendo parte das atividades propostas conforme rodízio
ambulatorial (DST/HIV). Assim, as três equipes trabalharam com os participantes do grupo alternadamente,
desde o mês de setembro de 2015. Foram discutidas diversas temáticas conforme o interesse dos usuários.
São elas: Autoestima; Antirretrovirais; Direitos da Pessoa Vivendo com HIV/AIDS; Alimentação Saudável;
Prevenção sexual; Alimentação e Antirretrovirais; Doenças Oportunistas: Conhecendo; Viver com HIV/AIDS e
não com o Preconceito e Diabetes e Alimentação. As ações foram realizadas na sala de reuniões do Centro
de Estudos, e o convite para participação foi feito inicialmente através de cartazes, mosquitinhos
compartilhados com os pacientes atendidos, assim como contatos telefônicos com aqueles que já haviam
participado em algum momento anterior. Além dessas estratégias, no próprio dia do encontro era realizada
busca ativa de novos participantes no ambulatório. A metodologia usada foi a exposição das temáticas e a
interação constante entre os integrantes do grupo, com o intuito de promover a discussão do assunto
dentro da realidade de cada um. Cada encontro contou com uma média de oito a dez integrantes, sendo
apontada pelos próprios como estratégia necessária para estimular a presença de novas pessoas e
consequente aumento e fortalecimento do grupo a continuidade e regularidade dos encontros. Ao final de
cada reunião buscamos saber dos participantes quais as suas expectativas para o próximo encontro, bem
como o próximo tema a ser abordado. Assim, de posse do tema escolhido nos organizamos baseados no
calendário de nossas atividades e marcamos uma data prévia a ser realizado o novo encontro. Em caso de
mudanças, buscamos com antecipação ligar para os mesmos, conforme já nos foi previamente autorizado
para dizer a nova data acordada e ver a disponibilidade de cada um. Salientamos que no início de todas as
reuniões era enfatizada pelos profissionais a importância do sigilo enquanto forma de preservar tanto a
imagem, como a privacidade dos participantes. Desta forma, evitamos registros fotográficos, filmagens,
gravações de áudio, dentre outros registros que possam expor os participantes. É necessário enfatizar a rica
experiência de grupo, presente na saúde coletiva, ampliando os saberes de cada um, bem como salientando
a necessidade de unir e respeitar cada conhecimento. Caracterizamos essa experiência como sendo fruto da
dinâmica do cotidiano da Residência, que nos permite entrar em contato com vários profissionais, o que
possibilita realizar um trabalho mais rico, não somente de teoria, mas também de prática.
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JULHO AMARELO: ATUAÇÃO DA RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE DURANTE A CAMPANHA DE
PREVENÇÃO DAS HEPATITES VIRAIS
Marciano Gonçalves de Sousa, Janete Romão dos Santos, Ocivan de Souza Furtado, Mariana Fernandes
Pereira, Ana Nelyza Silva das Chagas, Mauricélia da Silveira Lima, Claudevan Pereira Freire
INTRODUÇÃO: As hepatites virais são uma problemática existente na saúde pública do Brasil e se distribuem
de maneira universal, atingindo vários segmentos da população e causando grande impacto de
morbimortalidade em sistemas de saúde como o Sistema Único de Saúde (SUS). A principal complicação
decorrente das hepatites é a cirrose e o câncer hepático, dessa forma, o diagnóstico preciso e precoce
desses agravos permite um tratamento adequado e impacta diretamente a qualidade de vida do indivíduo.
OBJETIVO: Relatar a experiência sobre a atividade integrada da equipe de residentes em Infectologia
durante a campanha de combate e prevenção das hepatites virais. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A atividade
foi realizada na última semana do mês de julho durante a campanha “Julho Amarelo” de 2015, tal evento foi
uma parceria do Hospital São José de Doenças Infecciosas com o Hospital Universitário Walter Cantídio. A
construção deste trabalho foi viabilizada através da atuação multiprofissional dos residentes em
Infectologia, durante a realização de palestras sobre diagnóstico precoce de hepatite B e C, ofertas de teste
rápido para população em situação de risco e aconselhamento pós-teste e vacinas. PRÁTICAS E DISCUSSÃO:
A equipe de residente procurou estabelecer um fluxo de funcionamento das atividades a serem realizadas
no dia da campanha, as ações prioritariamente seria voltada para levar informação ao público sobre os
meios de contaminação, prevenção e diagnóstico precoce das hepatites, para tal, foi instalado postos de
informações, onde o público tiraria suas dúvidas e após poderiam realizar o teste rápido para hepatite C, em
sequência receberiam o resultado passando por um aconselhamento pós-teste. PRINCIPAIS RESULTADOS: A
atuação dos residentes do componente hospitalar dentro do contexto de captação do público para a
prevenção e diagnóstico precoce das hepatites virais, no caso a Campanha Julho Amarelo, foi muito válida. O
que normalmente tais profissionais acompanham são as manifestações tardias da doença que levam o
paciente à internação hospitalar e à experiência de promover saúde, no âmbito de sensibilizar o público,
deve ser estimulada. É possível perceber que o processo de trabalho integrado entre os profissionais é uma
ferramenta exitosa para ampliar o cenário de educação em saúde a população sobre as diversas patologias,
nas quais as hepatites merecem destaque por necessitar de uma atuação integral da equipe de saúde. A
oferta do teste rápido para hepatite C foi uma ação que possibilitou um momento oportuno para trabalhar a
prevenção da doença, buscando fazer com que o sujeito diante do seu resultado reconhecesse seus riscos de
contaminação. CONCLUSÃO: As atividades que permitem ampliação de acesso aos meios de diagnósticos
precoces das hepatites virais e de troca de informações sobre a doença é um ambiente necessário para a
população e os profissionais de saúde residente precisam se apropriar desses mecanismos e encorpar tais
ações em suas rotinas de trabalho para qualificar a atenção a saúde da população.
LAVAGEM DAS MÃOS COMO FORMA DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS PARASITÁRIAS: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Maria de Jesus Veríssimo Ferreira, Maria de Jesus Veríssimo Ferreira, Jeane Julião da Costa, Geisa Gomes de
Castro, Rogenácia Lavor Pereira, Rafaella Alice da Rocha, Viviane de Sousa Tomaz
INTRODUÇÃO: A higienização das mãos é reconhecida, mundialmente, como uma medida primária e eficaz
na prevenção e controle de infecções. É uma ação simples, rápida e importante na prevenção das infecções
causadas por verminoses e outros parasitas. Sabemos que as mãos são o principal reservatório de patógenos
capazes de tornarem-se grandes vilões para a vida do ser humano, além de acarretar sofrimentos e gastos
para a saúde da população. A atuação do enfermeiro nesse contexto é de vital importância, para sensibilizar
a população acerca da adesão dessa medida, como forma de prevenir as doenças parasitárias transmitidas
através de maus hábitos de higiene. OBJETIVO: Relatar a experiência de graduandos em enfermagem
durante um evento lúdico sobre a importância da técnica correta da lavagem das mãos como forma de
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prevenir doenças parasitárias. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de
experiência realizado em uma Escola Municipal no bairro Antônio Bezerra, da cidade de Fortaleza no mês de
abril de 2016 tendo como público-alvo alunos do ensino fundamental. Os graduandos em Enfermagem
realizaram uma palestra educativa e uma atividade lúdica com encenação de um musical sobre a
importância da técnica correta da lavagem das mãos como forma de prevenção nas infecções parasitárias.
Os discentes disponibilizaram cartazes e panfletos contendo orientações ilustrativas confeccionaram roupas
com TNT, montando personagens que ilustravam as bactérias e outro personagem vestido como agente de
combate á infecção. Vestidos com estas fantasias apresentaram um teatro lúdico através da música e dança
reforçando a técnica correta de higienização das mãos e sua importância. No final realizaram sorteios com
prêmios simbólicos como incentivo pela participação ativa dos alunos. RESULTADO E DISCUSSÃO: Para os
discentes o momento de maior interação dos alunos foi quando realizaram atividades educativas buscando
contribuir para ampliação do conhecimento como: Palestras enfatizando a importância da lavagem das mãos
complementando a ação com teatro lúdico através de dança correlacionando com panfletos contendo
informações para uma boa higienização. Observou-se que os alunos do ensino fundamental interagiram com
os graduandos, inclusive relatando fatos do seu cotidiano que nos levou a refletir sobre a importância de
realizar esse tipo de atividade. Houve boa aceitação por parte dos alunos sobre a técnica correta da lavagem
das mãos principalmente no momento da dança e dos brindes. CONCLUSÃO: Evidenciou-se a necessidade da
implementação de mais atividades pedagógicas correlacionando saúde e educação com o objetivo de gerar
motivação para intensificar a adesão dos alunos a esta ação simples e eficaz na prevenção de infecções
parasitárias. Percebeu-se a importância de levar informações a população, com o intuito de aprimorar as
atividades de promoção em saúde. Dessa forma, fica evidente, que o Enfermeiro atua como agente
transformado e multiplicador de saúde.
O EXERCÍCIO FÍSICO E A FUNCIONALIDADE DA PESSOA IDOSA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Maria de Lourdes Lima Ferreira, Fabianne Ferreira Costa Róseo, Andressa Guedes Kaminski Alves
INTRODUÇÃO: No Brasil, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa tem como diretrizes essenciais a
prevenção de doenças, a recuperação da saúde, promoção do envelhecimento saudável, a manutenção e a
melhoria da capacidade funcional dos idosos, que pode ser entendida como a capacidade da manutenção
das habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida independente e autônoma (BRASIL, 2006). Um
estilo de vida ativo traz benefícios inquestionáveis à saúde com reflexo positivo na prevenção da autonomia
e independência dos idosos uma vez que contribui para o aumento do tônus muscular, para ganho de massa
óssea, diminuição dos níveis de pressão arterial, glicose e colesterol, normalização do peso corporal e
diminuição do estresse, benefícios para todo o sistema cardiovascular, além de aumentar a flexibilidade e o
equilíbrio, importantes na prevenção de acidentes tão comuns nessa faixa etária (FILHO, 2006). O exercício
regular é a atividade mais importante que se pode fazer para desacelerar o processo de envelhecimento,
controlar a glicemia e reduzir o risco de complicações diabéticas (COLBERG, 2003). Diante do exposto, há
uma crescente necessidade de estimular a população idosa à prática de atividades físicas capazes de
promover a melhoria da aptidão física relacionada à saúde, uma vez que se acredita que a melhor maneira
de investir na diminuição de pessoas com baixa autoestima, com doenças crônicas, tensos, deformados
corporalmente, vivendo em profundo isolamento, é por meio de projetos permanentes de educação em
saúde preventiva, que busquem alertar os indivíduos para uma vida e um envelhecimento atuante e feliz,
que favoreçam a ampliação e aquisição de novos conhecimentos. OBJETIVO: Investigar a contribuição da
atividade física como fator de interferência no processo de envelhecimento saudável, prevenção e cura de
doenças que comprometem a autonomia funcional da pessoa idosa, no município de Aracati, Ceará.
METODOLOGIA: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência. Iniciado em maio de 2014 e concluído em
maio de 2015. Contou com a participação de 50 idosos voluntários acompanhados pelas Equipes da
Estratégia Saúde da Família da sede do município de Aracati, com idade entre 60 e 80 anos, de ambos os
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sexos, que se dispuseram a participar do grupo e assinaram o termo de livre adesão. Desse modo,
inicialmente foram aplicados Testes de Avaliação Funcional das Atividades da Vida Diária (TAFAVDs) e
exames clínicos. Diante dos resultados, se elaborou um planejamento específico com prescrição de
atividades físicas para o grupo, que consistia em uma hora de hidroginástica três vezes por semana, por um
período de um ano, sendo que a cada três meses era feita a avaliação física e clínica para a verificação do
desempenho dos participantes nas atividades propostas. Além das atividades práticas, uma vez por mês
eram realizadas atividades de educação em saúde com temas relacionados: a importância da atividade física,
alimentação saudável, prevenção de quedas, dentre outros que fazem parte do cotidiano desse público.
Após esse período, foi feita uma reavaliação física e clínica, onde se constatou uma série de benefícios
interligados entre si. RESULTADOS: Constatou-se por meio desta experiência, que há possibilidades de se
interferir no modo de envelhecer dos indivíduos, tendo a prática da atividade física como alternativa, devido
apresentar-se como fator preventivo contra várias doenças, de promover a socialização própria da vida em
grupo, da reconquista da autoestima, do fortalecimento muscular, da estabilidade postural, do equilíbrio, da
flexibilidade, do aumento da força, da melhoria da capacidade funcional, cognitiva e laborativa do idoso,
além de ajudar na correção de possíveis disfunções que acabam por incapacitá-los. CONCLUSÃO: Foi
evidenciada que a prática regular da atividade física proporcionou ao idoso ter uma vida sem limitações
funcionais, impedindo que viessem a comprometer sua vontade de viver, seu bem estar e sua qualidade de
vida, além de ser capaz de proporcionar longevidade, com melhores condições de saúde e dignidade.
Recomenda-se, portanto, a necessidade em estimular mais a prática de exercício físico devidamente
orientado por profissionais da área para pessoas idosas independente do seu limite funcional, bem como o
desenvolvimento de novas experiências, pu seja, pesquisas que abordem o tema, visto que este fator tem
um papel importante para um envelhecimento ativo e saudável.
ORIENTAÇÕES ACERCA DA INSULINOTERAPIA ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Carolina Papa Pazos, Andréa Lima Gomes dos Santos, Léa Maria Moura Barroso
INTRODUÇÃO: A insulinoterapia consiste no controle da glicemia em pacientes portadores de Diabetes
Mellitus (DM), com a administração exógena de doses diárias desse hormônio. O objetivo do tratamento é
normalizar o perfil fisiológico de secreção de insulina do organismo, controlar o nível de glicose no sangue e
prevenir complicações agudas e crônicas da DM (PACE, et. al 2008). A insulina é utilizada de acordo com a
necessidade de cada paciente, sendo receitada pelo profissional médico e de necessário acompanhamento
de uma equipe multiprofissional de saúde. Através das orientações e assistência prestada, é possível
reconhecer falhas no tratamento e evitar possíveis gravidades. Para que a terapêutica de insulinoterapia
seja efetiva, é necessário que o usuário tenha conhecimento teórico e adquira habilidade prática com o uso
do medicamento. OBJETIVO: Realizar orientações aos pacientes em sala de espera sobre o correto uso da
insulina no controle da glicemia e tratamento da Diabetes Mellitus. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A
intervenção do estudo aconteceu por meio da realização de uma educação em saúde durante o estágio
curricular da disciplina de “Saúde Coletiva IV” do curso de Enfermagem, no mês de abril de 2016, em um
serviço de saúde especializado em Diabetes e Hipertensão, localizado na cidade de Fortaleza–Ceará. Notouse uma grande demanda de pacientes para consulta de enfermagem para acompanhamento do tratamento
com insulina, bem como de pacientes à procura de atendimento de emergência com altos níveis de glicemia,
por isso tal fato nos incentivou a realizar uma intervenção acerca do tema. O público participante foi
composto por 10 pacientes que estavam na consulta de enfermagem ou no ‘leito-dia’, que é o setor de
atendimento de emergência, e eram direcionados à sala de reuniões da unidade para aguardar recebimento
de medicamento, e então enquanto eles aguardavam sua vez, fizemos exposição do tema através de banner
explicativo. Ressaltamos a importância do tratamento correto e explicamos todo o processo de adesão à
insulinoterapia. Seguimos uma ordem para melhor fixação do assunto, que foi: “Onde acondicionar a
insulina; Como preparar a insulina; Onde aplicar a insulina; Onde descartar os materiais e sinais e sintomas
da hiperglicemia e hipoglicemia. Debatemos detalhadamente sobre a importância do acondicionamento
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correto da medicação, o passo a passo da preparação da insulina, quais os cuidados necessários, bem como
a relevância de realizar o rodízio nos locais de aplicação e enfatizamos nos sinais e sintomas da hiperglicemia
e hipoglicemia com o objetivo de instruí-los em caso de emergência. Perguntamos aos pacientes: “Quem
sabe como agir em situações de emergência no caso de hiperglicemia ou hipoglicemia”? e “Como conhecer
uma situação de emergência”? Como resultado, 8 pacientes responderam corretamente, com frases do tipo:
“Sei que se acontecer de ficar com a visão dupla, pele fria, me sentindo fraca, devo ingerir alguma coisa bem
doce como um bombom ou refrigerante e ir até uma emergência.” Outro disse “Quando eu sentir muita
fome ou muita sede devo ir diretamente para o serviço de saúde”. Pudemos perceber que os pacientes
acompanhados pela unidade são orientados quanto à insulinoterapia e a importância da boa adesão ao
tratamento. CONCLUSÃO: A insulina é um medicamento de uso comum entre os diabéticos e deve ser
prescrita de acordo com a necessidade de cada paciente. O acompanhamento por profissionais da saúde é
imprescindível para que o indivíduo não tenha dúvidas referentes ao manuseio da medicação e saiba como
agir em situações de emergência. Por isso, a atividade desenvolvida tem um papel importante na orientação
do paciente, deixando-o seguro e livre para realizar a sua auto aplicação. RECOMENDAÇÃO PARA A SAÚDE
COLETIVA: Ações educativas como essa, devem ser realizadas frequentemente para que os pacientes
possam ser educados em relação ao assunto e para que novos casos não passem despercebidos,
abrangendo assim, toda a população e diminuindo o número de complicações decorrentes da falha do
tratamento.
OS RISCOS OCUPACIONAIS À SAÚDE DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE VIDROS: INTERVENÇÃO NO
AMBIENTE LABORAL
Denise Coelho de Souza, Sílvia Márcia Lima da Costa, Luciana Rocha Lopes da Costa, Antônia Taciana Ribeiro
de Lima, Maria das Dores Costa Lima, Monaliza Pessoa de Oliveira, Maria de Fátima Façanha Elias Reis, Lígia
Darc de Souza Oliveira
Trata-se de uma vivência dos riscos ocupacionais a saúde dos trabalhadores vidreiros em uma indústria de
vidros. A empresa Amazon Temper (empresa do ramo de vidros) está localizada na BR 116, km 23, n°23,000,
Camará, Aquiraz, Ceará. A indústria de vidro apresenta características peculiares quanto ao processo de
transformação da matéria prima (vidro) até seu produto final. Apresentando fatores de risco que levam
danos à saúde dos trabalhadores vidreiros. Estes que, estão sujeitos às exposições de compostos metálicos
e agentes químicos utilizados no processo produtivo, com elevados níveis de ruído (como consequência a
Perda Auditiva) e de temperatura (ocasionando lesão de pele), também estão presentes as Lesões por
Esforços Repetitivos (LER), em virtude dos movimentos repetitivos e posturas inadequadas. O objetivo
deste trabalho foi desenvolver e promover ações de promoção da saúde dos trabalhadores em uma
indústria de vidro, intervindo de forma relevante para reduzir ou eliminar os riscos no ambiente laboral. As
ações realizadas na empresa foi a partir de um plano de ação em conjunto com a técnica de segurança da
empresa. Os procedimentos ocorreram da seguinte forma: 1) Reunião e visita com a técnica de segurança
do trabalho para planejar a execução do projeto; 2) Pedido de autorização do empregador para realizar as
ações planejadas; 3) Desenvolvimentos das ações de promoção da saúde, tais como a confecção e
distribuição de panfletos e cartazes com informativos para melhorias das condições de trabalho e saúde, e
ainda realização de palestras educativas (sobre ergonomia, ler/dort, perda auditiva induzida por ruído (pair)
e outros, com encontros semanais. Os resultados alcançados ocorreram conforme planejado. Foi possível
obter com êxito as ações, com mudanças de pensamentos e comportamento dos trabalhadores, estes que
passaram a ter melhor qualidade de vida no trabalho. Visto que, o empregador também ficou satisfeito com
o rendimento de seus funcionários. Podemos concluir que com a realização desta intervenção laboral na
indústria de vidro foi possível perceber um melhor aperfeiçoamento para nós profissionais da saúde, e
também dos trabalhadores vidreiros, que diante das intervenções realizadas passaram a ter mais satisfação
no trabalho e serem mais cautelosos com o uso de equipamento de proteção individual (EPI), posturas
adequadas e pausas para alongamentos. Contudo, recomenda-se que seja realizado outros tipos de ações
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educativas na empresa, voltadas para alimentação, prevenção de doenças crônicas e de acidentes de
trabalho. E, assim reduzir o adoecimento dos trabalhadores e acidentes de trabalho.
PARCERIAS INSTITUCIONAIS E ACONSELHAMENTO PRÉ E PÓS-TESTE PARA HIV NO SISTEMA PRISIONAL DE
MARACANAÚ-CE: FORTALECIMENTO DA INTERSETORIALIDADE
Aline Braúna dos Santos, Charlliane Fernandes Gonçalves Ribeiro, Liliane Santiago de Andrade, Ana Karla
Ramalho Paixão, Riana Nargilla Silva Nobre, Katia Maria Macêdo Viana, Carmem Cintra de Oliveira Tavares,
Manoel Austragésilo de Araújo Júnior
INTRODUÇÃO: A experiência abaixo descrita aconteceu através de parceria firmada entre a Secretaria
Municipal de Saúde de Maracanaú (SMS) e a Cadeia Pública deste município no ano de 2015, e contou com a
colaboração do programa de Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará, ênfases
Saúde da Família e Saúde Coletiva (RIS-ESP/CE). A Lei de Execução Penal-LEP (n 7.210, de 11 de julho de
1984) determina que as pessoas em privação de liberdade tenham acesso a vários tipos de assistência, tais
como assistência médica, assessoria jurídica e de serviços sociais. Alguns destes benefícios são oferecidos,
contudo sua oferta ainda é insuficiente para cumprir o regimento de lei supracitado. Entende-se a cadeia
pública como um ambiente com características diferenciadas, que demandam dos profissionais que
compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) estratégias de trabalho também diferenciadas para este público,
visto que são seres humanos em alta vulnerabilidade social que necessitam de inclusão nas políticas sociais a
fim de validar a universalidade do SUS com saúde para todos. Deste modo ressalta-se a importância de se
realizar um trabalho socioeducativo neste ambiente cheio de vulnerabilidade, escasso de ações por parte
dos serviços, no intuito de gerar vínculos que proporcionem a promoção, prevenção e recuperação da saúde
daquelas pessoas. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: Ofertar informação quanto às Infecções Sexuais (IST), formas
de contágio, tratamento e sensibilizar para a prevenção destes agravos naquela unidade prisional.
DISCUSSÃO/PRINCIPAIS RESULTADOS: Em 15 de junho de 2015, foi realizada pela segunda vez a oferta de
teste rápido para HIV na Cadeia Pública de Maracanaú desta vez com a participação da RIS/ESP/CE. Na
ocasião participaram juntamente com profissionais da SMS e do Centro de Testagem e Aconselhamento do
Hospital Municipal João Elísio de Holanda, duas assistentes sociais residentes pelo programa RIS-ESP/CE.
Estas profissionais realizaram aconselhamento pré-teste coletivo com os 60 detentos da unidade prisional e
ainda o aconselhamento pós-teste com 33 destes homens. Os demais detentos já haviam realizado o teste
em momento anterior à chegada da residência no Município. O aconselhamento pré-teste objetivou a oferta
de informações para a prevenção de HIV, Sífilis e outras IST, de modo claro fazendo com que os detentos
pudessem optar esclarecidamente pela realização ou não do exame. O aconselhamento pós-teste visou
além destes pontos, à identificação de riscos e estabelecimento de estratégias de cuidado. O
aconselhamento pré-teste coletivo facilitou a troca de saberes entre os próprios detentos enquanto que o
aconselhamento pós-teste individual permitiu o suporte emocional adequado, garantiu o sigilo e aproximou
a comunicação entre profissionais e detentos/usuários do serviço, contribuindo para que estes se sentissem
mais à vontade em esclarecer dúvidas e manifestar queixas. Deste modo o aconselhamento se constituiu
como importante ferramenta no fomento à atenção integral à saúde da população prisional e dispositivo
inovador de educação em saúde. CONCLUSÃO: A partir dessa experiência ressalta-se a necessidade de
fortalecimento das parcerias intersetoriais como estratégia de viabilização para uma atenção integral à
saúde da população do sistema prisional, que diante do ambiente vulnerável em que se encontram
necessitam não só de ações em saúde, mas de assistência, educação entre outras. A interlocução entre os
serviços e a cadeia é essencial para tal, entretanto vale ressaltar que ainda existem barreiras por parte de
alguns profissionais receosos em acolher as demandas dos detentos. Em suma salientamos a importância do
preparo adequado dos profissionais que realizam atendimento àquela população, fortalecendo a educação
continuada como forma de desmistificação do que está posto sobre estes sujeitos. É fundamental, portanto,
que a gestão esteja sensível a este processo de trabalho, fomentando então, a integralidade, universalidade,
igualdade e efetividade na prestação de saúde a pessoas privadas de liberdade.
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PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS-RESIDENTES DA RIS-ESP/CE ACERCA DO PROCESSO DE VIVER DO PACIENTE
OSTOMIZADO COM DÉFICIT NUTRICIONAL
Antônio Salvandi de Oliveira Júnior, Saionara Pereira da Silva, Glícia de Lima Alencar, Tayane Travassos
Sousa, Mara Rúbia Campos Teixeira
INTRODUÇÃO: Ostomia consiste em um procedimento cirúrgico com a finalidade de exteriorizar parte do
intestino desviando seu conteúdo para uma bolsa coletora, podendo acarretar o déficit nutricional que é
uma das complicações mais comuns relacionadas a esse tipo de procedimento. Esta nova condição de vida
pode tornar a pessoa fragilizada, fazendo-a necessitar de ações voltadas para o acolhimento, cuidado e
atenção direcionadas não apenas para o estado de saúde em si, mas também contemplando aspectos
subjetivos relacionados, por exemplo, com o surgimento de sentimentos ruins, incapacidades, depressão,
entre outros, que podem produzir dificuldades no reajustamento à vida familiar, laboral e social. OBJETIVO:
Descrever a percepção multiprofissional da equipe dos profissionais-residentes da RIS-ESP/CE acerca do
processo de viver do paciente ostomizado com déficit nutricional. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de
um trabalho de cunho descritivo, cujo instrumento é o relato de experiência dos profissionais-residentes da
RIS-ESP/CE do município de Iguatu-CE. Surgiu a partir de estudo de caso para construção de Projeto
Terapêutico Singular. A usuária, sujeito desse estudo, realizou ostomia em decorrência de obstrução
intestinal grave há cerca de um ano. O caso chegou ao conhecimento da equipe através da demanda da
ACS, que durante as visitas verificou que a usuária, por apresentar condição frágil estava incapacitada para
realizar a troca da bolsa coletora e que esta deveria ser feita pela enfermeira da unidade. Assim sendo a
enfermeira da unidade realizou visita para avaliar o estado de saúde da usuária e realizar a troca das bolsas,
observou que o seu caso necessitava de uma maior atenção, pois, além de sua condição de saúde a usuária
estava em situação socioeconômica vulnerável. Diante disso, foi realizada reunião com a equipe
multiprofissional para discussão e planejamento de ações com o propósito de melhorar a qualidade de vida
da mesma em seu aspecto biopsicossocial. A partir de então se construiu o PTS que levou as seguintes
ações: visitas domiciliares, atendimento psicológico, apoio e visita do CRAS, visitas e acompanhamento
contínuo de toda a equipe multiprofissional. PRINCIPAIS RESULTADOS: Percebeu-se relevante importância o
planejamento para uma abordagem multiprofissional; interação entre equipe multidisciplinar, paciente e
sua família; utilização do PTS favorecendo a multidisciplinaridade para a construção do cuidado.
CONCLUSÃO: A interação multiprofissional atua de forma equânime, cada um na sua área de atuação,
contribuindo para uma comunicação terapêutica eficaz que propicia benefícios ao principal alvo de nossos
cuidados, o usuário de serviço de saúde.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR COMO FERRAMENTA PARA A INTEGRALIDADE DO CUIDADO À GESTANTE
ADOLESCENTE NA ATENÇÃO BÁSICA
Larissa Loiola Batista, Deborah Danna da Silveira Mota, Isabel Oliveira Barbosa, Mariana Castelo Pinheiro,
Talita Pinheiro de Souza, Marcela Aparecida da Silva Sousa
INTRODUÇÃO: O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é uma estratégia de cuidado que articula um conjunto
de ações resultantes da discussão e da construção coletiva realizada por equipe interdisciplinar que
considera necessidades, expectativas, crenças e contexto social, individual e coletivo. Historicamente as
mudanças socioculturais na vida das mulheres não foram acompanhadas por políticas públicas educacionais
e de saúde direcionadas às necessidades originadas das vivências sexuais, o que colaborou para o aumento
da gravidez na adolescência. Desejou-se experienciar as estratégias do Projeto Terapêutico Singular
buscando contribuir para um cuidado mais integral a uma gestante adolescente. Este trabalho justifica-se
pelo reconhecimento da complexidade do processo de gestação na adolescência e pela indispensabilidade
do acompanhamento por uma equipe interdisciplinar. Nesse sentido, considera-se importante maior
atenção e cuidado nesse período, evidenciando a singularidade do sujeito. OBJETIVO: Relatar a experiência
do acompanhamento integral de uma gestante adolescente por uma equipe interdisciplinar, em um
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contexto participativo e dialógico. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se do cuidado interdisciplinar
prestado pelos profissionais da Residência Integrada em Saúde com ênfase em pediatria durante rodízio na
Unidade Básica de Saúde Dom Aloísio Lorscheider, extensão ambulatorial de puericultura do Hospital
Infantil Albert Sabin (HIAS), em Fortaleza-Ceará, no período de junho a outubro de 2015. A equipe de
residentes é composta por: assistente social, dentista, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo.
Foi desenvolvido um PTS para uma adolescente de 13 anos, natural de Fortaleza, que se encontrava
gestante. A mesma abandonou os estudos, residia com a genitora e familiares, os quais viviam em precárias
condições socioeconômicas. A adolescente era acompanhada em serviço de referência para realização do
pré-natal de risco. Apresentava erros alimentares, quadro de hiporexia, náuseas e episódios de êmese.
Fazia uso de aparelho ortodôntico sem função corretiva, referindo pouca frequência ao dentista. Possuía
escasso conhecimento acerca da sua gestação, bem como demonstrava pouco interesse nos cuidados com
sua saúde. Diante dessa realidade, realizou-se estratégias e organização de cuidado que envolveu as
principais etapas da metodologia do PTS, tais como: discussões em equipe, identificação de potencialidades
e vulnerabilidades, diagnóstico, definição de metas, divisão de responsabilidades, negociação e reavaliação.
Utilizou-se um instrumental específico denominado ficha de triagem com o objetivo de coletar as demandas
para cada categoria profissional. Foi assinado pela adolescente gestante e sua responsável um Termo de
Consentimento Livre Esclarecido - TCLE. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, com abordagem
qualitativa, do tipo relato de experiência. PRINCIPAIS RESULTADOS: A atuação conjunta da equipe
interdisciplinar possibilitou as seguintes resoluções: realização de visita domiciliar, verificação e incentivo a
assiduidade da adolescente às consultas de pré-natal, orientação das formas posturais corretas,
acompanhamento nutricional, psicológico, social e ortodôntico, orientação de notificação de violência
sexual, articulação com pediatras do HIAS para gestante e bebê serem acompanhados no ambulatório de
puericultura. CONCLUSÃO: O Projeto Terapêutico Singular é uma ferramenta para a melhoria do cuidado
prestado, fugindo do modelo centrado nas práticas isoladas, sem articulação e comunicação. A realização
do PTS exigiu a execução de ações para atingir as metas estabelecidas, possibilitando o aprendizado e a
contribuição de forma integral para a saúde da gestante, obtendo bons resultados e viabilizando qualidade
de vida. Considerando as particularidades características da realidade vivenciada, cuidador e paciente
buscaram delinear ações coerentes ao seu contexto de vida.
PROJETO TERAPEUTICO SINGULAR EM UM CASO DE MAIOR COMPLEXIDADE NO MUNICÍPIO DE
CATARINA-CE
Antônia Cícera Alves Fernandes, Viviane de Amorim Duarte, Maiara Mota Rocha Siebra, Renata Barros
Guedes, Jeyce Moura Barros, Ane Cibele Araújo Pessoa Chaves, Luma Monteiro Leitão
INTRODUÇÃO: O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas
articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe
interdisciplinar, com Apoio Matricial, se necessário. Geralmente é dedicado a situações mais complexas. O
projeto contém quatro movimentos: definir hipóteses diagnósticas, definição de metas, divisão de
responsabilidades e reavaliação. (Brasil, 2009). OBJETIVO: Mostrar a relevância do projeto terapêutico
singular em um caso de maior complexidade, relatar os pontos e metas traçadas para o projeto, descrever a
evolução do caso a curto e médio prazo. MÉTODOS: Foi construído um projeto terapêutico singular em uma
paciente de 32 anos com sequelas neurológicas pós traumática. O que chamou atenção para o caso foi que
a paciente sofria abuso sexual do pai, o qual perdeu sua guarda para outro parente que negligenciava os
cuidados mínimos a mesma. Devido ao estado deplorável que nos foi encaminhada a paciente resolvemos
elaborar um projeto terapêutico singular visando tratar seu estado geral e consequentemente fornecer
condições humanas de vida a mesma mostrando assim a relevância da equipe multidisciplinar no projeto
terapêutico. A paciente foi encaminhada pelo CRAS à equipe de residentes que compõe o NASF, onde
decidimos envolver toda equipe multidisciplinar. Dessa forma, em reunião com a equipe de saúde e
assistência social elaborou-se estratégias de cuidado. Dentre os planos de cuidado acordamos visitas
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médicas e de enfermagem 2 vezes ao mês, fisioterapia 2 vezes na semana, assistente social do NASF com
visitas semanais, a agente comunitária de saúde tinha a quantidade de visitas indeterminada, realizando o
mínimo de 3 visitas ao mês. Acionamos o CAPS, visto que a paciente fazia uso de medicamentos de receita
controlada, no entanto, não obtivemos retorno. O CRAS ficou responsável em realizar uma visita mensal
para produção do relatório que era entregue a promotoria para acompanhamento do caso. Contamos
também com o hospital municipal para realização de exames quando necessário, o qual também cedeu a
sua nutricionista pra prescrição da dieta, onde a mesma encontrava-se em estado de desnutrição. Acontecia
uma reunião mensal para a equipe discutir as metas e evoluções do plano de tratamento, no entanto,
sempre que necessário os profissionais discutiam sobre o caso. Em curto prazo conseguimos reestabelecer
as condições mínimas de sobrevivência, começando pelo estado de desnutrição. Conseguimos também
diminuir os quadros de infecções respiratórias, visto que no início do caso a mesma encontrava-se com
pneumonia recorrente, e eliminação de úlceras de decúbito. Fortalecemos o vínculo familiar, assegurando
que a mesma estaria livre de maus tratos e qualquer tipo de violência, ensinamos estratégias de
mobilização, higiene e alimentação aos novos cuidadores. Em médio prazo alcançamos a otimização dos
ganhos em curto prazo, melhoramos as condições motoras, os encurtamentos musculares, contraturas e
amplitudes de movimentos, conseguimos que a paciente expressasse o mínimo de comunicação verbal e
emocional. Pinto et al (2011) Diz que o Projeto Terapêutico Singular são baseados nas necessidades de
saúde de cada usuário, considerando sua singularidade, subjetividade e o modo de vida, realizando uma
configuração democrática entre os atores envolvidos no processo de cuidado, configurando um processo de
construção coletiva que pode ser modificado conforme a necessidade. RECOMENDAÇÕES: Recomendam-se
as equipes de saúde em toda rede de atenção à elaboração de PTS em casos mais complexos para maior
resolubilidade dos casos. CONCLUSÃO: o PTS é de grande relevância para casos que exijam
acompanhamento multiprofissional integrado, com comunicação, avaliação de condutas e objetividade.
Nesse caso específico o projeto foi de suma importância para evolução do estado geral da paciente,
garantindo condições humanas mínimas de sobrevivência e melhora na qualidade e expectativa de vida.
PROMOVENDO SAÚDE EM MATERNIDADE PÚBLICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Francisca Maria Silva Araújo, Rita Lili Thé Araújo, Andréa Karine Barros Aragão, Diana Austregésilo, Anderson
Ismael Beserra de Souza
INTRODUÇÃO: O Grupo de Educação em Assistência a Saúde (GEAS) é uma estratégia de educação em saúde
que visa orientar puérperas sobre a importância da amamentação, doação de leite humano e cuidados com
o binômio. É um espaço que permite a troca de conhecimento entre profissionais da saúde e puérperas. A
transmissão de informações e da aquisição de comportamentos saudáveis e as práticas educativas em saúde
devem propiciar a formação de consciência crítica a respeito de saúde e promover conhecimento ampliado
sobre a relação mãe e filho. A importância do aleitamento materno exclusivo (AME) para a promoção da
saúde da criança tem sido tema relevante em diversas campanhas e programas governamentais brasileiros.
Os índices indicam que houve aumento expressivo de crianças que receberam o aleitamento materno
exclusivo até os seis meses de idade, mas as metas propostas pela Organização Mundial da Saúde e
Ministério da Saúde ainda estão longe de serem alcançadas, sendo assim, se faz importante conhecer a
importância do AME, possíveis complicações e os cuidados adequados a fim de manter uma amamentação
de sucesso. OBJETIVO DA EXPERIÊNCIA: O Grupo de Educação em Assistência a Saúde (GEAS), surgiu da
necessidade de aprofundar o conhecimento materno infantil das puérperas assistidas pelo SUS, objetivando
especificamente a atuação da equipe multidisciplinar na construção do saber ampliado, quanto à
amamentação exclusiva, cuidados com o recém-nascido, nutrição materna no pós-parto. O caráter
heterogêneo do grupo possibilita o relato de vivências e as reflexões decorrentes que alimentam as
formações. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O Grupo de Educação em Assistência a Saúde (GEAS), iniciou suas
atividades em Setembro de 2015, contando com uma equipe multidisciplinar composta por: enfermeiros,
médico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, odontólogo e assistente social. Esse grupo
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faz parte de uma maternidade pública situada no centro de Fortaleza/CE. A equipe se reúne a cada dois dias
com puérperas e suas acompanhantes através de roda de conversas e diversos temas são abordados. As
participantes são incentivadas a relatarem suas experiências, a esclarecerem suas dúvidas, trocarem ideias,
levando a uma interação com o grupo. São exibidos vídeos educativos durante as reuniões e os mesmos são
reprisados durante outros períodos para fixação do seu conteúdo. No final de cada reunião são realizados
sorteios de brindes no intuito de agradecer a presença de todas. A humanização à assistência a saúde
materna melhora o vínculo mãe-bebê, tornando-se o maior objetivo do grupo multidisciplinar, que buscar
estabelecer um vínculo mais íntimo, diminuindo o risco de abandono e de maus-tratos, insucesso do
aleitamento materno, a doação de leite materno e cuidado de higiene do bebê. O Brasil tem se empenhado
na criação de políticas públicas que visem à humanização e à qualidade da atenção obstétrica e neonatal.
PRINCIPAIS RESULTADOS: Com base nas orientações trabalhadas, houve um acompanhamento no retorno
dos bebês ao ambulatório de pediatria onde foi constatado um aumento de satisfação materna através da
participação ativa, um alto índice de amamentação (84%) mamando no peito e com peso adequado. O baixo
índice de internação hospitalar, ingurgitamento mamário e morbidades no recém-nascido, também foram
constatados no ambulatório de pediatria, além da doação de leite humano para o posto de coleta da
referida maternidade. O uso de fórmulas infantis também teve considerada diminuição. Foi observado que a
assistência à saúde materna melhorou o vínculo mãe-bebê, estabeleceu uma intimidade como filho,
diminuiu o risco de abandono e de maus-tratos, e o insucesso do aleitamento materno. CONCLUSÃO : Diante
da experiência vivida pelos membros do grupo, conclui-se que os profissionais vêm construindo junto às
puérperas e suas acompanhantes um olhar ampliado e diferenciado sobre assistência em saúde. O processo
de ensino-aprendizagem deve evidenciar as diferentes abordagens que os envolvidos possuem, favorecendo
a construção de um conhecimento pautado no compartilhamento de experiências e de diferentes visões de
mundo, no intuito de buscar conjuntamente resoluções para as questões a serem enfrentadas. No entanto,
ainda se deve crescer em direção há participação dos profissionais da saúde coletivas na construção de um
modelo mais próximo da realidade da população.
QUADRO ILUSTRATIVO COMO PRÁTICA DE ORIENTAÇÃO PARA USO DE MEDICAMENTOS POR PESSOAS
IDOSAS
Nathalya Tavares Camelo Felipe, Jeferson Matos Floriano de Oliveira, Maria do Socorro Teixeira de Sousa,
Sabrina Maria Carreiro Almeida, Ana Gabriella Saraiva Rocha, Oséias Soares Pereira, Lorena Timbó Veiga dos
Santos, Alane de Sousa Nascimento
O aumento da expectativa de vida dos brasileiros para 72,2 anos (IBGE, 2010), tem contribuído para o
elevado número de idosos. Em 2010 o país contava com uma população de cerca de 21 milhões de pessoas
de 60 anos ou mais de idade (IBGE, 2010). Este público passa por dificuldades frente às suas limitações, e
muitos deles moram ou passam grande parte de suas vidas sozinhos. Muitos não conseguem resultados
terapêuticos positivos por tomarem os medicamentos de forma incorreta. Pacientes idosos usam, em
média, 3 a 4 tipos diferentes de medicamentos ao dia, em horários variados. Quanto maior o número de
medicamentos usados, maiores são as chances de erro de dose, de horário e de troca. Durante as visitas
domiciliares percebemos a dificuldade que esse público tem em administrar os próprios medicamentos,
observamos que os mesmos ficavam armazenados em um saco plástico e em locais inapropriados. Quanto
aos horários, não tomavam de acordo com a prescrição e tinham dificuldade em identificarem o tipo de
medicamento que deveriam tomar naquele horário. A cada mudança de laboratório estas dificuldades
aumentavam por perderem as referências encontradas nos blisters como forma de identificarem os tipos de
medicamentos. Diante de tal situação evidenciamos enquanto residentes multiprofissionais em saúde da
família, a importância de traçar estratégias para apoiar estes idosos facilitando a terapia medicamentosa
destes. Este relato de experiência trata de uma intervenção junto a idosos que moram sozinhos no território
da COHAB II em Sobral-Ceará, com início em novembro de 2015, e teve como objetivo orientar de forma
adequada o uso desses fármacos em idosos que moram sozinhos. A estratégia utilizada foi a construção de
um quadro com representações gráficas ilustrativas, este foi divido em três colunas onde cada coluna
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representava um turno do dia. Na primeira coluna tinha a figura do sol representando o período da manhã,
na segunda coluna uma refeição representando o período da tarde e na terceira coluna a lua representando
o período da noite. Abaixo de cada figura foram colocadas etiquetas com cores diferentes, as cores
representavam qual medicamento eles teriam que tomar naquele horário. As mesmas cores de etiquetas
abaixo das figuras eram coladas nos blísters, então o usuário associava a cor que estava no blíster com o
horário que deveria tomar os medicamentos. Este acompanhamento é realizado mensalmente, sempre que
o usuário vai receber os medicamentos do mês as cartelas precisam ser etiquetadas. Os principais
resultados evidenciados nesta intervenção foram à diminuição de intercorrências como queixas de cefaleia,
tonturas, quedas e as internações hospitalares causadas pela descompensarão da hipertensão arterial e do
diabetes. Destacamos também a satisfação dos idosos com sentimento de segurança ao tomarem seus
medicamentos. Isso nos leva a afirmar que a Atenção Primária a Saúde como ordenadora do cuidado
necessita apoiar estes idosos em situação de vulnerabilidades que moram sozinhos. Este apoio pode
acontecer através de micropolítica das equipes, da criatividade e da organização da atenção à saúde de seus
territórios.
TECENDO DIÁLOGOS/COSTURANDO REDES: ESTRATÉGIA PARA CONHECER A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Angélica Costa de Oliveira, Uyara Mara Costa de Sousa, Risolinda Rodolfo de Sá Batista, Francisco Roquismar
da Costa, José Auricélio Bernardo Cândido, Raimunda Teixeira de Castro, Rayane Portela da Costa Amorim,
Maria Katia da Silva
INTRODUÇÃO: o Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um profissional inserido na atenção básica. Segundo
Lavras (2011) a atenção básica se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, individual e coletiva, que
abrangem a promoção e a proteção, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a
manutenção da saúde. É desenvolvida sob forma de trabalho em equipe, dirigidas às populações de
territórios delimitados. Os sistemas de Atenção a Saúde se apresentam por meio de formas organizacionais;
o tipo mais encontrado é de sistemas fragmentados em redes de atenção à saúde (RAS). As RAS são
entendidas como arranjos organizativos de unidades de saúde, pontos de atenção e apoio diagnóstico e
terapêutico que integrados através de sistemas de apoio e de gestão, buscam garantir a integralidade do
cuidado (LAVRAS, 2011). Para a RAS alcançar êxito ela deve está bem interligada, então, a comunicação
entre seus componentes é peça fundamental para uma rede fortalecida e eficaz. Na cidade de Horizonte
observou-se, como problemática desta experiência, a dificuldade dos usuários em entender o
funcionamento da Rede de Atenção à Saúde (RAS) que muitas vezes levam à inconclusão de seus
tratamentos ou desistência dos mesmos; Outro problema observado foi a dificuldade de comunicação
institucional que impede a solução de problemas ou dificulta os encaminhamentos prescritos. Diante disto,
os ACS organizaram uma roda de diálogo entre os membros da rede onde se procurou envolver, ouvir e
discutir todos os questionamentos e ideias, objetivando fortalecer e unificar a qualidade de atendimento da
RAS. OBJETIVO: este estudo tem por objetivo conhecer a RAS do município de Horizonte, buscando entender
suas relações com a Estratégia Saúde da Família (ESF). DESCRIÇÃO: foram convidados representantes de
diversos órgãos, tais como: Centro de Atenção Psicossocial-CAPS, Centro de Atendimento Clínico e
Educacional-CACE, igreja, conselho do idoso, delegacia, secretaria de saúde, policlínica, Centro de artes e
Esportes Unificados-CEU, prefeitura, secretaria de educação, conselho tutelar, Centro de Referência em
Saúde do Trabalhador-CEREST, Núcleo de Promoções das Políticas da Igualdade Racial-NUPPIRH, Centro de
Referência Especializado de Assistência Social-CREAS, Centro de Referência de Assistência Social-CRAS,
contando com a participação de 37 pessoas, das quais 22 eram agentes comunitários de saúde, na manhã de
23 de junho de 2015. Esta experiência foi baseada na oficina “tecendo diálogos/costurando redes” e contou
com quatro momentos. No primeiro, foi realizada a abertura e a apresentação dos participantes. No
segundo, ocorreu a descrição da problemática e foi construído um painel com as fortalezas e
vulnerabilidades da RAS, intrasetorial e intersetorial, ressaltando a importância da atenção à saúde de
qualidade e o acesso à assistência integral. Construiu-se um segundo painel com foco no papel do ACS para
fortalecimento da rede e discussão das contribuições que o mesmo pode realizar para organizar o serviço da
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atenção básica. Resultados: após a discussão dos painéis foram consideradas como fortalezas: uma boa
estruturação da rede e profissionais capacitados. Quanto às vulnerabilidades: dificuldade de comunicação
entre os diversos profissionais, necessidade de mais integração da rede entre si e qualificação profissional
em alguns setores. Em relação ao papel do ACS, para fortalecimento da rede foi ressaltado que, a partir do
conhecimento da RAS, haverá mais facilidade de se organizar o acesso da comunidade aos serviços,
promovendo uma saúde de qualidade e uma assistência integral. Conclusão: durante este momento de
integração de diversos setores de Horizonte com os ACS e os demais profissionais que compõe a RAS,
podemos constatar que a partir do conhecimento da organização da rede e da melhor interrelação entre os
profissionais se conseguirá ofertar uma saúde de qualidade para a comunidade, visto que a ESF é a porta de
entrada da RAS e o ACS é o profissional mais próximo do usuário. Recomendações: diante do aprendizado
adquirido da oficina “tecendo diálogo/costurando redes”, recomendamos que momentos de discussão
como essa que envolve os setores da RAS possam ser construídos, sempre baseados em problematizações
que melhorem a relação intersetorial, buscando o acesso e a integralidade da atenção à saúde dos usuários
do Sistema Único de Saúde.
TERRITORIALIZAÇÃO COMO PRÁTICA SOCIAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Maria Lopes Coelho, Raimunda Sandra Costa Silva, Ednamaria Chaves, Angela Maria da Silva, Valdiana
Maria Costa Freitas, Maria das Graças Carvalho, Cláudia Lima Nobre, José Auricélio Bernardo Cândido
INTRODUÇÃO: Territorialização, na etimologia da palavra e seus significados, é mostrar o lugar, repará-la,
organizá-la em relação ao setor saúde, mantendo um parâmetro de definição do espaço geográfico, sendo
possível a construção de análises das mudanças presentes (GONDIN e MONKEN, 2016). Trata-se de um
pressuposto básico no processo de trabalho da Estratégia Saúde da Família. Para Faria (2013), aponta-se
para uma prática, um modo de fazer. Diante disso, é necessário que os profissionais de saúde que atuam na
atenção básica apresentem o conceito de Territorialização às comunidades, abordando a problemática dos
riscos trabalhistas existentes na área, por meio da construção de mapas junto com os moradores da
comunidade. Trabalhar dentro de um território definido possibilita o reconhecimento das necessidades da
população, permitindo integração entre os serviços e maior interação entre profissionais de saúde e
comunidade, contribuindo para a visão ampliada no cuidado à saúde. Diante disso, o curso técnico de
agente comunitário de saúde (CTACS), possibilitou aprendizados significativos na concretização do
desenvolvimento do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), fortalecendo o elo entre a
comunidade e a Unidade Básica (UBS), permitindo buscar, defender e explicitar, historicamente, os padrões
de metodologias teóricas e práticas. OBJETIVO: buscou-se mostrar a população o reconhecimento de
territórios e problemas da área com recursos práticos, por meio da construção de mapas, avaliando e
buscando resultados satisfatórios na organização do processo de trabalho, na dinâmica social e nas
necessidades elencadas no cotidiano da prática. MÉTODOS: trata-se de um relato de experiência de
Territorialização utilizando-se a construção dos mapas: afetivos, de trabalho e ambiental. Estas ferramentas
subsidiaram metodologia aplicada, contanto com um conteúdo dinâmico, claro e objetivo que abordava as
estruturas trabalhistas, econômicas e sociais do ambiente, reforçado pelas informações coletadas pela
população acerca da história da fundação do bairro do Catolé, em Horizonte, Ceará. Além disso, utilizaramse dados demográficos, condições de moradias, e indicadores de saúde do Sistema de Informação da
Atenção Básica para fundamentar o diagnóstico situacional e o reconhecimento das necessidades e
condições de saúde da população. RESULTADOS: pelos resultados, percebeu-se a importância da
participação da população nos processos de trabalho da equipe de saúde, mostrando-se presente em cada
etapa realizada, favorecendo o resgate das memórias da comunidade e relacionando o desenvolvimento
econômico e social com riscos e vulnerabilidades durante o processo nas profissões exercidas na localidade.
Evidenciou-se, ainda, a opção de um modelo de atenção básica de saúde fortalecido pelo diálogo entre
profissionais da área e usuários, contribuindo para a garantia de um sistema mais eficaz oferecido ao corpo
social e regional. Isso possibilita a execução de ações através de compromissos construídos, o que vai ajudar
no desenvolvimento de métodos e estratégias eficientes para o crescimento do trabalho. Assim sendo, a
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Territorialização, ferramenta de estudo da Estratégia Saúde da Família e CTACS, permite maior
compreensão dos fatores determinantes e condicionantes do processo saúde e doença. Para isso, torna-se
necessário conhecer e intervir nos problemas que afetam o território, fortalecendo a ação conjunta entre
equipe de saúde e comunidade, com o intuito de oferecer um serviço de melhor qualidade e uma
intervenção mais efetiva em relação aos problemas locais. CONCLUSÃO: a experiência explicita a
importância do reconhecimento da população sobre territorialização facilitando a compreensão dos
problemas de saúde e fortalecendo as ações e serviços ofertados à comunidade. Os profissionais que atuam
na Estratégia Saúde da Família devem criar espaços de participação social no diagnóstico situacional do
território, na organização das ações, dos serviços de saúde e na definição de prioridades para atuação da
equipe. Assim sendo, conhecer o território e as questões relacionadas ao cotidiano dos usuários, famílias,
comunidades e grupos sociais, torna-se relevante para proporcionar qualidade de vida nos diversos
segmentos sociais. RECOMENDAÇÕES: recomenda-se oferecer espaços de sociabilização do conhecimento
com a população, através de ações como esta, direcionando para a atenção a saúde das pessoas e
promovendo o controle e o bem estar social.
TESTES RÁPIDOS PARA HIV E SÍFILIS: NOVOS SABERES E PRÁTICAS PARA OS ENFERMEIROS DE IPUEIRAS –
CEARÁ
Ravena Martins Aragão, Adriana Moreira Alves, Isabel Fontenele Dias Lima, Verineida Sousa Lima
INTRODUÇÃO: Os testes rápidos de HIV e Sífilis começaram a ser utilizados em 2005 (Portaria n 34/SVS/MS
de 29/07/2005), sendo disponibilizados para regiões de difícil acesso e em algumas maternidades. Com o
passar dos anos e a relevância destes testes para a detecção precoce do HIV e Sífilis, iniciou-se a
descentralização para os municípios. Para a implantação do protocolo de uso dos testes rápidos é necessário
tanto estrutura física/material como capacitação dos recursos humanos. Diante a possibilidade de levar até
a Unidade Básica de Saúde e garantir um diagnostico mais rápido de HIV e Sífilis, o município Ipueiras aderiu
a implantação dos testes rápidos, porém a realidade da implantação vivenciou dificuldades, que foram e
estão sendo superadas com o trabalho em equipe. Objetivo: Apresentar o processo de implantação dos
testes rápidos de HIV e Sífilis no município de Ipueiras-CE. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O processo de
implantação dos testes rápidos de HIV e Sífilis em Ipueiras começou em 2015 com a participação da técnica
da Regional de Crateús que realizou capacitação dos profissionais. No entanto, apesar do treinamento, o
município não possuía a estrutura adequada para implantação que associada à rotatividade profissional
acabou impedindo o início da realização dos testes rápidos. Em abril/2016, retomou-se o processo de
implantação, os profissionais foram novamente capacitados, tendo em vista muitos serem novatos. Após
este treinamento inicial, a coordenação ainda promoveu dois outros encontros para sensibilizar os
profissionais sobre a importância da realização dos testes, bem como destacar a necessidade do
acolhimento pré-teste ao usuário. Para também reconhecer as dificuldades, questionaram-se os
enfermeiros: Como o profissional visualiza a importância dos testes rápidos? A Unidade já está realizando os
testes rápidos? Qual a dificuldade para a realização dos testes rápidos? Estes questionamentos permitiram
compreender que quanto à visão do profissional 100% dos profissionais treinados (11) consideram
importante a realização dos testes devido à rapidez do diagnóstico e a possibilidade de instituição do
tratamento precocemente reduzindo potenciais problemas. No que se refere a realização dos testes nas
Unidades Básicas de Saúde da Família, 64% dos profissionais (07) que participaram de pelo menos um dos
treinamentos, os realizam na rotina pré-natal do serviço de saúde de sua atuação. Os demais enfermeiros,
36% (04), informaram não realizar, estando ainda em fase de implantação no serviço. Quando questionados
em relação às dificuldades encontradas, somente um (01) profissional respondeu o item do questionário
informando tratar-se de falha do profissional. Estes resultados levam a percepção de que implantar novas
ações na Unidade Básica requer um processo eficiente de trocas e comunicação entre a coordenação, os
profissionais e os usuários, e que assim não se esgota apenas em uma capacitação, mas sim na rotina
constante de acompanhamento e colaboração. Vale ressaltar que nestes primeiros meses já foram
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realizados 118 testes rápidos de HIV e 124 de Sífilis, demonstrando que estamos no caminho certo para
conseguir fazer dos testes rápidos de HIV e Sífilis com o passar dos anos uma rotina institucionalizada.
CONCLUSÕES: Implantar novas ações na Unidade Básica de Saúde é um desafio, tendo em vista que requer
tanto estrutura física/material como também a adesão dos profissionais. Para tanto, observou-se neste
relato que há necessidade de um acompanhamento contínuo além também da efetivação de um processo
de educação permanente e da maior aproximação com os profissionais. Nesta perspectiva é indispensável
compreender que para os profissionais a realização dos testes ainda é algo recente, mas que com o trabalho
em equipe e o apoio da secretaria logo tornar-se-á uma ação de rotina da Unidade. RECOMENDAÇÕES: A
implantação de novos serviços nas Unidades Básicas requer da Secretaria de Saúde uma série de ações que
vão desde a aquisição de materiais como a capacitação de recurso, sobretudo, é necessário realizar de
forma constante o monitoramento, tendo em vista que problemas podem atrapalhar a efetivação de uma
ação. Assim, recomenda-se que para implantação dos testes rápidos de HIV e Sífilis sejam realizados vários
momentos tanto com a comunidade como com os profissionais para que se tenha melhor aceitação do
serviço.
TRABALHO DE PARTO
Ilza Iris dos Santos, Kalyane Kelly Duarte de Oliveira, Anaceli Barreto de Souza, Laura Gleyce Bezerra Varela
INTRODUÇÃO Os crescentes índices de gravidez na adolescência despertam a reflexão sobre o papel dos
profissionais da saúde, que atuam como educadores, possuindo a responsabilidade de esclarecer dúvidas,
propiciando, assim, uma maior segurança, autoconfiança e autonomia para as adolescentes gestantes ou
não (OLIVEIRA, et al. 2012). O interesse por esta temática surgiu a partir do estágio realizado em uma
Unidade Básica de Saúde da Família, em que observamos o número expressivo de adolescentes grávidas.
Obtivemos informações que a UBS não dispunha, no momento, de grupos de gestantes, como também de
grupos de adolescentes, o que dificultava a equipe de saúde aproximar-se da comunidade, como também
prestarem orientações pertinentes e indispensáveis. Assim, objetivou-se descrever a relevância de ações
educativas sobre o trabalho de parto e parto entre adolescentes grávidas. O relato é parte de um estudo
realizado na Unidade Básica de Saúde Chico Porto, município de Mossoró/RN, após a aprovação pelo comitê
de ética da Universidade Potiguar com parecer nº 185/2015. A amostra compôs-se de 08 adolescentes
gestantes. RELATO DE EXPERIÊNCIA O seminário aconteceu no dia 16 de outubro de 2015, às 15:00 h, na
cidade de Mossoró-RN. Utilizamos a estrutura física do equipamento social Sede do Terço da Sagrada
Família, localizado na área de cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) da Unidade Básica de Saúde
Chico Porto. O momento teve como público-alvo, as gestantes adolescentes participantes da pesquisa. Seus
acompanhantes e/ou responsáveis também se fizeram presentes ao evento. O tema central abordado
durante o seminário foi Trabalho de Parto e Parto. Para que as gestantes e participantes compreendessem
melhor o tema, esclareceram-se questões pertinentes, como, fisiologia e anatomia genital feminina;
modificações fisiológicas da gravidez; tipos de parto existentes; sinais e etapas do trabalho de parto;
técnicas benéficas no trabalho de parto; indicações para a realização do parto cesariano e os direitos das
adolescentes grávidas, segundo o ECA e o MS. No decorrer do seminário, observou-se que as adolescentes
apresentavam-se atentas, porém inibidas em participar, obstáculo que posteriormente foi superado, pois
elas participaram seja com alguns comentários ou com alguma pergunta. “Além da dor, existem outros sinais
que indicam que chegou a hora de parir? No momento do parto, como devemos proceder? O que acontece
com o bebê após o nascimento?” As dúvidas puderam ser esclarecidas no decorrer do seminário. Esclareceuse também que, no momento do parto, a verdadeira protagonista é a mulher. Dessa forma, a mulher deve
ser encorajada a se movimentar, deve adotar a melhor posição de parir, como também tem o direito de
monitorização e esclarecimentos constantes por parte da equipe de saúde a respeito do seu estado de
saúde como também do seu bebê. (BRASIL, 2001). Em se tratando dos direitos das gestantes a um
acompanhante no momento da parturição, abordou-se o ECA, que a lei assegura esse direito. Porém
discutiram-se também a importância da presença do acompanhante nas consultas de pré-natal e nos grupos
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de apoio as gestantes, pois isso viabiliza o conhecimento de determinados assuntos que irão contribuir
positivamente para que essa companhia possa vir a somar no momento do parto. Logo após, aplicou-se um
questionário às adolescentes grávidas, com o intuito de avaliar o conhecimento após a participação delas no
seminário. Evidenciou-se uma significativa melhoria no conhecimento das adolescentes gestantes com
relação à temática explorada. Essa afirmação fica bem evidente a partir das respostas: “Agora sei que a
mulher sente dor porque o colo do útero tem que se abrir para o bebê sair, também sei que há a perda do
tampão mucoso e há a presença de um líquido, depois que rompe a bolsa”. CONCLUSÃO: O presente estudo
evidenciou a importância de implantação da educação em saúde direcionada a diversos grupos
populacionais, entre eles, as gestantes. Ressaltamos a importância dessas ações para efetivação do cuidado
integral em saúde, visto que os profissionais atuam como facilitadores na apreensão do conhecimento, que
irá ser de grande valor na vida das gestantes, porque subsidiará a estas a compreensão de diversos fatores,
entre eles, conhecer a importância de sua participação de forma ativa no trabalho de parto e parto, entre
outros.
PROGRAMA DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR E ATIVIDADE FÍSICA - JUNTOS NA MEDIDA CERTA
Jordão Viana Chaves, Cláudio Henrique da Silva Borges, Kamilla do Nascimento Aguiar Prado, Francisca
Valdiane Loiola Andrade, Michelly Sampaio Marques
O objetivo da implementação do Programa de Reeducação Alimentar e Atividade Física - JUNTOS NA
MEDIDA CERTA - incide na adoção de estilos de vida mais saudáveis através da prática regular de atividade
física estruturada, aliada a um plano alimentar adaptado às necessidades e objetivos de cada indivíduo, por
técnicos especializados. As atividades foram desenvolvidas durante 2 (dois) meses no período que
compreende os meses de outubro e novembro de 2015. Foram selecionados 20 pessoas, funcionários da
Secretaria de Saúde do Município de Itapajé. As atividades desenvolvidas foram: Orientação de caminhada e
ciclismo, condução de atividades com ginástica laboral, aula com exercícios funcionais, avaliação e
orientação por consulta nutricional individualizada, escuta especializada com psicólogos e avaliação médica.
O acompanhamento profissional teve a participação de; um médico generalista, duas psicólogas, duas
nutricionistas e três educadores físicos. O cronograma das atividades foi dividido em 8 (oito) semanas aonde
fizemos avaliações Iniciais - Avaliação Médica (Exames de Sangue), Avaliação Física e Avaliação Nutricional.
Toda semana dentro do planejamento, e seguindo o cronograma, foi feito avaliação física para mensurar
medidas. Disponibilizamos ainda duas avaliações nutricionais, uma inicial e outra na 5 (quinta semana) para
ajustar as condutas e avaliar, uma avaliação clínica e exames iniciais e uma outra ao final para mensurarmos
os resultados alcançados. Os principais objetivos do projeto foram: prevenção e controle de
patologias/doenças crônicas; diminuição dos fatores de risco; reeducação alimentar; Melhoria da
autoestima; diminuição do mal estar físico e psicológico. Dentre os principais resultados encontrados,
constatamos que ambos conseguiram reduzir o peso inicial, assim como diminuir medidas no vestuário.
Também foi possível constatar que os níveis de pressão arterial melhoraram. Na avaliação psicológica o
humor e autoestima estavam mais elevados e na avaliação nutricional pudemos constatar uma melhoria
significativa nos hábitos alimentares de uma forma geral, ambos perceberam a importância dos alimentos
para a vida em um contexto geral. As maiores dificuldades encontradas durante o programa, foi conseguir
estabelecer dias e horários para as atividades físicas em grupo devido a carga horária de trabalho dos
participantes, além da rotina doméstica da grande maioria. Isso se justifica devido muitos profissionais
trabalharem em escala de horário do tipo plantão 24 horas. Foi bastante relevante a autonomia dos
participantes durante o projeto, muitos deles conseguiram fazer as atividades do cronograma e ainda
inseriram por conta própria hábitos mais saudáveis, e passaram a fazer mais atividades físicas durante a
semana. O maior legado do Projeto foi conseguir através de nossas orientações e cuidados, estabelecer em
equipe uma rotina mais saudável adequando os horários de trabalho formal e informal aos hábitos de vida
de forma a melhorá-los. Todos os 20 participantes da mostra inicial foram reavaliados 4 meses depois e foi
notória a melhoria na qualidade de vida de forma geral, passaram a ter um cuidado maior com a saúde e
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conseguiram melhorar até na produção laboral. Em uma nova turma para o projeto temos em vista um
quantitativo maior de atividades práticas de atividade física, para que dessa forma possamos ter além de
mais vivências, maiores possibilidades de horários para que os usuários se adaptem melhor e consigam
melhores resultados dentro dos objetivos do projeto.
Eixo Temático: Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde
Modalidade: Pesquisa em saúde
O IMPACTO DO MÉTODO DE PILATES NA MOBILIDADE E NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
Kamilla de Oliveira Carneiro, Plínio de Oliveira Duarte, Suyanne Gomes Rocha Fontenele, Cinthia Mirelle
Rodrigues de Sousa
INTRODUÇÃO: A principal responsável pela diminuição da mobilidade e da capacidade funcional do
individuo que está envelhecendo é a perda da massa e da força muscular, causando ainda rigidez articular.
Em razão disso, vários pesquisadores iniciaram a procura das causas e mecanismos envolvidos na perda da
força e massa muscular com o avanço da idade e, dessa forma, a criação de estratégias para minimizar esses
efeitos deletérios e manter ou melhorar a qualidade de vida nessa etapa da vida. O idoso que mantém um
estilo de vida mais ativa tende a conservar ou mesmo melhorar as capacidades funcionais, sua
independência e a qualidade de vida. Joseph Pilates desenvolveu um método de condicionamento físico
que integra corpo e mente, ampliando a capacidade de movimentos, aumentando o controle, a força, a
flexibilidade, o equilíbrio e a consciência corporal. O mesmo acreditava no poder da mente para controlar o
corpo, e por isso muitas pessoas sentem bem-estar e mais energia após as primeiras aulas. A literatura
ainda aponta como vantagens e benefícios do método como a estimulação da circulação, melhora do
condicionamento físico, a flexibilidade, o alongamento e o alinhamento postural, podendo melhorar os
níveis de consciência corporal e a coordenação motora e ajudar a prevenir lesões e proporcionar um alívio
de dores crônicas. O estudo teve como objetivo verificar o impacto do método pilates na melhora da
mobilidade e da qualidade de vida (QV) do idoso. MÉTODO: o estudo foi realizado no Studio de Pilates TOP
FIT, no período de setembro a outubro de 2013, que é direcionado ao público da terceira idade, foi avaliado
a mobilidade articular com o auxílio do goniômetro (CARCI) e a QV, através do questionário de QV SF36,
versão brasileira. Foram avaliados 100% n=6 idosas (60 a 74 anos) durante dois meses, resultando em
média 17,25 aulas de pilates, com duração de uma hora-aula. A avaliação foi feita no início e no final da
pesquisa, sendo os dados tabulados e apresentados como percentuais agrupados em gráficos e tabelas,
usando para isto o software Microsoft Office Excel 2007. RESULTADOS: No início da pesquisa o grupo foi
composto por 100% n=6 idosas, 33,34% n=2 delas desistiram de praticar as aulas de pilates, e
consequentemente do estudo por motivos pessoais, 66,66% n=4 remanescentes. Os gráficos mostram que
houve ganho na amplitude de movimento em todas as articulações. As voluntárias da pesquisa
apresentavam redução da mobilidade, recuperando uma porcentagem significativa após a intervenção com
o Pilates. Na análise da qualidade de vida, compararam-se as médias dos valores obtidos nos domínios do
questionário SF-36 antes (A) e depois (D) das aulas de pilates. Através da estatística analítica, observa-se
que ocorreram diferenças significativas nos domínios, capacidade funcional A (69,44%), D (77,77%),
aspectos Físicos A (68,75%) D (93,75%), dor A (58,75%) D (83%,75%), aspecto geral de saúde A (60,25%) D
(65%), vitalidade A (57,5%) D (75%), aspecto social A (68,75%) D (84,37%), aspectos emocionais A (58,33%)
D (100%). CONCLUSÃO: A prática do método Pilates pode aumentar a mobilidade articular e melhorar a
qualidade de vida de idosas, mesmo as que apresentam comprometimento articular. Porém, sugere-se que
novos estudos sejam realizados, contemplando amostras mais amplas, com tempo de intervenção
expandido e que incluam participantes do sexo masculino.
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TECNOLOGIAS DE ENFERMAGEM PARA O TRATAMENTO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Rebeca Saraiva Vieira, Islene Victor Barbosa, Vitória Regia Campos da Silva Nascimento, Rosylane Paiva
Santiago, Kiarelle Lourenço Penaforte, Virna Ribeiro Feitosa Cestari, Silvia Mara Rocha Beserra
INTRODUÇÃO: O cuidado de enfermagem a portadores de feridas precisa contemplar ações voltadas para as
dimensões biológicas, sociais e psicológicas desses indivíduos, não se restringindo somente a lesão cutânea.
É preciso considerar o paciente em toda sua integralidade, da área lesionada até os fatores sistêmicos e
psicossociais que podem alterar o processo de cicatrização. Assim, para atender todas as necessidades de
saúde e de doença do indivíduo portador de feridas, torna-se imprescindível a utilização de tecnologias que
contemplem a integralidade do cuidado de enfermagem. A pesquisa em tecnologia de enfermagem é
essencial para ensejar a base de conhecimento que fundamenta a prática do enfermeiro, além de poder
identificar o impacto do uso da tecnologia nos diversos cenários de atuação de enfermagem. OBJETIVO:
Identificar as tecnologias de enfermagem utilizadas para o tratamento de feridas. METODOLOGIA: Trata-se
de uma revisão integrativa da literatura. Após estabelecido e delimitado o tema, foi elaborado o plano de
trabalho, inicialmente com a seguinte questão norteadora: Quais as tecnologias de enfermagem utilizadas
no tratamento de feridas? Para realizar a seleção dos estudos, utilizaram-se os sistemas de bases de dados:
LILACS, SCIELO e BDENF, em junho de 2016. Foram selecionados artigos publicados no período entre 2014 a
2016, nos idiomas português e inglês e disponíveis eletronicamente. Foram selecionados 11 artigos para
compor esta revisão. A apresentação dos resultados e discussão realizou-se de forma descritiva,
possibilitando ao leitor a avaliação da aplicabilidade da revisão elaborada, de forma a buscar evidências para
a prática de enfermagem. RESULTADOS: A partir dos achados da literatura, verificou-se que as tecnologias de
enfermagem utilizadas no tratamento de feridas foram as leves (formação de vínculo com o paciente) e as
duras (uso de terapias tópicas). Temos três tipos de tecnologias do cuidado: tecnologias leves, tecnologias
leves-duras e tecnologias duras. Estudos mostram que a principal tecnologia de enfermagem é a
comunicação e o vínculo com o paciente. Estas tecnologias precisam ser estabelecidas para que seja possível
realizar as ações eficazes de tratamento, de educação em saúde como as orientações para a promoção do
autocuidado do indivíduo portador de feridas e a confiança depositada no profissional que favorece o
processo do cuidar. Outras tecnologias utilizadas no tratamento de feridas são a realização da sistematização
da assistência de enfermagem aos indivíduos portadores de feridas para garantir uma avaliação e um
tratamento de acordo com a necessidade de cada paciente. E as terapias tópicas que são os usos de
coberturas específicas para cada tipo de ferida, onde inicialmente deve avaliar a ferida, a história do
paciente, a condição social, o que tem disponível do hospital ou na unidade básica de saúde, para decidir a
melhor cobertura para a ferida daquele paciente, visando sempre um tratamento eficaz que resultará na
recuperação do paciente. CONCLUSÃO: A tecnologia de enfermagem é essencial para ensejar a base de
conhecimento que fundamenta a prática do enfermeiro, além de poder identificar o impacto do uso da
tecnologia nos diversos cenários de atuação de enfermagem. Encontram-se, hoje, diversas formas de
tecnologias no tratamento de feridas que podem ser desenvolvidas e especializadas por profissionais para
prestar uma melhor assistência à saúde. RECOMENDAÇÕES: Espera-se que o estudo possa contribuir para a
prática clínica visto que o uso de tecnologias para o tratamento de feridas melhora a qualidade de vida dos
pacientes e ajudam a reduzir o tempo de evolução das lesões, tempo de internação e o risco de infecção
desses pacientes. Ressalta-se, ainda, que a educação em saúde para a prevenção dessas lesões, deve ser um
objetivo para evitar recorrências.
AVALIAÇÃO DO PICO TORQUE EM GRUPO EXTENSOR E FLEXOR DO JOELHO EM ATLETAS DE FUTSAL
ATRÁVES DA DINAMOMETRIA ISOCINÉTICA
Juliana dos Santos Melo, Mylena Ximenes Aguiar, Nathiara Ellen dos Santos, Lilian Maria dos Santos Pereira,
Hugo Leonardo de Sá Machado Diniz, Denise Maria de Sá Machado Diniz, Ana Raíssa Costa Saboia, Michelle
Rabelo
63
INTRODUÇÃO: O futebol de salão (também referido como futsal) é um esporte derivado do futebol de
campo, adaptado pela falta de espaço para se jogar. Quando as pessoas queriam jogar futebol e não
possuíam um espaço adequado, utilizavam quadras menores, modificando o número de jogadores e
também algumas regras, desse modo, surgiu o futebol de salão, hoje denominado futsal. Esse esporte está
ligado a alta prevalência de lesões, respondendo até 60% de todas as lesões esportivas, levando a um
elevado índice de afastamento dos atletas de jogos e treinamentos. Isso pode resultar em prejuízos
econômicos tanto para os atletas como para os clubes e consequentemente para os serviços de saúde.
OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo avaliar a isocinética do grupo extensor e flexor do joelho
de atletas de futsal, considerando os membros envolvidos e não envolvidos. MÉTODOS: Foram incluídos 16
jogadores de futsal, atletas do sexo masculino com idade superior a 18 anos Foi utilizado um dinamômetro
isocinético poliarticular, biodex®, modelo system 3 (biodex, ny, usa), calibrado conforme as especificações e
recomendações do fabricante. O mesmo pesquisador conduziu todos os testes, e todos os avaliados
realizaram um aquecimento de cinco minutos em uma bicicleta ergométrica com uma carga de 60 watts
com velocidade de 70 a 80 rpm, seguida de alongamentos. RESULTADOS: Verificou-se a existência de
diferenças estatisticamente significativas no pico de torque (P)t dos Membros Dominate (D) e Não
Dominante (ND) e entre fixo/ala e goleiro, sendo a posição fixo/ala a de maior proporção e não apresenta
diferença significante entre as outras posições. No Pt médio, dos membros D e ND apresentaram
normalidades de parâmetros, sem grandes diferenças significativas. No desvio padrão dos membros D e ND
apresentarão em sua grande maioria normalidade, com exceção nas posições Fixo / Ala e Goleiro das
variantes de extensora. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Concluiu-se com o estudo que o grupo flexor é inferior ao
grupo extensor, pela sua proporção de força, pois os músculos que fazem parte dos extensores do joelho
trabalham com mais potência e força do que os flexores. A posição dos jogadores determina a sua
capacidade e especialidades na quadra, ajudando com a estratégia de posições táticas. A relação membro D
e ND determinou a superioridade das D, justificada pelo suportar do peso corporal em quanto o membro
ND utiliza as técnicas como as de passe e arraste, consequentemente elevando o seu ganho de força.
Portanto o uso da avaliação isocinética tem uma grande relevância, quando se fala em avaliação e correção
dos desequilíbrios musculares, pois o exame tem uma precisão maior de todas as articulações envolvida
dando mais credibilidade e confiança no membro avaliado em questão.
CONSTRUÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCATIVA PARA CUIDADORES DE IDOSOS
Monaliza Pessoa de Oliveira, Igor Cordeiro Mendes, Lígia Darc de Souza Oliveira, Antonia Taciana Ribeiro de
Lima, Denise Coêlho de Souza, Lidyane Kelly Lima Torres, Luciana Rocha Lopes da Costa, Maria de Fátima
Façanha Elias Reis
INTRODUÇÃO: Desenvolvida por parte da equipe técnica do Centro de Educação Permanente em Atenção à
Saúde-CEATS, e foi destinada aos alunos de um curso de Cuidador de Idoso como parte do material
pedagógico. OBJETIVO: Descrever o desenvolvimento de um material didático-institucional dirigido aos
alunos cuidadores de idosos. METODOLOGIA: O estudo constitui-se de uma pesquisa metodológica
aplicada, de produção tecnológica. A pesquisa metodológica aplicada foi adotada por tratar-se do processo
de desenvolvimento/criação de um novo produto, atividade ou serviço, uma vez que no presente estudo
houve a construção de uma Cartilha do Cuidador no intuito de ser utilizada como material didático
complementar em um curso de atualização para cuidadores de idosos. A pesquisa foi realizada em
setembro de 2015 e disposta em três etapas de construção: Busca na literatura; Estruturação e Elaboração.
RESULTADOS: Para a elaboração do conteúdo que foi utilizado na cartilha educativa buscou-se informações
baseadas em artigos e em manuais do Ministério da Saúde. Na estruturação da cartilha analisou-se o
material coletado consolidando aspectos relevantes relacionados a temática como: Cuidando do cuidador;
Orientação ao cuidador sobre o idoso; Tarefas do cuidador; Cuidados com a nutrição do idoso; Cuidados
com a higiene oral; Cuidados durante o banho do idoso; Cuidados com a pele do idoso; Úlcera de pressão;
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Idosos com colostomia; Incontinência urinária no idoso; Sexualidade na terceira idade e prevenção de
quedas. A elaboração da cartilha foi desenvolvida pelos próprios pesquisadores, na qual foi definida a
ordem dos temas e selecionada ilustrações relacionadas ao assunto. CONCLUSÃO: Conclui-se que a criação
da cartilha do cuidador como uma tecnologia aplicada à saúde consiste em um suporte ao processo de
ensino e aprendizagem direcionada à cuidadores de idosos, pois aborda as principais ações desenvolvidas
por esses profissionais ao público idoso com limitações.
NOVOS INSIGHTS PARA O TRATAMENTO DE INFECÇÕES CAUSADAS PELO VÍRUS ZIKA EMPREGANDO
FERRAMENTAS DE BIOINFORMÁTICA
Fátima Morgana Pio Fonseca, Antônia Taynara Lima de Sousa, Cindy Magda Araújo dos Santos Freire, José
Ednésio da Cruz Freire
INTRODUÇÃO: A recente descoberta do genoma do vírus Zika (ZIKV) e a disponibilidade de ferramentas
computacionais na Word Web Wide têm permitido diferentes estudos In Silico, permitindo simulações entre
proteínas virais e drogas antivirais. O vírus ZIKV pertence ao gênero flavivirus, sendo identificado
inicialmente na floresta Zika em Uganda (1947), em macacos Rhesus. Dentre as manifestações clínicas
destacam-se, febre, exantema, conjuntivite e dor muscular, sendo o principal vetor o mosquito Aedes
aegypti (CALVET et al., 2016). Devido à gravidade desse agente infeccioso, e de que contribuições sanitárias
para a melhoria de vida da população afetada pelo vírus são de grande importância, torna-se necessária a
identificação de alvos moleculares presentes no ZIKV a fim de obter novas drogas antivirais. Assim, este
trabalho teve por objetivo delinear novos inibidores das enzimas NS1 empregando ferramentas de
bioinformática. METODOLOGIA: Sementes de M. oleifera foram coletadas na Universidade Federal do Ceará
- Campus do Pici, Fortaleza-CE, Brasil. Foram destegumentadas e trituradas. Para a delipidação foi
empregado o agente químico n-hexano e incubado em estufa a 50ºC até a completa remoção do óleo. O
óleo foi submetido à Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrometria de Massas - GC-MS. Uma fração com
atividade antiviral (3,7,11,15-tetrametil-2-hexadecenol 1- fitol) foi obtida, sendo sua estrutura arquitetada a
partir do software Marvin Sketch. Com bases no alvo molecular de drogas antivirais já conhecidas, foi
selecionada a proteína não estrutural NS1 do vírus ZIKV, sendo seu modelo estrutural obtido através do
software CPHmodels (NIELSEN et al., 2010), otimizado e validado a partir de softwares de Bioinformática
livres. As simulações de interações moleculares (Docking Molecular) foram realizadas com auxílio do
software AutoDock Vina (TROTT; OLSON, 2010). RESULTADOS: A fração 3,7,11,15-tetrametil-2-hexadecenol
1 (fitol) foi identificada e empregada em todas as análises de interações moleculares com a proteína NS1. Os
resultados obtidos a partir do modelo estrutural da proteína NS1 do vírus ZIKV foi de: GDT TS = 95,50 e de
RMSD = 12,5 ± 4,3 Å, revelando uma alta similaridade entre as proteínas NS1 do vírus ZIKV e NS1 do vírus do
Nilo Ocidental (WNV). O valor de Z-score = - 5,5 obtido sugerem que o alinhamento entre ambas as
proteínas foi apropriado. O valor de C-score = - 3,0 alcançado indicam que o modelo tem alto nível de
confiança, portanto um modelo estrutural adequado. O valor de TM-score = 0,37 ± 0,13 indica a existência
de uma combinação quase perfeita entre as estruturas. Esses resultados obtidos sugerem que a proteína
NS1 do vírus WNV, é o melhor modelo estrutural a ser empregado para simular a estrutura da proteína NSI
do vírus ZIKV. As simulações de docking molecular entre a proteína NS1 do vírus ZIKV e da molécula Fitol
revelou um alto valor (-) E-value = - 458,02 Kcal.mol-1, indicando que a energia é suficiente para favorecer a
interação entre ambas as moléculas, sugerindo a possibilidade do emprego deste componente molecular no
combate ao vírus zika. CONCLUSÃO: Em conclusão, os dados obtidos neste trabalho para o modelo da
proteína NS1 do vírus ZIKV estão na faixa aceitável, sendo a identificação do alvo de interação molecular
com o fitol obtido de sementes de M. oleifera confiável. Este resultado revela, portanto, que esta molécula
de fitol pode impedir a síntese de ácido nucleico viral, por inibição da proteína NS1.
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Eixo Temático: Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde
Modalidade: Relato de experiência
CAMINHOS INICIAIS PARA A DESCENTRALIZAÇÃO DO ESUS: UMA EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE IPUEIRAS
– CE
Ravena Martins Aragão, Verineida Sousa Lima, Adriana Moreira Alves, Isabel Fontenele Dias Lima
INTRODUÇÃO: O ESUS AB corresponde ao novo sistema de informação da Atenção Básica, sendo válido a
partir de Janeiro de 2016 e representando na atualidade como um grande desafio, seja pelo
reconhecimento do preenchimento das fichas ou mesmo pela digitação da produção. No município de
Ipueiras esta realidade do ESUS também foi identificada, tendo em vista que o processo de digitação estava
70% centralizado Secretaria de Saúde, havendo apenas 02 digitadores exclusivos e uma quantidade
significativa de planilhas para digitação. Ao analisar o sistema em si, observou-se que a pouca produção
digitada era feita de forma aleatória, proporcionando a ocorrência de unidades que não possuíam nenhuma
informação enviada e outras com muita informação, o que com o tempo poderia resultar no bloqueio de
recursos. Além disso, as planilhas estavam preenchidas de forma incorreta ou mesmo sem os campos
obrigatórios, problemas que se acumulavam, sendo necessária intervenção imediata o que aconteceu após
algumas reuniões da coordenação. OBJETIVO: Descrever o processo de descentralização do Sistema ESUS
AB no município de Ipueiras-CE. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Para iniciar o processo de descentralização do
ESUS AB realizou-se uma avaliação no banco de dados do sistema PEC, bem como um levantamento das
unidades e a situação tecnológica e de recursos humanos disponíveis. Esta primeira avaliação identificou
que o banco de dados não estava sendo alimentado de forma contínua com a produção de todas as
Unidades, sendo que das 12 Unidades Básicas, apenas em 2 Unidades o sistema CDS já funcionava e no
restante todos enviavam para a secretaria acumulando muitas fichas para digitação. O primeiro passo foi
chamar todos os digitadores da secretaria de saúde e separar entre eles as unidades para colocar no prazo
as inúmeras fichas que precisavam ser digitadas. Foi então que se identificou outro problema, muitas fichas
incompletas. Além disso, as demandas dos sistemas já existentes impossibilitavam os digitadores de colocar
o ESUS em dia. Assim, foi identificado em cada unidade um auxiliar administrativo ou recepcionista para
ficar responsável pelo ESUS, iniciando um processo de descentralização. Realizou-se então uma capacitação
com estes profissionais das Unidades Básicas, posteriormente os técnicos da secretaria de saúde realizaram
visitas nas Unidades para instalar o sistema e acompanhar o processo de implantação. Como havia fichas
incompletas e erradas, os profissionais também foram chamados para uma nova capacitação, assim como
os agentes de saúde. Criou-se uma grande rede de colaboradores, cada técnico da secretaria ficou
responsável por uma Unidade Básica. Após esta primeira etapa, reavaliou-se o sistema e de acordo com os
dados do PEC observou-se que as produções vem sendo digitadas no sistema com uma maior frequência, e
que todas as unidades estão sendo enviadas. Este processo ainda está em acompanhamento, aguardando
agora um tempo para avaliar a qualidade das informações, a efetivação da descentralização. No entanto, o
primeiro passo foi realizado, caso a descentralização não tivesse sido efetivada haveria um risco de bloqueio
de recursos bem como continua anulação de fichas por falta de dados. CONCLUSÕES: A descentralização do
ESUS fez perceber que não é fácil iniciar um novo sistema de informação há inúmeros empecilhos que vão
desde a estrutura física e humana, as capacitações. Neste contexto é indispensável atuar diante a realidade,
o que é disponível, e, principalmente, pedir a colaboração dos profissionais, para o sucesso na maioria das
vezes tem-se que utilizar a criatividade e a comunicação. RECOMENDAÇÕES: O ESUS é uma realidade de
todos os municípios brasileiros, para tanto é necessário que a equipe de saúde compreenda que para o
sucesso do ESUS é indispensável a colaboração de todos, o planejamento com consonância com a realidade
municipal e uma boa comunicação.
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CONTAÇÃO DE HISTÓRIA PRODUZINDO SAÚDE: TENDA DO CONTO COMO TECNOLOGIA DE CUIDADO NO
CAPS III
Georgiane Morais de Amorim, Ana Silvia Martins Silva, Clecia Vanessa Ferreira de Melo, Jennyfer Nahary
Lima Mendes
Este trabalho consiste no relato de experiência realizada no Centro de Atenção Psicossocial III, no município
de Iguatu, que busca através da metodologia da Tenda do Conto um novo modo de produzir saúde, partindo
de inquietações surgidas no contato com usuários-dia do CAPS III, que demonstravam o interesse ao diálogo
e espaços expressivos onde pudessem relatar suas histórias de vida, afetos, angústias e desejos. Durante as
primeiras visitas do grupo de residentes multiprofissionais à instituição, através da observação participante e
conversas informais, foi proposta a criação de um grupo para contação de história, caracterizada como
experiência inovadora no serviço e de grande potencial para a produção de saúde dos usuários. A Tenda do
Conto foi idealizada pela Enfermeira Jacqueline Gadelha, no município de Natal, fruto de uma pesquisa
relacionada à dissertação de mestrado defendida junto ao Departamento de Enfermagem da UFRN com o
título: Beirando a Vida, Driblando os Problemas: Estratégias de Bem Viver. Das experiências vividas na
Estratégia de Saúde da Família (ESF), a Tenda, hoje, se expandiu para outros espaços de cuidado, compondo
o cenário das metodologias participativas no SUS, considerada uma prática integrativa de cuidado em saúde
e intervenção psicossocial, onde através das narrações de histórias de vida é possibilitado um devir-grupo,
devir-sujeito e devir-profissional. A intervenção acontece, às sextas-feiras, semanalmente no CAPS III de
Iguatu, com os usuários-dia da instituição e é conduzida pelas profissionais residentes em Saúde Mental
Coletiva, da Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS/ESP-CE Turma 3). O
número de participantes é ilimitado e modifica-se de acordo com a quantidade de usuários na instituição no
dia da intervenção. Para a realização da Tenda do Conto, os convites e a motivação para a participação são
feitas ao longo da semana e é solicitado que cada usuário leve algo (objeto, foto, livro, caixa, flores etc) que
represente alguma história vivida, algum fato, lembrança, sentimento que possa ser compartilhado. Os
objetos trazidos livremente pelos usuários e por nós profissionais são expostos numa mesa e a Tenda é, na
verdade, a simulação de uma sala de estar à moda antiga. As cadeiras são organizadas em roda, para que
todos os participantes se vejam e uma cadeira fica em evidência, próximo à mesa com os objetos, onde
espontaneamente os narradores do dia se dirigem a ela, escolhem um objeto -que pode ser o seu ou outro
que tenha lhe afetado mais naquele momento- e conta a sua história. Motivados pelo objeto de afetação
que ganha vida através das vozes, dos gestos, das músicas é possível perceber processos de subjetivação e
de produção de sentidos atribuídos à experiência. Ao final do encontro, há uma avaliação/discussão/reflexão
sobre o vivido e pactuações para o encontro seguinte. Ao som de músicas nos despedimos, com apertos de
mãos e abraços, na certeza de que as narrações nunca terminam e na semana seguinte tem mais história. A
intervenção realizada apresenta como principais resultados o exercício do protagonismo dos usuários, a
influência do grupo nos processos individuais. Através das narrações o usuário tem a oportunidade de
ressignificar acontecimentos, problemas psicossociais e questões políticas do cotidiano, favorecendo a
autoanálise e autogestão, além de dividir experiências e poder aprender com o outro. Vale ressaltar que
muitas histórias trazidas na Tenda são levadas para rodas de estudos de caso, que servem para subsidiar as
discussões, o conhecimento do contexto de vida do usuário, auxiliando nas visitas domiciliares e
atendimentos diversos no serviço. Portanto, a Tenda do Conto configura-se como um dispositivo junto aos
trabalhadores de saúde comprometidos com o social, favorecendo posturas acolhedoras, contextualizadas
que atuam no sentindo de estimular o empoderamento dos sujeitos. Dessa forma, práticas integrativas
como a Tenda do Conto, contribuem no contexto da saúde coletiva e na Política de Humanização do SUS
para transformar os modos de produzir saúde, valorizando o sujeito e sua história como elementos
fundamentais, potencializando a escuta e a construção de vínculos entre profissionais e usuários.
