A Missão da Unidade da Mulher e Recém-Nascido é “Prestar assistência hospitalar, multiprofissional, de excelência, na área da saúde sexual, reprodutiva, ginecológica e ao recém-nascido, garantindo campo apropriado para o ensino, a pesquisa e a extensão para realização de Monografias de Conclusão de Curso ou teses de alunos de Pós-Graduação lato sensu e estrito sensu da UFPR; e campo de pesquisa para projetos aprovados pelo Serviço e pelo CEP-HC/UFPR (Comitê de Ética em Pesquisas do HC), servindo também de local para as atividades práticas de Curso de Treinamento para profissionais da área de saúde, previamente aprovados pelo Serviço de Neonatologia; cursos de Atualização na área da neonatologia; participação em Bancas Examinadoras de Concurso Público para médicos pediatras, professores de pediatria e de médicos residentes e especializandos de pediatria; e oferecer campo apropriado para o ensino, pesquisa e extensão nas áreas de: Obstetrícia, Neonatologia, Ginecologia e Reprodução Humana. Com uma agenda extensa, cabe ainda à UMRN cuidar do seguimento pós-alta imediato de recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva e de Risco Intermediário; da realização de exame de ecografia cerebral transfontanela de recém-nascidos internados no HC/UFPR, pós-alta e de recém-nascido internado na Maternidade Víctor Ferreira do Amaral; exame de bilirrubina sérica total, capilar e transcutânea de recém-nascidos internados no Serviço; cumprir os dez passos (requisitos) necessários para manter o credenciamento como “Hospital Amigo da Criança”, oferecer atendimento de enfermagem nas primeiras 72 horas às vítimas de violência sexual, bem como o acompanhamento por seis meses em nível ambulatorial; prestar atendimento em Reprodução Humana; oferecer serviço em aleitamento materno através de Banco de Leite Humano, conforme o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (Ministério da Saúde); e, finalmente, atender ao recém-nato de baixo peso, seja em nível de baixo, médio ou alto risco. Para realizar essa profusão de atividades, na UMRN existe um total de 198 profissionais entre médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, administradores e auxiliar administrativo. 41 | Revista do Hospital realiza oficinas para gestantes de risco e adolescentes. Tem um atendimento médio em Obstetrícia e Emergência Obstétrica de 550 pacientes, com aproximadamente 2 mil partos por ano. É uma das maternidades que participam do importante Programa Mãe Curitiba, desenvolvido pela Prefeitura de Curitiba para as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo referência para as gestantes de alto risco. A Missão da Unidade é “Prestar assistência hospitalar, multiprofissional, de excelência, na área da saúde sexual, reprodutiva, ginecológica e ao recém-nascido, garantindo campo apropriado para o ensino, a pesquisa e a extensão”. Para que se possa cumprí-la, todos os serviços têm se empenhado em implantar práticas de qualidade, atender os critérios do Programa de Acreditação, Implantação do Programa 5S, escrever e implantar os Procedimentos Operacionais Padrão (POP’s), protocolos clínicos, incentivo à Educação Continuada, entre outras obrigações. Entre as atividades realizadas pela Unidade são destaques: atender pacientes ginecológicas referenciadas pela Rede SUS, através do Gestor Municipal; atender as emergências ginecológicas e obstétricas, dentro do preconizado pelo Gestor Municipal; atender as gestantes de alto risco através da participação no Programa Mãe Curitiba; prestar atendimento humanizado de qualidade a recém-nascido de baixo risco e sua mãe no Alojamento Conjunto; atendimento humanizado de qualidade a recém-nascido de médio risco na Unidade de Risco Intermediário; atendimento humanizado de qualidade a recém-nascido de alto risco na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. O setor também abre espaço para estágio na Sala de Parto, Alojamento Conjunto, Risco Intermediário e UTI Neonatal aos médicos residentes e especializandos em Pediatria e áreas de atuação em Neonatologia, Terapia Intensiva Pediátrica, Neurologia Pediátrica e Pneumologia Pediátrica do Hospital de Clínicas da UFPR; e estágio na UTI Neonatal aos médicos residentes da área de atuação de Terapia Intensiva Pediátrica de outros programas, após prévia aprovação do Departamento de Pediatria e da COREME-HC (Comissão de Residência Médica); estágio, em regime de reciclagem, tempo mínimo de 30 dias, na UTI Neonatal para médicos pediatras; além de servir como campo para o ensino de alunos de graduação dos cursos de Enfermagem, Fonoaudiologia e afins, após prévia aprovação do Serviço, da UMRN e da Direção de Ensino, Pesquisa e Extensão do Hospital de Clínicas da UFPR; campo de pesquisa para realização de Monografia de Conclusão de alunos do Curso de Graduação da UFPR; campo de pesquisa Unidade da Mulher e do Recém-Nascido 42 | Revista do Hospital A UMRN possui termo de compromisso firmado com outras Unidades do Hospital, através da rede de contratualidade e busca destacar-se entre os demais serviços com um atendimento de excelência, humanizado e atendendo aos critérios para os Hospitais com título “Hospital Amigo da Criança”. Paralelamente, trabalha na implantação de um sistema de comunicação entre os vários serviços que compõe a Unidade, com grande interação entre as equipes. Internamente, incentiva os profissionais que busquem sempre aperfeiçoamento, através de participação em congressos, seminários, cursos e demais eventos de educação continuada. UTI Neonatal O HC já possuía uma Unidade de Neonatologia, porém em 1997 equipou leitos e treinou profissionais especialmente para a criação da UTI Neonatal, que iniciou suas atividades, no mês de junho daquele ano e foi uma das primeiras unidades de terapia intensiva especializadas em atendimento neonatal do Estado do Paraná. Atualmente, ela opera com 10 leitos de alta complexidade para UTI, 10 leitos para médio risco ou risco intermediário e 5 leitos de neonatologia (casos de baixo risco). A UTI Neonatal do HC é referência nesse tipo de atendimento. Em média, são atendidos 40 pacientes com as causas mais comuns de prematuridade e problemas cirúrgicos. A gerência da UMRN revela que os 25 leitos ativos, normalmente, estão lotados ou acima da capacidade, ou seja, sempre atendendo um número acima de sua capacidade. A UTI Neonatal trabalha em parceria com o Centro Obstétrico, que é a fonte maior das pacientes. Também há uma importante parceria com a SCIH, colaboração da Cirurgia Pediátrica e Ambulatório de Malformações. Elevar a qualidade do atendimento depende, além da dedicação de cada profissional, também dos recursos disponíveis. No caso da UTI Neonatal, ela passou a utilizar o surfactante exógeno, disponível desde 1996, que auxilia no tratamento da imaturidade pulmonar de recém-nascido prematuro e cirurgia para fechamento de defeito de parede abdominal. Possui uma enfermaria Mãe Canguru, que resulta na redução do tempo de separação mãe-filho, evitando longos períodos sem estimulação sensorial e melhoria na qualidade do desenvolvimento neuro comportamental e psico-afetivo do recém-nascido de baixo peso. “Os pais têm entrada livre na UTI durante as 24 horas do dia. O Hospital fornece alimentação para a mãe, bem como vale transporte para sua vinda de casa ao hospital”, ressalta Adelaide. Já para os profissionais da equipe de enfermagem existe uma sala de estar. Os Enfermeiros, além do curso de graduação, devem ter o curso de especialização ou aperfeiçoamento em Te- rapia Intensiva ou em Neonatologia. Dos profissionais de nível médio – Técnicos e Auxiliares de Enfermagem – é exigida experiência em Pediatria e/ou Neonatologia. E, por fim, os profissionais médicos devem ter Residência Médica em Neonatologia ou Especialização em Terapia Intensiva em Neonatologia ou Pediatria. Banco de Leite HUMANO Outro tema essencialmente ligado aos recém-nascidos é o do aleitamento materno. O Hospital possui um Banco de Leite Humano desde o ano de 1978, porém, em 1987 houve uma reestruturação física e composição de equipe multidisciplinar. Desde este ano vem apresentando crescimento nos atendimentos às gestantes e puérperas em amamentação. Em média, o banco arrecada 220 litros mês. A preciosa bebida é destinada primeiramente aos nascidos no HC e o leite excedente pode ser re- passado às Unidades de Saúde, com vistas aos casos de bebês que não podem ser amamentados pela mãe. Com o intuito de melhorar as doações, o Hospital busca atrair novas doadoras por meio de campanhas e palestras de conscientização das gestantes e outras instituições, tais como, as Unidades de Saúde. Para facilitar a vida da doadora e estimular a atitude de fraternidade, o leite é coletado na residência das doadoras. Há uma equipe composta por enfermeira, técnicos e auxiliares em enfermagem, nutricionista e auxiliar de nutrição específica para o Banco de leite humano. Os propósitos da equipe são auxiliar mais mulheres a amamentar seus bebês, a prevenir e/ou superar as dificuldades decorrentes da amamentação, aumentar o volume de leite recebido, diminuir o volume de leite desprezado pelas análises e enfim, contribuir para que um número cada vez maior de bebês iniciem suas vidas da forma mais saudável possível. Média mensal de atendimentos na UMRN: • • • 30 pacientes no Atendimento à Violência Sexual 570 pacientes atendidas no PA Obstetrícia 250 pacientes atendidas no PA Ginecologia Centro Obstétrico Parto Normal: 48 Cesariana: 81 Total Cirurgias: 130 Unidades de Internação Número de internações por mês • • • • Ginecologia e Reprodução Humana: 138 Obstetrícia: 273 PA Tocoginecologia: 835 atendimentos Neonatologia e UTI Neonatal: 55 43 | Revista do Hospital • • • Unidade de Oftalmologia 44 | Revista do Hospital Referência em saúde ocular para todo estado A Unidade de Oftalmologia (UNOFT) do HC faz parte da Diretoria da Assistência, ao passo que as atividades acadêmicas (ensino) a ligam à Disciplina de Oftalmologia do Departamento de Oftalmo/Otorrinolaringologia do Setor de Ciências da Saúde da UFPR, segundo explicações da Profa. Dra. Ana Tereza Ramos Moreira, Chefe do Serviço de Oftalmologia e Coordenadora