67
ENTREVISTA MOTIVACIONAL APLICADA DURANTE A CONSULTA DE ENFERMAGEM - RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Maíra dos Santos Albuquerque, Maria Elisa Curado Gomes, Daniele Keuly Martins da Silva
INTRODUÇÃO: A entrevista motivacional (EM) consiste em uma forma suave de aconselhamento, sendo
utilizada em pacientes ambivalentes. Foi descrita inicialmente em 1983, como uma opção de intervenção
para o alcoolismo, depois passou a ser utilizada nas doenças crônicas, visto que a ambivalência, ou seja, o
querer e o não querer é inerente à condição humana. A EM é uma poderosa ferramenta que busca a
mudança de comportamento dos pacientes por meio da ativação motivacional, a qual pode ser estimulada
conforme três tipos de comunicação: o escutar que consiste em ouvir sem interferir no rumo da história, o
perguntar em que o profissional questiona o que o indivíduo pode ou poderia estar fazendo para mudar os
seus hábitos, controlando, assim, os anseios em querer determinarem como o cliente deve agir e o orientar
que consiste em informar caminhos e possibilidades para chegar-se ao objetivo da mudança, os quais
podem ser acolhidos ou não, logo, deve-se respeitar a autonomia do paciente. Para ter sucesso na aplicação
da EM é preciso que o profissional exerça a prática da escuta, resista ao reflexo de concertar as coisas,
entenda as razões do cliente para a mudança de comportamento e fortaleça a decisão da futura
transformação. OBJETIVO: Descrever como a EM é aplicada durante uma consulta de enfermagem.
METODOLOGIA: Relato de experiência realizado durante a prática curricular do quinto período, na disciplina
Saúde Coletiva I. As acadêmicas tiveram a oportunidade de presenciar uma consulta de enfermagem
realizada em uma Unidade Básica de Saúde, da Regional II, no Município de Fortaleza - Ceará, em maio de
2016. RESULTADOS: Pôde-se verificar que durante a aplicação da EM a enfermeira escutou mais do que
falou, utilizando-se do silêncio como artifício, a fim de fazer o cliente sentir-se acolhido, além de estimularlhe reflexões sobre o que estava sendo dito. Percebeu-se que a todo momento havia contato visual entre o
cliente e o profissional, evidenciando-se a escuta através de expressões faciais e a formulação de um breve
resumo da conversa, o qual identificava os principais focos, ajudando, assim, o paciente a refletir. Em
nenhum momento a enfermeira disse o que deveria ser feito ou o que seria apropriado para o paciente, ao
invés disso, foram formulados diversos questionamentos sobre a sua vontade de fazer mudanças e
disposição para tais, a fim de garantir o direito do cliente de escolher o que é mais propício para o seu
processo de transformação. Dessa forma, o enfermeiro antes de orientar deve pedir a autorização, isso faz
com que a autonomia do cliente seja reafirmada. A consulta presenciada utilizou-se de uma abordagem
com escala, na qual quantifica o grau de desejo e motivação do cliente, em casos de números altos o
profissional fortifica a ideia, porém em casos de números baixos questiona-se o que esse paciente pode
estar fazendo para aumentar essa numeração. Igualmente, usou-se, também, o artificio das hipóteses, o
qual fez o paciente imaginar como a mudança traria efeitos positivos em sua vida. CONCLUSÃO: Apesar da
EM ser do século XX, ela não é comum nos consultórios de enfermagem, tornando-se uma inovação. Nesse
contexto, a experiência foi de grande valia para as acadêmicas, pois se pôde perceber que existem outras
formas que incentivam o paciente e o coloca-o na posição de principal responsável por sua condição de
saúde, dependendo dele para encontrar soluções viáveis que alcancem o seu objetivo de mudança.
Destarte, a EM respeita a vontade do cliente, fazendo com que o profissional perceba os seus medos,
anseios e motivações, apropriando-se de tais sentimentos e buscando alternativas na fala e no desejo do
próprio indivíduo, ao invés de simplesmente dizer o que tem que ser feito. Tal método reconhece o
paciente como portador de um saber, porém deve ser aplicado por etapas, a fim de construir um
relacionamento terapêutico entre a díade profissional/cliente.
68
SEGURANÇA DO PACIENTE: ELABORAÇÃO DE JOGO EDUCATIVO ACERCA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Acássio Ferreira de Holanda, Laurani da Penha silveira, Richelle Magalhães de Castro Peixoto, Mariana da
Silva Campos, Monaliza Ribeiro Mariano, Manuel Paiva Sobrinho
INTRODUÇÃO: A higienização das mãos é a medida individual mais simples e menos dispendiosa para
prevenir a propagação das infecções relacionadas assistência à saúde. Tem por finalidades: remoção de
sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e microbiota da pele, interrompendo a transmissão
de infecções veiculadas ao contato; prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões
cruzadas para o cliente. OBJETIVO: Descrever a elaboração de jogo educativo sobre a higienização das
mãos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de desenvolvimento metodológico sobre a construção de um
jogo educativo acerca da higienização das mãos, ligada à segurança Este foi construído entre agosto e
novembro de 2015, por alunos do nono semestre do curso de enfermagem de um centro universitário em
fortaleza, durante a disciplina de Sistematização do Cuidar I. RESULTADOS: O jogo é composto por: quebra
cabeça de 37 peças, que são perguntas e respostas, e instruções do jogo. Este pode ser jogado
individualmente ou em grupos de até cinco pessoas. O jogo consiste nas peças que contém as perguntas, e
os jogadores só conseguirão encaixar as peças, se conseguirem encontrar a resposta correspondente. As
perguntas foram elaboradas a partir de artigos, manual e livros que abordam a higienização das mãos.
Foram contempladas: definição de higienização das mãos; finalidade; as regiões das mãos mais
contaminadas; público que deve higienizar as mãos; quando se deve higienizar as mãos; o que fazer antes
de higienizar as mãos e como realizar a higienização das mãos dentro da técnica. Nesse jogo, não existe
vencedor e nem perdedor, pois é um jogo de cooperação, e o objetivo maior é aprender sobre importância
da higienização das mãos como uma forma de segurança do paciente através de uma abordagem didática
diferenciada e dinâmica. CONCLUSÃO: O jogo educativo é lúdico e simples. Poderá ser utilizado a fim de
facilitar a compreensão da teoria e prática dos alunos associada à aula ministrada pelo professor em sala.
Entretanto, ele por si só, não se caracteriza como instrumento responsável pela qualificação dos alunos.
Espera-se com a utilização do jogo maior interesse dos alunos no aprendizado, e um suporte de apoio para
prática profissional, levando em consideração a essência da importância da higienização das mãos como
medida de segurança do cliente que é o mais importante na assistência.
TECNOLOGIA ASSISTIVA: CONSTRUÇÃO DE MATERIAL EDUCATIVO SOBRE A ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAMENTOS PARENTERAIS
Acássio Ferreira De Holanda, Mariana da Silva Campos, Monaliza Ribeiro Mariano, Manuel Paiva Sobrinho,
Laurani da Penha Silveira, Richelle Magalhães de Castro Peixoto
INTRODUÇÃO: A administração de medicamentos é um procedimento que pode ser realizado por alguns
profissionais de saúde, no entanto é uma prática realizada cotidianamente pela equipe de enfermagem.
Para isso, é necessário conhecimentos de farmacologia, mecanismos de ação, além de conhecimentos de
semiologia e semiotécnica e avaliação clínica do estado de saúde do cliente. OBJETIVO: Descrever a
construção de uma tecnologia assistiva sobre administração de medicamentos parenterais em uma
monitoria acadêmica. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de desenvolvimento metodológico sobre a
construção de um material de apoio didático para o ensino de administração de medicamentos parenterais.
Foi realizado no período de janeiro a agosto de 2015, em um Centro Universitário em Fortaleza para
acadêmicos do curso de enfermagem. Ressalta-se que o material ainda não passou pelo processo de
validação. RESULTADOS: O material foi construído no estilo de maquetes. Essas maquetes foram divididas
em duas, uma para as agulhas e outra para as seringas, onde ficam dispostas mostrando as estruturas que
compõe respectivamente cada uma. Juntamente com as maquetes há um guia ilustrativo que irá ajudar o
aluno a entender sobre os principais pontos para administração de medicação, sendo eles: os locais onde as
medicações podem ser administradas, a quantidade que cada via suporta, os locais onde as medicações
69
podem ser administradas, as seringas utilizadas, as agulhas utilizadas para cada via, como também as
utilizadas para diluir as medicações, o ângulo em que a seringa é posicionada juntamente com a posição do
bisel, necessidade de se fazer aspiração da medicação e exemplos específicos de medicações para cada via,
como também a evolução do procedimento para aplicação. CONCLUSÃO: O material educativo de
administração de medicamentos facilita o entendimento teórico-prático, mas não se concretiza como
instrumento único e responsável pela qualificação deste. Por isso, espera-se total interesse do aluno em
querer conhecer o material, assim utilizá-lo com um apoio para prática de administração de medicamentos
onde a mesma é uma atividade que faz parte da rotina diária da enfermagem.
Eixo Temático: Formação e Educação Permanente e Gestão do Trabalho
Modalidade: Pesquisa Saúde
EVENTOS ADVERSOS PÓS VACINAÇÃO: RELAÇÃO ENTRE A REALIZAÇÃO DE NOTIFICAÇÕES E O
CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS SOBRE O TEMA
Camila Maia Serafim
Sendo o uso de vacinas um dos principais mecanismos das políticas de saúde pública para o combate às
doenças infecciosas, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Imunização (PNI), com o objetivo
de controlar as doenças imunopreveníveis. É na atenção primária, que são desenvolvidas as ações de
controle dessas doenças na infância, especificamente, no setor sala de vacina. Cabe ao enfermeiro à
manutenção e/ou recuperação do estado de saúde da coletividade da Unidade Básica de Saúde (UBS) que
oferece cobertura, inclusive o PNI. Trata-se de um estudo descritivo, transversal e quantitativo. Foi realizado
em grande parte nas UBS´s no Município de Mossoró/RN. O estudo teve como objetivos averiguar a
associação entre a notificação de eventos adversos pós-vacinação (EAPV) e o conhecimento dos enfermeiros
sobre vacina, caracterizar a situação social e profissional dos enfermeiros, verificar o conhecimento do
enfermeiro acerca do PNI e conhecer a atuação do enfermeiro da prática de notificação de EAPV. Os dados
foram coletados em setembro de 2013. A maioria dos profissionais era do sexo feminino, casada e com
média de idade de 43,9 anos. Quanto ao nível de instrução, 54,9% são especialistas em Saúde Coletiva.
Quanto às questões relacionadas ao PNI, 93, 6% classificaram a taxa de crianças atendidas como bom ou
muito bom; 48,4% classificaram o cumprimento das normas e rotinas da sala de vacina como bom e 45,2%
avaliaram sua contribuição para o cumprimento dessas normas como bom ou muito bom. Concluímos que o
grupo se auto percebe como responsável pelo PNI. Quanto aos dados relacionados à associação entre a
realização de EAPV e o conhecimento dos enfermeiros em sala de vacina, 61,3% dos enfermeiros
entrevistados já haviam realizado, no mínimo uma notificação de EAPV. Dos enfermeiros que já fizeram
notificação, 94,7% (18/19) possuíam um bom conhecimento sobre vacina e efeitos adversos das mesmas.
Dos enfermeiros que nunca realizaram notificações de EAPV, 75,0% (9/12), grande parte também possui
conhecimento sobre vacinação e eventos adversos às vacinas. Esses dados esclarecem cada vez mais, que
durante a rotina diária de vacinação devem ser oferecidas orientações sobre os possíveis eventos adversos e
quanto ao retorno ao serviço caso o mesmo ocorra. Quando efetuado o teste de qui-quadrado admitindo
proporções homogêneas na variável CONHECIMENTO, observou-se que 87% detêm conhecimento, frente a
somente 13% que não possuem (Qui-quadrado=17,06; gl=01;p <0,001). Com essa pesquisa apontamos para
necessidade de educação permanente para os profissionais enfermeiros, sobre o Sistema Nacional de
Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação, enfatizando a importância da notificação e investigação dos
mesmos, facilitando pesquisas futuras para produção de imunobiológicos menos reatogênicos.
70
FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTES DOS PROFISSIONAIS ATUANTES NOS CENTROS DE ATENÇÃO
PSICOSSOCIAL
Kalyane Kelly Duarte de Oliveira, Ilza Iris dos Santos, Cândido Nogueira Bessa, Francisco Aroldo Nunes de
Miranda
INTRODUÇÃO: A Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei 10.216/2002, busca consolidar um
modelo de saúde mental centrado na convivência social, com foco no portador de transtornos mentais,
utilizando-se de terapias de base comunitárias, voltadas a melhoria da qualidade de vida dos sujeitos
tratados (WETZEL, et al. 2008) Assim, o modelo implantado incentivou a criação dos Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS), adotou a Reabilitação Psicossocial como o paradigma atual da Atenção em Saúde
Mental. Neste processo dinâmico, entende-se que a mudança de objeto de trabalho dos profissionais de
saúde mental requer transformações na formação e nas práticas em saúde mental (PLATES, et al. 2013). A
política de saúde mental afirma como prioritária a formação de profissionais, mas estratégias de maior
impacto para promover formação e capacitação ainda não foram efetivadas. Diante do exposto, o estudo
objetiva investigar a formação dos profissionais dos Centros de Atenção Psicossociais do Rio Grande do
Norte. MÉTODOS: Estudo descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa, aprovado pelo parecer nº
217.808/2013, pela Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, cuja
coleta dos dados aconteceu no transcurso dos meses de março a outubro de 2014. Participaram da pesquisa
183 profissionais atuantes em 33 CAPS do referido Estado. Adotaram-se como critérios de inclusão: manter
vínculo com a instituição por, no mínimo, seis meses, além da carga horária semanal mínima de 20 horas.
Coletaram-se dados através de questionário estruturado, com questões semiabertas (a atuação profissional
e o tipo de formação). Os dados foram transcritos e analisados com o auxílio do recurso informacional do
Analyse Lexicale par Contexte d’un Ensemble de Segments de Texte (ALCESTE) conjugado a análise de
conteúdo de Bardin (BARDIN, 2004). RESULTADOS: O perfil dos participantes caracterizou-se por
predominância do sexo feminino (76,5%), na faixa etária de 40 a 58 anos (61,7%). Trabalham entre 30 e 40
horas semanais (63,5%), com atuação na saúde mental há mais de 10 anos (98,4%). Constatou-se nesta
pesquisa a ausência de cursos de capacitação, uma vez a graduação não dá suporte suficiente para o
trabalho em saúde mental, interferindo na qualidade da assistência prestada e satisfação profissional.
Destaca-se a preocupação dos profissionais de saúde mental com a fundamentação teórico-prática para a
atuação no contexto da reforma psiquiátrica. Não existe na formação acadêmica uma disciplina que gradue e
direcione o profissional na saúde mental. Quando nós nos propomos a trabalhar com saúde mental,
procuramos meios de estudos, trocas de informações entre os mais vivenciados na área. Aprendemos com a
prática dia-a-dia. (ENF) Devido a criação recente de serviços para saúde mental como os CAPS, que são frutos
da reforma psiquiátrica, precisamos nos capacitar. (TECENF) O reconhecimento da importância da
capacitação profissional para o serviço de saúde mental deve-se levar em conta que, nesta área,
diferentemente de outras áreas da saúde, há o predomínio da utilização das tecnologias leves do cuidado,
baseadas no acolhimento, na escuta, nas terapias em grupo, sendo o profissional a peça chave para o
desenvolvimento dessas atividades (LOBOSQUE, 2011). A transposição dos novos referenciais da reforma
psiquiátrica, ainda em desenvolvimento para a realidade dos serviços, mostra-se como obstáculos para os
profissionais de saúde mental (MATEUS; MARI, 2013). Portanto, a formação para atuação dos profissionais
de saúde mental nos CAPS e nos moldes da reforma psiquiátrica brasileira configura-se como um importante
recurso para avançar no sentido da transformação cultural e política da assistência em saúde mental. Diante
do exposto, torna-se fundamental que ocorra um suporte técnico por parte dos gestores, a fim de ampliar a
qualificação dos profissionais da saúde mental, caracterizando-se, portanto, como um espaço para educação
permanente e transferência de tecnologias. CONCLUSÃO: A pesquisa evidenciou muitas dificuldades de
inserir as ações do modelo psicossocial a prática das equipes, uma vez que são vários os fatores necessários
para a inserção das ações: conhecimento adequado, responsabilidade dos gestores em querer que os
profissionais que já estão em processo de trabalho adquiram esses conhecimentos e investimentos no
sentido de melhorar as condições estruturais dos serviços.
71
MELHORIA DAS AÇÕES DE FISIOTERAPIA JUNTO ÀS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMILIA EM UM MUNICÍPIO
DO CEARÁ
Clara Wirgínia de Queiroz Moura, Roberta Catunda Costa, Sílvia Letícia Pereira Medeiros, Joyce Hilário
Maranhão
O Sistema Único de Saúde o (SUS) é considerado um dos maiores sistemas de saúde do mundo. É um sistema
unificado, instituído pela Constituição Federal de 1988 nos artigos 196 a 200 (BRASIL, 1988) que busca
efetivar o mandamento constitucional do direito a saúde como um “direito de todos” e “dever do estado”.
Está regulamentado pelas leis 8.080 e 8.142, ambas de 1990 (BRASIL, 1990a; BRASIL, 1990b), que dispõem
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde, respectivamente. No SUS, a
Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada para o sistema de saúde, utilizada nos sistemas de
saúde de muitos países com bons níveis de saúde. Utiliza os princípios básicos da regionalização e
continuidade e deve ser organizada a partir das necessidades de saúde de uma população (STARFIELD, 2004).
No Brasil, a estratégia para a organização da APS é o Programa Saúde da Família (PSF) que por seus
benefícios já transformou em estratégia de saúde da família predominando a reversão do modelo
assistencial vigente, valorizando a promoção e proteção a saúde, prevenção as doenças e atenção integral às
pessoas (BRASIL, 2011 – PNAB). Criado em 1994, o PSF vem se consolidando ao longo do tempo e ganhando
reforços importantes como a equipe de Saúde Bucal (BRASIL, 2001) e, mais recentemente, o Núcleo de Apoio
à Saúde da Família (NASF) (BRASIL, 2008). A fisioterapia é uma das profissões que integram o NASF, porém, o
profissional fisioterapeuta, na maioria das vezes, não esta incluído na equipe multiprofissional e/ou
desempenha papéis que não lhes são determinados pelas leis que regem o NASF. O campo de atuação do
profissional fisioterapeuta vem crescendo com o decorrer dos anos, pois este profissional ao terminar sua
graduação é considerado um generalista com embasamento para atuar desde a APS até a UTI, mas, por um
provável desconhecimento sobre o assunto, os demais profissionais não os incluem nas atividades ou os
inclui com um desvio de atuação. Por exemplo, o fisioterapeuta é lotado no NASF e realiza comumente suas
visitas e atividades descritas pelas leis que regem seu trabalho, avalia uma determinada paciente que precisa
de fisioterapia diária, com indicação de atendimento domiciliar, repassa as informações para secretária de
saúde municipal para tomar as devidas solicitações, mas o município não tem fisioterapeuta no PSF e os
profissionais da clínica se recusam a atender, então o município acredita que é melhor deixar de investir na
promoção e prevenção da saúde e começar a organizar horários de atendimentos domiciliares. Pensamos
em propor uma intervenção que possa contribuir para uma maior eficiência das ações de fisioterapia na APS,
para a resolução dos problemas da população. Assim, nossa intenção é que as ações geradas por este projeto
possam contribuir para reforçar a interação da fisioterapia com as equipes da estratégia de Saúde da Família,
no sentido de fortalecer ações de tratamento e prevenção de problemas relacionados à fisioterapia. Os
objetivos das estratégias e das ações estão voltados para a aquisição e consolidação do papel do
fisioterapeuta no apoio às equipes de saúde da família, optamos pelas seguintes estratégias: 1. Rodas de
Conversa 2. Seminários 3. Implantação de reuniões trimestrais entre as equipes de saúde da família e o
profissional de fisioterapia do NASF Esperando como resultado a sensibilização por parte dos profissionais da
saúde do município de Jaguaruana para atuação do profissional fisioterapeuta junto as equipes de saúde da
família. Que eles passem a conhecer o trabalho desse profissional e requisitar a sua presença na equipe
multidisciplinar, buscando sempre um serviço completo, diversificado e de qualidade para o usuário.
72
ENTRE O SER E O FAZER: FORMAÇÃO TÉCNICA EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE E IDENTIDADE PROFISSIONAL NO
ESTADO DO CEARÁ.
Francisco Jadson Franco Moreira
INTRODUÇÃO: De acordo com a Política Nacional de Educação Permanente (BRASIL, 2007), a formação em
saúde deve ser feita a partir da vivência cotidiana dos trabalhadores e leva em consideração os
conhecimentos e as experiências de pessoas e grupos. Propõe que os processos de educação dos
trabalhadores de saúde se façam a partir da problematização do processo de trabalho, considerando as
necessidades de formação e o desenvolvimento dos trabalhadores. Esses processos de educação
permanente têm como objetivo transformar as práticas profissionais e a própria organização do trabalho.
Neste sentido, a reorganização da vigilância em saúde, no modelo de atenção integral, propõe uma
readequação das práticas, no entanto o que se percebe é que este técnico se insere nesta rede de forma
periférica, fragmentada e desarticulada em função dos atuais modelos operacionais de vigilância em saúde,
que se estruturam muito referenciados ou limitados às ações das vigilâncias sanitária e epidemiológica.
OBJETIVO: Analisar o processo de formação do Curso Técnico de Vigilância em Saúde desenvolvido pela
Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará identificando as implicações desta nos processos de trabalho da
vigilância em saúde e reconhecimento da profissão do Técnico em Vigilância em Saúde (TVISAU). MÉTÓDO: A
pesquisa foi desenvolvida por meio de estudo de caso (EC), descritivo de abordagem qualitativa. Foram
realizados entrevistas semiestruturadas. Para análise dos dados utilizou-se a metodologia de análise do
discurso do sujeito coletivo (DSC) por meio do programa qualiquantisof versão 1.3c com a construção de
ideias chaves e ancoragem, elaboração de descritores e categorias. RESULTADOS: Quanto ao processo
formativo - Sobre este processo de dualidade educacional o que vimos na formação estudada, são
exatamente trabalhadores com nível médio que veem no curso, ou por meio dele uma possibilidade de
ascensão profissional, o que pode nos sinalizar que a formação atribui um sentido que atende aos interesses
dos trabalhadores, por isso é importante priorizar uma formação diferenciada, bem como organizar um
currículo tendo em vista uma proposta de educação profissional ampliada. Portanto, as competências nesta
perspectiva significam a construção de competências profissionais que leve em consideração a dinâmica e as
constantes contradições do mundo e do trabalho, e a atuação dos próprios trabalhadores, reconhecendo
seus saberes, conhecimentos e habilidade, tendo em vista as competências humanas construídas
historicamente e coletivamente pelos sujeitos. Quanto aos processos de trabalho da vigilância em saúde e
reconhecimento da profissão do TVISAU - Diante do processo de trabalho que vem sendo pensado e
desenvolvido na organização das ações de vigilância esse estudante se molda em um fazer, durante a
formação, mas que na prática se encontra fragmentado onde as estruturas operacionais deste setor são
compostas pela vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e vigilância ambiental e saúde do trabalhador
marcadas por organizações e práticas de trabalho diferenciadas, hierarquizadas e centralizadas. O olhar para
o ser e o fazer do TVISAU com diferentes perspectivas indicam contradições, pouco aproveitamento desse
profissional e consequentemente pouca transformação de práticas a partir da formação porque esse egresso
busca por um lugar que corresponde a sua perspectiva, no entanto visto diferente na perspectiva da gestão.
Logo, percebemos que o processo de identidade profissional será dado por acomodação da categoria ou por
enfrentamento. CONCLUSÃO/RECOMENDAÇÕES: Podemos inferir que esta pesquisa contribuiu para o
aprimoramento do programa de formação técnica em vigilância em saúde ofertado pela ESP/CE, levantou
importantes reflexões acerca da politica, gestão e avaliação da vigilância em saúde e da identidade
profissional para ocupações ainda não reconhecidas, contudo alertamos sobre a importância da efetivação
de mais estudos que visem compreender, avaliar e debater os processos de trabalho de técnicos em saúde,
politica e gestão em saúde. Pesquisas nessa direção contribuiriam com o grande desafio para a integração da
vigilância em saúde, com contribuições da educação profissional em saúde e para as mudanças de práticas
no Sistema Único de Saúde, com impacto na melhoria dos processos de trabalho, do atendimento aos
usuários e da gestão da rede de serviços.
73
Eixo Temático: Formação e Educação Permanente e Gestão do Trabalho
Modalidade: Relato de experiência
AÇÕES EDUCATIVAS DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ABORDADA POR RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS COM
O GRUPO DE IDOSO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Paloma Katlheen Moura Melo, Jamille de Lima Santos
INTRODUÇÃO: Nos últimos séculos, o mundo vem passando por um ritmo crescente com seu índice de
crescimento populacional em relação aos idosos, no caso do Brasil este fato preocupante vem ocorrendo
com uma maior frequência, por esse motivo, pode-se dizer que o país vem passando pela chamada transição
demográfica, onde sua população passa a ter mais idosos do que jovens. Dessa forma, o país ainda não está
adaptado para proporcionar um atendimento à saúde da população idosa. É perceptível que qualquer ser
humano e principalmente no idoso existe a necessidade de ter hábitos alimentares adequados e uma
atividade física regular. As ações educativas de alimentação saudável tem como intuito apresentar a
importância de ações pedagógicas nutricionais, abordagens referentes aos cuidados da enfermagem e
manutenção de sua mobilidade física com a prática de exercícios físicos contínuos que proporcionem um
envelhecimento ativo e bem-sucedido na terceira idade que utilizam as unidades básicas de saúde do
município de Mossoró-RN. Diante do exposto, o relato tem o objetivo de expor os resultados encontrados
em relação à melhoria da qualidade de vida, a fim de mensurar a importância que as ações com novas
práticas educacionais tem proporcionado na melhoria do estado nutricional do idoso, e a partir de novas
ações pode-se intervir proporcionando uma recuperação do estado nutricional, quando necessário, ou
manter os hábitos saudáveis, informando-lhes a importância que o consumo alimentar tem sobre o estado
nutricional e, consequentemente, a qualidade de vida. METODOLOGIA: O estudo trata-se de um relato de
experiência de abordagem qualitativa e descritiva com um olhar crítico-reflexivo sobre uma ação
desenvolvida com o grupo de idoso bem viver, vivenciada pela equipe de residentes multiprofissionais
(Nutricionista, Fisioterapeuta e Enfermeira), realizado em abril de 2016 na unidade básica de saúde-UBS
Vereador Durval Costa no município de Mossoró-RN. Os encontros com o grupo de idoso bem viver contou
com a presença de em média15-20 idosos por encontro que ocorre quinzenalmente. Cada encontro é de
responsabilidade de um profissional residente. Os materiais utilizados para o desenvolvimento das ações
foram: notebook, projetor multimídia, caixa de som de notebook, folhas de ofícios, faixas elásticas,
Esfigmomanômetro, Estetoscópio, balança digital, fita métrica e um lanche saudável. Inicialmente
realizaram-se atividades de integração da equipe de residente com o grupo de idoso, na qual se utilizou de
uma roda de ciranda com papéis em branco para que eles fizessem um objeto que representasse algo
importante na sua vida. Logo após a dinâmica de abertura, deu-se a discussão com o tema hipertensão
arterial sistêmica (HAS) na modalidade roda de conversas, onde a dinâmica das atividades era de livres
perguntas feitas pelos participantes. No segundo encontro, aferiu-se a pressão arterial, e realização
antropométrica (pesar, medir, verificação de circunferência do abdômen) de todos os idosos. No terceiro
encontro, foi feito atividades de alongamentos e roda de conversa com o tema alimentação saudável para
hipertensos, que ao final da reunião foi entregue um sachê de sal de ervas juntamente com o modo de
preparo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A amostra foi de 19 pessoas. A partir da avaliação do IMC dos idosos da
UBS, observou-se que a maioria dos idosos está com alterações em sua massa corpórea, onde de uma
amostragem de 19 idosos, 10 apresentaram IMC entre 22,0 e 27,0 km/m² classificado eutrofia, os demais
avaliados apresentaram quadros de sobrepeso. O plano de ação tem como objetivo melhorar a qualidade de
vida por meio de um estilo de vida mais saudável por meio de uma alimentação adequada, prática de
atividade física, uso de forma adequado do medicamento. CONCLUSÕES: No âmbito da atenção básica estas
atividades desenvolvidas proporcionam uma convivência e/ou interação mais dinâmica da UBS com idosos,
promovendo a sociabilidade, o envelhecimento ativo, o fortalecimento de vínculos familiares e
comunitários, e principalmente promovendo a autonomia e o protagonismo das pessoas idosas como
74
responsável no processo saúde-doença. As ações de educação permanente visam fornecer elementos que
possibilitem a reorganização das políticas pública já existente, bem como promover a integralidade e
estabelecer metas para ampliar ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e controle de doenças crônicas
não transmissíveis.
A EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE
SAÚDE NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ-RN
Paloma Katlheen Moura Melo, Jamille de Lima Santos
INTRODUÇÃO: Uma nutrição adequada durante o período gestacional garante boas condições de saúde
para a mãe e o feto. Além de proteger o organismo materno e fetal de doenças e agravos, a nutrição
saudável na gestação proporciona reservas para a lactação e garante um meio com condições favoráveis
para o desenvolvimento e crescimento do organismo fetal. Uma alimentação adequada irá auxiliar no
desenvolvimento do organismo materno e fetal bem como repercutirá no crescimento e desenvolvimento
da criança em seus primeiros meses de vida. Portanto, é de extrema importância à ingestão de nutrientes
adequados durante todas as fases desta etapa do clico vital. O relato irá abordar sobre orientações com as
gestantes a respeito da alimentação saudável no período gestacional assim como esclarecer dúvidas,
curiosidades e tabus relacionados ao consumo de determinados alimentos. METODOLOGIA: A atividade
prática com as gestantes foi composta por 15 participantes do pré-natal na Unidade Básica de Saúde
(UBS),Vereador Durval Costa, localizada município de Mossoró/RN. A intervenção contempla, em sua
primeira etapa, uma amostra de vídeo com ênfase na alimentação saudável e benefícios voltados para a
gestação. Em um segundo momento, as residentes de nutrição realizaram uma palestra com o título O
MUNDO DAS CORES NA ALIMENTAÇÃO DA GESTANTE, na qual foram abordados os alimentos e suas
propriedades relacionados à sua cor. Na oportunidade, também, foi aberta uma roda de conversa para
esclarecimentos de dúvidas, curiosidades e tabus sobre a referida temática. Para a realização da atividade
foram utilizados os itens a seguir: computador, projetor e extensão. Os materiais para a explanação
utilizados são: vídeo sobre alimentação saudável com orientações para gestantes e slide ilustrativo
relacionado à temática. RESULTADOS: A partir da conversa interativa com as gestantes, foi possível perceber
o interesse em modificar os hábitos alimentares para possibilitar uma nutrição adequada para o bebê, bem
como a positiva adesão sobre os esclarecimentos dos mitos e verdades sobre alguns alimentos, como
também boa participação do grupo atendido durante as ações educativas promovidas. CONSIDERAÇÕES
FINAIS: A educação permanente em saúde através da educação nutricional pretende-se reorganizar e
proporcionar um estilo de vida mais saudável para as gestantes atendidas na UBS. Neste sentido, existe a
necessidade de ampliar a atenção integralizada em saúde que podem fortalecer os trabalhados na atenção
primária em saúde.
A EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO ESTRATÉGIA DE SENSIBILIZAÇÃO PARA O CUIDADO À PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
Maria Clariciane Cabral Almeida, Chedy Ben Belaid, Margarida Angélica de Freitas, Ana Osmarina
Quariguasi Magalhães Frota, Lidiane Almeida Moura, Francisca Elzenita Alexandre
INTRODUÇÃO: A constituição de uma rede de saúde inclusiva, que acolha, se comprometa e seja
corresponsável pelo cuidado em saúde de todos aqueles que dele necessitam, independente da raça ou
condição, é um desafio contínuo do Sistema Único de Saúde. No que diz respeito à questão da deficiência
este desafio ganha maior relevância, pois a ele se somam crenças, valores e posturas historicamente
constituídas, relativas ao conceito de deficiência. Vivenciamos ainda dificuldades em concretizar o
atendimento prioritário à pessoa com deficiência, situações em que serviços e profissionais alegam não
terem condições, técnicas ou recursos estruturais para este tipo de atendimento. Estas dificuldades
75
retratam desinformação, apontam para a necessidade de implementação contínua de equipamentos, de
educação permanente, mas, em diversas circunstâncias, retratam a manutenção de paradigmas
excludentes, que ainda fazem parte de nossa sociedade. Superar estes desafios não é fácil e requer tempo,
vontade política, e um esforço persistente de cada um de nós. Historicamente, o olhar e conduta às
pessoas com deficiência foram sofrendo modificações, em função de crenças, valores e costumes vigentes.
A pesquisa justifica-se pela necessidade de sensibilização dos profissionais de saúde em relação ao cuidado
a pessoa com deficiência, para que se tenha um olhar ampliado e humanização nos atendimentos, visitas
domiciliares. Assim, buscamos trabalhar a educação permanente, já que visa estimular o desenvolvimento
da consciência e da boa prática nos profissionais. OBJETIVO: O presente estudo objetivou descrever a
experiência de Residentes em Saúde da Família ao desenvolver a educação permanente em uma roda de
equipe do Centro de Saúde da Família Caic, no município de Sobral. METODOLOGIA: Foi realizada uma
oficina por dois residentes em saúde da família, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta, na roda de equipe
do CSF Caic. Participaram do momento 18 pessoas, utilizamos alguns materiais para a dinâmica inicial,
como: venda, velcro, caneta, copo, escova de dente, imobilizador de membros, tapa olho, cadeira de roda,
etc. Imobilizamos todos os participantes e pedimos para desenvolverem algumas tarefas. A maioria relatou
a dificuldade, alguns conseguiram com ajuda, outros não conseguiram. A partir disso, começamos uma
roda de conversa, sobre o que eles tinham achado, qual a sensação/impressão que tiveram, qual impacto
causou, até chegar à temática (cuidados a pessoa com deficiência). E trouxemos a vivência deles para a
prática, a importância de se colocar no lugar do outro, de ouvir/sentir, ser mais humano, ter uma visão
integral e holística do indivíduo e todo o cenário envolvido, os cuidadores merecem toda atenção e
cuidado também. Para finalizar, entregamos uma ficha para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
objetivando a busca ativa destas pessoas. Diante da reflexão, observamos que de alguma forma os
participantes foram sensibilizados, a importância de tomarem consciência do monitoramento das pessoas
com deficiência e o mapeamento destas pessoas existentes no território. CONCLUSÃO: Todos os seres
humanos são iguais. Todas as pessoas devem ser reconhecidas como seres integrais, dignos, com direito à
integridade física e moral. Devemos assegurar aos cidadãos a igualdade de oportunidades em todas as
situações de vida, para que eles possam desenvolver seus potenciais, incluindo cuidados especiais para
com aquelas pessoas que apresentam mais dificuldades.
A IMPORTÂNCIA DA MONITORIA ACADÊMICA NO PROCESSO DE CUIDAR EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Welison Sousa Tavares, Elias de Almeida Silva, Ramyla Siqueira Gomes, Jéssyca Barbosa Torres, Jamille Forte
Viana
INTRODUÇÃO: O Programa de Monitoria Acadêmica apresenta o intuito de favorecer a participação dos
acadêmicos na execução do plano de ensino, além de incentivar a melhoria no processo de ensino e
aprendizagem tanto do acadêmico monitor quanto dos acadêmicos que cursam a disciplina. Desse modo,
essa atividade busca melhorar o quadro de deficiência em conhecimento teórico-prático, uma situação que,
de fato, implica no desempenho do exercício profissional. A Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional
- LDB, (Lei Nº 9.394/96), legítima a importância da monitoria no processo de formação acadêmica no ensino
superior (BRASIL, 1996). Nessa perspectiva, acreditamos que o relato de experiência possa contribuir para a
reflexão no campo da educação em Enfermagem, visando a importância da monitoria para o
desenvolvimento de habilidades, pensamentos críticos acerca da profissão e a qualificação no processo de
assistência em saúde. OBJETIVO: Descrever a importância da monitoria acadêmica no processo de ensinoaprendizagem em enfermagem, segundo as experiências vivenciadas por acadêmicos monitores. MÉTODO:
Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado no período de 2014.1 à 2015.2,
no curso de graduação em Enfermagem da Faculdade Terra Nordeste (FATENE). RESULTADOS: Observa-se
que a experiência da monitoria possibilitou a melhoria em nosso desempenho acadêmico e proporcionou
um amadurecimento nos estudos de modo mais pontual. Tornando-nos mais conscientes da importância do
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nosso papel de monitor; desenvolvendo um maior senso de responsabilidade; competência ética;
disposição para estudar; autonomia no desenvolvimento de práticas em laboratório; dialogicidade e
interação interpessoal entre os protagonistas do processo ensino-aprendizagem (docentes e discentes);
estímulo a pesquisa e extensão; participação ativa na vida universitária. CONCLUSÃO: As experiências na
monitoria acadêmica foram de suma importância por terem contribuído de forma significativa para o
desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo de práticas e saberes do processo de cuidar em
enfermagem; cristalização do conhecimento; crescimento pessoal e profissional; além de favorecer uma
visão real da vivência e das atividades de docência. Recomendam-se ações educativas que incentivem uma
maior participação dos acadêmicos no Programa de Monitoria como forma de desenvolvimento
profissional.
A TENDA DO CONTO COMO ESPAÇO DE PRODUÇÃO DO CUIDADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Raila Souto Pinto Menezes, Adriana Maria Araújo, Karen Saboia Aragão e Silva, Antônia Maria Negreiros
Dias, Maria José Galdino Saraiva, Maria Socorro de Araújo Dias
INTRODUÇÃO: Na produção do cuidado em saúde muitas estratégias são adotadas objetivando a
qualificação dos processos para uma atenção adequada. Aos cuidadores, ou seja, profissionais de saúde
também devem ser direcionadas espaços de cuidados de forma que haja o fortalecimento dos vínculos entre
os trabalhadores de forma a contribuir com o fortalecimento nas relações e na produção do cuidado ao
outro. OBJETIVO: Relatar a experiência vivenciada por docentes e discentes do curso técnico em
hemoterapia na produção do cuidado a quem cuida. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência
ocorrido no mês de junho de 2016 junto aos discentes e docentes do curso técnico em hemoterapia no
município de Sobral-CE. Como estratégia para a realização da atividade foi utilizada metodologia
participativa através da “Tenda do Conto” como espaço para o relato de histórias, vivências e produção de
uma escuta qualificada. Nela, cada participante investe o objeto de desejo por meio da palavra, de maneira
que o objeto de afetação ganha vida com as vozes, a narrativa de quem faz o conto e a fala e o silêncio de
quem escuta cada participante que se anuncia (FELIX-SILVA et al, 2014). O momento teve como facilitadores
profissionais do GT de arte e cultura popular da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de
Saboia. Ao todo participaram 25 discentes, 4 docentes e 04 facilitadores. Foi solicitado previamente a cada
discente e docente que trouxesse um objeto que guardasse com carinho e com afeto, algo que simbolizasse
sua experiência de vida, para vivência. RESULTADOS: A atividade aconteceu em três momentos: Inicialmente
houve uma acolhida através de ciranda conduzida pelos profissionais do GT de arte e cultura popular,
momento este que proporcionou relaxamento e interação entre os participantes. No segundo momento
uma das facilitadoras apresentou a tenda do conto e o objetivo daquele momento. Foi solicitado que em
sequência cada participante se dirigisse até a tenda e através da representação de um objeto falasse sobre
sua história e compartilhasse experiências com todos os presentes. Nesta atividade, os participantes
selecionaram objetos que identificavam, respectivamente, o passado, o presente e as perspectivas para o
futuro, assim como seu significado e sua representação. A singularidade expressa nas imagens e na fala dos
docentes e discentes configurou-se em um momento de compartilhamento de diferentes e semelhantes
experiências de vida, que através da socialização verbal e/ou visual, permitiu uma troca de saberes e
práticas cotidianas de sofrimento e superação, permitindo o estreitamento dos vínculos construídos até
então. Este momento foi fortemente marcado por muita emoção. Em seguida como encerramento da
atividade todos ficaram de mãos dadas em círculo e individualmente cada um expressou a experiência
vivenciada naquele encontro demonstrando principalmente sentimentos de alegria e alívio em perceber que
nas diferenças e particularidades de cada haviam pontos em comum que aproximavam os presentes e
estreitavam os vínculos e fortalecimento das relações. E que aquele espaço de cuidado havia sido
extremamente significativo para todos, em especial os discente que ao se deslocarem de longas distâncias
até o curso enfrentam muitas dificuldades e diante disso sentem necessidade de serem cuidados também
como forma de fortalecimento para seguir em frente. CONCLUSAO: A vivência através da Tenda do Conto foi
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uma experiência terapêutica que permitiu a produção de novas possibilidades de produzir o cuidado,
facilitando a criação de vínculos entre os participantes, assim como fortalecimento das relações já existentes
entre os docentes e discentes partir de uma nova percepção do outro.
AVALIAÇÃO DO CURSO QUALIDADE EM SAÚDE E SEGURANÇA DO PACIENTE: DESENVOLVENDO NOVOS
SABERES A PARTIR DA EDUCAÇÃO PERMANENTE
Luana Vieira Carvalho de Oliveira, Olga Maria Alencar, Thayza Miranda Pereira, Rosimary da Silva Barbosa,
Adriana Rocha Solon
Atualmente, identificam-se diversas situações na área da saúde que apontam para a necessidade de
mudanças, principalmente no que se refere a segurança do paciente/usuário dos serviços de saúde. Esta
temática tem sido debatida por instituições internacionais, nacionais e regionais com vista a melhoria da
qualidade prestada. Neste sentido é importante qualificar os processos de trabalho a fim de garantir
qualidade e segurança do paciente/usuário, reduzindo riscos e danos à saúde. A educação permanente com
equipes multidisciplinares de saúde visa reduzir estas questões por meio de mecanismos e estratégias para
a manutenção da segurança do paciente. Nesse contexto a Escola de Saúde Pública do Ceará - ESP/CE em
parceria com a Secretária de Saúde do estado do Ceará - SESA, desenvolveu o curso de segurança do
paciente considerando as ações de educação permanente em saúde para a referida temática. O objetivo
deste trabalho é analisar o processo de qualificação do Curso de Qualidade em saúde e Segurança do
Paciente por meio de instrumento de avaliação educacional, sob a ótica dos profissionais participantes. O
processo educacional se dá na modalidade presencial, com carga horária de 40h. A metodologia abordada
no curso envolve a participação efetiva dos profissionais nas atividades didático-pedagógicas, com a
utilização de estratégias como: exposições dialogadas, estudos dirigidos e trabalhos em grupos. A
abordagem metodológica tem se mostrado adequada para o aprofundamento das temáticas: fundamentos
da qualidade em saúde; Programa Nacional de Segurança do Paciente; Regulação Sanitária; Núcleo de
Segurança do Paciente; análise, avaliação e gerenciamento de riscos, protocolos de segurança e indicadores
de monitoramento; e implementação de melhorias. O curso foi ofertado para 120 profissionais, entre os
anos 2015 e 2016 e está organizado em três momentos, onde o primeiro momento é presencial (16h), o
segundo momento envolve à atividade de dispersão em cenário de prática (20h) e o terceiro momento com
o seminário final de apresentação das atividades de dispersão (4h). O instrumento avaliativo foi
desenvolvido pelo Centro de Educação Permanente em Vigilância em Saúde - CEVIG, direcionado aos
participantes do curso, contendo questões referentes: aprendizagem individual e auto - avaliação do aluno,
alcance dos objetivos do curso, método de ensino - aprendizagem, avaliação do facilitador/professor,
material didático, infraestrutura, coordenação e sugestões e comentários. No entanto, para a avaliação
educacional do curso, e consequentemente sua melhoria, consideramos os critérios relacionados a
metodologia utilizada, as estratégias educacionais, inter-relação teórico/ prática dos facilitadores e
sugestões e comentários . Com relação às informações sobre o alcance dos objetivos do curso menciona-se
o grande contentamento dos alunos, com ótimo e bom, sobre os conhecimentos adquiridos para a
aplicabilidade nos serviços. Quanto ao método de ensino-aprendizagem percebe-se uma adequada
estratégia educacional. Os participantes do curso relataram que as estratégicas pedagógicas contribuíram
para a compreensão dos temas abordados e estavam adequadas para trabalhar a temática. Na avaliação do
facilitador/professor, os profissionais mostram grande satisfação com o corpo docente por demonstrarem
terem conhecimentos sobre o tema e saber articular a teoria com a prática. Analisando as sugestões e
comentários, vários relatos foram declarados e no seu escopo geral as informações descritas vão propiciar
um melhor aperfeiçoamento do curso. Pelos resultados percebidos por meio do instrumento de avaliação,
identificam-se ações substanciais e oportunidade de qualificação conferida aos profissionais de saúde do
Estado do Ceará. Com a iniciativa, a Escola de Saúde Pública do Ceará espera contribuir para a configuração
de um novo padrão de qualidade da assistência à saúde, no estado, a partir da educação permanente.
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A VIVÊNCIA EM COMUNIDADE COMO ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO
Maria Júlia Araújo Borges, Amanda Cavalcante Frota, Rafael Rolim Farias
INTRODUÇÃO: Primeira inserção comunitária para acadêmicos de enfermagem do 4º semestre da
Faculdade Maurício de Nassau deu-se na comunidade do Pau Fininho. A disciplina tem por objetivo
identificar o perfil comunitário, por meio da territorialização em saúde e com isso reconhecer as fortalezas e
as fragilidades da comunidade. O estágio faz-se necessário para o crescimento do acadêmico de
enfermagem tendo em vista os conhecimentos adquiridos durante as abordagens realizadas. OBJETIVO DA
EXPERIÊNCIA: Objetivou-se relatar uma vivência do período de um mês na comunidade do Pau Fininho,
onde foi realizado um breve diagnóstico a partir das visitas domiciliares. Nesse momento em que o futuro
enfermeiro tem oportunidade de entrar em contato direto com a realidade profissional no qual será
inserido, além de concretizar pressupostos teóricos adquiridos, uma formação baseada na prática de
atuação possibilita a construção real do conhecimento científico através da vivência. No estágio o futuro
profissional tem a possibilidade de investigar, analisar e intervir na vida da comunidade. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: A experiência começa no mês de maio de 2016 e teve a duração de um mês. Realizadas
visitas domiciliares e preenchimento de formulário para cadastro das informações. Foi percebido ausência
de ACS e Unidade de Saúde na área. Verificamos que animais vivem soltos pelas ruas dividindo o espaço
com os moradores e o lixo, este ajudando a proliferar doenças respiratórias dentre outras como diarreias,
dengue, leptospirose, etc. Nosso objetivo foi a partir do conhecimento de área, realizado, organizar uma
ação que possibilitasse à comunidade momentos de saúde e lazer. Onde combinamos atendimentos de
enfermagem, brincadeiras, jogos e diversão para as crianças. PRÁTICAS E DISCUSSÃO: O estágio em
comunidade consiste em teoria e prática para a formação e profissional. Durante as aulas teóricas foram
abordados vários temas como determinantes em saúde, evolução sobre o conhecimento saúde-doença,
dimensões de saúde, dentre outros, no estágio por sua vez foi realizado territorialização para
reconhecimento da comunidade, planejamento de estratégias de abordagem para verificar o estado de
saúde dos moradores e por fim foi definida a intervenção à ser realizada. Nas visitas foi encontrado casos
passíveis de intervenção, onde foi usado o conhecimento adquirido na academia. PRINCIPAIS RESULTADOS:
Realizado reconhecimento de área através da territorialização, onde foram diagnosticadas dificuldades
estruturais como, por exemplo, ausência de saneamento básico e coleta seletiva de lixo, no planejamento
foram organizadas a estratégia de visitas domiciliares e as possíveis intervenções. Após as visitas foi
realizada uma ação que acolheu a comunidade em uma manhã de saúde e lazer, onde foram detectados
possíveis casos de hipertensão e diabetes sendo orientados para o acompanhamento na UBS mais próxima.
Realizada vacinação contra gripe nos grupos de risco preconizado pelo MS e orientação para atualização do
cartão de vacinas das crianças. Demonstração de escovação e aplicação de flúor, distribuição de escova e
creme dental. CONCLUSÃO: A experiência relatada foi desenvolvida em um tempo cronológico que pode ser
considerado insuficiente para afirmar transformações em relação à saúde da comunidade. Mas é possível
verificar que o aprender da experiência aqui relatada possibilitou mudança e aprendizado mútuo. Assim, a
finalidade é apontar a mudanças práticas para comunidade, despertando a necessidade de rever as
condições encontradas. Enquanto futuro profissional de enfermagem a experiência mostrou desafios
levando a tomada de decisão de modo a fomentar as competências adquiridas na academia.
RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE COLETIVA: Uma recomendação importante é o aumento da carga horária
curricular para esse tipo de vivência, muito importante para a formação do futuro profissional, pois as
diretrizes curriculares devem produzir mudanças profundas no ensino de enfermagem no sentido de
aproximá-lo das vivências e ao mesmo tempo de preparar profissionais comprometidos com uma
verdadeira transformação da realidade prática da enfermagem. Quanto às recomendações para
comunidade seria uma Unidade de Saúde, um projeto de saneamento básico e coleta seletiva de lixo
adequado.
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CENTRO REGIONAL DE REFERÊNCIA PARA AGENTES E TRABALHADORES ATUANTES NO CAMPO DAS
POLÍTICAS SOBRE DROGAS - RELATO DE EXPERIÊNCIA NO ESTADO DO CEARÁ
Maria Teresa Soares Matos, Maria de Fátima Façanha Elias Reis, Nara Albuquerque Góes, Sarah Danielle
Girão dos Santos, Leonardo Barbosa Rolim, Francisca Ozanira Torres Pinto de Aquino, Emanuel Moura
Gomes, Evelyne Nunes Ervedosa Bastos
INTRODUÇÃO: a Escola de Saúde Pública do Ceará-ESP/CE, integrante da Rede Estadual de Saúde, tem se
voltado para as temáticas relacionadas à Saúde Mental, por meio de Cursos de especialização e capacitação.
Nesse foco, a ESP concorreu junto à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas com projeto que veio a ser
selecionado para a implantação de Centro Regional de Referência para formação de agentes e trabalhadores
atuantes no campo das políticas sobre drogas - CRR, sendo esta uma estratégia para subsidiar suas ações de
formação na área de saúde mental e fortalecer a rede de atenção aos usuários de álcool e outras drogas. Os
CRRs são constituídos por grupos de professores, com inserção em instituições públicas, como
Universidades, Institutos de Ensino e Pesquisa e Escolas de Saúde Pública, com atuação na temática das
políticas sobre drogas. Atualmente, os Cursos destinam-se à formação dos agentes, trabalhadores e
lideranças comunitárias que atuam nas redes públicas de saúde e organizações não governamentais da
assistência social, educação, infância e adolescência, sistema de justiça, segurança e outras políticas, com
interface na prevenção e cuidado dos problemas relacionados ao uso de drogas. OBJETIVO DA EXPERIÊNCIA:
relatar o desenho de uma experiência que visa promover a educação permanente de profissionais da rede
intersetorial de prevenção, cuidado e inclusão social das pessoas que fazem uso prejudicial de substâncias
psicoativas. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA – ações práticas e discussão: dois processos formativos foram
pensados para públicos distintos. O primeiro teve como foco os saberes e práticas da rede de atenção
intersetorial sobre drogas, com carga horária de 80 horas teóricas e práticas em serviço, capacitando 300
agentes. O segundo abordou as situações de urgência e emergência relacionadas aos transtornos mentais
pelo uso de substâncias psicoativas, com carga horária de 40 horas, capacitando 100 agentes. Ao final, foi
previsto um Seminário com carga horária de 8 horas para promover a socialização das experiências
construídas no decorrer dos processos formativos I e II. Os conteúdos foram específicos para cada processo e
focados na atuação no território por meio de abordagens comunitárias, tendo como produto final a
elaboração e apresentação de um Projeto de Intervenção. Os professores e tutores foram selecionados em
Edital da ESP, dos quadros da Rede Intersetorial de Atenção Integral sobre Álcool e outras Drogas dentre os
que detêm expertise no tema. METODOLOGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM tiveram ancoragem na
aprendizagem baseada em problema. O Projeto contemplou os municípios de Fortaleza, Caucaia e Juazeiro
do Norte que aderiram ao Programa Crack, é Possível Vencer. Principais resultados: os processos formativos
do CRR ocorrem desde 2011 já tendo promovido a capacitação de 1247 alunos. No projeto em curso, as
capacitações iniciaram em março de 2016, com aulas teóricas na ESP e as práticas no território contemplado.
Entre março e maio realizou-se o Processo Formativo I – Turma I, na Regional II, território do Vicente Pinzon,
com 61 alunos inscritos e 43 aprovados. Cinco Projetos de Intervenção foram apresentados ao final, tendo
como temas: articulação e fortalecimento da rede intersetorial; prevenção ao uso de drogas e cuidando do
cuidador. A Turma II, iniciada em junho com término em agosto, ocorre no mesmo território, em
consonância com as ações do “Projeto Ceará Pacífico”, que apontou alto índice de homicídios de
adolescentes naquela região. Concomitante, está sendo introduzida a Turma III em São Gonçalo do
Amarante, em parceria com o Projeto “Governar com o Povo” coordenado pela Universidade Biocêntrica.
CONCLUSÃO: recomendação para a saúde coletiva: preparar profissionais que tem o próprio território de
atuação como lócus de ensino-aprendizagem possibilita uma compreensão mais profunda da realidade para
construção de espaços de discussão de práticas de atenção articuladas e saudáveis e melhoria da qualidade
do cuidado. A elaboração de Projeto de Intervenção baseado em um Diagnóstico Local Intersetorial-DLI,
construído com as experiências da comunidade e dos profissionais em seu cotidiano de trabalho, propicia a
implantação de ações voltadas para o interesse do próprio território no campo de políticas sobre drogas.
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Recomenda-se assim, a ampliação ou a multiplicação desses processos formativos para diferentes territórios
do Estado do Ceará.
CURRÍCULO BASEADO EM COMPETÊNCIA: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS
DA SAÚDE ESPECIALISTA EM TERAPIA INTENSIVA
Lidyane Kelly Lima Torres, Aline Santos Monte, Igor Cordeiro Mendes, Andréa Stopiglia Guedes Braide,
Luciana Rocha Lopes da Costa, Monaliza Pessoa de Oliveira, Antônia Taciana Ribeiro de Lima, Lígia Darc de
Souza Oliveira
INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas, a natureza e exercícios da prática dos profissionais da saúde têm sofrido
grandes mudanças. O reconhecimento da necessidade de formar profissionais capazes de conviver com
essas transformações, adquirindo novas competências e desenvolvendo-se permanentemente, tem
influenciado um processo de reforma também no campo educacional. Alguns fatores favorecem para o
processo de transformação no cenário da educação brasileira, como o processo formativo dos profissionais
da saúde ser baseado nas necessidades e demandas do Sistema Único de Saúde e a aprovação das novas
diretrizes curriculares nacionais para a saúde. Assim, o processo de mudanças do desenho de currículo dos
cursos, ainda pode ser considerado em construção. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: Objetivando atribuir
sentido prático ao conhecimento, abandonando a preeminência dos saberes disciplinares para se centrar em
competências supostamente verificáveis em situações e tarefas específicas, o Centro de Educação
Permanente em Atenção a Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará promoveu o Curso de Especialização
em Terapia Intensiva para Fisioterapeutas e Enfermeiros, com o desenho curricular baseado em
competências que foi realizado no período de 2014 e 2015. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA - ações, práticas e
discussão: O currículo do curso foi pautado no aprendizado baseado em competências e teve como
estratégias de ensino e aprendizagem: seminários, exposições dialogadas, estudos dirigidos, estudos de caso,
trabalhos em grupo, debates e oficinas. Para favorecer a renovação das práticas profissionais tais estratégias
partiram da análise de situações concretas e da definição de competências requeridas por essas situações.
PRINCIPAIS RESULTADOS: Um instrumento de autoavaliação foi utilizado pelos alunos. Dentre os itens que
foram avaliados como “ótimo” destacamos: a metodologia adotada; a contribuição do treinamento para
aquisição de novos conhecimentos; a importância dos temas bordados e a correlação do treinamento com
os objetivos de aprendizagem. CONCLUSÃO, recomendação para a saúde coletiva: Os objetivos do
aprendizado devem ir além da informação, devem criar situações e oportunidades reais de aprendizado,
destacando o exercício da prática profissional ética, competente, responsável, devidamente ajustada às
necessidades e realidades locais de saúde. Dessa forma, a construção do Curso de Especialização em Terapia
Intensiva para Fisioterapeutas e Enfermeiros utilizando o princípio de organização curricular baseada em
competências foi considerada uma experiência exitosa para o Centro de Educação Permanente em Atenção
à Saúde.
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM ATENÇÃO DOMICILIAR: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA
Aline Santos Monte, Leni Lúcia Nobre Moura, Alana Santos Monte, Luciana Rocha Lopes da Costa, Antônia
Taciana Ribeiro de Lima, Maria de Fátima Façanha Elias Reis, Lidyane Kelly Lima Torres
INTRODUÇÃO: A sociedade brasileira passa por período de grande transformação. Simultaneamente, temos
expansão moderada da população e rápido aumento da expectativa de vida, levando a um aumento relativo
e absoluto da população idosa. A Atenção Domiciliar, de forma estratégica como uma alternativa aos
hospitais, vem assumir um espaço próprio e relevante dentro do sistema. O desafio da capacitação
profissional é assistencial, dessa forma o Curso de Aperfeiçoamento em Atenção Domiciliar veio se somar
aos vários esforços de educação permanente que o Ministério da Saúde vem adotando. OBJETIVOS DA
EXPERIÊNCIA: Promover um Curso de Aperfeiçoamento em Atenção Domiciliar, com carga horária de 180
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horas que visa contribuir com a qualificação e o desenvolvimento dos profissionais da saúde das equipes que
atuam ou irão atuar no Programa Melhor em Casa com foco em três áreas: Atenção Domiciliar no SUS, o
Serviço de Atenção Domiciliar e a Gestão do Cuidado. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA - ações, práticas e
discussão: O curso teve início em dezembro de 2013 e sua conclusão foi em abril de 2014, com uma carga
horária de 180 horas divididas em 8 unidades. As estratégias de ensino-aprendizagem foram: exposições
dialogadas, estudo de caso, estudos dirigidos, trabalhos em grupo, talk-show e oficinas, cujos temas e
conteúdos serão abordados a partir da problematização da realidade vivenciada pelos participantes.
Principais resultados: Um total de 77 trabalhadores de saúde foram capacitados, contemplando profissionais
de 32 municípios cearenses (18%). Um instrumento de autoavaliação foi utilizado pelos alunos no último dia
de aula. Quanto ao grau de satisfação com o curso de modo geral 62,33% dos alunos assinalaram a opção
“Elevado”, 20,77% assinalaram a opção “Moderado”, 16,88% não responderam e nenhum aluno marcou a
opção “Baixo”. Em relação a pergunta: “O curso conseguiu contribuir com a qualificação e o
desenvolvimento dos profissionais da saúde das equipes que atuam ou irão atuar no Programa Melhor em
Casa com foco em três áreas: Atenção Domiciliar no SUS, o Serviço de Atenção Domiciliar e a Gestão do
Cuidado? “ 81,81% dos alunos responderam “SIM”, 9,09% dos alunos responderam razoavelmente, 9,09%
dos alunos não responderam e nenhum aluno respondeu “NÃO”. CONCLUSÃO, recomendação para a saúde
coletiva: De acordo com o resultado da autoavaliação, a maioria dos profissionais de saúde concludentes
apontou que os objetivos de aprendizagem do Curso foram alcançados. Dessa forma, o Curso de
Aperfeiçoamento em Atenção Domiciliar foi considerado uma experiência exitosa para o Centro de Educação
Permanente em Atenção à Saúde.
DENGUE EM IDOSOS
Ilza Iris dos Santos, Kalyane Kelly Duarte de Oliveira, Verenilson de Paiva Silva
INTRODUÇÃO: A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução benigna na forma
clássica, e grave quando se apresenta na forma hemorrágica (LUCENA, et al. 2013), é causada por quatro
sorotipos diferentes de vírus pertencentes ao gênero Flavivirus, família flaviviridae (DENV I a IV). Sua
transmissão ocorre através de picadas de mosquitos do gênero Aedes, majoritariamente Aedes aegypti. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a dengue a infecção viral transmitida por artrópodes que
mais rapidamente se alastra no mundo (OMS, 2014). Pessoas com idade acima dos 60 anos têm 12 vezes
mais riscos de morrer por causa da dengue do que os brasileiros das demais faixas etárias, segundo
levantamento do Ministério da Saúde. Do total de óbitos registrados nos primeiros três meses de 2014 (132
mortes), 42% foram de idosos (MS, 2014). Tendo em vista todos os riscos que envolvem essa faixa etária, o
trabalho teve o objetivo de levar informações atualizadas tendo como bases literárias o Ministério da Saúde
e Organização Mundial de Saúde, enfatizando a importância da prevenção, de medidas profiláticas e
principalmente dos riscos que circundam o idoso quando acometido com a Dengue. RELATO DE
EXPERIÊNCIA: Trata-se de um relato de experiência, realizado na Instituição: Abrigo Âmantino Câmara, na
cidade de Mossoró/RN, realizado em 06/06/2016, a intervenção aconteceu entre 14:30 h às 16:30 h. O
público alvo se concentrou em 12 cuidadores distribuídos em:1 enfermeiro, 1 técnico de enfermagem, 3
auxiliares de serviços gerais (ASG) e 7 cuidadores com funções diversas. A população trabalhada incluiu 11
mulheres e 01 homem com escolaridade variante entre superior completo a nível médio completo. O tempo
de experiência de trabalho dos mesmos na instituição era de no máximo 11 anos e no mínimo 04 anos.
Sendo que a população geral do abrigo é de 69 idosos e uma equipe de 36 cuidadores, mais por alternância
de turno não puderam comparecer todos ao evento que aconteceu em uma sala de reuniões do abrigo. A
ação se concentrou em uma palestra com conteúdos atualizados usando como referência o Ministério da
Saúde. O tema abordado foi Dengue em Idosos, explanando a patologia, diagnóstico, tratamento e
principalmente medidas profiláticas, enfatizando a importância de aniquilar os criadouros do mosquito
Aedes Aegypti. De modo descontraído, perguntas foram surgindo, dúvidas simples, mais pertinentes como:
“quanto tempo dura o mosquito? Porque que a gente não sente quando esse mosquito pica a gente? A
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gente vê esses ovos?"... Uma dinâmica de grupo foi realizada dando sequência a palestra. Dividimos o grupo
em dois, foi dada placas de cores diferenciadas a cada grupo, em cada placa, em lados opostos constavam
(falso e verdadeiro). Foram feitas perguntas voltadas para o tema, cada participante que errava a resposta
tinha um mosquito com papel adesivo no verso colado a seu corpo, “representando ter sido picada e está
infectada”. Cada resposta respondida errada, dada pelos participantes, corrigíamos e explanávamos
novamente o conteúdo. Ao final, o grupo que se manteve com o “menor número de infectados”, recebeu
brindes. Em visitas que antecederam a intervenção realizada no abrigo, em companhia dos cuidadores, foi
possível observar que a higiene do local tem sido sempre bem realizada, diminuindo os riscos da
proliferação dos mosquitos. “Não houve relato de nenhum caso de dengue nos últimos dois anos”, relatam
os profissionais. A instituição dispõe de consultas médicas, nutricionista, enfermeiro, auxiliar e diversos
cuidadores que zelam pela saúde dos idosos. CONCLUSÃO: Devido à falta de relatos e registro de casos de
Dengue na Instituição Abrigo Amantino Câmara, constatou-se um monitoramento bem-sucedido por parte
dos profissionais Auxiliares de Serviços Gerais (ASG) e cuidadores que tem desempenhado um excelente
papel na qualidade de vidas destes idosos. Uma vez que os criadouros do mosquito podem e devem ser
eliminados através de medidas profiláticas simples. A reeducação desses profissionais deve ser constante,
objetivando sempre a oferta de informações atualizadas. A experiência realizada veio a somar e a
atualizando conhecimentos, com isso a ação foi favorável ao bem-estar e saúde da população de idosos que
ali habitam, e todos os profissionais e visitantes que o ambiente frequentam.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ADOLESCENTES ACERCA DE MITOS E VERDADES SOBRE SEXUALIDADE
Maria Sinara Farias, Francisco Leandro de Carvalho Alcântara, Elaine Cristina de Oliveira Lima, Quiriane
Maranhão Almeida
INTRODUÇÃO: A adolescência é definida como um período que compreende a segunda década da vida.
Deste modo, a adolescência inicia-se com as mudanças corporais da puberdade e termina com a inserção
social, profissional e econômica na sociedade adulta. Esta etapa da vida é uma época de grandes
transformações não só biológicas, mas também cognitivas, sociais e de perspectiva sobre a vida, as quais
repercutem não só no indivíduo, mas em sua família e comunidade. Nesse sentido, na adolescência inicia a
puberdade e com o estímulo dos hormônios sexuais, propiciam uma intensificação das emoções sexuais,
com o desenvolvimento do corpo e dos órgãos genitais, com isso, terem a noção de que o sentimento sexual
existe e está presente em todas as etapas da vida é um dado importante que se deve ter em mente para
viver essa fase da vida de forma segura. Nesse aspecto, ressalta-se a importância da realização de educação
em saúde sobre esse assunto a esse público, pois a compreensão da sexualidade na adolescência implica em
uma vivência sem medos nem dúvidas. Assim, com a inserção dos acadêmicos no campo prático foi
percebida a necessidade em desmistificar os muitos mitos e tabus existentes sobre esse assunto, por meio
de uma discussão dinâmica e descontraída, agregando conceitos científicos que possibilitam a construção de
um saber. OBJETIVO: Desmistificar conceitos e esclarecer dúvidas relacionadas ao assunto sexualidade na
adolescência de forma lúdica e dinâmica, a fim de contribuir para uma adolescência segura e livre de medos.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A intervenção foi realizada na Escola de Ensino Fundamental Nossa Senhora do
Rosário com 20 alunos de faixa etária entre 10 a 14 anos, no município de Groaíras-Ceará. De início, foi o
momento de apresentação, o qual foi pedido ainda que cada um falasse um pouco sobre sua opinião acerca
da adolescência. Em seguida foi feito uma breve explanação sobre o assunto Sexualidade na adolescência,
dando ênfase para as principais mudanças que ocorrem nessa fase, bem como os principais transtornos que
acorrem. Depois, foi apresentado um pequeno vídeo sobre a puberdade, com posterior discussão. Em
seguida, iniciou-se o jogo “Mito ou verdade sobre sexualidade na adolescência” onde o grupo foi dividido
em dois grupos menores e cada um escolheu um representante, o qual em conjunto com sua equipe diria
após cada assertiva lida pelo coordenador da dinâmica se tal fato seria verdade ou mito. No final, aquele q
acertava cada questão tinha o direito de avançar casas construídas por uma escala e ganharia o prêmio final.
Por fim, na fase final os participantes foram questionados quanto a existência de dúvidas acerca do assunto,
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fazendo uma avaliação do momento e ainda foi oferecido um lanche aos participantes. RESULTADOS: Ações
como esta, destacam a importância da educação em saúde para a promoção de saúde e prevenção de
transtornos na adolescência, tais como gravidez na adolescência, uso de álcool e outras drogas, Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST’s), entre outras. Assim, a educação sobre sexualidade tem como missão,
por um lado, transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas
a tomarem consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos. Nesse
sentido, ressalta-se que esta atividade priorizou uma linguagem especialmente dirigida à faixa etária dos
adolescentes, buscando contemplar as dúvidas e curiosidades apresentadas pelos adolescentes, permitindo
maiores esclarecimentos durante as atividades, o que de uma forma geral auxilia no processo de
aprendizagem. É importante destacar que todos os esclarecimentos levaram em conta valores éticos,
atitudes, crenças religiosas e culturais de cada um, respeitando a sua individualidade. CONCLUSÃO: Com a
realização de atividades voltadas a educação em saúde sobre sexualidade, verificou-se a contribuição e a
importância social da abordagem dessa temática com adolescentes nas escolas, levantando questões que
permeiam as relações humanas, os fatores biológicos e as representações construídas ao longo da vida do
indivíduo, para que os alunos possam desenvolver e exercer suas sexualidades com prazer e
responsabilidade.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UM CAMINHO DE MUDANÇA NA ATUAÇÃO DO TÉCNICO EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Roberta Diniz Nogueira Ribeiro, Francilete Viana Gomes, Cândido Sampaio de Castro Neto
INTRODUÇÃO: O Sistema Único de Saúde, como política do Estado, apresenta avanços históricos com a
descentralização e a municipalização de ações e serviços, visando à melhoria e a ampliação da atenção à
saúde da população e da vigilância em saúde. No Ceará ocorreu um decréscimo das doenças
infectocontagiosas, principalmente das imunopreveníveis e, por outro lado, houve um aumento das
doenças crônicas e degenerativas decorrentes do envelhecimento da população e aquelas relacionadas à
violência. Dentro desse contexto de avanços institucionais, o Estado tem vários outros desafios, como uma
elevada incidência de doenças emergentes e reemergentes, cujos determinantes são, predominantemente,
socioeconômicos e ambientais, e para que aja um efetivo e eficaz trabalho de controle e combate ao
quadro, que ora se apresenta, é fundamental que ações de Vigilância em Saúde continuem a serem
fortalecidas, como estratégias para o enfrentamento a estes desafios. OBJETIVOS: Relatar a experiência dos
alunos do curso Técnico em Vigilância em Saúde, na unidade didática de Educação e Comunicação em
Saúde, executado pela Escola de Saúde Pública do Ceará que tem por objetivo compreender a importância
do processo de comunicação e seus novos paradigmas e tecnologias para a eficácia das ações em educação
e saúde. MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência das atividades práticas da unidade Educação e
Comunicação em Saúde do curso Técnico em Vigilância em Saúde. Tais práticas aconteceram nos municípios
da 7ª e 8ª Regiões de Saúde do Ceará, com 85 alunos, distribuídos nos municípios das regiões de acordo
com o local que residem e, foram executadas em 2015.1. A metodologia utilizada foi a da problematização
favorecendo o desenvolvimento de uma visão crítica sobre a situação da saúde de cada município.
RESULTADOS: Observamos a efetiva participação da população, principalmente nas atividades relacionadas
ao combate a Dengue. Deve-se, ressaltar colaboração dos gestores que possibilitou a execução das
atividades planejadas, além de favorecer e dar uma maior visibilidade, mostrando a importância e os
benefícios que um município poderá ter com o trabalho de um técnico em vigilância em saúde. Observamos
ainda que os alunos passaram a conhecer e compreender a complexidade e amplitude das ações da
Vigilância, possibilitando o desenvolvimento de uma atitude ética, cidadã e com uma visão ampliada sobre a
prática da profissão. ANÁLISE CRÍTIVA: O curso desenvolve suas atividades através da metodologia
problematizadora, oportunizando a produção do conhecimento a partir de questões reflexivas e com
elementos locais onde o aluno pode desenvolver todo o seu conhecimento tendo como situação base uma
questão real de seu cotidiano. Essa forma de desenvolver a formação oportuniza a partilha de experiências
bem como aumenta as possíveis hipóteses de solução do problema. Conforme Davini (1989), a
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problematização permite integrar três elementos fundamentais da aprendizagem, quais sejam: saber
conhecer, o saber ser e conviver e o saber fazer. Consequentemente, ao se gerar uma reflexão sobre os
problemas de sua prática mobiliza-se, também, no aluno sua socioafetividade, pois a análise de problemas
inclui, necessariamente, deparar-se com a possibilidade de êxitos e limites de sua prática. Assim sendo o
aluno tem oportunidade de perceber os obstáculos e as limitações em sua prática, através da
problematização da mesma, havendo assim uma ruptura necessária ao equilíbrio, fazendo com que o
próprio aluno busque as explicações e os comportamentos diferentes e transforme a sua prática, fazendo-a
avançar para além da repetição. CONCLUSÃO: Entendendo a Vigilância em Saúde como um importante
instrumento de saúde pública que tem como objetivo a análise permanente da situação de saúde da
população, a organização e execução de práticas de saúde para o enfrentamento dos problemas de saúde
existentes num território definido. Onde, segundo Paim, 2003, tem como principais características a
intervenção em problemas que requerem atenção e acompanhamento contínuos, adoção do conceito de
risco, articulação entre as ações de promoção, prevenção, cura, reabilitação, e atuação intersetorial. Pode
ser ferramenta de enfrentamento de problemas e necessidades selecionadas, combinando saberes e
tecnologias de diferentes campos de ação. Entendemos também que é a partir desse cenário que a
formação do técnico em Vigilância em Saúde contribui no alcance de mudanças significativas na saúde do
Ceará.
EDUCAÇAO PERMANENTE EM SAÚDE: O DIÁLOGO DO BEM FAZER, DO BEM CONVIVER E DO SENTIR-SE BEM
Elisângela Alves Barros de Sousa, Erivanda de Sousa Cavalcante de Lima, Sandra Ferreira Monteiro,
Aurineide Rocha da Silva, Camila Mascarenhas Moreira, Geanne Maria Costa Torres, Inês Dolores Teles
Figueiredo, Jose Auricélio Bernardo Cândido
INTRODUÇÃO: busca-se um novo modelo de atuação em saúde que não se limite a medicina curativa
tradicional, mas que direcione para outras formas de atuação que consiga interferir, positivamente, na
dinâmica social das populações (MAGALHÃES, 2011). No entanto, os profissionais de vêm enfrentando
reflexões críticas na formação do pessoal de saúde com o intuito de introduzir inovações pedagógicas no
processo ensino-aprendizagem, redefinindo suas práticas cotidianas (BRASIL, 2016). A proposta desse
estudo é resgatar a Pratica de EPS na atenção básica, reconhecendo o seu valor para a qualificação dos
processos de trabalho que se encontram padronizados. Os profissionais que atuam na atenção básica
devem abrir caminhos que provoquem mudanças no modo de atuar na saúde da população (OROFINO,
2011). OBJETIVO: relatar a experiência dos Agentes Comunitários de Saúde do Curso Técnico de Agente
Comunitário de Saúde (CTACS), ofertado pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), diante da prática
de EPS baseado na vivência problematizadora centrado em três níveis de diálogo: o diálogo do bem fazer,
do bem conviver e do sentir-se bem. DESCRIÇÃO: tecendo diálogos é uma estratégia metodológica
fundamentada na EPS. Segue-se aos princípios da educação popular de Paulo Freire, mas agrega a
contribuição de novos autores para fazer frente aos desafios do atual cenário social, cultural e político da
saúde pública no Brasil. A proposta metodológica, para etapa formativa III do CTACS, segue as diretrizes da
PNAB/2012. Utilizam-se técnicas de facilitação da expressão oral, debates e dinâmicas de descontração e
integração de grupo, tais como: confecção de painéis, vídeos, dramatizações, músicas, poesias, vivências
com o propósito de mobilizar a positividade e o ânimo do grupo. A experiência foi realizada na ESF na UBASF
do Distrito de Cajueiro da Malhada em Horizonte-CE, no dia 14 de junho de 2016. Os ACS facilitaram o
aprendizado por meio da relação dialógica e reflexiva. Participaram um enfermeiro, duas técnicas de
enfermagem, quatro ACS, uma auxiliar de dentista e o gerente do posto de saúde. Iniciou-se o tecendo
diálogos com um rito de descontração e sensibilização para favorecer um ambiente informal, agradável e
acolhedor. Realizou-se a leitura compartilhada de um texto para apresentar o tema a ser trabalhado. Após a
leitura, fez-se uma roda de diálogo direcionada por uma frase de cada participante, de acordo com seu
conhecimento adquirido. Os recursos utilizados foram: músicas, vídeos, painéis. Utilizou-se um tempo de 3
horas para a realização da experiência. Ao final cada participante completou o mote: “após este estudo, eu
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sinto que”..., as respostas foram colocadas em tarjetas e fixadas em painel e compartilhado com grupo.
Finalizou-se o encontro com um momento ecumênico. RESULTADOS: Os participantes demonstraram boa
aceitação da metodologia utilizada, ressaltando a necessidade de outros momentos com essas práticas.
Percebeu-se que os mesmos saíram da condição de espectadores para protagonistas, abrindo espaços para
o diálogo, a participação, e a interação entre os agentes sociais. Outro ponto destacado foi de sentirem-se
mais preparados para ouvir e entender os problemas do outro. O momento permitiu que alguns problemas
de convivência que incomodavam a equipe fossem pronunciados, de forma dialógica, harmoniosa.
CONCLUSÃO: trabalhar com a EPS proporciona um maior aprendizado, um crescimento e uma maior
ampliação sobre a visão do cuidar, apontando para novos caminhos para a instauração de uma educação
emancipadora dos agentes envolvidos. No cotidiano pouco se dialoga sobre assuntos pertinentes ao
trabalho. A dinâmica conferida e a reflexão provocada propiciaram um ambiente de diálogo extremamente
rico. Ter um momento reservado para expressar as opiniões na convivência do grupo, exercitando e
incentivando o diálogo, possibilita preencher o vazio de um cotidiano que não permite uma reflexão e uma
qualificação do trabalho. RECOMENDAÇÕES: diante da experiência vivenciada, recomenda-se que seja
substituído o processo de educação em saúde tradicional, abrindo espaços às práticas emancipatórias que
contribuem para um repensar criticamente sobre formas de atuar e agir no cotidiano de trabalho dos
profissionais; e seja potencializada a EPS na ESF e comunidade, a fim de promover a autonomia e permitir
uma análise do processo de trabalho a partir das vivências do cotidiano.
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: PROBLEMATIZANDO O MÉTODO MÃE CANGURU
Amanda Akemi Ribeiro Naka, Maria Alana Duarte Marinho, Denise Lima Nogueira, Ana Jéssica da Silva,
Renata Soares Morais, Vanessa Mesquita Ramos, Ana Kamila Teófilo Gomes Bezerra, Renides Brasil de Lima
INTRODUÇÃO: A realização do Método Canguru na Enfermaria Mãe Canguru da Santa Casa de Misericórdia
de Sobral (SCMS) teve início em março de 2016 com a inserção dos residentes da Residência
Multiprofissional em Neonatologia. O método já era preconizado pela instituição, uma vez que a mesma é
Hospital Amigo da Criança, no entanto não era devidamente executado. O estudo se justificou pela
evidência da necessidade de qualificar os profissionais quanto à execução do método mãe canguru no
referido Hospital de Ensino. OBJETIVO: Descrever atividade de educação permanente desenvolvida em um
hospital amigo da criança e relatar aplicação do método do Arco de Charles Maguerez no momento de
Educação Permanente em Saúde. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência
realizado na maternidade Sant’Ana da SCMS em maio de 2016. Os participantes foram técnicas de
enfermagem que atuam na enfermaria mãe canguru e nas enfermarias de alojamento conjunto do setor. O
momento foi realizado com base do Arco de Charles Maguerez que de acordo com Berbel (2004) é dividido
em cinco etapas, a saber: a primeira etapa consiste na observação da realidade, na segunda busca-se
identificar os pontos-chave do problema, a terceira é reconhecida como metodologia da problematização,
na quarta há a proposição de hipóteses e soluções e, na quinta e última etapa, a aplicação à realidade.
RESULTADOS: Inicialmente buscou-se observar a realidade vivenciada pelas técnicas de enfermagem no
cuidado às mães e crianças internadas. Em seguida fez-se o levantamento dos problemas onde, de acordo
com a segunda fase do método, o grupo pontuou: falta de tempo, sobrecarga de trabalho, deficiência de
informações sobre o método canguru, ausência de capacitação e atualização; dificuldade dos profissionais
da equipe quanto à continuidade da adesão ao método depois de saída dos residentes para outro setor.
Posteriormente realizou-se a teorização, onde, de acordo com as discussões levantas a partir dos pontoschave, fez-se uma explanação sobre o método canguru, seus benefícios e vantagens, assim como posições
corretas do bebê de acordo com a idade e a importância do estímulo às mães para sua realização. Na etapa
seguinte, as participantes propuseram hipóteses de solução para os problemas elencados, dos quais se pode
citar: capacitação sobre o método e os protocolos da instituição; estabelecer um profissional por turno para
colocar o método em prática nas enfermarias; mais momentos de educação permanente em saúde; suporte
dos residentes inseridos no setor. A etapa seguinte se deu a partir do empoderamento dos profissionais
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sobre a temática que gerou um estímulo para desenvolver o método. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pôde-se, por
meio da aplicação do Arco de Charles Maguerez na atividade de educação permanente, identificar
fragilidades no serviço e traçar estratégias de superação das mesmas. A aplicação do método constituiu-se
como favorável por possuir fases que conduzem para a reflexão sobre a realidade vivenciada, identificar os
problemas e incitar a busca por soluções que podem ser acordadas entre os profissionais. Caracteriza-se,
portanto, como positivo e capaz de efetivar as atividades de educação permanente e qualificar o cuidado
prestado à criança de baixo peso.
ESTÁGIO DOCENTE EM UMA INSTITUIÇÃO PSIQUIÁTRICA: AMPLIANDO OLHARES E SABERES
Silvana Souza Ferreira Pacheco da Cunha, Christina César Praça Brasil, Edyr Marcelo Costa Hermeto
INTRODUÇÃO: O estágio em docência é parte integrante dos programas de pós-graduação Stricto Sensu,
uma vez que possibilita ao aluno vivenciar a articulação entre a teoria e a prática, sendo fundamental para a
construção da experiência docente. Este é um momento importante na formação do aluno, uma vez que tem
supervisão e oportunidade de realizar ações e reflexões acerca da desafiadora prática docente. Construir-se
docente é essencialmente provocante e acontece de forma contínua e ininterrupta. O estágio em docência,
portanto, proporciona ao aluno ensinar e aprender simultaneamente, abrindo um caminho que
continuamente será percorrido na experiência de “ser professor”. OBJETIVO: Relatar a minha experiência,
enquanto aluna do Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza, na realização do estágio
docente, demonstrando a importância desse momento para o meu processo de formação na vivência
docente. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O estágio em docência foi realizado no período de fevereiro a junho
de 2016, na disciplina de Estágio Supervisionado Hospitalar do curso de Terapia Ocupacional da Universidade
de Fortaleza, o que se realizou em um hospital psiquiátrico com os alunos do 8º semestre. O referido
hospital promove tratamento para pessoas em sofrimento psíquico e dependentes químicos. O meu
entrosamento com a turma foi muito bom e as trocas de experiências ampliaram o meu olhar sob a
perspectiva de educadora. Os alunos realizavam atividades com os pacientes semanalmente, as quais eram
previamente estabelecidas pelo professor, tais como: oficinas, grupos expressivos, leitura contos, entre
outras. Devido o hospital ter muitos dependentes químicos internados para realizar o processo de
desintoxicação e a minha formação acadêmica ser na área de Psicologia, foi-me solicitado ministrar aulas
relacionadas à dependência química e também acompanhar as supervisões após as atividades desenvolvidas
pelos alunos. Planos de aula e atividades foram desenvolvidos para contemplar os diversos aspectos
relacionados à dependência química. Utilizei metodologias como exposição dialogada, debates, dinâmicas de
grupos, rodas de conversa e estudos de caso, além de diversos recursos visuais, audiovisuais, exposição de
banners, cartilhas, entre outros. Durante as aulas relacionadas à dependência química procurei trazer, além
das questões teóricas, a minha experiência de 11 anos enquanto trabalhadora de um Centro de Atenção
Psicossocial – Álcool e outras Drogas (Caps-ad). Nesse contexto, também foi explorado o tratamento dentro
de uma perspectiva psicossocial para pessoas que fazem uso de álcool e drogas. Esses momentos sempre
foram trabalhados de forma a desencadear nos alunos um movimento reflexivo frente à complexidade do
tema. Discussões relativas à redução de danos, que é uma estratégia da política para pessoas que fazem uso
de álcool e drogas, também foram realizadas, propiciando ricos debates sobre a problemática. PRINCIPAIS
RESULTADOS: Muitos pacientes do hospital psiquiátrico estavam internados devido ao uso de álcool e drogas
e apresentaram ótimas respostas às intervenções dos alunos de Terapia Ocupacional pautadas nas
orientações e debates que eu, como mestranda e estagiária da disciplina em foco, desenvolvi com a turma.
Dessa forma, ficou evidenciado que as aulas que ministrei contribuíram para que os alunos ampliassem o
olhar para esses pacientes de maneira que os percebessem integralmente e pensassem em novas
abordagens que os ajudassem a lidar melhor com o uso de drogas ou até em estratégias de abstinência.
CONCLUSÃO: A realização do estágio em docência facilitou o contato mais próximo com os alunos,
aperfeiçoou a minha formação voltada ao ensino e ampliou a minha percepção sobre a importância das
discussões multiprofissionais. Nesse processo, procurei não só transmitir os conteúdos, mas sempre
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impulsioná-los para que os alunos se inquietassem frente à conjuntura sociopolítica em que se vive além
mobilizá-los para que desenvolvessem o olhar ampliado diante da complexidade que é a dependência
química e a saúde mental. Recomenda-se que estágios docentes sejam desenvolvidos em espaços de
cuidados, como estratégias de formação permanente, onde os saberes possam ser complementares e as
discussões ampliadas de forma significativa, o que é considerado de extrema relevância para a área de Saúde
Coletiva.
INCORPORAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Dean Carlos Nascimento de Moura, Jocélia Medeiros Ximenes, Rafael dos Santos da Silva, Manoel Ramos do
Nascimento, Mayara Carneiro Alves Pereira, Thallynne Rosendo da Costa
INTRODUÇÃO: As metodologias ativas se caracterizam por colocar o estudante no centro do processo de
ensino-aprendizagem, tornando-o construtor do seu próprio conhecimento por meio de um currículo que
agrega as diferentes disciplinas, permitindo que ele desenvolva um olhar amplo a cerca do ser humano, nas
suas relações com a sociedade e com o ambiente. Deste modo, o relato busca descrever a experiência de
um grupo de residentes em Saúde Coletiva, da segunda e terceira turma do Programa de Residência
Multiprofissional em Saúde, da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), enquanto sua atuação no
cenário de prática a 11ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRES), no município de Sobral/CE. Este serviço é
responsável pela prestação de apoio técnico para a implantação e desenvolvimento de projetos e
programas de saúde, supervisionando e acompanhando em parceria com os gestores municipais a execução
dessas ações. OBJETIVO: Contribuir através da utilização de metodologias ativas, como uma ferramenta
educacional, direcionando-a ao trabalho em saúde, no intuito de qualificar, fortalecer e disparar
transformações no que consiste ao processo de trabalho da Estratégia de Saúde da Família (ESF).DESCRIÇÃO
DA EXPERIÊNCIA: Os residentes passaram por um processo de formação em metodologias ativas para se
empoderarem de suas técnicas de ensino, através de reuniões de Educação Permanente junto aos
profissionais, dos grupos técnicos da 11ª CRES/Sobral. Após esse primeiro momento, foi definida uma
agenda que contemplasse os vinte e quatro municípios que compõe a Região de Saúde para serem
aplicadas oficinas de formação de multiplicadores com base no uso de metodologias ativas nos serviços de
saúde. As oficinas foram estruturadas em quatro encontros de oito horas. Foram reservadas oito horas para
estudo individual dos participantes e construção do portfólio, o que totalizou uma carga horária de 40
horas. Os sujeitos escolhidos para participar do processo de formação foram os trabalhadores da AB,
trabalhadores vinculados a Academia da Saúde, trabalhadores do NASF, coordenadores do NASF e
coordenadores de AB. Foram selecionados 12 profissionais para cada turma de formação por município. A
problematização foi utilizada como estratégia de ensino-aprendizagem, com o objetivo de motivar o
profissional de saúde a refletir sobre sua práxis, e buscar soluções para a realidade em que vive a fim de
transformá-las pela sua própria ação, ao mesmo tempo em que se transforma. De modo que, experiências
como esta relata, propõe novos desafios a Saúde Coletiva no que tange a melhor utilização dos recursos e
melhor capacitação dos profissionais da saúde. RESULTADOS: Reconhecendo que as bases regionais
representam unidades político-territoriais onde de ensino e serviços devem atuar juntos para a formulação
de estratégias para o ensino, crescimento da gestão setorial, qualificação da atenção em linhas de cuidado,
fortalecimento do controle social e intersetorialidade, o uso de ferramentas educacionais inovadoras
enquanto ferramenta de implementação de educação permanente, tendem a ser ricas possibilidades de
engrandecimento do serviço em saúde. CONCLUSÃO: A complexificação do processo de trabalho em saúde
e dos cenários onde o trabalhador de saúde exerce sua prática exige que o profissional tenha autonomia
para construir seu próprio conhecimento, ampliando seu campo de aprendizagem para desenvolver
competências na busca de novas ferramentas para aumentar a resolutividade da Atenção Básica. Desse
modo, a modalidade de treinamento em serviço qualifica os profissionais ao passo que a problematização
de sua vivência, possibilita a construção de novas práticas para a legitimação do Sistema Único de Saúde
(SUS), desenvolvendo sua autonomia e estimulando o surgimento de um profissional ativo.
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MELHORIA DA QUALIDADE EM SAÚDE E SEGURANÇA DO PACIENTE ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO
PERMANENTE EM SAÚDE
Milenna Alencar Brasil, Simone Grativol Marchon, Walter Vieira Mendes Júnior
A segurança do paciente tem sido tema amplamente discutido nos últimos anos, mundialmente, em razão
da ocorrência de eventos adversos à assistência à saúde, eventos esses entendidos como lesões ou danos
ocasionados durante a prestação do cuidado. A segurança do paciente pode ser conceituada como a
minimização do risco de danos desnecessários relacionados à assistência à saúde. Muitas iniciativas
internacionais vem buscando elaborar e apoiar ações para o cuidado seguro. No Brasil, em 2013, foi
instituído o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que tem, entre os seus objetivos, fomentar a
inclusão do tema segurança do paciente no ensino técnico, de graduação e pós-graduação na área da saúde.
Considerando esse objetivo, algumas instituições que já tinham experiência com a temática (Escola Nacional
de Saúde Pública Sérgio Arouca - Ensp, Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz e a Escola Nacional de Saúde
Pública da Universidade Nova de Lisboa-Ensp/UNL), juntamente com o Ministério da Saúde, lançaram o
Curso Internacional de Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente, com mil vagas para profissionais
indicados por hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), distribuídas em todos os estados do
Brasil e ainda vagas para Portugal. O curso teve como objetivo proporcionar o desenvolvimento de
competências e conhecimentos científicos sobre as questões da qualidade e da segurança do paciente na
prestação de cuidados de saúde, para tornar o cuidado em saúde mais seguro. Tratou-se de um curso de
especialização, com carga horária total de 408 horas, por meio da modalidade de ensino a distância, com
três momentos presenciais. Importante citar que foram selecionados quatro profissionais de cada hospital
para fortalecer o trabalho em equipe. Iniciou-se em Setembro de 2014, sendo concluído entre outubro e
novembro de 2015. Toda a proposta político-pedagógica se baseou na aprendizagem significativa,
considerando educandos e tutores como agentes ativos do processo, através do desenvolvimento da
reflexão dos sujeitos para a realidade social. Para tanto, foi criada uma comunidade virtual de
aprendizagem, na qual os participantes realizaram as atividades individuais e coletivas que abordavam
diversificados assuntos relacionados às temáticas de qualidade e segurança do paciente, compartilhando
entre eles conhecimentos e práticas, contribuindo para aprendizagem coletiva. As atividades requeriam do
aluno análise da sua vivência/contexto no espaço de trabalho, a busca pelas evidências científicas para
construção do novo significado sobre a temática, buscando a transformação da realidade. O produto final
do curso foi um projeto de intervenção com estratégias para implantação e/ou implementação do Plano de
Segurança do Paciente para as unidades hospitalares, possibilitando fortalecer as práticas de segurança no
cuidado de saúde. Dos 1001 inscritos no curso, 1,5% não iniciou o curso. Dos 986 que iniciaram o curso,
houve evasão (abandono e desistência) de 8,5%, e cerca de 91% dos participantes concluíram o curso. Os
motivos de desistência foram variados, sobressaindo-se problemas pessoais e familiares. A avaliação do
curso (on-line) foi respondida por 565 participantes (educandos), apontando que, o curso despertou
interesse e motivação em 99,4% deles; 82,1% referiram que houve mudança no seu local de trabalho a
partir de conhecimentos adquirido no curso e; o curso alterou a perspectiva em relação à segurança do
paciente de 91,5% dos participantes. Desse modo, considera-se que o curso foi uma estratégia fundamental
para fortalecimento da disseminação da cultura de segurança do paciente nas instituições de saúde, a partir
do conhecimento dos profissionais sobre a base conceitual da segurança e qualidade para reflexão das
práticas cotidianas e ações de transformação das mesmas. Vale ressaltar que outras edições do curso
deverão ser realizadas para alcançar todas as unidades de saúde, construindo/fortalecendo a cultura de
segurança e consequentemente, melhorando as práticas do cuidado de saúde e tornando a assistência cada
vez mais segura no contexto do Sistema Único de Saúde.
PRÁTICAS DE MONITORIA E A INFLUÊNCIA NA PREPARAÇÃO DO ALUNO PARA A ASSISTÊNCIA INTEGRAL À
SAÚDE DA MULHER: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
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Uly Reis Ferreira, Maria Evilene Macena de Sousa, Ana Cileia Pinto Teixeira Henriques
INTRODUÇÃO: Defende-se que a formação do graduando em enfermagem deve ter ênfase nos princípios
doutrinários que regem o Sistema Único de saúde (SUS), a fim de garantir que estes sejam cumpridos nas
práticas assistenciais, em especial, o princípio da integralidade (ARAUJO et al, 2012). Visando o
protagonismo do cuidar e a inserção do discente em unidades de saúde no campo prático do SUS, buscou-se
como método de ensino a simulação por meio de modelos inseridos em cenários clínicos próximos aos reais
organizados em laboratório. Batista e Otília (2011) afirmam que esse processo de inserção do aluno
possibilita a educação permanente através da articulação entre as instituições contribuindo para uma
formação qualificada para o SUS. Como importante ator contribuinte neste processo, surge a figura do
monitor, sendo a monitoria oportunidade para o estudante desenvolver habilidades inerentes à docência,
contribuindo com o processo de ensino-aprendizagem dos alunos monitorados (ASSIS et al, 2006).
OBJETIVO DA EXPERIÊNCIA: Relatar as práticas de monitoria e a influência na preparação do aluno para a
assistência integral a saúde da mulher. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A disciplina na qual se desenvolvem as
atividades de monitoria descritas neste relato de experiência é denominada Processo de Cuidar em Saúde da
Mulher e tem como objetivo geral o desenvolvimento de competências e habilidades cognitivas, afetivas e
psicomotoras do aluno para desempenhar a assistência de enfermagem na prevenção de doenças,
promoção e recuperação da saúde da mulher nas diferentes fases da vida. Entre as diversas atividades
propostas ao monitor, descreve-se em especial a participação em aulas práticas, em atuação conjunta com o
professor-orientador por meio de assistência na atuação dos alunos no laboratório. Buscando garantir um
ambiente mais próximo da assistência prestada nos campos práticos do SUS, sendo para este fim,
desenvolvidas três aulas teórico-práticas, a saber: Consulta de Enfermagem Ginecológica, Assistência ao PréNatal de Risco Habitual e Assistência de Enfermagem ao Trabalho de Parto. As monitoras preparam o
ambiente de simulação clínica, organizando todos os recursos necessários para atuação na aula, assim como
participam da simulação clínica atuando como pacientes, apresentando situações pertinentes a usuários do
SUS, sendo os discentes convidados a exercerem o papel de enfermeiro, realizando procedimentos
específicos durante a simulação, considerando aspectos cognitivos, psicomotores e principalmente, afetivos.
As atividades relatadas ocorreram durante o segundo semestre de 2015 e primeiro semestre de 2016.
PRINCIPAIS RESULTADOS: Consideram-se nesta experiência como ações centrais do monitor para
contribuição no processo ensino-aprendizagem do aluno em formação para atuação no SUS a preparação
dos cenários clínicos e atuação como pacientes em atendimento nas simulações. Durante as simulações
práticas, percebe-se a evolução e o desenvolvimento dos alunos, assim como o amadurecimento dos
mesmos frente a uma situação real proporcionando aprendizagem e identificação de deficiências. A
simulação prática demanda do aluno a resolução de situações reais, diligenciando procedimentos específicos
referente ao processo saúde-doença que envolve a mulher no ciclo vital, buscando oportunizar um olhar
integral necessário ao profissional do SUS, que deve compreender o cuidado à mulher de forma holística
contemplando ações de promoção, proteção, assistência e recuperação da saúde. Oliveira, Prado e Kempfer
(2014), os quais advogam que a simulação clínica tem se mostrado efetiva quando comparado com outras
técnicas, fazendo com que os alunos da graduação reflitam quanto à realização do cuidado utilizando
práticas baseadas em evidências nas consultas de enfermagem. CONCLUSÃO: Destaca-se a importância da
simulação prática para o aluno em formação, estimulando os mesmos a terem um posicionamento ético e
um olhar holístico ao cliente. Participar ativamente deste processo enquanto monitoras, tornou-se uma
oportunidade ímpar para o desenvolvimento e capacitação de futuras enfermeiras e docentes.
RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE COLETIVA: Recomenda-se a inserção de novas práticas que fomentem a
inserção prévia dos alunos em contextos simulados, que busquem prepará-los para os contextos reais de
prática, em busca da qualificação do cuidado e da melhoria das relações entre o profissional e usuário.
PROJETO SAÚDE PARA SAÚDE
90
Vânia Maria Araújo Loureiro, Fabíola Silva de Castro, Márcia Araújo de Oliveira Pereira, Karolina Rebouças
Aguiar, Vanessa Saraiva Santos, Eline Saraiva Silveira Araújo
Segundo, Assunção 2014, as transformações sociais, tecnológicas e econômicas advindas do modelo de
produção capitalista, adotado mundialmente, se faz presente também no setor saúde. A população, agora
com mais acesso a informação, reivindica o direito a saúde, enquanto dever do Estado, o avanço tecnológico
disponibiliza instrumentos de diagnóstico e tratamentos cada vez mais caros, nesse contexto a frase de Luiz
Cappi, registrada na revista cobertura maio de 2008: A saúde não tem preço, mas tem custo, torna-se mais
real. Para reduzir custos, igual aos demais setores produtivos, os trabalhadores são submetidos à
organização e condições de trabalho desfavoráveis, com pouca autonomia, relações trabalhistas cada vez
mais flexibilizadas e sem estabilidade. O trabalhador da saúde, por vezes, parece ser encarado pelas políticas
de recursos humanos como meros instrumentos, para execução dos serviços, deixando de percebê-los com
cidadãos e cidadãs que podem ter a saúde e a vida alterada pelas condições de trabalho. Essa invisibilidade
pode também ter reflexo direto sobre a qualidade do serviço e a segurança do paciente. Nessa conjuntura
global, que afeta também o nível local, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - CEREST Regional
Fortaleza formata em 2013 uma relevante proposta a ser desenvolvida com a participação efetiva dos
trabalhadores das Unidades de Atenção Primária em Saúde (UAPS). O Projeto Saúde para Saúde, baseado
nas diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do SUS, objetiva integrar os
trabalhadores da saúde fomentando o empoderamento destes, para as questões de promoção da melhoria
das próprias condições de saúde e de trabalho, por meio do conhecimento e enfrentamento dos aspectos
gerais e específicos dos ambientes e organização dos processos, que possam propiciar a ocorrência de
agravos à saúde. O público-alvo desse experimento são todos os trabalhadores, independente do vínculo,
lotados nas UAPS onde está sendo implantado um novo modelo de organização dos serviços sob a
consultoria de um renomado pesquisador, e na UAPS Waldemar de Alcântara, por está vivenciando a
experiência de integração da Vigilância e Assistência no território. O processo metodológico é dividido em
cinco etapas. A primeira consiste na apresentação do projeto à coordenação da UAPS, para consentimento e
agendamento das demais. Na segunda, é realizada, in loco, uma ação de Vigilância em Saúde do Trabalhador
pelos técnicos do CEREST buscando identificar os riscos presentes nos ambientes de trabalho, gerando um
relatório técnico, que é encaminhado à coordenação, para conhecimento e providências cabíveis,
acompanhado de uma proposta de indicação de equipamentos de proteção individual (EPI) por
procedimentos. Na terceira é realizado um momento de educação permanente com discussão sobre as
condições de trabalho, e táticas para enfrentamento, onde é sugerida a formação de uma comissão interna
de saúde e segurança do trabalhador. O produto dessa etapa é a elaboração coletiva dos mapas de risco
setoriais, que posteriormente são validados com o apoio técnico dos profissionais do CEREST e impressos. A
implantação da Comissão não é considerada um produto dessa etapa, pois sua efetivação vai depender do
grau de empoderamento e organização dos trabalhadores. No último momento os mapas são entregues e
afixados em cada setor. O resultado alcançado nesse experimento até o presente momento não é o
idealizado, talvez pela dificuldade do trabalhador da saúde se perceber, enquanto vulnerável aos
adoecimentos relacionados ao trabalho ou pelo sentimento ético e humanístico de cuidar do outro,
principalmente num período cheio de demandas epidemiológicas urgentes e grandes eventos sediados pelo
município ou ainda pela insegurança gerada pela precarização dos vínculos trabalhistas. Porém ressalta-se
como resultados positivos: os momentos de discussão coletiva, a elaboração dos mapas de risco em
quatorze UAPS, a elaboração, por parte do CEREST, da proposta de indicação do EPI a ser utilizado por
procedimento, a integração do Projeto Cirandas de Escuta e Cuidado ao Trabalhador da Saúde na UAPS
Waldemar de Alcântara e por fim o lançamento da semente da Saúde do Trabalhador do SUS no município
de Fortaleza. Esperamos que em breve a Saúde Coletiva de fato priorize a área de saúde dos trabalhadores
da saúde, pois esse cuidado é um dos caminhos necessários para a segurança do paciente e fortalecimento
do SUS.
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR NO
CEARÁ
91
Lígia Darc de Souza Oliveira, Monaliza Pessoa de Oliveira, Lidyane Kelly Lima Torres, Luciana Rocha Lopes da
Costa, Denise Coelho de Souza, Antônia Taciana Ribeiro de Lima, Maria de Fátima Façanha Elias Reis,
Leonardo Barbosa Rolim
INTRODUÇÃO: A análise das relações de produção, ambiente e saúde requer um aprofundamento na
discussão das repercussões do modelo de desenvolvimento expresso na implantação de processos
produtivos que impactam na saúde humana, assumindo papel importante na determinação do processo
saúde-doença das populações, transformando os modos de vida e de trabalho das comunidades, além de
levar à progressiva degradação dos ecossistemas. Observa-se que a carga de danos ambientais atinge
preferencialmente populações vulnerabilizadas que moram nas periferias das grandes cidades, grupos
étnicos, negros, pobres, trabalhadores de baixa renda, configurando situações de conflito e injustiça
ambiental. No contexto do capitalismo avançado, esses problemas tomam uma dimensão ainda maior,
tendo em vista o acelerado processo de desenvolvimento em curso no estado do Ceará, que tem
possibilitado a partir de financiamentos oriundos dos bancos públicos e com base em incentivos fiscais e na
oferta de vantagens locacionais como a garantia de solo barato, água e energia, por exemplo, atrair
investimentos nos mais diferentes setores da economia - o agronegócio; a aquicultura, particularmente a
carcinicultura; o turismo; o setor imobiliário, e variados ramos de atividade industrial - siderúrgico, químico,
metal-mecânico, alimentos, calçados, confecções, dentre outros. As repercussões sobre a saúde, o trabalho
e o ambiente gerados pelos projetos de desenvolvimento no território trazem desafios importantes para o
Sistema Único de Saúde no Ceará, particularmente no que diz respeito à saúde dos trabalhadores e
trabalhadoras, requerendo que a Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) esteja
organizada para exercer tanto as ações de assistência como de prevenção, promoção e vigilância da saúde.
Com o intuito de contribuir para o fortalecimento da RENAST, pensou-se na implementação de um curso
com módulos de protocolos de atendimento ao trabalhador nas diversas causas de agravos decorrentes do
trabalho, o Curso de Aperfeiçoamento em Atenção Saúde do Trabalhador buscou, a partir da adoção de
metodologias dialógicas e problematizadoras, promoverem aos participantes contextos de ensinoaprendizagem que parta da sua realidade e dos desafios que se apresentam no cotidiano, aperfeiçoando
sua atuação crítica para transformar sua prática profissional. OBJETIVO: Capacitar profissionais de saúde
para atuar na Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador tendo como referência os aportes legais,
conceituais e metodológicos do campo das relações Produção-Trabalho, Ambiente e Saúde no Território e
atualizar técnicos da Rede Sentinela em Saúde do Trabalhador do Estado do Ceará para a Atenção Integral e
de qualidade nos agravos de notificação compulsória em Unidades Sentinelas. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA:
O curso aconteceu desde maio de 2013 com término dos módulos em setembro de 2014, e teve como
objetivo primordial capacitar os técnicos da Rede Sentinela em Saúde do Trabalhador do Estado do Ceará
para a Atenção Integral e de qualidade nos agravos de notificação compulsória em Unidades Sentinelas
LNCS: acidente com exposição a material biológico relacionado ao trabalho; acidente de trabalho com
mutilações; acidente de trabalho em crianças e adolescentes; acidente de trabalho fatal; câncer relacionado
ao trabalho; pneumoconioses relacionadas ao trabalho e transtornos mentais relacionados ao trabalho e
nos agravos de notificação compulsória (universal): intoxicações exógenas (por substâncias químicas,
incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados). O curso utilizou como estratégias de ensinoaprendizagem: exposições dialogadas, estudo de caso, estudos dirigidos e trabalhos em grupo, oficina,
debates, vivências grupais, textos e artigos cujos temas e conteúdos serão abordados a partir da
problematização da realidade vivenciada pelos participantes. RESULTADOS: Os resultados desse curso foram
490 aprovados e capacitados para realizar o nexo causal dos agravos e a saúde do trabalhador nas cinco
cidades com os sete protocolos de agravos. CONCLUSÃO: De forma específica, o curso pretendeu
sensibilizar e qualificar os profissionais de cada setor e dos agravos existentes; fazer com que estes
conheçam os protocolos específicos a cada tipo de doenças ou agravo a saúde do trabalhador e sensibilizálos para mudança de conduta relacionada à notificação.
92
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE E EDUCAÇÃO PERMANENTE: TRANSFORMAÇÃO E
CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO NO TRABALHO EM SAÚDE
Francisca Maira Silva de Sousa, Talyta Alves Chaves Lima, Verineida Sousa Lima
INTRODUÇÃO: No cenário onde o SUS traz uma nova concepção de saúde que supera o modelo tradicional,
e a atenção em saúde é constituída por equipes multiprofissionais que devem atuar de forma
interdisciplinar, observa-se a necessidade de uma formação profissional que supere o modelo hegemônico e
estejam alinhadas as necessidades atuais. Para tanto, surge a Residência multiprofissional a qual vem com o
intuito de formar profissionais com uma visão holística, integrada e articulada, utilizando muitos
instrumentos importantes, sendo a Educação Permanente como um recurso essencial. OBJETIVOS: Relatar
experiências em educação permanente, vivenciadas durante a residência multiprofissional em saúde em
Quixadá-CE. Assim como, identificar os espaços de educação permanente proporcionados pela residência e
descrever vivências de educação permanente no ato do trabalho em saúde. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A
residência teve início em maio de 2013 e encerrou em maio de 2015, em tempo integral, com carga horária
semanal de 60 horas, totalizando 5.760 horas. Os cenários das atividades de aprendizagem pelo trabalho
(prática) dizem respeito aos equipamentos e dispositivos da Rede de Atenção em Saúde, que no caso onde
atuei como psicóloga foram o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) que permaneci durante os dois
anos, no segundo ano além deste, fiz parte do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS Geral), Centro de
Referência da Assistência Social (CRAS) e de um Hospital Maternidade. A Residência torna-se espaço de
educação permanente proporcionando momentos onde o foco está interligado a aprendizagem pelo
trabalho (prática), aprendizagem teórico-prática e aprendizagem teórico-conceitual. As atividades de
aprendizagens teórico-práticas foram espaços dialógicos e de problematização do território de atuação,
compostas pelas rodas de campo e roda de núcleo que ocorriam uma vez por semana cada. A roda de
campo era composta pela equipe multiprofissional, onde discutíamos textos e interligávamos com nossa
prática profissional, aprofundando e compartilhando as experiências vividas enquanto equipe
multiprofissional. Enquanto a roda de núcleo era um espaço de diálogo na dimensão do núcleo profissional.
Facilitada pelo preceptor de núcleo e com a participação dos profissionais residentes da categoria
profissional, no meu caso eram com psicólogas onde discutíamos textos e situações do dia a dia do serviço.
Na figura retrata um desses momentos de roda. PRINCIPAIS RESULTADOS: Com estas metodologias pode-se
perceber que mais que educação continuada à residência proporciona a educação permanente, pois de
acordo tendo em vista que nestes espaços compartilhávamos experiências, afetações, angústias,
inquietações da prática profissional, afetos e mudanças eram provocados pelos encontros. Deste modo
reforço a residência como um espaço contínuo de educação permanente por nos possibilitar de forma mais
flexível não deixar que o trabalho se torne algo enrijecido, pois constantemente somos colocados a pensar
sobre nossos modos de atuar, a olhar ao redor as possibilidades de alcançar os objetivos, superando os
obstáculos e garantindo uma assistência à saúde mais digna e efetiva. RECOMENDAÇÕES: Os resultados
obtidos demonstraram que os espaços e encontros fomentados pela residência, viabilizam momentos de
partilha de experiência no trabalho e sobre o trabalho, que podem provocar mudanças no modo de
perceber o trabalho e de atuar. Neste sentido, sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas com o fim de
trazer novos conhecimentos acerca das residências multiprofissionais e da educação permanente, uma vez
que a residência se constitui como um importante programa que visa à transformação do trabalho em
saúde por meio da formação pelo trabalho, e a educação permanente fazem parte deste processo.
TENDA DO CONTO: ARTE DE COMER ALIMENTOS DE VERDADE
Tatiane Oliveira Meira da Silva Melo
93
INTRODUÇÃO: A Promoção a Saúde pode ser definida com um processo que permite às pessoas adquirir
maior controle e emponderamento na sua própria saúde, sobre tudo nos seus determinantes, tendo em
vista a busca para melhorá-los. Para alguns pesquisadores a saúde é considerada uma dimensão essencial à
qualidade de vida, um recurso aplicado no dia a dia que se apoia em recursos sociais e pessoais. A
alimentação e nutrição são consideradas determinantes de saúde, estando elas estreitamente relacionadas
aos hábitos alimentares. O Brasil vem sofrendo fortes mudanças no sistema alimentar e alimentação do
brasileiro. Essas mudanças se manifestam tanto em termos qualitativos como quantitativos, estando a
população convergida para hábitos alimentares com elevada quantidade de alimentos processados, ricos em
sódio, gordura saturada e açúcares refinados, com baixa quantidade de alimentos naturais, de frutas,
verduras e legumes, associado a um estilo de vida reduzido em atividade física. Tradicionalmente, para a
maior parte da população brasileira, a alimentação era composta, basicamente, por cereais, tubérculos e
raízes, com pequena quantidade de alimentos de origem animal. A “tenda do conto” é um instrumento que
possibilita o trabalho em educação em saúde de forma não convencional, onde trabalhadores e usuários do
sistema único de saúde revelam atitudes que apontam aberturas para possibilidades de outros modos de
produção em saúde. OBJETIVOS: Compartilhar experiências pessoais com os alimentos para socializar e
sensibilizar práticas de hábitos alimentares saudáveis em grupo de trabalhadores da saúde pertencentes à
estratégia de saúde da família. MÉTODOS: Para realização da construção da Tenda do Conto: Arte de Comer
Alimentos de Verdade foi entregue com duas semanas de antecedência convites à equipe de saúde da
Unidade Básica de Saúde Dr José Leão. Numa tarde de sexta-feira calorosa a Tenda do Conto foi montada
para acolher as histórias pessoais dos funcionários da Unidade Básica de Saúde Dr José Leão com a
alimentação. Foi separada uma sala e nela foi exposta uma mesa contendo diversos tipos de alimentos:
frutas, hortaliças, vegetais, tubérculos e produtos alimentícios processados. Iniciou-se a atividade com uma
breve explanação, pela Nutricionista Residente, sobre as Práticas de Alimentação Saudável e metodologia da
Tenda do Conto, em seguida os participantes, voluntariamente, escolheram o alimento no qual ele sentia o
desejo de partilhar sua experiência e histórias familiares em um determinado momento de sua vida.
RESULTADOS: O principal resultado dessa dinâmica de educação em saúde foi às provocações geradas pela
escuta das narrações compartilhadas pelos participantes. Diante delas houve o surgimento de
questionamentos pessoais e coletivos e as comparações com os seus hábitos alimentares na infância e
adolescência, fazendo-os observar que os hábitos alimentares relatados eram melhores do que os da vida
adulta. E que a compra dos alimentos em sua forma fresca e natural, hábitos dos seus avós e pais, em sua
maioria feita em feiras livres e mercearias a granel deveria ser utilizado com uma maior frequência nos dias
atuais. Logo, tivemos falas afirmando que estariam repensando e modificando seus hábitos alimentares.
CONCLUSÃO: A construção desse momento permitiu uma escuta qualificada e provocações para mudanças
de hábitos alimentares, que apesar de serem profissionais da saúde seus hábitos de cuidado pessoal, com
alimentação e saúde, não são satisfatórios. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Fazem-se necessários outros momentos
como esse para os profissionais de saúde. Sendo eles um referencial para aos usuários do sistema único de
saúde, devem estar atentos aos seus hábitos alimentares e cuidados com sua saúde. Para assim trabalhar de
forma plena e satisfatória a promoção, prevenção e o cuidado com a população que estão sob seus
cuidados.
VER-SUS COMO DIVISOR DE ÁGUAS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
94
Crisângela Santos de Melo, Rayane Moreira de Alencar, Sumina Kayanni Alves de Lima, Ana Maria Machado
Borges, Marcus Brenno Ferreira da Silva, Maria Ludvania Romualdo Duarte, Pedro Paulo Rodrigues
INTRODUÇÃO: Em 2001 a Escola Estadual de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul, com apoio de
movimentos estudantis, lançou a proposta da criação de um projeto que estimulasse a formação de
profissionais comprometidos eticamente com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), e
que tivessem interesse em se tornar agentes políticos e sociais capazes de promover transformação na
sociedade. A partir daí, surgiram as Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS).
Em 2004 o projeto se tornou estratégia de educação permanente em saúde do Ministério da Saúde,
configurando-se VER-SUS/Brasil. A escolha em elaborar o relato de experiência se deu devido o VER-SUS ter
possibilitado a ampliação de diversos horizontes no âmbito da saúde pública local, sendo importante o
compartilhamento das experiências vivenciadas. OBJETIVO: Relatar a experiência de acadêmicos de
enfermagem sobre a importância do VER-SUS na formação acadêmica. MÉTODOS: Trata-se de um relato de
experiência de acadêmicos de enfermagem, advindo de um processo de vivências e reflexões durante o
VER-SUS, que ocorreu na região do Cariri, Ceará, entre os dias 21 julho e 04 de agosto de 2014, totalizando
15 dias de vivências. Durante os dias citados, os acadêmicos estiveram em imersão total na realidade do SUS
na região do Cariri, realizando visitas às diversas organizações públicas de saúde da localidade durante o
período da manhã e tarde, e participando de rodas de conversas com moderadores sobre temas relevantes
no período da noite. Participaram das vivências 15 acadêmicos de diversas áreas, além de membros da
comissão organizadora. RESULTADOS: Diversas instituições foram visitadas abrangendo uma coletividade de
áreas. Durante as visitas às organizações de saúde discutia-se sobre o funcionamento, os pontos positivos e
as dificuldades encontradas nas mesmas, questionando-se como se dava o atendimento a comunidade
neste contexto. Após este processo, em roda de conversa na unidade, o grupo dialogava com os
profissionais e responsáveis locais sobre o processo de gestão e principais atores sociais envolvidos. No
período da noite a participação de representantes de movimentos sociais, gestão e unidades de saúde
enriqueciam as rodas de conversas. Conhecer a realidade local bem como os desafios diários enfrentados
pela equipe mostrou-se algo novo. Poder observar o trabalho em equipe, o processo de planejamento e
administração de recursos físicos e humanos também ampliou o campo de conhecimento, visto que até
então a ideia de gestão se limitava a aulas teóricas. Ter durante a graduação a possibilidade de observar
discursos de usuários, trabalhadores e gestores sobre a gestão de saúde foi algo novo e ímpar para
formação, visto que estes serão os campos nos quais os futuros profissionais de saúde serão inseridos. O
VER-SUS possibilitou ainda a disseminação de conhecimento para o fortalecimento individual e
conscientização coletiva, reforçando a valorização da promoção da saúde como abordagem inicial em toda a
assistência prestada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A participação no VER-SUS possibilitou a aquisição de uma
gama de conhecimentos, complementando os saberes adquiridos durante a graduação. Conhecer as
experiências dos profissionais, observarem o processo de gestão bem como todas as dificuldades que o
cercam foi algo enriquecedor. A iniciativa do VER-SUS, aliada ao fortalecimento e ampliação dos processos
de mudança de graduação e da construção de novos compromissos entre as instituições de ensino, os
serviços e os movimentos sociais, pode vir a nortear novas práticas de saúde, contribuindo para inserção no
mercado de trabalho de profissionais que visem um atendimento pleno à população com enfoque na defesa
do SUS, estando cientes de todas as dificuldades encontradas, porém dispostos a atuarem de forma ativa
para melhoria do sistema.
VIGILÂNCIA À TUBERCULOSE: EDUCAÇÃO COMO UM PROCESSO DE TRABALHO
Nadja Maria Pereira de Deus Silva Rebouças, Sheila Maria Santiago Borges, Valderina Ramos
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Freire, Christiana Maria de Oliveira Nogueira, Patrícia Florenço Silva, Daniele Rocha Queiroz Lemos, Márcio
Henrique de Oliveira Garcia
INTRODUÇÃO: A tuberculose é considerada um problema de saúde pública mundial. O Brasil está entre os
22 países prioritários pela OMS que concentram 80% dos casos. No Estado do Ceará em 2015 de acordo
com Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), aproximadamente 20% de todos os casos de
tuberculose foram diagnosticados a nível hospitalar evidenciando uma falha na atenção básica na detecção
de casos precoces. Conforme recomendação do MS, o primeiro contato com o paciente diagnosticado
necessita ser feito de forma efetiva e holística pela equipe multiprofissional em qualquer nível de saúde.
Observou-se que no Hospital Geral Waldemar de Alcântara (HGWA) o diagnóstico de tuberculose é
constante nos vários setores. Diante do exposto foi realizada uma capacitação em Vigilância da Tuberculose
para os profissionais atuantes no hospital. Essa atividade fez parte do 2º módulo do Curso de Docência em
Vigilância e Ações de Controle da Tuberculose realizado na Escola de Saúde Pública em parceria com à área
técnica de Tuberculose do Estado, do NUVEP COPROM. OBJETIVOS: Descrever a estratégia de capacitação
da equipe multiprofissional atuante no HGWA em relação ao Manejo Clínico da tuberculose. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: Através do setor de Educação Permanente do Hospital Waldemar de Alcântara agendamos
três dias alternados nos turnos manhã e tarde com duração de 2h para cada período. O mesmo foi
divulgado no site do hospital e anexado nos flanelógrafos dos diversos setores. A presença no curso seria
certificado pelo hospital com carga horária de 10h complementadas com uma atividade de estudo de caso
para ser entregue posteriormente. O convite para a capacitação se estendeu para a equipe multiprofissional
que atuavam tanto internamente como no PAD que é um serviço de assistência domiciliar. A abordagem do
tema foi dividido em Vigilância Epidemiológica e Manejo Clínico da Doença, Tuberculose Droga Resistente e
Tratamento da Infecção latente e medidas de biossegurança. A metodologia do curso foi expositiva, com
metodologias ativas. RESULTADOS: O curso foi realizado no auditório do hospital relatado constando 10
horas de carga horária. Foi desenvolvido tanto no período da manhã quanto no período da tarde para
englobar a equipe multiprofissional dos dois turnos. No primeiro momento foi discutida a situação
epidemiológica da Tuberculose para a compreensão enquanto problema de saúde pública. Depois foi
explanado o manejo clínico da doença abordando o agente etiológico, a patogenicidade, os sinais e
sintomas, o diagnostico e o tratamento. No dia seguinte debatemos sobre a Tuberculose Droga Resistente e
a apresentação do Formulário de Referência e Contrarreferência para o Hospital terciário. Finalmente
abordado sobre a Infecção Latente da Tuberculose e o seu manejo diante da falta da prova tuberculínica e
as medidas de biossegurança. Conseguimos reunir uma equipe heterogênea composta por 8 enfermeiros, 9
técnicos de enfermagem, 4 fisioterapeutas, 2 fonoaudiólogas, 1 assistente social, 1 farmacêutica e 1
acadêmico de enfermagem. Dos 10 diferentes setores do hospital atingimos 50% dos mesmos com a
representação de 13 participantes que atuavam na clínica médica adulta, 7 na unidade de cuidados
especiais adulta , 2 na UTI pediátrica, 2 no ambulatório e no 2 PAD. Através das discussões observamos que
os conhecimentos foram absorvidos e que a problemática exposta sensibilizou os profissionais a um olhar
diferenciado àquele paciente. CONCLUSÃO: Apesar de ter tido uma presença heterogênea dos profissionais
não conseguimos um número satisfatório de participantes. A metodologia utilizada conseguiu envolver e
sensibilizar o grupo presente observada nas discussões e relatos vivenciados na rotina do serviço. O horário
do curso desfavoreceu alguns profissionais que devido à demanda do setor impossibilitou-o de fazer ou
concluir a capacitação. RECOMENDAÇÃO: Indica-se que a educação permanente faça parte da rotina do
serviço. Quando a capacitação for realizada no horário de trabalho um dimensionamento de profissionais
deve ser implementado para que o maior público seja atingido.
Eixo Temático: Participação e Controle Social no SUS
Modalidade: Pesquisa em saúde
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DESCRIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA E CANINA NA CIDADE DE ASSARÉ,
CEARÁ
Pedro Gustavo Oliveira de Carvalho, Rosane Silva Caldas, Maria Natália Alencar da Silva, Ana Aline Andrade
Martins, Ana Maria de Souza Vieira
INTRODUÇÃO: As leishmanioses são doenças parasitárias consideradas primariamente como uma zoonose
podendo acometer o homem, quando esta entra em contato com o ciclo de do parasita, a transmissão
acontece predominantemente através da picada de mosquitos flebotomíneos. A infecção engloba diferentes
tipos de doenças clínicas desde leishmaniose cutânea localizada até leishmaniose visceral, também
conhecida como calaza. A Leishmaniose visceral é uma doença predominantemente de pacientes
imunocompetentes, principalmente criança, tem uma ampla distribuição mundial, sendo endêmica em 65
países de quatro continentes, onde quinhentos mil novos casos ocorrem a cada ano. Nosso objetivo no
estudo é traçar o perfil epidemiológico sobre casos de leishmaniose visceral humana e canina, em Assaré,
Ceará. MATERIAIS E MÉTODOS: A pesquisa desenvolveu-se através da criação de um projeto de educação
em saúde, vinculado a atenção básica e ao centro laboratorial de diagnósticos. Tem um caráter transversal e
descritivo. As amostras pesquisadas correspondem ao período de junho 2013 a junho de 2016, utilizando-se
como base o banco de dados eletrônico do Laboratório de Análises Clínicas da Secretaria Municipal de
Saúde. RESULTADOS: Foram beneficiadas com o projeto as comunidades vinculadas a atenção básica
municipal, no total de 10 postos unidades de saúde, com palestras educativas e também veiculação de
comunicação comunitária. Houve um registro de casos suspeitos para LV, totalizando, 78 casos em humanos
e 158 casos em caninos, resultando um percentual de positividade em 6,4% em humanos, com uma
população de 0 a 82 anos de idade, sendo a parcela das crianças correspondente aos casos positivos,
acometendo ambos os sexos. Na LV canina 48,10% de amostras foram positivas, mostrando a disseminação
por animais domésticos servindo de reservatórios para parasitas. CONCLUSÃO: De acordo com os resultados
é possível concluir que os números de casos notificados da doença foram relativamente baixos, o que pode
provocar desvios ao traçar o perfil da LV no município. Dessa forma, tornam-se cada vez mais necessária a
implantação de políticas públicas de saúde eficazes as combinações de medidas como uma boa educação
em saúde e diagnóstico precoce são opções de escolha para eliminar das infecções. Mas, o que vem
dificultando a implantações de ações de controle, além do custo financeiro e das medidas técnicas, é a falta
de projetos, bem como a conscientização da sociedade sobre importância da notificação e eliminação da
doença.
Eixo Temático: Participação e Controle Social no SUS
Modalidade: Relato de experiência
A PARTICIPAÇÃO POPULAR DURANTE AS OFICINAS DE TERRITORIALIZAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Alinne Maria Araújo Amaral, Andressa Virgínia Mesquita Pinto, Yohanna Karisy Aragão Ferreira, Kelvia
Maria Oliveira Borges, Jocélia Medeiros Ximenes, Daruina da Silva Guilherme Martins
INTRODUÇÃO: A territorialização é uma ferramenta básica para trabalho da ESF. Está totalmente interligada
com os modos de ser comunidade; como esta comunidade vive e como os atores da mesma interagem com
os diversos modos de cultura inerentes aos processos grupais. Nessa sentindo, a participação popular nas
ações em saúde se faz de extrema necessidade para formular estratégias e ações que visem a contribuir
para exercer o direito da cidadania, fortalecendo o princípio de equidade, bem como os demais princípios
do SUS. Contribuindo para a melhora na qualidade dos serviços, além do mais, é de grande valia para o
reconhecimento da população de território. Facilitar para que os participantes levantassem os
problemas/desafios que visualizam na comunidade, assim também como as potencialidades existentes no
território. OBJETIVO: Descrever a experiência da participação popular durante oficinas de territorialização.
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METODOLOGIA: Estudo de abordagem descritiva e qualitativa, que advém de um relato de experiência de
residentes do Programa de Residências Multiprofissionais em Saúde, da Escola de Saúde Pública do Ceará
(CE), do núcleo de saúde da família. Fruto de um processo de vivências e reflexões críticas desenvolvidas ao
longo da territorialização, realizada como atividade para a construção do processo de trabalho, que ocorreu
no período de março a maio de 2015. Foram realizadas quatro oficinas: três oficinas de territorialização e
uma oficina de planejamento participativo, pois, viu-se a necessidade da presença maciça da comunidade
em seus diversos setores. Sendo uma oficina por dia, com 60 convidados para cada dia. Com o seguinte
público: líderes comunitários, profissionais de saúde, gestores, educadores, moradores antigos do território
e líderes religiosos. Foram utilizadas metodologias ativas, estimulando os convidados a participarem da
discussão, independente do nível de conhecimento sobre saúde e como reconhecimento do processo de
protagonismo para o debate. RESULTADOS: Tivemos como resultado das oficinas a falta de interesse da
participação popular em discutir sobre as dificuldades impostas no território, pois só compareceram 5% dos
convidados por dia de oficina. Também ficou claro que os mesmos não reconhecem as potencialidades
existentes no território, quando citam apenas dificuldades. Bem como, não se colocam como autores
participantes, quando citam apenas fragilidades da gestão, desacreditando no poder da participação
popular. No entanto, na última oficina, a de planejamento participativo, houve uma mobilização por parte
de todos os setores para a construção e participação para a mesma, onde foram elencadas as principais
temáticas de interessa da comunidade em relação aos processos de saúde. CONCLUSÃO: Percebemos que a
territorialização é, de fato, uma ferramenta indispensável para o conhecimento da Situação de Saúde, uma
vez que permite o levantamento de informações que só podem ser obtidas no processo de conhecimento
do território, onde também nos proporcionou uma aproximação com a realidade do território, de forma a
ser considerados na construção do processo de trabalho. Porém a participação popular, neste território
precisa ser trabalhada e reafirmada, para que essas pessoas se sintam responsáveis e participantes das
ações de saúde, de modo que possam valorizar as ações realizadas para o planejamento de saúde.
ATIVIDADE EM GRUPO EM SALA DE ESPERA: CONHECENDO OS DIREITOS DOS USUÁRIOS DE SAÚDE
Amanda de Freitas Brilhante, Lorenna Galdino de Farias, Emília Cristina Carvalho Rocha Caminha, Sílvia
Maria Gomes, Rayssa Matos Teixeira, Soraia Késsia de Araújo Silva, Lorena Carlos de Araújo Lima, Clarice
Mendes de Freitas
INTRODUÇÃO: A sala de espera consiste em um lugar onde os usuários aguardam atendimento pelos
profissionais de saúde. Pode ocorrer nos diversos cenários de atenção desde unidades básicas de saúde até
ambulatórios especializados em unidades hospitalares. Este espaço representa um cenário rico de produção
intersubjetiva em que as pessoas, ainda que muitas vezes não se conheçam, interagem e partilham suas
alegrias, angústias e experiências de vida, representando assim um território rico para promover ações de
educação em saúde. Sendo o acesso universal e sem custos aos serviços de saúde uma conquista ainda
recente no contexto brasileiro, é possível observar que grande parte dos usuários do Sistema Único de
Saúde (SUS) não conhece a fundo os seus direitos nesse campo. Conhecer os seus direitos é um passo
determinante para que os usuários exerçam sua cidadania e assumam o seu protagonismo na busca por um
cuidado em saúde resolutivo e de qualidade, sendo este, portanto, um tema de relevância extrema a ser
trabalhado. OBJETIVO: relatar a experiência de realizar um grupo em sala de espera tratando acerca dos
direitos dos usuários do SUS. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A presente experiência é fruto de uma atividade
de educação em saúde realizada semanalmente na sala de espera do ambulatório de climatério de um
Hospital de grande porte do Município de Fortaleza, capital do Ceará, pelo grupo de residentes
multiprofissionais da instituição. A cada semana são identificadas demandas de saúde com potencial para
serem trabalhadas na atividade seguinte, sendo as dúvidas dos usurários em relação aos seus direitos uma
questão que surgiu em vários momentos transversalmente às outras temáticas trabalhadas, o que fez com
que o grupo de residentes optasse por trabalhar os seis princípios presentes na carta dos direitos dos
usuários da saúde, que são: 1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de
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saúde. 2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema. 3. Todo cidadão
tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação. 4. Todo cidadão tem
direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos. 5. Todo cidadão também tem
responsabilidades para que seu tratamento aconteça da forma adequada. 6. Todo cidadão tem direito ao
comprometimento dos gestores da saúde para que os princípios anteriores sejam cumpridos. Foi
confeccionado e distribuído para os participantes da sala de espera um folder contendo ilustrações e alguns
aspectos dos seus direitos. Após a entrega do folder foi realizada uma dinâmica chamada “mitos e verdades”
em que o grupo de residentes fazia afirmações e os participantes tinham que dizer se elas eram verdade ou
mito. RESULTADOS: os usuários da sala de espera demonstraram bastante interesse e curiosidade pelo
tema. Durante a dinâmica “mitos e verdades” ficaram bastante surpresos ao saber que eles ou outra pessoa
a quem autorizassem poderia ter acesso ao seu prontuário. Muitos não sabiam da existência da ouvidoria,
outros já tinham ouvido falar desse mecanismo de escuta, mas acreditavam que caso reclamassem do modo
como foram atendidos, sofreriam represálias pelos profissionais quando precisassem retornar. Informamos
que esta ferramenta poderia ser utilizada para tecer críticas, sugestões e também elogios ao serviço, sendo
respeitada a privacidade e confidencialidade das informações fornecidas pelos usuários. Ao fim da atividade
os usuários mostraram-se animados afirmaram se sentir mais seguros, agora que sabiam um pouco mais
acerca dos seus direitos, para reivindicar uma melhor atenção à saúde ou ainda buscar providências caso
não considerasse adequada a atenção recebida. CONCLUSÕES: por meio da atividade foi possível perceber a
carência de informação dos usuários acerca de seus direitos, tendo sido esse momento diálogo,
oportunizado por meio da atividade educativa no ambulatório de climatério, uma oportunidade rica de
discussão e aprendizagem
CIDADANIA E CONTROLE SOCIAL: UM RELATO SOBRE A OUVIDORIA COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE
SOCIAL
Francisco Ionário Nunes de Sousa, Camila Alves Machado, Terezinha Rocha Monteiro, Rafaela Neres Severino,
Bruna Cristina Cardoso Martins, Tereza Emanuelle Holanda Pereira Leite
INTRODUÇÃO: A Constituição Federal de 1988 introduz o princípio da eficiência da administração pública,
objetivando constante melhoria na prestação dos serviços públicos a cargo do Estado, através do: “Art. 37. A
administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência”. A profissão de ouvidor dentro dos serviços de saúde na capital cearense é uma difícil missão por
mediar conflitos, gerenciar informações e manifestações dos usuários no sistema de saúde que se
apresentam, entre outros fatores, ligados a direitos garantidos pela constituição. Neste local de trabalho é
possível observar que as informações estão ligadas as necessidades e exigências dos usuários atribuindo a
esse o papel de agente de mudança. Quando há uma prestação eficaz de serviços públicos para os clientesusuários, o estado passa a se beneficiar. OBJETIVO: Descrever as manifestações realizadas a Ouvidoria das
Unidades de Pronto Atendimento (UPA) em Fortaleza e a sua importância enquanto instrumento
democrático de Controle Social, que viabiliza a participação do cidadão na Gestão de um estabelecimento de
saúde durante o ano de 2014. METODOLOGIA: Trata-se de estudo descritivo e qualitativo das manifestações
recebidas pelo ouvidor nas UPA de Fortaleza/Ceará registradas entre janeiro e dezembro de 2014.
RESULTADOS: A participação social e o gerenciamento dessas informações muitas vezes são observados sem
que seja dada real importância a geração de conhecimento, por vezes estão centrados na normatização e na
adequação social buscando apenas cumprir uma legislação. Faz-se imprescindível frisar a importância da
conscientização dos gestores públicos sobre a participação social e as informações coletadas perante a
sociedade. No período avaliado foram registradas um quantitativo de 1904 manifestações,1701 foram
encerradas somente com orientações sobre fluxo normas e rotinas das unidades e 213 foram encerradas
mediante resposta dos gestores informando as providencias e tomadas de decisão. Ao final do ano todas as
demandas foram encerradas com retorno aos cidadãos através de e-mail, carta, telefone, Mensagem de
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texto, sistema OUVWEB e SOU-CGE, e confecção de relatórios para a direção das UPA, auxiliando na tomada
de decisão da mesma e contribuindo em um melhor atendimento para os usuários. CONCLUSÃO: O processo
de decisão baseia-se na quantidade e qualidade de informações colhidas e verificadas sobre o produto ou
serviço praticado. Podemos então dizer que os usuários ao receberem retorno da ouvidoria sentem-se
participantes e exercem seu direto de atuar na administração de um estabelecimento de saúde publico.
RECOMENDAÇÕES: Quanto mais viável, oportuna e exaustiva for essa for tratada a informação, mais coesa
será a ação do Estado e maior será o seu potencial de resposta às solicitações concorrenciais. A Informação
possui um efeito multiplicador, constituindo, por sua vez, a força motora do desenvolvimento político,
econômico, social, cultural e tecnológico. É de fundamental importância o fortalecimento das ouvidorias do
SUS já que possui um caráter histórico dinâmico e plural decorrente da construção social e é de fato um
mecanismo de controle e participação social que contribui diretamente para a melhoria dos serviços nos
estabelecimento públicos de Saúde.
FORRÓ COMO MANIFESTAÇÃO CULTURAL A PARTIR DO CÍRCULO DE CULTURA NO GRUPO DE PRÁTICAS
CORPORAIS DO TERRITÓRIO COHAB III, EM SOBRAL
Francisco Timbó de Paiva Neto, Rogeriany Lopes Farias, Adriele Lins Silva, Flaviane Melo Araújo, Francisca
Taianne Carneiro Gomes da Ponte Viana, Francisco Freitas Gurgel Júnior, George Luiz Costa de Paula
INTRODUÇÃO: Manifestação cultural se apresenta como a voz social, uma maneira subjetiva de o indivíduo
expressar seu interior, o que pensa, o que deseja fazer, mover, ou modificar, numa busca incessante pelo
novo e em prol da vida (BRELTRÃO, 1986). A cultura popular é definida como aquela criada pelo povo e
apoiada numa concepção de mundo específica, e também na tradição, mas em permanente reelaboração
mediante a redução ao seu contexto das contribuições da cultura erudita, porém mantendo a identidade do
território. Iremos descrever a aplicação de uma intervenção realizada por uma equipe de residentes do
Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF) de Sobral (CE) proposta pelo ciclo
“Educação Popular em Saúde e Participação Social no SUS” que faz parte da carga horária teórica do
programa onde a intervenção apresenta-se com a finalidade de requisito parcial para aprovação na
determinada disciplina. OBJETIVO: Produzir reflexões sobre metodologias inovadoras resultando na
ampliação escopo de possibilidades de se trabalhar práticas corporais, mais especificamente pelo forró
nesta realidade, por meio das oficinas da intervenção, contribuindo para o aperfeiçoamento de
metodologias no ensino das práticas corporais nos espaços da Estratégia Saúde da Família (ESF). DESCRIÇÃO
DA EXPERIÊNCIA: Composta pelas categorias de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia,
Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional a equipe facilitadora provocou reflexão e disparou
participação dos usuários no processo de construção do saber acerca das práticas de Educação Popular no
território trabalhado, valorizando sua cultura, seu saber e suas manifestações por meio do Círculo de
Cultura, onde Freire (2011) nos apresenta este dispositivo como possibilidade de transformação, em que o
professor/facilitador não é o detentor do conhecimento, mas, sim aquele que participa estimulando os
outros participantes e tem a intenção de trocar saberes por meio de diálogos em grupo. O espaço escolhido
para protagonizar a intervenção foi o bairro Cohab III, mais especificamente o grupo de práticas corporais
composto por mulheres, onde a intervenção se deu em três encontros distintos. Vinculado à ESF, o grupo
intitulado “Vida & Saúde” existe há um ano e conta como proposta principal a promoção da saúde, aliada e
atraída pelas práticas corporais. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com relação ao aprendizado dos usuários nos
momentos das intervenções obtivemos o seguinte resultado: sobre o conteúdo do círculo de cultura o grupo
consensuou que foi uma metodologia que nunca tinham visto e que trouxe resultados positivos; sobre
especificamente o segundo dia de intervenção o grupo chegou a conclusão de que para se entender uma
prática corporal, seja ela qual for, é necessário entender sua origem, sob que ótica foi criada e quais seus
costumes agregados; sobre o terceiro momento afirmaram que aprenderam muito sobre ritmo, sobre
instrumentação envolvida na execução musical e sobre a técnica e os movimentos utilizados no forró.
CONCLUSÃO: O desafio de por em prática, nos espaços do serviço o que é discutido em teoria, nos
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momentos de formação se faz realizado com esta intervenção. Ademais, verificou-se que houve uma melhor
adesão às propostas que não fazem parte do cotidiano dos usuários, levando em consideração a
necessidade de trabalhar a temática por completo, em seu contexto histórico, situacional e técnico.
Portanto, as atividades realizadas nas oficinas serviram de suporte para a compreensão, identificação e
valorização da cultura popular e ampliação do escopo de ações que podem ser realizadas nos espaços de
práticas corporais da ESF, favorecendo o hábito de escuta ativa e perceptiva dessa população que aprende
novas formas de ouvir, sentir e interpretar as manifestações culturais e valorando o saber popular que,
certamente, agrega na forma de atuação dos profissionais de saúde.
I SEMINÁRIO DE SAÚDE MENTAL DO MUNICÍPIO DE RERIUTABA: A EXPERIÊNCIA DA CONCEPÇÃO DA
MILITÂNCIA A FAVOR DA LUTA ANTIMANICOMIAL
Andressa Virgínia Mesquita Pinto, Alinne Maria Araújo Amaral, Daruina da Silva Guilherme Martins, Jocélia
Medeiros Ximenes, Kelvia Maria Oliveira Borges, Yohanna Karisy Aragão Ferreira
A luta antimanicomial é um movimento político iniciado na reforma psiquiátrica a favor de modos de
cuidado mais dignos as pessoas que viviam encarceradas em manicômios. Reriutaba está situada da
macrorregião norte do estado do Ceará e está recebendo pela primeira vez uma equipe de Residência
Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS/ESP). No município, a rede psicossocial não
está estruturada, mas em construção, com o processo de implantação de um Centro de Apoio Psicossocial
(CAPS I) e os processos de identificação de demandas de saúde mental do território estão sendo coletadas
através das equipes Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) Residência, NASF municipal e Estratégia de
Saúde da Família (ESF). Por isso, a militância pela luta antimanicomial se faz urgente e necessária no
empoderamento da comunidade nas forças contra a estigmatização e o preconceito que os usuários desta
demanda enfrentam. OBJETIVOS: Relatar a experiência da equipe de profissionais residente e equipe NASF
na concepção, planejamento e execução do I Seminário de Saúde Mental do município de Reriutaba.
METODOLOGIA: Relato de experiência de abordagem descritiva qualitativa. A comissão organizadora contou
com 10 profissionais de diferentes áreas. Aconteceram 6 encontros de reuniões para a divisão de tarefas e
planejamento das atividades do fórum. O I Seminário de Saúde Mental do município de Reriutaba realizouse no dia 24 de maio de 2016, sob organização da equipe de residentes da ênfase em Saúde da Família e
Saúde Coletiva, com o apoio da gestão municipal de saúde e equipe NASF do município. O evento foi
realizado no Centro de Referência de Assistência Social de Reriutaba. Ocorreu a mesa redonda com
participantes de diversos setores envolvidos com a temática, o público-alvo foram profissionais dos setores
de educação, saúde e assistência, além da comunidade e estudantes de ensino médio das escolas estaduais.
A política de saúde mental, através do reconhecimento da rede psicossocial, foi apresentada a comunidade,
bem como, o que o município tem contribuído com a temática através de ações intersetoriais. RESULTADOS:
Como principal resultado, notamos a apropriação por parte da comunidade e demais setores das políticas
públicas uma maior sensibilização sobre esta política que ainda enfrenta seus estigmas e dificuldades. O
seminário foi um evento que marcou o início do fortalecimento das políticas de saúde mental no município
de Reriutaba. O evento contou com a presença de 79 participantes das diversas esferas setoriais e ainda com
a presença de estudantes de ensino médio das escolas públicas estaduais do município. A mesa de
convidados palestrantes contou com presenças importantes para a política de saúde mental municipal,
destacamos as palestras; “Apresentação do processo sócio-histórico do dia 18 de maio”, “Reriutaba na luta
Antimanicomial: Políticas e Projetos”, “Política de Saúde Mental: Centro de Atenção Psicossocial”, “Direitos
Sociais do Usuário de Saúde Mental”. CONCLUSÃO: O evento proporcionou o fortalecimento da importância
do controle social na efetivação das políticas publicas em saúde como forma de fortalecimento do SUS e de
seus princípios.
PARTICIPAÇÃO E JUVENTUDE UM NOVO OLHAR SOBRE UMA VELHA HISTÓRIA
101
Maria do Socorro Teixeira de Sousa, Ana Gabriella Saraiva Rocha, Paulo César de Moura Luz, Sabrina Maria
Carreiro Almeida, Nathalya Tavares Camelo Felipe, Oséias Soares Pereira, Lorena Timbó Veiga dos Santos,
Alane de Sousa Nascimento
As políticas de saúde, os Conselhos de Saúde são a base do sistema democrático que o país adotou, atuando
na estrutura dos próprios governos nas três esferas de poder. Os Conselhos Locais de Saúde têm a
possibilidade de dar voz às minorias e podem inovar através das soluções e mediações de conflitos locais.
Nesta perspectiva, enquanto equipe multiprofissional em Saúde da Família nos territórios Sinhá Sabóia e
COHAB II no Município de Sobral - CE percebemos que a participação social destes dois territórios estava
fragilizada, o Conselho Local de Saúde estava desativado há mais de dois anos, as lideranças comunitárias e
os profissionais de saúde se encontravam desacreditadas e desmotivadas com tantas outras tentativas de
dar vida a um Conselho Local de Saúde. Vimos então a necessidade de intervir junto a estes grupos com os
objetivos de sensibilizar para importância da retomada da participação social através do Conselho Local de
Saúde, buscar estratégias de empoderamento, incentivar a participação dos profissionais de saúde na
valorização do controle social nos territórios. Esta experiência teve início em junho de 2015, quando
chamamos todas as lideranças comunitárias, os profissionais de saúde, as escolas, igrejas, organizações não
governamentais, imprensa local, e outras representações sociais da comunidade. Inicialmente todos
relataram as tentativas fracassadas, as desmotivações e os problemas que mais afligiam os territórios. O
problema de maior relevância foi a Violência envolvendo jovens da comunidade, partindo daí a ideia de
chamar estes jovens para ouvi-los, dialogar com os mesmos, saber o que estes pensavam da violência. No
encontro seguinte estes jovens compareceram representando o Grêmio Estudantil de uma escola estadual
do bairro. Pudemos ouvi-los falarem de seus problemas e sofrimento frente a violência no bairro. Frente a
tal situação foi proposto a realização de um Fórum que tivesse a presença de autoridades governamentais
para esta discussão. Este aconteceu em dezembro de 2015, e teve o nome de Fórum Social da Juventude.
Foi uma grata surpresa perceber que estes jovens não deixaram mais de frequentar as reuniões do Conselho
Local de Saúde. A presença deles tem fortalecido muito a participação social com ideias inovadoras,
estratégias e enfrentamento dos problemas. Realizamos ações de Educação Permanente para estes jovens
conselheiros, profissionais de saúde e as outras lideranças comunitárias que se motivaram muito com a
presença destes jovens. A Educação Permanente estava voltada para a importância dos Conselhos de
Saúde; o contexto político atual; o Controle Social e as políticas de saúde. Foram estabelecidas reuniões
mensais e já houve eleição de uma mesa diretora com o apoio do articulador social do município. Dois
destes jovens são membros da mesa diretora. Dentre os principais resultados destacamos o fortalecimento
do Conselho Local de Saúde que ganhou o nome de Conselho Local de Saúde e Desenvolvimento Social do
Complexo Sinhá Saboia; a inserção da juventude nas questões sócias do bairro que a partir desse processo
puderam ampliar sua visão sobre como se inserirem politicamente nas discussões sobre a comunidade.
Segundo os mesmos anteriormente, ficavam restritos apenas a decisões administrativas no âmbito escolar.
Tal motivação já levou um destes jovens a se engajar no Conselho Municipal de Saúde de Sobral. Como
resultado também observamos a motivação de lideranças comunitárias e profissionais de saúde que se
sentem empoderados como conselheiros de saúde. Desse modo, os jovens podem contribuir decisivamente
para dinamizar a sociedade e propor soluções para os seus principais problemas. Sua possibilidade de
participação, no entanto, depende, em grande parte, da existência de espaços sociais adequados, onde eles
possam desenvolver ações, expor suas ideias, vivenciando a participação, a auto-organização e a autonomia.
Esse protagonismo é indispensável no processo de socialização e do exercício da cidadania.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: O PSICÓLOGO COMO OUVIDOR NA POLICLÍNICA REGIONAL DE QUIXADÁ E O
CONTROLE SOCIAL
Diego Pinto Vasconcelos
102
INTRODUÇÃO: A Constituição Federal definiu define que “a saúde é um direito de todos e um dever do
estado”, regulamentado pelas Leis nº 8.080/90 e 8.142/1990. A última dispõe, dentre outras matérias, sobre
a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). A atuação da comunidade ocorre
através da participação em conselhos e conferências de saúde, enquanto a forma individual ocorre através
da Ouvidoria, caracterizada como um mecanismo de comunicação e mediação entre instituições e cidadãos,
como ferramenta de promoção e consolidação da cidadania, e incentivo da participação popular e inclusão
dos usuários no controle social no SUS. OBJETIVOS: Apresentar e discutir a atuação do psicólogo no serviço
de ouvidoria em uma Policlínica. MÉTODO: relato de experiência a partir de dois anos de atuação do
psicólogo na ouvidoria em uma policlínica do Sistema Único de Saúde (SUS) da 8ª Microrregião de Saúde,
em Quixadá-CE. Os dados foram extraídos e analisados com base na participação nos eventos técnicos
disponibilizados pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, nos estudos e pesquisas sobre ouvidoria e nas
atividades profissionais. RESULTADOS: a escuta ativa promove a identificação da real demanda do usuário
do SUS, sendo realizadas palestras de acolhimento que tem como objetivo a divulgação do serviço de
ouvidoria ao cidadão, que passa a compreender o fluxo da sua manifestação e perde o receio de registrar as
suas reivindicações, exercendo neste contexto a cidadania, permitindo a construção de uma sociedade mais
informada e participativa através do controle social. No atendimento individualizado, é realizada uma escuta
ativa para compreender quais as demandas dos usuários e possibilidades de respostas às mesmas, já que
nem todas as manifestações são passíveis de satisfazer a quem solicita. Para estruturar o discurso do
cidadão é necessário o uso de técnicas psicoterápicas como a escuta livre, a clarificação, intervenções e
propiciamento de informações. A organização da escuta é sistematizada, padronizada e orientada, bem
como a devolutiva de sua manifestação. O aumento do número de manifestações demonstra uma maior
participação dos usuários dentro do SUS. DISCUSSÃO: O controle social é eficaz se existir a participação
social, sendo necessária a publicidade do serviço para o conhecimento dos cidadãos. A metodologia utilizada
no espaço da ouvidoria segue os princípios constitucionais e organizativos do SUS, com a elaboração dos
registros das manifestações em formulário próprio, análise da pertinência e da procedência do assunto, com
o respectivo encaminhamento à área técnica, acompanhamento do prazo de resposta por parte da área
técnica, e a elaboração de resposta ao cidadão obedecendo ao prazo estabelecido na Portaria nº
3240/2012. CONCLUSÃO: A ouvidoria encontra-se inserida no controle social, e demonstra um poder eficaz
de intervenção no serviço de saúde da policlínica (estrutura de atenção secundária). A ouvidoria propõe
uma mudança no processo de trabalho, elevando o nível de qualidade, intermediando o usuário e a gestão
do SUS, em busca da resolutividade e melhorias no serviço ofertado, favorecendo a humanização.
Eixo Temático: Planejamento, Gestão e Gerenciamento dos Serviços de Saúde
Modalidade: Pesquisa em Saúde
AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA E-SUS AB
Eveline Onofre Bezerra, Priscila Chagas da Costa, Sivanda Rodrigues de Oliveira Pinto
INTRODUÇÃO: O Departamento de Atenção Básica (DAB) da Secretaria de Atenção à Saúde(SAS) do
Ministério da Saúde(MS) assumiu o compromisso de reestruturar o Sistema de Informação da Atenção
Básica(SIAB), com o objetivo de melhorar a qualidade da informação em saúde e de otimizar o uso dessas
informações pelos gestores, profissionais de saúde e cidadãos. Essa reestruturação deu-se o nome de
Estratégia e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB) que conta com dois sistemas de software para a captação de
dados, sendo eles: o sistema com Coleta de Dados Simplificada (CDS) e o sistema com Prontuário Eletrônico
do Cidadão (PEC), os quais alimentam o novo Sistema de Informação em Saúde para a Atenção
Básica(SISAB).Destacamos que o grande diferencial desse novo sistema é a possibilidade de integrar o
registro das informações produzidas por todas as equipes de Atenção Básica. O SISAB foi instituído pela a
Portaria nº 1.412/GM/MS, de 10 de julho de 2013, mas a obrigatoriedade do envio de produtividade a base
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de dados do SISAB foi a partir da competência de janeiro de 2016. A informação da produção dos
profissionais no sistema será utilizada para fins de financiamento e de adesão aos programas e estratégias
da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). Daí a importância de um esforço conjuntos dos gestores, dos
profissionais de saúde e dos trabalhadores do SUS na implantação, utilização e aprimoramento contínuo do
SISAB e da estratégia e-SUS AB. OBJETIVOS: Avaliar o desempenho dos profissionais da atenção básica.
MÉTODO: Estudo descritivo com abordagem quantitativa que tem como fonte uma base de dados
secundários proveniente dos relatórios de atendimento, procedimento e acompanhamento do e-SUS, cuja
coleta foi realizada em maio de 2016. Foram analisados dados correspondentes ao primeiro trimestre de
2016 e foram definidos indicadores de desempenho para análise de produção dos profissionais de saúde da
atenção básica. Utilizou-se como parâmetro a média trimestral das UBS que compõem o território escolhido
para cada indicador classificado. As equipes de atenção básica do município são divididas em três territórios
e a escolha do território para a pesquisa se deu pelo critério de representatividade populacional mediana.
Realizou-se uma comparação entre a média de cada profissional com a média territorial, calculou-se a
porcentagem e classificou-se o desempenho dentro dos seguintes parâmetros: ¨satisfatório¨ (>=70%);
¨pouco satisfatório¨ (50% - 70%) e ¨insatisfatório¨ (<50%). Definimos o número de consulta de demanda
espontânea como um indicador negativo, visto que a consulta programada/cuidado continuado e consulta
agendada reflete uma atenção na garantia do acesso e integralidade. Para o indicador negativo
consideramos para valores acima da média: ¨insatisfatório¨ e abaixo da média: ¨satisfatório¨. RESULTADOS:
O território escolhido conta com seis equipes de Estratégia de Saúde da Família. Referente ao número de
consultas programadas realizadas pelos profissionais médicos e enfermeiros das equipes, o desempenho foi
de 66,6% e 100% satisfatórios, respectivamente. Já para as consultas de demanda espontânea feitas pelo
médico foram 66,6% e do enfermeiro 83,3% satisfatórias. Quanto aos indicadores do cirurgião-dentista, para
o número de 1ª consulta programada a classificação foi de 66,6% satisfatórias, para pouco satisfatório e
insatisfatório, ambos foram 16,6% satisfatórias. As consultas de retorno todas as equipes obtiveram
desempenho satisfatório e para as consultas de demanda espontânea, apenas 33,3% foram satisfatórias.
Destacamos que o modelo de atenção à saúde deve preconizar o atendimento a todos os tipos de demanda,
mas privilegiar excessivamente o atendimento a demanda espontânea sugere falta de atendimento a
demandas por consulta agendada ou cuidado continuado. RECOMENDAÇÕES: Destacamos que os dados
obtidos pelos registros dos profissionais subsidiam o processo de trabalho da equipe de atenção primária á
saúde quanto ao planejamento local de saúde assim como o monitoramento e a avaliação das ações na sua
equipe. O monitoramento e avaliação consistem num conjunto de atividades articuladas, sistemáticas e
formalizadas de produção, registro, acompanhamento e análise crítica de informações geradas na gestão de
políticas públicas, de seus programas, produtos e serviços, por meio das organizações, agentes e públicosalvo envolvidos, com a finalidade de subsidiar a tomada decisão quanto aos esforços necessários para
aprimoramento das ações.
AVALIAÇÃO DOS COORDENADORES DE ENFERMAGEM SOBRE OS DESAFIOS DA HUMANIZAÇÃO EM UMA
UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO
Tereza Emanuelle Holanda Pereira Leite, Rafaela Neres Severino, Francisco Ionário Nunes de Sousa, Camila
Alves Machado, Bruna Cristina Cardoso Martins, Terezinha Rocha Monteiro
INTRODUÇÃO: A implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) trouxe uma série de mudanças significativas
para a política de saúde, com um novo modelo de organização, a partir do reordenamento das ações e
serviços de saúde, tendo como base uma nova formatação política, que permitia a descentralização da
gestão, em direção aos municípios brasileiros. O Programa Nacional de Humanização da Saúde (2000) pode
ser considerado um dos marcos do movimento de humanização. Em 2003, esse programa foi substituído
pela Política Nacional de Humanização, justificando-se a partir de um diagnóstico que apontava a grande
insatisfação dos usuários quanto ao relacionamento com os profissionais de saúde. A política de
humanização da assistência à saúde propõe práticas de saúde que garantam mais do que acesso aos
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serviços hospitalares. O atendimento humanizado, principalmente nos setores de urgência e emergência, é
um ato a ser seguido, a fim de melhorar na assistência de toda a equipe que assiste ao paciente. OBJETIVOS:
O presente estudo objetivou identificar os desafios enfrentados por coordenadores de enfermagem nas
Unidades de Pronto Atendimento (UPA) no município de Fortaleza / Ceará e descrever como esses gestores
compreendem a Política de Humanização nessas Unidades de urgência e emergência. MÉTODO: Trata-se de
um estudo qualitativo com abordagem exploratória da temática. A pesquisa foi realizada em nove UPAS
localizadas na cidade de Fortaleza. Foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas com os coordenadores de
enfermagem das unidades, sendo utilizado inicialmente um gravador de voz. O período da coleta foi de
outubro a novembro de 2015. Os aspectos éticos foram respeitados com aprovação de comitê de ética
(CAAEE: 49373015.9.0000.5576). As falas dos gestores foram analisadas e agrupadas em três categorias, a
saber: A Política Nacional de humanização nas UPA na visão dos gestores de enfermagem; a influência da
população no processo de humanização e ações dos gestores na promoção da humanização nas UPA.
RESULTADOS/CONCLUSÃO: Os resultados apontaram que a política nacional de humanização do SUS não
está clara para todos os coordenadores que apontam a ausência de uma política interna para efetivação da
política nas UPA. Além disso, apontaram como fatores prejudiciais para a humanização a falta de recursos, a
demanda de usuários em períodos sazonais e características pessoais dos profissionais. A população
também foi apontada como influenciadora no atendimento humanizado devido a reação dos profissionais
frente a ação agressiva ou inadequada de alguns usuários do serviço. Conclui-se que há muitos desafios para
a efetivação do atendimento humanizado no serviço de ponto atendimento na visão dos coordenadores de
enfermagem, sendo esses relacionados aos profissionais, ambiente e pacientes atendidos.
RECOMENDAÇÕES: Estabelecer programas de capacitação e orientação para o atendimento humanizado, já
que se trata de uma Política Nacional e uma mudança de paradigma no atendimento público de urgência e
emergência.
O ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE NA MACRORREGIÃO DE FORTALEZA
Priscila Chagas da Costa, Eveline Onofre Bezerra
INTRODUÇÃO: Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), profundas transformações estão ocorrendo
de forma consistente na consolidação de uma rede de cuidados regionalizada, hierarquizada e
descentralizada com o intuito de facilitar o acesso aos serviços de saúde, na busca de garantir a
integralidade do cuidado. Entende-se acesso à saúde, o conjunto de circunstâncias que viabiliza a entrada
do usuário na rede de serviços, em seus diferentes níveis de complexidade. Para a garantia desse acesso,
devemos considerar a oferta do serviço desejado e a disponibilidade de recursos, bem como em tempo e
local adequado. Embora conste na constituição o direito integral à saúde, o Estado Brasileiro ainda está
longe de assegurar a plenitude de acesso e a integralidade da assistência à saúde, o que é constatado pelo
crescente número de demandas judiciais. Considerando que para o alcance da integralidade é preciso que o
usuário tenha acesso ao serviço de saúde, a presente pesquisa buscou verificar como esta o acesso à saúde
na macrorregião de Fortaleza/CE, sendo a com maior índice populacional e de maior concentração de
serviços de saúde. É composta pelas regiões de saúde de Baturité, Caucaia, Cascavel, Fortaleza,Itapipoca e
Maracanaú. OBJETIVOS: Verificar o acesso aos serviços de saúde da macrorregião de Fortaleza segundo a
matriz de indicadores do PROADESS. MÉTODO: Trata-se de um estudo epidemiológico, qualitativo e
descritivo baseando-se no modelo conceitual do Programa de Avaliação de Desempenho do Sistema de
Saúde (PROADESS).Para a pesquisa optou-se por analisar o conceito acesso que pertence à dimensão de
Desempenho dos Serviços de Saúde. O conceito de acesso conta com 18 indicadores, mas foram
selecionados apenas 12 indicadores, a saber: angioplastias, cirurgias de catarata, cirurgias de prótese de
quadril em idosos, cirurgias de revascularização do miocárdio, cobertura pela Estratégia Saúde da Família,
cobertura por planos de saúde, cobertura vacinal de idosos contra gripe, imunização de menores de 1 ano
por tetra ou pentavalente, internação hospitalar, partos hospitalares, razão de mamografia e razão de
papanicolau. Os dados foram retirados do site do PROADESS em maio/2016 e foram analisados
105
comparando-se os valores de 2009 e 2013. Com o auxílio de uma tabela, estabeleceu-se que, caso a
variação do indicador no intervalo analisado tenha sido interpretada como melhoria, o sinal de (+) seria
utilizado para representar essa melhora; caso contrário, o sinal seria o (-). Na ausência de variação,
interpretou-se como uma piora (-),uma vez que é esperada a melhora de um indicador ao longo do tempo.
O critério utilizado para classificar a melhora ou piora da macrorregião e das regiões de saúde levou em
conta o desempenho de todos os indicadores, de modo que, na melhora de mais de 50% dos indicadores,
considerou-se que o conceito melhorou; caso contrário, considerou-se piora do conceito, seguindo o
mesmo raciocínio de desempate utilizado nos indicadores. RESULTADOS: A Macrorregião de Fortaleza
retrocedeu, com piora em 7 dos 12 indicadores analisados (58,35%). Todas as regiões de saúde
apresentaram melhora do indicador referente à taxa de angioplastia, cobertura de planos de saúde e razão
de mamografias, entretanto todas obtiveram piora da taxa de cirurgia de catarata, cirurgia de prótese de
quadril em idosos e razão de papanicolau. Quanto a cobertura vacinal de idosos e a imunização em menores
de 1 ano, todas as regiões de saúde pioraram, exceto Maracanaú. Já para a cobertura pela Estratégia Saúde
da Família, Maracanaú foi à única região que apresentou piora. Baturité e Maracanaú foram às regiões que
pioraram no indicador de cirurgias de revascularização do miocárdio. Referente a Internação hospitalar,
somente Caucaia e Itapipoca melhoraram e quanto aos partos hospitalares, houve melhora em Fortaleza,
Maracanaú e Itapipoca. RECOMENDAÇÕES: De forma a melhorar o acesso à saúde, deve-se considerar as
seguintes atribuições dos gestores municipais: execução dos serviços públicos de responsabilidade
municipal; Destinação de recursos do orçamento municipal e utilização do conjunto de recursos da saúde,
com base em prioridades definidas no Plano Municipal de Saúde; Planejamento, organização, coordenação,
regulação, controle, avaliação e auditoria das ações e dos serviços de saúde sob gestão municipal; e
Participação no processo de integração ao SUS, em âmbito regional e estadual, para assegurar o acesso a
serviços de maior complexidade, não disponíveis no município.
Eixo Temático: Planejamento, Gestão e Gerenciamento dos Serviços de Saúde
Modalidade: Relato de experiência
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E FEED BACK FUNCIONAL: A EXPERIÊNCIA DA POLICLÍNICA REGIONAL DE
QUIXADÁ-CE
Elisfabio Brito Duarte, Maria Ivonete Dutra Fernandes, Antônio Eugênio Gomes de Almeida, Lindecy Pereira
de Araújo Duarte
INTRODUÇÃO (IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVA DA INTERVENÇÃO): A Avaliação de
Desempenho com feed back junto aos colaboradores é uma das mais valiosas ferramentas da moderna
metodologia de gestão de pessoas de qualquer organização. Tem por objetivo promover a qualificação da
atuação funcional nas instituições, de forma a potencializar a prestação do serviço. Geralmente, os
processos de Avaliação de Desempenho são conduzidos de forma incipiente na realidade de boa parte das
unidades públicas de saúde. Porém, trata-se de uma estratégia administrativa que, se adequadamente
conduzida, constitui-se num dos momentos mais valiosos para a instituição. Não obstante, a prática de
avaliar e dar feedback requer preparo técnico e postura profissional tanto de gestores, quanto de
trabalhadores para a consecução dos seus benéficos resultados. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: A Avaliação de
Desempenho, conduzida de forma estratégica e participativa, tem uma tripla finalidade: o desenvolvimento
funcional, o êxito institucional e a garantia da qualidade dos serviços prestados aos usuários do SUS. Nesse
sentido, as experiências de gestão eficaz das unidades de saúde passam pelos processos de gestão de
pessoas, os quais têm na Avaliação de Desempenho seu momento culminante. Ressalte-se que a adoção de
estratégias como essa é de difícil realização em face, não apenas de nossa pouca tradição prática nessa área,
mas também devido a sua complexidade. Esse tipo de rotina operacional requer preparo e condução
técnica, sob pena de agravar tensões preexistentes ou aflorar dificuldades latentes. A DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: AÇÕES, PRÁTICAS E DISCUSSÃO: Adotamos um processo metodológico no qual os profissionais
106
são avaliados em múltiplas dimensões do trabalho, em que pese a complexidade que se constitui todo
processo de mensuração da atividade humana. Dessa forma, cada colaborador tem sido avaliado
continuamente, com periodicidade semestral, recebendo conceituação que varia nos níveis “satisfatório”,
“regular” e “insatisfatório”. As variáveis da atuação profissional analisadas são: Conhecimento / Habilidade
Técnico-Profissional; Pontualidade / Assiduidade; Iniciativa / Proatividade; Relacionamento Interpessoal
Interno; Relacionamento com o Público (usuários); Disciplina / Ética Profissional; e Apresentação Pessoal. O
desempenho dos colaboradores é informado a cada um, através de entrevista de feedback, sigilosa e
individual, momento em que a Direção da Unidade promove um processo de escuta qualificada e interação
dialogada a respeito do resultado alcançado pelo profissional em cada área avaliada. PRINCIPAIS
RESULTADOS: As entrevistas de feed back, pelo seu caráter dialético, têm sido muito ricas em significado
para todos os envolvidos, funcionando como uma verdadeira consultoria interna, uma espécie de controle
da qualidade, legitimamente apropriado pelo grupo. Nessas ocasiões, gestores e trabalhadores pensam
juntos sobre como qualificar o trabalho e potencializar os resultados institucionais pretendidos. A ênfase na
participação solidária dos colaboradores os coloca na vanguarda do processo de gestão da Unidade. Eles não
são avaliados numericamente, de forma fria, distante e impessoal. Pelo contrário: são protagonistas dos
próprios resultados e, de certa forma, participam do seu processo de formulação. Logo, essa forma de fazer
gestão promove empoderamento funcional. Esse processo é repetido sistematicamente, de forma a
acompanhar e oportunizar a evolução profissional de cada colaborador. O processo já está no terceiro ano
de aplicação, tendo iniciado no ano de 2014. CONCLUSÃO, RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE COLETIVA: O
processo é sustentável ao longo do tempo, não apenas por conta dos seus efeitos benéficos, mas também
considerando que a realização de avaliações periódicas dos servidores públicos é obrigação legal da
Administração Pública. Independentemente da situação específica de cada profissional, o que vislumbramos
é que a maior motivação de quem foi bem avaliado é continuar nessa situação na avaliação do semestre
seguinte. Por outro lado, o engajamento de quem obteve resultados menos expressivos é no sentido de
alcançar melhor desempenho. Essa motivação, como elemento transversal a todos, é o grande legado
prático de nossa experiência.
COLEGIADO GESTOR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MUNICIPIO DE FORTALEZA-CE: UM
INSTRUMENTO DE GESTÃO
Márcia Oliveira Coelho Campos
Nos dias atuais urge cada vez mais a busca pela eficiência e eficácia da atenção à saúde, por meio da prática
interprofissional. Para atender a esses desafios, pontua-se a participação dos diversos segmentos
profissionais atuantes na assistência à saúde, na gestão do serviço de saúde. Este relato de experiência
torna-se relevante, para os serviços de saúde, no sentido do compartilhamento da experiência com a
implantação do colegiado gestor em uma Unidade de Atenção Primária à Saúde. O estudo contribuirá para
facilitar e equacionar problemas e dificuldades de implantação do colegiado. O estudo tem como objetivo
geral o de Relatar a implantação do colegiado Gestor da UAPS Francisco Melo Jaborandi, da CORES VI, do
município de Fortaleza - CE. E, como objetivos específicos, o de descrever o processo de implantação do
colegiado gestor da UAPS Francisco Melo Jaborandi do município de Fortaleza-CE; Pontuar as principais
facilidades/dificuldades no processo de implantação do colegiado gestor da UAPS Francisco Melo Jaborandi
do município de Fortaleza-CE. Trata-se de um relato de experiência com abordagem observação
participante e pesquisa-ação sobre a implantação e das ações do Colegiado Gestor da UAPS Francisco Melo
Jaborandi. O estudo foi realizado de outubro de 2015 a maio de 2016. O cenário deste estudo é na UAPS
Francisco Melo Jaborandi, localizada no Bairro São Cristóvão e que cobre parte da área do Grande
Jangurussu, que pertencente a Coordenadoria Regional - CORES VI, da Prefeitura Municipal de Fortaleza-CE.
No período de outubro de 2015 a maio de 2016. A formação do colegiado gestor se deu por meio de seis
etapas descritas a seguir: Primeira etapa: foi a seleção dos componentes do colegiado, foi realizada a
eleição dos membros do colegiado gestor no qual a gestora sugeriu, que a eleição fosse feita por categorias
107
profissionais. Segunda etapa: foi a frequência das reuniões, foram pactuadas para serem realizadas uma vez
por mês ou dependendo da necessidade sentida pelo colegiado, serão realizadas reuniões extraordinárias.
Terceira etapa: foi a duração das reuniões, a duração das reuniões, foram pactuadas para terem duração de
01 hora, de modo a não prejudicar o funcionamento da unidade. Quarta etapa: foi a pauta das reuniões,
foram pactuadas com demandas da gestão local e das equipes da unidade, de forma a garantir um espaço
de diálogo cooperativo e de efetiva participação. Quinta etapa: foi à metodologia pactuada, foi a que
respeita os princípios do Planejamento Estratégico Situacional. Sexta etapa: foram o registro das reuniões,
por meio de livro ata, visando disponibilizar aos funcionários que não participam do colegiado as decisões
mais importantes. A implantação do Colegiado Gestor proporcionou uma construção coletiva dos processos
de assistência à saúde. Pontua-se como facilidade, a representatividade dos segmentos profissionais; as
dificuldades foram as de manter as reuniões semanais e alinhar os horários, principalmente dos membros
da Estratégia Saúde da Família. Conclui-se a gestão dos serviços de saúde demandam o apoio da
coletividade, para que qualquer tarefa seja realizada.
I OFICINA DE FORTALECIMENTO E INTEGRAÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE DE IPUEIRAS
Verineida Sousa Lima, Isabel Fontenele Dias Lima, Ravena Martins Aragão, Adriana Moreira Alves
Embora sejam inegáveis e representativos os avanços alcançados pelo SUS nos últimos anos, torna-se cada
vez mais evidente a dificuldade em superar a intensa fragmentação das ações e serviços de saúde e
qualificar a gestão do cuidado no contexto atual. (PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010). Neste
sentido, organizar e integrar os serviços de saúde é uma tarefa difícil, necessitando de ações voltadas ao
reconhecimento da rede e dos profissionais, bem como integração e comunicação efetiva entre estes. Com
foco nestas necessidades surgiu a I Oficina de Fortalecimento e Integração da Equipe de Saúde de Ipueiras
realizada em 28/04/2016 com a participação de profissionais vinculados serviços da Secretaria de Saúde. O
evento teve como objetivo Promover um momento de integração e conhecimento para os profissionais de
saúde do município de Ipueiras, fortalecendo assim o trabalho em equipe e a rede de atenção á saúde. Para
a estrutura e organização foram realizadas reuniões com os coordenadores/diretores dos setores que
compõem a estrutura local de saúde, sendo elaborada uma apresentação padrão contendo os serviços, os
profissionais envolvidos e a importância para a comunidade. O momento da Oficina contou inicialmente
com uma dinâmica de apresentação, onde os profissionais eram escolhidos e tinham que apresentar um ao
outro, o que fez perceber que muitos não se conheciam. Após a integração feita com balões e frases de
motivação, passou-se para a apresentação dos serviços/setores, no qual cada coordenador/diretor
apresentava o serviço, profissionais e a função de cada um no ínterim das ações desenvolvidas. A
metodologia seguiu desta forma até a apresentação completa dos serviços, compreendendo na atual
estrutura há 10 ESF, 01 NASF, 01 academia da saúde, 01 Centro de Reabilitação, 01 Casa da Mulher, 01
Hospital Municipal, 01 CAPS, 01 Conselho Municipal de Saúde e a Secretaria de saúde. Os profissionais
apresentaram-se e conheceram a estrutura e os demais colegas de trabalho, fortalecendo a integração e o
conhecimento da Rede de Atenção em Saúde. O evento proporcionou um momento único para os
profissionais e a gestão, destacando avanços, necessidade e o reconhecimento da Rede de Atenção á Saúde
e do trabalho em equipe. Além disso, os profissionais receberam também por serviço/setor um questionário
para avaliação do momento, avaliando o feedback dos profissionais, tem-se que em relação à infraestrutura local e de apresentação do evento obteve-se 88% (15 setores) conceitos muito bom e bom, e, 12%
regular. Quando questionados acerca das mudanças percebidas após o evento, apenas 01 equipe não listou
melhoras, sendo que o restante, ou seja, 94% (16) destacaram que o evento proporcionou conhecimento
sobre os serviços/ setores, integração na equipe, bem como a identificação dos demais colegas de trabalho.
Em relação às críticas, os profissionais referiram à necessidade de um espaço maior e da oferta de lanche.
No que corresponde a sugestões foi destacado a necessidade de mais encontros no mesmo formato a fim
de intensificar a integração, motivação, trabalho em equipe. Além disso, questionaram-se possíveis temas
para as próximas oficinas, sendo descrito: liderança, educação permanente dos profissionais, agravos e
doenças no território, o processo de regulação municipal e intermunicipal, papel do Conselho Municipal de
108
Saúde, bem como espaços para apresentação de ações desenvolvidas nos serviços. Com base na realização
do evento e seu desenvolvimento e tendo como referência o feedback dos profissionais, percebe-se que a I
Oficina de Integração foi um momento ímpar para reorganizar, compreender e estimular o trabalho em
equipe no município de Ipueiras, ao ponto que permitiu que gestão e profissionais se conhecessem melhor,
dividissem as ações diárias, mergulhassem no mesmo objetivo, o qual tem a comunidade como objeto
principal e o SUS como um Sistema único e universal, que tem por meio do trabalho conjunto, articulado e
unido superar os desafios e construir a cada dia um Sistema de Saúde cada vez melhor. Destaca-se que esta
é uma ação simples e que pode ser desenvolvida por outros municípios, trazendo para os mesmos os
resultados positivos que foram obtidos.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO
ENTRE UMA ESF E NASF, NO MUNICÍPIO DO CRATO-CE
Keila Formiga de Castro, Erika Roméria Formiga de Sousa, Danielle de Norões Mota, Edilma Rocha Gomes
Cavalcante, Dailton Santos Silva
INTRODUÇÃO: A incipiente articulação entre os serviços na atenção básica se constitui em um fator
determinante que contribui para a baixa resolutividade e impacto de suas ações. A Politica Nacional de
Atenção Básica determina que haja uma responsabilização compartilhada entre a equipe do NASF e as
equipes de Saúde da Família para populações específicas de modo a atuar no fortalecimento de seus
princípios e no papel de coordenação do cuidado nas Redes de Atenção à Saúde (BRASIL, 2012). Os NASF’s
devem buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS principalmente por intermédio
da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas
e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários atuando também na discussão do
processo de trabalho das equipes (BRASIL, 2012). Desde sua implantação no município, o NASF tem-se
tornado um desafio quanto a sua incorporação junto à estratégia saúde da família, especificamente quando
se trata do matriciamento, o que pode ter gerado uma falta de entendimento dos profissionais quanto as
suas definições de papéis e competências que acabou por culminar em conflitos dentro da equipe, outro
fator que contribui para o agravamento da problemática trata-se da alta rotatividade de profissionais.
Partindo desse reconhecimento a equipe de Saúde da Família do Baixio das Palmeiras, sentiu a necessidade
de propor um planejamento estratégico em saúde, como forma de organização do serviço, de modo a
produzir ações que pudessem impactar positivamente na população, bem como assegurar a resolutividade
efetiva do serviço. OBJETIVOS: Promover ações efetivas de articulação entre o NASF e a ESF – Baixio das
Palmeiras. DESCRIÇÕES DA EXPERIÊNCIA: Após a identificação do problema, a equipe de Saúde da Família do
Baixio das Palmeiras sentiu a necessidade de propor um planejamento estratégico juntamente com o NASF,
como forma de organização do serviço. Ocorreu um chamamento entre todos os atores envolvidos, ACS’s,
enfermeira da ESF, gerente da equipe, coordenadora do NASF, os profissionais do NASF: psicóloga,
nutricionista, educadora física, fisioterapeuta e assistente social. Assim, foi realizada uma oficina, a qual
iniciou com uma dinâmica de acolhimento entre os participantes com o intuito de promover uma melhor
interação entre os pares. Logo após foi apresentado o diagnóstico situacional da área adscrita, e o
reconhecimento do território a ser trabalhado. Em seguida, foi realizada uma roda de discussão a fim de se
identificar a situação-problema, utilizando como ferramenta de planejamento o método “Espinha de peixe”.
Reconheceu-se como o problema norteador a “Articulação entre ESF x NASF”, e logo a seguir foram
identificados os possíveis fatores causadores. Após esse momento, houve uma nova rodada de discussões a
fim de definir o grau de resolutividade da equipe para cada fator causador do problema, e posteriormente a
seleção de quais problemas a equipe teria poder resolutivo. Concluída essa etapa prosseguiu-se para a
categorização de prioridades e posteriormente foram propostas ações que pudessem impactar
positivamente no processo de trabalho da equipe. RESULTADOS: Foram estabelecidas ações a serem
desenvolvidas pela equipe, tais como: Organizar o cronograma de forma compartilhada entre ESF x NASF;
Inserir os ACS’s na realização das atividades em grupo; Desenvolver formas de comunicação utilizando
ferramenta tecnológica, WhattsApp; Priorizar para os atendimentos individuais os usuários que se
109
enquadrem como de risco; Realizar reuniões de equipe regularmente a cada 2 meses; Realizar avaliações e
monitoramentos regulares dos atendimentos; CONCLUSÃO: Esta oficina baseada na metodologia de
planejamento estratégico nos proporcionou refletirmos sobre nossas práticas do processo de trabalho, em
que conseguimos identificar que tal metodologia s constitua em uma premissa nos serviços e ações da
atenção básica, gerando impacto em suas ações e por conseguinte elevação no grau de resolutividade.