da Disciplina de Oftalmologia. A UNOFT assinou seu primeiro contrato como Unidade Gerencial do HC em dezembro de 2010, após um ano e meio de preparação. “Na parte acadêmica, a cadeira de Oftalmo/Otorrinolaringologia foi criada na UFPR em 1912, sendo ocupada em 1917, após realização de concurso em 1916, pelo Dr. Julian Szymansky”, conta Rosana Regina Nunes da Silva, Técnica em Assuntos Educacionais e Gerente da Unidade de Oftalmologia. Em 1960, com a inauguração do Hospital de Clínicas, as atividades foram transferidas da Santa Casa de Misericórdia para o recém criado Serviço de Oftalmologia do HC. Com a casa nova, muita coisa mudou, desembarcando nela novos aparelhos e novos professores - Drs. Carlos Augusto Moreira, Rubem Nogueira de França, Moyses Lerner, Nelson Bockmann e Paulo Gruppenmacher. Em 1990, o professor Carlos Augusto Moreira Júnior, com apenas 31 anos, tomou posse e tornou-se o mais novo professor titular de oftalmologia do Brasil e também passou a chefiar o Serviço de Oftalmologia do HC. Grandes mudanças ocorreram desde então. Com parceiros como JICA, O Boticário, Secretaria Municipal da Saúde e Amigos do HC, foi inaugurado em 1995 o novo ambulatório de Oftalmologia, no 5º andar do anexo B do Hospital de Clínicas. “Essa obra recebeu investimento de 500 mil dólares em aparelhagem oftalmológica de última geração, que equiparam o serviço, possibilitando um atendimento oftalmológico de primeiro mundo aos nossos tão carentes pacientes”, destaca a Dra. Ana Tereza. Mas o Serviço de Oftalmologia continuou crescendo e, através de doação do Ministério da Saúde, em conjunto com o governo da Suécia, foi criado o Centro de Baixa Visão e Reabilitação Visual, cujo objetivo é atender crianças carentes, de 0 a 15 anos, portadoras de Baixa Visão e motivar a reintegração destes pacientes na sociedade. Em dezembro de 2002, foi inaugurado o Centro da Visão/HC, espaço destinado, exclusivamente, para atendimentos a pacientes do SUS, com equipamentos de última geração como o OCT. O Centro da Visão/HC, situado na Rua Pasteur, 26, no bairro Batel, em Curitiba, ocupa área total de 649,39 m2, com média de 150 atendimentos por dia, entre consultas, cirurgias e exames complementares. A média anual é de 53 mil atendimentos. O Centro da Visão é Centro de Referência em Oftalmologia e todos os pacientes são oriundos do SUS. A Profª. Ana Tereza Ramos Moreira, explica que a Disciplina e a Unidade de Oftalmologia do HC possuem três objetivos. O primeiro é o Ensino: desde 1977, um total de 186 Residentes e Especialistas foram diplomados na instituição e todos os anos são formados seis novos oftalmologistas. O segundo é a Pesquisa: Inúmeros trabalhos desenvolvidos no serviço conquistaram importantes prêmios nacionais e internacionais. A publicação de trabalhos na literatura médica é uma crescente e fator de fundamental importância para o meio científico. Por fim, o terceiro objetivo é a Assistência: diariamente, são atendidos aproximadamente 150 pessoas. O Centro da Visão/HC, com sua equipe de médicos residentes e especializandos participou de ações em prol da comunidade, como os projetos Catarata, Olho no Olho e Retinopatia Diabética. Em conjunto com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura/UFPR, é realizado há 10 anos o Projeto Glaucoma, que atende crianças e adultos da Região Metropolitana de Curitiba, com o objetivo de triagem, orientação e tratamento aos pacientes portadores de glaucoma. No ano de 2004, teve início o Projeto Ambulatório Móvel de Oftalmologia - AMO , que visa oferecer serviço especializado gratuito, propiciando acesso das fazendo com que o número de transplantes realizados não apenas no HC, mas em todo o Estado do Paraná com a ajuda do Governo do Estado aumentasse consideravelmente, assim como a distribuição de tecidos ocorra com qualidade e por equipe qualificada. Do ano de 2001 a 2010 o Banco de Tecidos Oculares do Hospital de Clínicas, sob a Coordenação Técnica do Prof. Hamilton Moreira, realizou 337 transplantes de córnea. Outro passo rumo à excelência dos serviços foi a própria criação do citado Centro de Baixa Visão e Reabilitação Visual. E para que tudo continue funcionando cada vez melhor, a equipe passa anualmente por reciclagem, por meio da participação em eventos nacionais e internacionais. E por falar em mercado externo, ao ser questionada sobre o patamar em que o Brasil se encontra em relação aos demais países, a Chefe do Serviço o põe em patamar de igualdade. “A Oftalmologia Brasileira está no mesmo nível do praticado nos países de primeiro mundo. Isto se deve à possibilidade dos oftalmologistas brasileiros realizarem estágio nas grandes Universidades dos EUA, Canadá e países da Europa”, diz. Com a gerente da novíssima Unidade de Oftalmologia, a Dra. Ana Tereza, parabeniza o HC pelo engrandecimento da saúde paranaense, desde a sua fundação até os dias de hoje. “Engrandecimento este que inclui a saúde ocular de nossos cidadãos, uma vez que a Oftalmologia do HC/UFPR é hoje centro de referência em oftalmologia do Paraná”, pontua. 45 | Revista do Hospital pessoas de comunidades de baixa renda à consulta e ao tratamento oftalmológico. “O veículo foi especialmente adaptado com mobiliário adequado para a instalação dos aparelhos e equipamentos, garantindo aos profissionais e pacientes um espaço diferenciado de qualidade, conforto e higiene. O projeto aconteceu de 2004 a 2007”, relembra a Chefe do Serviço de Oftalmologia. Hoje, o HC oferece na área cirurgias e consultas eletivas (realizadas no Centro da Visão), transplante de córnea, com o Banco de Tecidos Oculares e serviços de Emergência. Um total de 37 profissionais trabalham na Unidade: um Contador, um Administrador, um Técnico em Assuntos Educacionais, dois Auxiliares de Escritório, dois Enfermeiros Padrão, 13 Técnicos de Enfermagem, quatro Professores, sete médicos contratados e quatro Médicos Voluntários. A estrutura física tem sido insuficiente para o número de atendimentos realizados, pois ao longo dos anos o serviço se tornou referência em oftalmologia, o que aumentou a demanda. A inovação tecnológica, com aquisição de novos equipamentos para ambulatório e centro cirúrgico é outro desafio. Além disso, o Banco de Tecidos Oculares, localizado no 5º andar do anexo B-HC, também necessita de nova adequação física. No sentido de manter sua visão aguçada para as melhores práticas no futuro da Oftalmologia, a Unidade tornou-se Centro de Referência na área; conquistou, em junho de 2006, o credenciamento com o Banco de Tecidos Oculares do Hospital de Clínicas – UFPR, Unidade de Neurologia, Neurocirurgia e Psiquiatria 46 | Revista do Hospital Tratamento de distúrbios neurológicos e psiquiátricos Simplesmente responsável pelo comando do corpo humano e de suas atividades, o cérebro, por tudo isso, é uma das áreas mais delicadas e complexas. Seu entendimento é um verdadeiro desafio à ciência e qualquer doença que o acometa, seja de cunho neurológico ou psiquiátrico, requer atenção e esforços de equipes com alto grau de especialização. Entendendo a relevância e a sintonia dessas áreas, o Hospital de Clínicas criou, em dezembro de 2010, a Unidade de Neurologia, Neurocirurgia e Psiquiatria (UNP). O processo de implantação, no entanto, teve início em setembro de 2009. “É uma Unidade de referência e excelência em assistência, ensino, pesquisa e extensão, gerando, aplicando e expandindo o conhecimento científico, desenvolvimento tecnológico e de recursos humanos”, explica a enfermeira Tereza Krause, gerente da Unidade. A UNP é composta por todos os serviços existentes referen- tes a estas áreas, incluindo atendimento ambulatorial e hospitalar de pacientes e realização de exames complementares como eletroencefalograma, videomonitorização, eletroneuromiografia, biópsia de músculo e nervo e doppler transcraniano. Nela atuam 98 profissionais das mais diversas áreas, como professores, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnicos em eletroencefalografia e outros, além dos profissionais que compõem a equipe de apoio. Mensalmente, a Neurocirurgia realiza uma média/mês de 40 cirurgias e 140 atendimentos ambulatoriais. A Neurologia, por sua vez realiza uma média de 1.477 atendimentos ambulatoriais por mês, resultando em cerca de 49 pacientes internados, e a Psiquiatria atende 1.230 pacientes ambulatoriais por mês. Tereza explica, que na unidade, são atendidos, preferencialmente, pacientes acima de 14 anos, porém alguns procedimentos, 47 | Revista do Hospital tais como os neurocirúrgicos, estudos de eletroneuromiografia, eletroencefalografia, videomonitorização e biópsia de músculo são realizados em pacientes abaixo desta idade. Atualmente, a gerência foca sua atenção na infraestrutura e vem realizando a adequação de área física, aquisição de equipamentos e aparelhos para toda a unidade e trabalha na readequação dos ambulatórios de Saúde Mental, com novos horários, oferecendo mais opções para os usuários. Está prevista, ainda, a readequação do ambulatório de Neurocirurgia, visando melhorar a qualidade, a humanização do atendimento e a reorganização dos horários dos demais ambulatórios para garantir a qualidade no atendimento e evitar superlotação. A rápida evolução das tecnologias disponíveis para esse tipo de atendimento e o alto custo de tais equipamentos são outros desafios para a equipe da UNP, pois impele a unidade a buscar constantemente atualizações referentes a equipamentos avançados. Ainda assim, a UNP oferece alguns desses serviços de alto custo que são realizados em outros poucos hospitais no país, inclusive, cirurgia de epilepsia, biópsia de nervo e músculo, investigação genética de doenças neuromusculares e de ataxias cerebelares, assim como terapia trombolítica ao paciente que tenha sofrido Acidente Vascular Encefálico (AVE) isquêmico, explica Marcos Christiano Lange, supervisor médico da UNP. A principal evolução no serviço, recentemente alcançada, foi sua própria estruturação em uma unidade, o que, segundo a gerente da área, melhorará a assistência ao paciente neurológico, neurocirúrgico e psiquiátrico no hospital. Paralelamente, houve outras melhorias, como a introdução, em 2010, do