SOLUÇÕES, DIFICULDADES E DESAFIOS ENFRENTADOS APÓS A IMPLANTAÇÃO DA EQUIPE DO NASF EM
ABARÉ-BA
Rybria Torres Rosa, Gilca Maria de Moraes Silva, Alberto Malta Júnior, Érica Alves Rodrigues Ferreira, Sheilla
Brito Freitas, Wiliana F. de Acioli Matias
INTRODUÇÃO: O município de Abaré tinha 100% de cobertura para equipes da Estratégia Saúde da Família
(ESF), mas não tinha um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para ampliar os cuidados com a
população assistida. OBJETIVO: Relatar a avaliação do gerenciamento do NASF em Abaré-BA no período de
2013 até 2016 a partir da estruturação do planejamento. AÇÕES: após o processo de solicitação da
implantação do serviço, a gestora da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) solicitou um diagnóstico para
apontar quais os profissionais seriam necessários para compor o NASF e apresentou essas necessidades em
reunião do Conselho Municipal da Saúde (CMS). Em seguida, após o recebimento do recurso, compôs a
equipe com fisioterapeuta, fonoaudióloga, assistente social, educador físico, psicóloga, nutricionista e
farmacêutico. Todos os profissionais assinaram contrato contendo as prioridades para intervenção junto às
equipes da ESF. Após a nomeação, a equipe foi guiada para construir um planejamento a partir das
prioridades apresentadas pela gestão e de visitas feitas às equipes. O planejamento foi feito a partir de uma
matriz contendo objetivos, metas, indicadores, ações e orçamento. O conjunto do planejamento ficou
resumido em 75 objetivos e 76 indicadores. A construção do planejamento privilegiou 42% de objetivos
voltados para a promoção da saúde e 20% dentro de pressupostos da prevenção de doenças. A partir de
então ficou estabelecido pelo menos uma reunião mensal para discussão acompanhamento do
planejamento. Esse planejamento foi apresentado ao CMS. RESULTADOS: Ao longo de quase três anos a
equipe do NASF se estabeleceu enquanto referência de matriciamento para a ESF atendendo vazios de
atenção. A atuação do grupo trouxe soluções para educação permanente insuficiente, práticas corporais
inexistentes no âmbito da saúde, orientação para gestantes, sessões de cuidado para os cuidadores,
atendimentos na área de reabilitação, entre outros. O processo de planejamento tem uma dinâmica de
monitoramento e discussão permanente da equipe. Todos os resultados são compartilhados com o CMS e
registrados no Relatório Anual de Gestão da SMS. Para o ano de 2016 o planejamento possui 71 objetivos e
57 indicadores, 40% de ações voltadas para promoção da saúde e 19% para prevenção de doenças. Esse
planejamento já foi feito dentro dos pressupostos do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da
Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). O NASF possui experiências exitosas dentro das áreas de promoção
da saúde e reabilitação que foram recentemente premiadas pelo COSEMS-BA. As dificuldades percebidas
foram: dificuldade inicial de locomoção e de acesso a equipamentos, conflitos de agenda com as equipes da
ESF, dificuldades dos profissionais do NASF em planejar e rotatividade de alguns profissionais dificultando a
integração da equipe. Destacamos que as atividades de planejamento são uma dificuldade real dos
profissionais. Há dificuldade em trabalhar com a previsão e acompanhamento de gastos. A SMS conseguiu
disponibilizar um veículo para a equipe, uma consultoria para orientação e curso sobre matriciamento para
apoiar o planejamento. DESAFIOS: Há dificuldade para gerenciamento conjunto das agendas com algumas
equipes e se percebe a necessidade de fazer intervenções mais longitudinais que possam melhorar os
indicadores de saúde do município e qualificar o cuidado. Obter bom desempenho dentro das metas
pactuadas do PMAQ também representa um desafio para a equipe. CONCLUSÃO: A SMS de Abaré considera
exitosa a forma como foi implantado o NASF com um direcionamento para ações de planejamento. Apesar
disso, a falta de cultura de planejamento dos profissionais torna mais demorado o alinhamento das ações
com a realidade local. Muitas dificuldades foram superadas, a equipe conseguiu produzir experiências de
110
destaque para a atenção à saúde e tem se buscado construir uma agenda permanente de monitoramento,
avaliação e planejamento das atividades. RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE COLETIVA: É preciso o
fortalecimento da integração ensino e serviço no SUS. Os profissionais da saúde precisam de uma formação
mais voltada para uma rotina de trabalho interprofissional e mais ênfase em privilegiar conteúdos sobre
planejamento em saúde. Isso deve contribuir para o aumento da eficiência de estratégias como o NASF.
TRANSIÇÃO DO SIAB PARA E-SUS NA ATENÇÃO BÁSICA EM ABARÉ-BA: IMPLICAÇÕES PARA O
GERENCIAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA
Gilca Maria de Moraes Silva, Alberto Malta Júnior, João Wagner Clementino de Carvalho, Sheilla Brito
Freitas, Micherli Pereira de Souza
INTRODUÇÃO: O e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB) é uma estratégia para reestruturar as informações da
Atenção Básica em nível nacional. O município de Abaré priorizou sua implantação e já possui o componente
CDS implantado. Ao mesmo tempo o município já fez adesão ao 3º ciclo do Programa Nacional de Melhoria
do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Esperava-se que o e-SUS pudesse emitir os relatórios
para apoiar a tomada de decisão junto às equipes, mas isso ainda não é possível. OBJETIVO: Descrever a
experiência de transição dos indicadores do Sistema de Informação da Atenção Básica para o e-SUS AB
AÇÕES: A implantação do primeiro módulo do E-SUS foi iniciada em outubro de 2015 e demorou seis meses
para efetivação. Foram realizadas etapas de preenchimento de fichas de cadastro, instalação de
equipamentos, capacitação de profissionais, funcionamento de unidade piloto, monitoramento e avaliação.
Após início do funcionamento do sistema e o advento da adesão ao 3º ciclo do PMAQ a Coordenação da
Atenção Básica foi forçada a mudar os indicadores de acompanhamento prioritários. RESULTADOS: Antes, 38
indicadores eram monitorados dentro do PMAQ e com a mudança de sistema esse número caiu para 11.
Apesar da quantidade de indicadores ter reduzido, percebeu-se algumas dificuldades: os relatórios emitidos
pelo E-SUS não são suficientes para apoiar a tomada de decisão. Em nossa Secretaria construímos uma
planilha eletrônica para consolidação dos dados. O sistema na sua versão 1.3, ainda não nos possibilita
realizar algumas alterações básicas, a exemplo mudar um cadastro de gestante e mudar o usuário de área.
DESAFIOS: Para realizar intervenções, precisamos agilizar a análise dos indicadores para direcionarmos ações
de planejamento. Precisamos enfrentar o desafio de agilizar o cálculo dos indicadores no sentido de apoiar o
desempenho das equipes na melhoria do cuidado e para contribuir para a obtenção de um bom resultado
junto à avaliação externa do PMAQ. CONCLUSÃO: A transição do SIAB para o e-SUS tem sido complexa no
município. A mudança da priorização dos indicadores do PMAQ. Espera-se que o sistema possibilite a gestão
emitir relatórios que ofereçam uma ótica minuciosa que retrate a qualidade da oferta do serviço, tornandose assim elemento fundamento para tomada de decisões. RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE COLETIVA: A
equipe do Ministério da Saúde responsável pelo e-SUS precisa agilizar a melhoria dos relatórios do sistema
no sentido de contribuir para o gerenciamento da ESF em nível local. No município de Abaré a complexidade
acontece com oito equipes; em municípios maiores, a dificuldade deve estar sendo maior. Os relatórios
emitidos deveriam ser além de quantitativos, qualitativos.
Eixo Temático: Redes de Atenção à Saúde
Modalidade: Pesquisa em Saúde
111
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE REFORMA PSIQUIÁTRICA E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO
BRASIL
Aline Luíza de Paulo Evangelista, Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto
O presente trabalho é fruto da Dissertação de Mestrado que se encontra em desenvolvimento com o título
“Implementação da Residência Integrada em Saúde Mental Coletiva do Ceará e Atenção Psicossocial: a
percepção dos atores sociais envolvidos”. O objetivo do estudo é contextualizar historicamente a Reforma
Psiquiátrica brasileira e a formação da Atenção Psicossocial no Brasil, sabendo da necessidade de formação
profissional para atuação nas Redes de Atenção à Saúde. Como método, realizamos um levantamento
histórico com base nos referenciais teóricos e nas diretrizes nacionais em Saúde Mental sobre os pilares que
sustentam a Reforma Psiquiátrica brasileira e a Rede de Atenção Psicossocial no Brasil. Construímos os
resultados de acordo com as seguintes fases: crítica ao modelo hegemônico hospitalocêntrico (1978-1991),
implantação da Rede Extra-Hospitalar (1991-2000) e após a Lei Nacional Paulo Delgado (a partir de 2001). O
ano de 1978 apresenta-se como marco inicial das principais reivindicações acerca da superação do modelo
hospitalocêntrico justamente pela chamada “Crise da DINSAM”, Divisão Nacional de Saúde Mental, após
denúncias de condições precárias, clima de ameaças e violências a profissionais e aos pacientes das
instituições psiquiátricas, além das denúncias de agressão, estupro, trabalho escravo e mortes não
esclarecidas que também marcam tal período. O Brasil foi país signatário no ano de 1990 em CaracasVenezuela na Conferência Regional para a Reestruturação da Atenção Psiquiátrica na América Latina no
Contexto dos Sistemas Locais de Saúde convocada pela Organização Pan-americana da Saúde. Durante esse
mesmo período, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas adota em 1991 os Princípios para a
Proteção dos Enfermos Mentais e para a Melhoria da Atenção à Saúde Mental, dando visibilidade aos direitos
das pessoas que necessitam de tratamento psiquiátrico. Enquanto a lei nacional ainda era debatida, leis
estaduais eram aprovadas como no caso do Ceará e de Pernambuco. Em 2001, temos a Lei Paulo Delgado
sancionada, Lei Federal nº 10.216, regulamentando os direitos das pessoas com transtornos mentais e a
extinção progressiva dos manicômios públicos e privados do país. A Organização Mundial da Saúde elegeu
2001 como o ano da Saúde Mental, lançando a campanha “Cuidar sim, excluir não”, contribuindo para este
ser o tema da III Conferência Nacional de Saúde Mental. Essa Conferência elaborou propostas e estratégias
para efetivação de um modelo de Atenção em Saúde Mental humanizado, de qualidade, com participação e
controle social, buscando transformar as formas de lidar com a loucura, podendo produzir novas
possibilidades de vida e de relações sociais. Contamos com o Decreto Presidencial nº 7.508/2011 e a Portaria
do Ministério da Saúde nº 3088 de 23 de dezembro de 2011, regulamentando a Rede de Atenção Psicossocial
(RAPS) como porta de entrada às ações e aos serviços do SUS, sendo esta constituída não apenas pela
Atenção Psicossocial especializada, mas também pela atenção básica, atenção de urgência e emergência,
atenção hospitalar, estratégias de desinstitucionalização e reabilitação psicossocial. Com os dispositivos
citados temos que as políticas de Saúde Mental e a Atenção Psicossocial devem ser organizadas em “rede”.
Percebemos a implementação e a qualificação da RAPS pautada na Reforma Psiquiátrica brasileira na qual
encontramos a reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, mostrando o comprometimento com a
luta antimanicomial que retira o foco do tratamento do modelo hospitalocêntrico da Psiquiatria e passa a
incentivar serviços comunitários e abertos. No lugar dos hospitais psiquiátricos, a RAPS ganha espaços
intersetoriais, incluindo o campo da saúde mental, da saúde em geral, das políticas públicas e da sociedade
civil como um todo. Percebemos a defesa da desinstitucionalização, da implantação e melhoria dos serviços
psicossociais de base comunitária e da transformação da percepção da loucura como exemplos de pautas
recorrentes nas discussões e ações realizadas para o fortalecimento da Atenção Psicossocial no Brasil.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PESSOAS COM TRANSTORNO MENTAL NO CONTEXTO DA ATENÇÃO
BÁSICA
112
Nicácia Souza Oliveira, Francisco Diego Freitas Saldanha, José Leonardo da Silveira Morais, Gisele Lopes
Oliveira, Thiaskara Ramile Caldas Leite, Ylania de Moura Souza Vasconcelos, Riani Joyce Neves Nóbrega,
Francisca Suzana Ricarte de Lima
A Reforma Sanitária possibilitou mudanças nas práticas de cuidados dispensados à portadores de desordens
mentais na perspectiva da incorporação de tratamentos alternativos, baseados não somente no
encarceramento e farmacoterapia mas, sobretudo em atividades que priorizem a inserção desses usuários
nos ambientes sociais e coletivos. A Atenção Primária como porta de entrada do usuário no serviço público
de saúde tem assumido cada vez mais importância na (re) organização da assistência à saúde haja vista que
esse modelo de atenção além de apresentar alta resolutividade nos problemas oriundos da população,
possibilita o engajamento dos atores públicos (equipe de saúde) na comunidade e célula familiar. Objetivouse identificar as ações realizadas pela equipe de enfermagem da Estratégia Saúde da Família a pacientes
portadores de transtornos mentais. Trata-se, pois, de uma pesquisa de caráter descritivo-exploratório com
abordagem qualitativa, desenvolvida com dez enfermeiros que atuam no âmbito da Atenção Primária do
município de Iguatu-CE, no período de outubro de 2015. As ações foram identificadas a partir de um roteiro
de entrevista semi-estruturada, em que foi gravada para manter a fidedignidade dos relatos e assim
compreender melhor os achados desse estudo. Os dados foram analisados segundo a técnica de análise de
conteúdo a partir das propostas de Minayo. Todo o estudo obedeceu a Resolução Nº 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde. Diante dos achados, constatou-se que a maioria dos enfermeiros demonstrou possuir
dificuldade na realização de ações voltadas às pessoas com problemas mentais no contexto da Atenção
Primária em virtude de outras demandas exigidas no exercício da função como alta demanda, inexistência
de um programa específico para que se possa atender esse público, além do fato desses profissionais não se
sentirem confiantes e preparados para prestar o devido cuidado. Percebeu-se que um dos principais pontos
que impede o enfermeiro na execução dessa prática de cuidado está estreitamente relacionado a falta de
familiarizada com a área de saúde mental além da perda de vínculo com esses pacientes quando estes são
encaminhados para tratamentos em Centros especializados, o que destaca um déficit na articulação entre
os serviços da rede básica e a especializada em saúde mental. Nesse sentido é preciso destacar o papel da
atenção básica na assistência à saúde mental, inclusive no desenvolvido de dispositivos inovadores, além de
mecanismos que enfatizem a capacidade de ouvir, escutar e orientar, a fim de promover novas
possibilidades de cuidados e, dessa maneira, efetivar os princípios fundamentais do SUS com práticas que
enfatizem a integralidade e a resolubilidade dos problemas em saúde.
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO NA PERSPECTIVA DOS MORADORES SOBRE O ATENDIMENTO EM
UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Mônica Cordeiro Ximenes De Oliveira, Francisca Neila Silva Nascimento, Marcela Facundo Sabóia de Castro,
Mariana de Sousa Lima, Emanuela dos Santos Viana, Gustavo Jorge dos Santos
INTRODUÇÃO: A formação dos profissionais de saúde, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais no início
dos anos 2000, passou por uma resignificação para que as suas práticas atendessem com qualidade e
eficiência as resolutividades no novo Sistema Único de Saúde. A extensão universitária passa a se constituir
parte integrante dessa dinâmica pedagógica, visto que, promove uma formação interdisciplinar entre os
domínios da educação, da pesquisa e da extensão e, sobretudo, favorece um conhecimento, aos discentes,
sobre o cotidiano, a territorialização e a cultura local com vistas às novas práticas na Atenção Primária em
Saúde. OBJETIVOS: Avaliar o nível de satisfação dos moradores sobre o atendimento em uma Unidade
Básica de Saúde. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa de campo com abordagem quantitativa, como
parte de um levantamento preliminar realizado pelos alunos e professora do curso de Fisioterapia da
Unichristus participantes do projeto de Extensão Educação Popular e Ações Integrativas na Saúde
Comunitária, no período de outubro a dezembro de 2015 na Comunidade Serviluz em Fortaleza. Para a
efetivação do levantamento foram aplicados 35 questionários com moradores da área 232 da microrregião
04 que aceitaram participar do estudo e após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
113
Os dados foram tabulados e analisados através do programa Statistical Package for the Social Sciences,
versão 20.0 e Microsoft Office Excel 2010. RESULTADOS: Os 35 moradores participantes do estudo
apresentaram idade média de ± 45 anos e destes, 30 (87,7%) eram do gênero feminino. Quanto à visita a
UBS 20 (57,14%) dos informantes não fazem visitas frequentes e destes, 17 (85%) justificaram não dar
importância ao serviço. Com relação à ida a UBS 26 informantes (74,29%) só vão quando estão doentes.
Sobre o agendamento de consultas na UBS 15 (42,86%) classificaram como ruim e 14 (40%) classificaram o
atendimento multidisciplinar na UBS como bom. Com relação ao trabalho das Agentes Comunitárias de
Saúde 34 (97,14%) informaram que conhecem a da sua rua (área 232) e são acompanhados semanalmente
por ela. Quando foi perguntado sobre o atendimento fisioterápico não houve nenhum relato sobre o serviço
ou por qualquer programa do governo. CONCLUSÃO: Os dados parciais revelam que não há uma
regularidade na procura pelos serviços na UBS por parte dos informantes do estudo. Sobre o atendimento
os informantes revelam que precisa melhorar quanto o agendamento, muito embora tenha sido
identificada uma demanda para o atendimento. Quanto ao trabalho das ACS, como profissionais que fazem
parte das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), identificamos um nível de satisfação, pois os
informantes consideram que as agentes atuam, através das suas ações, na busca pela promoção, prevenção
e na manutenção da saúde da comunidade, pois são responsáveis pelo acompanhamento de um número
definido de famílias em um território adscrito. Com efeito, consideramos significativos estudos desta
natureza e destacamos a importância da participação dos acadêmicos de Fisioterapia em experiências na
extensão para que vivenciem esse cotidiano da população local como aspectos orientadores para futuras
práticas e ações que buscam a promoção da saúde e o cuidado na atenção básica e atendam os princípios
da resolutividade e equidade como norteadores na construção de práticas na Saúde Coletiva.
Eixo Temático: Redes de Atenção à Saúde
Modalidade: Relato de Experiência
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE EM TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA DE ALCOOL: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jamily Soares Damasceno da Silva, Letícia Karen Rodrigues Tomaz, Maria Flaviane Araújo do Nascimento,
Isabelle Cordeiro de Nojosa Sombra, Camila Barroso Martins
INTRODUÇÃO: O álcool é um depressor do sistema nervoso central (SNC) que exacerba os sintomas
depressivos, aumentando o risco de morte por suicídio. O alcoolismo segundo Dube pode ser definido por
um conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do álcool; é entendido como
falta de controle na ingestão indevida e regular de bebidas alcoólicas e todas as consequências prejudiciais
decorrentes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004), em virtude de ser um problema
bastante complexo, no qual estão envolvidas várias dimensões, deve-se entender a dependência química
como sendo uma doença biopsicossocial (SOUSA, 2013) O trabalho do enfermeiro dentro dos CAPS ad e
Unidades de Acolhimento se constituem na reabilitação psicossocial que inclui a reinserção do sujeito nas
atividades diárias, no mundo do trabalho e nos espaços comunitários. Este desafio é assumido
cotidianamente nas atividades de cuidado, sociais, de acompanhamento, nas oficinas e grupos enquanto
espaços terapêuticos e de socialização. Nos grupos terapêuticos, as finalidades junto à clientela podem ser
educativas ou de informação, reflexão e suporte, em que o espaço terapêutico possibilita ao indivíduo sua
tomada de consciência como ser social. (BOURGUIGNON, 2010). OBJETIVOS: Descrever a experiência
vivenciada por acadêmicos de enfermagem em uma unidade de acolhimento com um paciente em
tratamento da dependência do álcool. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de caso, do tipo descritivo;
qualitativo, contemplado pela disciplina pratica de Ensino clínico VI-Saúde Mental em uma Unidade de
Acolhimento de Fortaleza no estado do Ceará no mês de Maio de 2016; A análise de dados se deu por
consulta ao prontuário e entrevista com o paciente, autorizada pelo mesmo, respeitando os aspectos éticos
114
da resolução 466/12 do CONEP (Comissão Nacional de Ética e Pesquisa). RESULTADOS: Paciente consciente,
orientado, verbaliza, deambula, bem vestido, apresenta autocuidado satisfatório, com boa aceitação da
dieta via oral, aceita mediações ofertadas, atualmente fazendo o uso das seguintes medicações: Amitril,
Fluoxetina, Clorpromazina, Diazepam, Hidroclorotiazida e Losartana. Ao exame do estado mental: ativo, de
fácil contato, consciência preservada, atenção preservada, autopsíquico, senso e percepção preservados,
alopsíquico, memória remota, recente e imediata preservada, eutímico, pensamento de curso normal e de
forma agregada, de conteúdos de planos para o futuro, afeto congruente, psicomotricidade preservado,
insight preservado e vontade preservada. Durante diálogo, o paciente relata que já conseguiu abster-se por
17 anos do uso do álcool, posteriormente passou por diversas recaídas, após perdas de familiares
importantes e relevantes para o seu controle e equilíbrio emocional, principalmente a perda de sua esposa,
relata ter perdido o desejo de viver e citou ter feito o uso de álcool por 12 dias ininterruptos, e nesse estado
prolongou-se por cerca de dois anos, até quando solicitou a ajuda da filha para ser encaminhado a uma
unidade de desintoxicação, encontra-se internado há cinco meses na Unidade. CONCLUSÃO: Conclui-se que
as atividades realizadas no campo prático nos permite uma visão mais ampla sobre os cuidados de
enfermagem, nos auxilia no desenvolvimento do pensamento crítico e tomada de decisões, em relação ao
paciente do relato especificamente, considera-se que é de extrema relevância uma aproximação
humanizada com os usuários, observando suas limitações, suas queixas, seus medos e suas perspectivas de
melhora. Obtivemos uma satisfação em perceber que além da superação e motivação, o nosso paciente
possui agora uma esperança de vida diferente, um desejo de mudança e reinserção em seu seio familiar.
Destacamos também a importância da unidade de acolhimento que tornou possível a melhora de sua
perspectiva de vida, e os profissionais que trabalham direcionando este indivíduo para tornar-se capaz de
resgatar a esperança em sua vida. RECOMENDAÇÕES PARA SAÚDE COLETIVA: É de extrema relevância a
comunicação entre enfermeiro e cliente, para que possamos traçar uma linha de cuidados efetivos que
possa promover a reabilitação dos pacientes e a construção de uma esperança de melhora e
consequentemente uma mudança na qualidade de vida deste indivíduo, para que isso ocorra, deve-se estar
atento à comunidade, as suas necessidades e procurar estabelecer vínculos de confiança buscando uma
avaliação holística dos usuários do serviço de saúde.
ATENÇÃO MULTIDISCIPLINAR NA CONSULTA DE PUERICULTURA
Sarenne Pacheco Barbosa Carioca, Lucianna Leite Pequeno, Erlemus Ponte Soares, Debora Cardoso Ferreira
da Ponte
A atenção primária é composta de conjuntos de ações que visam implantar grande pluralidade de atitudes, e
conhecimentos técnicos e científicos de relativa baixa complexidade. Entendida como entrada no sistema
único de saúde fornece atenção sobre o paciente para coordenar e integrar a atenção, tendo como dois
objetivos principais, aperfeiçoar a saúde da população por intermédio do conhecimento atualizado,
cuidando do bem-estar físico, emocional e social e ainda a redução das diferenças de oportunidades entre
grupos populacionais, no quesito acesso social. Sabe-se que é importante o acompanhamento da saúde da
criança, tanto em um contexto biológico, expressado por fatores genéticos, metabólicos e fatores
extrínsecos, quando nos contextos psíquico e social, considerados complexos, contínuos e progressivos. O
ministério da saúde preconiza acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de crianças de zero a
dois anos de idade por meio das consultas de puericultura. É de tamanha importância que a atenção básica
realize com regularidade, abrangência e qualidade as consultas de puericultura uma vez que estas envolvem
ações muito específicas e multidisciplinares. O objetivo da experiência foi realizar consultas de puericultura
odontológica durante as consultas de puericultura realizadas pela enfermeira da equipe de saúde da família.
A experiência aconteceu durante a disciplina do Estagio Extra-mural, no semestre 2016.1, no período de
janeiro a junho de 2016. A intervenção foi realizada em uma ONG adscrita ao território da Unidade Primária
de Atenção à Saúde (UAPS) César Cals de Oliveira, campo de estágio da disciplina. Participaram da atividade
seis crianças de 0 a 2 anos. Inicialmente, por meio dos agentes comunitários de saúde, foram marcadas as
115
consultas de puericultura, as quais seriam realizadas pela enfermeira e alunos do estágio, sendo estes
últimos supervisionados e orientados pela cirurgiã-dentista. As avaliações para acompanhamento do
crescimento e desenvolvimento variam conforme a idade. De maneira geral são avaliados peso, medidas
crânio-encefálicas, altura, situação vacinal, alimentação, bem como aspectos relacionados à nutrição,
hábitos de higiene oral, desenvolvimento do sistema estomatognático, erupção dentária, hábitos deletérios
e de higiene pessoal da criança. É solicitado que os responsáveis pela criança levem o cartão de vacina para
verificação do cumprimento do calendário vacinal. Existe ainda um momento onde a mãe pode relatar
alguma intercorrência com a criança, como queda ou trauma e tirar dúvidas sobre possíveis acontecimentos
em relação a saúde da criança. Tudo que acontece na consulta é registrado no prontuário da puericultura
disponibilizado pela Prefeitura de Fortaleza. Concluímos que as consultas de puericultura são de extrema
importância para o correto acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil, especialmente
com a intervenção de equipe multidisciplinar, o que proporciona interação de saberes e práticas no âmbito
da promoção de saúde, prevenção de doenças e assistência à saúde.
A UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO COMO DIFERENCIAL NO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DO
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ
Andréa do Nascimento Serpa Rodrigues, Ana Virgínia Evangelista de Mendonça, Patrícia Elizabeth da Silva,
Mayrla Diniz Bezerra, Larissa Rodrigues de Freitas
INTRODUÇÃO: A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) é um dos serviços de saúde de complexidade
intermedial entre as Unidades Básicas de Saúde/Saúde da Família e a Rede Hospitalar, na qual oferece
assistência ágil e qualificada nas urgências e emergências (BRASIL, 2011). As UPAs foram criadas para
contribuir na melhoria da assistência à saúde, tendo como um dos seus principais objetivos diminuir a
demanda pelas emergências hospitalares por pacientes em situações de baixa e média complexidade. A
demanda pelos serviços de urgência se tornou crescente nos últimos anos, levando a necessidade de
mudanças na organização do atendimento, dessa forma, surgiu o sistema de acolhimento com classificação
de risco, atualmente utilizado na UPA. Seu objetivo é identificar a prioridade clínica do paciente e direcionálo para o atendimento prioritário. (CAVALCANTE et al, 2012). O curso técnico em enfermagem da Escola de
Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), em sua matriz curricular, contém a unidade didática “Enfermagem na
urgência e emergência” que tem como objetivo capacitar os alunos para prestar cuidados e realizar
procedimentos de enfermagem em situações de urgência e emergência. OBJETIVOS: Relatar a experiência
dos orientadores de estágio do curso técnico em enfermagem sobre os aspectos vivenciados na UPA, assim
como o diferencial desse campo de estágio para a unidade didática de urgência e emergência. DESCRIÇÃO
DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de um relato de experiência que descreve aspectos vivenciados por enfermeiros,
orientadores de estágio, do curso técnico em enfermagem da ESP/CE na oportunidade de um estágio
curricular obrigatório na unidade didática de urgência e emergência. O estágio ocorreu em UPAs do
município de Fortaleza, no período de fevereiro a março de 2016. Os alunos foram divididos em grupos e
realizaram suas atividades com o acompanhamento de um orientador de estágio com experiência na área
de urgência e emergência. RESULTADOS: Dentro da proposta da unidade didática “Enfermagem na Urgência
e Emergência”, a experiência de estágio na UPA, proporcionou aos orientadores um momento de reflexão
diante da importância dessa Instituição no processo de aprendizagem do aluno, onde o mesmo tem a
oportunidade de realizar atividades diferenciadas de assistência de enfermagem ao paciente em situações
de urgência que contribuirão para o crescimento profissional do aluno. Foi possível perceber que é de
fundamental importância à aplicação desse estágio para a complementação acadêmica desses alunos, pois a
UPA torna-se um diferencial pelo seu atendimento direcionado ao paciente de baixa e média complexidade,
principalmente quando comparado ao atendimento em outras redes de atendimento de urgência, onde um
mesmo paciente tem um atendimento mais demorado devido às outras complexidades mais graves
atendidas nas demais instituições. CONCLUSÃO: Considerando que a área de urgência e emergência
representa um importante componente do cuidado à saúde, se faz necessário enfatizar a UPA como campo
de estágio que permite através do seu atendimento com classificação de risco, priorizar e direcionar a
116
assistência. Espera-se que este relato contribua com o planejamento do estágio curricular obrigatório do
nível médio em enfermagem, a fim de assegurar uma visão ampliada dos alunos em relação a rede de
atenção de urgência e emergência.
CONTRIBUIÇÃO DA EXTENSÃO ACADÊMICA EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PARA A FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
Sâmia Freitas Aires, Keila Maria de Azevedo Ponte
INTRODUÇÃO: A vivência extensionista revela-se fundamental na formação universitária, propiciando
experiências ampliadas aos graduandos, muito além daquelas obtidas nos moldes tradicionais e bancários
de formação profissional. Assim, torna-se fundamental vislumbrar novos cenários de formação profissional,
nos quais se busca desenvolver uma proposta em rede articulando as instituições de ensino, a gestão do
SUS, os serviços de saúde e a comunidade (BISCARDE; SANTOS; SILVA, 2014). Desse modo, estudos que
fomentem a extensão como espaços indispensáveis para a formação de trabalhadores da saúde são de
grande relevância. Sendo assim, o interesse em realizar esse trabalho se deu a partir da inserção acadêmica
como bolsista de extensão no acolhimento com classificação de risco na urgência e emergência adulta de
um hospital filantrópico no interior do Estado do Ceará. OBJETIVOS: Descrever a experiência da extensão no
serviço de urgência e emergência e suas contribuições para a formação profissional. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: A caminhada começou a partir de um processo seletivo promovido por um hospital do
interior do estado do Ceará composto de prova escrita, entrevista e análise curricular. Após a classificação
dos acadêmicos, foi oferecido um curso sobre temas relevantes para atuar na urgência e emergência,
incluindo Humanização e a Classificação de Risco do HumanizaSUS. A atuação no Serviço do Acolhimento
com Classificação de risco teve duração de um ano, entre abril de 2015 e março de 2016, e era
supervisionada pelo enfermeiro do serviço. Assim, era realizado o acolhimento com classificação de risco de
acordo com o HumanizaSUS e fornecidas orientações para os clientes e/ou familiares acerca do tempo de
espera estimado assim como sobre o funcionamento da RUE (Rede de Atenção às Urgências e Emergências),
indicando o melhor serviço de saúde para cada caso. A classificação era feita de acordo com suas queixas,
parâmetros e anamnese, estabilizando os pacientes e garantindo que os que necessitassem de atendimento
imediato não ficassem esperando. Aliada a extensão havia os momentos de ensino por meio de estudos de
caso quinzenais e sessões clínicas, além de pesquisas provenientes da vivência na extensão. Tivemos ainda a
oportunidade de uma maior aproximação com a comunidade por meio de ações de educação em saúde
sobre problemas identificados no serviço. PRINCIPAIS RESULTADOS: Durante a vivência extensionista foi
possível desenvolver segurança para a tomada de decisão e resolução de conflitos com a ajuda dos
profissionais do serviço. Além disso, é uma oportunidade de vivenciar a teoria adquirida na sala de aula e
assim aprofundar os conhecimentos, o que é facilitado pelos estudos de caso e sessões clínicas. Vivências
essas que muitas vezes não são abarcadas apenas pelo estágio curricular devido sua duração e número de
acadêmicos. Assim, a extensão universitária se caracteriza em um espaço privilegiado para a construção de
propostas pedagógicas inovadoras (LEITE et al, 2014). A emergência, em especial, por ser a porta de entrada
de um hospital, recebe inúmeros pacientes vindos dos mais diversos lugares, com os mais diversos
problemas e os mais diversos sentimentos e os profissionais que estão à frente do acolhimento, precisam
estar preparados para essa diversidade. Pois o acolhimento não é um espaço, mas uma postura ética,
tomando para si a responsabilidade de “abrigar” outrem em suas demandas, com a resolutividade
necessária para o caso em questão (MORI; OLIVEIRA, 2014). Então, além de apreender sobre o atendimento
inicial em situações de emergência e como classificá-los de acordo com a gravidade de seus casos, aprendese à ser mais humano e colocar em prática a escuta qualificada. CONCLUSÃO: A partir dessa experiência foi
possível constatar que a extensão comporta um espaço de ensino-aprendizagem, integrando a pesquisa e o
serviço, promovendo a aproximação com a comunidade. Deste modo, entende-se que a expansão da
extensão universitária é de grande importância para formar trabalhadores da saúde mais preparados para
atuação profissional e mais humanos através da vivência cotidiana.
117
CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO (ACR) PARA O
FORTALECIMENTO DA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO
Maria Sinara Farias, Keila Maria de Azevedo Ponte, Milena de Melo Abreu
INTRODUÇÃO: Como forma de avanço da construção do Sistema Único de Saúde (SUS) e de disseminar a
relevância da humanização na assistência a saúde, cria-se a Política Nacional de Humanização (PNH), com a
proposta de substituir o modelo centrado na relação queixa-conduta para o modelo centrado na
humanização. Nesse sentido o acolhimento é determinado como uma das diretrizes de maior relevância
política, ética e estética da PNH, expressa um efeito de aproximação, ato ou efeito de acolher. Ele ainda é
visto como um dispositivo tecno-assistencial que permite refletir e mudar os modos de operar a assistência,
sendo o Acolhimento com Classificação de Risco (ACR), que tem em vista a avaliação de risco e
vulnerabilidade. Nesse sentido classificar o atendimento do paciente baseando-se no risco de vida é uma
tarefa complexa que exige habilidades cognitivas e práticas. Assim, o Programa de Integração Ensino-Serviço
de um hospital de ensino e referência em politrauma da região Norte do Ceará, insere estudantes de
graduação da área da saúde nos serviços assistenciais e técnicos do hospital, para favorecer o
desenvolvimento de competências e habilidades. Deste modo, o serviço do ACR da Emergência Adulto do
hospital citado, recebeu acadêmicos para a realização de tais atividades para formar acadêmicos pautados
na qualificação do acolhimento. OBJETIVO: Descrever vivências no serviço de Acolhimento e Classificação de
Risco (ACR) de uma emergência adulta e relatar a sua importância e contribuições para a formação pessoal e
profissional do acadêmico. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de um relato de experiência com uma
abordagem qualitativa, realizada no setor de ACR da Emergência Adulto de um Hospital de ensino e
referência em politrauma da região Norte do Ceará, seguindo o protocolo do HumanizaSUS. A atividade
vivenciada ocorreu no período de Março de 2014 a Fevereiro de 2015. As atividades foram desenvolvidas no
serviço juntamente com 01 (um) Técnico de Enfermagem e 01 (um) Enfermeiro, assim o acadêmico tem
como responsabilidade seguindo o protocolo da instituição de colaborar com as atividades dos profissionais
alocados no setor, participar de ações educativas elaboradas pelo serviço e conhecer o protocolo do
HumanizaSUS, este utilizado pela instituição. Deste modo, o acadêmico atua no setor acolhendo o paciente,
fazendo anamnese, analisando a situação/queixa e sinais vitais do usuário, pois estes aspectos serão
fundamentais para a classificação e identificação de prioridades conforme cor preconizada pelo Ministério
da Saúde. Com esses dados, o acadêmico direciona o paciente até setor que solucionará a situação.
RESULTADOS: A formação profissional está em constante mudança. O perfil desejado do egresso inclui
habilidades técnicas e conhecimentos biológicos, o que se alcança não apenas com a teoria, mas sim com
sua inclusão nos serviços práticos. Assim, com a inclusão do acadêmico no serviço em especial no ACR,
desenvolve-se a capacidade de pensamento crítico e um olhar clínico, pois há o contato com as mais
diversas formas de problema de saúde, cabendo a ele juntamente com a equipe decidir qual a classificação
daquele paciente, ou seja, qual o tempo de espera seguro para o atendimento deste, sendo uma atitude
complexa que envolve muitos conhecimentos. Assim com a integração do acadêmico no ensino-serviço é
capaz de suprir as deficiências existentes sobre o ensinamento de práticas clínicas, contribuindo ainda na
relação paciente-acadêmico-profissional, esta que é relevante para o cuidado em saúde, pois promove uma
melhor integração entre a equipe. Portanto, com a inclusão do acadêmico no serviço é possível a aplicação
prática de conhecimentos adquiridos em teoria, tendo em vista a necessidade em atuar colocando sempre
em harmonia a teoria e a prática e baseando-se nos princípios e diretrizes do SUS para que desta forma
possam estar exercitando uma prática assistencial de qualidade visando cada vez mais o bem-estar social da
população (TEIXEIRA, et al. 2013). CONCLUSÃO: A inserção do acadêmico no setor de emergência lhe cabe
um papel de responsabilidade compartilhada, onde o grande fluxo de atendimentos bem como a variedade
dos mesmos exige pensamento crítico e olhar clínico. A integração ensino-serviço é uma relação de extrema
relevância para a formação profissional, pois torna o acadêmico como parte integrante do serviço, aquele
que auxilia nas atividades da instituição ao passo que pratica seus conhecimentos bem como os amplia.
118
EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA SALA DE ESPERA SOBRE HANSENÍASE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jamily Soares Damasceno da Silva, Letícia Karen Rodrigues Tomaz, Maria Flaviane Araújo do Nascimento,
Camila Barroso Martins, Isabelle Cordeiro de Nojosa Sombra
INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de caráter crônica causada pelo
Mycobacterium leprae que possui predileção para a pele e nervos periféricos. Apresenta-se como uma das
doenças mais antigas da humanidade e apesar de, desde 1986, disponibilizarmos da cura por meio da
poliquimioterapia, ainda constitui importante problema de saúde pública no Brasil. O Ministério da Saúde
define como caso de hanseníase para tratamento, quando um ou mais dos seguintes critérios estão
presentes: lesão da pele com alteração da sensibilidade, espessamento de tronco nervoso ou baciloscopia
positiva na pele. O tratamento baseia-se na quimioterapia específica, supressão de surtos reacionais,
prevenção de incapacidades físicas junto à reabilitação física e psicossocial (Ministério da Saúde; 2010). O
diagnóstico de hanseníase em grande parte do Brasil ainda é tardio, cerca de um ano e meio a dois anos
após o aparecimento dos sintomas, A busca tardia de atendimento nos serviços de saúde, a falta de
informação sobre sinais e sintomas, a dificuldade do indivíduo em encontrar serviços, atendimento e/ou
profissionais capacitados para detectar a doença, podem ser fatores que influenciam o diagnóstico tardio
(Ministério de Saúde; 2008). OBJETIVOS: Descrever a experiência vivenciada por acadêmicos de
enfermagem na sala de espera de uma unidade básica de saúde. METODOLOGIA: Relato de experiência do
tipo descritivo realizado por acadêmicos de enfermagem do 4º semestre durante a disciplina de Ensino
Clínico I (Saúde Coletiva) em uma unidade básica de saúde situada no município de fortaleza no mês de
outubro de 2014, utilizando instrumento de educação em saúde numa sala de espera voltada para todos os
usuários do serviço no intuito de esclarecimento sobre sinais e sintomas da hanseníase, além de orientações
quanto à forma de contágio e a importância da procura imediata a um serviço de saúde. RESULTADOS:
Inicialmente a proposta de educação em saúde se deu no intuito de esclarecer e orientar os usuários do
serviço de saúde quanto aos sinais e sintomas da Hanseníase utilizamos um banner explicativo e didático
com imagens das lesões que a patologia causa, as formas de contágio, o tratamento e principalmente
quanto à busca do serviço de saúde caso apresente algum dos sinais e sintomas, observamos que ainda
possuem mitos a cerca da doença, o quanto a população ainda estava desinformada sobre o assunto, ao
final da atividade realizamos uma dinâmica de perguntas sobre o que foi abordado, e a cada acerto o
usuário ganhava um brinde, percebemos o interesse da comunidade ali presente em demostrar que havia
compreendido o assunto, e que houve esclarecimento eficaz sobre a doença, saímos da unidade com a
satisfação de dever cumprido, uma vez que a educação em saúde visa promover, facilitar e esclarecer a
população, obtivemos um resultado satisfatório na atividade aplicada. CONCLUSÃO: As atividades de
educação em saúde são elementos fundamentais ao alcance dos objetivos propostos, representando um
campo fértil às ações de enfermagem, promovendo nos indivíduos em questão capacidade de
discernimento, esclarecimento de dúvidas e busca ao serviço de saúde nos casos relacionados à hanseníase,
desmistificando informações relacionadas à patologia em questão, e o profissional dessa área é o principal
mediador para que isso ocorra. RECOMENDAÇÕES PARA A SAÚDE COLETIVA: É preciso ressaltar que a
prática da educação em saúde constitui um caminho integrador do profissional, construindo um espaço de
reflexão-ação que é capaz de provocar mudanças individuais contribuindo para a transformação social. É de
extrema relevância que os profissionais das unidades básicas estejam constantemente buscando aprimorar
seus conhecimentos para conseguirem esclarecer a comunidade sobre os diversos assuntos pertinentes à
saúde, buscar estratégias para levar informações e esclarecimentos à população assistida em cada área.
ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO PARA AMPLIAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO EM HANSENÍASE DE 2014 A 2015:
EXPERIÊNCIA DE FORTALEZA
119
Aquiléa Bezerra de Melo Pinheiro, Gerlania Maria Martins de Melo Soares, Natália Régia Farias da Silva,
Maria Irismar da Silva Silveira, Ana Fátima Porto de Miranda Teixeira, Sandra Solange Leite Campos, Ana
Cristina B. da Fontoura
INTRODUÇÃO: A Estratégia Global Aprimorada para Redução Adicional da Carga da Hanseníase (OMS)
determina que o controle da hanseníase deve ser baseado: na detecção oportuna de casos novos; no
tratamento com poliquimioterapia; na garantia do atendimento de qualidade aos pacientes e serviços
equitativamente distribuídos e fortalecidos. Foi elaborado um Plano de Trabalho, com foco na qualificação
das Equipes de Saúde da família (ESF) para descentralização das ações de hanseníase para a Atenção
Primaria. O município de Fortaleza possui uma rede de atenção primária de 101 unidades de Saúde em 06
(seis) distritos de saúde (SER). O diagnóstico de casos novos de hanseníase é concentrado no Centro de
Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia (CDERM), localizado na SER II, e de
responsabilidade administrativa da Secretaria da Saúde do Estado. Objetivo: Ampliar o número de Unidades
Básicas de Saúde municipais desenvolvendo atividades de manejo Clínico e Vigilância em Hanseníase e
desconcentração dos casos do CDERM. MÉTODO: Trata-se de uma descrição sobre a estratégia utilizada para
a capacitação dos profissionais de saúde do município de Fortaleza. Foram realizadas “Rodas de Conversa”
nas Unidades Básicas de Saúde, no horário do expediente, respeitando as rotinas das Unidades. Essa
estratégia está contida no Plano Estadual para controle da Hanseníase 2011-2015, elaborado com os
técnicos das 22 Regionais de Saúde do Ceará, considerando as demandas existentes e o perfil
epidemiológico dos municípios. O Plano foi estruturado visando a qualificação dos profissionais de saúde
para o manejo da doença e a redução dos encaminhamentos de casos novos para o Centro de Referência
Dona Libânia. RESULTADOS/DISCUSSÕES: Em 2014 e 2015 foram realizadas 34 rodas de conversa nas UBS de
Fortaleza e qualificados 1.149 profissionais de saúde, sendo 74 médicos, 116 enfermeiros, 05 dentistas, 885
Agentes de Saúde e 69 outros profissionais. A ampliação das UBS notificadoras no município de Fortaleza
passou de 64,3% em 2013 para 71,2% em 2014, com um incremento de 10,7%. A SER I passou de 03 (27,2%)
UBS em 2013 para 08 (72,7%), tendo o maior incremento (167,2%) em UBS com serviço implantado e
notificando. A SER V manteve 80% de unidades notificadoras. A SER II será trabalhada em 2016.
CONCLUSÃO: A estratégia integrada da Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde de
Fortaleza, visando a realização de Rodas de Conversa e apoiando os profissionais nos seus territórios de
atuação, é uma importante atividade para a descentralização do atendimento, pois promove um
acolhimento aos usuários mais próximos de suas residências e amplia o acesso ao diagnóstico da hanseníase
na Atenção Primária.
EXPERIÊNCIAS DOS DISCENTES DE FISIOTERAPIA NO PROJETO EXTENSÃO EDUCAÇÃO POPULAR E AÇÕES
INTEGRATIVAS NA SAÚDE COMUNITÁRIA
Francisca Neila Silva Nascimento, Gustavo Jorge dos santos, Mariana de Sousa Lima, Marcela Facundo
Sabóia de Castro, Emanuela dos Santos Viana, Mônica Cordeiro Ximenes de Oliveira
INTRODUÇÃO: A extensão significa um jeito diferente de pensar e conduzir um trabalho social, que articula
as ações de ensino e de pesquisa com base na realidade percebida. O Projeto de Extensão Educação Popular
e Ações Integrativas na Saúde Comunitária, do Centro Universitário Christus, teve início em agosto de 2015,
na Comunidade Serviluz em Fortaleza. A iniciativa do projeto vem das vivências durante a pesquisa de
campo realizada em 2014 com as Agentes Comunitárias de Saúde, como atividade realizada no Grupo de
Estudo Ciências Humanas e Saúde Coletiva: uma leitura interdisciplinar com o objetivo de ampliar o
conhecimento dos discentes sobre a importância da interdisciplinaridade para as práticas integrativas em
saúde comunitária. OBJETIVOS: Integrar os discentes com a Comunidade para as definições de temas a
serem abordados para ações em educação popular e, sobretudo, em Saúde Coletiva; Transpor os muros da
universidade numa perspectiva de ressignificações e de novos caminhos para o dialogo entre a ciência e o
saber local; Proporcionar conhecimento do território; Objetivar ações na comunidade a partir das
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demandas, dos interesses e dos saberes tanto da comunidade como da universidade na área da Saúde
Coletiva. RELATO DE EXPERIÊNCIA: Participam do projeto dezesseis alunos do curso de fisioterapia entre o
3º semestre e o 7º semestre. As atividades de extensão ocorrem as quintas feiras no período da tarde, de
14h às 17h, na área adstrita das Agentes Comunitárias de Saúde, vinculas a Unidade Básica de Família Célio
Brasil Girão e Escola Beneficente de Surf Titanzinho. Os alunos realizaram em 2015.2 e 2016.1 visitas à
comunidade inicialmente com o objetivo de apreender e levantar as demandas da comunidade para
trabalhos de prevenção e promoção da saúde; No campo social o projeto objetivou integrar o conhecimento
da academia às ações dos discentes com vistas na formação e nas práticas na atenção básica e saúde
comunitária. Durante o semestre foram realizadas ações esportivas e lúdicas com 40 crianças da Escola
Beneficente de Surf Titanzinho, junto à coordenação do professor João Carlos; Doação de jogos para a
construção de uma sala de recreação para os jovens e crianças da escola de surf; Apresentação de Vídeo
sobre os grandes surfistas e as possíveis manobras e lesões na prática do surf. Depois os alunos debateram
com os participantes sobre as técnicas de prevenção e fizeram demonstrações de movimentos para que os
participantes executassem antes dos treinos diários. Foram também realizadas visitas domiciliares para
verificação da PA em três visitas à comunidade durante o semestre; As ações realizadas com um grupo de
35 mulheres tiveram o objetivo de fazer um levantamento sobre dados clínicos (PA, peso, altura, IMC, etc),
e nesse momento foram assinados os TCLE para o uso desses dados em pesquisas e artigos apresentados
em eventos científicos. No encontro com as mulheres a temática apresentada foi a importância e o
conhecimento sobre o assoalho pélvico e como fazer a prevenção. Após esse momento houve distribuição
de Kits para as mulheres e para as crianças. A atividade foi finalizada com o lanche. RESULTADOS: Evidenciase, através dos relatos dos discentes, uma aproximação com a realidade da comunidade como se constata
nas falas a seguir. “Esse me marcou de uma forma especial. Vi a comunidade de uma forma que nunca tinha
visto antes, apesar de já ter tido experiência parecida”. “Vivemos tempos difíceis no projeto, mas tivemos
momentos que valeram muito a pena!... Vamos junto! ”. “Foi muito gratificante participar do projeto esse
semestre. Percebo o quanto as minhas ideias mudaram no decorrer do projeto, principalmente, a minha
ideia fixa de ter tudo milimetricamente calculado.” CONCLUSÃO: Evidenciamos que extensão proporciona
aos discentes e docentes um conhecimento e uma troca de experiência que busca a integralidade do ser
humano, a interlocução com outros saberes e, sobretudo, uma articulação entre universidade, serviço de
saúde e comunidade. Com esse sentido, promove uma interdisciplinaridade entre os domínios da educação,
pesquisa e extensão. Desta forma destaca-se a importância da participação dos acadêmicos de Fisioterapia
em experiências que lhes permitam vivenciar e conhecer as demandas da comunidade para o
desenvolvimento de ações integrativas na saúde comunitária e que favoreçam a pesquisa científica em
Fisioterapia Comunitária e Saúde Coletiva.
MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: COMPARTILHANDO A EXPERIÊNCIA DE
MARANGUAPE
Deborah Natacha Ferreira Figueiredo
Maranguape é um dos municípios que compõem a região metropolitana de Fortaleza, localizado a cerca de
30 km da capital cearense e com população estimada em 123.570 habitantes (IBGE, 2015). A crescente fila
de espera e lotação dos serviços oferecidos pelos CAPS forçou a gestão municipal a buscar estratégias para
aperfeiçoar o fluxo e garantir o acesso. A rede de atenção básica é composta por vinte e quatro UBASF,
tendo sido escolhidas inicialmente apenas duas como projeto piloto para implantação do matriciamento
em saúde mental. A ideia iniciou em outubro de 2015, com a criação de uma comissão formada por
profissionais dos CAPS Geral e CAPS Infantil, coordenadoras dos CAPS e da Atenção Primária e ainda, por
Psicóloga Residente que compõe uma das equipes de NASF. Foi criado um cronograma de reuniões
quinzenais para estudo, discussão e planejamento da proposta. Em dezembro de 2015, foi realizado o I
Fórum de Matriciamento em Saúde Mental na Atenção Primária, onde foram convidados médicos e
coordenadores de UBASF para a apresentação do projeto. O objetivo da proposta foi implantar na Atenção
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Básica um espaço de troca de saberes, estratégias de intervenção e apoio quanto ao processo de
matriciamento dos casos de pacientes já considerados estabilizados de acordo com a avaliação psiquiátrica,
garantindo a integralidade da atenção em todo sistema de saúde e procurando ações que
descentralizassem o acesso à especialidade. As etapas de implantação foram: levantamento de pacientes
atendidos nos CAPS que poderiam ser matriciados nas UBS; reuniões com as equipes envolvidas;
capacitação para os profissionais; estudos de casos; reuniões com pacientes e responsáveis para
apresentação da proposta. Como resultados já alcançados, foram observados: o alargamento da
participação de diferentes especialistas na Atenção Primária; a ampliação da resolubilidade das equipes; a
definição do fluxo de encaminhamento; a abertura de um canal de comunicação interprofissional e o
estabelecimento de um espaço de cogestão e de cuidados colaborativos. Desta forma, apesar de se tratar
de algo ainda em fase de implantação, já que a equipe está aos poucos testando o que dá certo e o que
precisa ser melhorado no cotidiano dos serviços, já é notável a importância da educação permanente em
saúde, do trabalho em rede e da participação ativa da gestão nesse processo.
O EXERCÍCIO FÍSICO SUPERVISIONADO COMO TRATAMENTO COMPLEMENTAR E PREVENÇÃO DE
CARDIOPATIAS EM PORTADORES DE DIABETES MELLITUS
Iásly Costa Lima, Yasmin de Azevedo Muniz, Sânia Pinho Figueiredo, Márcia Cardinalle Correia Viana, Kélvia
Karine Nunes Queiroz, Maria Valdeleda Uchôa Moraes Araújo, Camila Napoleão Gouvêa Albuquerque,
Andréa Stopiglia Guedes Bride
INTRODUÇÂO: O diabetes mellitus (DM) é uma grande preocupação para saúde contemporânea, atingindo a
população de forma crescente e acometendo qualquer idade. Suas repercussões podem gerar doenças
cardiovasculares além de limitações funcionais, incapacitações e mortalidade prematura. Se destacarmos a saúde
coletiva, é preciso evidenciar os custos relacionados ao seu controle e ao tratamento das suas complicações o que
reafirma cada vez mais a necessidade de investimento em programas de educação em saúde. Em 2015, segundo
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a DM atinge a 9 milhões de brasileiros, o que corresponde a
6,2% da população adulta, sendo Fortaleza, em 2014, a capital que apresenta elevada incidência com 7,3%, o
maior percentual desta doença no país. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: relatar os benefícios do exercício físico
supervisionado como forma de tratamento em paciente diabético tipo 2, tratado com medicamento e cirurgia
embora persistindo com a doença arterial coronariana. Descrever como foi possível auxiliar no processo de uma
doença crônica com educação e promoção da saúde através do programa de exercícios que além de prevenir
novos eventos isquêmicos, atuam no controle dos índices glicêmico, controle de peso e força muscular.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: H.P.C., sexo masculino, 80 anos, bancário aposentado, portador de DM tipo 2 há 23
anos, coronariopata e hipertenso. Foi submetido há 20 anos à revascularização do miocárdio e uso permanente
de insulina. Ao longo dos anos tornou-se sedentário e há 4 anos sofreu outro infarto, desta vez tratado com
angioplastia de urgência e implante de dois stents do tipo não farmacológico. Desde fevereiro de 2015 foi
encaminhado e vem sendo acompanhado por um programa de exercícios supervisionado com monitorização
específica e contínua. Na avaliação cinético funcional apresentou pressão arterial (PA) de 140x80 mmHg, média
glicêmica de 135 mg/dL, frequência cardíaca (FC) de 89 bpm, saturação de oxigênio (satO2) de 94%. Com trabalho
associado entre cuidados alimentares, terapia farmacológica e protocolo de reabilitação cardiovascular Fase II,
após 18 meses paciente apresenta médias das variáveis estáveis e dentro dos parâmetros aceitáveis pela
Organização Mundial de Saúde, como: PA de 110x70 mmHg, média glicêmica 83 mg/dL, FC de 72 bpm e SAT02 de
98%. O programa de exercício físico supervisionado é feito em ambulatório, três vezes por semana, em uma hora
e meia de exercícios que consta de: alongamentos iniciais, exercícios aeróbios, musculação, abdominais e
exercícios metabólicos. Essa patologia crônica, cujo diagnóstico muitas vezes não é realizado devido à ausência de
sintomas, exige uma atenção maior por parte dos governantes, profissionais de saúde, comunidade e demais
setores da sociedade diante da sua alta prevalência e morbimortalidade, bem como, do novo contexto atual de
saúde o qual exige uma atenção mais íntegra que enfatize a promoção da saúde em todos os determinantes da
qualidade de vida do indivíduo. Em virtude do acometimento sistêmico da DM, é visto que essa doença aumenta
o risco para desenvolvimento de doença cardiovascular assemelhando-se ao aumento de risco ocasionado após
infarto do miocárdio. Devido o aumento do risco cardiovascular em pacientes diabéticos é importante que haja
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um acompanhamento médico contínuo associado à educação do paciente acerca da própria doença, pois a partir
desses componentes consegue-se reduzir ou evitar as complicações durante o curso da doença diminuindo riscos
e custos para os serviços de saúde. PRINCIPAIS RESULTADOS: prevenção e diminuição do risco da isquemia
miocárdica, controle das taxas glicêmicas, controle da PA, manutenção da força muscular, flexibilidade, função
cardiorrespiratória e das neuropatias diabéticas. CONCLUSÃO: Conclui-se que com baixo custo, os efeitos do
programa de reabilitação cardiovascular ambulatorial trouxeram efeitos benéficos no que diz respeito ao controle
dos fatores de risco como também da prevenção para a ocorrência de novos eventos isquêmicos. Quando se
associa a DM com a história clinica pregressa de eventos cardiovasculares isquêmicos, é necessário voltar o olhar
para a orientação do paciente quanto às repercussões da doença e os efeitos gerados pelo programa de
exercícios associado ao baixo custo para a saúde pública do país.
PRINCÍPIOS DO SUS APLICADOS NA DINÂMICA ASSISTÊNCIAL DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE - RELATO
DE EXPERIÊNCIA
Maíra Dos Santos Albuquerque, Maria Elisa Curado Gomes, Linicarla Fabiole de Souza Gomes, Daniele Keuly
Martins da Silva, Ana Kelve de Castro Damasceno
INTRODUÇÃO: O Sistema Único de Saúde (SUS) é oriundo da Reforma Sanitária, a qual visava à implantação
de uma rede de serviços básicos, além da descentralização dos setores e uma efetiva participação popular,
através de entidades de classe ou conselhos. O SUS pretende reduzir lacunas existentes entre os direitos
sociais garantidos em lei e a capacidade efetiva de ofertar ações e serviços públicos de saúde à população,
uma vez que sua dinâmica de funcionamento assistencial é norteada por princípios como universalidade,
equidade, integralidade, participação popular, redes hierarquizadas e descentralização. Tais princípios
devem ser implementados pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) a qual desenvolve, em uma Unidade
Básica de Saúde (UBS), uma atenção integral e multiprofissional. OBJETIVOS: Descrever a aplicabilidade dos
princípios norteadores do SUS na dinâmica assistencial de uma UBS localizada na regional I do município de
Fortaleza - Ceará. METODOLOGIA: Relato de experiência de caráter descritivo, realizado em uma visita
técnica no mês de maio de 2016, ofertada pela disciplina de Saúde Coletiva I, a qual é prática curricular do
quinto período. Tal visita foi guiada e facilitada por um enfermeiro docente da instituição de ensino e
utilizou-se um roteiro de visita fornecido pela disciplina, no qual tinham questionamentos sobre a
implementação dos princípios do SUS na dinâmica da UBS. RESULTADOS: A visita a UBS foi de grande
relevância para as acadêmicas, pois se percebeu como os princípios do SUS são praticados na rotina
assistencial da atenção primária. Primeiramente observou-se que a demanda atendida pela unidade é
prevalecente de uma classe menos favorecida socioeconomicamente, porém o âmbito está apto para
atender qualquer classe social, respeitando o princípio da universalidade. A equidade é percebida nas
políticas de saúde, nas quais reconhecem as necessidades de grupos específicos e no acolhimento com
classificação de risco, onde irá atender os indivíduos de acordo com sua gravidade. A integralidade é
respeitada a partir das referências e contra-referências, onde a UBS recebe apoio de Unidades de Pronto
Atendimento (UPAS) e hospitais terciários, porém há uma grande dificuldade de acompanhar o paciente
quando ele é encaminhado a outro profissional, pois raramente há retorno de informações. Na UBS visitada
há uma sala específica que funciona como ouvidoria, a fim de atender as críticas, sugestões e reclamações
da população, todavia ela se encontra inativada por ausência de um profissional que pudesse assumi-la. Por
sua vez, a hierarquização é um dos principais constituintes do SUS, pois define os três níveis de atenção à
saúde, onde a UBS se insere no nível primário, o qual é responsável, principalmente, pela prevenção de
doenças e agravos, além da promoção da saúde, utilizando-se essencialmente da educação em saúde. Por
fim, para garantir a descentralização dos serviços de saúde é preciso regionalizá-los, o que pode ser visto na
UBS observada, pois se trata de uma unidade da Regional I com a finalidade de atender os clientes da
região, porém o acesso a saúde a indivíduos de outras regionais ou de áreas descobertas não é negado.
CONCLUSÃO: É notório que a UBS em sua dinâmica assistencial respeita, valida e se norteia pelos princípios
dos SUS, tendo uma maior facilidade na equidade e universalidade. Porém, uma dificuldade na
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integralidade, na qual demanda um número de profissionais compatíveis com os pacientes, deixando uma
lacuna na assistência integral de saúde, principalmente na contra-referência. Destarte, pode-se perceber o
quanto a atenção primária é importante para a sociedade, uma vez que um trabalho pautado nos princípios
do SUS favorece a assistência em saúde, postergando ou evitando doenças, permitindo uma melhor
qualidade de vida, diminuindo, assim, a demanda de pacientes nos níveis secundários e terciários.
(RE) CONSTRUIR O SENTIDO DA VIDA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CAPS-AD
Larissa Ferreira Nunes, Mariana Tavares Cavalcanti Liberato, Jonathan da Costa Santos
A Reforma Psiquiátrica no Brasil teve sua ascensão a partir da década de 1970, após inúmeras denúncias de
violações de direitos humanos e violências físicas, psíquicas e negligências dentro das instituições
(manicômios) que tratavam as pessoas que eram categorizadas como doentes mentais. Tais denúncias foram
feitas pelos movimentos sociais (profissionais de saúde, usuários e familiares). Na década de 1990, surgiram
os primeiros Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Apesar disso, somente em 2001 foi sancionada à Lei
10.2016, lei está que dispõe dos direitos das pessoas em sofrimento psíquico e redireciona o cuidado em
saúde mental para uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A partir da Portaria de N° 3.088 de 2011 a RAPS
é regulamentada e ampliada, reconhecendo o CAPS como ponto de atenção da rede, podendo ser CAPS-ad
(álcool e outras drogas), CAPS geral e CAPS-infantil. O CAPS-ad compõe a política de atenção à saúde de
usuários de álcool e outras drogas regida pela perspectiva de redução de danos. Concomitantemente a essa
política, existe outro posicionamento político quanto à temática do proibicionismo versada por uma visão
moralista e criminalizadora. Essas perspectivas coexistem e regulam a sociedade em relação a droga. Esta
experiência se passa em um CAPS-ad da Regional II do município de Fortaleza, localizado no centro dessa
cidade e atende um público específico: pessoas em situação de rua que fazem uso problemático/abusivo de
álcool ou outras drogas. Tem como objetivo mostrar o relato do Grupo Terapêutico Projeto de Vida. Dentro
de uma visão humanista e com foco na redução de danos. O CAPS-ad se baseia na política de amenizar os
danos sociais, econômicos e de saúde, não sendo obrigatória a abstinência para participar das atividades do
serviço. Dentre as atividades existentes no CAPS-ad, este relato percorre a do grupo terapêutico Projeto de
Vida no qual é facilitado por um psicólogo, e surgiu de uma parceria com o Serviço de Aprendizagem Nacional
(SENAC), dentro do Programa Conexão Vida. O grupo funciona a partir da epistemologia fenomenológica
existencial não-diretiva, a qual considera a existência humana como ponto de partida para a reflexão. O
grupo ocorre semanalmente e trata-se de um público flutuante, com uma maioria masculina. O objetivo é
promover um espaço de escuta, promoção de saúde e de compartilhamento de histórias, com foco em ajudar
os usuários a (re) construírem seus projetos de vida. O grupo tem seu funcionamento ativo, destacamos para
este relato dois temas relevantes e repetitivos para os usuários: trabalho e espiritualidade. O primeiro é
percebido como uma fuga das drogas: estar ocupado impossibilitava tempo para o uso. Frente a isso, alguns
destacaram a dificuldade dos finais de semana por não estarem trabalhando e acabarem por fazer o uso.
Também foi visto como uma forma de lhe dar com a ansiedade que alegam sentir. Outro ponto é a perda de
controle quanto ao uso e isso interferir na qualidade e assiduidade no trabalho, causando demissões. O
segundo, Espiritualidade, foi dito sobre a importância de ter uma fé, não necessariamente uma religião. A fé,
para eles, é o que os ajudavam em momentos difíceis, principalmente quando ninguém mais os apoiavam e
seus parentes desacreditavam de sua palavra. Apegar-se a Deus era o que restava, inclusive a ideia de que ele
é afetuoso, que perdoa e continua a acreditar no humano mesmo com muitos erros. Três aspectos compõem
a fala dos participantes: família, sociedade e Deus. Estes são usados como justificativa para a condição de rua
e dependência química. Justapostos, são percebidos como essencial para a saída de tais situações. Percebese que a fé e o trabalho, como dignificação humana, compõem a identidade dos usuários, muitas vezes
reconhecidos pela sociedade, as políticas públicas e, às vezes, de forma individual, como unicamente
“dependente químico”, única forma de reconhecimento pessoal e social, o que autores chamam de
identidade mito devido ao reconhecimento perverso sofrido. A vivência grupal promove uma (des)
construção dessa identidade mito e criação de estratégias quanto ao projeto de vida dos usuários. Nos
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últimos encontros as falas compartilhadas vão além de um projeto, mas um novo sentido de viver. Percebeuse um processo de autonomia e de reconhecimento da história de um no outro, momento possibilitado pela
lógica de minimizar os danos sociais e afetivos que o uso problemático de drogas trouxe aos participantes.
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE ALCOOLISTA E COM TRANSTORNO
DE ANSIEDADE
Maria Flaviane Araújo do Nascimento, Jamily Soares Damasceno da Silva, Letícia Karen Rodrigues Tomaz,
Camila Barroso Martins, Natasha Marques Frota
INTRODUÇÃO: O álcool é considerado como um dos principais problemas de saúde pública no país, sendo
responsável por altos índices de morbimortalidade, além do prejuízo orgânico à saúde dos indivíduos, o
álcool em uso abusivo provoca consonância a atos violentos e descontrole psíquico em determinadas
situações que afeta negativamente a vida do usuário e membros da família. A busca por meios de
tratamento ligados diretamente às situações de maus tratos e violência torna-se relevante, sendo que nem
sempre a terapêutica por meio de grupos de autoajuda é o escolhido, devido à variedade de fármacos
existente. O tratamento do alcoolismo é bastante complexo e depende do tipo de quadro que o paciente
apresenta. Em termos genéticos, o primeiro passo é evidentemente a conscientização do problema e a
interrupção total do uso de bebidas alcoólicas. As estratégias de comunicação terapêutica em grupo, é um
recurso bastante utilizado no CAPS ad (Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas) uma
competência do enfermeiro em usar o conhecimento sobre a comunicação humana para ajudar outras
pessoas a descobrir e a utilizar sua capacidade, seu potencial e suas possibilidades para solucionar conflitos,
reconhecendo as limitações pessoais, ajustando-se ao que não pode ser mudado e a enfrentar os desafios à
auto realização, procurando viver de forma saudável e com máximo de independência e autonomia possível
(ROCHA, 2008). OBJETIVO: Descrever a experiência da implementação da assistência de enfermagem a um
paciente alcoolista e com transtorno de ansiedade. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, do
tipo descritivo, com abordagem qualitativa. Participou do estudo um paciente alcoolista e com transtorno de
ansiedade, internado em uma unidade de acolhimento para álcool e outras drogas da cidade de
Fortaleza/CE. A coleta de dados foi realizada durante as atividades práticas da disciplina de Ensino Clínico VI
- Saúde Mental, do curso de graduação em enfermagem, em maio de 2016. As informações foram coletadas
por meio de uma anamnese, avaliação do prontuário e exame do estado mental do paciente. Respeitaramse os aspectos da Resolução 466/12 da Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (CONEP). RESULTADOS: Ao
exame do estado mental, paciente apresentou; Ativo de fácil contato, consciente, com atenção preservada,
orientado autopsíquico e alopsíquico preservado. Memória remota, recente e imediata preservada, com
senso de percepção organizado, pensamentos lentificados de forma agregados, formula planos para o
futuro, insight e julgamento preservado, humor deprimido e ansioso, afeto congruente, psicomotricidade
lentificada e vontades preservadas. Após a coleta foi possível identificar os principais diagnósticos de
enfermagem: Disposição para controle de saúde melhorado, ansiedade e processos familiares disfuncionais,
e a partir deles planejar ações de cuidado como estratégias e intervenções recomendadas ao paciente,
seguido da literatura Taxonomia NANDA-I. CONCLUSÃO: Cabe ao profissional de enfermagem uma
assistência individualizada e humanizada ao paciente, respeitando todas suas necessidades éticas e
biopsicossociais, estar apto a escutar quais quer revelações pessoais sem julgamentos, a fim de ter maior
exatidão na implementação dos cuidados para realizar uma boa
assistência. Recomenda-se para a saúde coletiva, buscar por capacitações para os profissionais da saúde
com objetivo de proporcionar melhoramento do serviço, formulação de estratégias de reinserção do usuário
na sociedade e utilização de educação em saúde através de materiais expositivos e ilustrativos. Através da
atividade realizada, foi possível conhecer um pouco mais sobre a dependência do uso de substâncias
psicoativas (álcool), e suas consequências para a saúde. Sugere-se reforçar o conceito e a aplicabilidade do
processo de enfermagem ao paciente alcoolista, permitindo uma visão humanizada sobre os cuidados de
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enfermagem, apoiar a criação de estratégias para redução do uso do álcool a fim de minimizar os prejuízos
causados pelo uso abusivo do mesmo.
TECENDO A REDE DE CUIDADO E PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
Aline Lima Silva, Joyce Hilário Maranhão, Ana Dayse Vasconcelos Costa Cordeiro, Iorana Pessoa Bezerra Jucá,
Jéssica Lourenço Carneiro
A partir do ano de 2010 o Sistema Único de Saúde-SUS iniciou um processo de reorientação de suas ações e
serviços, a fim de integrá-los em forma de redes de atenção. Tais redes buscam oferecer atendimento
integral e universal, de base territorial, articuladas com a Atenção Básica, acolhendo as diversas demandas
de saúde da população. No que se refere ao público infanto-juvenil, a rede de proteção e cuidado desses
sujeitos transpassa o setor saúde indo ao encontro de outras políticas relacionadas à assistência social,
justiça e educação, além de incluir ações comunitárias, associações, entidades não-governamentais e
filantrópicas. No Ceará, na rede de saúde estadual tem-se o Hospital Infantil Albert Sabin-HIAS, referência
norte-nordeste no atendimento de crianças e adolescentes, inclusive, acolhendo situações de violência em
suas diversas tipologias. Sabe-se que, apesar de acolher e tratar as consequências corporais e psicológicas
advindas da violência, o hospital necessita articular o cuidado longitudinal do paciente com a rede de
proteção infanto-juvenil. Nesse contexto, a primeira turma de residentes multiprofissionais em Pediatria
deste hospital, em parceria com o programa Residência Integrada em Saúde-RIS, da Escola de Saúde Pública
do Ceará-ESP-CE, tem atuado no sentido de acolher, prestar assistência em saúde e articular ações, serviços
e equipamentos de proteção socioassistenciais e jurídicos, a fim de cuidar integralmente destes sujeitos.
Objetivou-se discutir as vivências das residentes multiprofissionais no âmbito hospitalar e psicossocial, bem
como a articulação da rede de cuidado à criança e ao adolescente no domicílio da paciente. A adolescente
encaminhada de um hospital municipal da região metropolitana de Fortaleza, adentrou ao hospital pelo
serviço de urgência/emergência, em estado comatoso, com úlceras por pressão e marcas na pele,
permanecendo por 1 mês na unidade de terapia intensiva. A mesma já havia sido internada no hospital de
seu município e em uma unidade de pronto atendimento em momentos próximos a última hospitalização.
Após a transferência para o serviço de neurologia, a equipe de residentes multiprofissional iniciou o
acompanhamento da paciente e de seus familiares através da visita multiprofissional no leito e da
solicitação da equipe médica para ampliar os cuidados e orientar e atuar junto na identificação e notificação
da suspeita e violência doméstica. No ambiente hospitalar foi realizado o acompanhamento psicológico,
terapêutico e social da paciente e seus familiares e a construção do projeto terapêutico singular junto à
paciente e sua genitora, pois se confirmou pelo relato dos familiares e da jovem a situação de violência
doméstica, além da ativação dos serviços comunitários. Durante o estágio eletivo de alguns residentes no
Centro de Atenção Pscicossocial Infanto-juvenil-CAPSi do município de origem da paciente foi possível
realizar ações de visita domiciliar e acompanhamento terapêutico e social identificando vulnerabilidade
socioeconômica da família, além de outros membros que necessitavam de cuidados em saúde. Tal relato é
relevante pela corresponsabilização dos profissionais do HIAS e do CAPSi de um município com os residentes
multiprofissionais na efetivação dos cuidados. Percebeu-se a importância do conhecimento sobre a tecitura
da rede de cuidado e proteção da criança e do adolescente pelos profissionais de saúde e pela integração e
complementação entre as práticas de Pediatria e Saúde Mental, a abertura no hospital para atuar frente a
situações complexas, tais como: transtorno mental e violência contra criança e adolescente. Também se
observou que a estrutura dos serviços públicos municipais ocasiona uma fragilidade na resolução de casos
que necessitam de uma articulação entre os diversos dispositivos. Por fim, percebeu-se que para ocorrer à
articulação da saúde com as demais políticas públicas faz-se necessário o compromisso ético dos
profissionais e dos gestores, a disponibilidade de recursos físicos e estruturais para a melhor promoção do
cuidado e prevenção da violência contra crianças e adolescentes.
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VIVÊNCIAS DE ESTÁGIO EM PRÁTICA INTERDISCIPLINAR EM CAPS AD: POSSIBILIDADES DE UMA ATUAÇÃO
TERRITORIAL E DESINSTITUCIONALIZANTE
Thais Helena Ramos Queiroz Mourão, Ana Kelly Adriano Viana, Pedro Renan Santos de Oliveira
O presente trabalho tem como intuito relatar, de modo crítico e reflexivo, a experiência vivenciada durante
a disciplina de Estágio Institucional em Saúde I, que compõe o currículo acadêmico da graduação em
psicologia da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Esta disciplina objetiva inserir os alunos nos
equipamentos do SUS para que estes percebam as possibilidades da prática de trabalho dos psicólogos
nesses contextos e que possam elaborar uma proposta de intervenção com base nas necessidades e
potencialidades do serviço, levando em consideração as determinações sociais da saúde e a lógica da
Educação Permanente em Saúde. Conta a disciplina com um supervisor de campo, profissional do CAPS, e
com professor supervisor do estágio, vinculado a UECE. O campo de estágio desse relato trata-se do Centro
de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD), da regional V, em Fortaleza: um serviço de saúde
do nível secundário especializado no campo da Saúde Mental, voltado para a atenção integral aos usuários
de álcool e outras drogas e inserido entre as Politicas de Saúde que programam a Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS). Durante a realização do estágio, as primeiras visitas foram direcionadas para uma
melhor apreensão das atividades realizadas e práticas profissionais distintas. Acompanhamos alguns grupos
entre eles, o “Redução de Danos”, que se direciona aos usuários do serviço que estão em processo mais
constante de uso; grupo “Prevenção de Recaídas”, direcionado aos usuários que estão em um período maior
em abstinência ou realizando uso de substância, mas de forma não problemática; e o “Grupoterapia e Arte”,
que aborda outras temáticas, para além do uso da substância, permitindo que o usuário do serviço se
perceba em suas relações, no qual são utilizadas recursos artísticos, como música, pintura, argila, entre
outros. Além dos grupos, realizamos acompanhamentos individuais dos usuários do serviço, como
elaboração e avaliação de Plano Terapêutico Singular (PTS) e participamos das reuniões de equipe. Durante
a realização de uma destas reuniões, se percebeu que havia a necessidade de desvinculação de alguns
usuários com o CAPS, pois estes já mantinham uma relação estável de uso da droga há certo tempo, mas
haviam permanecido com seu tratamento, devido à vinculação às atividades e aos profissionais do serviço.
No entanto, é de extrema importância destacar que o CAPS AD é um serviço de apoio à saúde mental,
direcionado às pessoas que tenham uma relação problemática com o uso de álcool e outras drogas. Dessa
forma, quando os usuários se percebem com novas práticas de saúde, entre as quais o uso da droga não
surge como problema, se faz necessário o desligamento com o serviço. De forma contrária, poderia se
estabelecer o papel do CAPS como uma instituição de controle, que reforça o estigma do usuário como
doente e passivo em suas tomadas de decisão, além de fomentar a reinstitucionalização – fenômeno a ser
trabalhado nos serviços substitutivos. Nesse contexto, como proposta de intervenção – atividade final do
estágio – elaboramos um projeto de “grupo de desligamento”, objetivando possibilitar reflexões acerca da
funcionalidade do serviço na vida dos participantes e as outras possibilidades existentes no cotidiano e no
território de cada sujeito. Para esta finalidade, pensou-se na construção pelos usuários de mapas afetivos, já
que estes facilitam a percepção dos vínculos e relações estabelecidas no território; além de dinâmicas que
possibilitassem um contato com a perda do vínculo e com a percepção da família do usuário acerca das
novas possibilidades. Embora não tenhamos conseguido iniciar o grupo em tempo hábil, pudemos verificar
com essa demanda do serviço, a necessidade de uma interação intersetorial no SUS, na qual as Redes de
Atenção a Saúde possibilitem um cuidado integral, universal e equitativo do serviço não apenas em relação
ao seu âmbito especializado de saúde. Ademais, se faz necessário perceber a influência do território no
estabelecimento das relações e na caracterização de demandas, simbolizando que a RAPS deve estar
inserida na comunidade, percebendo os locais de apoio, os centros de convivência, os serviços de assistência
social e as próprias mobilizações comunitárias. Por fim, torna-se fundamental a integração e implicação da
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equipe de profissionais constituintes do serviço no combate aos modos transmutados de institucionalização
e produção de tutela aos usuários desses serviços.
Eixo Temático: Residências Médica e Multiprofissional em Saúde
Modalidade: Pesquisa em Saúde
SAÚDE COLETIVA E RESIDÊNCIAS MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE: UM DIÁLOGO POSSÍVEL
Joyce Hilário Maranhão
A Saúde Coletiva - campo ideológico, teórico e prático nasce no contexto de promoção da Saúde no Ceará
comprometida com a transformação social e em contraposição à Saúde Pública Tradicional e ao modelo
biomédico hegemônico. A relação entre a Saúde Coletiva e as residências multiprofissionais em saúde é a
possibilidade de pensar a educação permanente em saúde de forma interdisciplinar, incluindo o saber
popular, contribuindo para projetos de transformação do contexto social atual. E, ainda, proporcionando a
aproximação entre as estruturas de formação e as estruturas de incorporação de profissionais. A Residência
Integrada em Saúde, da Escola de Saúde Pública do Ceará-RIS/ESP-CE apresenta-se em seus documentos
normativos como uma potencialidade para a construção e execução de novas proposições para um projeto
de sociedade, a partir de um conceito ampliado de saúde e durante um processo de ensino-aprendizagemtrabalho, onde todos são sujeitos e co-responsáveis pela produção de saúde. Acredita-se que, a partir de
uma educação para o trabalho em saúde no nível de especialização, os residentes em seu cotidiano de
trabalho executam uma práxis que dialoga com os pressupostos da Saúde Coletiva. Este estudo teve o
enfoque qualitativo, fundamentado na Análise de Discurso. Objetivou compreender o processo de diálogo
da RIS-ESP-CE, componente hospitalar, com os pressupostos da Saúde Coletiva por meio da análise
documental e de entrevistas de 2 residentes, 2 preceptores, 1 tutor e 2 coordenadores que compõem esse
programa. Nas análises trabalhou-se com as categorias teóricas materialismo histórico dialético,
determinação social, dimensão política da formação e a distinção entre Saúde Coletiva e Saúde Pública.
Como categorias empíricas perceberam-se a concepção crítica discursiva no âmbito do Projeto Político
Pedagógico, mas que não se visualiza nos documentos orientadores. Ainda, na análise documental
observou-se que tais documentos formam uma colcha de retalhos, em que as perspectivas são costuradas
ora se contrapondo e ora tentado se reconciliar com o discurso teórico e ideológico da Saúde Coletiva.
Ressalta-se que embora as residências multiprofissionais existam desde os anos 70, suas conquistas
relacionadas à regulamentação e ao financiamento são recentes, assim, estudos que tratem sobre as
residências multiprofissionais em saúde contribuem também para o fortalecimento de estudos no campo da
saúde coletiva e no âmbito da Educação Permanente.
Eixo Temático: Residências Médica e Multiprofissional em Saúde
Modalidade: Relato de experiência
CAPACITAÇÃO PARA COLABORADORES DO SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALAR:
AMPLIANDO CONHECIMENTOS
Lorena Nogueira Frota da Costa, Bruno Simplício Xavier, Claudevan Pereira Freire, Edwyn Lowisi Fernandes
Costa
Os alimentos contaminados são uma importante via de infecção hospitalar, cuja principal causa de
contaminação é a manipulação com condições higiênico-sanitárias inadequadas. O objetivo do trabalho foi
promover a capacitação de manipuladores de alimentos em um hospital localizado no município de
Fortaleza, Ceará. A capacitação foi ministrada durante dois dias, com carga horária total de oito horas, tendo
como base o desenvolvimento de conceitos práticos e teóricos relacionados à segurança dos alimentos.
128
Participaram da atividade um total de 30 manipuladores. A adequação as boas praticas de alimentação foi
avaliada por meio de dinâmica, onde os colaboradores foram divididos em dois grupos e tinham de
responder as questões levantadas pelos palestrantes. Os resultados demonstraram que o desenvolvimento
da capacitação foi satisfatório, uma vez que novas ideias e conhecimentos sobre segurança dos alimentos
foram adquiridos pelos manipuladores de alimentos.
A 18ª CRES COMO CENÁRIO DE PRÁTICA DA ÊNFASE DE SAÚDE COLETIVA DA RIS-ESP/CE
Ricardo Jorge Quirino Pinheiro, Kelly Maia Magalhães, Márbia Araújo Viana
INTRODUÇÃO: A Residência Integrada em Saúde é uma pós-graduação Lato Sensu, caracterizada pela
aprendizagem em serviço. No Projeto político pedagógico da RIS-ESP/CE, a ênfase em Saúde Coletiva tem
com principal objetivo: formar sanitaristas, graduados em diferentes áreas, para compreender e atuar nas
necessidades sociais em saúde da população. Com este intuito, os cenários de aprendizagem da RIS-ESP/CE
devem ser representativos da realidade socioepidemiológica do país. Para isso, o profissional-residente em
Saúde Coletiva tem como percurso formativo-pedagógico do primeiro ano, a região de saúde de opção no
ato da matrícula. O cenário de prática, deste relato foi a 18ª Coordenadoria Regional de Saúde do Estado do
Ceará, 18ª CRES, que é um órgão de representação da Secretaria de Saúde do Estado, onde estão adscritos
10 municípios da região Centro-sul do Ceará, tendo como município pólo Iguatu, onde está localizada sua
sede. Objetivos da experiência: Demonstrar a vivência dos residentes quanto no percurso da ênfase de
Saúde Coletiva da RIS - ESP/CE na 18ª CRES; Elencar experiências realizadas no primeiro ano de residência;
Enumerar as principais potencialidades e vulnerabilidades da 18ª CRES como cenário de prática. DESCRIÇÃO
DA EXPERIÊNCIA: Inicialmente, fomos apresentados aos setores existentes na sede da CRES, e por essas
subdivisões seguimos o percurso formativo da prática, vivenciando a regionalização da saúde nos 10
municípios desta regional, experimentando: o financiamento e o gerenciamento de programas públicos do
SUS, elaboração de projetos, planejamento e avaliação de atividades, ferramentas para a manutenção e
melhorias da educação permanente em saúde, além de medidas para a efetivação da Saúde Coletiva. Outras
atividades: a Comissão Intergestores Regional (CIR), onde observamos a elaboração e gestão das políticas
públicas através das falas, relatórios, gráficos e tabelas apresentadas pelos gestores municipais, e os elos
desta instância com o Consórcio Público de Saúde da Microrregião de Iguatu; o Conselho Regional de
Mortalidade Materna e Infantil, onde acompanhamos de perto os processos de investigação destas
mortalidades, e o planejamento de ações para o combate das mesmas; a educação continuada à distância,
através do programa Telessaúde com o acompanhamento das web-palestras; no setor de Mobilização e
Controle Social participamos da elaboração e fomentação de dois fóruns microrregional dos Conselheiros
Municipais de Saúde, o que nos proporcionou uma maior aproximação com os Conselhos Municipais de
Saúde de cada cidade, e uma observação aproximada das necessidades e das conquistas destes; por ter sido
um ano de conferências de saúde, pudemos vivenciar também, essa instância do controle social em saúde,
participando de nove das dez conferências municipais da região. PRINCIPAIS RESULTADOS: Dentre os
aspectos positivos desta experiência podemos frisar: a ampliação do olhar sobre a gestão pública em saúde,
visto que o ambiente e as atividades das Coordenadorias Regionais apresentam ferramentas que
possibilitam essa realidade; a percepção da regionalização como fator primordial para a implementação dos
princípios do SUS; entendemos melhor as interferências nas relações entre gestores e trabalhadores dos
SUS; e podemos compreender, com afinco, as atuais políticas públicas do SUS, dentro dos municípios.
Alguns pontos desta vivência refletiram negativamente em nosso aprendizado: a dificuldade de aplicação
das diretrizes organizativas estaduais nesta regional; instabilidade político-administrativa, devido a um
processo seletivo para coordenadores das regionais do Estado; dificuldades de comunicação entre esta e a
instituição formadora. CONCLUSÃO: A aprendizagem assimilada nessa experiência evidencia, claramente, a
capacidade técnico-pedagógica que a 18ª Coordenadoria Regional de Saúde do Ceará apresenta
principalmente para a expertise necessária aos profissionais-residentes em Saúde Coletiva, e que pode ser
ampliada ao diminuir esses fatores negativos supracitados. Recomendação para saúde coletiva: Deste
129
relato, ressaltou-se, o potencial excelente das Coordenadorias Regionais para se constituírem como cenários
de prática em saúde coletiva e que as experiências vivenciadas, neste cenário, são arquétipos que indicam
caminhos para outras práticas em próximas turmas deste programa de residência e para outras plataformas
que contenham a ênfase de Saúde Coletiva em seus programas.
ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO DE PACIENTE COM HIPÓTESE DIAGNÓSTICA DE TRANSTORNO
FACTÍCIO
Maria Beatriz dos Santos Dias, Laís de Menesses Carvalho Arilo, Lafayeth Fontenele Bandeira de Macedo,
Juliana Burlamaqui Carvalho, Andrea Thaís Xavier Rodríguez Hurtado
INTRODUÇÃO: Em um Hospital Universitário na região Nordeste, a equipe de Psicologia atua nas
enfermarias, ambulatórios e Programa Nacional do Tabagismo (PNT). Nesse contexto, a paciente
identificada de nome fictício de Maria, sexo feminino, 53 anos, foi avaliada e iniciou tratamento com grupo
para parar de fumar. Após a primeira reunião do grupo, a paciente apresentou queixas físicas ainda dentro
do hospital, o que levou a sua internação para investigação diagnóstica pela equipe médica. Durante a
internação, a paciente foi acompanhada pela equipe de Psicologia para oferecer maior suporte, pois não
foram encontradas causas físicas para os sintomas apresentados. Com isso, levantou-se a hipótese
diagnóstica de Transtorno Factício, no qual o paciente produz sintomas e sinais de doenças físicas e/ou
psicológicas necessitando, assim, de inúmeras internações objetivando investigações diagnósticas, utilização
de medicamentos e até mesmo procedimentos cirúrgicos, sem que o paciente obtenha algo em troca, como
benefícios financeiros. OBJETIVO: Proporcionar uma visão integral do atendimento ao paciente no contexto
hospitalar; possibilitar diagnóstico e intervenção precoce; contribuir para amenizar complicações médicas,
psicológicas e sociais. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Observação e intervenções com paciente em
investigação diagnóstica de Transtorno Factício após internação. Práticas: Durante a internação da paciente,
a equipe médica realizou investigação clínica e, conjuntamente, a Psicologia atendimentos. Além de
observações dos comportamentos da paciente em três reuniões no PNT. Discussão: Após a primeira
reunião, a paciente apresentou quadro de dor torácica associado a desmaio, sendo avaliada pelo médico e
internada no hospital que sediava a reunião para investigação. Paciente foi estabilizada; porém, queixava-se
de dores torácicas ao repouso, sem dispneia com melhora sem uso de medicação. Também referia insônia,
cefaleia e acreditava na existência de problemas cardíacos, o que provocava conflitos com a equipe médica.
Apresentava comportamento de automedicação, como por exemplo, a utilização de adesivo de reposição
de nicotina sem indicação médica. Percebendo incongruência entre os relatos da paciente, foi solicitado
acompanhamento psicológico objetivando avaliar a veracidade das informações e seu estado mental; visto
que fornecia respostas diferentes para a mesma questão, o que dificultava a investigação médica. Durante
os atendimentos psicológicos, a paciente verbalizava facilmente seu histórico pessoal, facilitando o acesso
às informações e, assim, uma avaliação mais consistente para formulação da hipótese. O histórico viabiliza a
compreensão do contexto de negligência e de abandono vivenciado pela paciente, que estabelece uma
relação conflituosa sua mãe e filhos. Além de disponibiliza-se como cuidadora em situações de adoecimento
para satisfazer sua necessidade em permanecer em ambientes hospitalares, mesmo que não conheça o
enfermo. Durante as reuniões percebeu-se na paciente uma postura de liderança em relação ao grupo e
aproximação dos pacientes vulneráveis. RESULTADOS: Considerando a estabilidade e ausência de evidências
clínicas para internação, a paciente recebeu alta seguindo em investigação diagnóstica via ambulatório por
equipe médica cardiológica, psiquiátrica e psicológica. Até a última reunião, permanece sem fumar e
frequentando as reuniões do PNT. CONCLUSÃO: A partir das observações, atendimentos psicológicos,
investigação dos sintomas físicos e resultados de exames é possível sugerir como hipótese diagnóstica: o
Transtorno Factício, conforme descrito na 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos
Mentais. Recomendação: A atuação da equipe multiprofissional, que estreita a relação entre equipe médica
e psicossocial, é imprescindível para avaliar o paciente de maneira integral permitindo identificar aspectos,
que afetam o cuidado ao paciente e auxiliam no diagnóstico antes de qualquer conduta.
130
A EXPERIÊNCIA DO PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA
FAMÍLIA EM SOBRAL- CE
Juliana Braga Rodrigues de Castro
O território é um espaço, com suas singularidades, o qual possui limites que podem ser políticoadministrativos ou de ação de um determinado grupo de atores sociais; internamente, é relativamente
homogêneo, identificado pela história de sua construção, e, sobretudo é um local de poder, uma vez que
nele se exercitam e se constroem os poderes de atuação do Estado, das organizações sociais e institucionais,
e de sua população. A territorialização é um dos elementos essenciais para implantação da Estratégia de
Saúde da Família (ESF), sendo desenvolvida por profissionais de saúde que atuam na Atenção Básica, e tem
servido para aproximá-los da realidade em que atuarão, podendo, propiciar ações mais pertinentes às
necessidades do território e, como consequência, das necessidades do usuário, sendo considerado o
caminho para promover à organização e a instrumentalização do processo de trabalho e das práticas de
saúde. A territorialização é um dos elementos essenciais para implantação da Estratégia de Saúde da Família
(ESF), sendo desenvolvida por profissionais de saúde que atuam na Atenção Básica, e tem servido para
aproximá-los da realidade em que atuarão, podendo, propiciar ações mais pertinentes às necessidades do
território e, como consequência, das necessidades do usuário, sendo considerado o caminho para promover
à organização e a instrumentalização do processo de trabalho e das práticas de saúde. O estudo trata-se de
um relato de experiência de abordagem qualitativa, caracterizando-se como uma pesquisa exploratóriodescritiva. A pesquisa ocorreu em dois territórios da ESF do município de Sobral-CE, durante o mês de abril
de 2013, sendo estes os espaços elencados pela coordenação do curso de especialização para atuação dos
autores. Para coleta dos dados e orientação do processo de territorialização, contou-se com um roteiro
norteador padrão do curso de especialização, que continha informações como: resgate histórico do bairro,
mapeamento dos grupos/espaços de cuidado, grupos religiosos, mapeamentos dos equipamentos sociais,
cadastro familiar, atendimento descentralizado, conselho local, rodas do Centro de Saúde da Família,
lideranças comunitárias e um espaço reservado para o registro de outros aspectos que se fizessem
necessários para caracterizar o território, tendo em vista as singularidades dos espaços. A análise dos
resultados ancorou-se nos registros em diário de campo quanto ao processo de territorialização, destacando
as informações compreendidas a partir da coleta norteada pelo roteiro proposto. A territorialização de dois
bairros distintos e repletos de particularidades revelou um processo multifacetado, no qual se partiu de
informações referentes aos registros do diário de campo individual dos residentes e da partilha dos achados
e impressões comuns. Esta atividade permitiu uma aproximação com a realidade das comunidades, a partir
da escuta de atores distintos do território, bem como líderes que compartilharam o contexto atual e
histórico, permitindo ainda, reconhecer as condições de infraestrutura da área e recursos sociais, delimitar
um diagnóstico da comunidade, conhecer o perfil demográfico, epidemiológico, socioeconômico e
ambiental, identificar lideranças formais e informais, potencializando os resultados e os recursos presentes
nesse território, assim como, apropriarem-se das características sociopolíticas, culturais e da dinâmica
social. Com esta aproximação, percebemos como fragilidade a violência e o consumo de drogas, que é algo
comum entre as duas comunidades, pois possui grande influência no cotidiano das mesmas, seja pelo
envolvimento precoce de jovens, seja pelo sofrimento das famílias reféns dessa situação. O processo de
territorialização foi uma ferramenta imprescindível e favoreceu o conhecimento dos aspectos demográficos,
ambientais, econômicos e sociais das comunidades. Em cada lugar que nos propomos a conhecer nestes
momentos iniciais, não nos fez ver apenas pessoas, casas e ruas, mas também histórias, culturas,
potencialidades e vulnerabilidades que se expressavam em cada olhar, gesto, ruga, sorriso, lágrima,
reclamação e agradecimento, ou seja, pudemos reconhecer um território que ao longo do tempo veio
criando e reformulando uma identidade própria.
A IMPORTÂNCIA DA TERRITORIALIZAÇÃO PARA A ATUAÇÃO DE UMA EQUIPE DE RESIDÊNCIA
MULTIPROFISSIONAL EM SAUDE DA FAMILIA EM SOBRAL-CE
131
Maria Tayenne Rodrigues Sousa, Antônia Sheilane Carioca Silva, Carliane Vanessa Souza Vasconcelos,
Juliana Moita Leão, Antônia Luana Diógenes
INTRODUÇÃO: O processo de territorialização em saúde consiste no conhecimento da dinâmica do
território, compreendendo o processo de construção histórica e cultural, as relações de poder e o
contexto social da população, favorecendo o conhecimento da população adscrita, as vulnerabilidades e
as condições socioeconômicas e políticas, percebendo o território em todos os níveis de atividade
humana (GADELHA, 2010). A territorialização representa um instrumento de organização das práticas de
saúde, viabilizando a sensibilização e responsabilização dos profissionais por aquele espaço delimitado
geograficamente e em constante movimento de construção e desconstrução (SANTOS, 2010). Através
desse processo a equipe multiprofissional vivência o território, identifica os determinantes sociais e as
barreiras geográficas, sendo possível traçar metas, planejar e organizar ações voltadas para as famílias
com maior necessidade, facilitando o acesso as ações de saúde. OBJETIVO: O presente estudo tem por
objetivo relatar a experiência vivenciada por uma equipe de residentes em saúde da família nos
territórios de abrangência dos Centros de Saúde da Família (CSF) Coelce e Alto do Cristo, situados no
município de Sobral-CE. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Os territórios de abrangência dos CSF dos bairros
Dom José, Padre Ibiapina, conhecidos como Coelce e do Alto do Cristo, nasceram de um processo de
ocupação e a construção de uma Unidade Básica de Saúde resultou em muita melhoria para a saúde da
população. A equipe de residentes realizou a territorialização nos meses de Abril e Maio de 2016, sendo
possível identificar as principais vulnerabilidades, famílias em alto risco, barreiras geográficas dos
territórios e as questões culturais de cada bairro, sendo esses aspectos divergentes, pois cada território
apresenta uma peculiaridade. O território de abrangência do CSF Coelce possui um bairro chamado
Padre Ibiapina, considerado elitizado, pois as famílias que residem neste têm boas condições
socioeconômicas, possuem planos de saúde e frequentam raramente o CSF, tendo como principal
vulnerabilidade os frequentes assaltos, diferente do bairro Dom José onde a população está em
constante situação de violência, consumo e venda de drogas, falta de saneamento básico, entre outros
problemas urbanos, dependendo 100% das ações e serviços do CSF; sendo evidente a divergência entre
os bairros do mesmo território e a necessidade da população mais aflorada no bairro Dom José. No
bairro Alto do Cristo, foi observado que as famílias possuem boas condições socioeconômicas, porém
utilizam dos serviços ofertados pelo CSF; no entanto, em alguns pontos do bairro a população vive em
situações similares a do bairro Dom José. As principais barreiras geográficas observadas são as ruas
íngremes, dificultando o acesso da população ao CSF, sendo necessária a realização de visitas
domiciliares com maior frequência por parte da equipe. RESULTADOS: A partir do processo de
territorialização foi possível perceber que em ambos os territórios as doenças crônicas, principalmente
na população idosa, e os transtornos mentais são as condições de saúde mais presentes; sendo
necessário planejar e desenvolver ações com foco nesse público, priorizando as famílias em alto risco e
maior vulnerabilidade. A maioria das intervenções é realizada durante as visitas domiciliares,
interconsultas ou nos grupos coletivos e de forma intersetorial, objetivando a resolutividade das
principais necessidades de saúde da população, favorecendo a integralidade das ações de saúde e
acessibilidade para a população. CONCLUSÃO: A territorialização é extremamente necessária para a
atuação do profissional da atenção básica, através da mesma é possível visualizar as principais
necessidades de saúde da população e a partir destas planejar e desenvolver ações resolutivas que
atuem sobre os determinantes sociais, fornecendo um atendimento baseado nos princípios do sistema
único de saúde (SUS), promovendo uma atenção integral, baseada na equidade, priorizando as famílias
que vivem em situações de risco. Além disso, o processo de territorialização no programa de residência
em saúde da família permite o fortalecimento de vínculos entre profissionais e usuários, sensibilizando a
equipe para as principais questões do território, favorecendo o conhecimento da realidade e
enfrentamento de dificuldades da população.
132
A ODONTOLOGIA NA CONSTRUÇÃO DA RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO RELATO DE EXPERIÊNCIA
Aline Lima Silva, Talita Jordânia Rocha do Rêgo
INTRODUÇÃO: As residências em saúde constituem uma modalidade de ensino de pós-graduação que
possibilita a afirmação do profissional em seu universo de trabalho e na sociedade em que vive. A Escola de
Saúde Pública do Ceará (ESP-CE) implantou a Residência Integrada em Saúde (RIS) com ênfase em Pediatria
em parceria com o Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS) e com os Ministérios da Saúde e da Educação. Houve
assim, pela primeira vez, a inclusão do cirurgião-dentista (CD) à residência multiprofissional no componente
hospitalar no estado do Ceará. A Odontologia hospitalar proporciona atenção integral ao paciente
hospitalizado por problemas de origem oral ou por questões sistêmicas que podem ser agravadas pela má
condição de saúde bucal. Logo, é importante registrar e compartilhar as atividades vivenciadas pelas
primeiras cirurgiãs-dentistas residentes multiprofissionais do HIAS. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é
relatar e discutir a experiência da atuação do cirurgião-dentista na residência integrada em saúde em um
hospital pediátrico. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: As atividades foram desenvolvidas pelas residentes de
Odontologia, no período de maio de 2014 a março de 2016, no HIAS, hospital terciário estadual de
referência para tratamento de doenças e agravos de crianças e adolescentes do Ceará. Durante dois anos,
as dezoito residentes multiprofissionais ficaram divididas em três equipes (A, B e C) por categorias
profissionais diferentes, onde apenas duas tinham uma cirurgiã-dentista residente em sua composição.
Essas equipes mudavam de setor no hospital, a cada quatro meses, fazendo um rodízio entre si e
trabalhavam de forma integrada desenvolvendo atividades de campo e de núcleo. No primeiro ano da
residência os campos de atuação foram: urgência e emergência, ambulatórios e pediatria geral (unidade de
investigação diagnóstica). No ano seguinte, as residentes passaram pelas unidades de internação das
especialidades médicas (cardiologia, pneumologia, nefrologia, gastroenterologia, neurologia e
neonatologia), unidades de terapia intensiva (neonatal, pediátrica, de pós-operatório e oncológica), centro
cirúrgico, centro pediátrico do câncer (CPC) e programa de assistência domiciliar. Foram utilizados para
sistematização da experiência diários de campo em que eram registradas, diariamente, em uma agenda
todas as atividades desenvolvidas de maneira detalhada e relatórios elaborados pela residente ao final do
período em cada cenário de atuação. RESULTADOS: Durante a residência, foram realizadas atividades como:
educação em saúde, desenvolvidas nas salas de espera e nas enfermarias, atendimento odontológico no
leito, no ambulatório e no centro cirúrgico. CONCLUSÃO: A partir da RIS verificou-se a necessidade da
presença constante do cirurgião-dentista nos outros setores do hospital além do consultório odontológico.
A experiência vivenciada mostrou que a Odontologia é imprescindível no tratamento integral desses
pacientes e na melhora de sua qualidade de vida.
A RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL COLETIVA COMO POTENCIALIDADE PARA AS
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES
Suellen Cavalcante de Sousa Vale
INTRODUÇÃO: A Residência Integrada em Saúde (RIS) oportuniza uma formação em serviço, em que teoria
e prática acontecem juntas, fortalecendo o processo ensino aprendizagem e reorientando a atuação do
profissional. Os caminhos teóricos e práticos experimentados na RIS proporcionaram muitas descobertas e
lugares. A partir desses deslocamentos, chegou-se a oportunidade de desenvolver e pesquisar esta
temática. A escolha de trabalharmos com as práticas integrativas complementares, se deu por percebemos
na nossa experiência como enfermeira residente, que se trata de uma tecnologia leve de cuidado, utilizada
nos últimos anos, de forma positiva e inovadora. OBJETIVO: É descrever uma experiência de uma
profissional de enfermagem em processo formativo da Residência em Saúde Mental Coletiva (2014-2016),
no território de SER V, em Fortaleza-CE, com ênfase nas vivências com as práticas integrativas
133
complementares (PICs) no referido espaço sócio ocupacional. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo,
do tipo relato de experiência. No processo de territorialização, efetuamos oficinas e planejamento
participativo sistematizado a partir da matriz FOFA (Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) e da
matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência), respectivamente, através do Método Dialógico-Vivencial
(MDV) que consiste em analisar e vivenciar o cotidiano da comunidade no intuito de realizar a interação
social e priorizar as ações a serem realizadas no território. Para as oficinas com os profissionais de saúde
mental do CAPS Ad utilizamos como técnicas musicais a reprodução da música através caixa de som e o
canto dos participantes e a metodologia seguiu o modelo proposto pelo Ministério da Saúde, em seu
manual: Oficinas de educação em saúde e comunicação. RESULTADOS: Apresentamos o processo de
territorialização e imersão na SER V, que possibilitaram aprofundar o conhecimento sobre a realidade local
e, a partir disso, definir as ações a serem desenvolvidas, a experiência do grupo de queixas diversas em
saúde mental em uma unidade de atenção básica que desenvolvemos a escuta terapêutica em grupo e
realizamos o reiki, o grupo nos proporcionou ampliar saberes de clínica em saúde mental, realizar projetos
terapêuticos através de discussões e trocas de saberes multiprofissionais, de forma a facilitar a vinculação e
a responsabilização. Outro resultado apresentado nessa experiência são os das oficinas para os
profissionais em saúde mental de um Caps AD com a utilização da música como recurso para o
desenvolvimento da prática integrativa e complementar, as experiências vividas com as oficinas com a
equipe multiprofissional de saúde evidenciaram que a construção de espaços para discussões e reflexões
das práticas de cuidado contribuiu para a percepção de um novo fazer e agir. Esse novo olhar gerou
mudanças na atuação do profissional com a equipe, com o trabalho desenvolvido com o usuário e consigo
mesmo, na forma de procurar identificar as atividades que proporcionam o equilíbrio psíquico e emocional.
Optamos pela música, por essa ser uma forma de comunicação humana, que exerce uma influência ímpar
sobre o ser humano. O poder da música reside no fato justamente de que ela nasce das emoções do
homem. Assim, independente de seu propósito, num momento de alegria, de tristeza, de exaltação cívica,
de recolhimento religioso, ela tem um poder magnético de atingi-lo (CAMPOS; KANTORSKI, 2008) e foi o
que aconteceu nas práticas da RIS. CONCLUSÕES: O percurso formativo na RIS em Saúde mental coletiva
oportunizou espaços favoráveis para articulação e desenvolvimento das PICs, constituindo-se como ricas
experiências no cotidiano de trabalho. Com esta intervenção, esperamos ter discutido e contribuído para
repensar as práticas que vem sendo desenvolvidas e para as possíveis mudanças que necessitam ser
implementadas ao longo do ainda atual processo de Reforma Psiquiátrica. RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE
COLETIVA: Ações como essa são favoráveis a inclusão da lógica integrativa, que combina o núcleo de
diferentes práticas com qualidade, segurança e efetividade.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À LACTANTE PORTADORA DE ABSCESSO MAMÁRIO
Ana Gleice da Silveira Mota, Rafaella Craveiro de Freitas, Lidiane do Nascimento Rodrigues, Déborah Danna
da Silveira Mota
INTRODUÇÃO: O abscesso mamário é uma complicação da mastite que pode ser evitada com o tratamento
adequado e a não interrupção da amamentação. O tratamento do abscesso é feito com uso de antibióticos,
porém a paciente pode precisar realizar uma drenagem cirúrgica ou aspiração com agulha. Deste modo, as
intercorrências durante o aleitamento materno podem ser evitadas através de fatores como suporte
emocional à mãe, manejo específico e ações que promovam e apóiem o aleitamento materno. Assim, o
enfermeiro possui um papel importante na prevenção dessas intercorrências, realizando uma orientação
adequada da ordenha e da técnica correta da amamentação. OBJETIVO: Nessa perspectiva, objetivou-se,
neste estudo, relatar a experiência, ocorrida em março de 2016, de enfermeiras residentes no ambulatório
de enfermagem de um hospital terciário pediátrico, ao realizarem uma assistência a uma lactante portadora
de abscesso mamário decorrente de uma mastite. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A lactante deste estudo
detinha uma produção láctea em grande quantidade, a qual era totalmente ofertada à criança, não sendo
realizado o desmame do leite excedido. Com isso, a mama passou a apresentar um aspecto endurecido, que
134
clinicamente melhorava, sem intervenção de enfermagem, e em seguida piorava, passando a apresentar,
posteriormente, uma hiperemia em toda a sua região. Mediante a isso, a lactante decidiu ir ao banco de
leite do hospital supracitado. Nesse setor, a profissional atuante lá apenas incentivou ainda mais a
amamentação, como terapêutica para esse quadro. Dois dias depois, iniciou sintoma de febre com aumento
da hiperemia. Resolveu, então, ir ao médico, o qual prescreveu antibiótico e diagnosticou como mastite
com presença de abscesso mamário, o quadro pela qual ela estava passando, sendo necessária a drenagem
do abscesso. Retornou para a consulta médica no terceiro dia de uso do antibiótico, referindo muita dor e
apresentando edema nas mamas. O médico decidiu interná-la em hospital, para a realização de
antibioticoterapia e analgésicos por via endovenosa. Passados alguns dias, sem melhora do quadro clínico,
foi avaliada pelo mastologista que decidiu fazer o procedimento da drenagem, visto que a integridade da
pele já estava comprometida. Após o procedimento, retornou à enfermaria, sendo mantido o tratamento
com antibiótico e analgésico. Decorridos sete dias, recebeu alta hospitalar, com recomendações médicas
para a realização do curativo em domicílio, utilizando soro fisiológico 0,9% para higienização da ferida e
medicação tópica à base de corticoide, por um período de dez dias. Por conhecer previamente o
ambulatório de enfermagem do hospital terciário pediátrico de referência no Estado, a lactante procurou
tal setor para a realização dos curativos. As enfermeiras residentes do ambulatório fizeram o devido
acompanhamento da ferida, utilizando como cobertura primária, o alginato de cálcio, orientando a lactante
a retornar ao serviço a cada três dias. Passados cinco curativos, houve a cicatrização por completo. Os
traumas mamilares, que funcionam como uma porta de entrada para agentes etiológicos e a estase do leite,
são umas das causas da mastite, que pode ser definida como um processo inflamatório das mamas, que
pode ser agravada por um processo infeccioso, por isso há a necessidade de um acompanhamento para a
resolução do problema. RESULTADOS: O cuidado da ferida é uma das atribuições do enfermeiro, e a
abrangência dessa atuação vem crescendo progressivamente nos últimos anos. Isso ocorre por haver um
maior conhecimento referente ao processo de cicatrização dos tecidos e um desenvolvimento científico.
Embora não tenha sido possível a prevenção do abscesso como intervenção de enfermagem, as enfermeiras
residentes puderam atuar no tratamento pós-drenagem, promovendo uma assistência integral à paciente,
focando não apenas no cuidado à ferida, mas à lactante na sua totalidade por meio de uma abordagem
segura e humanizada. Nesse sentido, obtiveram como resultado de sua assistência, o êxito na cicatrização
da ferida e a satisfação da paciente. CONCLUSÃO: Vale ressaltar a importância do cuidado à mulher que
amamenta para prevenir possíveis complicações que podem ocorrer nesse período, nos casos em que tenha
ocorrido a injúria, deve-se prestar a assistência adequada a fim de possibilitar a resolução da situação.
ASSISTÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE A UMA CRIANÇA HOSPITALIZADA COM DIAGNÓSTICO DE LÚPUS:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rafaella Craveiro de Freitas, Emília Maria Damasceno Teixeira Lima, Mirella Batista Rebouças Chagas,
Bárbara Carvalho de Souza, Maria Luiziane Paranhos Cavalcante
INTRODUÇÃO: Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) pode ser definido como uma doença crônica, com
características multissistêmicas, que é mais incidente em mulheres jovens (ALVES et. al., 2015). Além disso,
é considerada uma doença autoimune em que fatores ambientais, hormonais, emocionais e hereditários
são atribuídos como fatores desencadeantes. O tratamento é feito com o uso de drogas imunossupressoras,
controle clínico e sorológico regular e boa adesão ao tratamento, sendo assim, necessária a atuação de uma
equipe multidisciplinar (CAGGIANI, 2015). O cuidado integral ao paciente pode ser entendido como oferta
de serviços de saúde para promoção, prevenção, cura, cuidado, reabilitação e paliação, preocupando-se
com problemas biológicos, sociais e psicológicos do usuário. Assim, a integralidade rompe o modelo
biologicista ao entender que o problema vivido pelo paciente deve partir de uma relação de horizontalidade
(SILVA et. al., 2015). Portanto, entende-se que a saúde e a doença formam um contínuo, onde existe uma
relação entre os aspectos econômicos e socioculturais, a experiência pessoal e estilos de vida do ser
humano. Um profissional sozinho não consegue atender a todas as dimensões do cuidado, sendo assim,
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necessário reconhecer o ser humano na sua multidimensionalidade (FORTE et. al., 2016). De tal modo, o
trabalho multidisciplinar torna-se importante para que seja realizado um cuidado integral ao paciente e
para que ele seja visto de forma holística. OBJETIVO: Descrever a experiência da equipe interprofissional do
Programa de Residência Integrada em Saúde ao realizar uma assistência à criança portadora de LUS.
METODOLOGIA: Trata-se de estudo descritivo, do tipo relato de experiência, que ocorreu em setembro e
outubro de 2015. As demandas foram identificadas a partir de uma visita multiprofissional na admissão da
paciente. Os dados foram coletados através de entrevista, coletados no prontuário e a partir dos
acompanhamentos realizados. Foram realizados atendimentos individuais e em equipe, intercalados e
orientados por discussão em reuniões, sendo esta equipe composta por Enfermeira, Cirurgiã Dentista,
Psicóloga, Assistente Social e Terapeuta Ocupacional. RESULTADOS: O acompanhamento da paciente foi
realizado de forma integrada. Houve integração de várias abordagens para o manejo da complexidade do
trabalho em saúde a partir da ampliação do objeto de trabalho. Constatou-se melhora na anemia, edemas e
alimentação. Além disso, durante a internação a paciente foi diagnosticada com pneumonia, leishmaniose
visceral e IRA dialítica, apresentando melhora do quadro. A criança ainda apresentava-se introspectiva,
pouco comunicativa, sendo realizado apoio emocional. Os resultados foram alcançados de forma gradativa,
percebidos a cada atendimento. Recebeu alta assintomática e sem queixas, com melhorado do hemograma
e função renal normal. CONCLUSÃO: Ressalta-se a importância de um cuidado integral em saúde como uma
forma de perceber o sujeito em sua totalidade. Como também, percebe-se uma melhor e mais rápida
evolução do quadro apresentado pela paciente, melhorando também sua sobrevida e qualidade de vida.
ATIVIDADE DOS CINCO SENTIDOS PARA PROFISSIONAIS NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: RELATO
DE EXPERIÊNCIA
Samya Rebeca Rocha Ferreira, Maria do Patrocínio Barros Neta, Jarlan Ted do Nascimento, Uilma Silva
Sousa, Francisca Rocha Carneiro Liberato, Francisco Valdicélio Ferreira, Silvana Vasconcelos Souza, José
Henrique Linhares
INTRODUÇÃO: Os profissionais que trabalham no setor de emergência vivem em constante desgaste físico e
mental, pois se defrontam com os limites e possibilidades para lidar com a dor, sofrimento, morte e ao
mesmo tempo a prontidão, raciocínio rápido, a tomada de decisão assertiva e bom condicionamento físico
(MONTEIRO, et al, 2013). OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: Relatar uma atividade lúdica que instigou repensar o
ser emergencista e a participação da Residência Multiprofissional em Urgência e Emergência em um
Hospital de Ensino da Região Norte do Estado do Ceará na ótica dos trabalhadores. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: AÇÕES, PRÁTICAS E DISCUSSÃO Trata-se de um relato de experiência com abordagem
qualitativa. A ação foi realizada no setor de Emergência de um Hospital de Ensino na cidade de Sobral no
Estado do Ceará durante o mês de novembro do ano de 2015. Os participantes foram os profissionais do
setor contemplando as categorias profissionais que compõem a residência multiprofissional. O funcionário
que aceitasse participar tinha os olhos vendados e era guiado por um profissional residente em um
corredor, convidado a entrar em uma sala “o quarto escuro sem ter conhecimento sobre o que aconteceria
ou quem ali estava”. O participante era recebido com música instrumental ambiente, a seguir, era guiado
por outro profissional residente através das estações, onde cada estação correspondia a um sentido.
RESULTADOS: A Residência multiprofissional em urgência e emergência possibilita que cada profissional na
perspectiva de suas categorias específicas desenvolvam habilidades proporcionando ao mesmo,
engrandecimento, maturidade, profissionalismo, destreza e um olhar diferenciado para os problemas reais e
atuais do serviço. Puderam-se perceber pontos centrais em meio às elucidações dos sujeitos, que em muito
favoreceram ao repensar o cuidado frente à urgência e a emergência, e o que a participação da residência
multiprofissional transparece para o serviço. CONCLUSÃO: Transcendeu por parte de alguns profissionais
inquietação com as práticas que estavam desenvolvendo, e se comprometeram em torna-se profissionais
mais humanos. RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE COLETIVA: Por meio dessa ação pode-se observar que os
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profissionais do serviço em meio a uma rotina frenética de trabalho tiveram um momento curto de
acolhimento, descontração, relaxamento e escuta, tornando-se nesse dia a rotina de trabalho diferente.
Assim, percebe-se que esse tipo de ação é importante de ser realizado, pois promove uma descontração
para o profissional, permitindo que o mesmo possa desenvolver suas tarefas diárias mais satisfeitos,
favorecendo o usuário do serviço que é o principal protagonista da assistência.
ATUAÇÃO DA EQUIPE INTERPROFISSIONAL NA EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL PEDIÁTRICO DE
REFERÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Mariana Castelo Pinheiro, Déborah Danna da Silveira Mota, Larissa Loiola Batista, Isabel Oliveira Barbosa,
Marcela Aparecida da Silva Sousa, Talita Pinheiro de Souza
INTRODUÇÃO: A atuação interprofissional em saúde busca o fortalecimento do trabalho em equipe, tendo
como foco o cuidado integral do sujeito, o fortalecimento da sua autonomia e a promoção da sua qualidade
de vida. Para que ocorra esse cuidado interprofissional é necessário que a equipe tenha clareza das
atribuições, limitações e possibilidade de intervenção dos seus membros. Os serviços de emergência
hospitalar, com uma rotina acelerada de atendimento, tornam-se um ambiente de muita tensão e estresse.
Muitas vezes, as deficiências estruturais do sistema de saúde acabam fragmentando o cuidado e dificultando
a atuação humanizada e integral. Diante disso, consideramos importante a atuação da equipe
multiprofissional no serviço de emergência, visto que possibilita realizar um trabalho coletivo através de
uma relação recíproca entre as múltiplas intervenções técnicas e a interação dos agentes de diferentes áreas
profissionais no cuidado à criança e ao adolescente. OBJETIVOS: Descrever a experiência de atuação de uma
equipe de residentes multiprofissionais na emergência de um hospital pediátrico em Fortaleza-CE. RELATO
DE EXPERIÊNCIA: A atuação aconteceu pela equipe multiprofissional, focada no trabalho interprofissional, no
setor da emergência, no período de junho a outubro de 2015 no Hospital Infantil Albert Sabin.
Primeiramente, foi construído um instrumental de avaliação elaborada pela equipe de residentes com o
objetivo de coletar as demandas dos usuários para cada categoria profissional, contendo perguntas das
seguintes profissões: enfermagem, serviço social, nutrição, odontologia, fisioterapia e psicologia. As fichas
de avaliação multiprofissional eram preenchidas por dois ou três membros da equipe durante as visitas aos
leitos dos pacientes que estavam em observação na emergência e tinham a função de operacionalizar o
serviço e direcionar os atendimentos aos cuidados específicos. Já no serviço de pronto-atendimento,
enquanto os usuários aguardavam atendimento médico, eram realizadas atividades de educação e saúde
através de sala de espera acerca de variados temas ligados à saúde. Principais RESULTADOS: As profissionais
residentes colaboraram para uma assistência integral dos pacientes atendidos no serviço de emergência,
promovendo atendimentos das categorias que compõem a equipe, a saber: sistematização da assistência de
enfermagem; avaliação social para acompanhamento familiar; avaliação e tratamento odontológico;
orientação de manuseios, mobilizações e posturas relativas à fisioterapia respiratória; orientação nutricional
e acompanhamento psicológico. CONCLUSÃO: A presença de uma equipe multiprofissional no cenário
atuando de forma integrada contribuiu para acolher e viabilizar uma assistência ao paciente mais
humanizada, considerando as particularidades e características peculiares do sujeito e da realidade por ele
vivenciada, e, suscitou uma reflexão sobre a importância da atuação interprofissional como estratégia para a
realização do cuidado integral, mesmo em ambientes tão complexos como a emergência hospitalar.
ATUAÇÃO DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NA IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE SEGURANÇA DO
PACIENTE EM UMA MATERNIDADE DE REFERÊNCIA EM FORTALEZA-CE
137
Lorena Loiola Batista, Antônia Amanda Lima Souza, Rayssa Matos Teixeira, Soraia Kessia de Araújo Silva,
Emília Cristina Carvalho Rocha Caminha, Marcela Ariadne Braga Gomes Tomé, Antônia Jéssica Farias
Martins
INTRODUÇÃO: A segurança do paciente tem sido um tema, atualmente, muito abordado. O Ministério da
Saúde em conjunto com a Organização Mundial da Saúde criaram a portaria -529/2013, na qual aborda a
Política Nacional de Segurança do Paciente. Este trabalha seis temas, são eles: identificação do paciente;
prescrição, uso e administração de medicamentos; higiene das mãos; cirurgia segura; úlcera por pressão e
prevenção de quedas. A partir dos acidentes e erros vistos e notificados na maternidade de referência de
Fortaleza-CE, onde os residentes da Saúde da Mulher e da Criança atuam, iniciou-se a necessidade de
intervir e diminuir o número dos ocorridos. Diante disto a atuação dos residentes se fez necessária a fim de
sensibilizar os profissionais deste local, para uma assistência mais segura aos pacientes. O tema trabalhando
foi o de identificação do paciente. OBJETIVO: A intervenção objetivou a diminuição de erros de
administração de medicamentos e a realização de procedimentos incorretos por falta de identificação.
DESCRIÇÃO: A atividade foi realizada no segundo semestre de 2015. Os residentes atuaram em conjunto
com a gerência de risco, da maternidade escola, elaborando um formulário de fácil impressão e
preenchimento. Este formulário encontra-se no sistema da própria maternidade, de preenchimento
automático com nome completo, idade, nome da mãe, tipo sanguíneo, número do prontuário. Este é
colocado dentro de uma placa de acrílico (instalada em todos os leitos) facilitando assim identificação do
paciente, deletando a ideia de se guiar pelo leite e não pelo nome completo, diminuindo o número de erros.
Ações práticas e discussão: Os residentes dividiram-se em duplas, para ir aos diversos setores da
maternidade escola e, orientar sobre o novo formulário e os riscos que podem ser evitados com a
identificação correta do paciente. Foi elaborando folders, explicações rápidas sobre como seria a
identificação nova do paciente e quais erros podem ser evitados, e realizada uma dinâmica mostrando como
todos podem realizar erros, mas que podemos diminui-los quando as informações necessárias estão mais
fáceis para ser captadas. Foi esclarecido que mesmo com o novo modelo de identificação, não se anula a
necessidade de interrogar o paciente quanto ao se nome. Essa intervenção torna a unidade hospitalar um
local mais seguro para atuação e realização de procedimentos, deixando o usuário e profissionais satisfeitos.
RESULTADOS: Todos os setores adotaram a nova identificação do paciente, o setor de gerência de risco tem
recebido números menores de acontecimentos ocorridos por identificação errada do paciente, além dos
pacientes encontrarem-se em um menor risco. Os demais tópicos do Programa Nacional de Segurança do
Paciente estão sendo trabalhados. CONCLUSÃO: A Política Nacional da Saúde aborda temas muitas vezes
ignorados pelos profissionais, mas de relevante importância e necessidade de ser abordado entre os
profissionais que prestam assistência ao paciente. RECOMENDAÇÕES PARA SAÚDE COLETIVA: Esses temas
devem ser abordados tanto pelos setores públicos, como pelos privados, para garantir assim a segurança de
todos.
ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA OPERAÇÃO SORRISO 2015: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Mariana Castelo Pinheiro, Lídia Helena Bezerra Azevedo, Andressa Freire Salviano, Maria Katielle Oliveira,
Taciana Figueiredo Cruz de Carvalho
INTRODUÇÃO: A Operação Sorriso é a maior ONG dedicada a operar crianças com lábio leporino e fenda
palatina, ambas são más formações congênitas, com a atuação voluntária de diversos profissionais da saúde.
O lábio leporino varia de uma discreta abertura no lábio até a sua divisão completa e a fenda palatina ocorre
quando os dois lados do palato não se unem ou unem-se de forma incompleta. Uma criança pode ter só
lábio leporino, ou só fenda palatina ou ambos, sendo chamada de fissura labiopalatina. A causa exata é
desconhecida. Crianças com estas deformidades podem sofrer má nutrição, sendo, portanto indispensável à
atuação do nutricionista para orientar quanto às práticas alimentares nas dificuldades do pré e pósoperatório, a fim de evitar o comprometimento do estado nutricional da criança. OBJETIVOS: Relatar a
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experiência da equipe de nutrição acerca do acompanhamento nutricional, da avaliação nutricional e
orientação nutricional de alta dos pacientes submetidos à cirurgia de correção da fissura labial
(queiloplastia) e da fenda palatina (palatoplastia) na Operação Sorriso. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A
Operação Sorriso 2015 ocorreu na cidade de Fortaleza de 28 de outubro a 2 novembro de 2015. A equipe de
nutrição era formada de quatro nutricionistas residentes e a preceptora de referência, que atuaram durante
todo o período. No mês que antecedeu a Operação Sorriso, foram realizadas reuniões semanais para definir
o fluxo de acompanhamento dos pacientes no pré e pós-operatório das queiloplastias e palatoplastias, além
da elaboração de materiais a serem utilizados durante o período. A atuação da equipe iniciou-se na triagem
onde se responsabilizou pela alimentação e orientação de pais e crianças. Já no pré e pós-cirúrgico
realizaram-se as seguintes atividades: preenchimento da ficha de triagem nutricional (nome, idade, data de
nascimento, peso, estatura, tipo de cirurgia, amamentação, presença de alergias e sintomas
gastrintestinais); avaliação (peso e estatura) e classificação do estado nutricional das crianças; coleta do
hábito alimentar da criança; e entrega de orientações nutricionais de alta para cuidadores de pacientes que
realizaram queiloplastia e palatoplastia com consequente acolhimento de suas dúvidas e angústias
referentes a alimentação. RESULTADOS DA EXPERIÊNCIA: No total foram avaliados e orientados 71
pacientes, e quanto ao tipo de cirurgia, foram contabilizadas 30 queiloplastias e 41 palatoplastias. A equipe
de nutrição conseguiu atender de forma integral todos os pacientes, além de atuar com outras categorias
profissionais, observando a importância da integração dos diversos saberes. CONCLUSÃO: A Operação
Sorriso 2015 possibilitou à equipe a oportunidade de acompanhar pacientes com fissuras labiais e palatinas
desde a triagem até o pós-operatório, conhecendo as particularidades da patologia e do público atendido e
contribuindo para a manutenção de um estado nutricional adequado através de orientações para uma dieta
saudável específica. Além disso, percebeu-se a importância da participação efetiva do nutricionista dentro
da equipe multiprofissional na atenção ao paciente fissurado, visando um cuidado integral.
ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NOS CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS NEONATAIS DE UM HOSPITAL DE ENSINORELATO DE EXPERIÊNCIA
Ianne de Fátima Sampaio Marinho
INTRODUÇÃO: O avanço da neonatologia nas últimas décadas trouxe consigo grandes mudanças para a
assistência em saúde que levaram a um aumento nas taxas de sobrevivência dos recém-nascidos, bem
como, impôs novos desafios para a prática e formação do profissional de saúde e de nutrição. O recémnascido (RN), especialmente o prematuro ou aquele acometido por alguma patologia, tem grande chance de
desenvolver deficiências nutricionais, principalmente pela sua enorme velocidade de crescimento,
imaturidade de vários órgãos ou sistemas e dificuldade em se prover uma nutrição adequada. O nutricionista
mostra-se um profissional imprescindível na obtenção de uma avaliação nutricional e no fornecimento de
uma nutrição adequada para o melhor crescimento e desenvolvimento do RN que está vinculado também à
oferta de oxigênio, minerais, e nutrientes adequados para o perfil dos neonatos que são influenciados por
uma série de fatores genéticos. Desse modo o profissional nutricionista promove padrões de
acompanhamento durante o desenvolvimento do indivíduo dentro do ambiente que o mesmo encontra-se
inserido. OBJETIVOS: Mostrar a importância dos cuidados nutricionais na promoção e recuperação da saúde
de puérperas, recém-nascidos e lactentes e a atuação do nutricionista no acompanhamento desse processo.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo exploratório descritivo do tipo relato de experiência, realizado no
período de junho de 2016 nas UCIN (Unidades de Cuidados Intermediários) de um hospital localizado na
Zona Norte do Ceará localizado na cidade de Sobral-CE. RESULTADOS: A participação direta de um
nutricionista integrado ao setor em unidades de terapia intensiva neonatal e UCIN (Unidades de Cuidados
Intermediários) apresentou-se eficaz e eficiente ao melhorar e favorecer o aporte nutricional aos RNs
internados nesses setores, além de trazer a proposta de informações referentes ao aleitamento materno e a
cuidados com a alimentação do bebê durante os primeiros seis meses de vida, das vantagens para as
puérperas, do estímulo ao seio, e da importância da família na inserção nos cuidados ao bebê. As ações
foram implantadas no âmbito da multidisciplinaridade entre os diferentes profissionais que integram a
139
equipe de trabalho e com finalidade de prover ações terapêuticas voltadas para a saúde do bebê, na
perspectiva da inserção da família e humanização do cuidado. Os recém-nascidos (RN), lactentes e
puérperas são públicos com necessidades especiais, cabendo ao nutricionista estabelecer um roteiro prático
para a avaliação nutricional do recém-nascido. Essa avaliação inclui vários tópicos a serem observados tais
como: anamnese, exame físico, classificação nutricional, fornecimento e distribuição de nutrientes,
antropometria, e análise bioquímica, com o objetivo de se fazer o correto diagnóstico do recém-nascido e
auxiliar na redução de sua morbidade e mortalidade. CONCLUSÃO: O nutricionista residente papel essencial
para a melhoria da assistência nas unidades de terapias intermediárias neonatais, assim como também nas
unidades de cuidados intermediários propiciando uma avaliação bioquímica e nutricional de extrema
relevância, onde atua diretamente no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento no paciente,
fornecendo uma nutrição individualizada e adaptada as condições clínicas e patológicas do RN, buscando
sempre alcançar as necessidades nutricionais, adaptando-se a suas particularidades, no que concerne à
alimentação coletiva além da promoção de atividades vinculadas à educação e pesquisas na área voltado a
atenção à nutrição ao recém-nascido, o nutricionista atua diretamente no fornecimento calórico adequado,
a adequação aos parâmetros recomendados para encaminhar o RN o mais rápido possível para seu lar.
ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL NUTRICIONISTA NO PÓS-OPERATÓRIO DE PACIENTES SUBMETIDOS À
APENDICECTOMIA EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA DE FORTALEZA – CE
Maria Katielle Oliveira, Mariana Castelo Pinheiro, Taciana Figueiredo Cruz de Carvalho
INTRODUÇÃO: O apêndice é um órgão de fundo cego localizado no intestino grosso. Quando ocorre sua
obstrução em consequência de um quadro infeccioso, acontece a crise de apendicite que pode ser
classificada em quatro graus de acordo com a intensidade da inflamação. O tratamento é cirúrgico e
demanda a retirada do apêndice (apendicectomia). Após a cirurgia, a introdução alimentar é feita
gradualmente e deve ser muito bem orientada e monitorada para prevenir complicações e evitar
comprometimento do estado nutricional. Reconhecendo a complexidade do processo de início alimentar
pós-cirúrgico, as angústias dos pacientes e cuidadores a respeito desse período e a indispensabilidade de
viabilizar o estado nutricional adequado, exige-se apurar a atenção e o cuidado no processo de recuperação
do pós-operatório, relevando as particularidades do quadro clínico e do sujeito. OBJETIVOS: Relatar a
experiência das nutricionistas residentes na atenção ao paciente pediátrico submetido à apendicectomia em
um hospital de referência na cidade de Fortaleza-CE. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Durante o segundo
semestre de 2015, quando as nutricionistas residentes estiveram atuando na emergência de um hospital
pediátrico de referência em Fortaleza-CE, puderam observar a grande quantidade de pacientes submetidos
à apendicectomia e como eles e seus cuidadores apresentavam dúvidas sobre a fisiopatologia dessa doença
e os cuidados necessários com a alimentação no período pós-operatório. Essa demanda foi levada à equipe
de nutrição e sugeriu-se a confecção de um material para orientação nutricional, baseado em publicações
recentes, para ser entregue por escrito no momento da alta hospitalar. O referido material foi dividido em
definição da patologia e sua classificação de acordo com o grau do quadro infeccioso, tratamento, conduta
dietoterápica pós-cirúrgica (orientações gerais e opções de cardápio saudável), levando-se em consideração
as dúvidas apresentadas, os hábitos alimentares e a individualidade dos pacientes. RESULTADOS DA
EXPERIÊNCIA: Após a construção do material de orientação nutricional, observou-se uma melhor
operacionalização do serviço das nutricionistas residentes, já que a emergência é um local de alta
rotatividade de pacientes. Além disso, a entrega e explanação das orientações mostraram-se mais eficazes
no atendimento ao paciente e cuidador do que se os mesmos tivessem que memorizar todas as
recomendações verbalizadas, propiciando melhoria no cuidado ofertado à população atendida.
CONCLUSÃO: No cuidado ao paciente é imprescindível que o profissional de saúde, em geral, observe as
demandas da população atendida a fim de descobrir estratégias para melhorar o serviço ofertado de forma
a considerar as particularidades e características peculiares do sujeito e da realidade por ele vivenciada.
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CIRTOMETRIA TORÁCICA E PADRÃO RESPIRATÓRIO DE HOMENS PARTICIPANTES DA AÇÃO “NOVEMBRO
AZUL”: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Gabriel Coutinho Gonçalves, Anairtes Martins de Melo
INTRODUÇÃO: O sistema respiratório consiste de um aparato mecânico responsável pela ventilação alveolar
e por estruturas que regem o controle de todo o sistema respiratório. A integração dos diferentes setores
como músculos, caixa torácica, pulmões, coração, grande e pequena circulação e respiração celular torna-se
possível a manutenção das funções deste sistema, portanto qualquer alteração em algum destes setores
provocará modificações significativas nas funções do sistema respiratório. O Índice Diafragmático (ID) está
relacionado a variação do movimento tóraco abdominal. Este índice é determinado pela cirtometria
realizada para quantificação das dimensões ântero posteriores da caixa torácica e abdome durante o ciclo
respiratório, relacionando-se de forma indireta a expansibilidade pulmonar e as retrações dos movimentos
torácicos. A avaliação do padrão respiratório também pode ser realizada através da inspeção no momento
de exame físico de qualquer paciente, sendo importante para que se possam identificar alterações
respiratórias ou estruturais da caixa torácica que podem culminar em padrão respiratório ineficaz e
alteração da função do sistema respiratório. Dessa forma, o problema da pesquisa se identifica pela
necessidade de buscar estudos que ajudem as pessoas a se conscientizar para uma respiração correta. O
presente estudo contribui de forma significativa para a comunidade científica como fonte de resultados e
discussões pertinentes à avaliação da função pulmonar de homens atendidos na atenção primária de saúde,
para conhecimento teórico-científico de acadêmicos e profissionais e ainda no âmbito da saúde pública para
incentivar a adoção de ações que promovam uma avaliação e identificação de alterações pulmonares.
OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: analisar a função pulmonar de homens participantes da ação “Novembro Azul”
a partir da mensuração do índice diafragmático e inspeção do padrão respiratório. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde Bezerra e Sousa, compreendendo as
Estratégias de Saúde da Família Bezerra e Sousa, São Geraldo I e II no município de Tauá, estado do Ceará,
nordeste brasileiro, no dia 25 de novembro de 2015 no período da manhã. Os escolhidos participaram de
forma espontânea, com a participação de 51 no total de homens. Dos materiais utilizados na pesquisa foram
empregados uma fita métrica emborrachada de 150 cm para mensuração das dimensões torácicas – à nível
axilar e umbilical. Os avaliados ficaram posicionados de pé, sendo orientados a respirar normal. Para
obtenção do ID foi utilizado uma ficha de cálculos para cada um, com dados de InsT, ExpT, InsA e ExpA,
contendo as formulas de B (insT-expT), A (InsA – ExpA) e ID ( A/B) . Já a inspeção foi realizada visualizando o
tórax do avaliado desnudo no tempo médio de 2 minutos e anotados em ficha de avaliação elaborada pelos
pesquisadores. No final da avaliação foi realizada uma roda de conversa com os avaliados sobre a
importância da respiração correta para o pulmão e a saúde do homem. A análise dos dados obtidos foi feita
através do programa Microsoft Excel 2007. Respeitou-se a resolução 466/2012 Conselho Nacional de Saúde.
PRINCIPAIS RESULTADOS: A amostra constou de 51 homens avaliados pelos fisioterapeutas voluntários da
ação “Novembro azul”. A partir da cirtometria torácica constatou-se que 39% (n=20) dos homens possuem
respiração torácica (ID < 0,5 cm); já 41,1% (n= 21) dos homens possuem respiração toráco abdominal (ID =
0,5 cm); e ainda 19,9% (n=10) dos homens possuem respiração abdominal (ID > 0,5 cm). Quanto a inspeção
do padrão respiratório foram observadas alterações de respiração superficial, apical ou torácica em 5,8%
(n=3), já respiração paradoxal 29,4% (n=15) e ainda respiração normal (tóraco abdominal) na inspeção em
64,8% (n= 33) dos homens avaliados. CONCLUSÃO: Conclui-se que a função pulmonar dos homens
participantes da ação “Novembro Azul” a partir da mensuração do índice diafragmático se comportou como
normal e na inspeção do padrão respiratório foi percebido que a maioria apresentou normalidade. Neste
sentido, conclui-se que não foi evidenciada alteração considerável da função pulmonar dos indivíduos deste
estudo. Recomendações: Recomenda-se que avaliações da função pulmonar sejam realizadas em diversas
faixas etárias e gêneros para a identificação das alterações da função pulmonar e caso necessário seja
realizada a reeducação respiratória para os padrões respiratórios normais fisiológicos.
141
EDUCAÇÃO ALIMENTAR COMO AÇÃO EM SAÚDE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Jéssica Andressa Soares de Caralho, Jordana Rayane Sousa Aguiar, Antônio Rubens dos Santos Dias, Aline
Meneses da Rocha
INTRODUÇÃO: A Educação Alimentar é considerada uma estratégia importante para promoção de hábitos
alimentares saudáveis. A adoção de um estilo de vida saudável nem sempre é tão fácil, requer informações,
oportunidades e motivação para fazê-las. Nesse contexto Atividades de educação em saúde proporciona
diálogo, considerando os saberes do outro e construindo um saber coletivo. O profissional nutricionista
atuando como educador exerce bastante influência para orientar a população quanto a prática de uma
alimentação saudável. Sabendo-se que as práticas alimentares são um fator crucial no processo saúdedoença, nota-se a necessidade de ampliação do cuidado integral ao paciente de alta complexidade,
otimizando-se o tempo de internação hospitalar do mesmo através de ações que o levem a refletir sobre
hábitos alimentares nocivos e o sensibilize a buscar mudanças positivas no modo de se alimentar. OBJETIVO:
O presente trabalho objetiva relatar a experiência vivenciada por nutricionistas residentes
multiprofissionais, na realização de uma ação em saúde, com grupo de pacientes e acompanhantes de um
hospital universitário do nordeste, com a finalidade de promover educação alimentar. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: Ação educativa em saúde com o tema "Alimentação Saudável", desenvolvida por residentes
(nutricionistas) multiprofissionais em saúde em parceria com estagiários de Serviço Social de um Hospital
Universitário do Nordeste. A atividade foi realizada com a presença de pacientes e acompanhantes de um
dos postos desse hospital. Neste trabalho, houve engajamento das residentes em atividades de atenção
interdisciplinar e integral ao paciente internado, exigido pelo programa de Residência Multiprofissional. A
temática foi abordada em uma roda interativa de conversa, em que a alimentação foi discutida do ponto de
vista social e nutricional. Inicialmente foi feita uma dinâmica com o intuito de descontrair o grupo e permitir
um diálogo produtivo. Quanto aos materiais, foram usados recortes de figuras de alimentos colocados em
uma mesa, disposta no centro da roda, e a imagem ilustrativa de um carrinho de supermercado, colado em
uma parede de frente para o grupo, para que, posteriormente à explanação das informações e orientações,
os participantes pudessem escolher sozinhos as figuras e pregá-las no carrinho, simulando uma compra de
alimentos. Também foram entregues informes educativos com parte do conteúdo exposto durante a
conversa, que consistiu de imagens e informações sobre a classificação alimentar e os 10 Passos para uma
Alimentação Saudável do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, 2014. Ao final,
os participantes foram questionados sobre o julgamento que fizeram acerca da ação. PRINCIPAIS
RESULTADOS: Os participantes do grupo conseguiram interagir bastante, relatando pontos de vista e
hábitos, fazendo perguntas e esclarecendo dúvidas. Com o término da conversa, os mesmos foram capazes
de demonstrar aprendizado e interesse pelo tema "Alimentação Saudável", ao fazerem escolhas mais
conscientes e saudáveis durante a atividade prática, comparando-se ao que referiram no início da
intervenção. Ao serem questionados sobre suas impressões a respeito da ação, todo o grupo afirmou ter
gostado muito, o que revela a aceitabilidade e entendimento do conteúdo abordado. Esse feedback positivo
dado pelos participantes motivaram os profissionais a continuarem desenvolvendo trabalhos como este. A
interatuação do profissional nutricionista e estagiários do Serviço Social também foi de grande valia para
ambos, pois houve troca de saberes e experiências entre áreas de conhecimento distintas, mas
complementares. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃOES PARA A SAÚDE COLETIVA: No hospital, nota-se a
necessidade de iniciativas interdisciplinares dialógicas e elucidativas constantes que proporcionem aos
pacientes e acompanhantes educação alimentar, a fim de produzir, nos mesmos, maturidade de
conhecimento e poder de decisão para fazerem escolhas mais conscientes. Essas iniciativas devem ser
perpetuadas de modo a permitir a continuidade do tratamento adequado em casa e a prevenção de novas
doenças ou de complicações das enfermidades já instaladas.
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ESTÁGIO ELETIVO NO MINISTÉRIO DA SAÚDE-DEPARTAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE UM
CRESCIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL
Antônia Cícera Alves Fernandes, Ane Cibele Araújo Pessoa Chaves, Jeyce Moura Barros, Luma Monteiro
Leitão, Maiara Mota Rocha Siebra, Renata Barros Guedes, Viviane de Amorim Duarte
INTRODUÇÃO: O processo de residência multiprofissional trás a oportunidade na realização de estágio
eletivo, que é a vivência fora do cenário de prática de lotação em que a característica principal é a imersão
completa em outro cenário de prática a fim de vivenciar outras realidades que contribuam para formação e
melhoria em suas práticas. Diante dessa oportunidade, e da importância de um atendimento de qualidade,
com olhar ampliado, porém, com grandes desafios da prática na Saúde da Família devido à ampla demanda,
vulnerabilidades de gestores, grande número de fichas/formulários que são exigidos, surgiu o interesse em
realizar estágio eletivo junto Ministério da Saúde/Departamento da Atenção Básica (MS/DAB), a fim de
verificar através dos programas E-SUS e PMAQ quais as estratégias de enfrentamento desses problemas.
OBJETIVOS: O presente trabalho pretende relatar a experiência do estágio eletivo efetivado por um período
de 15 dias no DAB-MS em Brasília-DF com enfoque no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da
Qualidade da Atenção Básica-PMAQ-AB e E-SUSAB. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O estágio foi desenvolvido
no período de 16 a 30 de novembro de 2015. Foi elaborado um plano de estágio com dúvidas e foco no DAB,
seu organograma e funcionamento, apropriando-se PMAQ-AB, E-SUSAB. A preceptora e outros residentes
nos receberam e em seguida foi elaborada uma agenda. Na primeira semana foi realizado um percurso por
todas as coordenações, verificando propósitos e responsabilidades de cada um. Na segunda semana, foi
dado foco ao PMAQ, E-SUS, e também a outras frentes disponíveis. PRINCIPAIS RESULTADOS: O estágio foi
solicitado com a justificativa de entender como o MS interpreta o trabalhador de base conciliar tantas
burocracias e atendimentos que são exigidos, em um momento onde se trabalha acolhimento, acesso e
qualidade. Perceberam-se informações divergentes das que chegam ao território. A incompreensão dos
objetivos dos formulários, programas e políticas por gestores e profissionais, levam a práticas distorcidas,
sem relevância para profissional e território. O pouco estudo, dificuldade de capacitações, falta de tempo,
ou mesmo imposições com o antigo jeitinho de cobrar dos profissionais “faça assim, porque o ministério
quer assim”, acaba em atendimento e consolidados técnicos, sem visualizar saúde e sem reflexões a cerca
de nossas próprias práticas. A vivência fez retornarmos ao território com a visão de que programas e fichas
são propostas e instrumentos norteadores para melhoria das práticas, não possuem ideias fixas, pois, estão
constantemente sofrendo modificações, e não nos impedem de melhorá-las diariamente. CONCLUSÃO: O
estágio eletivo foi relevante e fez ressignificar nossa formação e trabalho, desde a oportunidade no acesso
ao Ministério, como também entender a organização e dinâmica do DAB. Fez-nos enxergar como o serviço
público de saúde é amplo, belo, dinâmico e ao mesmo tempo complexo, despertando dúvidas e também
esclarecimentos, fazendo refletir que planejamento e fazer gestão são essências para uma boa prática em
qualquer nível de atenção. A partir da vivência no Ministério, todo esse contexto ou mesmo pensamentos,
terão outro significado, e visão diferenciada desde o atendimento até uma simples anotação em um
instrumento. Essa reflexão ganha um novo valor, fazendo ressignificar o pessoal, profissional e as práticas,
surgindo ideias para melhor atender e fazer gestão. RECOMENDAÇÕES PARA A SAÚDE PÚBLICA:
Recomenda-se que as coordenações de graduações, pós graduações e gestores de todas as esferas tenham
em seus planos de trabalho a sugestões e incentivos a vivências em outro cenário de prática. Esse método
pode ser desde uma troca de experiência local até internacional, pois, a riqueza de estar em outra realidade
de saúde, faz ampliar as ideias, mudar opiniões, aprender novos métodos, inovar práticas e ressignificar o
pessoal e profissional.
GRUPO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA HIPERTENSOS: UMA EXPERIÊNCIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E
GESTÃO DO CUIDADO NO TERRITÓRIO
Erika Gurgel Albuquerque, Ana Maria Vieira de Brito, Louanne Aires Pereira, Ronaldo Rodrigues Pires
143
INTRODUÇÃO: O agravamento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) reflete-se em um panorama nacional,
pois se estima que no Brasil, 24% da população sofrem de hipertensão, segundo dados do Ministério da
Saúde em 2010(MS). Para a Associação Brasileira de Cardiologia, a HAS é uma doença crônica de alta
prevalência e baixas taxas de controle, considerada um problema de saúde pública e um dos fatores de ricos
possíveis de modificação. Assim é de suma importância para o controle da doença a atuação das Unidades de
Atenção Primária em Saúde em conhecer quem são os pacientes acometidos pela doença, acompanhá-los
oferecendo-os uma assistência contínua através de consultas de rotinas com médicos e enfermeiros,
atendimentos multiprofissionais, visitas domiciliares através dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS),
atividades educativas, orientações nutricionais, em paralelo ao tratamento medicamentoso. Objetivou-se
neste trabalho relatar uma experiência vivenciada dentro do programa da Residência Integrada em Saúde
onde se trabalhou com a educação em saúde com pacientes com HAS no território. DESCRIÇÃO: A
experiência fez parte do processo de trabalho da equipe de residentes da Ênfase em Saúde da Família da
Residência Integrada em Saúde ofertada pela Escola de Saúde Pública do Ceará entre os anos de 2014 a 2016.
Nos primeiros seis meses ocorreu um processo de implantação do acolhimento na Unidade Básica de Saúde
onde houve a lotação da equipe. Neste período observou-se através da escuta no acolhimento uma demanda
diária de hipertensos descompensados em busca de cuidados. Durante este processo foi possível detectar os
maiores fatores que acarretavam o problema do descontrole da doença, tais como falta de orientação sobre
autocuidado, alimentação saudável, consultas periódicas, entre outros. No segundo momento foi planejado
através da equipe de residentes um projeto de implantação do programa HIPERDIA preconizado pelo MS.
Para isso fez-se necessário realizar um levantamento de dados para se obter a quantidade de pacientes
acometidos pela patologia na área adscrita. Após obter estes dados, organizou-se um local para atendimento
extramuros e um cronograma de assuntos a serem abordados nas praticas de educação em saúde no
momento que antecedia a consulta médica ou de enfermagem. A escolha do local foi o Centro de
Convivência de Idosos, lugar de fácil acesso, ao lado da Unidade de Saúde, de conhecimento da maioria dos
pacientes e que proporcionou um ambiente mais tranquilo para uma conversação. Para organizar os
atendimentos foi realizado um cronograma que contemplava dois dias no mês para cada área por ACS. Desta
forma, possibilitava-se uma maior adesão e proporcionava uma maior organização da demanda. Em seguida
foi elaborado um instrumento com o nome de todos os pacientes por ACS e, ao lado de cada nome, uma
agenda anual, possibilitando para a visualização dos profissionais, a frequência da participação dos pacientes
ao grupo de educação em saúde e nas consultas. As praticas educativas transcorreram de forma temática por
mês, com uso de materiais lúdicos, exposições, jogos, dinâmicas de grupo e rodas de conversas.
RESULTADOS: Após iniciado os atendimentos de HIPERDIA, a execução do planejamento das atividades e a
organização dos atendimentos, proporcionou uma adesão ao tratamento com base nas ações preventivas e
promotoras de saúde. Aos usuários, a ação foi importante, pois além de proporcioná-los um atendimento
organizado com previsão de retorno já agendados, lhes permitiu compreender mais sobre sua patologia
através dos momentos proporcionados pela educação em saúde. Assim os objetivos foram alcançados
ficando perceptível a queda na demanda espontânea diária de pacientes descompensados, uma maior
participação dos usuários nas atividades, maior aproximação destes com profissionais de saúde e uma escuta
mais qualificada. Concluímos que a estratégia utilizada de organização do serviço, dos atendimentos e da
programação em educação estimulou os participantes a se envolverem com seu tratamento se
comprometendo em aderir a hábitos mais saudáveis de vida, a manter seu tratamento medicamentoso e
realizar o autocuidado. A experiência vivenciada foi satisfatória tanto para os residentes, como para os
profissionais do serviço, bem como para os usuários. Acreditamos que em conjunto possamos enfrentar
novos desafios e melhorar a saúde pública do nosso País, construindo alternativas de cuidado e fortalecer
atitudes saudáveis.
GRUPO DE TERAPIA FUNCIONAL EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO NORDESTE: O OLHAR DOS
RESIDENTES
144
Samya Raquel Soares Dias, Regiane Lustosa da Cruz, Maria Beatriz dos Santos Dias, Nayla Raabe Venção de
Moura, Luana Grabrielle de França Ferreira
INTRODUÇÃO: O processo de hospitalização leva a ocorrência de estresse nos usuários, pois exige mudanças
nos seus hábitos de vida, bem como o distanciamento de familiares e amigos. Assim, torna-se importante a
ocupação terapêutica com atividades que envolvam a inter-relação com acompanhantes, outros usuários e
equipe de profissionais, bem como à autonomia e bem-estar, minimizando os efeitos negativos da
hospitalização. Neste contexto, as atividades terapêuticas grupais proporcionam no ambiente hospitalar
uma modificação na rotina assistencial. As práticas corporais estimulam a interação mente-corpo, levando à
melhoria da qualidade de vida, atuando na promoção à saúde, prevenção e auxílio no tratamento de
doenças (BRASIL, 2010). OBJETIVO: Relatar a experiência de residentes multiprofissionais acerca das
atividades do Grupo de Terapia Funcional em um Hospital Universitário do Nordeste. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: AÇÕES PRÁTICAS E DISCUSSÃO: Trata-se de um relato de experiência de residentes
multiprofissionais em enfermagem, psicologia e fisioterapia que participam como colaboradoras do Grupo
de Terapia Funcional (GTF) idealizado pela Unidade de Reabilitação (Educação Física, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional) de um Hospital Universitário do Nordeste, no período de abril a junho de 2016. O GTF foi
criado com o objetivo de proporcionar aos usuários internados uma terapia física e cognitiva de forma
coletiva, contribuindo para a humanização da assistência em saúde. O público-alvo das intervenções foram
os usuários com prescrição médica para a fisioterapia, terapia ocupacional ou educação física e com
complexidade de assistência de enfermagem mínima ou intermediária segundo escore de Fugulin. Foram
também inseridos nas atividades os usuários com indicação psicológica de participar do grupo com avaliação
prévia dos profissionais de reabilitação. As atividades foram desenvolvidas no hall do setor de internação do
HUPI uma vez por semana no turno da tarde com duração máxima de 40 minutos. As intervenções foram
elaboradas levando em consideração o perfil do público-alvo. Foram realizadas dinâmicas de grupo,
exercícios de baixo impacto e baixa intensidade, alongamentos e relaxamento corporal. Foram realizadas
também atividades oportunizando aos usuários exporem suas habilidades e depoimentos acerca do
processo de hospitalização e experiências de vida. PRINCIPAIS RESULTADOS: Os discursos dos participantes
após as atividades referiram sensações de bem-estar e de acolhimento por parte da equipe de saúde. Foram
propósitos ainda do grupo a atenção aos acompanhantes que também passam por dificuldades de
adaptação quanto a rotina hospitalar e processo de adoecimento dos familiares/amigos. A partir dos
atendimentos psicológicos realizados com os pacientes participantes do grupo foi possível observar a
importância do GTF como um facilitador do processo de adaptação, bem como, de proporcionar recursos de
enfrentamento para internação. As atividades estimulam sentimentos de autonomia e autoestima através
do compartilhamento de experiências em comuns, como o adoecimento. CONCLUSÃO: O GTF despertou e
estimulou sentimentos que auxiliaram no processo de adaptação à hospitalização e ao processo de adoecer,
bem como, estimulou a interação e conhecimento da equipe multiprofissional que o assiste. Sugere-se que a
Residência Multiprofissional em Saúde possa contribuir com as práticas reabilitadoras sob a perspectiva da
humanização, já existentes, do GTF do HU-UFPI de modo que, a atuação dos residentes, possibilite, por meio
das avaliações de enfermagem, fisioterapia e psicologia, ampliarem o quantitativo de participantes da
atividade e dar continuidade à assistência a partir dos objetivos do grupo. Palavras-chave: Terapia; Equipe
Interdisciplinar de Saúde; Humanização da Assistência Hospitalar.
MÃE PRIMAVERA: AMPLIAÇÃO DO ATENDIMENTO NUTRICIONAL DE GESTANTES ADOLESCENTES NA
ATENÇÃO BÁSICA
145
Tatiane Oliveira Meira da Silva Melo, Tainah Pessoa Cabral, Elayne Cristina Ferreira Xavier, Paloma Katlheen
Moura Melo, Lourdes Michele Duarte de Morais
INTRODUÇÃO A adolescência é o período marcado por mudanças fisiológicas no organismo que são
potencializadas na gestação, exigindo, portanto, maior necessidade de nutrientes do organismo materno.
No entanto, esse grupo passou a ser reconhecido como de risco nutricional, a partir da identificação de
práticas alimentares inadequadas, demonstrando a necessidade de maior atenção e cuidado. OBJETIVOS O
trabalho objetiva incentivar a mudança de práticas alimentares das adolescentes gestantes, a fim de
proporcionar nutrição adequada e uma gestação saudável, bem como maior qualidade de vida.
METODOLOGIA Trata-se de um relato de experiência em que foram realizados 30 atendimentos nutricionais,
distribuídos nas quintas-feiras, no período de sete semanas de Maio/Junho de 2015, por quatro
nutricionistas da Residência Multiprofissional em Atenção Básica e Saúde da Família e Comunidade em
parceria com o Projeto Mãe Primavera da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, no ambulatório
da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. A obtenção dos
dados de caráter quantiqualitativo foi realizada por meio do Recordatório 24h durante a avaliação
nutricional. Neste período também foram organizadas ações educativas com esclarecimento de dúvidas,
entrega de receitas, cardápios e orientações nutricionais. RESULTADOS A partir dos retornos das consultas
foram possíveis perceber a evolução na mudança dos hábitos alimentares, em termos de comprometimento
e conscientização das adolescentes gestantes, bem como a positiva adesão e participação do grupo atendido
durante as ações educativas promovidas, o que gerou, apesar do pouco tempo, maior confiança para com as
nutricionistas residentes e, consequentemente, resultados satisfatórios para toda a equipe. CONCLUSÃO Os
atendimentos realizados com as gestantes adolescentes demonstraram a necessidade do acompanhamento
do profissional nutricionista nessa fase da vida, bem como sua inserção na atenção básica, visando o acesso
ampliado das usuárias a esse tipo de serviço.
MODULAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE ESTÍMULOS SENSORIAIS DURANTE O BANHO NO LEITO: UMA PROPOSTA
DE INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL INTERDISCIPLINAR COM PACIENTES NEUROCIRÚRGICO
Márcia Maria Costa Ribeiro
INTRODUÇÃO: O trabalho multiprofissional em saúde fundamenta-se nos estudos do processo de trabalho
em saúde e na teoria do agir comunicativo. Habermas, 1989 refere trabalho em equipe numa modalidade de
trabalho coletivo que se configura na relação recíproca entre as intervenções técnicas e a interação dos
agentes. Entende-se que é por meio dessa prática comunicativa, caracterizada pela busca de consensos, que
os profissionais podem avaliar mutuamente o trabalho cotidiano executado e construir um projeto comum
pertinente às necessidades de saúde dos usuários. Após um procedimento cirúrgico, o estado clínico do
paciente poderá interferir nos níveis de consciência, a hospitalização contribui para a privação sensorial, e
dependência significativa nas ABVDs (atividades básicas da vida diária). A Terapia Ocupacional intervém com
técnicas estimulantes ou relaxantes durante o banho, oferecendo gradativamente feedback sensorial, para
ativação ou modulação do sistema reticular ascendente, estrutura do tronco cerebral que alerta o cérebro
quanto à chegada de informações sensoriais do ambiente externo de forma estruturada, acelerando a
transição dos níveis de consciência em conjunto com a equipe técnica de enfermagem, que realiza o
procedimento de banho com a finalidade de higienização. Porem juntamos nossos conhecimentos e técnicas
em prol da recuperação dos mesmos, bem como, viabilizamos assim a antecipação do processo de alta.
OBJETIVO: Relatar a técnica de intervenção terapêutica ocupacional utilizada em pacientes neurocirúrgicos
na hora do banho. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência descritivo e qualitativo das técnicas
terapêuticas ocupacionais utilizando a Abordagem de Estimulação Multissensorial em uma unidade de
terapia intensiva (UTI), do Hospital Geral de Fortaleza, no período de março a maio do presente ano. O
público-alvo foram pacientes submetidos a cirurgia neurológica neste período na UTI Amarela. RESULTADOS:
Realizaram-se banhos com; água morna, shampoo, sabonete, algodão, escova, hidratante, e outros
146
materiais. As intervenções foram em conjunto com a equipe técnica de enfermagem, onde se aplicaram
comandos verbais e estímulos táteis, proprioceptivos, vestibulares, olfativos e auditivos. Observou-se que
durante o banho, alguns pacientes vigilizam melhor e interagem mais com o meio, apresentando respostas
como abertura ocular, movimentos orofaciais e de extremidades, percepção corporal, orientação espacial,
bem como, melhor organização do comportamento e da atenção, contribuindo para o aumento da
capacidade em participar das rotinas diárias. Conclusão: A experiência mostra que a intervenção no banho
aumenta a frequência de respostas motoras, cognitivas e sensoriais, e que o trabalho em equipe permite
uma visão ampliada e potencializa a qualidade dos serviços prestados, atendendo às necessidades do
paciente numa perspectiva biopsicossocial e espiritual. Considera-se que a construção deste trabalho
contribua para relacionar a teoria à prática através do embasamento científico adquirido, contribuindo para
garantir novas medidas de assistência e cuidado ao paciente neurocirúrgico na UTI. Recomendações: Faz-se
necessária a atualização de novas tecnicas de atendimento terapêuticas ocupacionais, neste modelo
interdisciplinar, visto que há poucos estudos intervencionistas neste campo.
O PROCESSO DO CUIDAR COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA POLÍTICA NACIONAL DE
HUMANIZAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Helaine Aparecida Maia, Cáio César Menezes de Sousa, Márcia Maria Costa Ribeiro, Marcelo Juliano Sousa
Gomes
INTRODUÇÃO: A história da instituição hospitalar é marcada pelo viés autoritário e uso de normas e
procedimentos rígidos, onde o desenvolvimento tecnológico sob a óptica biologicista reduziu o processo de
adoecer à perspectiva do corpo como máquina. A inserção do familiar e/ou representante no processo de
saúde estimula, por meio de ações construídas de forma coletiva e compartilhada, a produção de novos
modos de cuidar e novas formas de organizar o trabalho público da saúde numa perspectiva de
solidariedade e responsabilidade mútua, segundo a Política Nacional de Humanização. Neste sentido, o
cuidar é um processo caracterizado pela criação de um ambiente relacional que permite, à pessoa
hospitalizada, a descoberta do valor de sua existência para si e para aqueles que a rodeiam. Na passagem
pelos ambientes de rodízio da atenção terciária, os residentes identificaram fragilidades na interação entre
os profissionais, usuários e acompanhantes, que interferiam diretamente na comunicação, dificultando
fluidez do trabalho em um ambiente que já era visto como hostil. OBJETIVO: Promover atividades em grupo
capazes de gerar autonomia, melhorar as relações sociais e o cuidado continuado em casa, através de um
olhar bio-psico-social, minimizando o estresse causado pelo longo período de hospitalização. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: Nos meses de abril, maio e junho de 2015 foram realizadas, semanalmente às sextas-feiras,
atividades multiprofissionais na enfermaria neurológica do Hospital Geral de Fortaleza. O grupo de
residentes constituído por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, assistente social, fonoaudiólogo, psicólogo
e enfermeiro discutiam temáticas escolhida pelos usuários, que poderiam ser instituídas e repassadas aos
mesmos. Além de esclarecer dúvidas e melhorar a interação do grupo a respeito de procedimentos e
patologias, atividades socioculturais e salas de espera em ambulatórios com temáticas livres; modificando o
cotidiano e desconstruindo o modelo biomédico ao realizar ações em grupo com a finalidade de melhorar a
interação social, estimular a atenção, concentração, agilidade de raciocínio, autocuidado, conversa e escuta.
O grupo nomeado “Cuidando do Cuidador”, a cada semana era guiado por um residente, e realizou
alongamentos e relaxamentos ajudando no cansaço diário. Atividades funcionais e oficinas produtivas foram
feitas através de jogos terapêuticos, como bingos, buscando tirar o foco da doença e do ambiente além de
estimular concentração e foco. Acompanhamento extra-hospitalar por meio de visita multiprofissional, e
trabalho de referência e contra-referência, acompanhando o usuário pós-alta. PRINCIPAIS RESULTADOS: A
partir das atividades propostas o espaço hospitalar passou ser percebido pelo doente e seu acompanhante
como um lugar seguro quando nele os profissionais de saúde atuam como promotores e guardiões da
integridade da vida. Experiências como essa têm potência para induzir os familiares a reproduzir “em casa”
as atitudes recomendadas, tornando o espaço residencial um lugar reabilitador, um ambiente de vida
147
ajustado à situação de cuidado. A atitude dos acompanhantes passa de uma postura passiva e, muitas vezes
agressiva a ter atitudes amistosas e de cooperação para com o coletivo, cuidando da arrumação da
enfermaria e da manutenção das combinações estabelecidas. Exercendo assim o processo de humanização a
partir da criação de uma nova cultura de atendimento, pautada na centralidade dos sujeitos e na construção
coletiva do SUS. CONCLUSÃO: As atividades realizadas com cuidadores e pacientes da enfermaria
neurológica fortalecem os vínculos, através da valorização e reconhecimento dos acompanhantes, que
abdicam provisoriamente de suas vidas para permanecerem no cuidado. Assim, torna-se perceptível a
importância de proporcionar momentos de prazer e produção, buscando sempre o bem-estar geral de todos
que compõem a atenção terciária, firmado ao preceito de humanização através da politica nacional.
PERCEPÇÃO DAS RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS
NEUROCIRÚRGICA. RELATO DE EXPERIÊNCIA
QUANTO
A ATUAÇÃO EM ENFERMARIA
Emanuela Ribeiro Lima Dantas, Daísa Carla Bezerra Silva, Aline Herculano de Carvalho, Dayse Roberta dos
Santos de Farias, Paula Luanna Carvalho de Oliveira
A Residência Integrada em Saúde é um programa de educação profissional pós-graduada, de caráter
interdisciplinar, desenvolvida em ambiente de serviço, fundamentada nos princípios do Sistema Único de
Saúde. A Neurocirurgia é uma especialidade de alta complexidade que atua no tratamento de doenças do
sistema nervoso central e periférico. A enfermaria do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) é composta por 32
leitos de internação e por uma equipe multiprofissional. O serviço conta com visitas médicas diárias,
atividades de neurorradiologia diagnóstica e terapêutica e exames radiológicos. Com o intuito de fazer
refletir sobre o processo de trabalho, o presente relato objetiva descrever a percepção das residentes
inseridas no programa de Residência Integrada em Saúde com ênfase em Neurologia e Neurocirurgia de Alta
Complexidade quanto a sua atuação na Enfermaria Neurocirúrgica do HGF. Trata-se de um relato de
experiência, de caráter descritivo e natureza qualitativa. Contou com a participação de cinco categorias
profissionais: Fisioterapeuta, Fonoaudióloga, Nutricionista, Psicóloga e Terapeuta Ocupacional, no período
de março a maio de 2016. Utilizou-se a Análise Temática como método de análise, mediante realização de
entrevistas semiestruturadas como instrumento. Procedeu-se com a questão norteadora: Como foi sua
experiência de atuação na enfermaria neurocirúrgica como integrante da equipe multiprofissional? A partir
da análise dos discursos, identificaram-se as temáticas: A- avaliação positiva da experiência vivenciada,
exemplificada pela fala: “Minha experiência nesse setor foi de grande valia e positiva, com uma ótima
oportunidade de aprendizado e crescimento profissional” (R1); B- reconhecimento da importância da
atuação multiprofissional expressada por: “... foi possível enxergar mais fielmente a importância dos
multiprofissionais na reabilitação e melhora da qualidade de vida dos usuários [...] a troca de informação
entre os profissionais é favorável ao prognóstico do paciente” (R3). C- valorização do trabalho do
profissional/colega, apontada nas falas “... cada profissional tem sua conduta respeitada e valorizada.” (R2) e
“... passamos à reconhecer e valorizar o trabalho do outro...” (R4) e D- processo de finitude da vida dos
pacientes X promoção da qualidade de vida, revela-se na fala: “as intervenções acontecem não para cura
total do paciente, mas sim para evitar a sua morte [...] saber que é possível trazer vida mesmo estando tão
perto da morte” (R5). Considera-se que a equipe multiprofissional atua para prestar assistência integral,
longitudinalmente e com qualidade ao sujeito. Desenvolve a assistência de forma interdisciplinar ao planejar
ações, criar estratégias de organização do trabalho e compartilhar providências e soluções. Ressalta-se que
exige conhecimento e valorização do trabalho do outro profissional para efetivar assistência em equipe
integrada. No contexto hospitalar é comum vivenciar momentos de prazer e sofrimento no processo de
trabalho, principalmente quando há contato com casos de mau prognóstico. Contudo, os profissionais
adotam medidas de enfrentamento para prosseguir com sua tarefa de cuidar com humanidade. Observou-se
elevada incidência de pacientes acima de 35 anos, com predominância do sexo feminino. Trata-se de
pacientes no pré/pós-operatório neurocirúrgico, acometidos por problemas neurológicos como tumores
cerebrais, hemorragias subaracnóideas, aneurismas cerebrais, síndrome de Arnold Chiari e síndrome
148
medular compressiva. Como consequência desses problemas, identifica-se fraqueza muscular, redução da
sensibilidade, paralisias e paresias, disfagias, apraxias, afasias, desnutrição e humor deprimido. Conclui-se
que a experiência foi enriquecedora no aspecto profissional e educacional, visto a relação intrínseca com a
ênfase na qual a residência é proposta. Os casos neurológicos encontrados favoreceram o aprendizado
aprofundado do funcionamento do sistema nervoso e como alterações neste causam prejuízos fisiológicos,
funcionais e emocionais consideráveis à vida dos sujeitos. Desta forma, a atuação dos diversos profissionais
é imprescindível para a reabilitação e melhora da qualidade de vida destes pacientes.
POTENCIALIDADES E DIFICULDADES DO APRENDIZADO DE UMA
MULTIPROFISSIONAIS NA PRÁTICA CLÍNICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
EQUIPE
DE
RESIDENTES
Kalliny Berklim de Freitas, Paula Cristina Acioly Soares da Silva, Samuel Samir Gomes da Silva, Karina Tenorio
Ximenes, Jéssica Gadelha Reges
INTRODUÇÃO: As residências multiprofissionais em área profissional da saúde foram criadas em 2005 e são
regulamentadas pela lei no 11.129/2005. Trata-se de uma modalidade de ensino de pós graduação lato
senso, sendo as práticas de ensino-aprendizagem realizadas dentro de serviços de saúde, com carga horária
semanal de 60 horas e duração mínima de 2 anos. Os programas de residência seguem os princípios e
diretrizes do sistema único de saúde (SUS) e visam qualificar os profissionais para atuação no serviço
público. OBJETIVO: Compartilhar a experiência de uma equipe multiprofissional de residentes da Escola de
Saúde Pública do Ceará em seu campo de atuação durante o primeiro ano de residência. MÉTODO Estudo
descritivo do tipo relato de experiência. O cenário da experiência é um hospital terciário, de grande porte e
de alta complexidade, integrante da rede assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS). O relato descreve a
experiência da equipe nos diversos setores do hospital, no período de 2015 até o momento atual.
RESULTADOS: Durante nossa trajetória como residentes foi possível obter experiências e vivências
excepcionais. A possibilidade de integrar uma equipe multiprofissional em um hospital de referência na
ênfase de aprendizado escolhida e o fato de passarmos por diversos setores e serviços diferentes contribui
para uma formação holística e humanista. No entanto, também encontramos alguns problemas e
dificuldades. Com base nisso, optamos por agrupar neste relato os aspectos que consideramos mais
significativos de nossa experiência, construindo dois tópicos distintos: as potencialidades e as dificuldades da
formação vivenciadas pelos profissionais residentes. • Potencialidades para a formação profissional 1.
Atuação conjunta em equipe multiprofissional no cenário de prática. 2. Debates multiprofissionais sobre a
assistência prestada. 3. Aprendizado transversal, que engloba conhecimentos básicos inerentes a todas as
categorias de saúde. 4. Implementação e valorização da prática de formulação de projetos terapêuticos
singulares (PTS) no âmbito hospitalar. 5. Atuação nos diversos setores e serviços que compõem a linha de
cuidado de nossa ênfase. • Dificuldades para a formação profissional 1. Falta de preceptoria. 2. O
desconhecimento dos profissionais dos setores em relação a residência multiprofissional. 3.
Desconhecimento ou não compreensão dos profissionais dos setores sobre o processo pedagógico da RIS.
CONCLUSÃO: Consideramos que as ações de educação que visam qualificar e valorizar as ações
multiprofissionais de saúde possui um potencial para contribuir significativamente para a qualidade dos
serviços ofertados na rede assistencial do SUS. O treino diário do trabalho em equipe favorece o diálogo,
qualificando a comunicação interprofissional, e fomenta a integralidade dentro do sistema. Porém, muitos
desafios ainda precisam ser superados e para isso é necessário o compartilhamento do conhecimento sobre
como é formada e como funciona a residência multiprofissional no SUS. Esperamos que o presente relato
possa contribuir para a compreensão do programa de residência multiprofissional, identificação dos
problemas vivenciados pelos profissionais residentes e também para o direcionamento de ações que
busquem valorizar a educação permanente e qualificação da equipe assistencial de saúde.
PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES DE CUIDADO EM SAÚDE: O PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR COMO
INSTRUMENTO DE CUIDADO NO AMBIENTE HOSPITALAR
149
Clara Wirginia de Queiroz Moura, Joyce Hilário Maranhão, Jéssica Lourenço Carneiro, Roberta Catunda Costa
Este estudo trata de um relato de experiência de elaboração e construção de projetos terapêuticos singulares
diante de casos específicos de vulnerabilidade social desenvolvidos por uma equipe interdisciplinar de
residentes de um hospital infantil terciário no Ceará. Aborda-se o Projeto Terapêutico Singular- PTS como um
dispositivo capaz de concretizar as práticas de saúde de acordo com os princípios de universalidade,
integralidade e equidade do Sistema Único de Saúde- SUS, considerando a determinação social da vida, a
participação ativa dos usuários e a ciência e o saber popular na produção do processo de saúde e
adoecimento. O intuito é discutir sobre a construção compartilhada e execução da ficha de PTS, como um
instrumento de intervenção no contexto hospitalar. A ideia de construir um instrumental para organizar o
trabalho interdisciplinar no hospital pediátrico se deu com o início das atividades das residentes
multiprofissionais de Pediatria do Hospital Infantil Albert Sabin-HIAS em parceria com o programa de
Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará-RIS-ESP-Ce, a partir das ações de visita e
atendimento ao leito para acolhimento de demandas das crianças, adolescentes e seus familiares em
diferentes espaços do hospital, como por exemplo: urgência/emergência, enfermarias especializadas e
unidades de terapia intensiva. No período de julho de 2014 a janeiro de 2015, foram construídos 9 PTS, dos
quais a maioria das famílias dos pacientes apresentou fragilidades nos vínculos familiares ou vulnerabilidade
econômica, necessitando de uma articulação com a política de Assistência Social, seja para dar continuidade
ao acompanhamento social após a alta hospitalar, no caso de famílias que já estavam vinculadas a algum
serviço ou para a solicitação de benefícios sociais. As redes de atenção à saúde da atenção básica e da
atenção psicossocial foram articuladas e, em um caso específico, um serviço de psiquiatria particular, pois
alguns dos pais ou o próprio paciente apresentaram demandas psíquicas que necessitavam de cuidados
medicamentosos e psicoterapêuticos. No que se refere às intervenções durante a hospitalização, as equipes
de residentes atuaram de forma interdisciplinar e uniprofissional de acordo com a necessidade de cada caso.
Tanto na elaboração da ficha quanto na construção dos PTS houve a integração com profissionais do serviço
proporcionando outros olhares sobre o caso, a integralidade dos saberes e proporcionando uma nova
reconfiguração das relações profissionais no serviço. Observou-se que a elaboração da ficha orientadora dos
projetos terapêuticos singulares possibilitou o acompanhamento integral de alguns casos mais complexos e
vulneráveis de crianças e adolescentes, contribuindo para a resolutividade e efetividade do cuidado à saúde
infanto-juvenil. Por fim, conclui-se que o PTS colabora para a participação do hospital na rede de saúde
pública, articulando e integrando diversas políticas públicas que promovem o bem-estar e desenvolvimento
saudável, assim como garanta os direitos das crianças e adolescentes.
PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES NO CUIDADO EM SAÚDE: UM RELATO SOBRE A EXPERIÊNCIA DE
PROFISSIONAIS-RESIDENTES EM UM AMBULATÓRIO DE INCONTINÊNCIA FECAL
Thaís Lima Ciríaco, Carlos Marcelo Silva Patrício, Maria Katielle Oliveira, Isadora Maria Cordeiro de Oliveira
Gurgel, Ana Gleice da Silveira Mota, Maria Helena Benevides Pessoa
A Residência Integrada em Saúde (RIS), com ênfase em pediatria, possui como instituição executora o
Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS) e tem por objetivo capacitar profissionais para atender à população,
segundo os princípios do SUS. Os residentes atuam nos diversos serviços oferecidos pelo hospital, a exemplo
do Núcleo Especializado no Tratamento Infantil da Incontinência Fecal (NETIIF). O presente artigo tem por
objetivo dissertar acerca das intervenções realizadas pela equipe de residentes multiprofissionais da Escola
de Saúde Pública do estado do Ceará (ESP-CE), no ambulatório de incontinência fecal do HIAS. A
metodologia utilizada é de caráter qualitativo, visando alcançar um aprofundamento sobre o tema.
Caracteriza-se, assim, como um relato de experiência, uma vez que se busca descrever a essência dos
fenômenos vividos. A Pesquisa foi realizada no NETIIF. A unidade foi escolhida por ser referência Norte e
Nordeste no tratamento de crianças e adolescentes com esse tipo de disfunção. Deste modo, realizou-se
150
ainda uma pesquisa bibliográfica sobre as categorias integralidade e interdisciplinaridade, a fim de buscar
um amadurecimento teórico sobre as temáticas. Neste sentido, buscamos relatar a importância das
intervenções realizadas na busca da integralidade no tratamento da incontinência fecal. As atividades
desenvolvidas pelos residentes no NETIIF proporcionaram a execução de um princípio doutrinário da política
de saúde no Brasil: a integralidade. Entre as intervenções realizadas destacaram-se as salas de espera, que
abrangeram temas relacionados ao tratamento. A “semana do manejo do cólon”, que consiste na
instrumentalização da terapêutica, na qual os residentes contribuíram para tornar o momento lúdico e
interativo, trabalhando os lados positivos da adesão ao tratamento. As interconsultas, que se efetivaram em
conjunto com a equipe médica e de enfermagem do núcleo. Por fim, as visitas domiciliares, realizadas com o
intuito de promover adaptações no ambiente doméstico. A pesquisa evidenciou que a interdisciplinaridade é
fundamental, visto que é compreendida pela intensidade das trocas de saberes, viabilizando aos usuários
dos serviços de saúde a possibilidade da integralidade no atendimento. As atividades proporcionaram
vantagens no cuidado ao usuário com incontinência fecal, haja vista que foram pautadas no enfrentamento
das dificuldades encontradas por estes e visaram instrumentalizá-los para a autonomia.
PRÁTICAS NÃO MEDICALIZANTES DE ATENÇÃO AO SOFRIMENTO PSÍQUICO NA ATENÇÃO BÁSICA: UMA
EXPERIÊNCIA COMPARTILHADA COM O PROJETO MISMEC - 4 VARAS
Erika Gurgel Albuquerque, Ana Maria Vieira de Brito, Louanne Aires Pereira, Ronaldo Rodrigues Pires
INTRODUÇÃO: A saúde metal da população está a cada dia sendo testada. O dia a dia corrido com milhares
de atividades em paralelo fazem com que nosso corpo e mente trabalhe ao ponto de uma possível
exaustão. Assim, ficamos sujeitos a doenças que vão muito além do físico e envolvem o sofrimento psíquico.
Os índices de uso de psicotrópicos vêm aumentando de forma avassaladora nos últimos anos, deixando as
pessoas dependentes de medicamentos e as isolando em um mundo único. Segunda a ANVISA, através de
uma publicação no jornal Correio Braziliense, a venda de psicotrópicos aumentou, para alguns
medicamentos, cerca de 57% a 83% entre os anos de 2009 a 2011. Muitas destas prescrições ocorrem nas
Unidades Primárias de Saúde, onde em sua maioria não oferecem métodos terapêuticos como alternativa
de tratamento, ocorrendo assim a “distribuição” destes psicotrópicos. Na busca de mudar este cenário, a
Residência Integrada em Saúde (RIS), por meio de um programa do Ministério da Saúde em Educação
Permanente, proporciona aos territórios de suas lotações uma atuação diferenciada a fim de colaborar na
mudança das práticas existentes, proporcionando a apresentação de novas tecnologias inovadoras de
cuidado aos profissionais e à comunidade ali pertencentes para ampliar os objetivos destas práticas no
sentido de oferecerem propostas não medicalizantes de atenção à saúde. Objetivou-se neste trabalho
refletir sobre a importância das práticas não medicalizantes de atenção ao sofrimento psíquico descrevendo
uma experiência vivenciada pela equipe de residentes da Ênfase em Saúde da Família no projeto MISMEC-4
VARAS. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A equipe de residentes optou em realizar seu estágio eletivo, na
instituição intitulada de MISMEC-4 VARAS. O estágio eletivo é um período onde o próprio residente busca,
em outra instituição de seu interesse e fora do seu campo de prática, aprender com experiências exitosas de
atuação em saúde para fortalecer o seu trabalho local. O projeto 4 varas acolhe pessoas com sofrimento
psíquico através de um trabalho de Terapia Comunitária, saindo da visão exclusivamente biomédica e
empoderando o ser individual como responsável pela sua saúde, trabalhando a autoestima e o
autoconhecimento. A vivência da equipe se deu em dois momentos: um como participantes das terapias
oferecidas e o outro como profissionais da saúde em apoio à instituição. Estes momentos foram realizados
em paralelo durante todo o processo de vivência com permanência de um mês (Nov/15). Durante este
período pudemos participar das atividades como: yoga, biodança, musicoterapia, massoterapia, atenção
plena, terapia comunitária, terapia da autoestima e terapia dos tremores. Estas atividades nos
proporcionaram um fortalecimento pessoal e uma percepção real da melhoria de qualidade de vida relatada
pelos frequentadores. Quanto a nossas atividades de apoio à instituição como profissionais, realizamos um
trabalho de escuta qualificada com os que ali frequentavam, além de contribuir com sugestões quanto a
151
organização do serviço e a preparação de um instrumento de cadastro e acompanhamento dos usuários.
Presenciamos verdadeiros relatos de superação e visualizamos evoluções quanto à melhora da qualidade de
vida dos usuários no período que ali estávamos. RESULTADOS: Após retornarmos ao território de lotação na
residência, proporcionamos à equipe de trabalho no cenário de prática, vivenciar algumas das terapias
vivenciadas por nós no estágio eletivo no projeto 4 varas. Algumas delas foram realizadas através de
profissionais do referido projeto que foram convidados para ministrar as terapias em três encontros na
Unidade Básica de Saúde. Incluímos esta ação dentro de um projeto visando à promoção da saúde do
trabalhador, assim iniciando a atenção à saúde mental voltada para o cuidado do cuidador, possibilitando
colher resultados do atendimento destes com a população. Para a saúde mental da comunidade
construímos um projeto com fluxo de atendimento e educação em saúde a ser praticado posteriormente
pelos profissionais da unidade. CONCLUSÃO: A experiência vivenciada neste projeto oportunizou a equipe
um olhar diferenciado sobre a saúde mental da população e dos profissionais, compreendendo novas
possibilidades de apoio a este público na atenção básica. Percebeu-se a importância de uma escuta
qualificada, uma atenção plena e identificando novas formas de encaminhamentos e cuidado dos pacientes
que vivenciam o sofrimento psíquico, afirmando assim que há outras formas de tratamento que não seja
apenas o medicamentoso.
PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO: ATIVIDADES REALIZADAS POR RESIDENTES EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA
Sílvia Maria Gomes, Amanda de Freitas Brilhante, Lorena Carlos de Araújo Lima, Clarice Mendes de Freitas,
Lana Valéria Clemente Alves, Lorenna Galdino de Farias
INTRODUÇÃO: Durante toda a gestação, ocorrem alterações fisiológicas que envolvem todos os sistemas
orgânicos, gerando expectativas, emoções, ansiedades, medos e descobertas, exigindo um profundo
conhecimento sobre todas as alterações ocorridas neste período para que, assim, seja oferecida uma
adequada assistência à saúde da gestante. Tal assistência é prestada durante o pré-natal, período de
preparação e cuidado e com trinômio mãe-bebê-família. OBJETIVO: Descrever as atividades realizadas por
residentes de enfermagem obstétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC) no pré-natal de baixo risco.
DESCRIÇÃO: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado no Centro de
Desenvolvimento Familiar (CEDEFAM), que consiste em uma unidade de extensão da UFC na cidade de
Fortaleza/CE, no período de maio de 2016. RESULTADOS: Foram realizadas 50 consultas de pré-natal
durante o período, onde era avaliado o bem-estar materno-fetal e realizado orientações. Foram realizadas
50 orientações sobre os sinais de alerta, 48 sobre alimentação saudável, 35 sobre amamentação, 20 sobre
sinais de trabalho de parto e parto, 20 sobre cuidados com bebê, 27 sobre atividade física, 47 sobre
vacinação. Além da prescrição de suplemento vitamínico, solicitação de exames, 09 prevenções de câncer de
colo do útero e elaborados 10 planos de parto. Além disso, as residentes também colaboraram com as
atividades do Grupo de Gestantes, que ocorria semanalmente e onde eram abordados temas pertinentes ao
pré-natal, parto e puerpério. Além do curso de gestantes, as residentes contribuíram com a visita guiada à
Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), maternidade de referência da população assistida no
CEDEFAM. CONCLUSÃO: As atividades realizadas foram de fundamental importância para a formação e
autonomia das residentes em enfermagem obstétrica e também para uma gestação saudável e para o
empoderamento das mulheres atendidas, sanando dúvidas e preocupações sobre as questões que envolvem
o período gravídico. RECOMENDAÇÕES PARA A SAÚDE COLETIVA: As orientações e o cuidado no pré-natal
são o primeiro passo para um nascimento saudável, sendo fundamental para diminuição da
morbimortalidade materna e fetal, preparação para maternidade, aquisição de autonomia e segurança no
processo de nascimento.
PREVENÇÃO DE DST/AIDS EXTRAPOLANDO OS MUROS DE UMA UNIDADE HOSPITALAR: RESIDÊNCIA
INTEGRADA EM SAÚDE EXPLORANDO O TERRITÓRIO
152
Janete Romão dos Santos, Mariana Fernandes Pereira, Edwyn Lowisi Fernandes Costa, Ana Letícia Chaves da
Silva, Luíza Silva de Carvalho, Bruno Simplício Xavier, Lorena Nogueira Frota da Costa, Ocivan de Souza
Furtado
INTRODUÇÃO: A epidemia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é um grave problema de saúde
pública mundialmente. No Ceará até 2015 foram 17.627 notificações de casos de Aids de acordo com o
boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde. Essa realidade exige esforços integrados de gestores,
profissionais de saúde e sociedade civil organizada para uma resposta efetiva. Desde 1987 a data do 1º de
dezembro é marcada como o dia mundial de luta contra Aids, momento criado para combater o
preconceito, reforçar a solidariedade, estimular a prevenção e reivindicar direitos. OBJETIVOS: Relatar a
experiência de intervenção educativa alusiva ao Dia Mundial de Luta contra a Aids em Fortaleza. DESCRIÇÃO
DA EXPERIÊNCIA: A ação foi organizada pelos residentes multiprofissionais da Residência Integrada em
Saúde (RIS) da ênfase infectologia e ocorreu em três momentos, o primeiro durante o mês de novembro de
2015, caracterizado pelo planejamento e organização, estudo para a escolha de local adequado, busca por
materiais educativos, insumos de prevenção, confecção dos kits (preservativos feminino e masculino, gel
lubrificante e folder informativo), faixa e blusas padronizadas, convite aos profissionais do território,
pactuações com a Secretaria Regional III e toda logística necessária. O segundo foi um momento de
capacitação por meio de roda de conversa entre os participantes acerca da epidemia de HIV/Aids e
vulnerabilidades enfatizando as formas de abordar a população para discutir o assunto, orientar e realizar
encaminhamentos quando necessário. O terceiro foi a culminância do dia 01 de dezembro com a realização
da blitz educativa integrando preceptores, Educadores em Saúde, Agentes Comunitários de Saúde e
Técnicos da Secretaria Regional III perfazendo um total de 25 profissionais, a blitz foi localizada no
cruzamento das ruas Érico Mota com Jovita Feitosa. Foi instalado uma tenda como espacinho da saúde
oferecendo orientações nutricionais quanto a alimentação saudável, divulgação de como acontece na
atualidade o tratamento para o HIV/Aids por meio da construção de um painel dos antirretrovirais,
encaminhamentos para realização de teste rápido anti-HIV, demonstração do uso correto dos preservativos
com auxílio de próteses e tira dúvidas. O público-alvo foi população adulta de motoristas, trabalhadores/as
do comércio do entorno, moradores/as, além de adolescentes e jovens de uma Escola próxima.
RESULTADOS: Durante a ação a população demonstrou grande aceitação demonstrando interesse e
curiosidades, algumas pessoas nunca tinham visto um preservativo feminino e não sabiam como era a
utilização, foi o momento oportuno de aprender. Os que mais tinham dúvidas eram os adolescentes que
ocuparam a tenda de forma a explorar todos os serviços e enriquecer o momento, na abordagem aos
motoristas durante a entrega dos kits alguns achavam que era venda, mas logo eram informados da
gratuidade e que cotidianamente os preservativos estão disponíveis nos Postos de saúde para todos/as. Ao
longo da atividade foram distribuídos 300 laços da solidariedade, 1.200 kits de prevenção, 21.000
preservativos somando os que estavam contidos nos kits e os que não estavam. CONCLUSÃO: A realização
das campanhas alusivas ao dia Mundial de Luta Contra a Aids é considerada uma estratégia reconhecida
mundialmente, uma vez que tem o intuito de atingir uma grande variabilidade de pessoas, sobretudo, os
grupos prioritários, lançar mão da reflexão sobre vulnerabilidades, incentivando a testagem aos que se
expuseram para obtenção do diagnóstico precoce e, principalmente, mostrar que é possível se prevenir.
Essa experiência foi um momento grandioso e pontual referente a ação em si, porém, dialogar sobre
prevenção, sexualidades e vulnerabilidades faz parte do cotidiano dos/as Residentes da RIS/infectologia,
prática que deveria ser fomentada no âmbito da saúde pública para todos os profissionais da saúde e
educação.
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL: VIVENCIANDO UM GRUPO DE ACOMPANHANTES EM UMA
MATERNIDADE DE REFERÊNCIA EM FORTALEZA/CE
153
Lorena Loiola Batista, Bruna Lidicy Façanha Lima, Analice Pereira Mota, Edilene Maria Vasconcelos Ribeiro,
Heveline Cristina Alves de Vasconcelos, Ana Karla Batista Bezerra Zanella
INTRODUÇÃO: A precariedade das condições técnicas, materiais e humanas presente nas instituições de
saúde tornam, muitas vezes, o atendimento inadequado e com má qualidade, dificultando um convívio
harmonioso entre profissionais, acompanhantes e usuários. Pensando nisto, uma maternidade de referência
em Fortaleza/CE iniciou em dezembro de 2014 um grupo com os acompanhantes de suas pacientes
internadas, tendo como base os preceitos da Constituição de 1988, que prega pela universalidade do direito à
saúde, visto que existe a necessidade de operacionalizar a melhoria da qualidade do atendimento nas
enfermarias, visando atender e entender as expectativas dos pacientes e acompanhantes. OBJETIVO: Relatar
a experiência da implantação e execução de um grupo de acompanhantes em uma maternidade de
referência na cidade de Fortaleza/CE. DESCRIÇÃO: A realização do grupo se dá através de um trabalho
multidisciplinar desenvolvido por meio de atividades socioeducativos e participativos com os acompanhantes
das mulheres internadas na unidade hospitalar. Todos os encontros são registrados em livro de ocorrência do
Serviço Social, Psicologia e Terapia Ocupacional e também por meio de frequência dos participantes. Os
grupos ocorrem na área de convivência do segundo andar, semanalmente, nas quintas-feiras pela manhã,
com duração aproximada de 50 minutos. Os profissionais e residentes da equipe multidisciplinar que atuam
diretamente no projeto são: assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e
fisioterapeutas. Foi realizada, também, a divulgação e mobilização dos participantes com folders e cartazes.
Foi iniciada a implementação dos grupos socioeducativos reflexivos e dialógicos com os acompanhantes das
mulheres internadas, utilizando folders informativos, recursos audiovisuais, exposições interativas, oficinas,
dinâmicas de grupos, rodas de conversa, e os demais meios que se façam necessários. Os principais temas
abordados vão desde as normas e rotinas hospitalares à temas relacionados à saúde, sentimentos referentes
à vivência hospitalar e etc. DISCUSSÃO: O direito do paciente internado a ter acompanhante ainda não
abrange todos os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente três tipos de pacientes têm o direito a
acompanhante, mesmo sem indicação médica: a criança ou adolescente (zero a 18 anos de idade), o idoso e a
parturiente durante o trabalho de parto, o parto e o pós-parto imediato. Em alguns espaços de saúde pública
o papel do acompanhante ainda não é valorizado, sendo este visto como um complicador do trabalho do
hospital, um “peso” a mais, uma demanda que precisa ser contida. Entretanto, avanços vêm sendo feitos na
garantia da permanência do acompanhante a partir da percepção de sua importância para o processo
terapêutico do paciente. A presença do acompanhante ajuda à equipe a compreender o contexto de vida do
paciente, possibilitando um diagnóstico mais abrangente; a identificar as necessidades do paciente através
das informações fornecidas; a manter a inserção social; a integrar a família e o cuidador às mudanças
advindas da enfermidade/internação. Ressalta-se que, no início de cada grupo, é enfatizada a importância do
acompanhante e como ele se torna um parceiro no processo saúde-doença do paciente. Foi avaliado, através
da fala dos participantes do grupo e dos registros realizados, que os usuários apresentam interesse nas
temáticas abordadas, de forma que estas contribuem no esclarecimento de suas dúvidas, na aquisição de
novos conhecimentos e como momento de desabafo. Alguns participantes colocaram os pontos que facilitam
e que dificultam a permanência do acompanhante, o que se faz importante para a instituição no sentido de
avaliar as condições ofertadas a esse cliente. Assim, o grupo de acompanhantes na maternidade vem se
consolidando como espaço importante de aproximação entre equipe e acompanhante, favorecendo a
parceria no cuidado ao paciente internado. CONCLUSÃO: O grupo dos acompanhantes realizado em uma
maternidade de referência em Fortaleza/CE, possibilita através de suas ações socioeducativas uma reflexão
de temáticas para além do ambiente hospitalar. Assim, busca também romper com a prerrogativa da atenção
hospitalar exclusivamente curativa, alcançando além do paciente, as pessoas que fazem parte do seu círculo
social.
SER MULHER É TER CUIDADO COM O SEU CORPO – JOGO DE TABULEIRO COMO INSTRUMENTO DE
DIÁLOGO SOBRE CÂNCER DE MAMA
154
Juliana Braga Rodrigues de Castro, Adriano de Aguiar Filgueira
No Brasil, o segundo tipo mais frequente de câncer é o de mama, sendo o mais comum entre as mulheres.
Estudos mostram que esse aumento é uma tendência mundial, bem como o crescimento nas taxas de
mortalidade proporcional por câncer de mama, que são altas tanto em países desenvolvidos como naqueles
em desenvolvimento, apesar de serem desiguais. Os principais fatores que predispõe o câncer na mama são:
histórico familiar, idade, menstruação precoce, menopausa tardia, obesidade, ausência de gravidez e
reposição hormonal. Por isso é importante fazer os exames preventivos na idade adequada, antes do
aparecimento de qualquer sintoma do câncer de mama, e ficar atento a todos os sinais. Diante disso, ações
que promovam o conhecimento sobre prevenção, bem como diagnóstico precoce dessa doença se faz
necessário, este trabalho teve como objetivo promover uma ação de valorização da saúde da mulher com
foco na prevenção do câncer de mama, através de um jogo de tabuleiro interativo. A importância do
processo educativo constituído por momentos dialógicos vincula-se à possibilidade de facilitar o fenômeno
de aquisição e aperfeiçoamento de conhecimentos e consequentes reflexões sobre a sua condição de ser
vulnerável ao desenvolvimento de doenças, muitas vezes tratadas como tabus. Trata-se de um relato de
experiência, de natureza qualitativa e teve como participantes um grupo de mulheres da comunidade
adscrita por um Centro de Saúde da Família no município de Sobral-Ceará, onde havia engajamento de
residentes multiprofissionais das seguintes categorias: odontologia, nutrição e terapia ocupacional, que com
o apoio dos Agentes Comunitários de Saúde idealizaram um momento de integração com um grupo de
mulheres para dialogar sobre câncer de mama, o momento aconteceu em outubro de 2014, e contemplou
10 mulheres na faixa etária de 30 a 55 anos. A atividade iniciou com um momento de práticas corporais,
desenvolvido pelo dentista da equipe, com a utilização de músicas animadas para garantir a integração do
grupo, após essa primeira fase as mulheres foram convidas a participar de um jogo de tabuleiro, foram
divididas em dois grupos com 5 participantes cada, previamente já haviam sido elaboradas 20 perguntaschaves com a temática câncer de mama, cada grupo recebeu um pino com uma cor representativa, e foi
exposto no chão um tabuleiro contendo 30 casas a serem percorridas, a dinâmica do jogo era a seguinte: a
primeira equipe lançava o dado e o número que surgisse representaria o número de casas a serem
avançadas, caso houvesse erro na resposta a equipe seria penalizada com o retrocesso nas casas avançadas,
as resposta consistiam em verdadeiro ou falso, eram realizadas afirmações, o grupo discutia entre si e logo
em seguida respondiam. Ao final do momento a equipe vencedora recebia uma premiação simbólica, pois o
mais importante não era um prêmio e sim o conhecimento obtido e multiplicado naquele momento.
Percebeu-se uma forte participação das mulheres que ficaram envolvidas com a dinâmica proposta, outro
fator que merece ser destacado que houve poucos erros, percebeu-se com essa atividade que as mulheres
possuíam conhecimento prévio sobre a temática, no entanto também se pôde perceber uma baixa adesão
ao cuidado com o autoexame das mamas, ação importantíssima para o diagnóstico precoce de possíveis
alterações, as mulheres relataram não realizar o autoexame, não se observarem, fato que exige atenção das
equipes de saúde. Com este estudo pode-se identificar que os jogos interativos garantem uma maior
participação e envolvimento dos participantes da atividade, garantido com isso a possibilidade de resultados
positivos, bem como foi identificado fragilidades existentes no grupo, neste caso a baixa adesão ao
autoexame, fato este que foi repassado ao Centro de Saúde da Família na perspectiva de que ações de
promoção à saúde, voltadas ao estímulo e o esclarecimento da importância do autoexame, a fim de
desmitificar qualquer preconceito que possa existir diante desse assunto.
TERRITORIALIZAÇÃO COM ENFOQUE NA CLASSIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DE ALTO RISCO: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA DE RESIDENTES EM SAÚDE DA FAMÍLIA
155
Dassayeve Távora Lima, Andressa de Oliveira Gregório, Larissa Alves Pinto, Lívina Letícia Costa Araújo,
Antônia de Brito Araújo, Germana Cely Medeiros de Souza
O seguinte trabalho objetiva relatar a experiência vivenciada por uma equipe de residentes da Residência
Multiprofissional em Saúde da Família nos territórios do Alto da Brasília e Novo Recanto, situados no
município de Sobral – CE. Territorialização compreende-se como adentrar na dinâmica de um espaço
geograficamente definido, tendo o território como um espaço vivo, uma teia de relações sociais que são
determinadas por fatores econômicos, culturais, políticos e históricos. Essa tecnologia de mapeamento dos
territórios é essencial para a compreensão das necessidades da população adscrita, sendo importante para
que os serviços de saúde organizem seus processos de trabalho com base na demanda e não apenas na livre
oferta de serviços, sem nexo com as necessidades da população. Esse processo constitui-se ainda como
elemento chave do programa de residência, bem como ação estratégica da Atenção Primária. Neste ano,
além do mapeamento e levantamento das necessidades dos territórios, voltou-se o enfoque para as
vulnerabilidades sociais, tendo a Classificação de Risco das famílias o ponto de partida para que o processo
se efetivasse. Assim, as famílias classificadas como “vermelhas”, tidas como de alto risco, foram foco de
discussão e busca por estratégias de minimizar os riscos, bem como, tentar atuar intersetorialmente numa
perspectiva de melhoria de qualidade de vida. Tendo isso em vista, a equipe de residentes atuou
diretamente nesse processo de conhecimento das famílias em situação de vulnerabilidade. Foi realizado um
levantamento geral das “famílias vermelhas” com o apoio dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Após o
levantamento, sendo um total de 49 famílias (29 no Alto da Brasília e 20 no Novo Recanto), foi realizada a
construção de um instrumento de coleta de informações para auxiliar na condução das visitas domiciliares.
Foram realizadas 27 visitas domiciliares no total. Durante as visitas, objetivou-se a aplicação de uma
entrevista semiestruturada, norteada por questões que abordavam o contexto socioeconômico e pelas
determinações sociais das famílias. Resultados: As visitas domiciliares às famílias de alto risco nesse processo
de territorialização possibilitaram conseguir informações de suma importância para orientar o trabalho da
estratégia saúde da família. Conseguimos identificar que entre as 27 famílias visitadas 77,7% possuíam pelo
menos um membro com alguma condição crônica, tendo como prevalência as doenças cardiovasculares e a
diabetes melitus; 77,7% apresentaram a incidência do analfabetismo; 37% apresentam como fonte de renda
o trabalho informal; 22,2% correspondem a taxa de desemprego presente nessas famílias; 29,6% dessas
famílias são beneficiárias do Programa Bolsa Família; 18,5% convivem com o uso de álcool e outras drogas,
vulnerabilidades estas que se mostram como problemática forte em ambos os territórios; 33,3%
demonstram ter pelo menos um membro que demanda cuidados em saúde mental. Sobre as condições de
moradia, 18,5% moram em casas alugadas e 74% possuem casa própria. Além disso, 33% apresentam uma
composição familiar com mais de cinco membros. Dessa forma, podemos perceber que os determinantes
sociais também influenciam para que essas famílias estejam classificadas em alto risco. Para além dos
números, identificamos outros elementos que influenciam nesse processo. A maioria dessas famílias afirma
não possuir nenhuma condição de lazer; a maioria não participa dos grupos dos CSF’s, nem dos espaços de
convivência do território; há uma grande responsabilização das mulheres pelos cuidados em saúde de toda a
família. Ao perguntarmos o que aquelas famílias mais gostavam no bairro, a maioria sentiu muita dificuldade
em identificar as potencialidades existentes, outras citaram os serviços como o CSF e a creche. Entretanto,
ao questionarmos o que menos gostavam, a maioria das respostas girava em torno da violência, da falta de
lazer e de transporte e também o preconceito. Considera-se de suma importância o processo vivenciado,
tanto para o planejamento de ações focadas nas necessidades das famílias, bem como para atuar tendo o
princípio de equidade como linha guia. Assim, além de ter possibilitado realizar alguns encaminhamentos,
planejar intervenções, criar estratégias de cuidado e acompanhamento dessas famílias, buscou-se um
momento de articulação intersetorial para discussão de propostas construídas coletivamente, mas que
devido pouca adesão dos demais setores, necessitará propor outros encontros.
TIRANDO O PTS DA TEORIA: CONTRIBUIÇÕES DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE PARA A
EFETIVA UTILIZAÇÃO DO PTS EM MARACANAÚ-CE
156
Charlliane Fernandes Gonçalves Ribeiro, Edna Jéssica Lima Gondim, Rianna Nargilla Silva Nobre, Aline
Brauna dos Santos, Carmem Cintra de Oliveira Tavares, Rafaela Lobão Rocha, Euriana Maria de Araújo
Bezerra, Tony Jeimison Sousa Pereira Matos
INTRODUÇÃO O Projeto Terapêutico Singular (PTS) se apresenta como importante ferramenta para a
articulação do cuidado, sendo um dispositivo voltado à clínica ampliada, mas por diversos motivos ainda é
pouco utilizado na Atenção Primária em Saúde (APS) em Maracanaú. Porém, com o suporte da Escola de
Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e por demanda da gestão municipal, a turma III de profissionais residentes
do programa Residência Integrada em Saúde (RIS-ESP/CE) vem se apresentando como catalizadora de uma
efetiva utilização dessa ferramenta. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA; A DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: AÇÕES,
PRÁTICAS E DISCUSSÃO; PRINCIPAIS RESULTADOS A clínica ampliada percebe o ser como múltiplo, com
variadas dimensões e como protagonista de seu processo de cuidado. A partir dessa compreensão do ser
como complexo, a clínica ampliada aponta para a necessidade de um cuidado que não se restrinja ao
enfoque biomédico, mas considere também outros enfoques como o psicológico e o social e indica a
necessidade de intervenção de diversos profissionais. Nessa perspectiva um importante dispositivo é o PTS
que visa articular diversas propostas terapêuticas discutidas em equipe multidisciplinar e com aquele(s) que
seja(m) foco das intervenções. Apresenta-se como um plano de cuidado. Essa ferramenta requer um
processo de trabalho bem articulado entre os diversos profissionais envolvidos e a atenção para o
protagonismo do sujeito em cuidado (indivíduo, família, grupo). Assim, a realização de PTS nos serviços de
saúde requer mudança de hábitos, sendo muitas vezes desafiador tirar essa proposta dos textos acadêmicos
e dos manuais do Ministério da Saúde. O município de Maracanaú no ano de 2015 recebeu o reforço de
profissionais de saúde residentes de diversas categorias profissionais, para atuação na APS, em um Núcleo
de Atenção à Saúde da Família (NASF) bem como na gestão. Esses residentes além de estarem em formação
pelo trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS) vem contribuindo para o desenvolvimento e disseminação
de boas práticas em saúde. No município citado uma dessas contribuições tem sido para a efetiva realização
de projetos terapêuticos singulares. Como instituição formadora a ESP apontou para a importância da
utilização desse dispositivo na APS, dando aporte teórico para isso e disparando atividades relacionadas a
serem desenvolvidas no território de atuação. Ao mesmo tempo a coordenação de NASF e articuladores da
residência no município demandaram ao grupo apoio no desenvolvimento de oficinas acerca do PTS
voltadas aos demais profissionais do NASF e das equipes de referência em suas áreas de responsabilidade
sanitária. As oficinas contaram com participação significativa dos profissionais das unidades nas quais foram
desenvolvidas e foram realizadas com exposições teóricas, dinâmicas e estudos de caso, contando ainda
com debate e deliberações acerca do que poderia ser feito para uma utilização sistemática dessa
ferramenta. A pedido da coordenação municipal dos NASF essa experiência de oficinas foi apresentada aos
demais NASF do município. Algumas dessas deliberações foram a necessidade de estabelecimento de
momento específico de cada equipe e NASF para discussão de casos e desenvolvimento de PTS e
desenvolvimento de instrumental para registro sistemático de seu desenvolvimento. A residência foi
fundamental para dar vida a essas deliberações. Os profissionais residentes se dedicaram a desenvolver o
referido instrumental, e residentes e preceptores se organizaram para estabelecer momentos fixos (segunda
terça-feira de cada mês) para o desenvolvimento de PTS. Com apoio da gestão e demais profissionais do
NASF no qual atuam os residentes esses momentos fixos foram estabelecidos também junto às demais
equipes. Outra atividade desenvolvida com o objetivo de que o PTS seja uma ferramenta do dia a dia de
trabalho das equipes foi uma oficina sobre genograma e ecomapa junto aos demais profissionais do NASF.
CONCLUSÃO, RECOMENDAÇÃO PARA SAÚDE COLETIVA Dessa forma temos a residência multiprofissional em
saúde (RMS) como importante ator na caminhada rumo a uma efetiva utilização do PTS na atenção primária
em Maracanaú tanto com o desenvolvimento quanto com o compartilhamento de experiências relacionadas
a essa ferramenta. Com muitos desafios ainda, mas apontando na direção de uma clínica ampliada, a RMS
pode ser bem aproveitada nos municípios para a efetivação de boas práticas em saúde.
157
VIVÊNCIA DE RESIDENTES EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA EM UMA MATERNIDADE DE REFERÊNCIA
Karollinne Giovannda de Sousa Viana, Flávia Ximenes Vasconcelos, Laryssa Miranda Vidal Cavalcante Farias,
Marcella Rocha Tavares de Souza, Maria Aline Rodrigues Barros, Gabriela Lima Ribeiro
INTRODUÇÃO: A assistência à mulher ao ciclo gravídico-puerperal vivencia um momento de profundas
transformações, no qual busca-se prestar um cuidado respeitoso em que a mulher tenha autonomia e
empoderamento sobre as ações em saúde que são realizadas durante esse processo. Procura-se também a
abolição de medidas como: episiotomia e amniotomia de rotina, enema e tricotomia; a redução drástica de
cesarianas e do uso do fórceps; o incentivo ao parto vaginal, ao aleitamento materno no pós-parto imediato,
ao alojamento conjunto e também a presença de acompanhante em todas as fases do trabalho de parto, a
fim de melhorar as condições de atendimento às mulheres nesse ciclo, como forma de diminuir a
mortalidade materna e perinatal. Para isso, o Ministério da Saúde busca incentivar as Políticas de
Humanização ao Parto e Nascimento com o intuito de assegurar a humanização e realização das boas práticas
no ambiente em que são realizados estes cuidados. Assim, em 2011 instituiu-se a Rede Cegonha e, a partir de
2013, criou-se o Programa Nacional de Residência em Enfermagem Obstétrica (PRONAENF), como uma ação
estratégica da Rede Cegonha, tendo em vista o preconizado pela Organização Mundial de Saúde, que afirma
que o enfermeiro obstetra é o profissional que presta assistência de forma mais humanizada a mulher no
processo de trabalho de parto, parto e nascimento. OBJETIVO: Relatar a experiência da 4ª turma de
Residência em Enfermagem Obstétrica (RESENFO) da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) da
Universidade Federal do Ceará (UFC) durante os meses de abril a julho de 2016. RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Percebe-se que a residência oferece ao enfermeiro a oportunidade de vivenciar a assistência nos diversos
níveis de atenção à saúde. A atuação do enfermeiro residente contempla o acompanhamento pré-natal,
assistência ao parto e nascimento, estendendo-se até o puerpério e a assistência ao recém-nascido. No que
se refere à atuação, percebe-se a importância da residência na capacitação profissional. Entretanto,
vivenciam-se grandes desafios para o desenvolvimento de atividades. Como dificuldades, destacam-se a
extensa carga horária, a relutância de alguns profissionais do serviço na aceitação para atuar como
preceptores e a interpretação errônea de que os residentes são uma estratégia complementar para suprir a
deficiência de recursos humanos da instituição. Porém, percebe-se que, frente a esses desafios, inúmeras são
as possibilidades de aprendizagem, pois se vivenciam realidades e condutas que não puderam ser
contempladas durante a graduação, novas experiências e oportunidades de conhecimento que somente uma
especialização em serviço oferece. CONCLUSÃO: As residentes contribuem com uma assistência voltada a
proporcionar um atendimento mais integral e humanizado as mulheres e sua família, seguindo o preconizado
pela Rede Cegonha. A especialização em serviço possibilita o pleno aprendizado das residentes e proporciona
à população uma atenção qualificada e individualizada às suas necessidades.
VIVÊNCIA DE RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS: DESENVOLVIMENTO DE UM PLANO DE AÇÃO NO
ATENDIMENTO HOSPITALAR AS URGÊNCIAS EMERGÊNCIAS
Emanuella Macedo Silva, Antônia Rafaella Ferreira Gomes Martins, Francisca Clarisse Silva Santos, Lélia
Sales de Sousa, Rita Patricia Machado de Oliveira, Cristina Ingrid Aguiar Cardozo, Raila Souto Pinto Menezes
INTRODUÇÃO: O programa de Residência Multiprofissional em Urgência e Emergência (RMUE) da Santa Casa
de Misericórdia de Sobral/CE (SCMS) foi instituído em 2015, cujo objetivo é desenvolver nos profissionais de
saúde competências, conhecimentos técnicos e científicos na atenção as urgências e emergências, dentro da
visão holística do ser humano, que tem necessidades individuais e específicas. Os profissionais que
compõem a RMUE são enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e farmacêuticos, os citados profissionais
exercem um papel fundamental no cuidado do paciente grave. Entre as propostas que a residência
multiprofissional possibilita, enquadra-se, a discussão do processo saúde/doença inserido no contexto
socioeconômico da região norte do estado do Ceará, através da construção e reconstrução de
158
conhecimentos e atitudes. Dentro do módulo teórico de Vigilância em Saúde, com carga horaria de 48 horas,
teve como propósito enfocar a sistemática operacional das vigilâncias epidemiológicas e sanitárias, com
enfoque na área hospitalar, sendo discutidos indicadores, determinantes e condicionantes dos agravos de
saúde. Após analise situacional do setor da emergência, foi solicitada a equipe de residentes
multiprofissionais a elaboração do plano de ação. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: Descrever a experiência da
equipe de residentes multiprofissionais na elaboração do plano de ação para o setor da emergência de um
Hospital de Ensino da região norte do Ceará. A DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Inicialmente foi feito o
levantamento do perfil epidemiológico dos atendimentos, bem como a análise das taxas de internação,
ocupação, permanência e mortalidade durante o período de março e abril de 2016. Os dados foram
fornecidos serviço de tecnologia da informação do referindo hospital. Para o desenvolvimento do plano de
ação, foi realizado levantamento das necessidades e análise situacional. Através desta análise, foram
identificados os principais riscos e agravos que afetam os pacientes, familiares e profissionais envolvidos no
processo da assistência. As propostas do plano de ação multiprofissionais tiveram como objetivo a
promoção da segurança do paciente do setor da emergência. O plano de ação ficou subdividido em:
vigilância dos processos assistenciais, hemovigilância, tecnovigilância e farmacovigilância. Dentro de cada
área do plano de ação ficaram especificados os principais problemas encontrados, quais atividades seriam
realizadas, as metas a serem alcançadas, os responsáveis e descrito os recursos necessários. Ressalta-se que
as atividades propostas foram estimuladas prazos para realização. A aplicabilidade do plano de ação
caracterizou-se pela corresponsabilização da equipe de residência multiprofissional e dos profissionais de
saúde que atuam no setor. PRINCIPAIS RESULTADOS: Através do plano de ação foi possível implantar
indicadores de segurança do paciente no setor da emergência. Os indicadores implantados: Reação adversa
medicamentosa, incidência e prevalência de úlcera por pressão, incidência de flebite, incidência de
pacientes em hemovigilância e reação em hemovigilância, quantitativo de pacientes restritos ao leito e
paciente em oxigenoterapia, entre os outros. O Plano de ação também possibilitou reformular, promover e
priorizar algumas ações de Educação Permanente aos profissionais que atuam no setor da emergência
voltado para temática de segurança do paciente. CONCLUSÃO: O trabalho em equipe multiprofissional é um
importante artifício para a reorganização dos processos de trabalho indo ao encontro da singularidade e
integralidade da assistência. Considerando a importância dos dados epidemiológicos e do planejamento no
gerenciamento das ações em saúde, o modulo de Vigilância em Saúde proporcionou a reflexão e analise
situacional do setor onde a equipe de residência multiprofissional estava inserida, oportunizando a
elaboração do plano de ação e consequentemente a melhoria da assistência prestada. RECOMENDAÇÃO
PARA SAÚDE COLETIVA: A partir dessa vivência pode-se observar importância reconhecimento situacional e
planejamento de ações, embasados em indicadores e dados epidemiológicos. Desta forma, sugere-se
significativo o processo de formação em residência multiprofissional viabilizar metodologias de ensinos
capazes de desencadear uma visão e reflexão sobre o local em que é o residente está inserido,
especialmente em um contexto de emergência, devido à necessidade de assistência imediata a pacientes
críticos.
Eixo Temático: Vigilância em Saúde
Modalidade: Pesquisa em saúde
159
A CHIKUNGUNYA E SUAS REPERCUSSÕES: UMA ANÁLISE SOB O OLHAR DOS PACIENTES,
NOVA RUSSAS – CE
Verineida Sousa Lima, Neyara Maria de Sousa Nascimento, Lorena Priscila Rodrigues de Macedo, Robervânio
Soares de Sousa, Francisca Gabrielle Gomes Moura de Farias, Cecilia Maria de Sousa Cavalcante Queiroz
INTRODUÇÃO: O cenário epidemiológico atual no Brasil trouxe um olhar direcionado a três doenças em
especial: dengue, zica e chikungunya. Considerando a chinkungunya e com base no Boletim Epidemiológico
do Estado do Ceará divulgado em 17 de 06 de 2016, o Estado notificou 15.605 casos suspeitos de febre de
chikungunya, destes 4.821 (30,9%) confirmados, sendo uma maior proporção de notificações na Região dos
Inhamuns, onde situa-se o município de Nova Russas que neste primeiro semestre de 2016 apresentou uma
situação atípica, com elevado número de notificações para Chikungunya, chegando a 483 notificações com
116 casos confirmados, destes apenas 07 receberam o resultado sorológico positivo até o momento,
estando as demais confirmações vinculadas de acordo com o critério clínico-epidemiológico e aguardando o
resultado da sorologia. Apesar de toda esta dimensão, a chikunguya ainda é uma doença que requer um
maior número de pesquisas, a fim de compreender o seu desenvolvimento, sejam desde o advento do
quadro clínico até as sequelas adquiridas, elementos que inquietaram para a realização deste estudo.
OBJETIVO: Investigar com base na vivência dos pacientes com diagnóstico de Chikunguya as consequências
advindas desde os primeiros sintomas até a fase de reabilitação da doença. MÉTODOS: Esta pesquisa foi
realizada no município de Nova Russas, com população 30.965 habitantes (IBGE, 2010). Inicialmente
realizou-se um levantamento epidemiológico de chikungunya, com identificação do total de casos
notificados e confirmados, obteve-se que apenas 07 pessoas receberam até o momento do estudo o
resultado sorológico positivo, sendo convidadas para participar desta pesquisa, por meio de um termo de
consentimento Livre e Esclarecido. Utilizou-se para a coleta de dados um questionário, sendo analisado com
uso de quadros e discurso dos participantes. Ressalta-se que os aspetos éticos e legais foram cumpridos.
RESULTADOS E CONCLUSÃO: A análise dos questionários, fez perceber que em relação a idade dos
participantes tinham entre 27 a 54 anos, somente 01 possuía doença pré-existente (artrite reumática),
todos utilizavam formas de prevenção, seja com telas e ou repelentes, tinham em seus bairros casas com
focos de mosquito e referiram que no mesmo período outra pessoa no âmbito familiar também apresentou
a doença. No que corresponde aos sintomas estes variaram, indo desde a febre, dor articular a cefaleia até
desmaios, diarreias e sangramento, sendo que os casos investigados ocorreram entre as últimas semanas de
março e a primeira semana de abril de 2016. A duração inicial dos sintomas variou entre 5 a 10 dias, 71%
(05) procurou atendimento médico, destes 57% (04) ficou em observação no hospital, sendo administrados
soros e medicamentos. No tocante do estado atual de saúde, 86% (06) descrevem como razoável e 14% (01)
referiu ainda estar debilitado, sendo que todos comentaram acerca das frequentes dores articulares.
Quando questionados sobre as mudanças no estilo de vida, 86% (06) referiram que a doença causou
mudança, sendo comentado: deixar de se divertir no fim de semana, não conseguir mais caminhar,
dificuldade para trabalhar e exercer as atividades da vida cotidiana. Com referência aos resultados, observase que mesmo realizando os cuidados básicos de prevenção ha existência de casos múltiplos no mesmo
espaço familiar e que, além disso, os participantes estão em uma faixa etária de vida ativa e que a
chikungunya trouxe limitações nas atividades habituais, advindas das dores articulares que persistem
mesmo após cerca de três meses decorridos dos sintomas iniciais, o que torna relevante um conhecimento
melhor sobre a doença, seu tratamento, reabilitação e prevenção. RECOMENDAÇÕES: Com referência aos
resultados obtidos, observa-se a necessidade de um melhor acompanhamento dos casos de chikungunya, a
fim de reconhecer o desenvolvimento da doença, intervir com reabilitação quando necessário e minimizar
as mudanças no estilo de vida causadas pelas sequelas da doença. Acima de tudo, é necessário realizar mais
estudos para entender melhor o quadro clínico e epidemiológico da chikungunya, fatores essenciais para a
prevenção da mesma e a garantia de mais saúde e qualidade de vida para a população.
160
AVALIAÇÃO DO COMERCIO ILEGAL DE CAPSULA DE CHA VERDE EM CASAS DE PRODUTOS NATURAIS
Ingrid Quirino do Nascimento, Myleide Bizerra Guimarães Las Heras, Olivana Silva Queiroz Macedo, Patrícia
Quirino da Costa
INTRODUÇÃO: A preocupação com uma vida saudável tem levado a população a utilizar produtos naturais.
Os chás são muito apreciados e consumidos pela população. O Chá verde é reconhecido suas propriedades
antioxidantes, devido a presença de polifenóis Seu preparo para obtenção desses benefícios não ferver o
chá durante a preparação e não deixar mais que 10 minutos em infusão. Entretanto há alguns anos iniciouse o comércio do chá verde em cápsula, entretanto de acordo com o Informativo Técnico nº 45 da ANVISA é
proibida a venda de qualquer fitoterápico em drágea, haja vista que, até o momento, não existe nenhum
chá em cápsula composto de espécies vegetais junto ao órgão competente. OBJETIVO: Avaliar a
comercialização e o acesso a cápsulas de Chá Verde nas lojas de produtos naturais dos shoppings de
Fortaleza – CE. METODOLOGIA: Estudo do tipo transversal observacional descritivo. Foi realizada a visita em
casas de produtos naturais e preenchido um formulário com dados dos produtos. RESULTADOS: Foram
visitados 12 (doze) shoppings que apresentavam 14 casas de produtos naturais. Constatou-se que, dos locais
pesquisados, cerca de 78% vendiam o produto irregularmente. Todos os estabelecimentos comercializavam
o chá verde em cápsula. A diversidade de marcas disponibilizadas também é algo que deve ser enfatizado,
visto que em 11 estabelecimentos (81%) havia uma variedade de marcas ofertadas. A comercialização ilegal
averiguada tanto transgride a legislação fitoterápica vigente quanto oferece riscos a população consumidora
do produto. CONCLUSÃO: O comércio de cápsula de Chá Verde é proibido, entretanto encontra-se
amplamente comercializada em casas de produtos naturais. Para solucionar a problemática em questão é de
suma importância expandir a fiscalização governamental bem como desenvolver ações socioeducativas no
sentido de tornar usuários e comerciantes cientes dos danos que estão predispostos ao consumir ou vender
esta mercadoria que não possui autorização junto ao órgão competente e não obedece aos critérios de
segurança estabelecidos para um consumo saudável.
A VIGILÂNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSONI EM ÁREAS DE BAIXA ENDEMICIDADE NO PERÍODO DE 2011
A 2015 NO ESTADO DO CEARÁ
Nayara Camila Amorim de Alvarenga Pivisan, Vivian da Silva Gomes, Roberta de Paula Oliveira, Márcio
Henrique de Oliveira Garcia
INTRODUÇÃO: A Esquistossomose mansoni é uma doença endêmica que acomete 232 milhões de pessoas
em 78 países. No Estado do Ceará sua constatação ocorreu em 1925, com a detecção de positividade de 2,8%
dos 114 marinheiros cearenses estudados no Rio de Janeiro. Em 1940 foi realizado o primeiro inquérito
coproscópico no Estado, por Alencar, que encontrou casos autóctones na cidade de Redenção, com
positividade de 12,2% em 199 amostras. A delimitação das áreas de transmissão no estado ocorreu
inicialmente em 1977/78, com o delineamento das áreas seguintes: I) Região Hidrográfica Pacoti-ChoróPirangi, onde as maiores prevalências eram nas localidades banhadas pelo Rio Pacoti e Rio 23 Choró. O
Maciço do Baturité era o principal foco por abranger 10 municípios com altos índices de positividade; II) a
Região Hidrográfica do Rio Curu, área que na época possuía um projeto de irrigação do Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS e onde a alta densidade de caramujos transmissores da
esquistossomose nos canais de irrigação contribuía para a persistência do foco; III) a cidade de Quixadá e
localidades periféricas, que tinham seus focos alimentados pelos canais de irrigação que provinham do Açude
Cedro e do Rio Sitiá, afluente do Rio Jaguaribe; IV) a Região Hidrográfica do Rio Jaguaribe, que abrangia os
municípios de Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte e Missão Velha. O Programa de Controle da
Esquistossomose (PCE) atua no estado deste de 1979 desenvolvendo as seguintes ações: Exames
coproscópicos, pesquisa malacológica e tratamento dos casos positivos. OBJETIVO: Detectar os casos de
esquistossomose mansoni em áreas de baixa prevalência no Estado do Ceará no período de 2011 a 2015.
161
MÉTODO: A metodologia de detecção dos casos segue um modelo campanhista, que visa abranger a
população em massa por meio de inquéritos parasitológicos, onde os coletores universais eram entregues
nas residências, e no dia seguinte, os mesmos eram recolhidos e o material biológico processado. A
delimitação do tamanho da amostra ocorre por meio da pactuação da quantidade de exames que serão
realizados anualmente nas áreas de importância epidemiológica do estado, em seguida, os casos positivos
foram detectados pela presença de ovos do Schistosoma mansoni em amostras de fezes pela técnica de
Kato-Katz (1972). RESULTADOS/DISCUSSÕES: Durante o período de 2011 a 2015 foram trabalhados
anualmente em média 26 municípios com a realização 24.311 exames parasitológico de fezes por meio da
técnica de Kato Katz. A positividade da infecção por Schistosoma mansoni foi de (149 casos) em 2011; (44
casos) em 2012; (48 casos) em 2013; (109 casos) em 2014; (126 casos) em 2015. A estimativa de ovos por
grama de fezes varia de 96(OPG) a 384(OPG) respectivamente em 76% a 24% dos examinados. Conforme a
classificação do Ministério da Saúde quanto à intensidade da infecção o Estado do Ceará caracteriza-se como
área de baixa endemicidade, sendo assim é de extrema importância nas análises epidemiológicas considerar
a origem dos casos notificados, para entendermos a magnitude da transmissão autóctone no espaço.
Enfatizamos que o método Kato Katz apresenta baixa sensibilidade em áreas de baixa endemicidade ou em
indivíduos com baixa carga parasitária. Condição preocupante, pois a situação favorece o elevado número de
indivíduos diagnosticado como falso negativo, dificultando o controle ou erradicação da doença.
CONCLUSÃO: A eliminação da esquistossomose em áreas de baixa endemicidade requer aprimoramento da
metodologia em uso, visto que o problema de sensibilidade limitada das técnicas utilizadas não apresenta
eficácia de detecção de casos devido a baixas cargas parasitárias.
CAMPANHA DE BUSCA ATIVA DE TRACOMA E HANSENÍASE EM ESCOLARES: INTERFACE SAÚDE E EDUCAÇÃO
PARA ELIMINAÇÃO DAS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS NO CEARÁ 2013 A 2015
Aquiléa Bezerra de Melo Pinheiro, Maria Aldenisa Moura dos Santos, Ana Fátima Porto de Miranda Teixeira,
Vivian da Silva Gomes, Márcio Henrique de Oliveira Garcia, Gerlânia Maria Martins de Melo Soares
INTRODUÇÃO: A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de um bilhão de pessoas estejam
acometidas com uma ou mais doenças negligenciadas. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da
Saúde – SVS/MS propôs a Campanha nacional de eliminação da hanseníase, geo-helmintíase e tracoma,
realizada por meio de uma abordagem integrada e como uma estratégia para fortalecer a vigilância destes
agravos nos municípios prioritários. OBJETIVO: Identificar os casos de hanseníase, tracoma e reduzir a carga
parasitária de geo-helmintos nos escolares de 5 a 14 anos nos municípios prioritários. MÉTODO: A
campanha foi desenvolvida de forma integrada com necessidade de um plano de qualificação e organização
da rede de atenção em hanseníase e tracoma nas Regionais de Saúde e distribuição dos materiais
educativos. Foram detectados os casos suspeitos de hanseníase por meio do método do espelho com a
utilização de ficha de autoimagem. Para geo-helmintíase foi o tratamento coletivo dos escolares de 5 a 14
anos com um comprido de Albendazol de 400mg. Os casos de tracoma ocorreram mediante exame ocular
externo, casos positivos e seus contatos domiciliares foram referenciados para tratamento com
azitromicina, RESULTADOS/DISCUSSÕES: Nas três edições (2013 a 2015) participaram, em média, 2.831
escolas distribuídas em 98 (53,2%) municípios prioritários. Aproximadamente 357.348 escolares receberam
o formulário de autoimagem, destes, 269.557 (75,4%) responderam. Foram detectados 24 casos novos da
doença em escolares participantes, com uma média anual de 8 casos novos a cada evento. Em 2013
receberam a ficha de autoimagem 191.138 escolares e responderam 130.985 (68,5%). Em 2015 receberam a
ficha de autoimagem 394.003 escolares e responderam 307.936 (78,1%) escolares. Houve um incremento
de 14,1% entre o primeiro ano de execução da campanha e o último ano. Em relação à profilaxia com o
albendazol houve uma boa adesão ao tratamento das verminoses desde o primeiro ano da campanha.
CONCLUSÃO: A estratégia integrada saúde e educação fortalece a interface dos serviços proporcionando
uma expansão das atividades de promoção e vigilância das doenças negligenciadas, contribuindo para
identificação e tratamento precoce de casos novos de hanseníase e tracoma e profilaxia das verminoses no
162
conjunto de escolares na faixa etária de 5 a 14 anos e também contribuiu para a melhoria da organização da
rede de atenção do SUS.
EVOLUÇÃO DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTES EM MUNICÍPIOS CEARENSES: A ESCALADA DAS CAUSAS
EXTERNAS
Rúbia Damiana Moraes Andrade, Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto, Renata Kelly Lopes de Alcântara
INTRODUÇÃO: As mortes por causas externas ou mortes violentas representam um dos mais relevantes
problemas de saúde pública na maioria dos países. Entre outros fatores, a sua ocorrência tem sido atribuída
às disparidades socioeconômicas entre regiões, países e grupos populacionais. É importante conhecer as
principais causas de morte por Causas Externas para o planejamento de políticas públicas de prevenção. A
redução das mortes por causas externas representa um grande desafio tanto em países desenvolvidos como
naqueles em desenvolvimento. Na Rússia, por exemplo, as causas externas ocupam o segundo lugar entre as
principais causas de morte, principalmente por suicídio, seguido por homicídios, intoxicação acidental por
álcool e acidentes de transporte. Nos anos de 1990 nos Estados Unidos, os homicídios foram responsáveis
por mais anos potenciais de vida perdidos do que todos os acidentes, cânceres e doenças cardiovasculares.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2003, os acidentes de trânsito lideraram as
estatísticas mundiais de mortes por causas externas, seguido por homicídios. No Brasil, a mortalidade por
causas externas é a segunda entre as principais causas de óbito, mas, quando avaliada em anos potenciais
de vida perdidos, passa a ocupar a primeira posição. Especialmente nos grandes centros urbanos, as causas
externas atingem predominantemente jovens negros entre 15 e 49 anos, em plena fase de vida reprodutiva
e de maior produção econômica. É importante conhecer a magnitude e as causas de mortes no nível
municipal para orientar políticas públicas de prevenção e promoção de Saúde. OBJETIVO: Descrever a
evolução das principais causas de morte segundo Capítulos da CID-10 nos municípios de Fortaleza, Tauá,
Eusébio e Cruz no período de 2010 a 2013, com foco nas mortes por Causas Externas. METÓDO: Trata-se de
um estudo observacional do tipo ecológico. Foi realizada analise do banco de dados do Sistema de
Informações de Mortalidade (SIM) disponível na página do Datasus, por meio do Tabnet. Foi obtido o
número de óbitos classificados por Capítulos da 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) nos municípios de Fortaleza, Tauá, Eusébio e Cruz no período de
2010 a 2013. A seguir foram calculados os coeficientes de mortalidade proporcional por causa por ano por
cem mil habitantes para as seis principais causas de morte em cada município. Os dados populacionais
foram obtidos do censo 2010 e das estimativas populacionais do IBGE. Os resultados são apresentados em
tabelas e gráficos. RESULTADOS: Em Fortaleza, Eusébio e Cruz observou-se que nos anos de 2010 e 2011 as
três principais causas de morte foram: 1ª) Doenças do Aparelho Circulatório; 2ª) Causas Externas e 3ª)
Neoplasias. No município de Tauá as mortes por Causas Externas ocuparam o 3º lugar entre as causas mais
frequentes de morte de 2010 à 2013. Em Cruz as mortes por Causas Externas ocuparam do 2º ao 4º lugar
entre as causas mais frequentes de óbito de 2010 à 2013. No município de Fortaleza o coeficiente de
mortalidade por Causas Externas foi de 130,69 óbitos/100.000 habitantes em 2013; em Eusébio foi de
147,93 óbitos/100.000 habitantes no ano de 2012, passando à 163,78 óbitos/100.000 habitantes em 2013.
Estes coeficientes são alarmantes ao se comparar com o valor do Brasil de 75,45 óbitos/100.000 habitantes.
Com o aumento dos óbitos por Causas Externas nestes dois municípios podemos observar uma inversão na
ordem das principais causas entre os anos de 2012 e 2013, quando as Causas Externas passaram a ocupar o
primeiro lugar. Em 2013, as três principais causas de morte por Causas Externas em Fortaleza e Eusébio
foram, por ordem decrescente: Agressões; Acidentes de transporte e Todas as outras causas externas. No
município de Tauá, a partir de 2012 a principal causa de morte por Causas Externas foram Acidentes de
Transporte. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As causas externas vêm se tornando um significante ônus para a
população de todo o Brasil e atingindo especialmente jovens negros entre 15 e 49 anos. No Ceará este
fenômeno é mais grave na capital e na região metropolitana, mas também ocorre com frequência nos
163
municípios do interior, principalmente por acidentes de transporte. Diminuir sua morbi-mortalidade é um
dos principais desafios para as políticas públicas neste século que se inicia.
EVOLUÇÃO DA TAXA DE INCIDÊNCIA DE SÍFILIS CONGÊNITA EM MUNICÍPIOS CEARENSES DE 2010 À 2013.
Renata Kelly Lopes de Alcântara, Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto, Rúbia Damiana Moraes Andrade
INTRODUÇÃO: A sífilis congênita (SC) é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum
da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o concepto por via transplacentária. A
infecção do embrião pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio da doença materna. Assim,
estratégias inovadoras são necessárias, visando o início precoce da assistência pré-natal no primeiro
trimestre gestacional, a garantia do diagnóstico durante a gestação o mais rápido possível. O objetivo é
realizar tratamento quando é mais efetivo para o feto, antes da 24ª semana de gestação, e o manejo clínico
adequado das gestantes e parceiros, além de incluir ações de prevenção e promoção da saúde. A SC ainda é
considerada um importante problema de saúde pública, apesar de se tratar de doença de fácil diagnóstico e
de ser totalmente evitável quando o tratamento da gestante e de seu parceiro é realizado adequadamente.
Segundo o Ministério da Saúde, das várias doenças que podem ser transmitidas durante o ciclo gravídicopuerperal, a sífilis é a que apresenta as maiores taxas de transmissão. A abordagem correta desse problema
durante o pré-natal tem o potencial de reduzir sua incidência a menos de 0,5/1.000 nascidos vivos (nv).
OBJETIVO: Estudar a incidência de sífilis congênita nos municípios de Cruz, Eusébio, Fortaleza e Tauá no
período de 2010 a 2013, comparando às taxas de incidência no Ceará e no Brasil no mesmo período.
MÉTODO: Trata-se de estudo ecológico, realizado com base em dados secundários por meio do Sistema de
Nacional de agravos de notificações, disponível através do Datasus –Tabnet, nos Municípios de Cruz,
Eusébio, Fortaleza e Tauá. A população do estudo foi composta por todos os casos de sífilis congênita
notificados, no período de 2010 a 2013. A taxa de incidência foi calculada para cada mil nascidos vivos ao
ano. Os resultados são apresentados em tabelas e gráficos. RESULTADOS: Analisando a variação da taxa de
incidência de Sífilis congênita entre 2010 e 2013 verificou-se que no Ceará a maior taxa de incidência foi de
7.17 para cada 1.000nv em 2012. Já em 2013 ocorreu uma queda da taxa para 2,65 / 1.000nv, porém os
dados de 2013 ainda são preliminares. Observa-se que em Fortaleza temos o dobro da taxa de incidência em
relação a maior taxa verificada no Ceará no mesmo período, com 14,40 por 1.000nv em 2012. Ainda sobre a
incidência em Fortaleza em 2013 houve uma queda para 4,96/1.000nv (dados preliminares). Em Eusébio a
taxa foi mais elevada em 2011, chegando à 4,87 por 1.000nv, que comparado com a incidência no Brasil é
mais elevada, porém menor que a do Ceará no mesmo ano. No Município de Tauá a taxa ficou acima da
média do Ceará e do Brasil Nos 4 anos estudados. Em 2010 foi de 4,96 por 1.000nv; em 2011 houve
aumento para 10,55 por 1.000nv; em 2012 a incidência foi 5,59/1.000nv; e em 2013 de 2,74 para cada
1.000nv. No município de Cruz nos anos de 2010, 2012 e 2013 nenhum caso foi notificado. Em 2011, a
incidência foi de 2,80/1.000nv em Cruz, maior que média no Brasil e Ceará. A ausência ou a redução da
notificação de casos não significa necessariamente que a doença não ocorreu, podendo ser resultante de
falhas no diagnóstico ou da não notificação de casos diagnosticados. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As taxas de
incidência verificadas no Ceará e nos municípios estudados foram acima das taxas registradas no Brasil. A
situação mais grave foi verificada no município de Fortaleza. É necessária a intensificação das ações de
controle das sífilis congênita durante o pré-natal em todo o Ceará.
FISCALIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA EM ESTABELECIMENTOS DE BELEZA NO MUNICÍPIO DE
FORTALEZA-CEARÁ
164
Cleonila Fontenele Tahim
INTRODUÇÃO: A Vigilância Sanitária do Município de Fortaleza realizou uma grande “Operação”, chamada
TOOUE DE BELEZA, onde teve a participação dos fiscais da área de farmácia, enfermagem e química em
parceria com o PROCON (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor). Esta ação foi direcionada a
fiscalização de produtos químicos e averiguar as normas de biossegurança em salões de beleza seguindo
pelo roteiro de inspeção da Portaria SMS Nº 169, de 30 de maio de 2012. Os motivos das apreensões dos
produtos químicos foram: sem registro no Ministério da Saúde, com prazo de validade expirado e produtos
importados sem rotulagem em português. Assim como qualquer outro estabelecimento as atividades
desenvolvidas geram resíduos que são altamente perigosos em função de suas propriedades físicas,
químicas e infectocontagiosas. Esta ação foi de extrema importância, ante o fato do perigo agregado que
estes tipos de produtos podem apresentar a população e a necessidade de alertá-los quanto ao uso, visto
que muitos estavam com prazo de validade expirado. Portanto, partindo deste princípio, o presente estudo
tem por OBJETIVO: Realizar levantamento quantitativo de apreensões de produtos químicos em
estabelecimentos de beleza no município de Fortaleza-Ceará. METODOLOGIA: Para a realização do estudo,
fez-se uma pesquisa descritiva com base em dados primários. Para o levantamento do quantitativo de
apreensões dos produtos químicos, obteve-se através dos 64 termos de apreensões realizados pelos fiscais
municipais, segmentados por seis Secretarias Regionais. A coleta dos dados foi realizada pela Técnica de
Farmácia na Célula de Vigilância Sanitária (CEVISA/SMS/ COVIS, através de uma planilha padronizada por
regional, identificando os produtos, quantitativo e motivos de apreensões. Os dados do referido trabalho,
foram coletados no período de maio a junho de 2016. RESULTADOS: Analisando a quantidade de produtos
expirados e sem registro no Ministério da Saúde, observa-se que, a quantidade maior sem registro foi
encontrada na SR II (38,9%) e expirados (33,3%) e em seguida a SR VI (27,1%) produtos expirados, (33,3 %)
produtos sem registro, isto devido ao maior número de estabelecimentos de beleza nestas regionais.
Analisando o total de produtos apreendidos, observa-se que: o número de apreensões de esmaltes da SR V
(89,7%), SR IV (81,7%), SR II (81,5%), SR VI (73,8%) e SR III (32%) em relação aos outros produtos .Isso
demonstra que os usuários não observam ou não exigem produtos regularizados. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O
gerenciamento de resíduos na área da beleza é ainda uma questão pouco difundida para os usuários e
profissionais da área em relação a importância da segregação de resíduos sólidos. O gerenciamento de
resíduos na área da beleza é ainda uma questão pouco difundida para os usuários e profissionais da área em
relação a importância da segregação de resíduos sólidos. Porém a legislação disponível no momento é:
Normas da ANBR 10004/ 2004 que classifica os resíduos sólidos em função de sua periculosidade, Lei
Federal 12.305, de 02 de agosto de 2010 e o Manual de gerenciamento de resíduos elaborado pela SEUMA
(Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente). Sabemos que no município de Fortaleza não exigi-se
plano de gerenciamento de resíduos na maioria dos salões de beleza, apenas uma declaração de isenção. O
mesmo só é exigido se o estabelecimento realizar procedimento que gere resíduos perfuro cortantes. No
entanto, é de extrema necessidade que estudos como esses sejam realizados na área da beleza uma vez que
os procedimentos geram resíduos perigosos a saúde e segurança tanto para profissionais quanto para
clientes, como os resíduos químicos (esmaltes, tinturas, alisantes capilares, etc.) Como esses resíduos estão
sendo gerenciados pelos salões de beleza em geral? É indiscutível a importância da segregação e correto
manejo destes resíduos visando prevenir e evitar riscos de contaminação humana e ambiental. Cabe a
Vigilância Sanitária municipal conscientizar estes profissionais da beleza a importância do gerenciamento
destes resíduos, e quando possível orientar o descarte correto e incentivar a reciclagem de embalagens
vazias, dependendo do produto que as contém.
HANSENÍASE NO PÓS-ALTA: CARACTERIZAÇÃO DA CLÍNICA, AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO AS
PESSOAS DE ALTA POR CURA NO MUNICÍPIO DE CATARINA-CE
Antônia Cícera Alves Fernandes, Viviane de Amorim Duarte, Jeicy Moura Barros, Olga Maria de Alencar, Ane
Cibele Araújo Pessoa Chaves, Maiara Mota Rocha Siebra, Renata Barros Guede, Luma Monteiro Leitão
165
INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença que gera estigmas e preconceito podendo deixar muitas sequelas.
Verificar as queixas desses pacientes é uma forma de olhar o outro na sua singularidade. O tema convida o
leitor a entender o que aconteceu depois da alta por cura. OBJETO DO ESTUDO: Pessoas acometidas por
hanseníase residentes no município de Catarina-CE que tiveram alta por cura no período 2010 a 2015 e que
foram notificadas no banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do
município. Catarina-CE foi silencioso para a hanseníase por vários anos e somente a partir de 2012 os casos
foram surgindo com a intensificação das campanhas e capacitações dos profissionais da atenção Básica.
Diante disso houve uma necessidade de verificar o acompanhamento desses pacientes. No Município, os
diagnósticos são feitos tardios, com isso gera várias condições de incapacidades. No Brasil, a hanseníase é
considerado hiperendêmico diagnosticando em média 32 mil casos novos nos últimos 5 anos. Em 2014, o
Brasil registrou 31.064 casos novos da doença com coeficiente de detecção de 15,32/100 mil habitantes na
população geral (BRASIL, 2012a). MÉTODO: Pesquisa com abordagem quantitativa. Foi aplicado um
questionário para os pacientes. RESULTADOS: Durante a coleta de dados foram abordados dez pacientes com
idades entre 30 a 80 anos. Sexo feminino e masculino. Quatro pacientes apresentaram manchas no corpo e
somente um apresentou nódulos; Saberes sobre a hanseníase um falou que a doença deixa sem coragem; um
não tem ideia; duas manchas; um não sabia que era doença; um caracterizou a doença como mancha, é
grave e que tem tratamento; um paciente disse que é horrorosa e transmite; um relata que transmite e tem
tratamento; um disse que é uma doença pesada e judiada; Um paciente falou que pode deixar as pessoas de
cadeira de rodas. Queixas relacionadas à hanseníase, um paciente relata manchas; Dores, perda de força,
visão embaçada um; dormência nos MMII dois; dores em MMSS E MMII dois; Ardência em MMII um; Sem
coragem para andar um; Sem queixa três. Atendimento na unidade básica de saúde: oito dos dez pacientes
foram atendidos. Um por enfermeiro; quatro por médico; cinco por médico e enfermeiro; Quatro dos
pacientes tiveram problemas de saúde após o tratamento. Os problemas de saúde relatados foram
convulsão, febre e espirros, manchas em MMII, diabetes, hipertensão, cefaleia, dor em MMII. Um paciente
apresentou convulsão, febre, espirros. Uma mancha em MMII, Um diabetes; Um hipertensão, cefaleia, dor
em MMII. Práticas de autocuidado Seis pacientes disseram que conheciam. Um paciente tinha o cuidado com
os olhos; dois cuidados com o nariz; três fazem uso de hidratante e protetor solar. Perguntados se
compareciam a unidade de saúde para esclarecer dúvidas. Dos dez pacientes todos disseram que não. Até
quantos anos foram acompanhados no pós alta: Três, foram acompanhados três anos; Dois, dois anos; Cinco
pacientes, cinco anos. Quanto ao comprometimento relacionado a hanseníase Dois dos pacientes relataram
psicológico, face, mãos e pés; Um MMSS; Um MMII. Quanto a reabilitação dos dez pacientes, nenhum foi
reabilitado. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO: Percebeu-se com o estudo quanto a caracterização da clínica,
autoconhecimento e autocuidado as pessoas em pós alta, que pacientes apresentaram muitas queixas devido
as sequelas da doença e tem algum conhecimento quanto a doença e dos dez pacientes seis faziam
autocuidado e que nenhum fez reabilitação.
INCIDÊNCIA DA TUBERCULOSE DE TODAS AS FORMAS CLÍNICAS POR SEXO E PROPORÇÃO POR FAIXA ETÁRIA.
CEARÁ 2010 A 2015
Christiana Maria de Oliveira Nogueira, Nadja Maria Pereira de Deus Silva Rebouças, Sheila Maria Santiago
Borges, Patrícia Florenço Silva, Valderina Ramos Freire
INTRODUÇÃO: O Brasil encontra-se na 18ª posição entre os 22 países no Mundo. A concentração dos casos
de tuberculose está entre a faixa etária de 20 a 49 anos de idade, portanto, na faixa de maior produtividade
social. O Estado do Ceará possuí uma população de 8.904.459 hab. em 2015 (IBGE) e 3.447 casos novos
notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) com uma incidência de 38,7%(2015)
acima da média nacional de 30,9%(2015). O Ceará ocupa o 2º lugar em incidência da Região Nordeste em
2015, persistindo como importante problema de saúde pública para o Ministério da Saúde. O Programa
Estadual de Controle da Tuberculose está implantado em todas Unidades Básicas de Saúde e os pacientes
acompanhados pelas Equipes Saúde da Família, com 79,6% de cobertura populacional. Diante do exposto foi
166
realizado análise das taxas de incidência por sexo e a proporção por faixa etária desse dado epidemiológico
do Estado. OBJETIVOS: Identificar e avaliar as taxas de incidência da tuberculose de todas as formas clínicas
por sexo e a proporção na faixa etária de 20 a 49 anos, notificados no SINAN do Estado do Ceará. MÉTODOS:
Os dados foram coletados no SINAN, da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará por residência, ano de
diagnóstico, sexo e faixa etária, analisados no período de 2010 a 2015. As taxas de incidência foram
calculadas a partir do número de casos novos de tuberculose divididos pela população, multiplicados por
100.000 por ano de estudo e a proporção calculada a partir do total de casos por faixa etária de 20 a 49 anos
divididos pelo total de casos notificados por sexo. RESULTADOS: Analisando o SINAN, observou-se um
número maior de casos novos de tuberculose de todas as formas clínicas na faixa etária de 20 a 49 anos no
período de 2010 a 2015 por residência. Foram notificados do sexo masculino um total de 6.771 casos de
tuberculose por faixa etária de 20 a 49 anos e 13.432 casos novos no período de 2010 a 2015, resultando
uma proporção de 50,4% com uma média 2.238 casos/ano. Do sexo feminino um total de 3.587 casos de
tuberculose por faixa etária de 20 a 49 anos e 7.499 casos novos no período de 2010 a 2015, resultando uma
proporção de 47,8%, com uma média de 1.249 casos/ano. As taxas de incidência do sexo masculino foram
54,7% (2010), 55,7% (2011), 52% (2012), 52% (2013), 52% (2014), 55,2% (2015), com média de 53,6% e do
sexo feminino foram 30,2% (2010), 30,6% (2011), 28,3% (2012), 29,3% (2013), 26,8% (2014), 25,6% (2015),
com média de 28,4% no período em estudo. CONCLUSÃO: De acordo com os resultados obtidos, observamos
que na faixa etária de 20 a 49 anos do sexo masculino a proporção (50,4%) é superior a do sexo feminino
(47,8%) e a média do sexo masculino (2.238) casos/ano é maior do que a do sexo feminino (1.249) casos por
ano. Quanto a incidência, a do sexo masculino (53,6%) é mais elevada do que a do sexo feminino (28,4%) com
uma diferença significante de 25,2%. Detectamos uma maior incidência de tuberculose de todas as formas
clínicas do sexo masculino sendo necessário facilitar e ampliar o acesso dessa população aos serviços de
saúde para planejar ações de controle da tuberculose e maior integração entre os profissionais da Equipe
Saúde da Família e Vigilância Epidemiológica. A vulnerabilidade provavelmente ocorra porque a maioria dos
homens não se sente a vontade de relatar seus problemas ou dúvidas relacionados a sua saúde,
diferentemente das mulheres que, quando percebem algum sinal e/ou sintoma, procuram alguém de sua
confiança para buscar informações e assistência médica.
INTERNAÇÕES POR TUBERCULOSE PULMONAR NO BRASIL E NOS MUNICÍPIOS DA 3ª REGIONAL DE SAÚDE
DO CEARÁ, 2010/2015
Francemarie Teodosio de Oliveira, Vládia de Almeida Camurça, Riksberg Leite Cabral, Viviane Nascimento
Cavalcante, Ana Cláudia de Brito Passos
Em 2015, foram registrados no Brasil 9.624 internações por tuberculose pulmonar, ficando o Ceará em 7º
lugar com 440 internações. Posto isso, o estudo objetiva as internações por tuberculose pulmonar no Brasil
e nos Municípios da 3ª Regional de Saúde do Ceará. A metodologia foi do tipo descritivo exploratória. A
fonte dos dados envolveu as informações do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
(DATASUS), no período de 2010/2015. Encontramos como resultado 59.010 internações sendo: Sudeste
23.364 (39,39%); Nordeste 21.617 (36,63%); Sul 7.903 (13,39%); Norte 3.779 (6,40%) e Centro-Oeste 2.347
(3,98%). O Ceará contribuiu com 3.009 (5,09%) e Pernambuco, o recordista do Nordeste, com 6.636
(11,24%). O Estado com maiores internações foi São Paulo 9.967 (16,89%) e o menor o Amapá (123). Na 3ª
CRES as internações foram 437(14,52%) e o Maracanaú foi o maior município com 354 (81,0%). Verificou-se
que o sexo masculino teve predominância registrando-se no total 43.686 (74,03%) sendo ainda maior no
Sudeste 17.815 (76,25%). Verificou-se a média de permanência no Brasil de 26,7 dias sendo maior no
Sudeste (35,0) e no Sul (33,5) e muito abaixo no Centro-Oeste (11,3); Norte (13,5) e Nordeste (19,2). O Ceará
ficou abaixo da média com 13,8 dias e na 3ª CRES a média foi de 14,7 com aumento significativo em Acarape
com média de 22,0 dias, já em Palmácia a média é só de 3,0 dias. No Brasil registrou-se 328 internações em
< 1 ano e o Sudeste teve o maior registro, 180 (54,87%). O Ceará contribuiu com 06 internações, em < 1 ano,
e não ocorreu nenhuma na 3ª CRES. Nas outras faixas etárias o Sudeste também foi recordista, exceto na de
167
5 a 9 anos, ficando o maior registro com o Nordeste (93). Internações em adolescentes foram 2.294 (3,88%)
com maior registro no Sudeste, 895 (3,83%) e no Ceará esse indicador foi bastante elevado, 548 (18,21%).
Observou-se que na 3ª CRES o percentual foi de 3,66% equivalente a 16 internações e Maracanaú contribuiu
com 9 (56,25%). A faixa etária predominante foi a de 40 a 49 com 13.454 (22,78%) internações,
aproximando-se da faixa de 30 a 39, que se somando alcançou 26.677 (45,20%). Outro achado foi a taxa de
Incidência, 2010 – 2012, de 37,69 no Brasil e com redução nas Regiões Centro-Oeste (23,44), Sul (32,77) e
Nordeste (36,90) e aumento na Região Sudeste (40,76) e Norte (45,61). O Rio de Janeiro apresentou a maior
taxa (71,19) seguido de Amazonas (65,37) e Pernambuco (49,45). No Ceará a taxa de incidência foi de 42,32.
O Distrito Federal apresentou a menor taxa, 12,51. Também se pesquisou as internações por tuberculose
pulmonar segundo a cor/raça tendo como resultado o seguinte: 17.764 pardas, 12.639 branca, 4.291 preta e
234 em indígenas. Sem informação foram 23.893 registros onde o Nordeste contribuiu com 14.484 (60,62%).
No Ceará foram registradas 933 partas e sem informação 1992 (66,20%). Na 3ª CRES esse indicador foi de
391 (89,47%). Observou-se também os óbitos por faixa etária onde foram registrados 22 (< 1 ano) 56 em
adolescentes, 410 (20 a 29 anos); 1716 (30 a 49 anos) e 2.421 na faixa de 50 e mais anos, totalizando 4.639
óbitos. O Sudeste contribuiu com 1.823 (39,29%) e o Nordeste com 1.796 (38,71%) enquanto que no Ceará
ocorreu registro de 249 sendo 27 na 3ª CRES dos quais 22 foram no município de Maracanaú. Verificou-se
que a taxa de mortalidade no Brasil é de 7,86 e acima ficou o Norte (8,10); Nordeste (8,31) e Centro-Oeste
(8,27) e abaixo estão o Sudeste (7,80) e o Sul (6,58). O Espírito Santo apresenta a maior taxa de mortalidade,
10,71 e o Distrito Federal a menor, 3,14. No Ceará a taxa de mortalidade é de 8,28 e na 3ª CRES é de 6,18
sendo bastante elevada no município de Guaiúba (12,5). Diante destes resultados apontamos a necessidade
de avaliação e monitoramento sistemático dos indicadores, aplicando estratégias de intervenção
principalmente nos territórios com maior vulnerabilidade.
O DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E OUTRAS VIOLÊNCIAS NOS
MUNICÍPIOS RELEVANTES DO CEARÁ, 2010 A 2015
Cláudia Maria de Sousa Farias, Francemarie Teodósio de Oliveira
No Brasil, entre 1980 a 2013, morreram 106.093 mulheres vítimas de homicídios, ocupando, em 2013, a 5ª
posição no mundo com uma taxa de 4,8 por (100 mil). O Ceará ocupa a 8ª, entre os estados, com uma taxa
de 6,2 (100 mil) e Fortaleza a 5ª, entres as capitais, com uma taxa de 10,4 (100 mil). Posto isso, o estudo
objetiva o diagnostico epidemiológico da violência doméstica, sexual e outras violências nos municípios
relevantes do Ceará, 2010 a 2015. A fonte de dados envolveu registros do Sistema de Informação de Agravos
de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde. Os dados foram compilados em planilhas, por municípios
com maior frequência, tais como: Fortaleza, Sobral, Juazeiro do Norte, Aracati, Maranguape, Pacatuba,
Guaraciaba do Norte e Itarema. Na análise dos resultados identificou-se no Ceará, 6.219 registros, sendo
1.427(22,95%) em Sobral; 1.267 (20,37%) em Fortaleza; 338 (5,43%) no Juazeiro do Norte; 263 (4,23%) no
Aracati; 228 (3,67%) em Guaraciaba do Norte; 162 (2,60%) em Maranguape; 160 (2,57%) em Itarema e
154(2,47%) em Pacatuba, num total de 3.999 (64,30%). Verificou-se no Ceará que o sexo predominante foi o
feminino, 3.738 (60,10%), apresentando-se nos oito municípios com 2.289 (61,24%) com valores maiores em
Maranguape, 159 (98,15%); Pacatuba, 130 (84,41%); Fortaleza, 890 (70,24%) e Juazeiro do Norte, 235
(69,53%). Quanto ao ciclo de vida observou-se, no Ceará, na faixa etária de < 10 anos, 969 (15,58%); de 10 a
19 anos, 2.094 (33,67%); de 20 a 59 anos, 2.746 (44,15%) e 60 e mais, com 410 (6,59%). A faixa etária
predominante foi de 20 a 59, exceto em Sobral e Fortaleza, 10 a 19 anos com 760 (53,25%) e 482 (38,04%),
respectivamente. De todos os dados em < 10 anos, 677 (69,86%) foram nos municípios relevantes e
Fortaleza apresentou maior valor, 340 (50,22%). O ciclo da infância e adolescência dos oito municípios
juntos, apresentaram um percentual de 56,08% (2.243), maior que o do estado, 49,25% (3.063), com
destaque para Sobral que apresentou 72,45% (1.034) e Fortaleza, 64,88% (822). Quanto a cor da pele, no
Ceará predomina a parda com 4.576 (73,58%), destacando-se 350 (5,63%) negra e 27 (0,43%) indígenas.
Observou-se que o local de ocorrência mais frequente foi à residência, 3.266 (52,52%) seguido da via
168
pública, 1.597 (25,68%); bar ou similar, 212 (3,41%) e escola, 129 (2,07%). Nos oito municípios pesquisados,
temos: 1.982 (49,56%) na residência; 1.164 (29,11%) via pública; 102 (2,55%) nos bares ou similares e 76
(1,90%) na escola. Verificou-se que as lesões autoprovocadas no Ceará foi 657 (10,56%) com destaque para
Juazeiro 82 (24,26%); Sobral 224 (15,69%) e Aracati 31 (11,78%). Violência física no Ceará foi de 4.245
(68,25%) com aumento significativo em Juazeiro 299 (88,46%); Aracati 204 (77,56%); Itarema 126 (78,75%) e
Sobral 1.057 (74,07%). A violência psicológica apresentou 1.886 (30,32%) com aumento em Maranguape,
139 (85,80%) e Pacatuba,101 (65,58%). Quanto aos casos de estupro foram 501 (8,06%) no Ceará, sendo 305
(60,87%) na área em estudo com aumento exacerbado em Fortaleza, 195 (15,39%). Com relação ao sexo e
faixa etária das vítimas temos: 457 (91,22%) no feminino com 94 (18,76%) na infância, (08 < 1 ano) e 282
(56,28%) na adolescência. Foram registrados nos oito municípios, 294 (96,79%) em mulheres sendo 39
(12,78%) na infância e 206 (67,54%) na adolescência. Outro achado foi o vínculo com o agressor do estupro
apresentando-se: 118 (23,55%) com sendo o pai, destes, 104 (88,13%) em Fortaleza; 07 em Sobral e 01 em
Aracati; 106 (21,58%) a mãe sendo 100 (94,34%) em Fortaleza. No total das agressões, 1.145 (18,41%) foram
realizadas pela mãe; 931 (14,97%) pelo pai e 787 (12,65%) por desconhecidos. Observou-se no Ceará 264
óbitos ficando em Sobral o maior registro, 65 (24,62%) seguido de Aracati 40 (15,15%) e Fortaleza 24 (9,09%)
destacando-se, destes, 90 por arma de fogo; 41 por suspeita de uso de álcool; 24 por envenenamento; 22
por enforcamento e 04 por estupro. Os 264 óbitos foram distribuídos nas seguintes faixas etárias: 20 (7,57%)
em < 10 anos, destes, 09 (3,41%) em < 1 ano (04 em Sobral); 71 (26,89%) em 10 a 19 anos; 143 (54,17%) na
de 20 a 59 e 30 (11,36%) na de 60 e mais. Do total dos óbitos, 77 (29,17%) foram no sexo feminino. Diante
dos resultados, apontamos a necessidade de implantar estratégias de intervenção nos municípios do Ceará,
especificamente nos mais relevantes (Sobral, Fortaleza, Juazeiro do Norte, Guaraciaba do Norte,
Maranguape, Pacatuba, Aracati e Itarema).
O PERFIL DA SÍFILIS EM GESTANTES NO BRASIL E NA 3ª REGIONAL DE SAÚDE DO CEARÁ, 2007 A 2013
Francemarie Teodosio de Oliveira, Vládia de Almeida Camurça, Ana Cláudia de Brito Passos, Viviane
Nascimento Cavalcante, Ricksberg Leite Cabra
A sífilis na gravidez pode prejudicar o bebê, pois quando a grávida não faz o tratamento há um grande risco
de transmiti-la através da placenta e na hora do parto. O Ceará ocupa a 8ª posição entre os estados com
maior número absoluto de gestantes com sífilis. O estudo objetiva identificar o perfil da sífilis no Brasil e na
3ª Regional de Saúde do Ceará (CRES), 2007 a 2013. A fonte de dados envolveu registros do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde. Os dados foram compilados e
ordenados por regiões e por municípios da 3ª Regional (Maracanaú, Pacatuba, Maranguape, Guaiúba,
Barreira, Acarape, Redenção e Palmácia). Na análise dos resultados identificaram-se no Brasil 68.784 casos
sendo 28.261(41,08%) no Sudeste; 16.657 (24,22%) no Nordeste; 9.067 (13,18%) no Norte, 7.502 (10,90%)
no Sul e 7.297 (10,60%) no Centro-Oeste. São Paulo apresentou o maior registro na série histórica, 14.853
(21,59%) e o Ceará registrou 2.858 (4,15%). Na 3ª CRES foram registrados 204 (7,14%), onde Maracanaú e
Maranguape contribuíram com 148 (70,09%) e 48 (23,52%), respectivamente. Segundo a faixa etária
observou-se, no Brasil, 1.039 (1,51%) de 10 a 14 anos; 14.891(21,64%) de 15 a 19 anos e 50.953 (74,07%) de
20 a 39 anos, ressaltando-se 14 casos (< 1 ano) destes 07 foram no Nordeste (02 no Ceará; 02 Pernambuco e
03 (Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte). Verificou-se que o percentual em adolescentes no Brasil é de
23,16% (15.930). No Ceará esse indicador apresentou-se acima, 26,17% (748), assim como na 3ªCRES,
24,01% (49) sendo maior em Maracanaú, 24,47% (35) e Maranguape, 25,0% (12). Outro achado foi a
classificação clínica que no Brasil, apresentou a seguinte forma: 26.124 (38,0%) primária; 10.400 (15,12%)
latente; 5.135 (7,46%) terciária; 4.986 (7,24%) secundária e com 22.139 (32,18%) ignorados, destes 10.098
(45,61%) foram no Sudeste com destaque para Rio de Janeiro e São Paulo, ambos com 4.998 (49,49%) e
3.057 (30,27%), respectivamente. Observou-se que no Nordeste a forma primária foi predominante com
38,54% (6.420) seguida da latente, 13,11% (2.185) com destaque para Sergipe que foi o único estado em que
a forma latente predominou, 48,64% (663) dos 1.363 casos registrados. No Ceará ocorreu registros de
169
41,78% (1.194) primária; 16,27% (465) terciária e 10,57% (302) latente. Na 3ª CRES predomina a primária
com 49,51% (101) e a terciária, 26,47% (54), onde Maracanaú registrou 46,85% (67) e 30,77% (44),
respectivamente. Quanto ao teste treponema, o Brasil apresentou 45,77% (31.482) reativo; 4,01% (2.762)
não reativo; 36,19% (24.897) não realizado e 14,01% (9.643) ignorados. No Ceará predominou o não
realizado, 53,0% (1.515) e reativo com 26,94% (770), enquanto que na 3ª CRES o não realizado foi 68,63%
(140), onde Maracanaú contribuiu com 70,71% (99) e Maranguape 25,71% (36). Observou-se que no Brasil
os testes não treponema foram reativos em 87,80% (60.398) seguido do não realizado, 4,24% (2.919). No
Ceará os reativos foram, 85,97% (2.457) e na 3ª CRES, 93,13% (190) com destaque para Maracanaú, 70,53%
(134) e Maranguape, 23,16% (44). Outro achado foi o grau de escolaridade onde o Brasil apresentou os
seguintes dados: Ignorado, 30,04% (20.664); analfabetas, 1,44% (996,) destes 11,75% (117) em São Paulo e
9,04% (90) no Maranhão e 21,70% com o ensino fundamental incompleto. De todos os registros das
analfabetas, 51,01% (509) foram no Nordeste e o Ceará registrou 13,95% (71). No Ceará 44,68% (1.277) não
tem o fundamental completo, sendo 43,14% (88) na 3ª CRES, destes 78,41% (69) são em gestantes de
Maracanaú. Outro achado foi a cor/raça onde a parda predominou em todo o território brasileiro
registrando-se 46,63% (32.073) seguida da branca, 29,03% (19.971) e indígena, 1,32% (907). No Ceará foram
68,47% (1957) pardas. Na 3ª CRES especificamente foram 6,33% (124) pardas e 1,96% (04) indígenas, sendo
03 no Maracanaú e 01 em Acarape. O estudo pesquisou as condições de vida das gestantes que apresentou
extrema pobreza em 9,98% (6.864) dos casos sendo 53,01% (3.643) no Nordeste; 37,0% (1.853) no Norte;
10,25% (704) no Sudeste; 7,60% (522) no Centro-Oeste e 2,07% (142) no Sul. O Pará foi o maior estado com
gestante em extrema pobreza, 19,30% (1.325), seguido do Ceará, 16,13% (1.107); Bahia, 11,78% (809); São
Paulo, 7,74% (531) e Pernambuco, 6,77% (465). Diante dos resultados, apontamos a necessidade de
implantar estratégias de intervenção no Programa Rede Cegonha nos territórios relevantes do Brasil.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ E SEU IMPACTO NA SAÚDE
PÚBLICA
Regiane de Morais Araújo, Marta Maria Caetano de Souza, Thaís Nogueira Facó de Paula Pessoa, Márcio
Henrique de Oliveira Garcia, Camila Maria Marques Bastos, Luciana Sávia Masullo Vieira
INTRODUÇÃO: A Leishmaniose Visceral (LV), também conhecida como Calazar, é uma zoonose causada pelo
protozoário do gênero Leishmania. A transmissão se dá pela picada do flebotomíneo Lutzomia longipalpis. A
LV caracteriza-se clinicamente pela manifestação de febre irregular, esplenomegalia, hepatomegalia e
anemia, apresentando alta letalidade em indivíduos não tratados e crianças desnutridas. A LV está entre as
dez endemias mundiais de prioridade absoluta da Organização Mundial de Saúde, devido ao seu caráter
endêmico em 88 países de várias regiões do mundo. No Brasil, até 1970, a doença foi considerada
essencialmente rural, de transmissão domiciliar e peri-domiciliar. Nos últimos anos, tem ocorrido uma
expansão, tanto em magnitude como geograficamente, tornando-se um grave problema de saúde pública
nas áreas urbanas. OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico da Leishmaniose Visceral humana no Estado
do Ceará. METODOLOGIA: O estudo trata-se de uma análise descritiva da série histórica de 2011 a 2016,
tendo como fonte de dados o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), avaliando as
seguintes variáveis: sexo, faixa etária e os indicadores: coeficiente de incidência e letalidade. RESULTADOS: A
LV ao longo de toda a série histórica teve maior percentual em homens, ressaltando-se os anos de maior
percentual: 2011 (67% homens e 33,0% mulheres), 2012 (66,4% homens e 33,6% mulheres), 2013 (69,0%
homens e 31% mulheres) e 2014 (70,1% homens e 29,9% mulheres). A taxa de incidência mostrou variação
ao longo da série histórica registrando as menores taxas em 2016 (1,17/100.000habitantes) (dados parciais)
e 2012 (4,6/100.000habitantes) e as maiores taxas em 2014 (7,52/100.000habitantes) e 2011
(8,0/100.000habitantes). Em relação à taxa de incidência por faixa etária, a faixa menor de 1 ano mostrou
maiores taxas de incidências no período, registrando em 2013 (42/100.000habitantes) e 2014
(40,5/100.000habitantes). A faixa etária de 1 a 4 anos registrou maior taxa em 2014 de
30,4/100.000habitantes, seguida pelo ano de 2011 de 28,2/100.000habitantes. O ano de 2016 (dados
170
parciais) apresentou a maior taxa de letalidade (8,7%) seguido de 2011 (8,1%) e a menor taxa foi registrada
no ano de 2013 (7,0%). CONCLUSÃO: A Leishmaniose visceral apresentou maior percentual em pessoas do
sexo masculino ao longo da séria histórica e teve maior taxa de incidência em crianças com idade inferior a 5
anos. Ao longo da série estudada observou-se que além da variação na taxa de incidência a doença ainda
permanece com taxa de letalidade alta. Dessa forma é de extrema importância a adoção de medidas
eficazes de controle da Leishmaniose visceral no intuito da evitabilidade de óbitos bem como se faz
necessário direcionar ações de vigilância para a prevenção da doença.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ESTADO DO CEARÁ, 2011 A
2016
Iva Maria Lima Araújo Melo, Marta Maria Caetano de Souza, Josafá do Nascimento Cavalcante Filho,
Daniele Rocha Queiroz Lemos, Márcio Henrique de Oliveira Garcia
INTRODUÇÃO: Os animais peçonhentos são aqueles capazes de produzir ou modificar algum veneno e
injetar em suas presas através de glândulas especializadas (dente, ferrão, aguilhão). Os acidentes de maior
gravidade e impacto em saúde são causados por espécimes de serpentes e escorpiões. No Brasil quatro tipos
de acidentes ofídicos são de interesse na saúde pública, devido as complicações e risco de morte, sendo
estes: botrópico, crotálico, laquético e elapídico. A região Nordeste encontra-se em segundo lugar no
ranking de acidentes ofídicos causados por espécimes dos gêneros Bothrops e Crotalus, podendo ainda
ocorrer acidentes por animais do gênero Micrurus- família Elapidea (coral verdadeira). Os sintomas por
acidentes ofídicos variam entre as espécies podendo causar inflamação aguda, ação coagulante,
hemorrágica, neurotóxica, miotóxica, dentre outros. Em relação aos escorpiões o Tityus stigmurus
(escorpião amarelo ) é uma espécie amplamente distribuída na região Nordeste sendo responsável por
causar graves envenenamentos, cujos sintomas incluem: dor, hipoestesia, edema, eritema, parestesia,
cefaleia e vômitos. Esses acidentes têm grande impacto para a saúde ao comprometerem as atividades de
trabalho, e ao gerar danos socioeconômicos, prejudicando a qualidade de vida de crianças, jovens e adultos.
OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos no estado do Ceará, de
2011 a 2016. METODOLOGIA: estudo descritivo utilizando banco de dados do Sistema de Informação de
Agravos de Notificação-SINAN, no período de 2011 a 2016 * (dados parciais). A análise realizada utilizou as
variáveis: número absoluto de acidentes e percentual de acidentes por espécie agressora, sexo, faixa etária e
taxa de letalidade, e as espécimes consideradas foram escorpiões, serpentes, aranhas, lagartas e abelhas.