tratamento trombolítico ao paciente com AVE isquêmico, um procedimento de alta complexidade e realizado em poucos centros públicos no país. “Na área de psiquiatria, o HC desenvolve uma excelente parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, na orientação e supervisão de profissionais das unidades de saúde, permitindo a maior integração do paciente ao convívio social e familiar”, diz a gerente da UNP. São realizadas atividades interdisciplinares no atendimento aos pacientes com a colaboração de inúmeras equipes, como as de reabilitação, da oftalmologia, da otorrinolaringologia, da clínica médica, da anestesiologia e em menor frequência com outros serviços do hospital. Devido ao elevado número de pacientes admitidos pela Unidade de Urgência e Emergência Adulto do HC, a UNP realiza atividades muito próximas no atendimento de pacientes neurológicos no local. Unidade de Neurologia, Neurocirurgia e Psiquiatria nou, na época, o único hospital universitário do país que realizava A UNP oferece serviços de alto o exame de imunofluorescência que é utilizado no diagnóstico custo que são realizados em outros das distrofias musculares. Em 1998, foi criada a Unidade de Biologia Molecular, que hoje conta com instalações completas, inclusive poucos hospitais no país com sequenciador automático de DNA. O equipamento, além de 48 | Revista do Hospital Programas especiais da Neurologia Em 2003, a Unidade de Atendimento Externo do Serviço de Neurologia do HC iniciou suas atividades em uma nova área física, localizada no 6º andar do anexo B. Os atendimentos ambulatoriais totalizam, hoje, cerca de 1.230 consultas mensais de 13 áreas, algumas consideradas referências nacionais, tais como: aplicação de toxina botulínica, atendimento a pacientes com ataxias hereditárias, distúrbios do movimento, doenças degenerativas (doença de Alzheimer), doenças cerebrovasculares (AVE), epilepsia e submetidos a cirurgia de epilepsia, cefaléia e dor em geral, infecções do sistema nervoso, distrofias musculares, misatenia gravis, esclerose múltipla, intoxicação por substâncias químicas, acidentes com animais peçonhentos e também atendimento em neurologia geral. Bem antes disso, em 1972, o Serviço de Neurologia criou o Centro de Diagnóstico de Doenças Neuromusculares, transformando-se no primeiro centro médico do país a fazer diagnóstico das enfermidades através da histoquímica, técnica que utiliza microscopia óptica e imagens digitalizadas no diagnóstico patológico, de forma rotineira. Através desse serviço, o HC também se tor- auxiliar no diagnóstico e pesquisa das doenças neuromusculares, também é utilizado na pesquisa e diagnóstico de doenças neurodegenerativas, como por exemplo, as ataxias cerebelares. Outro programa especial da UNP é o Atendimento Integral de Epilepsia. O Grupo de Epilepsia do Hospital realiza atendimento ambulatorial de epilepsia de difícil controle em adultos desde 1992, realizando videoeletrencefalografia desde 1994 e cirurgia de epilepsia desde 1996. Em maio de 1997, foi credenciado pelo Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde como um dos oito centros nacionais de referência para exploração e tratamento cirúrgico de epilepsia. Até janeiro de 2011, foram realizados 900 procedimentos de exploração diagnóstica em epilepsia e 350 procedimentos de tratamento cirúrgico. “Os resultados no tratamento cirúrgico de epilepsia são similares aos obtidos em outros centros nacionais e internacionais”, garante Tereza Krause. Nos dois ambulatórios de epilepsia são atendidos, semanalmente, de 40 a 45 pacientes e mensalmente são realizadas de oito a dez explorações e três a quatro cirurgias. Para o atendimento integral aos pacientes com epilepsia, o Programa Um universo na Psiquiatria Professor de Psiquiatria e atual coordenador do programa de Residência Médica em Psiquiatria do HC, Osmar Ratzke conta que o atendimento de pacientes psiquiátricos iniciou-se nos primórdios do HC. Era então realizado em um pequeno ambulatório, junto ao SAM-4, com poucos horários disponíveis por semana. Na década de 1990, com o crescimento desses atendimentos, foi organizado o Ambulatório de Saúde Mental que funciona até hoje. Além de estar ligada à UNP, como mencionado, a Psiquiatria também está relacionada ao Departamento de Medicina Forense e Psiquiatria, do Setor de Ciências da Saúde da UFPR, participando como local de aulas práticas dos programas de ensino de psiquiatria dos cursos de Medicina e Terapia Ocupacional e estágio para os programas de pósgraduação em psiquiatria do HC e da Universidade Federal do Paraná. Sua equipe é constituída de Professores do Departamento de Psiquiatria, Médicos Psiquiatras, Psicólogos,Terapeutas Ocupacionais e Assistente Social. Esse grupo oferece os seguintes programas: Ambulatório de Saúde Mental (situado próximo ao HC, na rua Padre Antonio, 360, onde recebe pacientes encaminhados pelas unidades básicas da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, em número aproximado de 800 consultas mensais); Programa de Transtornos de Humor e Ansiedade, no SAM-5; Programa de Dependências Químicas, no SAM 5; Programa de Esquizofrenia Refratária, no SAM-5; Programa de Psiquiatria Infantil, no CENEP; Programa de Interconsulta Psiquiátrica, que atende pacientes com sintomatologia psiquiátrica dos demais serviços do HC, de forma emergencial ou através de pedidos de consulta. “Temos interação importante com áreas como a Clínica Médica, Tocoginecologia e Neurologia, através do programa de interconsulta e os estágios de residentes em psiquiatria”, diz o professor Ratzke, para quem o Serviço se diferencia por estar baseado em um hospital geral universitário, ao passo que a maioria dos atendimentos dessa área é oferecido em hospitais psiquiátricos tradicionais. Para acompanhar a evolução desse tipo de serviço, recentemente, a Psiquiatria do HC adotou novos medicamentos e pesquisas em neuroimagem, para o diagnóstico das principais patologias. Ainda assim, há barreiras a serem transpostas. As principais são a ausência de leitos especializados em psiquiatria no hospital geral para o atendimento de pacientes que necessitam de internamento psiquiátrico e que, simultaneamente, necessitam de atendimento clínico por patologias não-psiquiátricas e a impossibilidade de prescrever alguns dos novos medicamentos disponíveis no mercado. Os problemas, no entanto, não tiram do professor Ratzke o sentimento de que vive um momento especial, na comemoração do cinquentenário do HC: “Sinto alegria por poder participar desta festa e estar acompanhando o desenvolvimento do hospital, como aluno do curso de medicina, e posteriormente como professor dentro da instituição. Estamos todos de parabéns por esta efeméride”. Finalmente, devemos ressaltar que no ano em que se comemoram os 50 anos do Hospital de Clínicas, também são comemorados os 40 anos da existência ininterrupta da Residência em Neurologia do HC, que teve entre seus residentes profissionais de reconhecimento nacional e internacional, muitos dos quais, atualmente, são referência em sua área de atuação. 49 | Revista do Hospital conta com 23 profissionais de diversas áreas da saúde, realizando o atendimento ambulatorial e hospitalar desses pacientes, além da pesquisa de novos antiepilépticos e o treinamento de profissionais de saúde na área. A atuação da equipe multiprofissional incluiu, ainda, a promoção de campanhas educativas de pacientes e familiares na busca de tratamento adequado para que os epilépticos alcancem uma vida plena. UNIDADE DE Hematologia, Hemoterapia E Oncologia Referência nacional e internacional 50 | Revista do Hospital Inicialmente, o HC oferecia serviços de Hematologia e Hemoterapia e, em seguida, começou a atuar também na Oncologia Para explicar a constituição atual da Unidade que reúne os serviços de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia do HC, o Administrador Almir Peres Nicoletti recorre à história. Em 1961, conta ele, o Departamento de Clínica Médica do Setor de Ciências da Saúde da UFPR era composto, dentre outras, das especialidades de Hematologia e Hemoterapia. A Oncologia foi incorporada na sequência, complementando a organização acadêmica. Posteriormente, com a necessidade de estruturação da assistência, o HC implantou os chamados serviços, subordinados às respectivas diretorias. Foram criados o Serviço de Transplante de Medula Óssea (STMO), o Serviço de Quimioterapia de Alto Risco (QTAR) e o Serviço de Hemoterapia (SEH), os dois primeiros compreendendo unidades de internação e ambulatório. Na prática, os professores da especialidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia passaram a atuar nestes serviços. Hoje, com a implantação das unidades gerenciais, estes serviços foram inseridos, pelas suas características e inter-relações, à Unidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia (UHHO). A Hematologia é composta pelos Serviços de Transplante de Medula Óssea (STMO), localizado no 15º andar do prédio central (Unidade de Internação) e 4º andar do anexo B (Ambulatório) e a unidade ambulatorial do Serviço de Hematologia e Oncologia está localizado no 4º andar do anexo H. Já a Unidade de Quimioterapia de Alto Risco situa-se no 10º andar do prédio central. O Serviço de Hemoterapia (SEH) está distribuído em dois endereços: na Av. Agos- tinho Leão Júnior nº 108 e no 2º andar do prédio central. Os profissionais estão divididos em grupos, de acordo com a demanda de cada setor. Destaca-se o STMO, que conta com 150 pessoas na equipe. No Ambulatório Hemato/Onco atuam 19 profissionais; a QTAR reúne 15; e o SEH dispõe de 65 pessoas. As formações são diversas: médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, bioquímicos, farmacêuticos, técnicos e auxiliares de laboratório e administrativos. “Tratam-se de profissionais altamente especializados e capacitados em suas áreas específicas de atuação”, destaca Nicoletti. Bom para os pacientes, que podem contar com tantos especialistas nas diversas áreas de atuação da Hematologia. Em 2009, o STMO realizou 246 internações (81 mulheres, 165 homens, 1/3 menores de 14 anos, 1/3 entre 14 e 30 anos e 1/3 maiores de 30 anos). No ambulatório, a