RESULTADOS: O número de acidentes causados por animais peçonhentos desses espécimes variaram ao
longo da série histórica registrando em 2011 (3570) casos, 2012 (3337), 2013(4285), 2014 (4292), 2015
(3924) e 2016 (1819)*. Em relação à espécie agressora o escorpião registrou maior percentual de acidentes
15.653 acidentes (73,7%), seguido das serpentes 3211 (15,1%), abelhas 1524 (7,2%), aranhas 516 (2,4%) e
lagartas 108 (0,5%). Em relação ao sexo observou-se que os acidentes por animais peçonhentos no período
avaliado registraram percentual no sexo masculino de 59,86% e no sexo feminino de 40,14%. A faixa etária
com maior percentual de acidentes foi de 20 a 39 anos (36,0%) seguida da faixa de 40 a 59 anos (26,0%). Em
relação à faixa etária e tipo de acidente ao longo da série, observou-se que acidentes ofídicos apresentaram
maior percentual em pessoas de 40 a 59 anos (18,2%), acidentes por aranha registraram maior percentual
em menor de 1 ano (4,9%), acidentes por escorpião registraram maior percentual na faixa de 1 a 4 anos
(80,8%), acidentes por lagartas registraram maior percentual nas faixas de menor de 1 ano (1,4%) e 1 a 4
anos (1,4%) e acidentes por abelhas registraram maior percentual na faixa de 5 a 9 anos (13,1%). A taxa de
letalidade na série histórica de acordo com tipo de espécie agressora foi de: Aranha (1,2%), serpente (0,6%),
escorpião e abelha (0,1%) e lagarta (0,0%). CONCLUSÃO: Os acidentes por animais peçonhentos mantiveram
a média de 4132 acidentes/ano observando maior percentual no sexo masculino. Os acidentes causados por
escorpiões apresentaram maior percentual, seguido dos acidentes ofídicos. Em relação á faixa etária
observou-se maior número percentual de acidentes na faixa de 20 a 39 anos, porém as faixas menor de 1
ano e de 1 a 4 anos mostraram-se expressivas. A letalidade por acidentes ofídicos ao longo da série foi a
171
segunda de maior taxa, estando em primeiro a letalidade por aranha. Dessa forma é necessária a melhoria
dos serviços de atenção primária, da assistência e de garantia dos insumos para tratamento eficaz, bem
como a implementação e implantação das ações de vigilância constante e efetiva para o manejo e controle
dessas espécies instituindo programas de educação em saúde permanente direcionado à população.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ATENDIMENTOS ANTIRRÁBICO HUMANO REFERENTES ÀS AGRESSÕES POR
ANIMAIS SILVESTRES
Camila Maria Marques Bastos, Luciana Sávia Masullo Vieira, Márcio Henrique de Oliveira Garcia, Ana Karine
Borges Carneiro, Ana Vilma Leite Braga, Iva Maria Lima Araújo Melo
INTRODUÇÃO: A raiva é uma zoonose caracterizada por uma encefalite progressiva aguda e letal, com ação
no sistema nervoso central. A transmissão ocorre por mordedura, lambedura ou arranhadura pelo animal
infectado. No Brasil, os morcegos, as raposas e os saguis são os principais responsáveis pela manutenção da
cadeia silvestre do vírus da raiva. Segundo o Guia de Vigilância em Saúde, são considerados animais
silvestres: morcego, raposa, guaxinim, quati, gambá, roedores silvestres, cachorro do mato, felídeos
selvagens, dentre outros. A criação de animais silvestres, proibida por lei, vem se tornando cada vez mais
comum nos centros urbanos brasileiros. Associado a isso, houve em 2014 o desabastecimento de
imunobiológicos na rede nacional, decorrente da redução no fornecimento dos laboratórios produtores por
exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, gerando racionalização na distribuição de soro
antirrábico (SAR). Dessa forma, o estudo da raiva silvestre é de extrema importância para evitabilidade de
novos casos e óbitos da doença. OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico dos atendimentos antirrábico
humano causados por animais silvestres com soroterapia indicada e com notificações recebidas pelo Núcleo
de Imunizações - NUIMU. METODOLOGIA: A pesquisa trata-se de um estudo epidemiológico do tipo
transversal. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do
Estado do Ceará, no período de janeiro a maio de 2016, analisando as fichas de notificação recebidas pelo
NUIMU. As variáveis analisadas foram: percentual do número de atendimentos antirrábico humano com
liberação do SAR, sexo, faixa etária, município de residência e espécie agressora. RESULTADOS: Foram
recebidas 305 fichas de notificações de atendimento antirrábico humano com solicitação positiva para a
liberação de SAR. Destas, 205 (67,2%) foram agressões por cães e gatos, 73 (23,9%) por animais silvestres e
27 (8,9%) por animais domésticos de interesse econômico. Dos 73 casos de agressões por animais silvestres,
30 (41,1%) foram causados por primata não-humano, 19 (26,0%) por morcego, 17 (23,3%) por raposa, 3
(4,1%) por rato do mato, 1 (1,4%) por guaxinim, 1 (1,4%) por cutia, 1 (1,4%) por gambá e 1 (1,4%) por
tamanduá. Dessas agressões, 41(56,2%) ocorreram em homens e 32(43,8%) em mulheres. Quanto aos meses
do ano, 6 destas agressões (8,2%) aconteceram em janeiro, 7 (9,6%) em fevereiro, 16 (21,9%) em março, 20
(27,4%) em abril e 24 (32,9%) em maio. Quanto à faixa etária, 12 (16,4%) atendimentos ocorreram entre 0 e
11 anos, 8 (11,0%) entre 12 e 17 anos, 37 (50,7%) entre 18 e 59 anos e 16 (21,9%) em 60 anos ou mais.
Dentre os 184 municípios, 34 (18,4%) enviaram notificações de agressões por animais silvestres com
solicitação de SAR, ressaltando os municípios com maior demanda: Tabuleiro do Norte 9 (12,3%) e Beberibe 5
(6,8%). As notificações de atendimento antirrábico humano com SAR foram distribuídas por Macrorregiões
de saúde constando: 16 (21,9%) atendimentos na 1 ª Macro, 14 (19,2%) na 2ª, 11 na 3ª (15,1%), 2 (2,7%) na
4ª e 30 (41,1%) na 5ª. CONCLUSÃO: No período avaliado os atendimentos antirrábico humano por animais
silvestres com tratamento soroterápico indicado representou 23,9% dos atendimentos antirrábico humano
com demanda de SAR, o que tem despertado nos serviços de vigilância em saúde a preocupação com as
medidas de prevenção e alerta sobre o risco da transmissão da doença pelos animais silvestres. Observou-se
maior percentual de atendimento antirrábico humano com indicação de SAR em pessoas do sexo masculino e
entre a faixa etária de 18 a 59 anos, indicando maior exposição entre adolescentes e adultos jovens. O risco
da disseminação da raiva urbana também envolve o ciclo da raiva silvestre, devido ao crescimento
desordenado das cidades. Dessa forma, é de extrema importância a adoção de medidas preventivas e
vigilância constante. Recomenda-se que as políticas públicas intensifiquem as pesquisas sobre a circulação do
172
vírus da raiva em animais silvestres entre seus diferentes biomas, a fim de que seja priorizada uma vigilância
eficaz com ações voltadas para a prevenção da doença.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: UMA FERRAMENTA PARA A GESTÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA
TUBERCULOSE
Sheila Maria Santiago Borges, Valderina Ramos Freire, Christiana Maria de Oliveira Nogueira, Patrícia
Florenço Silva, Nadja Maria Pereira de Deus Silva Rebouças, Márcio Henrique de Oliveira Garcia, Daniele
Rocha Queiroz Lemos
INTRODUÇÃO: A Tuberculose-TB foi decretada pela Organização Mundial de Saúde como enfermidade
reemergente desde 1993. A incidência e a carga da doença ainda são consideradas elevadas, o que faz deste
agravo um problema de saúde pública. A TB é uma doença grave, de difícil controle e que recebe influência
de diversos fatores, merecendo especial atenção por parte das autoridades políticas, dos serviços de saúde e
de toda população A TB no Ceará apresenta uma tendência de declínio na taxa de incidência, mas apesar
dessa diminuição, observa-se segundo dados laboratoriais, que não estamos buscando os sintomáticos
respiratórios em nossa população. Dada a importância da tuberculose no Estado do Ceará, este estudo visa
conhecer a epidemiologia da tuberculose com vistas a subsidiar intervenções para a melhoria do controle da
doença. OBJETIVO: Analisar aspectos epidemiológicos e operacionais do controle da TB no Ceará, no período
de 2005 a 2015. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo retrospectivo e descritivo de
uma série histórica de casos de TB. Utilizou-se o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN) do Estado no período de 2005 a 2015. Foram analisadas várias variáveis dentre elas:
incidência de TB de todas as formas, teste HIV, coinfecção TB/HIV, cultura para os casos de retratamento,
cura, abandono e mortalidade. RESULTADOS: Em sua série histórica de 2005 a 2015, mostra de um modo
geral, uma tendência de declínio nas taxas de incidência de 49/100000hab de TB todas as formas (2005)
para 38.4/100000hab (2010). Considerando os casos notificados em 2015 a faixa etária mais acometida no
período é a de 20 a 49 anos. O teste HIV no ano de 2005 era de apenas 16,8% e no ano de 2015 dados
parciais revelam que 53,9% foram testados com um percentual de 8,2% de coinfectado. O percentual de
realização de cultura nos casos de retratamento passou de 19,5% (2005) para 27,7% (2015). Em relação ao
abandono, em 2005 era de 8,3% e em 2015 apresenta 8,7%. O Percentual de cura passou de 77% (2005)
para 20,5% em dados parciais de 2015. A taxa de mortalidade por tuberculose diminuiu no período de 2005
a 2014, passando de 2,9/100mil hab. (2005) para 2,3/100mil hab. (2015), embora no período estudado
tenha-se observado taxa de 3,2 óbitos por 100 mil habitantes. CONCLUSÕES: a transmissão da tuberculose
está ativa e os pacientes estão sendo diagnosticados e tratados tardiamente dificultando assim a quebra da
cadeia de transmissão. Apesar da diminuição da taxa de incidência, o Ceará continua com o abandono acima
do parâmetro aceitável pelo Ministério da Saúde que é de 5% e a cura abaixo do parâmetro preconizado que
é de no mínimo 85%. Espera-se que a expansão da Saúde de Família, onde as ações de busca ativa de
sintomáticos respiratórios, o controle e tratamento da tuberculose sejam prioritários, aliada a melhoria na
rede laboratorial e a implantação de métodos diagnósticos rápidos, seja possível visualizar um cenário
favorável para a melhoria da atual situação epidemiológica da tuberculose. O objetivo do controle da
tuberculose é, principalmente, reduzir as fontes de infecção, identificando os casos, examinando-os através
de exames bacteriológicos e submetendo-os ao pronto tratamento adequado, levando à consequente
redução da incidência, prevalência e mortalidade específicas da tuberculose. Conclui-se, portanto, que se faz
necessário monitorar mensalmente indicadores epidemiológicos de Tb registrados no SINAN, através de
uma supervisão direta e indireta objetivando programar ações eficazes e efetivas para o controle desse
agravo e proporcionando, portanto, uma boa gestão do programa. RECOMENDAÇÕES: capacitar
profissionais da atenção básica; realizar educação continuada; promover integração com órgãos formadores
para implantar/implementar integração ensino-serviço; articular com parcerias na área da educação,
atenção básica, laboratório, assistência social; monitorar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos e
operacionais de forma sistemática.
173
Eixo Temático: Vigilância em Saúde
Modalidade: Relato de experiência
ADESÃO A CAMPANHA DO TRACOMA EM ESCOLARES DE 5 A 14 ANOS NO MUNICÍPIO DE ARACATI-CE:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Maria da Consolação Bezerra Porto, Fabianne Ferreira Costa Roseo, Silvano Ferreira de Sena, Andresa
Guedes Kaminski Alves, Ana Alice Fernandes Falcão, Maria de Lourdes Lima Ferreira
INTRODUÇÃO: O tracoma é uma afecção inflamatória ocular crônica, uma ceratoconjuntivite crônica
recidivante, que quando ocorrida repetidas vezes, produz cicatrizes na conjuntiva palpebral, podendo levar
à formação de entrópio e triquíase. As lesões ocasionadas desse atrito produzem alterações na córnea,
podendo resultar em baixa acuidade visual e cegueira. É comum a presença de quadros assintomáticos
entre crianças mais jovens (BRASIL, 2014). A OMS lançou um programa de eliminação do tracoma como
causa de cegueira até o ano de 2020 (OMS, 1997). Diante do exposto, o município de Aracati-CE aderiu em
2015 a Campanha Nacional de Hanseníase, Verminose e Tracoma do Ministério da Saúde. OBJETIVO DA
EXPERIÊNCIA: Descrever a experiência de adesão a Campanha Nacional do Tracoma 2015, visando o
diagnóstico precoce e tratamento imediato dos escolares de 5 a 14 anos do ensino fundamental da rede
pública, Aracati – CE. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Para a busca ativa e padronização do exame ocular, a
equipe do NUVET, realizou in loco o Treinamento em Serviço para Ações de Vigilância e Controle do
Tracoma, para oito profissionais de saúde. Em seguida, ocorreu uma reunião com estes profissionais, para
elaboração do plano de ação e cronograma de visitas. No cronograma continha a relação das escolas, com o
total de alunos de 5 a 14 anos. Após o planejamento realizou-se um momento com os 20 enfermeiros da
Estratégia Saúde da Família (ESF) para repasse das informações. As ações contaram também com o apoio de
universitários da FVJ e dos profissionais da RIS. A população de alunos foi composta de 7.320 matriculados
nas escolas selecionadas, localizadas nas áreas urbana e rural e a amostra foi de 5.79. A avaliação ocular foi
realizada por 5 profissionais de saúde capacitados, em 30 escolas municipais e anexos, sendo 10 Centros de
Educação Infantil e 20 Escolas de Ensino Fundamental. Todavia, ocorreram 19 avaliações em alunos acima
de 14 anos. No exame clínico foi utilizada lupa binocular (2,5 vezes de aumento) sob iluminação natural ou
com lanterna, objetivando avaliar as alterações de pálpebras, cílios, conjuntiva e córnea e graduar o tracoma
de acordo com a inflamação tracomatosa da conjuntiva (BRASIL, 2014): Tracoma Inflamatório Folicular,
Tracoma Inflamatório Intenso, Cicatrização Tracomatosa, Triquíase Tracomatosa e Opacificação Corneana.
As informações foram catalogadas no formulário da campanha. Quanto à idade, os alunos foram divididos
em 3 grupos: de 5 a 9 anos; de 10 a 14 anos e acima de 14 anos. Após identificar os casos positivos cada
equipe realizou busca ativa e administrou o tratamento. Acrescenta-se que foi feita portaria municipal
respaldando a prescrição da azitromicina pelos enfermeiros. PRINCIPAIS RESULTADOS: Dos 5.791 alunos
examinados, 5.284 não apresentaram sinais clínicos de tracoma. O tracoma foi identificado em 507
escolares (9,6%), sendo 250 (49,3%) do sexo masculino e 257 (50,7%) do feminino em todas as faixas etárias.
Na faixa etária da campanha, de 5 a 14 anos foram identificados 488 casos, sendo 244 em alunos de 5 a 9
anos, 244 casos de 10 a 14 anos. O Tracoma Folicular foi o mais prevalente, com 482 casos. Quanto à taxa de
infecção por escola, observou-se que as dos bairros periféricos apresentaram maior índice de infecção em
virtude das condições de saneamento básico e de higiene. Uma delas diferenciou-se das demais em alguns
aspectos, possivelmente por acolher crianças da periferia, uma vez que além de apresentar 92 casos
positivos, evidenciou-se a resistência de alguns pais quanto ao tratamento. No entanto, após
esclarecimentos foi possível tratar os alunos, com exceção de quatro, cujos pais não autorizaram, podendo
trazer consequências futuras para a visão dessas crianças. Além disso, apesar do tracoma ser pouco
conhecido pela população, a doença se manifestou em alunos de todas as escolas investigadas e em várias
faixas etárias. CONCLUSÃO: A campanha oportunizou a percepção de que o tracoma em Aracati possui baixa
prevalência (9,23%). Constatou-se também o desconhecimento da população sobre a doença, tal fato
sinaliza a necessidade de ações de promoção da saúde mais efetivas acerca da higiene pessoal e ambiental,
174
principalmente nas classes menos favorecidas, além de monitoramento contínuo da prevalência. As equipes
da ESF, especialmente os ACS, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família, os ACE e o PSE são excelentes
instrumentos de promoção da saúde que o município dispõe para desenvolver tais ações.
A IMPORTÂNCIA DA OFERTA DE TESTE RÁPIDO DE HIV EM GESTANTES ATENDIDAS EM UMA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA, LOCALIZADA EM UM MUNICÍPIO CEARENSE
Aline Braúna dos Santos, Ana Karla Ramalho Paixão, Charlliane Fernandes Gonçalves Ribeiro, Manoel
Austregésilo de Araújo Júnior, Euriana Maria de Araújo Bezerra, Carmem Cintra de Oliveira Tavares, Rafaela
Lobão Rocha, Tony Jeimison Sousa Pereira Matos
Este estudo constitui um relato de experiência realizado em uma Unidade Básica de Saúde da Família
(UBASF) do município de Maracanaú, Ceará, Brasil. A oferta do teste rápido do Vírus da Imunodeficiência
Humana - HIV consiste em uma prática realizada durante o pré-natal. Conforme a portaria n.77 de 12 de
janeiro de 2012, preconizada pelo Ministério da Saúde, compete às equipes de Atenção Básica realizar testes
rápidos para o diagnóstico de HIV e detecção da sífilis, esses deverão ser aplicados por profissionais da
saúde de nível superior devidamente capacitados. A aplicação desses testes nas UBASFS é de suma
importância e tem como público prioritário as gestantes. A realização dos mesmos possibilita detectar
gestantes soropositivas e planejar melhor o parto, de forma a reduzir as taxas de transmissão vertical.
Objetivou-se, com este estudo, contextualizar a prática dos profissionais de saúde com relação à oferta de
teste rápido para detecção do HIV em gestantes de uma UBASF, localizada no município de Maracanaú. O
relato de experiência foi descrito por uma equipe multiprofissional de residentes em Saúde da Família,
mediante vivência adquirida no primeiro ano de residência em uma UBASF do município supracitado. Para a
construção do relato utilizaram-se registros e observações sistemáticas. Respeitaram-se os preceitos éticos
que norteiam as pesquisas realizadas com seres humanos. O município de Maracanaú atualmente conta
com vários equipamentos de saúde que realizam testes rápidos para HIV, dentre eles podemos citar: 30
UBASFS, um Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPS AD), uma maternidade e um Centro
de Testagem e Aconselhamento (CTA), todos eles contendo profissionais capacitados para aplicação do
teste. Quanto a oferta e realização do teste, observa-se que, na UBASF desse estudo, os profissionais
disponibilizam os testes durante o pré-natal e realizam o aconselhamento pré e pós teste. Os profissionais
que mais realizam estas ações são os enfermeiros, seguidos pelos profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde
da Família (NASF), dentre eles os assistentes sociais e psicólogos. Os aconselhamentos pré e pós testes são
destacados como momentos potenciais nesta unidade, sobretudo durante o pré-natal. Através dos mesmos
é possível a realização de uma escuta qualificada e apoio emocional à gestante e ao seu parceiro. Reiteramse diálogos a respeito da prevenção de doenças e de promoção e educação em saúde, sobretudo com
abordagem as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Levantam-se, assim, questões que instigam a
reflexão sobre comportamentos e ações em saúde, estimulando a adoção de práticas sexuais seguras. Os
aconselhamentos promovem ainda um momento de interação entre profissionais de saúde/usuários,
proporcionando um melhor acolhimento destes e estreitando vínculos. Dessa forma, a um estímulo que leva
a uma boa aceitação para submeter à realização dos testes, por parte das gestantes. Vale ressaltar que na
UBASF desse estudo há ações da residência que são realizadas de forma compartilhada, dentre elas as
consultas de pré-natal em que se oferta o teste rápido para HIV, realizam-se as primeiras orientações e se
estabelecem os primeiros contatos com as gestantes. Com este estudo, ressalta-se a importância de se
ofertar às gestantes o teste rápido nas Unidades Básicas de Saúde da Família, pois consiste em um local de
melhor acesso e maior vínculo deste público. Destaca-se também que a forma de abordagem no momento
da oferta e o vínculo influenciam diretamente na aceitação para realização deste teste e da continuidade de
uma consulta pré-natal de qualidade.
CARACTERIZAÇÃO DE PACIENTES COM FRATURAS NO MUNICÍPIO DE MADALENA CEARÁ
175
Kamilla de Oliveira Carneiro, Plínio de Oliveira Duarte, Luiz Aldenir da Silva Alves, Cinthia Mirelle Rodrigues
de Sousa, Márcia de Oliveira Belém, Antônio Rafael Félix
INTRODUÇÂO: Os distúrbios musculoesqueléticos correspondem a um conjunto de desordens que podem
resultar em dor e incapacidade funcional sendo considerado hoje um dos mais significativos e dispendiosos
problemas de saúde pública em populações de todo o mundo. As vítimas de traumas ortopédicos, em
especial de fraturas ósseas, são representantes importantes de indivíduos que apresentam, de forma
temporária ou permanente, incapacidades, deficiências, sequelas e diminuição da capacidade funcional. A
fisioterapia traumato ortopédica tem por objetivo reestabelecer a função do sistema músculo esquelético,
atuando na promoção da saúde, prevenção das doenças e reabilitação de indivíduos. O interesse pela
temática surgiu através de experiências vivenciadas durante a minha prática profissional me dedicando a
prestação de serviços aos pacientes atendidos pelo Núcleo de Fisioterapia e Terapia Ocupacional Luiz Rocha
no município de Madalena – Ceará. A importância de estudos deste caráter permite-nos alargar nossa
compreensão sobre a problemática da saúde, nos fazendo pensar para a reformulação de conceitos e na
adequação e/ou na adaptação de práticas clínicas. Presume-se que seja relevante pelo fato de estarmos
adquirindo dados epidemiológicos sobre este contingente de pacientes, podendo a partir da coleta de dados
adotar políticas de prevenção primária e melhoria nas ações dos profissionais de saúde voltadas às
campanhas educativas e aos diagnósticos precoces de determinadas condições. O estudo teve como
objetivo traçar o perfil dos pacientes com fratura atendidos em um serviço público de reabilitação
fisioterapêutica no município de Madalena – Ceará. METODOLOGIA: Estudo de caráter retrospectivo e
descritivo, com abordagem quantitativa, através de prontuários de pacientes com diagnóstico de sequela de
fratura no período de março de 2011 a setembro de 2015 no Núcleo de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Luiz Rocha no município de Madalena – Ceará. A população do estudo foi composta por pacientes com
diagnóstico de sequela de fratura, atendidos pelo serviço de reabilitação fisioterapêutica, totalizando 201
pacientes. A partir das análises das variáveis foram tabulados e analisados através da estatística analíticodescritiva, com auxílio do software Microsoft Office Excel 2010 e apresentado em forma de gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: Das 201 fichas, a prevalência por gênero das fraturas encontradas foi no sexo
masculino com 91,9% dos casos. Em relação as fraturas por faixa etária a partir dos achados, 32% (n=65) das
fraturas acometeram indivíduos na faixa etária de 20 a 39 anos, seguido de 28% (n=57) para os indivíduos
com 40 a 59 anos, 22% (n=43) para pacientes de 60 anos ou mais e por fim, 18% dos pacientes na faixa
etária entre 1 a 19 anos. Quanto a etiologia do trauma, fratura com prevalência de 58% (n=116), seguidos da
fraturas causadas por queda da própria altura com 16% (n=33). Quanto a distribuição de frequência das
fraturas segundo o tipo de tratamento instituído, a maioria dos indivíduos foram submetidos a
procedimento cirúrgico, 64% (n=129), e 37% (n=72) passaram por tratamento conservador. Região
anatômica o mais acometida foi membros superiores (MMSS) com 56% (n=112), 40% (n=80) sofreram lesões
em membros inferiores (MMII), 1% (n=3), sofreram fratura de cabeça ou tronco, 3% (n=6) foram acometidos
por múltiplas fraturas. Houve um maior número de pacientes sequelados de fratura no ano 2013, com 25%
(n=50), seguido por 2011 e 2012 com 21% (n=43; n=42) das fichas, havendo um decréscimo importante no
ano de 2014, que correspondeu apenas 16% (n=32) e por fim o ano de 2015 com 17% (n=34). CONCLUSÃO:
Devemos ponderar que os problemas causados por acidentes e violência configuram problema de saúde
pública de grande magnitude e transcendência com forte impacto na morbidade e na mortalidade da
população. Acredita-se que estes trabalhos conseguiram-se subsídios para sensibilizar as autoridades a
tomarem decisão de atuarem de forma articulada e integrada a fim de ampliar a discussão de estratégias de
intervenção, visando a redução destes índices, além da realização de políticas públicas. Considera-se que
esta pesquisa possibilitou uma reflexão maior acerca do tema e configurações próprias da realidade desta
população, por isso, recomenda-se a realização de estudos longitudinais com relação ao tema abordado na
busca de novos conhecimentos.
CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A PACIENTES INTERNADOS COM CARDIOPATIAS E PNEUMOPATIAS EM
UM HOSPITAL DA CIDADE DE FORTALEZA-CE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
176
Amanda de Morais Lima, Maria Dinara de Araújo Nogueira, Mariana da Silva Cavalcanti, Carlos Fernandes
de Oliveira Amorim, Ryna Ingrid Tenório Guimarães, Larissa Pereira Aguiar
INTRODUÇÃO: A desnutrição em pacientes internados tem elevado os índices de morbidade e mortalidade
de um modo geral. Os pacientes internados e desnutridos têm enorme propensão a desencadearem
catabolismo exacerbado, depleção do sistema imune, alteração da função de órgãos e sistemas causando
maior tempo de internação, maiores custos hospitalares e até mesmo óbito. Geralmente, pacientes com
doenças cardíacas e pulmonares também são acometidos da desnutrição durante o seu tempo de
internação. Uma das complicações mais comuns no pós-operatório de doenças cardíacas está relacionada
ao estado nutricional antes e após o procedimento cirúrgico, bem como em pacientes que buscam
reabilitação pulmonar após procedimentos ou não. Em geral, esses pacientes necessitam de uma
intervenção nutricional, pois dentre eles, o índice de morbimortalidade é alto e uma das causas é o estado
nutricional deficiente. A Terapia Nutricional que tem por definição a melhoria do estado de saúde de um
indivíduo mediante ajuste da quantidade e qualidade dos métodos da ingestão de nutrientes, e, pode assim,
ser considerada como uma medida excelente para o combate ao agravamento da situação clínica dos
pacientes internados, uma vez que a capacidade de reação à doença depende, consequentemente, do
estado nutricional. OBJETIVOS: Conhecer as principais técnicas, métodos, processos e rotinas utilizados na
terapia nutricional visando à reabilitação de pacientes internados com doenças cardíacas e pulmonares.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Foi realizada uma pesquisa exploratória em um hospital localizado na cidade
de Fortaleza-CE. O hospital em questão é classificado como de alta complexidade, de assistência
quaternária, sendo referência em tratamento de cardiopatias e pneumopatias, possuindo 242 leitos de
internação, 47 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 14 leitos de Unidade semi-intensiva,
totalizando 303 leitos. A pesquisa se deu através de uma entrevista com duas profissionais nutricionistas do
setor de nutrição clínica, o qual trata do estado nutricional dos pacientes internados no referido hospital.
PRINCIPAIS RESULTADOS: Ao realizarmos a entrevista pode-se observar que a conduta nutricional realizada
para os pacientes daquela unidade hospitalar tem início ainda na emergência. O profissional nutricionista
realiza uma abordagem ao paciente recém-chegado, utilizando um questionário de triagem de risco de
desnutrição para análise de uma intervenção nutricional precoce. Conforme análise do estado nutricional do
paciente, o mesmo já recebe aporte nutricional adequado para a melhora desse quadro. Caso definido pela
equipe médica que o paciente ficará internado na unidade, o profissional nutricionista realizará uma
avaliação nutricional mais detalhada a fim de delinear um plano dietoterápico individualizado que será
utilizado durante o período de internação na unidade. Esse plano dietoterápico consiste na utilização de
cardápios específicos para cada paciente e suas patologias, por exemplo, pacientes diabéticos ou com
insuficiência renal tem seu plano alimentar enviado à Unidade de Alimentação e Nutrição do local para que
seja cumprido o cardápio. Além da utilização de cardápios específicos, a conduta nutricional contempla
também a suplementação para pacientes que possuem carências nutricionais. É realizada a administração
de suplementos hipercalóricos e hiperprotéicos, módulos de proteína e carboidrato visando uma melhora
na deficiência de nutrientes, diminuindo o catabolismo a que está sujeito o paciente grave. Após o paciente
receber alta hospitalar o mesmo pode retornar a unidade para ser periodicamente acompanhado por um
nutricionista, visando o controle da evolução, manutenção ou declínio do estado nutricional do paciente.
CONCLUSÃO: O aporte nutricional adequado influencia diretamente na evolução dos pacientes internados,
desde as suas características clínicas, físicas, psicológicas e até emocionais. Desse modo, a conduta usada
pelos profissionais nutricionistas exige empenho, dinamismo, qualidade, profissionalismo e eficiência para
que se torne realmente efetiva dentro da unidade hospitalar. RECOMENDAÇÕES PARA SAÚDE COLETIVA:
Enfatizar a importância do profissional nutricionista dentro da equipe multidisciplinar a fim de trazer um
melhor prognóstico para o paciente crítico com risco nutricional.
DESTINAÇÃO ECOLOGICAMENTE CORRETA DE PNEUMÁTICOS: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA EM LIMOEIRO
DO NORTE/CE
177
Raimundo Levi Gomes dos Santos, Juliana Maria Medeiros de Souza, Lívia Maria Nogueira Fernandes
Peixoto, José Zezito dos Santos, Fabíola Maria de Girão Lima
INTRODUÇÃO: Em Limoeiro do Norte, o recolhimento de pneumáticos descartados em borracharias e
terrenos baldios é ação rotineira do Programa de Controle da Dengue. Já não havia espaço físico para alojar
os 14.460 pneus recolhidos, entre janeiro de 2013 e junho de 2016, à espera de destinação ecologicamente
apropriada. O material possui um tempo indeterminado de degradação, era urgente resolver o problema,
porque a quantidade de pneus inservíveis só aumentava. O Departamento Estadual de Trânsito, até
dezembro de 2015, registrou 28.192 veículos automotores em Limoeiro do Norte; e conforme a Resolução
Nº 416/2009 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, os fabricantes de pneus ficam obrigados
a coletar e dar destinação adequada aos pneus inservíveis no território nacional. Assim, a parceria entre
município e Reciclanip (entidade criada por alguns fabricantes de pneus para a coleta e destinação de pneus
no Brasil) foi fundamental para a destinação dos pneumáticos acumulados. OBJETIVO: Divulgar a ação
exitosa que destina adequadamente os pneumáticos recolhidos no Programa de Controle da Dengue, em
Limoeiro do Norte/CE, em 2016. DESCRIÇÃO: O Programa de Reciclagem da Associação Nacional da
Indústria de Pneumáticos foi criado, em 1999, por iniciativa dos fabricantes de pneus no país, para destinar
de forma ambientalmente adequada os pneus inservíveis. A Reciclanip, entidade sem fins lucrativos, foi
criada em março de 2007 por alguns fabricantes de pneus. Em janeiro de 2016, a Secretaria Municipal da
Saúde de Limoeiro do Norte fez contato com a referida empresa que apresentou como critério para
recolhimento dos pneus, a formalização de um Convênio de Cooperação Mútua, e a quantidade de pneus
armazenados serem equivalente a uma carga - o correspondente a 2.000 pneus de carro de passeio ou 300
pneus de caminhão. O município mesmo sem formalizar o Convênio de Cooperação Mútua conseguiu o
agendamento de coletas, que aconteceram em caráter emergencial, em face da vultosa quantidade de
pneus acumulados. Durante as coletas, o trabalho de carregamento das carretas terminava à noite, e foi
realizado por servidores do setor de endemias e zoonoses da Secretaria Municipal da Saúde. RESULTADOS:
A Reciclanip realizou três coletas: em fevereiro, abril e junho de 2016. Na primeira, foram recolhidas 24
toneladas de pneumáticos, aproximadamente 1.900 unidades de pneus. A segunda carga pesou 17,4
toneladas, o correspondente a 1.350 unidades; e a terceira carregou 18,6 toneladas, aproximadamente
1.412 pneus. No total, a empresa retirou 60 toneladas de pneus inservíveis, quantidade equivalente a 4.662
pneumáticos, para destinação ambiental correta, evitando danos à natureza e a saúde pública municipal.
CONCLUSÃO: A iniciativa de Limoeiro do Norte em fazer parceria para destinar corretamente os
pneumáticos recolhidos nas ações de controle da dengue, é aparentemente simples, mas expressa um
avanço importante para a preservação da saúde e meio ambiente do município e sua população, prevenindo
também outras doenças epidêmicas que, no momento, desafiam a saúde pública no Ceará e no Brasil. Assim
sendo, o processo de formalização do Convênio de Cooperação Mútua entre o município e a Reciclanip deve
ser concretizado e ininterrupto. A ação é um exemplo a ser seguido, pois a problemática do descarte de
pneumáticos inservíveis é uma realidade de todos. É necessário ainda, divulgar a finalidade da Reciclanip
que desenvolve um trabalho com eficácia e eficiência intervindo em uma realidade que atinge diretamente
à saúde pública e ao meio ambiente. Ressalte-se que o Convênio de Cooperação Mútua não gera ônus ao
município, apenas a existência de um ponto de coleta.
EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA EM UMA ACADEMIA NA
CIDADE DE ITAITINGA - CE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
178
Maria Dinara de Araújo Araújo Nogueira, Mariana da Silva Cavalcanti, Amanda de Morais Lima, Carlos
Fernandes de Oliveira Amorim, Ryna Ingrid Tenório Guimarães, Larissa Pereira Aguiar
INTRODUÇÃO: A educação nutricional, enquanto especialidade de interesse acadêmico vem desde o
período pós-guerra, porém atualmente mudar a alimentação envolve o questionamento de padrões
alimentares pré-estabelecidos que pudessem não encontrar suporte nas normas sociais. Trazendo essa
temática para as diferentes faixas etárias, é perceptível o rápido aumento da população idosa, sem a
correspondente modificação nas condições de vida, aumentando os registros de Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT) nesta população, e, consequentemente, elevando os custos na área da saúde, visto
que, em geral, essas doenças necessitam de tratamento por períodos prolongados. A educação nutricional
tem sido destaque de distintos trabalhos, mostrando resultados positivos na correlação entre
comportamento alimentar e doenças, sendo fundamental na terceira idade, onde há diversas alterações
anatômicas e funcionais, com repercussões nas condições de saúde e nutrição do idoso. A elevada
prevalência de desvio nutricional na população idosa é uma realidade em vários países, onde, a desnutrição,
o sobrepeso e a obesidade predominam sobre os indivíduos eutróficos. Nesse contexto, os efeitos da
alimentação inadequada, tanto por excesso como por déficit de nutrientes, têm expressiva representação, o
que reflete num quadro latente de má nutrição em maior ou menor grau. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA:
Desenvolver ações de educação nutricional com idosos praticantes de atividade física, enfatizando a
importância de uma alimentação saudável e desmistificando crenças e dúvidas típicas dessa faixa etária.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O público alvo das ações foi de 21 idosos praticantes de hidroginástica em
uma academia na cidade de Itaitinga - CE, com média de idade de 61 anos. Foram realizadas três visitas,
onde a primeira teve como objetivo um diagnóstico nutricional da população alvo por meio de dinâmicas e
roda de conversa sobre alimentação saudável na terceira idade e mitos e verdades sobre crenças
relacionadas a alimentos. Já a segunda visita foi uma atividade mais expositiva, onde foi abordado a
pirâmide alimentar e mais uma dinâmica. Na terceira e última visita foi utilizado um questionário de
frequência alimentar, abordando, ainda, situação econômica e escolaridade a fim de avaliar o consumo
habitual dos participantes, e logo após, uma roda de conversa avaliativa, para obter os pontos positivos e
negativos das ações. Essas ações fizeram parte de um projeto apresentado na disciplina de Educação
Nutricional do curso de Nutrição em uma faculdade particular de Fortaleza – CE. PRINCIPAIS RESULTADOS:
Observando as conversas com os participantes pôde-se perceber que os mesmos tinham um bom
conhecimento sobre alimentos saudáveis, porém ainda tinham muitas dúvidas, principalmente sobre
crenças e receitas caseiras. A maioria dos idosos participantes tem o ensino médio completo e apenas um
deles, nível superior. A maior parte possui renda mensal entre 1 e 3 salários mínimos. Em se tratando do
consumo alimentar habitual o resultado foi bem interessante: em geral os idosos não gostam de doces,
refrigerantes, frituras e frios, porém consomem muito café, cuscuz e tapioca, alimentos típicos da nossa
região, bem como o feijão com arroz, citado por praticamente todos os idosos. Muitos relataram um bom
consumo de peixes, principalmente por orientação médica, devido ao tratamento de DCNT já instaladas.
Com relação às dinâmicas e atividades, os idosos foram bem participativos, sendo perceptível que
prestavam bastante atenção nas orientações absorvendo rapidamente as informações. CONCLUSÃO:
Concluiu-se que as ações de educação nutricional realizadas tiveram um impacto positivo na alimentação
atual dos idosos, sanando dúvidas, proporcionando interação com os acadêmicos e novos conhecimentos a
serem aplicados em suas rotinas. Portanto, a promoção de uma boa alimentação tem um papel
fundamental, pois ela previne a doença, recupera e mantém a saúde, promovendo o bem estar físico,
através da melhoria do padrão nutricional de indivíduos. RECOMENDAÇÃO PARA A SAÚDE COLETIVA:
Enfatizar a importância da educação nutricional com os idosos, pois tem se mostrado um público ávido por
conhecimento e atento a orientações.
ESTÁGIO CURRICULAR I DO CURSO TÉCNICO EM VIGILLÂNCIA EM SAÚDE DE TURMAS DESCENTRALIZADAS DESAFIOS E CONQUISTAS
179
Francilete Viana Gomes, Roberta Diniz Nogueira Ribeiro, Cândido Sampaio Castro Neto
INTRODUÇÃO: A vigilância em saúde objetiva a análise constante da situação de saúde da população bem
como o planejamento e execução de medidas pertinentes ao controle de determinantes, riscos e danos à
saúde. Responde pelas ações de promoção da saúde, de prevenção e controle de doenças e agravos à saúde
constituindo-se num trabalho amplo que abrande as vigilâncias epidemiológica, ambiental, sanitária e saúde
do trabalhador. O curso Técnico em Vigilância em Saúde possui turmas descentralizadas, e este trabalho é o
relato de experiência do estágio curricular I desenvolvido nas 7ª e 8ª Regiões de Saúde do Estado do Ceará,
no qual apresenta uma série de desafios, de acordo com as particularidades e necessidades que cada
município e isto exige uma flexibilidade no desenvolvimento das atividades. Planejar, desenhar e
estabelecer um cronograma de ações específicas, a serem desenvolvidas no estágio, que atendam a
necessidade de cada região de saúde foi fundamental para o sucesso deste módulo prático. OBJETIVOS
Apresentar o trabalho desenvolvido no estágio supervisionado I do Curso Técnico em Vigilância em Saúde
das turmas descentralizadas da 7ª e 8ª Regiões de Saúde do Ceará. RELATO DA EXPERIÊNCIA: Esse estudo
relata a experiência do estágio supervisionado I do Curso Técnico em Vigilância em Saúde que acontece nas
7ª e 8ª Regiões de Saúde do Estado, cujos municípios sedes são Aracati, Quixadá e Senador Pompeu. Na 7ª
Região temos 100% de representação e na 8ª temos 70%. O curso apresenta uma carga horária de 1200
horas teóricas e 600 de estágio que acontece em três etapas, sendo a primeira com duração de 150horas. As
atividades foram direcionadas para a Epidemiologia e Sistemas de Informação em saúde, e teve como
finalização a elaboração de um produto a ser entregue a cada gestor municipal. Tais práticas favoreceram o
desenvolvimento da leitura e interpretação dos dados num olhar de vigilância, bem como o planejamento
de ações voltadas para a melhoria da qualidade da saúde de seus municípios e consequentemente da
região. Os alunos passaram a conhecer a complexidade e amplitude das ações na área de Vigilância em
Saúde, desenvolvendo assim, um perfil profissional ético, cidadão e consciente. Objetivando atender as
demandas de cada região, foram elaborados materiais que viabilizassem o monitoramento dos indicadores
ou agravos a saúde para resgatar e/ou implantar a prática da sala de situação direcionada a temas
específicos. Os temas desenvolvidos foram: indicadores municipais, Dengue, Saúde Mental- CAPS, Doenças
Sexualmente Transmissíveis, Acidentes automobilísticos e Saúde Materno Infantil que foram apresentados
em um evento de encerramento, pensado e elaborado pelos próprios alunos. Nestes eventos foram
entregues aos gestores municipais e aos Coordenadores de cada Região de saúde os produtos elaborados.
RESULTADOS: Como resultados podemos descrever o nítido desenvolvimento de uma visão crítica por parte
dos alunos, no que diz respeito à situação da saúde dos municípios e da própria Região de Saúde onde estes
alunos-trabalhadores do SUS estão inseridos. Os temas trabalhados, de acordo com a necessidade de cada
município, resultaram em encaminhamentos dos gestores regionais para o desenvolvimento de ações para a
redução dos danos e agravos à saúde. Tal situação favorece o reconhecimento da importância da formação
do Técnico em Vigilância em Saúde como sendo um profissional da equipe de saúde que somará esforços
para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde prestados a população. CONCLUSÃO: Dentre os mais
diversos desafios existentes no processo de formação profissional de técnicos de nível médio em turmas
descentralizadas e para a área da vigilância em saúde voltada para alunos trabalhadores do SUS, elaborar
atividades que favoreçam o desenvolvimento de competências e habilidades que atendam o que estabelece
a Constituição Federal de 1988 (art. 200) e a Lei nº 8.080/1990 é provavelmente o ponto máximo da missão
da Escola de Saúde Pública do Ceará na execução do curso Técnico em Vigilância em Saúde das turmas
descentralizadas. O Produto final desenvolvido veio para facilitar o monitoramento dos agravos à saúde,
favorecendo e efetivando salas de situação que sejam norteadores de ações voltadas para a Saúde Coletiva
e a participação do técnico em Vigilância em Saúde na equipe multiprofissional de saúde irá trazer um olhar
diferenciado contribuindo para a melhoria do SUS.
LEI DE AMPARO AS AÇÕES DE ENDEMIAS: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA NO COMBATE AO AEDES NO
MUNICÍPIO DE LIMOEIRO DO NORTE
180
Lívia Maria Nogueira Fernandes Peixoto; Raimundo Levi Gomes dos Santos
INTRODUÇÃO: O país vem registrando por um aumento no número de casos de Dengue, Febre Chikungunya
e Vírus Zika no país, configurando uma potencial emergência de saúde pública. De acordo com Sistema de
Informações de Agravos de Notificações – SINAM, o município de Limoeiro do Norte, confirmou no ano de
2014, 468 casos de Dengue, 04 casos de Dengue com sinais de Alarme, 02 casos de dengue grave, sendo
que, ambos evoluíram para óbito. Já no ano de 2015 foram registrados 221 casos da doença, 04 casos de
Dengue Com Sinais de Alarme e 02 casos de Dengue Grave que evoluíram a óbito e no ano de 2016 até a
semana epidemiológica 24 foram confirmados 26 casos da doença. Os índices entomológicos registram uma
infestação acima de 1% nos últimos dois anos, sendo que em 2015 a média de incidência ficou em 1,24% o
ano, e em 2016 o índice é de 1,15% (SisPNCD). Ações de sensibilização e mobilização social são realizadas
rotineiramente mesmo assim verificou-se que a população continua negligente em combater ao Aedes.
Sendo necessária uma resposta rápida, eficaz e permanente no combate a vetores a fim de evitar possíveis
epidemias, o município de Limoeiro do Norte sentiu a necessidade de criar uma medida legal e coercitiva.
OBJETIVO: Com objetivo de reduzir possíveis criadouros do Aedes, vetores transmissores de arboviroses, o
município de Limoeiro do Norte, criou a lei municipal 1.949/2016 que responsabiliza os proprietários ou
responsáveis de imóveis a adotarem medidas necessárias. Mantendo seus imóveis limpos, sem acúmulo de
objetos e materiais que se prestem a servir de criadouros, evitando condições que propiciem a instalação e
proliferação dos vetores do gênero Aedes, ou quaisquer outros vetores causadores de doenças. DESCRIÇÃO:
A Lei n.º 1.949/2016 autoriza a entrada forçada das autoridades sanitárias nos imóveis abandonados ou que
os proprietários/moradores estejam ausentes, procura minimizar os riscos à saúde pública, respeitando as
garantias do domicílio sendo a última medida tomada pela autoridade sanitária. A lei é bastante ampla,
obrigando aos estabelecimentos públicos e privados a adotarem medidas necessárias à manutenção dos
imóveis limpos, sem acúmulo de objetos e materiais que se prestem a servir de criadouros, evitando
condições que propiciem a instalação e proliferação dos vetores do gênero Aedes, ou quaisquer outros
vetores causadores dessas doenças. Ficando os responsáveis de caixas d'água, borracharias, empresas de
recauchutagem, recicladoras de sucatas e afins, piscinas, espelhos d'água, fontes, chafarizes, cisternas de
qualquer natureza, poços, cacimbas, obras da construção civil e terrenos obrigados a adotarem medidas
necessárias que evitem a proliferação dos mosquitos do gênero Aedes. Verificado ambiente propício pela
autoridade sanitária, o proprietário ou responsável do imóvel, será notificado e terá um prazo de quinze dias
para regularizar a situação findo o qual estará sujeito a imposição de multas que variam de 100 UFIRM a 500
UFIRM de acordo com o valor do imóvel e a número de recipientes infestados. PRINCIPAIS RESULTADOS: A
lei foi aprovada em 04 de maio de 2016 onde a mesma garante um tempo mínimo de divulgação para que os
municípios se adéquem as exigências impostas. A comissão responsável pela elaboração da lei utilizou várias
formas de divulgação como espaço na tribuna livre da Câmara municipal, emissoras de rádios, reuniões com
as Unidades Básicas de Saúde utilizando os Agentes Comunitários de saúde na sensibilização da população e
distribuição de panfletos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: desta forma considera se uma medida a ser seguida, pois
o Aedes vem causando grandes problemas de saúde pública em todo o país, necessitando de ações rápidas e
eficazes. Responsabilizar o proprietário do imóvel pelas ações de combate vetorial torna se uma ferramenta
fundamental devido à rápida proliferação do Aedes. Pois só o mesmo pode interromper o ciclo de
reprodução em tempo hábil evitando grandes problemas de saúde pública.
O DESAFIO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO MANEJO E DESCARTE DE RESÍDUOS HOSPITALARES: RELATO DE
EXPERIÊNCIA.
181
Daniele Keuly Martins da Silva, Maria Elisa Curado Gomes, Linicarla Fabiole de Souza Gomes, Ana Kelve de
Castro Damasceno, Maíra dos Santos Albuquerque
INTRODUÇÃO: A assistência à saúde dentro do ambiente hospitalar é uma atividade multifacetada na qual
demanda a utilização frequente de equipamentos e materiais modernos e complexos, utilizados por
profissionais de diversas áreas e especialidades que contribuem para o aumento da utilização de insumos
descartáveis que precisam ter destino adequado. Frente ao apresentado, percebe-se que a equipe de
Enfermagem, é categoria responsável pela maior produção em números de Resíduos Sólidos de Saúde (RSS),
tornando-se a classe mais vulnerável, em virtude de lidarem constantemente com resíduos de cirurgias, de
unidades de isolamento, bioquímicos ou, até mesmo, oriundos de laboratórios de anatomopatologia,
bacteriologia e virologia, entre outros. Os problemas oriundos do gerenciamento inadequado dos RSS são
capazes de acarretar prejuízos individuais e coletivos. É importante ressaltar que entre as consequências
individuais estão a transmissão de doenças como a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e hepatites B
ou C, as quais podem ser adquiridas pelo manuseio e descarte errôneo de materiais perfurocortantes que,
muitas vezes, estão contaminados por sangue ou fluídos, junto a isso, tais consequências são potencializadas
pelo uso incorreto do equipamento de proteção individual (EPI), favorecendo a vulnerabilidade do
profissional. Outrossim, entre os prejuízos coletivos pode-se destacar a proliferação de vetores
transmissores de doenças, bem como a contaminação das águas, contribuindo, assim, para o aumento dos
problemas de saúde pública. Nesse contexto, o enfermeiro ocupa lugares de liderança, tornando-se
responsável pelas unidades e tendo que responder por questões técnicas, tal como a gestão dos resíduos
gerados, logo, deve-se atentar para tal problema. OBJETIVO: Descrever a experiência de ensinoaprendizagem, ofertada para a classe de enfermagem, sobre o manejo e descarte de RSS. METODOLOGIA:
Relato de experiência envolvendo atividades educativas oferecidas para a classe de enfermagem durante a
prática curricular da disciplina Processo do Cuidar em Enfermagem, do quinto período. Atividade realizada
na Unidade Cardiológica de um hospital secundário, no Município de Fortaleza- Ceará, no período de maio a
junho de 2016. Abordou-se o tema manejo e descarte de resíduos hospitalares, utilizando-se de artifícios
educativos, tais como etiquetas com estratificação de risco para cada tipo de resíduo gerado, a fim de
identificar o conteúdo e avisos com informações relevantes sobre o uso de EPI e suas consequências do não
uso, os quais foram colocados de forma visível por toda a enfermaria. RESULTADOS: A experiência foi de
grande relevância para as acadêmicas, pois se percebeu a importância da educação continuada,
essencialmente, em assuntos que oferecem riscos aos enfermeiros, uma vez que se observou que com a
prática corriqueira o profissional tende a acostumar-se e cometer vícios, muitas vezes, errôneos. Após a
implementação das etiquetas de estratificação, as acadêmicas perceberam que os profissionais da unidade
se sentiram mais cobrados para o descarte correto dos RSS, o que foi de grande importância, pois a
exposição das etiquetas favoreceu que o resíduo gerado fosse descartado no local propício. Além disso, pela
experiência se tratar em uma instituição pública, muitas vezes, falta materiais para o descarte correto dos
RSS, logo há improvisações, como o uso de sacos de lixo biológico para substituir sacos de lixo comuns e
vice-versa, com isso, as etiquetas favoreceram a identificação do conteúdo, impedindo a sua mistura. Com a
colocação dos avisos na enfermaria, não só os enfermeiros e técnicos, como outros profissionais, passaram a
ser mais cautelosos com o uso do EPI, principalmente com as máscaras e os gorros. CONCLUSÃO: A vivência
das acadêmicas possibilitou uma reflexão sobre a importância da execução das normas de descarte da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, permitindo uma junção entre a teoria e a prática. Destarte, a
realização de educação continuada sobre o gerenciamento de RSS torna-se essencial para a mudança de
comportamento e conscientização dos profissionais, além da preservação da saúde pública.
"OUTUBRO ROSA": UMA ESTRATÉGIA PARA PROMOÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR
182
Ana Karla Ramalho Paixão, Edna Jéssica Lima Gondim, Carmem Cintra de Oliveira, Ana Ravenna Sales
Soares, Charlliane Fernandes Gonçalves Ribeiro, Nirley Mara Alves Domingues, Rebeca Andrade Cavalcante,
Aline Braúna dos Santos
INTRODUÇÃO: Atualmente as medidas de prevenção e rastreio precoce do câncer de mama vêm sendo cada
vez mais difundidas pelos profissionais da atenção básica como forma de conscientizar as mulheres, em
especial aquelas com idade a partir dos 40 anos sobre esta problemática. Estima-se que em 2016 cerca de
57.960 novos casos serão diagnosticados no Brasil, o que equivale a uma parcela de 25% das neoplasias
rastreadas ao ano pelo Instituto Nacional de câncer (INCA). Em consonância a isso, a partir da década de
1990 no mundo, o mês de outubro “veste-se” de rosa incorporando a campanha ‘Outubro Rosa”, que no
Brasil é encabeçada pelos atores do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse movimento, portanto, visa
conscientizar, prevenir e diagnosticar precocemente este câncer nas mulheres brasileiras. OBJETIVOS DA
EXPERIÊNCIA: Promover educação em saúde aos trabalhadores da empresa Citeluz - serviços de iluminação
urbana, no município de Maracanaú/Ceará, sensibilizando-os para a prevenção, diagnóstico e tratamento do
câncer de mama. O intuito foi transformá-los em multiplicadores e perpetuadores desta ação no convívio
social. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: No dia 22 de outubro de 2015, no período da tarde, foram solicitados
pela empresa Citeluz através de ofício, profissionais de saúde para facilitar uma roda de conversa cuja
temática envolvia o “outubro rosa”. Esse momento foi caracterizado, inicialmente, pela exposição dos
serviços ofertados pela atenção básica, voltados especialmente à prevenção do câncer de mama, tais como:
importância e instruções quanto a realização do autoexame, seguida da procura efetiva à Unidade Básica de
Saúde (UBASF) para inserção no programa de saúde da mulher. Através disso, fica evidente a possibilidade
de facilitar a realização dos exames rastreadores desta neoplasia, solicitados pela equipe de referência tais
como a ultrassonografia mamária e a mamografia. Na ocasião três profissionais da residência
multiprofissional da Escola de Saúde Pública do Ceará compareceram à empresa (1 fisioterapeuta, 1
enfermeira e 1 assistente social) facilitando o momento para 16 trabalhadores (homens e mulheres). A
temática foi trabalhada em roda, através de slides, imagens, prótese de mamas, panfletos e muito diálogo.
Nesse momento utilizou-se de metodologias ativas, dinâmicas, de modo que todos expusessem de forma
objetiva o seu entendimento sobre a patologia e modos de preveni-la, não esquecendo dos fatores de risco
que fazem parte da epidemiologia do câncer. De modo a trabalhar a integralidade, foi difundida a testagem
rápida para HIV e Sífilis no SUS e realizada a entrega de preservativos masculinos e femininos. PRINCIPAIS
RESULTADOS: Em um primeiro momento, pôde-se conhecer o nível de instrução daqueles trabalhadores
acerca da temática discutida. Paralelamente, uma troca de saberes foi construída, na medida em que o
profissional trocava o saber científico pelo saber popular dos trabalhadores e vice-versa. Além disso, foi
apresentada uma parte da equipe que compõe a residência multiprofissional em saúde da família no
município supracitado, evidenciando o fortalecimento das práticas em saúde no território por parte destes
profissionais. CONCLUSÃO: Observou-se que o momento acima descrito possibilitou estreitar laços
intersetoriais entre a referida empresa privada e o SUS. A ideia de levar saúde a outros setores da sociedade,
como o setor empresarial, também constitui um exercício de promoção à saúde, tendo em vista que boa
parte dos trabalhadores encontra-se em serviço durante os turnos de funcionamento das UBASF’s. Desse
modo fortalece-se a importância desta ação como facilitadora e sensibilizadora para a realização dos exames
de rastreio precoce ao câncer de mama, aumentando a sobrevida diante dos diagnósticos.
PROJETO CIRCUITO SAÚDE PARA CATADORES DE MATERIAIS REUTILIZÁVEIS E RECICLÁVEIS
183
Vânia Maria Araújo Loureiro, Francisca Lucilene Nogueira Rebouças, Fabíola Silva de Castro, Karolina
Rebouças Aguiar, Márcia Araújo de Oliveira Pereira, Vanessa Saraiva Santos, Eline Saraiva Silveira Araújo
A Lei Orgânica da Saúde 8080/90, inclui a Saúde do Trabalhador como campo de atuação do Sistema Único
de Saúde (SUS). Para programar as ações de uma atenção diferenciada, para os trabalhadores na rede de
serviços de saúde, a Área Técnica de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde (COSAT) adota como
principal estratégia a construção da Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) no SUS
(Dias, 2005). A portaria Nº 1679 de 2002 dispõe sobre a estruturação da RENAST e dá outras providências.
Estabelece que, em cada estado sejam organizados Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CRST)
de abrangência estadual e de abrangência regional. Apresenta esses centros como polos irradiadores, no
âmbito de um determinado território, da cultura especializada subentendida na relação processo de
trabalho/processo saúde/doença, assumindo a função de suporte técnico e científico, deste campo do
conhecimento. Devendo suas atividades ser articuladas aos demais serviços da rede do SUS. Em 2012 a
Portaria GM/MS Nº 1.823 institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT),
definindo como sujeitos dessa política todos os trabalhadores, homens e mulheres, independentemente de
sua localização, urbana ou rural, de sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou informal. No
entanto, orienta que as ações deverão priorizar as pessoas e grupos em situação de maior vulnerabilidade
de trabalho. Em 2013, consciente de seu papel, percebendo a vulnerabilidade e a invisibilidade social dos
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, pautado em base legal e estimulado pela Oficina para
elaboração do projeto pró-catador com foco na erradicação do trabalho infantil, promovida pela Secretaria
Estadual de Saúde, Núcleo de Atenção a Saúde do Trabalhador (NUAST) com participação Coordenação
Geral de Saúde do Trabalhador, o CEREST Regional Fortaleza elaborou o Projeto Circuito Saúde com o
objetivo principal de reduzir a vulnerabilidade dessa categoria, fazendo com que a Atenção Primária a
perceba, enquanto trabalhadores do seu território e em grande risco de adoecimento advindo do processo
produtivo e não apenas como usuários isolados, que de certa forma, buscam o serviço. Vale ressaltar que os
catadores percebem o lixo como fonte de sobrevivência, a saúde como capacidade para o trabalho e,
portanto, tendem a negar a relação direta entre o trabalho e problemas de saúde. (Porto et al. 2004) e não
percebem a extrema importância dele, para a saúde ambiental e para a saúde humana. O público-alvo desse
experimento são os catadores ligados às associações, seus filhos e cônjuges envolvidos no processo
produtivo. A metodologia adotada foi muito extensa, inicialmente realizou-se o levantamento das
associações de catadores existentes por Secretaria Regional (SR), estabeleceu-se contato com cada uma
delas, para a apresentação do projeto, mapeamento das associações, para identificar a UAPS de referência,
agendar e realizar reuniões com os coordenadores das UAPS, para apresentação do projeto e planejar a
execução, pois para que o circuito aconteça é necessário criar um fluxo onde todos passem por todos os
serviços disponíveis e assim, não deve ser realizado junto à demanda normal da UAPS. Agendado com a
UAPS a associação é comunicada, a fim de que divulgue entre seus associados. E por fim o dia D, onde os
catadores e seus filhos foram acolhidos na UAPS, fizeram seus cadastros e foram atendidos nos diversos
serviços. Embora o número de catadores participantes tenha sido muito menor que o esperado, considerase o resultado positivo, pois vários concluíram o esquema de vacinação, realizaram tratamento
odontológico, fizeram o cadastro na unidade de saúde, e alguns tiveram adoecimento diagnosticados e os
devidos encaminhamentos, inclusive houve detecção de câncer de boca. Em paralelo às ações de saúde
surgiu a oportunidade de inclusão dessas associações em grandes eventos do município, o que gerou renda
e deu visibilidade a categoria. Por fim é preciso lembrar que todos: somos, fomos ou seremos trabalhadores,
que o trabalho é fator determinante e condicionante no processo de adoecimento e que cabe a Saúde
Coletiva ampliar o entendimento de que a saúde do trabalhador deve ser concebida como uma ação
transversal, devendo a relação saúde trabalho ser identificada em todos os pontos e instâncias da rede de
atenção, alcançando o objetivo IV da PNSTT e fortalecendo a Vigilância em Saúde.
PROMOÇÃO DA SAÚDE DA PUÉRPERA E RECÉM-NASCIDO DURANTE VISITA DOMICILIAR: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
184
Mariana da Silva Campos, Laurani da Penha Silveira, Manuel Paiva Sobrinho, Acássio Ferreira de Holanda,
Gleyciane Lima de Castro, Monaliza Ribeiro Mariano
INTRODUÇÃO: A visita domiciliar é um instrumento de intervenção fundamental na saúde da família e na
continuidade de qualquer forma de assistência e/ou atenção a saúde, e no puerpério é realizada na primeira
semana após a alta do bebê e tem como objetivos: avaliar estado de saúde da puérpera e recém-nascido,
assim como a interação entre eles; orientar e apoiar a família para amamentação e cuidados com RN;
orientar o planejamento familiar e identificar situações de riscos ou possíveis intercorrências para adoção de
condutas adequadas. OBJETIVO: Relatar a experiência da visita domiciliar à puérpera e recém-nascido.
METODOLOGIA: Relato de experiência de visita domiciliar a duas puérperas e recém-nascidos na UAPS,
localizada da Praia do Futuro, durante a disciplina de Saúde da Mulher, do curso de enfermagem do Centro
Universitário Estácio do Ceará, em abril de 2015. RESULTADO: Durante a visita domiciliar foi priorizado o
estado físico e psicológico da puérpera, desenvolvimento do recém-nascido e promoção da saúde dos
mesmos. A puérpera foi questionada sobre a alimentação, sono, amamentação, lóquios, necessidades
fisiológicas, relacionamento com marido e família; cuidados com o RN: banho, limpeza do coto umbilical,
troca de fraldas, cólicas, banho de sol e cartão de vacinas. A partir das respostas obtidas, orientações foram
fornecidas. Avaliou-se ainda perímetro cefálico e torácico do recém-nascido e presença de cicatriz cirúrgica
da cesariana da puérpera. CONCLUSÃO: A visita domiciliar reflete diretamente na qualidade de vida dessas
mulheres e seus recém-nascidos, tendo em vista, que as orientações fornecidas dão subsídios para que se
sintam seguras para o autocuidado e o cuidado dos seus filhos, além de prevenir e/ou detectar possíveis
complicações e encaminhá-las para tratamento.
RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM HANSENÍASE COMO EXPRESSÃO DO CUIDADO
COM DIFERENTES GRUPOS COMUNITÁRIOS
Andressa Guedes Kaminski Alves, Fabianne Ferreira Costa Róseo, Silvano Ferreira de Sena, Marta Silvana
Ferreira da Costa, Ana Alice Fernandes Falcão, Maria de Lourdes Lima Ferreira
INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença crônica granulomatosa, proveniente de infecção causada pelo
bacilo Mycobacterium leprae que tem alta infectividade e baixa patogenicidade. Seu alto potencial
incapacitante está diretamente relacionado ao poder imunogênico (BRASIL, 2010). No Brasil as regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste são consideradas mais endêmicas, com áreas de importante manutenção da
transmissão. No Ceará apesar de ter ocorrido uma redução da taxa de detecção na análise dos dados de
2001 a 2012, ainda é considerado muito alto, segundo parâmetros da OMS/MS (CEARÁ, 2013). No município
de Aracati, a partir de 2013, o coeficiente de prevalência de hanseníase passou a ser classificado em médio
(variando de 1,39/10.000hab em 2013 para 2,06/10.000hab em 2015), o aumento da detecção foi resultado
da capacitação dos médicos e enfermeiros da atenção básica, através do Centro de Referência em
Dermatologia Dona Libânia, em Fortaleza-CE. Mediante essa situação acredita-se que ações educativas com
foco na promoção, prevenção e recuperação são de suma importância para a sociedade, uma vez que a
doença tem tratamento e cura. OBJETIVO DA EXPERIÊNCIA: Informar a diferentes grupos comunitários sobre
a hanseníase ensinando a detectar a doença precocemente, a prevenção e o tratamento, em Aracati-CE.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O estudo consiste de um relato de experiência vivenciado por profissionais da
Estratégia Saúde da Família (ESF) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), como contribuição ao Dia
Estadual da Pessoa Atingida pela Hanseníase. As ações foram programadas pela ESF e NASF com a
orientação da coordenação municipal do programa de controle da hanseníase e da 7ª Coordenadoria
Regional de Saúde-Aracati-CE. Durante uma semana foram desenvolvidas ações de educação em saúde com
vários grupos comunitários das vinte equipes da ESF. As ações ocorreram no mês de junho de 2016. Nesta
ocasião foram utilizadas várias estratégias de abordagem ao tema, além da capacitação dos Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) por médicos e enfermeiros da ESF. Os grupos trabalhados foram: 1) estudantes
185
de Escolas Municipais do Ensino Fundamental: Francisco Amaral Lima (zona rural) e Gercina Nepomuceno
(zona urbana); 2) grupo de hidroginástica de pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II); 3)
trabalhadores de uma empresa do agronegócio (Syngenta); 4) grupo de gestantes do Distrito Sanitário Farias
Brito; 5) grupos de pacientes e ACS do Distrito Sanitário Abengruta I e II; 5) médicos, enfermeiros, técnicos
de enfermagem e ACS do Distrito Sanitário Nossa Senhora de Fátima I e II. Como técnica metodológica, foi
realizada exposição dialogada sobre o tema, por meio de recursos visuais, do tipo slides, além de folders,
cartazes e álbuns seriados. Para isso, a ação foi articulada de maneira atrativa, comunicativa, participativa e
interativa, para que os participantes se sentissem livres para expor e compartilhar suas dúvidas e
experiências. Principais RESULTADOS: Percebeu-se que houve um interesse dos grupos trabalhados em
relação ao tema, devido às dúvidas que surgiram no decorrer das ações, sendo estas esclarecidas no
momento das apresentações. Neste sentido, a Educação em Saúde pretende colaborar na formação de uma
consciência crítica na população, especialmente os escolares, além dos demais grupos, resultando na
aquisição de práticas que visem à promoção, manutenção e recuperação da própria saúde e da saúde da
comunidade da qual faz parte. Além de ser uma prática social crítica e transformadora amplamente utilizada
na prevenção da Hanseníase (GUBERT, 2009). Nessa perspectiva percebe-se que as experiências de
educação comunitária constituem-se em espaços de construção de conhecimentos e de experimentação de
formas de cuidado em Saúde Coletiva. Dessa forma entende-se que é necessário o empenho e atuação da
equipe multiprofissional para a promoção e a prevenção de saúde, intensificando ações educativas que
devem ser realizadas de forma permanente em todos os grupos comunitários. CONCLUSÃO: A possibilidade
de estar próximo à comunidade por meio de ações educativas, permitiu a criação de um vínculo maior entre
usuários e profissionais de saúde que atuam nas UBS e NASF. Assim, foi de fundamental importância à
abordagem da hanseníase nas ações, porque permitiu esclarecimentos e desmistificações de questões
acerca da doença, contribuindo significativamente para a construção de elos entre equipes da ESF, NASF e
os grupos comunitários.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS E MORTALIDADE POR DOENÇA DE CHAGAS
Heitor Cândido de Souza, Edsonete Freitas Silva, Letícia Milena Freitas Silva
INTRODUÇÃO: A Doença de Chagas foi descrita em 1909, pelo médico sanitarista Carlos Chagas, sendo
também denominada de tripanossomíase americana. Em 2008, causou cerca de 11.000 mortes na América
Central e América do Sul e segundo o Ministério da Saúde 2 a 3 milhões de casos estejam localizados no
Brasil (WHO, 2008). O agente etiológico é o Trypanosoma cruzi, um protozoário flagelado, que tem como
hospedeiros mamíferos, aves e répteis e como vetores várias espécies de triatomíneos hematófagos
(JURBERG et al., 2004; SANTANA, 2011). A via vetorial é a principal forma de transmissão, onde o
triatomíneo deposita juntamente com seus excrementos o T. cruzi, que penetra por continuidade nos
tecidos cutâneos. As vias de importância secundária são a via transfusional, que ocorre pela transfusão de
hemoderivados ou transplantes de órgãos provenientes de doadores contaminados e a via oral, que se dá
pela ingestão de alimentos contaminados. (CIMERMAN e CIMERMAN, 2008; VASCONCELOS et al., 2013). A
doença apresenta quatro formas clínicas: aguda, crônica indeterminada, subaguda e crônica determinada,
podendo manifestar lesões cardíacas, digestivas e menos comumente nervosas (BRENER et al., 2000). No
Nordeste observa-se uma grande concentração de espécies vetoriais e precárias condições de vida na zona
rural, fatores que implicam diretamente na taxa média brasileira de hospitalização, que no período entre
1995 a 2008 foi de 0,99 por 100 mil habitantes, sendo a do Ceará de 0,44. Já a taxa de mortalidade no país
foi reduzida, exceto na região Nordeste, sendo necessária uma intensa monitorização (BRAZ et al., 2011).
OBJETIVOS: Análise da tendência temporal da distribuição de hospitalizações de 2008 a 2015 e da
distribuição de óbitos de 2008 a 2014 por Doença de Chagas no Ceará. MÉTODO: Estudo epidemiológico,
retrospectivo com abordagem quantitativa, do tipo descritivo, com dados secundários, coletados no
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS/MS), através do Sistema de
Informações Hospitalares do SUS, do Sistema de Informações sobre Mortalidade e do Sistema de
186
Informações de Agravos de Notificação, tendo como variáveis internações hospitalares, óbitos e incidência
por infecção chagásica no Ceará, por local de residência e por local de internação.
RESULTADOS/CONCLUSÕES: De acordo com os dados obtidos Fortaleza foi o município com maior número
de hospitalizações por residência e por local de internação e de óbitos por ocorrência e por residência,
representando respectivamente 22.7%, 38.8%, 24.7% e 11.6% dos casos nos períodos abordados. O ano de
2008 apresentou a maior quantidade de hospitalizações por local de internação e residência no período de
2008 a 2015, correspondendo a 45.3%. Com relação à mortalidade, o ano de 2012 teve o maior destaque,
tanto em local de ocorrência quanto de residência, correspondendo a 18.7% e 18.6%. E por último, entre
2008 e 2014 apenas um caso de Doença de Chagas Aguda foi notificado no município de Sobral. De acordo
com o exposto, apesar de apenas um caso ter sido notificado no período avaliado há a possibilidade de
haver outros casos, pois as notificações de 2015 em diante não foram divulgadas. A doença de Chagas
continua sendo preocupante, pois implica em graves consequências, podendo levar o indivíduo portador a
óbito e ocasionar miocardiopatias, que segundo Lima et al., (2010), é a terceira maior causa de transplantes
cardíacos no Ceará. Assim há uma quantidade relativa de paciente que recorrem às unidades de saúde,
sendo hospitalizados devido ao agravamento clínico, tanto na fase aguda quanto na crônica.
RECOMENDAÇÕES: Com a imposição de que a Doença de Chagas seja uma enfermidade com tendência
declinante, muitos profissionais vêm negligenciando a enfermidade no leque de possíveis diagnósticos mais
comuns. Assim devem ser oferecidos a esses profissionais da saúde, cursos de aperfeiçoamento para
prevenção, atualização de diagnóstico e tratamento dessa enfermidade, além da implementação de uma
vigilância epidemiológica especializada em todos os municípios. Já que uma efetiva manutenção e ampliação
da vigilância entomológica e epidemiológica pode preservar a saúde das pessoas, bem como ser uma
alternativa à detecção precoce de novos infectados. As antigas medidas adotadas pela extinta
Superintendência de Campanhas de Saúde Pública, tais como: aplicação de inseticidas, uso de telas
protetoras e educação sanitária, continuam sendo eficazes no controle da transmissão vetorial.
UTILIZAÇÃO DE PAINEL DE INDICADORES ESTRATÉGICOS COMO FERRAMENTA DE GESTÃO DA VIGILÂNCIA
EM SAÚDE NO CEARÁ
Thaís Nogueira Facó de Paula Pessoa, Daniele Rocha Queiroz Lemos, Roberta de Paula Oliveira, Márcio
Henrique de Oliveira Garcia, Edenilo Baltazar Barreira Filho, Maria Rossana Pinheiro Câmara, Ana Vilma
Leite Braga, Maria Dolores Duarte Fernandes, Henrique Jorge Javi de Sousa
O monitoramento e avaliação de indicadores de vigilância em saúde representa um importante instrumento
de análise da execução das ações à luz dos resultados alcançados e do cumprimento de metas, subsidiando
assim, a tomada de decisões e planejamento de ações por gestores e profissionais de saúde. Através desta
estratégia é possível identificar áreas de atuação da vigilância em saúde com maior dificuldade para o
alcance de metas, e assim otimizar a distribuição dos recursos técnicos e financeiros disponíveis no sentido
de melhorar os resultados obtidos. Com o principal objetivo de consolidar a rotina de monitoramento e
avaliação entre as equipes de vigilância em saúde do Estado, regiões e municípios, a Coordenadoria de
Promoção e Proteção a Saúde - COPROM, responsável pelas ações de vigilância em saúde do Ceará,
construiu um painel de indicadores estratégicos. Contendo 30 indicadores selecionados através de
construção coletiva com áreas técnicas, o painel contempla informações das vigilâncias epidemiológica,
sanitária e ambiental; informação e análise em saúde; imunizações e controle de vetores. Os indicadores do
painel foram selecionados levando em consideração critérios como representatividade, oportunidade e
reprodutibilidade nas 22 regiões de saúde e 184 municípios. A periodicidade de monitoramento do painel é
quadrimestral, pois permite a avaliação da execução das ações desenvolvidas e a intervenção oportuna
diante dos problemas identificados. Para sinalizar o desempenho dos indicadores do painel foram utilizadas
as cores verde (meta atingida), amarelo (meta próxima a ser atingida) e vermelho (meta não atingida). A
primeira etapa do monitoramento do painel ocorreu em maio de 2016, e apontou 11 regiões de saúde com
a maioria dos indicadores sinalizados em verde, 02 regiões de saúde com a maioria em amarelo e 09 regiões
187
de saúde com a maioria em vermelho. Em relação ao alcance de metas, os indicadores em melhor situação
entre todas as regiões de saúde foram os de número 11 (Taxa de detecção de Aids em menores de 5 anos de
idade) e de número 20 (Proporção de óbitos infantis e fetais investigados), enquanto os indicadores em
situação mais preocupante foram os de número 07 (Taxa de abandono - < 5% - no esquema de vacinação da
Tríplice Viral) e de número 28 (Proporção de municípios com surtos de doenças de transmissão alimentar DTA notificados). No consolidado do Estado o monitoramento do painel evidenciou que 09 indicadores
foram sinalizados em verde, 10 em amarelo e 11 em vermelho. Através da análise da primeira etapa do
monitoramento do painel podemos perceber quais as regiões de saúde necessitam de maior suporte técnico
para o desenvolvimento de ações de vigilância em saúde, bem como quais as áreas técnicas necessitam de
maior investimento, seja na intensificação das ações desenvolvidas ou no planejamento de novas estratégias
de atuação. Por fim, conclui-se que o painel de indicadores estratégicos de vigilância em saúde do Ceará
representa um marco para o aperfeiçoamento do monitoramento e avaliação de indicadores no Estado,
sempre com o enfoque na melhoria das condições de saúde e de vida da população.
Eixo Temático: Outros temas
Modalidade: Pesquisa em saúde
ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO SOB A CONCEPÇÃO DE PRIMÍPARAS
Camila Santos do Couto, Conceição de Maria de Albuquerque, Jamilly Araújo Leal, Kellyanne Abreu Silva,
Lívia Silva de Almeida Fontenele, Laura Tereza Vilaça Araújo Benevides, Ledymara Cunha dos Santos Félix,
Regina Célia Carvalho da Silva
INTRODUÇÃO: A maternidade provoca mudanças, principalmente para primíparas, pois quase sempre não
estão preparadas para enfrentar e se adaptar a essa nova condição de vida, as rotinas e todas as demandas
que a maternidade exige. Dentro da equipe de saúde, destaca-se o enfermeiro, como profissional de saúde
que assiste a mulher de maneira direta em todo o seu ciclo gravídico-puerperal, estando apto para
identificar as dúvidas e complicações relacionadas ao processo de amamentação e, assim, intervir de
maneira eficaz. Durante experiências vividas no campo de pratica, perceberam-se a elevada incidência de
primíparas inseguras em relação aos cuidados com seus filhos e a importância do aleitamento materno
exclusivo, muitas delas adolescentes. OBJETIVO: Identificar as concepções de primíparas acerca do
aleitamento materno exclusivo. MÉTODO: Realizada pesquisa descritiva, com enfoque na abordagem
qualitativa. O estudo se desenvolveu na unidade de alojamento conjunto de um Hospital de Referência a
Assistência Materno-Infantil situado em Fortaleza-Ceará. A coleta ocorreu nos meses de agosto a outubro
de 2015, mediante entrevista semiestruturada com 25 puérperas primíparas. A pesquisa foi aprovada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa, com Parecer Nº 559.378. RESULTADOS: Os relatos foram transcritos e
analisados, de forma que emergiram as categorias: Concepções maternas relacionadas ao aleitamento
materno exclusivo e Orientações realizadas por profissionais de saúde acerca do aleitamento materno
exclusivo. Nos relatos as entrevistadas demonstraram conhecimentos quanto à AME e ao período pelo qual
deve ser praticada. Embora todas tenham afirmado a importância desta, nem todas conseguiram informar o
porquê. O desconhecimento sobre o aleitamento materno exclusivo coloca em risco o sucesso da
amamentação. Isso remete à importância do profissional da saúde nesse contexto, pois se a vivência dessa
primípara for negativa provavelmente ela terá grandes dificuldades em amamentar exclusivamente. Ao
abordar o período no qual a criança deve mamar exclusivamente, parte das puérperas soube informar que a
duração do AME deve ser até os seis meses de vida. A prática alimentar exclusiva até os seis meses de idade
é o padrão-ouro para lactantes, pois é a forma mais segura, eficaz e completa de se alcançar crescimento e
desenvolvimento adequado. Ao serem questionadas acerca das orientações relacionadas ao aleitamento
materno prestadas por algum profissional de saúde, percebeu-se que estas informações foram transmitidas
em sua maioria pelo enfermeiro. Uma das ações preventiva mais importante evidenciada é quanto ao
188
emprego da técnica correta de amamentar desde o nascimento. Precisa-se encorajar mães a aprender a
amamentar, aprendizado esse, que antes era facilitado pelas mulheres mais experientes da família, mas que
hoje dependem em grande parte dos profissionais da saúde. CONCLUSÃO: Conclui-se que as puérperas que
estão vivenciando pela primeira vez essa experiência, carecem da atuação dos profissionais de saúde na
promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno exclusivo, gerando um quadro de corresponsabilidade
da mãe para com o filho. Devido ao não domínio da situação, muitas vezes por falta da experiência prévia, é
inegável a relevância de ações educativas. Porém, evidenciam-se lacunas relacionadas à esta assistência
educativa e do apoio promovido por profissionais da saúde às gestantes e puérperas. É fundamental que as
orientações para as puérperas primíparas sejam iniciadas desde o pré-natal, seguidos no período perinatal e
pós-natal, e reforçados no momento da alta hospitalar.
FINANCIAMENTO DA SAÚDE NAS REGIÕES DE SAÚDE DO CEARÁ
Samanta Daisy de Oliveira Holanda, Luciene Alice da Silva
INTRODUÇÃO: A Regionalização foi instituída na Constituição Federal de 1988, na Lei 8080/90 e no Decreto
7508/2011, constituindo-se estratégia fundamental no processo de descentralização do SUS e na
configuração das Redes de Atenção à Saúde. O Decreto nº 7508/2011, deu novo destaque a regionalização,
com a criação das Regiões de Saúde e a criação de instâncias de pactuação e negociação-Comissões
Intergestores Regionais, em substituição aos Colegiados de Gestão Regionais. O Ceará possui tradição na
descentralização da saúde. A partir da NOB/93, o estado transferiu a gestão e prestação de serviços para a
esfera municipal. Em 2000, criou Comissões Intergestores Bipartite Regionais, inovando institucionalmente
com novos espaços de negociação e pactuação regional. Com a vigência da NOAS, 2002, formulou seu
primeiro Plano Diretor de Regionalização do SUS. A partir do Pacto pela Saúde, 2006, foi reforçado a
organização regional do SUS no estado e o processo participativo e a partir de 2011, deu início ao processo
de implantação das Redes de Atenção à Saúde. O Ceará obteve avanços em diversos aspectos: técnicos,
normativos e políticos, descentralização das ações e serviços de saúde para os municípios, negociação e
pactuação entre os gestores, com bom funcionamento das instâncias de negociação, o que demonstra um
processo de regionalização consolidado, destacando-se o papel do Estado como um grande indutor no
fortalecimento da gestão e construção de instrumentos para sua efetivação do processo e a busca
permanente na melhoria da qualidade da atenção. Neste contexto, o financiamento é o componente
prioritário para manutenção do funcionamento da saúde no âmbito das regiões no Estado. Em revisão de
literatura verificou-se uma lacuna de estudos sobre o financiamento da saúde por região do Estado do
Ceará, o que torna relevante a pertinência do estudo para tomada de decisão dos gestores, planejamento
das ações em saúde, implementação de políticas, transparência na gestão e difusão do conhecimento ao
controle social e outros segmentos da sociedade. OBJETIVO: Analisar o financiamento da saúde nas regiões
de saúde do Ceará. MÉTODO: abordagem quantitativa na base de dados do Ministério da
Saúde/Siops/Datasus, selecionando-se indicadores para análise comparativa entre as regiões de saúde no
ano de 2014. RESULTADO: Despesa total com saúde por habitante: as regiões de Sobral (R$ 647,4 reais),
Fortaleza (R$ 646,64 reais) e Baturité (R$ 599,1 reais) foram as que tiveram gastos acima dos valores
custeados pelo Estado (R$ 540,94 reais). As regiões de Camocim (R$ 417,69 reais), Itapipoca (R$ 387,96
reais) e Canindé (R$ 382,91 reais), apresentaram as menores expensas do Estado. Percentual de despesas
com investimentos pelo total de despesas em saúde verificou-se que as regiões de Camocim (14,94%), Tauá
(10,27%) e Acaraú (10,22%) apresentaram taxas acima do Estado (5,71%), enquanto Fortaleza (2,92%),
Crato (4,5%) e Aracati ( 4,31%) ficaram a baixo do investido pelo Estado. de transferências SUS pelo total de
despesas em saúde, as regiões de Juazeiro Percentual do Norte (69,76%), Tauá (65,86%) e Sobral(63,27%)
apresentaram percentuais acima do Estado (54,31%), as regiões de Cascavel (45,81%), Baturité (46,03) e
Tianguá (46,45%) inferiores aos transferidos pelo Estado. Percentual de aplicação de recursos próprios em
saúde de acordo com a Emenda Constitucional 29(EC 29) foi cumprido por todas as regiões de saúde,
dentre elas a que mais se destacou foi Caucaia (53,44%), em seguida as regiões de Aracati (50,84%) e
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Limoeiro do Norte (49,91%). O Estado aplicou um percentual de 24,71%, acima do mínimo de 12%
estabelecido pela EC29. As regiões de Tauá (23,96%), Juazeiro do Norte (26,87%) e Sobral (33,98%) tiveram
os menores índices, mas não deixaram de cumprir a EC29. Recursos de transferências SUS por habitante: O
Estado transferiu R$ 293,8 em 2014. Sobral (R$ 409,59), Juazeiro do Norte (R$ 389,74%) e Tauá (R$ 340,01)
Maiores valores transferidos, enquanto Caucaia (R$ 196,73), Tianguá (R$ 199,19) e Cascavel (R$ 205,79)
evidenciaram os menores valores transferidos de recurso SUS aos seus habitantes. Diante do exposto, foi
possível identificar disparidades em relação aos gastos em saúde. O investimento nas regiões de saúde
ainda são escassos, o que dificulta a redução das desigualdades sociais e regionais.
FISIOTERAPIA NO RECÉM-NASCIDO COM ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA NA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA NEONATAL: UMA ANÁLISE RETROSPECTIVA
Raíssa Magalhães de Almeida, Maria Valdeleda Uchoa Moraes Araújo, Mara Marusia Martins Sampaio
Campos, Maria Jaqueline Braga Bezerra, Andréa Stopiglia Guedes Braide, Magnely Moura do Nascimento
INTRODUÇÃO: A encafalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) é uma das manifestações clínicas da asfixia
perinatal mais estudadas pela literatura, sendo caracterizada por disfunção neurológica, podendo ter início
no primeiro dia de vida causando ao recém-nascido (RN) sinais de desconforto respiratório, diminuição do
tônus e reflexos, depressão do estado de consciência e convulsões. OBJETIVO: analisar a abordagem da
fisioterapia com o RN que desenvolver EHI na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), identificando
as variáveis clínicas e biológicas e pontuando as técnicas aplicadas na população em estudo. MÉTODOS:
pesquisa de natureza documental, retrospectiva e com abordagem quantitativa. A coleta ocorreu de
Janeiro a Março de 2015 e foi composta por RN nascidos no período de Julho de 2012 a Julho de 2014
internados na UTIN do Hospital Geral Cesar Cals (HGCC). A amostra foi por conveniência e incluiu os
prontuários com diagnósticos de EHI, de ambos os gêneros, indicada a fisioterapia descrita anteriormente.
Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um formulário elaborado pelas pesquisadoras do
presente estudo baseado na ficha utilizada na sala de parto do hospital em estudo. RESULTADOS: Durante a
pesquisa foram selecionados 50 prontuários de RN com EHI com intuito de destacar as principais
características dessa doença, tipo de suporte e condutas utilizadas com esse RN. No que diz respeito às
variáveis biológicas e clínicas dos RN, a tabela 1 revela que 54% eram do sexo masculino, 66% nasceram de
parto cesáreo, no período entre 37 e 41 semanas (82%), com estatura média de 38cm±7,3cm, peso médio
de 1.449kg±894g, foram classificados como adequados para idade gestacional (AIG) (66%), necessitaram de
ventilação mecânica invasiva (VMI) por 5 dias±32 dias, ventilação não invasiva (VNI) por 9 dias±10,6 dias e
suporte de O2 através do Oxi Hood® por 6 dias±8,2 dias permanecendo internados por um tempo médio de
37 dias±39 dias. No que se refere ao índice do Apgar no 1° minuto, a figura 1 demonstra que 62% dos RN
apresentaram valores entre 2 e 3 com média de 2±1,4. Quanto aos valores apresentados no 5° minuto,
observa-se na figura 2 que 71% deles tiveram valor entre 3 e 4 com média de 3±1,19. Quanto as
complicações apresentadas por esses RN, a figura 3 mostra que a pneumonia (45%), as convulsões (30%) e
as infecções (21%) se fizeram presente em grande parte da população. Na tabela 2 estão descritos os
suportes ventilatórios e as técnicas de fisioterapia respiratórias utilizadas no tratamento dos RN com EHI. A
escolha do suporte ventilatório variou de acordo com a evolução dos RN, onde, 72% deles fizeram uso da
VMI, VNI e do Oxi Hood®. Quanto a escolha das técnicas respiratórias, a aceleração do fluxo expiratório
lento (AFEL) estava descrita em todos os prontuários, seguida da vibrocompressão (91%) e drenagem
rinofarínge retrógrada (DRR) (88%). No que concerne a estimulação sensório-motora, a tabela 3 mostra que
ela foi feita através de estimulações unimoldais (100%), multimoldais (46%) e exercícios terapêuticos (22%).
CONCLUSÃO: a assistência ao RN com EHI proporcionada pela fisioterapia foi um fator essencial nos
cuidados ao paciente com essa enfermidade visando melhorar a função respiratória além de estimular o
sensório-motor. Apesar de ser considerado um recurso terapêutico relativamente recente dentro das UTIN,
está em expansão, especialmente nos grandes centros, por diminuir as complicações e o período de
hospitalização.
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O OLHAR DAS GESTANTES QUANTO A QUALIDADE DA CONSULTA DO PRÉ-NATAL
Conceição de Maria de Albuquerque, Rafaela de Carvalho Martins, Mirna Albuquerque Frota, Roberta
Marinho, Camila Santos do Couto, Rejane Maria de Carvalho Oliveira, Ledymara Cunha dos Santos Félix,
Regina Célia Carvalho da Silva
INTRODUÇÃO: A vivência gestacional é um período muito peculiar na vida de uma mulher, e o nascimento do
filho é uma experiência única, portanto, merecem ser tratados de forma singular e especial por profissionais
qualificados, pela equipe multiprofissional, por gestores e pelo governo. Esta pesquisa teve como intuito
proporcionar aos profissionais de saúde informações que venha proporcionar um conhecimento acerca da
qualidade de assistência a consulta de pré-natal. OBJETIVO: Investigar o conhecimento da gestante acerca da
qualidade na assistência ao pré-natal. MÉTODOS: Estudo exploratório-descritivo e qualitativo, realizado com
25 puérperas em uma Maternidade de referência secundaria em Fortaleza-CE. A coleta de dados se deu no
período de agosto a setembro de 2015 mediante a observação não participante e entrevista semi
estruturada. Para a análise dos dados elegeu-se a exploração do conteúdo. RESULTADOS: Com a finalidade de
demonstrar os resultados encontrou-se duas categorias: 1 - Qualidade do acompanhamento pré-natal: O
monitoramento a consulta de pré-natal é a ocasião durante o qual a gestante necessita abranger, com o
amparo de um enfermeiro qualificado, para que ele consiga harmonizar as transformações de seu organismo
durante a gestação, mas também contrair informações para cuidar do feto que cresce intra útero. Neste
contexto, esta categoria surgiu mediante informações dos depoimentos das puérperas acerca da qualidade
do acompanhamento pré-natal recebido: Eu realizei nove consultas e eu fiz sim o acompanhamento do prénatal, no Posto (...), fui acompanhada por médicos e enfermeiros muito bons. (M11); Foi muito bom, fui
acompanhada pelo médico depois passei pela enfermeira, ela foi muito atenciosa comigo, o médico não.
(M15); Fui ao médico, passaram exames, tomei remédio, fui bem acompanhada. (M22). Segundo Barbosa et
al. (2011) na assistência pré-natal cabe ao enfermeiro mostrar à população a importância do
acompanhamento da gestação na promoção da saúde, prevenção e tratamento de distúrbios, durante e após
a gravidez e, informá-la dos serviços disponíveis. O acompanhamento pré-natal é o período durante o qual a
mulher deve aprender, com a ajuda de profissionais qualificados, não só a se adaptar as mudanças de seu
corpo durante a gravidez, mas também adquirir conhecimentos para cuidar da nova vida que cresce dentro
dela. As equipes de saúde devem estar preparadas para orientar as gestantes para essa nova etapa de sua
vida. 2 - Dúvidas e orientações das Puérperas: As equipes de saúde devem estar preparadas para orientar as
gestantes para essa nova etapa de sua vida. Para Marques et al. (2012) a importância da consulta de
enfermagem está em caracterizar-se como um conjunto de ações desenvolvidas de modo sistemático,
dinâmico, privado e independente. Nesta categoria foram analisadas as impressões das puérperas acerca do
esclarecimento de suas eventuais dúvidas e sobre as orientações recebidas dos profissionais de saúde
responsáveis por seu atendimento: “Me orientou sobre questão de alimentação, bebida alcoólica, uso de
cigarros e drogas, até mesmo de eu me relacionar, de eu ter cuidado na relação sexual, tudo isso.” (M4); “Foi
bom, tirei todas as minhas duvidas.” (M6); “Foi bom no posto, o médico me deu toda a informação que eu
precisava, tudo que eu queria saber eu perguntava e eles me informavam.” (M18). Oliveira e Simões (2007)
destacam a importância da assistência de enfermagem no pré-natal com qualidade, na medida em que se
constitui em um momento de educação em saúde num amplo espectro, como o de orientar e promover a
conscientização das gestantes. As puérperas que responderam ao questionamento da categoria em análise
referenciaram ter sido bem atendidas quanto aos esclarecimentos de suas dúvidas, além de terem recebido
orientações importantes para manutenção de sua saúde com consequências benéficas para seus bebês.
CONCLUSÃO: No desenvolvimento da pesquisa buscou-se compreender o relato dessas gestantes a fim de
nos proporcionar um conhecimento para que se possa traçar estratégias de melhoria na qualidade da
assistência a consulta de pré-natal. Uma assistência pré-natal de qualidade deve ser capaz de prevenir,
determinar e cuidar dos problemas na gestação para manter saudáveis tanto a mãe quanto seu bebê. Para
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que isso aconteça é fundamental uma orientação adequada a respeito de todos os possíveis problemas
durante a gestação e depois do parto.
PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE A ABORDAGEM DA SEGURANÇA DO PACIENTE
DURANTE A GRADUAÇÃO
Pryscilla Téssyka Sobreira Alves Coelho, Ana Maria Machado Borges, Francisca Suzianny Honorato
Rodrigues, Milenna Alencar Brasil
O Programa Brasileiro de Segurança do Paciente, instituído pela Portaria Ministerial nº 529, de 1º de abril de
2013, tem entre os seus eixos, o ensino da segurança do paciente nos cursos de graduação e pós-graduação
de saúde. Sabe-se que até pouco tempo atrás, o tema não era muito discutido nas instituições de saúde e
também na formação do profissional de saúde. Diante disso, esse estudo teve como objetivo, conhecer a
percepção dos acadêmicos de enfermagem sobre a abordagem da segurança do paciente durante a
graduação. Tratou-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizada em uma Instituição de
Ensino Superior do interior do Ceará, localizada em Juazeiro do Norte, com estudantes do último ano da
graduação, durante o mês de abril de 2015. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um roteiro de
entrevista semiestruturada. Para análise de dados, utilizou-se a análise temática. Foram respeitados os
aspectos éticos da Resolução nº 466, de 2012, do Conselho Nacional de Saúde. Da análise dos dados,
emergiram duas categorias: entendimento dos discentes sobre segurança do paciente e abordagem da
segurança do paciente na graduação. Os resultados demonstraram que alguns alunos apresentam
conhecimento superficial sobre a segurança do paciente, mas outros não conhecem o termo. Quanto à
abordagem do tema segurança do paciente durante a graduação, as falas dos estudantes apresentaram-se
muito variadas, com referências à falta de abordagem do tema durante o curso, como também a abordagem
em algumas disciplinas ou conteúdos isolados, até um aluno que referiu conhecer a temática apenas em um
serviço de saúde, campo de estágio curricular. Conclui-se, portanto, que a percepção dos estudantes sobre a
segurança do paciente é incipiente e a abordagem do tema durante a graduação não ocorre de forma
sistemática, como parte da grade curricular. No entanto, reconhece-se que a temática segurança do paciente
tem sido abordada de forma mais rigorosa apenas nos últimos anos, se tornando uma estratégia pública de
saúde no Brasil apenas em 2013, através do Programa Brasileiro de Segurança do Paciente. Assim, sugere-se
uma reflexão urgente para inclusão da abordagem detalhada e direta sobre a política relacionada à temática
durante o período de graduação, fazendo com que os estudantes compreendam em nível de formação
profissional, aspectos da segurança do paciente para contribuírem com uma assistência à saúde cada vez
mais segura e livre de danos desnecessários.
PROMOÇÃO DE SAÚDE ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO FÍSICA: MODALIDADES E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
Alba Menezes de Freitas Neta, Bráulio Nogueira de Oliveira
Pode-se dizer que o processo de avaliação física (AF) inicia-se pela anamnese, pois é nesse momento que o
avaliador começa a “saber mais” a respeito do avaliado e, por isso, é necessário que o aproveite para obter o
máximo de informações possível para a realização dos testes e para a própria prescrição do treino. Além
disso, o processo de Avaliação Física inclui testes específicos para avaliar o condicionamento físico do aluno
do SESC, que são: o teste de resistência muscular (abdominal) e o de resistência muscular de membros
superiores (flexão de braço), o teste de flexibilidade no banco de Wells (sentar e alcançar) e o de Capacidade
aeróbia (Banco do Queen’s College). Assim o objetivo do presente trabalho foi analisar as avaliações físicas
realizadas por alunos praticantes de atividades esportivas e outras modalidades do SESC. Trata-se de um
estudo descritivo, de abordagem quantitativa. Foi feita uma coleta de dados dos alunos que procuram a
avaliação física, com relação ao Índice de Massa Corporal (IMC) e quais atividades praticam, onde foi
classificado um total de 7.224 avaliações feitas de 2009 até março de 2015. A análise das estatísticas
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comprovou que a diferença entre homens e mulheres que fizeram Avaliação Física durante esse período foi
38,84% do sexo masculino e 61,16% do sexo feminino. Já em relação aos alunos que praticam as variadas
modalidade esportivas do Sesc foi observado que 71,53% são da musculação, 7,74% praticantes de natação,
6,39% são alunos da hidroginástica e apenas 2,69% fazem aerobike e 2,35% são praticantes de Yoga, ou seja,
a grande maioria que procura a avaliação física são matriculados na modalidade musculação. Os dados
comparativos do IMC (Índice de Massa Corporal), em meio a todos esses que realizaram a Avaliação Física
foram considerados 42,99% normais, 1,22% com deficiência e 55,72% acima do padrão Normal.
Considerando esses resultados, uma das maneiras de intervir nessa diferença seria Inserir programas de
atividades para atrair o público masculino, expandir a avaliação com a mesma importância que tem para
musculação para todas as atividades do Sesc e fortalecer a parceria entre a nutrição e o DFE (Departamento
Físico-Esportivo) para que os clientes do Sesc tenham melhores hábitos alimentares. Foi traçado um perfil
onde o maior número de atendimentos na avaliação foi de alunos que praticam musculação e estão acima
do peso, que é um dos riscos relacionados à saúde e que pode intervir na sua prática regular de exercícios
supervisionados. E baseado nos dados de que o Ceará hoje está entre as sete capitais do Brasil que mais
realiza avaliação, é o 7º em RH (recursos humanos), 6º em números de inscritos nos exercícios
supervisionados e o 11º em espaços esportivos, por isso, a avaliação físico funcional poderia ser expandida
para as demais atividades que são oferecidas no nosso Regional já que temos um número considerável de
inscritos nas atividades e enfatizando a importância da avaliação para que as pessoas possam ser mais bem
avaliadas e motivadas pela importância da prática do exercício regular. Assim poderíamos aumentar o
número de alunos avaliados. Finalizo a explanação da presente pesquisa sobre Promoção de Saúde Através
da Avaliação Física para os Alunos do SESC, ressaltando a importância da avaliação física no
acompanhamento do aluno para a saúde do mesmo, como forma de melhorar a qualidade de vida e até
mesmo prevenir doenças. É relevante também incentivar aos professores das diferentes modalidades, bem
como os profissionais de diferentes áreas, a trabalharem em parceria uns com os outros.
TRANSTORNO MENTAL NA INFÂNCIA: PAPEL DA FAMÍLIA NO TRATAMENTO
Nicácia Souza Oliveira, Jennyfer Nahary Lima Mendes, Riani Joyce Neves Nóbrega, José Leonardo da Silveira
Morais, Nikaelly Sousa Oliveira
A relação da família com a criança portadora de transtorno mental é repleta de dificuldades, se
configurando um trabalho difícil e constante. O envolvimento da família nos cuidados prestados a criança
acrescenta ao tratamento desenvolvido pelos profissionais de saúde que atuam nos Centros de Atenção
Psicossocial para Infância e Adolescência (CAPSi). Objetivou-se conhecer da visão da família sobre o seu
papel no tratamento de crianças assistidas por um CAPSi. Trata-se de um estudo de caráter descritivo,
exploratório com abordagem qualitativa, realizado no CAPSi do município de Iguatu-CE. Utilizou-se para a
coleta de dados uma entrevista semiestruturada com 12 adultos familiares das crianças atendidas no
referido serviço de saúde, durante os meses de outubro e novembro de 2015. Posteriormente, os dados
foram apresentados em categorias e avaliados através da análise de conteúdo de Minayo. O estudo
respeitou durante todos as etapas os aspectos éticos da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de
Saúde. De acordo com os resultados, constatou-se que a maior parte dos participantes tinha entre 20 e 30
anos de idade, maioria sexo feminino, sendo as próprias mães, viviam em união estável, possuíam baixo
grau de escolaridade e baixa renda familiar. Foi evidenciado no estudo que todos os entrevistados não
reagiram bem ao diagnóstico de transtorno mental do seu familiar, demostrando sentimentos de tristeza,
medo e insegurança quanto ao futuro. Mesmo assim, consideram importante o tratamento da criança, o
qual procuram participar ao máximo, inserindo-se como suporte de apoio, segurança e afeto. Os familiares
também destacaram as dificuldades que enfrentam no cuidado à criança e o pouco apoio dos demais
membros da família nesse cuidado. Diante dos relatos demonstraram que seu papel é indispensável. Sendo
assim, concluirmos ser necessário a existência de uma rede de saúde mental estruturada e de profissionais
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sensíveis que possam estimular a participação da família nesse processo, identificando as dificuldades e
potencialidades para que esses familiares possam participar ativamente do tratamento.
VIVÊNCIAS DA VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR SOB A PERSPECTIVA DE CRIANÇAS
Angel Alice Jácome de Souza, Mirna Albuquerque Frota, Caroline Soares Nobre, Camila Santos do Couto,
Nayanne Oliveira da Silva, Géssica Torquato Lima e Silva
INTRODUÇÃO: No que refere à violência escolar pode-se afirmar que é um fenômeno crescente em todos os
aspectos, tanto agressor como vítima. Sabe-se que é complexo e sua definição varia a depender da forma
como é perpetrada. A violência escolar no ensino infantil transcende as questões banais, pois esta abrange
quesitos complexos que vão desde as informações e orientações transmitidas às crianças até a
conscientização de pais e educadores. OBJETIVO: Conhecer as vivências de crianças a respeito do uso da
violência no ambiente escolar. METODOLOGIA: O desenvolvimento da temática foi norteado pelo estudo de
caráter descritivo em enfoque na abordagem predominantemente qualitativa. A coleta de dados ocorreu
por meio de reuniões de grupos focais guiadas por questões disparadoras. Os participantes do estudo foram
22 crianças na faixa etária de 10 e 11 anos de idade, que estavam cursando o 5º e 6º ano do ensino
fundamental. Foram realizados dois grupos focais, com 11 participantes em cada. As falas foram transcritas
e analisadas de acordo com a análise temática de Minayo. Respeitaram-se os princípios bioéticos da
Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa sob Parecer Nº355.525/2012. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após a leitura e análise, emergiram as
categorias temáticas: Vivências da violência entre escolares e Vivência na comunidade sob a ótica dos
estudantes. Vivências da violência entre escolares: Identificaram-se os ambientes nos quais os alunos têm
medo de receber ameaças, bem como os alunos que mais protagonizam atos violentos e os que são mais
vitimizados. “Eu briguei um dia desse. Eu meti a peia no cara [...] bati com a mão mermo, o cara puxou
minha blusa. Derrubei ele no chão.” (A1). “A gente tem que se defender tia. Porque vem valentão pra cima
da gente e a gente se defende pra não ter que ficar só apanhando” (A2). Nos atos de violência expressados
pelos entrevistados, pôde-se perceber que alguns alunos reagem às agressões e outros não têm este perfil,
mas aqueles que reagem são na maioria dos casos sob forma de outra violência do mesmo modo, ou seja,
se a violência foi física a reação da vítima também será. “Eu tava brincando lá e ele me expulsou do jogo, aí
eu só ‘botei’ assim meus pés nas costa dele. Ele veio e deu um chutão aqui em mim aí eu taquei um murro
na cara dele. (rs)” (A5). Vivência na comunidade sob a ótica dos estudantes: A comunidade em que os
entrevistados são inseridos mostra a violência exacerbada e completamente agravada. Em alguns
momentos eles expressaram o medo de conviver nesse tipo de ambiente, mas alguns mostraram que não se
sentem intimidados, pois já convivem com o clima tenso que a comunidade reflete, rotineiramente. “Onde
eu moro tem vez que não é tranquilo, tem vez que é. Tem vez que lá todo dia tem um assalto. Quando tem
assalto eu não saio de casa. Já mataram duas pessoas perto da minha casa.” (A8). “Lá perto onde eu moro
descarregaram um revólver na cabeça do cara, chega ficou só, só mesmo o sangue.” (A5). “Meu sonho é
atirar de 12 (risos), os cara da favela lá num sabem nem atirar. Eles atiram parece que tá é com medo. ‘Paa,
paa’ (fez o som com a voz).” (A3). “Lá onde eu moro tia, os tiro demora mais de meia hora pra parar.” (A2). É
notório o cenário agressivo o qual essas crianças estão submetidas e vivenciam de tal forma a pensarem que
é normal, tais circunstâncias são graves problemas sociais, que se agravam com o passar do tempo
exacerbadamente. CONCLUSÃO: Os resultados apontaram a importância de investigar a violência escolar e
as repercussões que ela pode gerar como também a violência neste ambiente sob influência da comunidade
e da família. É perceptível a importância de uma abordagem interdisciplinar voltada à redução das
manifestações da violência infantil no contexto escolar e nos demais contextos nos quais a criança está
inserida. Ou seja, percebe-se que a questão da violência no ensino infantil vai muito além das questões
normais, ou até mesmo banais. Ela abrange questões mais complexas que vão desde a informação quanto à
conscientização, de pais e educadores.
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ATUAÇÃO DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM EM RELAÇÃO À SEGURANÇA DO PACIENTE
Pryscilla Téssyka Sobreira Alves Coelho, Milenna Alencar Brasil
Segurança do paciente constitui-se a iniciativa de prevenir, evitar e reduzir os eventos adversos relacionados
ao cuidado de saúde. A discussão sobre esse tema aumentou nos últimos anos devido ao reconhecimento
de significativa quantidade de eventos adversos na assistência à saúde. Para melhoria da qualidade e
segurança na saúde, é necessário que profissionais envolvidos direta e indiretamente com a assistência
sejam responsáveis pelas boas práticas em saúde, reconhecendo os riscos, os eventos e atuando de forma a
minimizá-los para evitar danos aos pacientes. Nesse sentido, é importante que desde a formação, os alunos
desenvolvam competências para lidar com as questões de segurança do paciente. Esse estudo teve como
objetivo conhecer as atitudes dos acadêmicos de enfermagem frente às questões relacionadas à segurança
do paciente. A pesquisa foi do tipo descritiva, com abordagem qualitativa, realizada com 17 estudantes de
graduação em Enfermagem de uma Instituição de Ensino Superior, localizada em Juazeiro do Norte, no mês
de abril de 2015. Como instrumento de coleta de dados foi utilizada uma entrevista semiestruturada. Os
dados foram analisados através da técnica de análise temática. Foram respeitados os aspectos éticos da
Resolução nº 466 de 2012, do Conselho Nacional de Saúde. A análise foi organizada em três categorias:
reconhecimento dos riscos assistenciais; fatores contribuintes para segurança do paciente e atitudes dos
estudantes frente às falhas na assistência. Os estudantes apontaram como principais riscos na assistência, as
fragilidades no cuidado com administração de medicamentos, a não elevação de grades de camas, o elevado
tempo de prática dos profissionais, a identificação inadequada de paciente e medicamentos, além da não
certificação do processo de esterilização. Eles reconheceram que o conhecimento teórico-prático, o
seguimento de normas e protocolos, a identificação correta dos pacientes e a identificação dos riscos no
ambiente de trabalhos são fatores que podem contribuir com a segurança do paciente. Sobre as atitudes
dos estudantes frente às falhas na assistência, eles afirmaram que discutem entre si sobre a falha para
melhorar o cuidado e evitar que a falha aconteça novamente. No entanto, observou-se que eles não
relataram a discussão sobre essas com a equipe assistencial, o que pode estar relacionado ainda a uma
pouca interação entre estudantes e profissionais de serviços. Conclui-se portanto, que os estudantes de
graduação apresentam algumas atitudes relacionadas à segurança do paciente, mas que necessitam ser
fortalecidas. Sugere-se que a abordagem da segurança do paciente, seja fortalecida no currículo do curso,
bem como a relação ensino-serviço de saúde tenha maior aproximação, possibilitando a formação de
profissionais com competências para atuar no sistema de saúde de forma a contribuir com a redução de
eventos adversos à saúde e, consequentemente, com a melhoria do cuidado de saúde.
Eixo Temático: Outros temas
Modalidade: Relato de experiência
APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DE ALIMENTOS COMO ALTENARTIVA A SUSTENTABILIDADE
Mayara Lopes Estevão, Rose Lidice Holanda, Maria Fátima Lopes, Larissa Pereira Aguiar
INTRODUÇÃO: Cerca de 39 mil toneladas de alimentos são desperdiçados diariamente no País, e essa
quantidade de alimento poderia alimentar em média 19 milhões de pessoas todos os dias. Esse desperdício
contribui para as mais de 200 mil toneladas de lixo produzidas por dia no País, e dentre os principais
alimentos desperdiçados, não completamente aproveitados, temos as frutas, os legumes e os talos de
hortaliças (ECOD, 2013). Como alternativa a esse problema, pode-se utilizar, a partir desses resíduos, de
uma técnica bastante tradicional da tecnologia de alimentos, a da conservação pelo açúcar. Dessa forma os
alimentos que são geralmente desprezados no dia a dia, como as cascas de frutas, podem ser processados e
transformados em doces, bolos dentre outras preparações. Damiani et al. (2011) em estudos realizados
acerca de preparações formuladas com resíduos de alimentos, observaram teores significativos de
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antioxidantes em formulação de doce oriundo da casca de manga. Em outro estudo, realizado pelo Centro
Universitário Franciscano (UNIFRA), nos meses de agosto e setembro de 2011, em uma Unidade de
Alimentação e Nutrição foram elaborados três preparações com aproveitamento integral de alimentos, as
quais tiveram boa aceitação: Bolo de casca de banana, suco da casca de abacaxi e patê de casca de cenoura,
que se tornaram ótimas alternativas para enriquecimento das refeições devido ao acréscimo de nutrientes e
diminuição significativa de resíduos. OBJETIVOS: Enfatizar a importância de uma alimentação saudável e
sustentável; possibilitar a substituição de doces industrializados por doce caseiro, produzido a partir da ante
casca da melancia, livre de conservantes e aditivos, para os comensais; e, por fim, reduzir os custos e os
resíduos da Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) do hospital. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: ações,
práticas e discussão. Durante um estágio supervisionado em uma faculdade privada de Fortaleza, a
estagiária de nutrição observou um grande desperdício em relação aos resíduos de alimentos, e levou a
temática de aproveitamento de alimentos como alternativa para uma alimentação sustentável e mais
saudável aos funcionários do serviço de nutrição e dietética, com autorização da Nutricionista responsável
pelo hospital. Dessa forma, foi constatado que seria viável o aproveitamento de alguns resíduos
anteriormente desperdiçados, ante casca da melancia, para a formulação de um doce. Utilizou-se para a
produção desse doce apenas ante casca da melancia, cravos da Índia, açúcar e água. Após a preparação do
doce, sua aceitação foi avaliada, por meio de análise sensorial, pelos comensais e por funcionários da
diretoria do hospital. PRINCIPAIS RESULTADOS: O doce da ante casca da melancia foi bem aceito pelos
funcionários, os quais relataram ser um doce muito saboroso. A sugestão levada pela Acadêmica de
Nutrição foi aceita pela Nutricionista responsável pela UAN, juntamente pela direção do Hospital para ser
utilizada na constantemente nas dietas. CONCLUSÃO: O doce da ante casca da melancia foi aprovado com
êxito pelos funcionários do hospital, agregando assim maior valor nutricional à sobremesa dos mesmos e
mostrou ser uma sobremesa viável economicamente. A ideia do doce utilizando a ante casca da melancia
atualmente está sendo utilizada pelos pacientes internados no hospital, não diabéticos, e submetidos a
dieta geral. RECOMENDAÇÃO PARA A SAÚDE COLETIVA: Enfatizar novas alternativas para a promoção da
saúde no âmbito Nutricional e Ambiental.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À OSTEOMELITE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Maria Elisa Curado Gomes, Geiciane de Sousa, Tassia Sousa de Freitas, Marcia Rochely Moraes da Rocha,
Maíra dos Santos Albuquerque, Daniele Keuly Martins da Silva, Susana Beatriz de Souza Pena
INTRODUÇÃO: A Osteomielite é uma doença caracterizada pela presença de bactérias ou fungos nos ossos,
tornando-se, muitas vezes, uma condição recorrente e de difícil tratamento, pois o agente patológico varia
de acordo com a idade, estado geral do paciente e mecanismo de infecção, sendo a bactéria mais comum o
Staphylococcus Aureus. O indivíduo torna-se mais susceptível quando o tecido ósseo é exposto a inóculos
microbianos, comumente introduzidos pelo trauma, úlceras, bacteremias e procedimentos cirúrgicos. Os
ossos acometidos apresentam rachaduras como vidro quebrado, gerando dores intensas e fragilidades na
movimentação, interferindo na vida do paciente, tanto nas atividades diárias, como, na autoestima, uma vez
que o membro pode apresentar alguma deformidade. OBJETIVO: Descrever a experiência durante a
aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em pacientes com osteomelite.
METODOLOGIA: Relato de experiência realizado durante a disciplina Processo do Cuidar em Enfermagem,
pertencente a grade curricular do quinto semestre. Estágio realizado no período de maio a junho de 2016
em um hospital secundário da rede pública de saúde, o qual oferece assistência a indivíduos traumatizados,
localizado no Município de Fortaleza/Ceará. Resultados: A experiência foi extremamente relevante para os
acadêmicos, pois primeiramente avaliaram-se as necessidades humanas básicas do cliente, realizando-se
uma breve anamnese abordando os aspectos clínicos, socioeconômicos, fatores de risco, além de histórias e
complicações cirúrgicas. Por seguinte, avaliaram-se os prontuários, exames e medicações em uso, a fim de
se planejar os cuidados de enfermagem mais adequados para o caso. Desse modo foram traçados alguns
diagnósticos de enfermagem (DE): Risco de trauma vascular relacionada ao cateter e as constantes infusões
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medicamentosas; Padrão de sono prejudicado relacionado à capacidade funcional diminuída e a dor; Risco
de baixa autoestima situacional relacionado ao tempo de internação e a possível deformidade do membro;
Integridade Tissular prejudicada associado ao trauma ósseo e a possível infecção em tecidos moles; Dor
aguda relacionada aos agentes lesivos; Risco de recuperação cirúrgica retardada associada ao estado do
paciente, caso precise de debridamento; Risco de função hepática prejudicada relacionado a alguns
medicamentos hepatotóxicos ingeridos. Diante dos de algumas intervenções foram propostas: realizar a
inserção do cateter venoso com técnica asséptica e observar sinais flogísticos, proporcionar uma posição
confortável para o paciente e mudança de decúbito, além, da administração de medicações analgésicas na
hora correta, conversar com o paciente sobre o seu estado de saúde intervindo no apoio psicológico (escuta
ativa), promover técnicas de curativo assépticas, favorecer condições para uma boa recuperação cirúrgica
como assepsia da ferida operatória e uma boa alimentação, além de avaliar os riscos e benefícios hepáticos
das medicações utilizadas. CONCLUSÃO: Destarte a SAE baseia o cuidado de enfermagem de maneira eficaz
e individualizada, portanto, o relato se torna importante, pois além do conhecimento científico adquirido
nas necessidades biopsicossociais do sujeito acometido por osteomelite, propiciou conforto e segurança no
processo de cuidar do paciente.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Daniele Keuly Martins da Silva, Maria Elisa Curado Gomes, Linicarla Fabiole de Souza Gomes, Ana Kelve de
Castro Damasceno, Maíra dos Santos Albuquerque
INTRODUÇÃO: A Insuficiência Cardíaca é definida como a incapacidade do coração para bombear sangue
suficiente para atender as necessidades teciduais de oxigênio e nutrientes do organismo, denominada
falência cardíaca. No passado, Insuficiência Cardíaca era frequentemente referida como Insuficiência
Cardíaca Congestiva (ICC) porque muitos pacientes experimentam congestão pulmonar e/ou periférica.
Atualmente, a ICC é reconhecida como uma síndrome clínica caracterizada por sinais e sintomas de
sobrecarga hídrica ou perfusão tissular inadequada. Com a finalidade de ofertar uma assistência em saúde
qualificada, o trabalho dos profissionais de Enfermagem usa como princípio de operacionalização a
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), a qual foi desenvolvida como método específico para
aplicação da abordagem científica e subsídio na solução de problemas na prática, promovendo a interrelação entre conceitos e teorias apropriados das ciências da Saúde, incluindo a própria Enfermagem, as
ciências físicas, biológicas, comportamentais e humanas. OBJETIVO: Descrever a experiência acadêmica no
manejo e o cuidado assistencial ao paciente com Insuficiência Cardíaca Congestiva. METODOLOGIA: Relato
de experiência realizado durante a prática curricular do quinto período, na disciplina Processo de Cuidar em
Enfermagem. Estágio foi realizado em um hospital da rede pública no Município de Fortaleza - Ceará no
período de Maio a Junho de 2016. O mesmo presta atendimento a pacientes com patologias cardíaca e
respiratória sendo este uma referência no estado. Ao propor a SAE para esses pacientes, constata-se que os
principais diagnósticos estão ligados a funções cardíacas e respiratórias, tendo as intervenções de
enfermagem relacionadas a estes, um propósito de restabelecer o débito cardíaco e a normalização da
função respiratória. RESULTADOS: Foram identificados como sendo relevantes para o atendimento do
cliente com ICC, cinco diagnósticos de Enfermagem (DE): Risco de úlcera por pressão associada a
desnutrição, extremos de idade e a restrição parcial ao leito, Ansiedade relacionada a condição patológica e
ao procedimento cirúrgico, Risco de infecção associado ao uso de cateteres de diferentes tipos, Débito
cardíaco diminuído referente a ICC e Estilo de vida sedentário associada a não prática de exercícios físicos. A
assistência de enfermagem prestada pelas acadêmicas priorizou a coleta de dados pela anamnese e pelo
exame físico, em que as condutas tomadas consistiram, essencialmente, na terapia medicamentosa e na
redução da ansiedade. Outro ponto em destaque foi o controle da dieta, a qual beneficia a recuperação em
quadro de melhora. Igualmente, houve a busca de estabilizar a condição imunológica da cliente, tendo em
vista a manutenção do estado homeostático, por fim, foi realizada educação em saúde, com a finalidade de
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conscientizar o paciente sobre a sua parcela de contribuição em seu tratamento e no processo de cuidar
dele, a fim de evitar complicações futuras. O cuidado individualizado foi de caráter fundamental para
detectar problemas, salientando os DE, promovendo as devidas intervenções. O enfermeiro desempenha
um papel fundamental no processo de evolução do paciente, participando ativamente no transcurso de
integrar a SAE com o indivíduo no processo do seu cuidado. CONCLUSÃO: A vivência foi extremamente
relevante por proporcionar a efetivação do aprendizado teórico visualizando um restabelecimento do
cliente, caracterizando o papel fundamental do enfermeiro no ato do cuidar, cuidado este que deve ser
embasado na cientificidade e numa metodologia de cuidado que é a Sistematização da assistência de
enfermagem.
ATUAÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NA ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE CUIDADOS A PACIENTE
COM ABORTO RETIDO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Silvana Maria dos Santos Freitas, Adânima Maria Correia da Silva dos Santos, Lívia Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: O aborto é a interrupção da gestação antes do início do período perinatal, definido pela OMS
antes de 20-22 semanas completas de gestação ou com peso fetal inferior a 500g. É considerado aborto
retido, quando o útero retém o produto da concepção atrás da cérvice fechada por dias ou até semanas,
após a morte fetal pode ou não haver sangramento vaginal. OBJETIVO: relatar a experiência de acadêmicos
de enfermagem no desenvolvimento da sistematização da assistência de enfermagem a paciente com
Aborto retido e elaborar um plano de cuidados com a gestante em uma Unidade secundária de Saúde de
Fortaleza/Ce. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência realizado com
a paciente K.T.C.S, 30 anos, residente da cidade de Fortaleza- CE, estava internada durante 4 dias para
tratamento com misoprostol, sem resposta uterina de expulsão fetal sendo assim encaminhada para o
centro cirúrgico para ser submetida ao procedimento de curetagem uterina. Foram utilizadas para a coleta
de dados a observação sistemática, entrevista e a pesquisa documental do prontuário hospitalar da
paciente e foi realizada a implementação da sistematização da assistência de enfermagem. O estudo foi
realizado no Hospital da Mulher da cidade de Fortaleza-CE, durante os estágios curriculares da disciplina
Ensino Clinico II do Centro Universitário Estácio Fic. A coleta de dados foi feita no mês de abril de 2016,
onde se desenvolveu a entrevista voltada para a anamnese, exame físico e levantamento das necessidades
da paciente. Exprime ansiedade e tristeza com o procedimento. RESULTADOS: Durante a anamnese e
entrevista a paciente foram identificadas dúvidas sobre aborto principalmente no que concerne a
curetagem uterina, tempo de internação e sintomas pós anestésicos, o desconhecimento da paciente ao
procedimento causou ansiedade e medo onde acadêmicos atuaram na intervenção de apoio psicológico e
emocional. Após o procedimento a paciente apresentou tranquilidade que pode ser justificada pelo
desenvolvimento de uma escuta ativa e a capacidade de criar uma comunicação sintonizada a partir da
demanda da paciente assim como a possibilidade de escuta sem prejulgamentos e imposição de valores, a
capacidade de lhe dar com conflitos, a valorização das queixas que foram pontos básicos do acolhimento
que incentivou a paciente a falar de seus sentimentos. Elaborou-se um plano de cuidados, expondo os
principais diagnósticos e intervenções de enfermagem para a paciente os quais foram: Dor relacionada ao
procedimento cirúrgico evidenciado por relato verbal; Risco de Infecção relacionado a concepto retido no
útero; Enfrentamento Ineficaz relacionada a ansiedade e incapacidade de lidar com emoções fortes; Risco
de sangramento. As intervenções foram: administração de analgésicos se dor, promover repouso, reduzir
ansiedade, monitorar sinais de infecção, redução do sangramento pós-parto, incentivar a verbalização e
apoiar a paciente promovendo melhora psicológica. CONCLUSÃO: Podemos identificar que a enfermagem
pode trazer o conforto para a paciente e melhorar a autoestima, gerando uma evolução efetiva da paciente.
O plano de cuidados baseado na sistematização da assistência de enfermagem melhora o quadro
psicológico da paciente facilita a comunicação e a qualificação da assistência prestada, assim como a
valorização do atendimento e a individualização dos serviços de enfermagem. Deve-se considerar relevante
198
a importância da elaboração dos diagnósticos, para que se possam elaborar intervenções e por fim, avaliar a
eficácia da assistência de enfermagem.
DESATENÇÃO BÁSICA - APRENDENDO A TRABALHAR EM TERRITÓRIOS SUJEITOS À VIOLÊNCIA
Lúcia Hunold Lara
JUSTIFICATIVA; Trabalhar na Atenção Básica em comunidades da periferia das grandes cidades requer
conhecimentos que estão longe de serem ensinados corriqueiramente nas faculdades de medicina. Não
apenas porque na maior parte o ensino das Universidades ainda ocorra principalmente na Atenção
Terciária, mas, sobretudo porque requer do profissional um aprendizado sobre uma realidade muito
distante da que está habituado em seu cotidiano. Oriundos, em sua grande maioria, das classes médias e
altas, os futuros profissionais de saúde ao percorrerem estes territórios se deparam com situações que
sequer podem imaginar o quanto impactam no cotidiano e na vida e da saúde das pessoas. Não há água
encanada, saneamento básico, coleta de lixo e os códigos estéticos, culturais e de interação entre as
pessoas obedecem a códigos que precisam ser aprendidos para que as ações de promoção de saúde sejam
de fato efetivas. Apesar de todos sabermos teoricamente destes dados e eles constarem dos mapas da
pobreza de qualquer cidade, compreender o que de fato significa cuidar de higiene onde há total falta de
coleta de lixo ou água nas torneiras não é tarefa fácil e pode custar o êxito de qualquer ação em prevenção
de saúde. Os nossos manuais de parasitose não nos habilitam a tratar de epidemias de tungíase ou
escabiose, como a que vive hoje o Morro de Santiago, nestas situações onde banho, água para ferver roupa
e calçados são absolutos artigos de luxo. Como se lida com um surto de Chikungunya, com 180 num único
mês quando não se tem coleta de lixo e a água é reservada em baldes dentro das casas? Conviver com o
desafio cotidiano das equipes de saúde no Lineu Jucá tem sido fundamental em nossa formação como
estudantes de medicina e certamente nos fará melhores profissionais no futuro. OBJETIVO DA
EXPERIÊNCIA: O presente trabalho pretende mostrar a experiência e o aprendizado da Liga de Saúde da
Família - UFC em seu estágio na UAPS Lineu Jucá, Barra do Ceará, através dos vários projetos que vem
desenvolvendo ao acompanhar a equipe rosa desta unidade (projeto de escuta de idosos, construção da
biblioteca comunitária Aqui tem Sinal de Vida e as visitas domiciliares e consultas na unidade). Utilizando o
relato dos casos clínicos e os relatos de oficinas em prevenção de saúde realizados pela Liga de Saúde da
Família, pretendemos mostrar a história da construção de laços com a comunidade e violência que temos
descoberto em nosso olhar: a miséria afetiva em que estamos inseridos, o nosso mal estar na diferença,
nossa profunda incapacidade de ver o outro, de imaginar a vida em contextos totalmente diferentes dos
nossos e a importância desta vivência na formação médica. Aprender medicina de família, nestes locais,
tem sido resgatar o saber médico da categoria de substantivo para a qualidade de verbo, de forma que ele
possa ser conjugado em todas as pessoas. Uma medicina curativa também para os futuros médicos porque
nos resgata da alienação social que vivemos. Ao lidarmos com a fragilidade dos idosos na comunidade, a
violência do tráfico, a precariedade e a impotência diante de tantas situações difíceis, temos tido a chance
de recriarmos, com nossos pacientes, uma nova forma de estar com o outro. A relação médico-paciente
passa a ser um momento privilegiado de construção de um mundo novo que coincida com um gosto por
viver e por tudo o que é vivo. Um momento de verdadeira saúde para profissionais, estudantes e pacientes.
Uma experiência de verdadeiro contato humano em que os dois lados saem verdadeiramente
transformados. Um espaço de aprendizado fundamental para o futuro médico de família e comunidade.
DROGAS NAS ESCOLAS: UM RELATO SOBRE A ABORDAGEM NA PERSPECTIVA DA REDUÇÃO DE DANOS
Camilla Paiva Viana, Jéssica Silva Rodrigues
INTRODUÇÃO: O uso de Drogas tem sido um tema bastante debatido nas últimas décadas, constantemente
abordado como um grande problema social e de saúde pública. Temos assistido o fracasso das políticas de
199
combate às drogas, que reproduzem discurso proibicionista e contribuem lascivamente para fortalecimento
de estigma e afastamento das pessoas que fazem uso problemático de alguma substância psicoativa dos
serviços de saúde. A Redução de Danos foi estabelecida como estratégia central de cuidado à saúde das
pessoas que fazem uso problemático de drogas. Esta pode ser compreendida como uma forma de cuidado
aos usuários de substâncias psicoativas, caracterizada por manter o foco de suas ações nos sujeitos e não
nas substâncias utilizadas pelos mesmos. Viabiliza-se, portanto, o cuidado em liberdade, territorializado e
com foco nas potencialidades de cada pessoa. O presente relato objetiva compartilhar a experiência obtida
no território de Maranguape, iniciada por profissionais-residentes, de ações realizadas com adolescentes em
escolas da comunidade nas quais foi abordada a temática sobre drogas a partir da perspectiva da Redução
de Danos. As ações foram pensadas a partir da demanda existente no território da cidade a qual foi
percebida pelas profissionais em diversos momentos como: período de territorialização, encaminhamentos
de adolescentes para o CAPS AD em virtude do uso de substâncias psicoativas, procura por parte de
profissionais dos postos de saúde e da educação em busca de orientações para lidar com adolescentes que
fazem uso de drogas. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: A ação que teve como objetivo esclarecer sobre os
efeitos dos mais diversos tipos de drogas no corpo, desde as substâncias lícitas e ilícitas, a partir de uma
abordagem que priorizasse não somente o caráter informativo, mas que essencialmente permitisse que este
público se sentisse a vontade para fazer qualquer tipo de questionamento. A DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A
partir do primeiro ciclo do estágio em rede da Residência Multiprofissional da Escola de Saúde Pública do
Ceará, realizado na UBS Napoleão Lima, nos aproximamos dos equipamentos daquele local, por intermédio
das ACS, que posteriormente solicitaram que fizéssemos uma visita a escola Clóvis Monteiro. A partir dessa
visita, estabelecemos contato com o diretor da escola que nos relatou diversas questões sociais relacionadas
às drogas, desde o tráfico até o uso ocasional ou desorganizado de substâncias por parte dos jovens. Tendo
em vista essa realidade, entendemos a necessidade de realizar uma abordagem junto a esse público
preconizando a discussão sobre a referida temática na perspectiva da Redução de Danos, direcionando o
debate aos alunos de oitavo e nono ano do ensino fundamental. A apresentação teve o formato de roda de
conversa contou com um slide que continha diversas informações e imagens sobre substâncias psicoativas
lícitas e ilícitas, seus efeitos no sistema nervoso e prejuízos à saúde. Posteriormente, os jovens foram
divididos em grupos. Cada um recebeu um cartaz que continha uma tabela onde classificaram as drogas
apresentadas a partir dos efeitos que estas produzem no cérebro. Após a conferência das respostas nos
cartazes, abrimos espaço para o esclarecimento de dúvidas e avaliação do momento. PRINCIPAIS
RESULTADOS: Percebemos que a princípio os jovens sentiram-se intimidados a falar sobre drogas no espaço
da escola. No entanto, acreditamos que ao optarmos por uma abordagem do tema com um viés não
criminalizante ou proibicionista causou surpresa nos adolescentes e fez com que estes, em determinado
momento, passassem a participar da atividade e a colocar suas opiniões com mais naturalidade. Fomos
convidadas por enfermeiros de outros postos a repetir o momento com adolescentes de outras duas escolas
do município, onde em uma delas surgiu a oportunidade de formar um grupo de jovens, a ser realizado
quinzenalmente, a partir de agosto de 2016, abordando não somente o tema das drogas mas outros
assuntos que serão sugeridos pelos participantes. Concomitante a realização do grupo, daremos
continuidade a realização de mais rodas de conversas nas demais escolas do município e seus distritos.
CONCLUSÃO/RECOMENDAÇÃO PARA A SAÚDE COLETIVA: Acreditamos que a realização desse trabalho pode
consistir em um espaço de vinculação dos jovens e aproximação das políticas de saúde e educação de
Maranguape. Para tanto, é fundamental a articulação da rede do município.
EDUCAÇÃO ALIMENTAR COM IDOSOS UMA FERRAMENTA DO CUIDADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lílian Maria de Meneses Bernardo, Márlio Sousa Cunha, Vagno Augusto Oliveira, Danielle Sampaio Teixeira
INTRODUÇÃO: O processo de envelhecimento humano é caracterizado por alterações metabólicas,
fisiológicas e bioquímicas que interferem diretamente sobre o estado nutricional do indivíduo. Para
envelhecer com saúde e qualidade de vida, a alimentação deve ser variada e equilibrada, referenciada pela
cultura alimentar, harmônica em quantidade e qualidade, naturalmente colorida e segura do ponto de vista
200
da higiene. A alimentação pode ser um vilão ou uma forma de fazer com que esses idosos possam usufruir
de sua vida na terceira idade sem muitas complicações, tornando importante trabalhar educação alimentar
como ferramenta para saúde e buscar meios de chama atenção desse público. OBJETIVO: Esclarecer as
idosas de uma instituição de longa permanência sobre a importância de adotar uma alimentação que
contribua para uma vida mais saudável. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de
experiência sobre a realização de uma atividade de promoção da saúde voltada para idosas que vivem em
uma instituição de longa permanecia na cidade de Fortaleza-CE. Essa atividade foi realizada durante o
estágio da disciplina de saúde do adulto e do idoso. A atividade de promoção da saúde aconteceu no dia 23
de maio de 2016, no período da manhã, foi realizada palestra com exposição de frutas, atividade colorir
desenhos de acordo com as características das frutas e café da manhã. Todos os princípios éticos foram
respeitados, como anonimato, privacidade, beneficência e justiça. RESULTADOS: O planejamento das
atividades com os idosos iniciou-se a partir da ideia de fazer uma manhã diferente para senhoras que
moravam na instituição onde nosso estagio era realizado. As idosas foram convidadas a participar por meio
de visitas rápidas dos membros do grupo aos quartos, algumas negaram se a participar. A palestra foi um
momento muito importante, pois a equipe tinha que está em sintonia para repassar as informações de uma
maneira rápida, compreensível e chamando a atenção delas para a temática abordada, foi possível perceber
que a maioria das idosas desconhecia o tipo de açúcar das frutas, a importância das fibras e como os
nutrientes desses alimentos podem ajudar na qualidade de vida. A educação em saúde é uma prática social
que deve estar vinculada à problematização do cotidiano, com valorização da experiência de indivíduos e
grupos sociais. No fim da palestra houve o café da manhã coletivo apenas com frutas e suco natural, cada
idosa pode sentar-se à mesa e escolher as frutas que mais gostava e que melhor se adaptava as suas
necessidades. No fim do café aconteceu a atividades de pintar, que foi importante para avaliar se a
participante estava prestando atenção as informações que foram repassadas, enquanto ela coloria uma
pessoa da equipe ficava fazendo perguntas que tinha como tema alimentação e qualidade de vida. Após a
atividade cada idosa voltou para sua casa, com uma visão diferente dos benefícios das frutas e de como a
alimentação é importante para a qualidade de vida. CONCLUSÃO: A realização da educação em saúde junto
ao grupo de idosos permitiu aos participantes a trocas de saberes e experiências que funcionou como
ferramenta do cuidado em saúde. A atividade propiciou o incentivo à alimentação e a prática de hábitos
saudáveis, o que contribui para a saúde no geral e melhora a qualidade de vida. A experiência relatada foi
válida para os acadêmicos, por permitir uma formação profissional com melhor compreensão da
importância das atividades educativas e das formas de abordagem com conhecimento científico e
linguagem simples e eficaz.
ENSINANDO PELA VIVÊNCIA: ORIENTAÇÃO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ENFERMAGEM
Letícia Milena Freitas Silva, Edsonete Freitas Silva
INTRODUÇÃO: A educação profissional no Brasil se tornou uma excelente forma de ensino para os jovens
terem a oportunidade de concluírem o ensino médio e um curso técnico. Segundo o Art. 39 da Lei 11.741 de
2008 a educação profissional e tecnológica, interage com os diferentes níveis e modalidades de educação e
às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. Assim há a formação do indivíduo em diversos
aspectos, dando ao aluno a oportunidade de ser protagonista em seu processo de ensino-aprendizagem.
Dentre os cursos ofertados nessas instituições há o de técnico de enfermagem, que tem em sua grade
curricular o estágio supervisionado, cujos Art. 1º e 2º da Resolução CNE/CEB nº1 DE 2004, o define como
uma atividade curricular de responsabilidade da escola e que deve integrar a sua proposta pedagógica
devendo ser planejado, executado e avaliado de acordo com os objetivos propostos, sendo realizado de
forma supervisionada. O supervisor desse curso técnico é o enfermeiro que pode atuar como professor e ou
orientador de estágio. A fim de maximizar os conhecimentos dos alunos e ensiná-los novos através de
práticas, sendo necessária uma formação adequada do orientador bem como de sua capacidade para
exercer essa supervisão/orientação. OBJETIVOS: Descrever a experiência de enfermeiros como orientadores
201
de estágio durante a realização do Estágio Supervisionado de cursos técnicos de enfermagem de escolas
profissionais. DESCRIÇÃO E RESULTADOS: Trata-se de um relato das experiências vividas pelas autoras
durante as atividades do Estágio Supervisionado de dois cursos técnicos de enfermagem de escolas
profissionais no estado do Ceará, realizados em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e em um
hospital municipal. Foram utilizadas abordagens de ensino voltadas para a prática dos conhecimentos
adquiridos em sala de aula e do cotidiano dos alunos, embasadas em métodos científicos, respeitando os
direitos humanos e as normas do Conselho de Classe da Enfermagem. Então, nesses campos os alunos
observaram e realizaram diversos procedimentos de urgência e emergência, cálculos, preparação e
administração de medicamentos, melhores locais de punções, utilização correta dos diferentes dispositivos
intravenosos, realização de curativos, ventilação em pacientes em parada cardíaca, acolhimento e
classificação de risco, auxílio em passagens de sondas e em pequenas cirurgias, assistência a pacientes
autointoxicados/envenenados e demais funções pertinentes ao técnico de enfermagem e em cada
atendimento eram realizadas orientações ao paciente e em particular no hospital, houve a assistência de
enfermagem a recém-nascidos e orientações a puérpera e sempre foram acompanhados pela orientadora.
Houve o desenvolvimento de atividades de educação em saúde sobre quais atendimentos eram realizados
nas diferentes unidades de saúde, sobre diabetes, hipertensão, suicídio, puerpério, dentre outros. Para a
realização dessas orientações de estágio, as orientadoras se prepararam para o desempenho de suas
funções, conhecendo os locais de estágio e seu fluxo antes da ida dos alunos, tiveram maior empenho no
aperfeiçoamento de suas habilidades e conhecimentos acerca de didáticas e formas de ensino, bem como
aprenderam a usar os instrumentos avaliativos utilizados para o acompanhamento e para as notas dos
alunos. Também aconteceram reuniões realizadas na escola com os outros orientadores e a coordenação
para discussão de pontos importantes do estágio, além de mediações, onde o orientador se reuniu com os
alunos para a discussão de seus desempenhos e outras atividades. Os resultados obtidos durantes essas
experiências foram o melhor desenvolvimento dos professores, instigando-o a estudar mais e desenvolver
melhores práticas de ensino aprendizagem, pesquisas sobre o assunto e outros temas, além de terem
contribuído para a formação de profissionais competentes atuantes em diversas áreas da saúde e ingressos
no ensino superior. CONCLUSÃO: Como exposto, essas experiências vividas pelas orientadoras foram
relevantes, pois conseguiram dinamizar o processo ensino aprendizagem através da transposição de
conhecimentos teóricos para a prática, atuando como guias para uma melhor formação profissional e
cidadã. RECOMENDAÇÕES: Educação continuada para os enfermeiros voltada à didática e ao processo de
ensino aprendizagem para a formação de profissionais qualificados, contribuindo assim para a saúde
pública através do melhor desempenho de suas funções.
EPIDEMIA DE SUICÍDIO: RELATO DE EXPERIÊNCIAS DAS ESTRATÉGIAS REALIZADAS EM IGUATU-CE
Jennyfer Nahary Lima Mendes, Georgiane Morais de Amorim, José Péricles Magalhães Vasconcelos Filho,
Nicácia Souza Oliveira, Clécia Vanessa Ferreira de Melo, Ana Sílvia Martins Silva
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente um milhão de pessoas morrem ao ano
em consequência do suicídio no mundo. Em Iguatu, cidade do interior cearense, tem-se observado um
fenômeno recente, crescente e alarmante sobre essa temática, entre os meses de setembro de 2015 a
junho de 2016 foram identificados 21 óbitos por suicídio, os dados são consideravelmente superiores à
média nacional. Já que em cidades com 100.000 habitantes são observadas entre 4 a 5 mortes por ano
configurando, assim, uma epidemia. Este trabalho trata-se de um relato de experiência, cujo a finalidade é
descrever as estratégias de ações realizadas no município de Iguatu-CE, no tocante a prevenção do suicídio,
problemática presente na sociedade desde o início da humanidade, um fenômeno complexo e delicado,
associado a diversos fatores: psicológicos, sociais, ambientais, familiares e culturais, marcado por
estigmatizações e tabus. No que concerne aos objetivos da experiência, destacam-se: evitar novos casos de
suicídio, identificar a população e perfil acometido, Facilitar o acesso da população aos serviços disponíveis
que oferecem cuidado, oferecer atendimento e tratamento de qualidade, desenvolver estratégias de
educação permanente em saúde de prevenção de danos. Para o alcance dos objetivos supracitados, em
202
Fevereiro de 2016 a equipe multiprofissional dos serviços de saúde mental de Iguatu-CE traçaram
intervenções para atuarem frente à uma demanda crescente e preocupante: suicídio no município.
Inicialmente foi criado pela coordenadoria de Residência Médica em Psiquiatria o ambulatório noturno
APAS (Ambulatório de Personalidade, Automutilação e Suicídio) que tem como característica principal a
facilidade de acesso à população que sofre com ideação e/ou tentativa de suicídio, dessa forma os usuários
podem ser atendidos por uma equipe multiprofissional que realiza prontamente o atendimento, também é
feita a busca ativa dos casos que foram atendidos e abandonaram o tratamento sem justificativa prévia e
acolhimento terapêuticos; escuta dos conflitos psicológicos trazidos por esses usuários. O matriciamento
em saúde mental, serviço realizado no Iguatu que leva às equipes das unidades básicas de saúde (UBS),
conta com 12 equipes de profissionais capacitados que possam contribuir na educação e melhoria dos
serviços prestados aos usuários em sofrimento mental. Nessa proposta são realizadas diversas intervenções
como atendimento conjunto dos pacientes da área e visitas domiciliares, assim como a educação
continuada dos profissionais da UBS para identificar casos de pacientes que possam estar vivenciando
pensamentos sobre suicídio. São realizadas ações de informação, comunicação e sensibilização da
sociedade através de rádios comunitárias, estimulando a participação social e a reflexão de que o suicídio é
um problema de saúde pública e que pode ser prevenido. Essa ação caracteriza-se como potencializadora,
pois empodera os sujeitos, leva o conhecimento às casas das pessoas e atende um grande número
populacional. Portanto criar estratégias e ações que falem sobre suicídio não incita e muito menos
potencializa o suicídio, desnaturalizando tabus presentes na sociedade. Trazer essa questão à tona e
intervir diante dos sintomas e contribui para a redução de casos consumados, dessa forma, esse trabalho
pode contribuir para discussões, e reflexões no âmbito de saúde coletiva sobre um tema não muito
abordado mais que tem causado grande repercussão no município de Iguatu e em todo mundo,
apresentando estratégias nesse contexto, no tocante a diminuição não apenas de dados quantitativos
(casos consumados), mas também fortalecendo o cuidado para usuários em sofrimento. A relevância social
deste estudo, e das ações apresentadas, visa contribuir para a ressignificação de estigmas sociais e tabus
direcionados às vítimas, potencializar o cuidado oferecido às pessoas em sofrimento psíquico que possuem
ideações e tentativas de suicídio, bem como colaborar com a diminuição dos óbitos através de intervenções
realizadas no Centro de Atenção Psicossocial III. A relevância científica deste trabalho encontra-se na
importância de um estudo que possibilite descrever e refletir a realidade estudada, a fim de estimular
produções e fortalecer ações desenvolvidas acerca da prevenção do suicídio, pensando sobre as formas de
cuidado existentes e outros modos de cuidar das pessoas que tentam ou que pensam no suicídio.
EXPERIENCIANDO A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA GESTAÇÃO DE ALTO RISCO
Karollinne Giovannda de Sousa Viana, Iane Ximenes Teixeira, Camila Martins de Oliveira
INTRODUÇÃO: Com a imersão na ala obstétrica, percebeu-se a necessidade de um cuidado mais
sistematizado e holístico a uma paciente acometida por doenças de grande relevância para as gestações,
somado ao fato da considerável repercussão que uma assistência inadequada pode acarretar na saúde e
indicadores materno-fetais O termo Gestação de Alto Risco é abrangente e diz respeito a todas as situações
que podem intervir na evolução normal de uma gestação, focalizando tanto aspectos relativos à saúde
materna quanto à fetal. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é o modelo metodológico
que deve ser usado para o enfermeiro aplicar seus conhecimentos técnico-científicos na prática assistencial,
favorecendo o cuidado e a organização das condições necessárias para que ele seja realizado, promovendo
um cuidar de enfermagem contínuo, mais justo e com qualidade para o paciente. Esta consiste em realizar o
processo de Enfermagem de forma contínua e integral, por um sistema composto de cinco etapas: histórico,
diagnósticos, planejamento, implementação (intervenções de enfermagem) e avaliação. Dessa forma
evidencia-se a importância de tal assistência, pois, através desta é possibilitado ao enfermeiro a programar
intervenções planejadas com base em diagnósticos identificados, podendo oferecer meios adicionais para
203
que a saúde desta possa ser promovida, protegida e/ou recuperada. OBJETIVO: Relatar a experiência em
relação à sistematização da assistência de enfermagem na gestação de alto risco. DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA E PRINCIPAIS RESULTADOS: Durante a experiência programou-se a SAE à paciente M.F.S.C., 29
anos, G6P4nA1, IG: 32s6d, brasileira, proveniente do interior do Ceará, união estável, do lar, parto cesáreo
no dia 13/06/2015 com idade gestacional de 33s2d indicada por placenta prévia centro-total e Doença
Hipertensiva Específica da Gestação. A partir do levantamento de problemas e demandas de cuidados,
identificaram-se Diagnósticos de Enfermagem onde se fez necessário planejar uma assistência de
enfermagem adequada à individualidade da paciente. Foram eles: Volume de Líquidos Excessivos, devido a
edema em MMII, neste prestou-se orientações sobre a importância da elevação dos membros de forma a
auxiliar o retorno venoso, massagem nos MMII. Com essas intervenções visualizou-se um equilíbrio hídrico
e a redução do edema; Risco de solidão, relacionado ao isolamento social que ocorreu por causa da
internação, a mesma relatava choro e tristeza constante. Foi acionado o serviço de psicologia, onde em na
atuação multiprofissional dialogou-se como forma de estimular a interação com os profissionais e pacientes.
Percebeu-se que a paciente se mostrava mais comunicativa e esboçando expressões de alegria. Também se
evidenciou que cessaram os episódios de choro; Processos Familiares Interrompidos estimulou-se a visita
dos familiares, como também estratégias de participação, que por dificuldades financeiras encontravam-se
limitadas. Vislumbrava-se o enfrentamento da família a situação. Entretanto, esta teve pouca participação.
Após a implementação da assistência de enfermagem a paciente teve alta hospitalar, passou dez dias na
casa de apoio e cinco dias na enfermaria mãe canguru juntamente com sua filha. Percebeu-se com a
avaliação da SAE que de forma geral os resultados preconizados no planejamento da assistência foram
alcançados, bem como as necessidades identificadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A identificação das principais
necessidades e diagnósticos de enfermagem na paciente foi importante para o planejamento da assistência
de enfermagem, a implementação e consequentemente a avaliação da assistência, pelo fato de
proporcionar uma linguagem uniformizada e maior segurança por meio de uma assistência direcionada.
Esta experiência permitiu uma contribuição para o despertar do olhar enquanto enfermeiras e profissionais
de saúde quanto a necessidade em cuidar forma integral e sistematizada, de forma a atender a todas as
necessidades da paciente, como também permitiu perceber a importância da SAE quando implementada de
forma adequada e seu impacto na saúde do binômio mãe-filho.
MONITORIA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA COMO ESPAÇOS DE PRÁTICA EM EPIDEMIOLOGIA
Aviner Muniz De Queiroz, Francisco Ariclene Oliveira, Lucas Rodrigo Batista Leite, Francisca Jamille Mourão
Ximenes, Francimirley Aprígio Pena, Cristiana Ferreira da Silva
INTRODUÇÃO: Este trabalho trata-se de um relato de experiência da atuação dos autores em programas de
monitoria e iniciação científica (IC), na área de epidemiologia, no ano de 2015. A inclinação dos autores para
esses programas foi motivada pela importância da disciplina de epidemiologia nos seus cursos de graduação
e pelo desejo de aprofundar-se na área, conseguindo relacioná-la à prática (o que na maioria das vezes não
acontece, nas disciplinas). Neste caso, tanto a monitoria quanto a IC oferecem essa oportunidade: a primeira
estimulando a prática da docência, a segunda da pesquisa. OBJETIVO DA EXPERIÊNCIA: Divulgar a monitoria
e a IC como espaços de aprofundamento teórico-metodológico e prática em Epidemiologia. A DESCRIÇÃO DA
EXPERIÊNCIA: A nossa seleção nos programas de monitoria e IC deu-se por seleção, cujos critérios eram ter
cursado a disciplina com bom aproveitamento - monitoria, e análise do currículo Lattes - iniciação científica.
A monitoria em epidemiologia era coordenada pelo professor responsável pela disciplina. Os monitores
recebiam os materiais utilizados na disciplina. Os alunos com dificuldades em sala eram encaminhados para
a monitoria. Após a seleção, os monitores da disciplina de Epidemiologia foram inseridos no processo de
planejamento da disciplina, oportunizando a informação sobre a visão dos alunos, as dificuldades e lacunas,
a fim de atender às necessidades dos alunos em consonância com aquelas relacionadas à formação das
competências indicadas na Ementa da Disciplina. A metodologia proposta visava estabelecer uma relação
próxima com os alunos pautada no diálogo entre os três elos: professor, monitores e alunos, ampliando os
204
espaços de discussão do conteúdo da ciência epidemiológica e estimulando o processo de ensinoaprendizagem para além dos muros da instituição de ensino. A iniciação científica era supervisionada por
pesquisadora, doutora na área. Uma vez por semana era realizada orientação. Cabia à iniciação científica:
coletar dados em campo, digitar os dados em programas estatísticos, corrigir os dados digitados
erroneamente e analisar os dados (de acordo com seu objeto de pesquisa, definido em plano de trabalho
específico). PRINCIPAIS RESULTADOS: Cumprindo uma carga horária de 10 horas por semana exigida pelo
Programa de Monitora e Iniciação Científica - PROMIC, a execução da monitoria desenvolveu-se através da
realização de exercícios sobre indicadores de saúde; coeficientes de mortalidade; análise de gráficos;
tendências seculares de doenças/agravos; diagrama de controle de doenças; estudos epidemiológicos
analíticos e medidas de associação/causalidade, estudos dirigidos sobre os conteúdos teóricos, além do
preparo de material didático. Como resultados exitosos pode-se pontuar um melhor desempenho no curso
de graduação; participação e apresentação de trabalhos em congressos e encontros; habilidade na análise e
interpretação de dados em gráficos/tabelas e habilidade em pesquisa. CONCLUSÃO, RECOMENDAÇÃO PARA
SAÚDE COLETIVA: Conclui-se que a monitoria e a iniciação científica são recursos importantes de ensinoaprendizagem em epidemiologia, uma vez que possibilitam ao jovem estudante aprofundamento teóricometodológico e prático na área, precocemente, estreitando a relação professo-aluno, ao mesmo tempo em
que contempla e insere a figura do monitor na prática do exercício da docência e formação didática, abrindo
o caminho da socialização do saber acadêmico. Por isso, recomenda-se a estimulação de participação dos
estudantes de saúde nos programas de monitoria e IC. Portanto, a monitoria acadêmica é uma oportunidade
de pôr em prática o talento para ensinar e aprender dentro desse processo. O conhecimento é inacabado,
estamos ensinando e aprendendo algo de novo todos os dias.
RODA DE CONVERSA SOBRE A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Valderina Moura Lopes, Bruna Karen Cavalcante Fernandes, Maria Lígia Silva Nunes Cavalcante, Allyny
Mobley Tavares dos Santos Scofield, Willan Nogueira Lima, Cíntia Lira Borges, Saul Filipe Pedrosa Leite
INTRODUÇÃO: A roda de conversa é uma estratégia libertadora que permite aproximação entre sujeitos e
influencia as relações em busca da promoção da saúde, já a educação em saúde considera a importância e o
significado de assuntos para a melhoria da qualidade dos serviços, bem como o entendimento dos usuários
para solução de problemas e tomada de decisão. Educar contempla todas as práticas de cuidados prestados
em qualquer etapa de vida do ser humano e este fundamento vem sendo implantado na rotina dos
profissionais da saúde. As atividades na área da saúde têm enfatizado modos de vida saudáveis em todas as
faixas etárias e para todos os públicos. Dessa forma, o incentivo à prática de atividade física no âmbito da
saúde torna-se uma ação intersetorial imperativa para a coordenação do cuidado e para o envolvimento de
ações que visam à qualidade de vida. OBJETIVO: Relatar a experiência vivenciada durante uma roda de
conversa sobre a prática de atividade física em um hospital psiquiátrico de Fortaleza-CE. DESCRIÇÃO: Estudo
do tipo relato de experiência, realizado no mês de abril de 2016, durante vivência da disciplina de Educação
em Saúde em um hospital psiquiátrico localizado no município de Fortaleza-CE. A atividade desenvolvida
iniciou-se com a modificação do cenário da sala de espera para de roda de conversa com intuito de captar
saberes desse público a respeito da importância da atividade física. Inicialmente, cada um dos participantes
se apresentava e dizia se praticava alguma atividade física. Foram estimulados a falar sobre a importância da
prática de atividades físicas em suas vidas. Posteriormente, foram realizadas atividades de maneira lúdica
para conquista e atenção da clientela, utilizando bonecos em posição de alongamento e exercícios físicos
dirigidos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Participaram da atividade 42 pessoas, das quais 16 disseram praticar
exercício físico em sua rotina. A idade variou entre 18 e 64 anos. Dentre as atividades foram citadas
caminhada, “academia”, natação e yoga. A partir dos resultados encontrados, foi possível constatar que 37
participantes conheciam a importância da atividade física e apenas 16 realizavam a prática de atividade física.
De toda forma, a atividade realizada através da roda de conversa contribuiu para o dinamismo das atividades
executadas e proporcionou interação e confiança do público. Foi consenso que a atividade física e uma dieta
rica em frutas e legumes trazem melhorias para controle de doenças e evita a obesidade. Além disso, a partir
205
dos relatos ficou claro que a prática de exercícios melhora não somente o corpo, mas também o espírito e a
mente uma vez que proporciona energia e felicidade. Ao final da atividade foi servido um lanche de frutas
como forma de reforçar que a alimentação saudável também é importante, vindo a fortalecer os
esclarecimentos citados pelos próprios participantes. Ao término de todas as atividades, alguns participantes
abordaram os alunos fazendo solicitação da presença e repetição da atividade proporcionada naquele dia. Os
agradecimentos e sentimentos positivos foram evidenciados. Os resultados advêm da dedicação na
realização do trabalho, da utilização de dialetos e práticas lúdicas para melhor esclarecimento das mensagens
transmitidas a um público que, muitas vezes, é esquecido ou rejeitado pela sociedade. Houve desempenho
satisfatório e gratificante tanto dos alunos quanto dos participantes. CONCLUSÃO: A educação em saúde
pode ser realizada das mais variadas formas. Trabalhar com um público que necessita de didáticas lúdicas e
eficazes foi um desafio. Contudo, a transformação do cenário tradicional de sala de espera em roda de
conversa transformou não somente o ambiente físico, como a interação dos pacientes de forma igual e
humanizada. A conversa sobre o exercício físico foi de grande valia, pois o quadro psicológico teve melhora
significativa segundo relato dos pacientes. Conclui-se que somente a conduta medicamentosa não é
suficiente para o tratamento de pessoas com problemas psicológicos, pois nesta atividade foram utilizadas
tecnologias simples e o resultado da eficácia do trabalho contribuiu significativamente para autoestima do
público em questão. RECOMENDAÇÕES PARA SAÚDE COLETIVA: Diante desta realidade, podemos afirmar a
importância em utilizar metodologias ativas durante as atividades de educação em saúde a fim de influenciar
positivamente para a qualidade de vida do indivíduo, corroborando para seu bem-estar físico e mental.
SISTEMATIZAÇÃO DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM INFECÇÃO RESPIRATÓRIA: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Antônia Larissa Martins de Farias, Annelise Bezerra Aguiar, Maria Gildellyana Maia de Moura, Demylson
Sudário de Araújo, Fernanda Cavalcante Fontenele, Adryane Aparecida Câmara Cavalcante Lima, Ana Paula
Gondim da Silva
INTRODUÇÃO: As doenças respiratórias infantis constituem grave problema de saúde pública,
principalmente nos países em desenvolvimento, gerando grande demanda de atendimento médico. São
advindas de múltiplos fatores, sobretudo de natureza infecciosa e alérgica, que interagem constantemente
na determinação de quadros clínicos. Apesar de todos os avanços com o desenvolvimento de técnicas
diagnósticas e estratégias terapêuticas, a pneumonia na infância permanece como tema mundialmente
discutido e relevante devido a sua elevada morbimortalidade. É uma doença do trato respiratório superior
decorrente da disseminação do agente infeccioso até o trato respiratório inferior, pode ser bacteriana, viral
ou por outros agentes patogênicos, mediante aspiração de gotículas infectadas, com estimulação do sistema
imunológico a produzir inflamação, com preenchimento dos espaços aéreos por linfócitos, fluidos tissulares
e restos celulares, enquanto que a asma é uma doença inflamatória crônica, que se manifesta clinicamente
por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela
manhã ao despertar. A avaliação inicial da criança com tosse e doenças do trato respiratório inferior possui
dois objetivos: a identificação da síndrome clínica e a estimativa da gravidade da doença. O tratamento
deverá ser direcionado à causa etiológica, na história clínica, no exame físico e, sempre que necessário,
diante de exames complementares. A enfermagem deve prestar assistência especializada ao paciente com
doenças respiratórias promovendo a recuperação à saúde, auxiliando no tratamento e prevenindo
complicações, possibilitando assim que a criança retorne ao ambiente familiar. Para tanto, é importante
adotar métodos capazes de direcionar e organizar as atividades de enfermagem de acordo com as
necessidades de cada paciente. O processo de enfermagem possibilita esta organização, pois é uma
metodologia embasada em referências teóricas, de acordo com a filosofia de cada instituição, atendendo
assim as crianças de forma individualizada e integral nas suas necessidades biopsicossociais. OBJETIVO:
Descrever o caso clínico de paciente com pneumonia e asma, elaborando um plano de cuidados baseado na
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). METODOLOGIA: Relato de experiência, realizado em
206
uma Instituição de atendimento a criança do município de Fortaleza/Ce, no período de 2015, durante a
prática do Estágio Supervisionado II, do curso de enfermagem do Centro Universitário Estácio do Ceará. A
coleta de dados foi realizada através de entrevista com a mãe e consulta ao prontuário. Foram respeitados
todos os aspectos bioéticos segundo Resolução nº 466/12. RESULTADOS: C.V.S, 2 anos e 7 meses, sexo
masculino, com histórico de duas internações anteriores, foi admitido na instituição em 03/05/2015 com
história de pneumonia e asma, dispneia, febre, dor abdominal e tosse produtiva. Realizou hemograma
completo, uréia, creatina, urina e raio-X de tórax, onde apresentou acentuação do interstício pulmonar
basal. Ao exame físico: consciente, orientado, comunicativo, deambulando, higienizado, sem desvio de
septo, mucosas coradas, arcada dentária completa, sem higienização adequada, ausculta cardíaca e
pulmonar com roncos e crepitações moderados. Pele hidratada, abdome globoso, dor na palpação. Aceita
dieta oral oferecida e eliminações fisiológicas presentes. A terapia farmacológica inclui: antibiótico,
corticosteróide, aerosol, antifisético, diurético e verificação da P.A de 6/6 horas. Foram identificados
diagnósticos nos seguintes domínios: Eliminação e troca; Segurança/proteção. Os cuidados foram
planejados com intervenções a serem desempenhadas por equipe multidisciplinar. CONCLUSÃO: Conclui-se
que o enfermeiro apresenta papel fundamental no processo de reabilitação desses pacientes, pois os
problemas no sistema respiratório causam alterações que tornam o individuo dependente de cuidados de
enfermagem, tendo assim uma necessidade de cuidado que se adeque as necessidades individuais do
paciente. Após a prática dos cuidados, o enfermeiro atua como educador ao esclarecer dúvidas, diminuindo
a ansiedade da mãe e familiares, atenuando o estresse da criança por se encontrar em um ambiente
diferente, lhe dando uma melhor qualidade de vida. As pesquisas desenvolvidas nesta temática contribuem
para a construção de reflexões sobre a qualidade da prática minimizando a morbimortalidade infantil.
TRABALHANDO COLETIVAMENTE COM ADOLESCENTES AS SUAS QUESTÕES PECULIARES NA SOCIEDADE
MODERNA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Nyrla Alexandre Malveira Gomes, Greyce Kelly Dutra dos Santos, Ângela Nascimento dos Santos, Patricia
Carlene Nascimento Campos, Cyrlianne Carneiro da Silva
INTRODUÇÃO: A Organização Mundial de Saúde (OMS) define adolescência como a segunda década de vida,
ou seja, dos 10 aos 19 anos. Neste período ocorrem transformações biológicas, psicológicas e sociais
relacionadas ao desenvolvimento e amadurecimento físico, vinculados à mudança do papel na sociedade e
conflitos emocionais intensos. Essas mudanças sofridas são complexas e este período da vida pode deixar os
adolescentes vulneráveis à exposição a fatores que podem colocar sua saúde e bem estar em risco; dentre
eles estão: Uso de drogas, gravidez ou paternidade na adolescência, violência física e psicológica, entre
outros. Para lidar com estas transformações há a necessidade de orientação correta; porém surgem
desafios, pois a família é o referencial dos adolescentes, mas o relacionamento neste âmbito é bastante
abalado pelas discordâncias do modo de pensar, desta maneira, estes passam a procurar informações
externas com amigos, orientações estas que muitas vezes são erradas ou incompletas. Neste contexto a
equipe de saúde da família é de fundamental importância, ela tem como papel orientar visando prevenir
eventuais consequências das informações errôneas repassadas a esses adolescentes. O enfermeiro como
educador desempenha fundamental papel na equipe por promover ações interdisciplinares que integram
família, escola e comunidade, desfazendo a impressão de que os serviços oferecidos nas unidades de saúde
são somente de cunho curativista. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA: O presente estudo tem como objetivo
relatar a experiência de um grupo de acadêmicas do curso de Enfermagem, da disciplina: Enfermagem na
promoção da Saúde da criança e do adolescente, ao executarem uma oficina prática com o tema: “O
adolescente e suas questões peculiares na sociedade moderna”. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A ação
educativa que resultou neste relato foi realizada para alunos adolescentes, de uma escola de esportes do
município de Caucaia, em maio de 2016. Considerando ser um desafio captar a atenção deste público-alvo e
conseguir inseri-lo no enfoque científico-educacional, buscamos fugir de metodologias que poderiam se
tornar monótonas, assim procurou passar as informações de maneira prática com estratégias lúdicas e
207
atividade grupal participativa. Focamos na função de educador que o profissional enfermeiro exerce e que
diante dessas questões peculiares da adolescência esta se torna fundamental. Elaboramos encenações de
três desafios comuns na adolescência: Gravidez, o uso de drogas e a violência. Iniciamos com o subtema
“Gravidez”, no qual trouxemos por meio de uma encenação um relato fictício de uma adolescente grávida, e
diante disso, identificamos junto com os alunos os erros cometidos que levaram à gravidez indesejada,
iniciamos um momento tira dúvidas e apresentamos os métodos contraceptivos. No subtema “Uso de
drogas”, apresentamos a encenação de um adolescente que faz uso de drogas e busca ajuda e exibimos um
vídeo mostrando os malefícios das drogas para a saúde. Finalizamos mostrando os serviços públicos de ajuda
para dependentes químicos disponíveis. Na seção “Violência”, encenamos dois relatos de violência: a física e
a sexual e explicamos quais os meios de assistência e ajuda as vítimas existentes. Após finalizarmos as
apresentações deixamos o momento livre para o público se expressar, trocar experiências, tirar dúvidas e
fazer uma reflexão critica sobre o que foi exposto. RESULTADOS: Diante da ótica do público observamos um
grande interesse dos adolescentes pelos assuntos abordados, mostraram-se bem participativos e
colaborativos, percebemos também a carência de informações corretas acerca desses assuntos para esse
público. Diante da nossa ótica, esta se tornou uma experiência enriquecedora; ao encenarmos situações
presentes no dia a dia dos adolescentes, pudemos nos aperceber de quão complexa é a presença de
desafios nessa faixa etária e o quão difícil é para os jovens lidarem com estes. CONCLUSÃO: Podemos
concluir que ainda se torna um desafio para o enfermeiro trabalhar a saúde do adolescente, tendo em vista
a falta de interesse de muitos destes a estarem presentes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em busca de
informações. Desta maneira, observamos a necessidade de mais ações de promoção da saúde como esta
apresentada, na qual o enfermeiro vai até o público de adolescentes, usa a criatividade ao passar
informações e demonstra empatia com os mesmos, conseguindo assim desenvolver uma relação de
confiança com interesse mútuo.
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM A IDOSOS VÍTIMAS DE QUEDA POR ACIDENTE DE TRÂNSITO: UM RELATO
DE EXPERIÊNCIA
Maria Elisa Curado Gomes, Daniele Keuly Martins da Silva, Geiciane de Sousa, Maíra dos Santos Albuquerque,
Rochely Moraes da Rocha, Susana Beatriz de Souza Pena
INTRODUÇÃO: O envelhecimento é um processo dinâmico acometido de várias alterações morfológicas,
bioquímicas e funcionais, além de uma redução da adaptabilidade do sujeito a tais transformações, gerando
uma sobrecarga funcional progressiva, em virtude disso o idoso está mais susceptível a agressões
extrínsecas, em que os principais traumas são liderados pelas quedas e seguidos pelos acidentes de trânsito.
Nessa perspectiva é de fundamental importância a identificação dos diagnósticos de enfermagem (DE) para
a clientela assistida, a fim de nortear resultados e intervenções de enfermagem, além de favorecer o
aprimoramento contínuo do enfermeiro. OBJETIVO: Levantar os diagnósticos de enfermagem mais
evidentes de acordo com North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). METODOLOGIA: Relato
de experiência realizado durante a prática curricular do quinto período, na disciplina Processo de Cuidar em
Enfermagem. Estágio realizado em um hospital secundário, de referência em trauma, da rede pública no
Município de Fortaleza/Ceará, no período de maio a junho de 2016, o mesmo presta atendimento à
população em geral e conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Para traçar os DE os acadêmicos
prestaram uma assistência de enfermagem de forma integral, pautada na avaliação das necessidades
humanas básicas através de uma minuciosa anamnese e finalizando com exame físico. Após consulta
qualificada foram realizadas orientações aos idosos e seus familiares/cuidadores. RESULTADOS: A partir das
necessidades de saúde foram elencados os principais DE: Mobilidade Física prejudicada relacionada a
restrição ao leito, por conta do trauma e também pelas limitações da idade; Ansiedade relacionada ao
tratamento cirúrgico; Dor aguda referente ao trauma em membros superiores ou inferiores; Risco de
infecção relacionado a vulnerabilidade da senescência, além do uso de medicações intravenosas e
exposição ambiental a patógenos; Risco de quedas relacionado aos distúrbios de locomoção inerentes a
208
própria idade e ao membro traumatizado; Risco de baixa autoestima situacional associado ao período de
internação prolongado; Integridade tissular prejudicada relacionada as lesões e mobilidade física
prejudicada; Síndrome do Idoso Frágil associado a queda; Risco de úlcera por pressão relacionado a
imobilidade física e restrição ao leito; Risco de recuperação cirúrgica retardada relacionada às comorbidade
e extremos de idade. Observou-se que no período de senescência os usuários apresentam mais de um
problema de saúde, necessitando de um cuidado integral e individualizado. A partir dos DE pode-se ofertar
estratégias que qualifiquem a assistência, considerando especificidades dos clientes. CONCLUSÃO: Destarte,
a incidência de traumas por acidentes de trânsito envolvendo idosos se torna responsabilidade das políticas
públicas, sendo necessárias ações gerontológicas governamentais e assistenciais para amenizar tal agravo.
Os enfermeiros exercem maior poder de estar junto da díade idoso/família, logo, uma vez que se analisa o
cliente como biopsicossocial pode-se prever os riscos prevalentes na vida do idoso, evitando, assim, alguns
agravos.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE O AUTOCUIDADO PARA A PREVENÇÃO DE QUEDAS EM UMA INSTITUIÇÃO DE
LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS
Andréa Lima Gomes dos Santos; Aline Sales Nunes; Ana Patrícia Alves da Silva; Carolina Papa Pazos; Maria
Eliana Peixoto Bessa
INTRODUÇÃO: Define-se como queda o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à
posição inicial, sem correção em tempo hábil, podendo ser determinada por vários fatores circunstanciais
que comprometem a estabilidade, dentre eles citamos: problemas de mobilidade física; capacidade
funcional, visual e cognitiva, alterações estas que podem ser resultantes dos processos fisiológicos do
envelhecimento (UCHIDA & BORGES, 2013). Trata-se de uma das principais causas de morbimortalidade na
população idosa visto que com o avançar da idade o risco de queda aumenta de maneira significativa. É
considerada como um relevante problema clínico e de saúde pública devido suas complicações e aos altos
custos assistenciais, além de resultar em consequências físicas, funcionais e psicossociais limitadoras,
implicando também na qualidade de vida dos idosos acometidos (TEIXEIRA et. al, 2014). A importância do
conhecimento relacionado aos fatores casuais à queda representa uma condição primordial que antecede
às ações do indivíduo para sua prevenção, com isso, às ações educativas constroem o alicerce para
promoção da saúde e auxílio na prevenção de quedas em pessoas idosas resultando em um aumento da
capacidade destes tomarem medidas relativas às condutas que influenciem na diminuição destes riscos.
OBJETIVO: Estimular a prevenção de quedas em idosos residentes em uma Instituição de Longa
Permanência para Idosos (ILPI). DESCRIÇÃO DA EXPERIENCIA: Trata-se de um relato de experiência com
base em uma educação em saúde ocorrida em uma ILPI localizada no município de Fortaleza, no mês de
abril de 2016 durante as atividades práticas do módulo “Enfermagem em Saúde Coletiva IV” da
Universidade de Fortaleza. Em um primeiro momento, realizou-se uma análise situacional do local para
identificar a temática a ser trabalhada com os idosos. Ao perceber as diversas barreiras arquitetônicas e
identificar que esse era um problema frequente nos idosos dessa instituição, verificou-se a necessidade de
trabalhar a temática “quedas em idosos”. A seguir, realizou-se o planejamento da atividade, buscando
identificar os objetivos e a metodologia que melhor se adequava. O terceiro momento foi a execução da
atividade educativa que ocorreu por meio de uma roda de conversa realizada para um grupo de idosos, e
que para melhor compreensão do público envolvido, o assunto foi exposto em banner contendo imagens
ilustrativas e legendas sobre o tema. Pontuaram-se os principais riscos envolvidos ao episódio de quedas
dentro da instituição que podem vir acontecer no dia a dia, dentre eles citou-se: fatores extrínsecos, que
estão diretamente relacionados às inadequações do ambiente, e os fatores intrínsecos, fatores individuais
de cada idoso. PRINCIPAIS RESULTADOS: Observou-se que a maioria dos idosos institucionalizados
apresentam particularidades que contribuem para o aumento da prevalência das morbidades e
comorbidades, em especial as quedas. Dessa forma, as ILPI devem oferecer um ambiente seguro e
acolhedor aos idosos funcionalmente dependentes ou não para garantia da assistência à saúde eficiente e
209
de qualidade, além de identificar o perfil de individualidade e os principais problemas a que estão sujeitos,
para que assim sejam traçadas medidas educacionais e promotoras da saúde, capazes de estimular o
autocuidado e de proporcionar-lhes uma vida com mais independência. CONCLUSÕES: Portanto, para que a
ação educativa seja resolutiva, é necessário discutir os conhecimentos por meio de um mecanismo de
comunicação que facilite a compreensão e estimule a sua prática, tornando o idoso um participante ativo do
processo de promoção da sua própria saúde. RECOMENDAÇÕES PARA SAÚDE COLETIVA: Torna-se relevante
que atividades educativas como esta ocorram em toda e qualquer instituição de saúde, para que os idosos
tornem-se mais conhecedores desse agravo e sejam capazes de prevenir a ocorrência de quedas.
210
DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS APRESENTADOS NA
V MOSTRA DE SABERES DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DA ESP
Autores
Orientadores: Raquel Bastos de
Vasconcelos. Alunos: José David
Ferreira
Albuquerque;
Maria
Erilene de Oliveira Aires; Olavo
Felipe de Albuquerque Filho
Técnico em Enfermagem
Educação em saúde: Maria Lúcia de Lima;
a importância doMaria Colasso de Souza Sá; Valmira
aleitamento
Brito nascimento
materno exclusivo
Vacinação
na Antônia Risoneide Rolim;
gravidez, profilaxia11.Maria Nilda Ramos da Silva;
para vida
Nerineuda Maria Freitas; Ana
Soares Nascimento; Girlândia
Damasceno; Antônia Erivaneide
do Nascimento; Marinete Vieira
da Silva
Técnico de Vigilância em Natureza e saúde na Autor:
Francisco
Cleonilson
Saúde/Senador Pompeu
terra
dos
bons Monteiro da Silva. Apresentação:
ventos
Eva Maria Pereira; Carlos Alberto
Barbosa de Melo; Reginaldo
Moreira Gondim; Mara Adina Silva
de Lima; Maria Aparecida Ferreira
Costa Lima; Francisco José Amaral
da Silva; Francisco Cleonilson
Monteiro da Silva; Teodoro de
Sena Ribeiro Júnior
Perfil da saúde do Apresentador: Teodoro de Sena
trabalhador
da Ribeiro Júnior
saúde de Aracati
Autores: Eva Maria Pereira; Carlos
Alberto Barbosa de Melo;
Reginaldo Moreira Gondim; Mara
Adina Silva de Lima; Maria
Aparecida Ferreira Costa Lima;
Francisco José Amaral da Silva;
Francisco Cleonilson Monteiro da
Silva; Teodoro de Sena Ribeiro
Júnior
Técnico
Dentária
Curso
em
Título
Prótese Técnicas Inovadoras
Utilizadas
em
Laboratórios
Protéticos
Apresentação
Banner
Banner
Banner
Paródia,
acompanhada por
um violão e vídeo
sobre as ações do
CTVS
Painel impresso
211
Técnico de Vigilância em
Saúde/Aracati
Técnico de Vigilância em
Saúde/Quixadá
Apresentação
Projeto Piloto
CTVS
do Apresentador: José Wellington
do Rocha de Souza. Autores: Adriana
Silva dos Santos; Antônio Lúcio
Gomes; José Wellington Rocha de
Souza; Marta Maria da Silva Girão;
Maria Silvania do Nascimento
Rocha; Maria de Lourdes Correia
da Silva; Francisco de Assis Lopes
da Silva; José Francisco de Freitas;
Sônia Maria Marques da Silva;
Maria do Socorro Carvalho
Rodrigues
Acidentes
Apresentador: Josiel Sousa da
automobilísticos em Costa. Autores: Jakson Fábio da
Icapuí – Um olhar do Costa; José Fábio Jeronimo; Josiel
CTVS
Sousa da Costa; Najara Valente de
Miranda
Perfil da saúde do Apresentador: Elaison Galdino
trabalhador
de Lima. Autores: Adriana Maria da
saúde de Itaiçaba
Silva Lima, Elaison Galdino Lima,
Flávia Delma Barbosa Lima, Maria
Abigail Silva de Lima
Vídeo (Filmagem
com apresentação
de aluno)
Qualidade da água Deniê de Souza Sá, Albino
para o consumo Magalhães de Souza, Francisco
humano
Rindomar Moreira, Ricardo Luiz da
Costa Souza, Luiz Fernando
Ferreira da Silva
Perfil do trabalhador Apresentador: Jecriston Dias de
da atenção básica do Lima. Autores: Jecriston Dias de
município
de Lima; Cristiane Silva Lima;
Quixadá
Francisco Humberto A. da Silva
Júnior; João Ribeiro Lobo; Maria
Goretti Fonteles Lima
Dez passos para Apresentador: Raimundo Farias
consolidação
da dos Santos. Autores: Raimundo
saúde
do Farias dos Santos; Antônia Cristina
trabalhador:
uma da Silva Costa; Francisco Vagner
realidade municipal. de Oliveira; Laurineide de Oliveira
Silva.
Elaboração
do Apresentador: Raimundo Farias
Cartão
do dos Santos. Autores: Raimundo
Trabalhador
Farias dos Santos; Antonia Cristina
da Silva Costa; Francisco Vagner
de Oliveira; Laurineide de Oliveira
Silva
Banner eletrônico
Banner
Painel impresso
Painel impresso
Maquete
Cartão impresso
212
Técnico em
Radiologia/Aracati
Principais
Diagnósticos
Especialidade
Radiológica
Francisca Elsa Lima Gondim; Igor
por Ravy Bravo Damasceno; Josileudo
Batista Lima; Karla Lilian Lima
Martins; Kamila Pinheiro Amorim;
Meudson Jeová Reinaldo Oliveira
Maquete do Sistema Aline Pereira da Silva; Claudia
Circulatório
Andrade da Silva; Carlenilson Lima
Soares; Edilberto Varelo da Silva;
Francinicy Reis Bento; Janaína
Silva Pereira; Jefferson Eduardo da
Silva Santos; Jeziel Fernandes de
Oliveira Júnior; Lesandra da Costa
dos Santos Silva; Maria das Graças
Maia Westhauser; Maria Luisa
Rebouças Silva
Sistemas
de
Informação
e
Elementos
de
Proteção Radiológica
Técnico
em
Radiologia/Quixeramobim
Importância da
Informática na
Radiológica
Radioproteção
Aparecida Maria da Silva Ferreira;
Cleudiano Oliveira Magalhães;
Fabiano
dos
Santos
Lima;
Henrique Rufino da Silva; Jerusa
Pessoa da Silva; Maria Marcileide
da
Silva;
Rafael
Medeiros
Guimarães
Peixoto;
Renata
Santiago Muniz; Renato Rubens da
Silva
Regina Maria Oliveira da Silva;
Maria Gleiciane B. da Silva;
Luziane de Sousa Queiroz; Antônio
Jucelino da Silva; Francisco Diego
Alves de Sousa; Jonas Fernando
Alves da Silva; Keisiane Fernandes
de Carvalho; Antônia Itarlene
Paulino; Antônio Cleilson Maia
Furtado
Francisco Ernando Nogueira Lima;
Maria Aurilene Araújo Farias;
Neurelys Samara Moreira da Silva;
Márcia Maria de Souza; Luderniza
Gonçalves de Oliveira Casimiro;
Sinara Maria Rodrigues Ricardo;
Tusnelda Maria Benice de Sousa;
Maria do Socorro Duarte de Paiva;
Francisco Antônio Genuíno Leitão
Exposição oral
Exposição oral de
maquete
funcional
Exposição Oral de
Maquete
Banner
Exposição oral
213
Técnico
de
Comunitário
Saúde/Acopiara
Agente
de
Técnico
de
Agente
Comunitário
de
Saúde/Tauá
Técnico de Agente
Comunitário de
Saúde/Horizonte
Produção de POP's Maria Aparecida de Sousa; Maria
na Radiologia
Renalda Carlos do Nascimento;
Antônia Luciene Maciel de Sousa;
Antônia Salene de Matos Brigido;
Francisco Inácio da Silva; Sílvia
Helena
de
Sousa
Ferreira
Coutinho; Ana Cláudia Castro de
Almeida; Francisco Rolim de Lima;
Francisco de Assis Pereira de
Sousa; Antônio Neilson Martins de
Almeida
Projeto ACS Mirins
Maria Ivani Menezes (ACS Mirins);
Maria Pedro da Silva (ACS Mirins);
Maria
Marly
Gonçalves
(Enfermeira); ACS Mirins: Qelmer
Barier Freitas Menezes; José Erik
Rodrigues Menezes; Ana Patricia
Conceição;
Leticia
Menezes
Sampaio; Kauany Edla Lima
Saraiva; Carlos Daniel Gomes dos
Santos; João Gabriel Alves de
Sousa; Pedro Henrique Alves
Cardoso;
Beatriz
Pereira
Domingos;
Placina
Andreza
Ferreira; Denis Alves da Silva;
Keven Israel Silva Rodrigues
Planificação
da Aparecida Pedrosa de Oliveira
atenção Primária de
Tauá
Tecendo diálogos, Angélica Costa de Oliveira
costurando redes:
estratégia
para
conhecer a rede de
Atenção à Saúde
Educação
Elisângela Alves Barros de Sousa
Permanente
em
Saúde: o diálogo do
bem fazer, do bem
conviver e do sentirse bem
Territorialização
Maria Lopes Coelho
como prática social
na Estratégia Saúde
da Família
Relato
de Leandro Sipriano de Lima; Edilene
experiência:
Pereira da Silva; José Willamy
vivenciando
os Nunes da Silva
desafios
da
Estratégia Saúde da
Família
Exposição oral
Oral
Cordel
Banner
Banner
Banner
Painel
214
Técnico de Agente
Comunitário de
Saúde/Fortaleza
Costurando redes no
enfrentamento da
violência e cultura
de paz
“Flores em você”
Alimentação
Saudável
O CTACS na Atenção
Básica
Adailce Pereira Barros; Lourenço
Pereira dos Santos Filho; Elizete de
Lima Pereira
Banner
Cristiane
Marques
Ribeiro;
Mariete Rodrigues Ferreira; Maria
Lenilce da Silva; Maria do Socorro
de Souza Paula; Soraia Rodrigues
Soares dos Santos; Maria Lucidia
Farias Ribeiro; Aldo de Sousa
Costa; Maria Veriane de Oliveira
Izaura Viana dos Santos
Dramatização
Cordel
Celiane Oliveira Silva; Elvira Cordel
Cândido de Almeida Silva;
Francisca Fabiana Nascimento de
Souza; Francisca Mirtes Floriano
Cartaxo; Francisco das Chagas
Castro de Araújo; Francisco
Sebastião Costa; Isaiara Gomes
Ribeiro; José Olavo Firmo do
Nascimento; Josinelma Martins;
1. Luci Maria Monteiro; Márcia
Maria Cavalcante Costa; Marcília
Rafael da Silva; Maria da Saúde
Barbosa da Silva;
2. Maria Dilourdes Nobrega; Maria
do Socorro Silva de Lima; Nilson
César Oliveira de Souza; Vicencia
Helena Lopes dos Santos;
Rosilene Barbosa da Silva Santos
A retomada do Maria Lenilce da Silva (Aída Oral
CTACS e a melhoria Santos)
da Atenção Básica
ACS
em
ação: Clécio Alves dos Santos; Leidiana Painel
formando parcerias Santos Bezerra Alves; Gabriela
com a comunidade
Souza Santos; Maria Assunção
Araújo; Luiza Nívea Jerônimo
Muniz; Francisco Luciano Ferreira
Dias
Alimentação
Saudável
infância:
promovendo
adulto sadio
Maria da Graças Silva Freitas;
na Lênima Araújo; Paulo Henrique
Bezerra de Oliveira; Francisca
um Liziária Rodrigues Nascimento
Banner
215
Saúde da Criança
Júlia Cilda Porto de Oliveira; Banner
Elizete Fernandes da Silva Coelho;
Osmariza Gomes de Sousa; Dayse
Maria Ribeiro de Souza; Ângela
Roberta Amorim de Oliveira;
Francimary Silva de Sousa
216
217
218
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