média mensal foi de 800 consultas médicas. Até 2010, foram realizados 2.126 transplantes Células Tronco Hematopoiéticas, obtidas da Medula Óssea de doadores aparentados e não-aparentados, bem como de sangue periférico e de sangue de cordão umbilical. Na QTAR, houve 217 internações (130 mulheres e 87 homens, 40 menores de 20 anos, 121 entre 21 e 50 anos e 56 maiores de 50 anos de idade). O ambulatório de Hemato/Onco teve média de 780 consultas médicas por mês. Por fim, o SEH realizou cerca de 1.050 triagens de doadores a cada mês. Embora a área física em todas as unidades seja classificada como adequada, o administrador revela a necessidade de contratação de recursos humanos em todas elas, principalmente, na Hemato/Onco e no Serviço de Hemoterapia. E também destaca a necessidade de manutenção dos equipamentos existentes. Nicoletti explica que com recursos oriundos do Governo do Es- de oferecer as melhores condições possíveis para a execução dos objetivos de cada unidade. E talvez seja esse espírito de colaboração que, a despeito das dificuldades, faça a mensagem da Unidade, pelo aniversário do HC ser de grande respeito. “Congratulações pelo fato de o HC ser um dos mais importantes Hospitais Universitários do Brasil, prestando uma assistência de qualidade à população e possibilitando o desenvolvimento de serviços de excelência e referência nacional e internacional, que formam e qualificam profissionais e publicam importantes artigos científicos sobre os avanços nas suas áreas. Muito se tem feito e muito ainda há por fazer. Que este espírito de construção mantenha-se rotineiro”, preconiza. Serviço de Transplante de Medula Óssea O Serviço de Transplante de Medula Óssea (STMO) que compõe a UHHO é o serviço de maior destaque do HC e é considerado centro de referência mundial no tratamento de algumas doenças, como a Anemia Aplástica Severa e a Anemia de Fanconi. Os resultados obtidos com mais de 230 trabalhos científicos publicados em revistas especializadas, mais de 600 trabalhos científicos apresentados em congressos nacionais e internacionais, mais de 30 teses de mestrado e doutorado defendidas, mais de 150 estagiários treinados e os mais de 2000 transplantes realizados, coloca o STMO entre os maiores e melhores centros de transplante de medula óssea do mundo. Sua história começou em 1979, quando os médicos hematologistas Eurípedes Ferreira e Ricardo Pasquini realizaram o primeiro Transplante de Medula Óssea da América Latina. Sob a coordenação e orientação do Professor Ricardo Pasquini, em 1985 o STMO passou a ter seus dados registrados no CIBMTR, órgão internacional que concentra informações sobre pacientes transplantados do mundo todo. Em 1993, o STMO fez o primeiro transplante da América Latina com células de cordão umbilical e, o Governo Federal reconheceu o HC/UFPR como centro de excelência em TMO. Em 1995, o STMO fez o 1º transplante da América Latina com doador não aparentado e obteve a Afiliação Acreditação junto ao NMDP, maior registro de doador voluntário de MO do mundo, mantendo, anualmente esse status. Este mesmo órgão concedeu, em 2007, a primeira deferência no Brasil pelo fato de o Serviço cumprir 100% dos requisitos exigidos para esse tipo de transplante, sendo, ainda, agraciado com outras distinções pela atuação na área. As constantes lutas para a conquista de espaços físicos mais adequados, equipamentos mais apropriados, equipe em número suficiente e cada vez mais especializada sempre foram o espírito norteador na condução do STMO. Em 2009 o Serviço completou 30 anos de funcionamento ininterrupto. Com a aposentadoria compulsória do Professor Ricardo Pasquini (atualmente Professor Emérito pela UFPR), em 2008, foi eleito o Professor José Zanis Neto como responsável técnico e supervisor médico do STMO. 51 | Revista do Hospital tado do Paraná, através do projeto “Implantação e Consolidação da Rede Paranaense de Terapia Celular”, coordenado pelo professor Ricardo Pasquini, foi possível adquirir vários equipamentos essenciais não apenas para os serviços citados, mas também para o complexo que compõe os laboratórios de imunogenética, imunofenotipagem e citogenética do HC. “Foi possível também, através do mesmo projeto, reformar importantes áreas da unidade de internação e ambulatório do STMO, do ambulatório de Hemato/Onco e do Serviço de Hemoterapia. Tais reformas possibilitaram a implantação da unidade de transplantes pediátricos, a separação dos ambulatórios do STMO e da Hemato/Onco e a divisão do ambulatório do STMO em adulto e pediátrico. Ainda, de suma importância, foi a possibilidade de aumentar a área física para que se pudesse aumentar o número de leitos”, detalha. Houve, ainda, a contratação por parte da UFPR de 75 novos funcionários temporários, fato que, conjugado com as reformas das áreas físicas, possibilitou a expansão do número de leitos e o aumento do número de transplantes, de 64, em 2009, para 134, em 2010. “Há de ressaltar também a importante contribuição que a Associação Alírio Pfiffer, criada em 1988, tem dado ao STMO, na disponibilização de recursos para treinamentos de profissionais, aquisição de materiais e equipamentos e para a realização de consertos necessários que não seriam possíveis se dependesse somente dos recursos próprios do hospital”, diz. No Serviço de Hemoterapia, com as reformas realizadas, foi possível a expansão da sala de aféreses e da área destinada ao fracionamento e armazenamento de hemocomponentes, bem como a criação de uma sala para a realização dos exames de controle de qualidade. Os mais recentes avanços foram a implantação da técnica em gel para os testes imuno-hematológicos, a automação dos testes sorológicos, a aquisição de equipamentos de aféreses mais rápidos e eficazes, a implantação do Banco de Sangue de Cordão Umbilical com a chegada este ano do BioArchivo que permitirá o armazenamento de mais de 1000 bolsas de sangue de cordão umbilical, e a aquisição de novas centrífugas de fracionamento de bolsas de sangue. As doenças mais frequentes tratadas pelo STMO são a Anemia Aplástica Severa, Anemia de Fanconi, Leucemias Agudas e Crônicas, além de doenças genéticas ou degenerativas. A QTAR trata de pacientes com Leucemias, Linfomas, e praticamente todos os tipos de tumores sólidos. No caso da Oncologia a demanda também aumenta ano a ano e, por outro lado, há o desenvolvimento de novas técnicas, pesquisas com novos medicamentos e tratamentos para diagnósticos poucos comuns. Para o Administrador da UHHO, o HC tem participado, através das Diretorias e dos serviços de apoio, de grande parte das ações desenvolvidas, porém não conquistou o suficiente, ainda, para atender todas as necessidades apresentadas. Ele afirma ser necessário buscar recursos em outras fontes, que são as entidades de apoio, comunidade externa, iniciativa privada e outras esferas governamentais. Apesar disso, considera que, apesar das adversidades, o HC tem sempre envidado esforços incansáveis no sentido Unidade de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - UNORL 52 | Revista do Hospital Novata e com todo o fôlego para crescer Uma das unidades mais recentes do HC, a de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (UNORL) iniciou seu processo de implantação em agosto de 2009 e tem em sua composição os Serviços de Otorrinolaringologia e Endoscopia Per Oral, gerenciada pela Ass. Social Eliane Benkendorf. Ao longo do processo de implantação a Unidade foi se fortalecendo junto ao seu colegiado, que é composto pela equipe de profissionais da Unidade: gerente, médicos e enfermagem dos diversos serviços, ambulatórios e unidades de internação, residentes e técnicos-administrativos. Em dezembro de 2010, a UNORL assinou seu primeiro contrato de gestão junto à Direção Geral do Hospital de Clínicas – UFPR. O documento traz em seu conteúdo várias metas que tem por finalidade aprimorar a assistência realizada pelos serviços que a compõe, e assim oferecer alta qualidade no ensino, tanto a nível de graduação como de pós-graduação, em caráter de residência médica e especialização, gerando produção científica e publicações. O serviço de Otorrinolaringologia A Otorrinolaringologia está presente na Universidade Federal do Paraná desde sua fundação, sendo que atuava junto à oftalmologia. Na década de 1950 os serviços foram separados e a otorrinolaringologia passou a ser conduzida pelo Prof. Dr. Celso Ferreira. O Hospital de Clínicas passou a contar, em 1966, com o Prof. Dr. Leônidas Mocellin, que foi nomeado através de concurso público como professor catedrático da disciplina de Otorrinolaringologia e que iniciou um novo cenário na disciplina. Após sua aposentadoria, em 1992, o mesmo foi substituído pelo Prof. Dr. Marcos Mocellin, responsável pelo Serviço até a data atual. Endoscopia Per Oral O Serviço de Endoscopia Per-Oral existe desde o início das atividades do Hospital de Clínicas sendo na época o responsável o Dr. João Candido da Cunha Pereira, que foi substituído pelo Dr. Antônio Ulisses Gavazzoni quando de sua aposentadoria. Atualmente o Dr. Elmar Allen Fugmann é o responsável por este Serviço. O Serviço é responsável pelo diagnóstico, terapêutica e acompanhamento de pacientes com afecções em laringe, brônquios, esôfago, distúrbios de deglutição e de voz. São atendidos por este serviço portadores de afecções que vão desde simples episódios de rouquidão até as disfonias incapacitantes para suas atividades profissionais e sociais. A partir deste ano inicia-se no Serviço o atendimento de pacientes portadores de câncer de laringe e hipofaringe.“Os pacientes disfágicos encaminhados com a finalidade diagnóstica e terapêutica são geralmente pacientes neurológicos graves, muitos de prognóstico reservado, tanto adultos como crianças” ressalta o Dr. Elmar. Estes são avaliados clinicamente, e tem seu tratamento realizado junto a equipe de médicos, fonoaudiólogos e nutricionistas. A Endoscopia Per-Oral está organizada como serviço do Hospital de Clínicas e academicamente se encontra vinculado ao Departamento de Oftalmo/Otorrinolaringologia do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná. A partir de dezembro último, juntamente com o Serviço de Otorrinolaringologia, compõe a Unidade Gerencial de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. UNORL em busca de novos caminhos A UNORL está iniciando uma nova caminhada, a qual busca no processo de gestão participativa aprimorar seus processos de trabalho possibilitando assim uma maior qualificação na assistência e no ensino. E nessa procura permeada de novas tecnologias e de humanização junto aos trabalhadores e usuários é que se visualiza novos horizontes para os Serviços. Nessa busca, conta com a parceria dos gestores do Hospital de Clínicas e dos diversos membros da sociedade que auxiliam na manutenção e inovação da Unidade. Há aproximadamente um ano e meio, a Unidade de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial está atuando como unidade gerencial e, neste período, se inseriu e fortaleceu a rede que constitui a atual gestão do Hospital de Clínicas.“Temos tido grandes parceiros, com o intuito de buscar novos caminhos para a assistência e o ensino na área de otorrinolaringologia. Ressalta-se que este elo foi formado pelos serviços que a compõem (Otorrinolaringologia e Endoscopia Per-Oral) os quais teceram esta rede com muita sustentabilidade”, conclui a gerente da UNORL, a Assistente Social Eliane Benkendorf. 53 | Revista do Hospital O Serviço dá assistência a pacientes nas áreas de ouvido, nariz, laringe, otorrino pediátrica, otoneurologia, oculoplástica, crânio facial e estomatologia e é academicamente ligado ao Departamento de Oftalmo/Otorrinolaringologia do Setor de Ciências da Saúde/UFPR. Hoje, o serviço atende em média 1.879 consultas ambulatoriais e 181 procedimentos cirúrgicos/mês, uma demanda crescente ao longo dos anos, vem sendo suprida pelo empenho da equipe multiprofissional, que a compõem. A qual conta com 18 médicos, um odontólogo, um fonoaudiólogo, equipe de enfermagem e funcionários administrativos. Dentro do espírito de desenvolvimento de ensino e pesquisa uma das áreas mais recente é a busca da audição, que foi possibilitado pelo credenciamento para a implantação de próteses auditivas junto a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba. E mais recentemente, o credenciamento, pelo Ministério da Saúde, para a realização de implante coclear, conhecido como “ouvido biônico”, coloca o Serviço em destaque, sendo uma das referências para o estado do Paraná. Em 2010 o Serviço de Otorrinolaringologia inicia uma nova fase a partir da sua inserção na UNORL, o qual em conjunto a Endoscopia Per-Oral busca fortalecer suas ações dentro do hospital. Ortopedia e Traumatologia 54 | Revista do Hospital Atendimento em Diversas subespecialidades Antes mesmo da criação do HC, a Disciplina e o Serviço de Ortopedia e Traumatologia da UFPR já existiam. Quem conta a história é o prof. Dr. Luiz Antonio Munhoz da Cunha, professor titular do Departamento de Cirurgia, Coordenador da Disciplina e Chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do HC. Segundo ele, as atividades eram desempenhadas na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba e no Hospital de Crianças César Pernetta. E com a construção do HC as atividades passaram a se concentrar somente no Hospital de Clínicas. Até 1976, o Serviço de Ortopedia estava localizado nos 3º e 4º andares do anexo B (enfermarias para adultos) e no 15º andar do prédio central. Hoje, a Unidade conta com 20 leitos para adultos, localizados no 6º andar, do prédio central e sete leitos pediátricos, no 13º andar da mesma edificação. Também no 6º andar estão a secretaria da disciplina, sala dos professores, auditório para 48 pessoas e uma área cedida para o banco de tecidos músculo-esqueléticos. Para atender a demanda, o Serviço de Ortopedia conta com três professores da Disciplina Ortopedia e Traumatologia, um professor da disciplina de atendimento ao Pré-Hospitalar (APH) ao politraumatizado e um professor do departamento de Anatomia. Também atuam nove médicos técnico-administrativos (reitoria), três médicos da FUNPAR, 18 residentes (três anos de residência, seis residentes ao ano) e quatro residentes de cirurgia da mão (disciplina que recebe dois residentes por ano). “Temos também especializandos em diferentes áreas de atuação, como cirurgia da coluna vertebral, cirurgia de quadril e joelho, medicina esportiva, cirurgia do pé, cirurgia do ombro e cotovelo, além de quatro médicos voluntários de reconhecida capacidade profissional, que atuam na assistência e ensino”, detalha Munhoz da Cunha. O Serviço de Ortopedia conta também com apoio clínico, um professor de clínica médica, que dá suporte aos pacientes internados no andar e um serviço de fisioterapia para reabilitação pós-operatória, com dois fisioterapeutas locados no andar. Munhoz da Cunha explica que a Ortopedia se divide em diversas subespecialidades: cirurgia da mão, cirurgia da coluna cas e ambulatórios) para o atendimento ao público que, na área ortopédica, apresenta uma demanda reprimida muito grande. A Unidade oferece suporte de atendimento aos casos de Ortopedia e Traumatologia das demais clínicas e departamentos do Hospital e mantém um residente de plantão e suporte aos médicos. E poderia realizar muito mais, se houvesse recursos. “As doenças músculo-esqueléticas que compõem a Especialidade de Ortopedia e Traumatologia são muito prevalentes e, para que a assistência fosse mais adequada, seria necessário aumentar a infraestrutura e recursos disponíveis em órteses e próteses, para, assim, diminuir as filas de espera para cirurgias e maximizar os recursos humanos disponíveis no hospital”, pondera o Dr. Munhoz da Cunha. Ao colocar em perspectiva histórica esse serviço surgido antes mesmo do HC, o chefe da Ortopedia e Traumatologia conta que o Hospital de Clínicas é o mais importante hospital de ensino do Paraná e dá suporte ao sistema de saúde por sua grande especificidade em procedimentos de alta complexidade. O Banco de Tecidos Músculo-Esqueléticos (BTME), conhecido como Banco de Ossos, tem por finalidade permitir transplantes de tecidos humanos como ossos, cartilagens, tendões, ligamentos, meniscos etc. É um centro de referência nacional e internacional. Inaugurado em 1998, foi o primeiro Banco do gênero a ser cadastrado pelo Ministério da Saúde, contando com estrutura organizada e equipamentos de última geração para armazenamento e processamento dos tecidos para utilização em cirurgias nas áreas de Ortopedia, Neurocirurgia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Plástica, Odontologia e outras especialidades realizadas no HC, como também em outras instituições de Curitiba, de outras cidades do Paraná e até de outros estados brasileiros. 55 | Revista do Hospital vertebral, medicina esportiva, cirurgia do joelho, cirurgia do quadril, ortopedia pediátrica, cirurgia do trauma músculo-esquelético, oncologia ortopédica, cirurgia do pé e tornozelo e cirurgia do ombro e cotovelo. Cada uma destas subespecialidades está representada no serviço de Ortopedia. Os grupos atendem ambulatórios específicos e têm períodos cirúrgicos definidos. “Hoje, nosso serviço apesar das dificuldades relativas à administração pública é referência. Tem tecnologia e recursos humanos para realizar qualquer tipo de cirurgia reconstrutiva na área músculoesquelética. Além disso, contamos com o suporte do Banco de Tecidos Músculoesquelético (veja quadro), muito importante na reconstrução de problemas que precisem transplante nesta área”, explica o professor. Os diferentes ambulatórios atendem, aproximadamente, 800 pacientes ao mês entre retornos e novas consultas e fazem perto de 70 cirurgias ao mês, sendo a maior parte delas de alta complexidade. Os procedimentos mais realizados são as artroplastias (reconstrução articular com próteses) do quadril e joelho. Segundo o chefe do serviço, o principal diferencial do HC é a qualidade de seus recursos humanos. Depois disso, ele destaca o uso de órteses e próteses da melhor qualidade e serviços de suporte em todas as áreas da medicina. Recentemente, as enfermarias passaram por reformas e, através de emendas parlamentares, o HC conseguiu equipá-las com camas com controle elétrico para conforto dos pacientes, além de ter obtido equipamentos mais modernos para suporte dos colaboradores de enfermagem como: macas modernas para banho e guindastes para transferência de pacientes. Os melhores destaques também são as maiores fontes de dificuldades enfrentadas na área: recursos humanos e manutenção de equipamentos insuficientes. Outro aspecto de preocupação é a infraestrutura (número de salas cirúrgi- Infectologia Adulto 56 | Revista do Hospital Serviço referenciado pelo Ministério da Saúde Há muito, o ser humano é obrigado a conviver com algumas doenças infecto-contagiosas, no entanto, a ciência tem buscado desenvolver conhecimentos para restringir o máximo a propagação desse tipo de mal. A Infectologia é área recente dedicada a esse trabalho. Tão recente que a Sociedade Brasileira de Infectologia surgiu somente em 1980, com o objetivo de “promover o desenvolvimento da especialidade de Infectologia – que se dedica à prevenção, ao diagnóstico, ao tratamento das doenças infecciosas – bem como os intercâmbios científico, técnico, cultural e social entre seus associados e profissionais da área”. No HC, o Serviço está subordinado à Direção da Assistência do hospital e é ligado ao Departamento de Saúde Comunitária, por meio da disciplina de Infectologia. Hoje, a chefia do serviço está a cargo da Dra. Sonia Mara Raboni. A equipe é enxuta para o universo de trabalho: são oito profissionais médicos, dos quais quatro são professores da disciplina de infectologia, além de enfermeiras e técnicos de enfermagem que se alternam no atendimento do paciente ambulatorial e internado. O serviço conta com atendimento ambulatorial aos pacientes encaminhados para a especialidade, a qual está subdividida em atendimento a pacientes com AIDS, infecções fúngicas, co-infecção HIV / hepatites e infectologia geral.“Aos pacientes portadores do HIV também é disponibilizado o ambulatório de enfermagem para orientação de adesão ao tratamento, além do atendimento pelo serviço social e nutricionista”, relata o Dr. Flavio Queiroz Telles. A Infectologia/Adulto também conta com atendimento ao paciente internado, onde são disponibilizadas 12 vagas, localizadas no 3º andar do prédio central, sendo três quartos para o isolamento respiratório, onde são colocados os pacientes com doenças transmissíveis por via respiratória. Nos ambulatórios, são atendidos em torno de 400 pacientes por mês. Já nas enfermarias o número é variável, pois como habitualmente é paciente de maior gravidade, o tempo de internação costuma ser longo. A maioria dos pacientes encaminhados ao serviço para atendimento ambulatorial é portador do HIV; para o atendimento de enfermaria vão os portadores de AIDS, tuberculose e meningites. Além disso, o serviço é referência do Ministério da Saúde para o encaminhamento de pacientes portadores de doenças transmissíveis, frente a riscos de epidemias e pandemias. Quando questionada sobre a infraestrutura à disposição para as atividades da Infectologia, Sonia relata uma discrepância. “No HC há um contraste na disponibilização de tecnologias, para algumas investigações, como por exemplo, na área de microbiologia, dispomos de metodologias atuais e na maioria dos casos, exclusivas dentro do atendimento ao paciente hospitalizado no estado do Paraná. No entanto, O Serviço de Infectologia Adulto é referência do Ministério da Saúde para o encaminhamento de pacientes portadores de doenças transmissíveis, frente a riscos de epidemias e pandemias a Instituição ainda tem que avançar para disponibilização de mais serviços, como alguns exames invasivos, que poderá diminuir o tempo de internamento para investigações clínicas e evitará o encaminhamento de nossos pacientes para outros locais, fora da Instituição, para a realização destes exames”ressalta. A necessidade de funcionários também atinge este Serviço: “Como as diversas áreas do hospital, o Serviço de Infectologia tem apresentado uma diminuição importante no número de profissionais para o atendimento de seus pacientes, principalmente, médicos e enfermeiros, isto tem como consequência uma redução na disponibilização de leitos e restrição na abertura de novos atendimentos dentro da especialidade, afetando diretamente o ensino”, destaca Telles. A dupla à frente da Infectologia/Adulto ressalta que, neste momento em que o HC completa 50 anos, o grande desafio da Instituição, frente as suas dificuldades, é honrar o compromisso primordial de fornecer ao mercado bons profissionais, capazes de aliar o conhecimento ao atendimento digno à pessoa humana. 57 | Revista do Hospital Endoscopia Digestiva 58 | Revista do Hospital Diagnóstico para orientar a cura A Dra. Sandra Teixeira, médica com especialidade em endoscopia digestiva e gastroenterologia, comanda atualmente o Serviço de Endoscopia Digestiva, que existe desde 1989 e recebeu uma ampliação de seu espaço físico em 2001. A seu lado, está a enfermeira Lúcia Ribeiro, coordenadora da equipe de enfermagem, e desde o mês de setembro passou a integrar a equipe a administradora Nara Garcia. Uma equipe de 17 servidores, três médicos anestesistas da Cooperativa dos Anestesiologistas do Paraná e dois médicos residentes, totalizando 22 profissionais, é responsável pela realização de 1.011 atendimentos, entre orientação de preparos para os exames, admi- nistração de medicamentos pela equipe de enfermagem e realização dos exames endoscópicos diagnósticos e terapêuticos realizados pela equipe médica. Esse tipo de exame é utilizado para detectar doenças do trato digestivo e a Dra. Sandra ressalta que além do diagnóstico de tais enfermidades, atualmente, a endoscopia digestiva realiza muitos procedimentos terapêuticos, evitando procedimentos cirúrgicos, que são mais invasivos. Os médicos têm lançado mão desse tipo de diagnóstico por vários motivos, sendo elencados pela chefe de serviço qualidade, facilidade de realização dos procedimentos, baixo número de Com uma equipe de 22 profissionais o Serviço de Endoscopia Digestiva é responsável pela realização de mais de 1.000 atendimentos por ano No último ano, foi iniciada a realização de dois exames que o HC não oferecia anteriormente: pHmetria e manometria. Para desinfecção dos endoscópicos, o Hospital adquiriu uma lavadora, que agiliza o processo de limpeza dos aparelhos, facilitando o trabalho da equipe de enfermagem. Atualmente, há vários projetos de implantação de novos exames endoscópicos como enteroscopia, cápsula endoscópica, aparelhos de alta definição com tecnologias de cromoscopia virtual e magnificação de imagem, entre outros. Ao fazer a análise da unidade que comanda, neste momento em que o HC celebra seus 50 anos, a Dra. Sandra afirma que se trata de um serviço pujante, extremamente produtivo, que atende todos os outros do Hospital. É importante para o atendimento prestado ao paciente e vem crescendo nos últimos anos com implantação de novas tecnologias. 59 | Revista do Hospital complicações e recomendações atuais de prevenção de doenças do trato gastrointestinal. Para os exames, a equipe do Serviço de Endoscopia utiliza equipamentos vários, realizando procedimentos de endoscopia digestiva, colonoscopia, retossigmoidoscopia, phmetria, manometria esofágica e colangiopancreatografia endoscópica retrógrada. O Serviço de Endoscopia realiza exames para todos os departamentos do Hospital de Clínicas, inclusive para a Pediatria. Nos últimos quatro anos, todos os pacientes que realizam exames endoscópicos no HC têm sido sedados. Esse novo tipo de procedimento enterrou a fama de a endoscopia ser um exame desconfortável. “No exame de colonoscopia, considerado um dos mais invasivos, os pacientes são sedados por equipe de anestesiologistas, com medicamentos de última geração, não havendo qualquer desconforto durante o procedimento”, destaca a chefe do Serviço. O Serviço de Endoscopia é um setor de diagnóstico e terapêutica em endoscopia digestiva, atualmente conta com uma equipe habilitada para atender casos graves na sua área de competência. O Serviço está na expectativa para a ampliação da estrutura física e recursos humanos, além da aquisição de novos equipamentos e com isso atender a alta demanda que possui. Segundo a chefe do Serviço, “Desta maneira, poderemos aumentar o número de procedimentos e introduzir novas técnicas endoscópicas ainda não disponíveis no HC”, ressalta. Clínica Pediátrica 60 | Revista do Hospital Pediatria A Clínica Pediátrica foi a primeira Unidade de Pediatria criada no Hospital de Clínicas, em agosto de 1961, operando no 14° andar. Hoje, é coordenada pela Enfermeira Janete Barrichelo e pela Profª. Cristina Rodrigues da Cruz (Chefe do Departamento de Pediatria). Após ampla reforma em 2005 com o objetivo principal de oferecer acomodações adequadas aos acompanhantes das crianças internadas, o serviço passou a atender a 16 leitos. Foi construída, também, uma sala de recreação, com brinquedos, recreacionistas e professoras que dão prosseguimento à escolarização, enquanto as crianças estão internadas. Em 2004, foram destinados 8 leitos especialmente para hematopediatria (até aquela data os leitos da Hematopediatria faziam parte da Clínica Pediátrica) e as demais especialidades, como Endocrinopediatria, Pneumologia, Cardiologia, Dermatologia, Gastroenterologia, Hepatologia e Neurologia, com oito leitos. A Enfermeira Janete explica que são internadas com mais frequência crianças com leucemia, anemia, diabete, fibrose cística, doenças de pele, convulsão, distúrbios hepáticos e pré-operatório de cirurgia cardíaca. “São atendidos pacientes de 29 dias a 14 anos, tendo a Unidade uma taxa de ocupação de 60 a 70%”, diz. Muito além do básico Adicionalmente aos atendimentos prestados em áreas comuns em qualquer unidade de Pediatria, o HC conta, ainda, com três serviços que merecem destaque pela sua relevância e pelo fato de terem se tornado referência: o Centro de Neuropediatria, o Ambulatório da Síndrome de Down e a Endocrinologia Pediátrica. O Centro de Neuropediatria (CENEP) criado em 1999, é coordenado pelo Prof. Dr. Sérgio Antoniuk e tem um corpo médico amplo formado por neuropediatras e ortopedistas pediátricos. O atendimento é realizado por uma equipe multidisciplinar com profissionais de Enfermagem, Psicologia, Psicopedagogia, Linguística, Nutrição, Serviço Social, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Musicoterapia e Odontologia. “Os ambulatórios acompanham crianças com patologias neurológicas: epilepsia, paralisia cerebral, cefaléia, atraso no desenvolvimento psicomotor, encefalopatias progressivas, convulsões febris, síndromes genéticas, dificuldades escolares, distúrbios psiquiátricos, incluindo Autismo e Síndrome de Rett”, relata o Dr. Antoniuk. No Centro, são realizados, exclusivamente via SUS, mais de 2.250 atendimentos mensalmente. Esse trabalho é lastrado por pesquisa e ensino de qualidade, que norteiam as ações ambulatoriais executadas pelos profissionais da área. O ensino é dirigido a estudantes (de medicina, fisioterapia, psicologia, fonoaudióloga e pedagogia) e médicos residentes (de pediatria, neurologia, psiquiatria e neuropediatria). “No momento, estão sendo desenvolvidas oito teses de pesquisa de mestrado e doutorado, direcionadas ao estudo do desenvolvimento da criança”, conta o coordenador do CENEP. Já o Ambulatório de Síndrome de Down iniciou suas atividades dois anos antes do CENEP, em 13 de maio de 1997. Foram responsáveis pela criação do ambulatório a assistente social Infraestrutura com brinquedoteca, recreacionistas e professoras tem sido cada vez mais adaptada ao público que atende Noêmia Cavalheiro, que tem um filho com a síndrome, e a nutricionista Suely Shimidt. O serviço é referência nacional por ser o primeiro da América Latina de atendimento exclusivo a esta síndrome, com equipe multiprofissional. Atua no diagnóstico, apoio e acompanhamento, assim como na prevenção e tratamento de patologias associadas e, de forma significativa, preparando a criança e sua família para inserí-los em todos os segmentos da sociedade. Com conhecimento de causa, Noêmia enfatiza: “A Síndrome de Down não é o fim do mundo. As pessoas podem se desenvolver e ter uma vida social normal”. Além de Assistente Social, o ambulatório possui em sua equipe Dermatologista, Enfermeira, Fonoaudiólogo, Geneticista, Nutricionista, Odontólogo, Pediatra, Psicólogo, Terapeuta Ocupacional, residentes de pediatria, especializandos, estagiários e voluntários. Todo um time para cuidar dos pequenos especiais, mas que com atendimento correto têm muito o que viver, conviver e compartilhar com suas famílias e a sociedade em geral. O Ambulatório da Síndrome de Down proporciona também campo para estudos e pesquisas científicas para acadêmicos e profissionais, com a realização de teses de doutorado e mestrado e apresentações de trabalhos em eventos no Brasil e no exterior. Em 1995, foi a vez do surgimento da Unidade de Endocrinologia Pediátrica, inaugurada somente em 1996 com a implantação de uma sede onde é realizado atendimento ambulatorial diário, além de exames laboratoriais, testes dinâmicos, palestras e reuniões científicas. A unidade atualmente é chefiada pela Professora Rosana Marques Pereira que coordena uma equipe multiprofissional, realiza atendimento e tratamento de crianças com erros inatos do metabolismo diagnosticados pelo “teste do pezinho”; de crianças diabéticas; com nanismo e outros distúrbios do crescimento; com tumores da supra-renal; com puberdade precoce; doenças do metabolismo ósseo e raquitismos; obesidade; alterações na formação e desenvolvimento dos genitais; e, finalmente, doenças da tireóide. A Unidade é o primeiro centro de referência credenciado pelo Ministério da Saúde para tratamento do Hipotireoidismo Congênito e Fenilcetonúria de crianças detectadas pelo “teste do pezinho”; e centro de referência do Paraná para tratamento de pacientes com Hiperplasia Supra-Renal Congênita. Os especialistas desta unidade têm a maior experiência, entre todos os serviços do mundo, em crianças com câncer de córtex supra-renal. A explicação para esse grau de especialização está na própria doença, pois a incidência deste tipo de tumor no Paraná e em São Paulo é no mínimo 20 vezes maior que em qualquer outra região ou país. 61 | Revista do Hospital O Serviço da Clínica Pediátrica está subordinado à Direção da Assistência e o quadro de enfermagem possui 22 funcionários, distribuídos em três turnos, para que sejam prestados cuidados integrais à criança. Muitos dos funcionários têm experiência anterior em Pediatria, mas é de fundamental importância gostar de crianças e todos recebem treinamentos frequentes para atuar na Unidade. A equipe médica é constituída por médicos e professores do Departamento de Pediatria da UFPR, especialistas nas diversas áreas de atuação (especialidades) pediátricas como: neurologistas, pneumologistas, hepatologistas, gastroenterologistas, entre outras. A Clínica Pediátrica e Hematologia foram os primeiros Serviços do Hospital de Clínicas a implantar a avaliação da dor como 5° Sinal Vital, de forma sistematizada, o que acontece desde 2005. “A Pediatria, ao longo dos anos, contou com o apoio da Direção do Hospital de Clínicas e deseja que continue prestando à comunidade a sua MISSÃO”, prega, por sua vez, a Chefe do Serviço. Infectologia Pediátrica 62 | Revista do Hospital Conquistando espaços adequados Ter uma unidade específica para o serviço de infectologia no HC foi uma conquista, uma vez que antes de 1991, as crianças com doenças infecto-contagiosas eram atendidas em leitos da Unidade de Emergência Pediátrica. Isso porque o Serviço de Infectologia Pediátrica foi implantado junto ao Setor de Infectologia Adulto, por iniciativa da infectopediatra e ex-professora do Departamento de Pediatria, Luzilma T. F. Martins. A partir do ano 2000, a unidade passou a ser coordenada pela também professora do departamento de Pediatria, Cristina Rodrigues da Cruz, e desde julho de 2010, a coordenação passou a ser atribuição do Dr. Tony Tannous Tahan. “As diferenças entre infectologia adulto e pediátrica vão desde os tipos de doenças mais frequentes entre os pequenos, as manifestações clínicas distintas, tratamentos diferenciados, além das necessidades assistenciais particulares das crianças”, pondera a Profa. Dra. Cristina Cruz, infectologista pediátrica e professora adjunta do Departamento de Pediatria. Para atender esses casos, a Unidade de Infectologia Pediátrica ocupa uma área do 3° andar do prédio central, junto ao setor de Infectologia Adulto e possui 10 leitos em quatro enfermarias. A equipe de enfermagem atende tanto crianças como adultos, mas a equipe médica é formada exclusivamente por pediatras. Além do Dr. Tahan, constituem a equipe médica a Dra. Andréa Maciel de Oliveira Rossoni e a professora Cristina, vinculados ao Departamento de Pediatria, todos especialistas em Infectologia Pediátrica. Atuam na unidade, ainda, dois residentes de infectologia pediátrica e dois residentes de pediatria, além de alunos do curso de medicina. Na unidade, são hospitalizadas crianças com doenças infecciosas, como diarreias, meningites, tuberculose, doenças exantemáticas, infecção pelo HIV, infecções congênitas, entre outras. Em 2009, foram hospitalizados uma média de 20 pacientes/mês, com idades que variavam de um mês a 14 anos. “Importante lembrar que em 2009 os leitos de internação foram restritos à metade em decorrência de dificuldades assistenciais do hospital e durante os meses de inverno foram referência para atendimento exclusivo de crianças com infecção por Influenza A (H1N1)”, ressalta a Dra. Cristina. Embora, de uma maneira geral, a estrutura à disposição da equipe médica satisfaça as necessidades da área, o time demanda equipamentos melhores para assistência de pacientes com doenças transmitidas por via aérea, como salas com pressão negativa, que oferecem maior segurança para os demais pacientes da unidade e para as equipes assistenciais. Outra grande aspiração da equipe, e que faz todo sentido, é conseguir uma área no Hospital para internação exclusiva de crianças com doenças infecto-contagiosas, separada da ala dos adultos e, assim, continuar no caminho do desenvolvimento da disciplina e na direção correta do atendimento a um público que tem suas peculiaridades. A Dra. Cristina garante que desde a implantação do serviço, há aproximadamente 20 anos, o Serviço de infectologia pediátrica tornou-se referência para o município de Curitiba e para o estado do Paraná como um todo em uma série de enfermidades infecciosas. Além disso, tem contribuído com a sociedade com a formação de profissionais altamente qualificados na área de atuação de infectologia Pediátrica. E ela explica o motivo: “Tudo isso se deve aos esforços conjuntos dos professores e médicos do departamento de Pediatria e do apoio constante da direção do Hospital”. UTI Pediátrica Serviço que torna o HC diferenciado em relação a muitas instituições, a UTI Pediátrica foi implantada em 1983, pelo Prof. Dr. Izrail Cat, após este ter passado dois anos na UTI Pediátrica do Hospital for Sick Children, em Toronto, no Canadá. O período de intensa aprendizagem foi base para a instauração, no Brasil, de serviço semelhante. Atualmente, a UTI Pediátrica é chefiada pelo Prof. Dr. José Eduardo Carreiro, que também é Prof. Adjunto do Departamento de Pediatria da UFPR. A Unidade está localizada no 14º andar do prédio central do HC, junto ao Serviço de Clínica Pediátrica. Trabalham no Serviço 26 profissionais de enfermagem e sete médicos, além de docentes do Departamento de Pediatria. Em média, esse grupo atende 27 pacientes internados a cada mês. Os motivos principais dessas internações são crianças gravemente enfermas por insuficiência respiratória aguda, sepse, coma, choque, hemorragia aguda e outras razões, que necessitam de suporte ventilatório e cuidados intensivos. “Também são internadas crianças que são submetidas a grandes cirurgias, como as de transplante hepático, cirurgia cardíaca e neurocirurgia, por exemplo, e que necessitam de cuidados intensivos no seu pós-operatório”, explica o Dr. Carreiro. A estrutura, atualmente disponível, é de 10 leitos, dos quais, seis estavam ativos. Dentro da unidade, médicos e enfermeiros contam com um aparelho de dosagem de gases arteriais e eletrólitos, um aparelho de raio-X, um aparelho de ecografia e um aparelho de doppler transcraniano. Quanto ao ativo humano, desse setor, é constituído de médicos que concluíram Residência Médica em Pediatria e em Terapia Intensiva Pediátrica. Além deles, os profissionais de enfermagem também possuem vasta experiência para atuação na UTI Pediátrica. “A existência de uma UTI pediátrica já é um diferencial para o Hospital de Clínicas. O trabalho dela é de suma importância para o tratamento dos pacientes pediátricos gravemente enfermos realizados pelo HC e que são referência no estado e no país”, afirma Carreiro. Quando da internação de um filho ou parente na UTI Pediátrica, um momento tão difícil para uma família, o HC permite que os pais permaneçam diariamente com seus filhos, das 8:00 às 18:00 horas. Esta é uma das várias formas como o HC pratica a humanização do atendimento, sempre buscando o equilíbrio entre o respeito ao paciente e seus familiares e às necessidades técnicas daqueles que prestam esse atendimento. 63 | Revista do Hospital Quanto mais grave o caso, mais intenso o cuidado Hemato-oncopediatria 64 | Revista do Hospital Equipe marcada pela habilidade técnica e emocional Ninguém espera isto, mas, às vezes crianças também são acometidas de enfermidades complexas. Diante da diversidade de casos atendidos, em 1966, a Pediatria do HC entendeu que a especialidade deveria ser dividida em diferentes áreas, fazendo com que os pediatras se dedicassem com maior profundidade a cada uma delas. Quem optou por cuidar de crianças com doenças hemato-oncológicas foi Dr. Amadeu Cassilha e o Dr. Dionísio Abrão seu colega de especialidade. Na ocasião, ainda não existia, no Brasil, a especialidade de Hemato-Oncopediatria e os pediatras eram orientados por hematologistas clínicos. No Hospital de Clínicas, três nomes se salientaram nessa atividade: Dr. Ricardo Pasquini, Dr. Eurípides Ferreira e Dr. Valdir Furtado. Dra. Mara Albonei Dudeque Pianovski, atual chefe do serviço, ressalta que a análise microscópica do sangue era, então, feita pelo Dr. Paulo Barbosa da Costa, eminente citologista que transmitiu seus conhecimentos a muitos colegas em formação. Dr. Cassilha e Dr. Abrão cuidaram da hemato-oncopediatria até agosto de 1975. Quatro anos depois, um jovem pediatra, Dr. Raul Corrêa Ribeiro, foi conhecer o serviço do St. Jude Childrens Research Hospital, na cidade norte-americana de Memphis, enquanto a Dra. Mara Albonei Dudeque Pianovski, assumia o cuidado das crianças com neoplasia, para o serviço a principal linha de conduta, que norteia até hoje o atendimento: disponibilidade profissional ininterrupta para o atendimento da criança, inserção em protocolos multi-institucionais, visão ampla, contemplando não somente o pequeno paciente, mas também a sua condição familiar para que variáveis sócio-econômicas não interfiram negativamente no resultado do tratamento. Em 2009, foram efetuadas 5.200 consultas, sendo 532 de pacientes novos, encaminhados pela rede municipal de saúde. A maioria das crianças tem diagnóstico de leucemia, linfomas, tumores sólidos, doença falciforme e púrpuras. A Hemato-Oncopediatria do HC é referência para o atendimento de recém-nascidos triados com hemoglobinopatias pela Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional, pelo “teste do pezinho”. Também é referência para o tratamento de doença de Gaucher, uma doença rara hereditária. Os atendimentos no Serviço são feitos por três médicas especialistas: Dra. Mara Albonei Dudeque Pianovski, especialista em hemato- logia pediátrica, cancerologia pediátrica e cuidados paliativos; Dra. Leniza Costa Lima Lichtvan; e Dra. Carolina Martins de Almeida Peixoto, especialistas em cancerologia e hematologia pediátricas. Além delas, passam pelo serviço em estágio formador, os residentes de pediatria. O Serviço dispõe, ainda, de cinco enfermeiros, 30 auxiliares de enfermagem, duas psicólogas, duas assistentes sociais e duas professoras. Eficiência e solidariedade O Serviço de Hemato-Oncopediatria está ligado ao Departamento de Pediatria da UFPR. Sua área de internação foi totalmente reformada, em 2008, por doação feita pelo Governo do Estado do Paraná, atendendo a pedidos do Secretário de Estado da Saúde, o pediatra Dr. Cláudio Murilo Xavier. No 14º andar do Hospital de Clínicas, foram construídas enfermarias com dois leitos cada, com estrutura para acomodar a mãe acompanhante. Uma importante característica do serviço está vinculada à disponibilidade da equipe de pediatras gerais, intensivistas e infectologistas, para atendimento das situações de risco, nas unidades de Pronto Atendimento 24 horas por dia, Emergência Pediátrica, Risco Intermediário e Terapia Intensiva Pediátrica. Eles mantêm intercâmbio profissional com o Serviço de Cirurgia Pediátrica, constantemente de plantão para as emergências e cirurgias eletivas, Serviço de Neurocirurgia, Ortopedia e Oftalmologia. No setor, também há espaço para histórias emocionantes. Em 1983, por exemplo, sensibilizados pela dificuldade enfrentada por alguns pacientes e seus familiares, que vinham ser tratados em Curitiba e não tinham onde se hospedar, um grupo de pais de crianças em tratamento no Hospital de Clínicas e no Hospital Pequeno Príncipe, junto com os médicos que atendiam a essas crianças, fundaram, no dia 21 de outubro daquele ano, a Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia - APACN. Hoje, a sede da APACN tem 120 leitos, para hospedar as crianças em tratamento hemato-oncológico em Curitiba, com seus acompanhantes. Em nível ambulatorial, ocorrem 90% dos atendimentos. A equipe conta com a parceria da APACN, principal suporte do tratamento, que fornece ao serviço de Hemato-Oncopediatria a casa situada na Rua Padre Camargo, 140, que tem aproximadamente 600 m². Nela existem seis consultórios médicos, um para psicólogas, um para assistente 65 | Revista do Hospital social, espaço para realização de quimioterapia, hidratação e transfusão, evitando internações para a maioria dos tratamentos. Para entreter os pequenos, o espaço possui também uma brinquedoteca, escolinha, lanchonete e “casa de bolinhas”, para isolamento das crianças que tiveram contacto ou estão com doenças infecto-contagiosas. A APACN fornece lanche para as crianças e acompanhantes no ambulatório, transporte diferenciado dentre sua sede e ambulatório, hospedagem e alimentação para as crianças e familiares que necessitam permanecer em Curitiba, atendimento psicológico, fisioterápico, de enfermagem e odontológico. O Hospital de Clínicas dispõem de professoras que desempenham excelente papel na continuidade das atividades escolares das crianças em tratamento, facilitando sua reintegração social. Os pacientes ambulatoriais têm fácil acesso a especialidades como infectopediatria, dermatopediatria, pneumo-imunoalergopediatria, gastropediatria, neuropediatria, cardiopediatria, endocrinopediatria. Além da estrutura para atendimento médico, a APACN disponibilizou uma casa localizada na Av. Agostinho Leão Júnior, para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas ao câncer infantil. É o Centro de Genética Molecular e Pesquisa do Câncer em Crianças (CEGEMPAC). Sob a coordenação do Prof. Bonald Cavalcante de Figueiredo, pesquisas de repercussão internacional foram ali originadas, na área do câncer adrenocortical, neoplasia que apresenta incidência 15 a 18 vezes maior no Paraná do que em outras partes do mundo. Aprendendo e ensinando A Hemato-Oncopediatria oferece residência e especialização. Até o momento, foram formados 20 especialistas que, atualmente, trabalham em diferentes cidades do Brasil: Natal, Ilhéus, Blumenau, Florianópolis, Joinville, Curitiba, Cascavel, Maringá e mesmo na França. “O Serviço está inserido numa rede de trabalho complexa que, interage diariamente com farmácia hospitalar, mediante ação do setor de diluição de quimioterápicos, desenvolveu excelente trabalho de controle de qualidade, liderado pelo Farmacêutico João Seratiuk”, explica Dra. Mara Albonei Dudeque Pianovski. Em suas atividades rotineiras, a Hemato-Oncopediatria tem o apoio dos laboratórios de hematologia, imunofenotipagem e citogenética, que agilizam a realização dos exames específicos fundamentais para diagnóstico e tratamento. Crianças que necessitam de transplante de medula óssea (5% do volume atendido) são encaminhadas para o serviço de TMO do próprio hospital. Para aperfeiçoar seu trabalho, o setor está incluído em grupos multi-institucionais de tratamento do câncer na criança, fornecendo-lhe acesso a exames de biologia molecular diferenciados, em especial àqueles cedidos pelo INCA, sob coordenação da Dra. Maria do Socorro Pombo de Oliveira, para lactentes e crianças com Síndrome de Down. Desempenhar um bom papel num setor tão delicado exige dos médicos especialização em hemato-oncologia pediátrica, ou seja, dois anos de treinamento na especialidade, após a residência em pediatria, e aprovação no concurso para obtenção do título de especialista mediante prova sob responsabilidade da Sociedade Brasileira de Cancerologia, reconhecida pela Associação Médica Brasileira. E, além da formação técnica, os profissionais que atuam nessa unidade devem apresentar perfil psicológico diferenciado, caracterizado por perseverança, disciplina, paciência, respeito e habilidade em tratar a dor física e emocional. Essas características devem estar presentes em todas as categorias profissionais: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas, assistentes sociais, secretárias, voluntários, pessoal de apoio da limpeza, seguranças e, obviamente, psicólogos. Entre as medidas adotadas pela área para aperfeiçoar o trabalho, reduzir tempo e custos, são destacados o empenho em realizar o máximo da atividade em nível ambulatorial do controle de qualidade interno diário. Bela é a mensagem da Dra. Mara Albonei pelo aniversário do Hospital e sob a perspectiva da Hemato-Oncopediatria, opondo os benefícios da maturidade à beleza da juventude e do que está por vir: “Aos 50 anos, o HC é uma instituição tradicional de ensino e pesquisa, sólida, que congrega profissionais de alto nível. Seu papel na sociedade é muito importante. Aos 50 anos, o HC é ainda uma criança, no que se refere ao potencial de desenvolvimento a desabrochar. Dediquem-se ao HC e, pelo seu sucesso, se sentirão recompensados no futuro”. 66 | Revista do Hospital Cirurgia Plástica Reabilitação e habilitação da figura humana A história da Cirurgia Plástica no HC teve início em 1977, quando aconteceu um concurso para professor assistente no departamento de cirurgia para prover a recém-criada disciplina de Cirurgia Plástica e Reparadora da UFPR. Além dos três professores da Disciplina (Gilvani Azor de Oliveira e Cruz, Renato da Silva Freitas e Ruth Maria Graf), nela atuam dois médicos do hospital (Julio Roth e Ovídio Lacerda Ferreira) e quatro médicos voluntários (Adel Amado Bark Junior, Alexandre Mansur, André Ricardo Tolazzi e Guataçara Salles). A essa equipe, cabe o atendimento a pacientes para reabilitação e habilitação da figura humana em pacientes com deformidades congênitas, adquiridas e neoplásicas. Em média, são realizadas 80 cirurgias e 400 consultas mensais. O número de atendimentos poderia ser ainda maior. Isso porque a unidade, reformada há cinco anos, não está funcionando, devido à falta de profissionais contratados. Enquanto novos profissionais não chegam, os existentes no serviço se desdobram, inclusive para melhorá-lo. Recentemente, eles têm investido em cuidados especiais, com o tratamento atualizado de feridas complexas, microcirurgia para lesões avançadas e cirurgia vídeo-assistida. Na maioria dos casos, as cirurgias efetuadas são de caráter reparador, mas atende-se um protocolo de 15% de cirurgias estéticas, para ensino dos especializandos. O número de pacientes tem crescido significativamente, aumentando a fila de espera. Segundo o Dr. Cruz, a cirurgia plástica presta assessoria a todos os serviços do HC, respondendo aos pedidos de consultas e executando os atos operatórios que se fazem necessários. Ele dá como exemplos o tratamento do aparelho locomotor, prestado junto com a Ortopedia, e a reconstrução mamária pós-mastectomia por câncer, realizada com a equipe da Ginecologia. Destaca, ainda, que a Cirurgia Plástica participa de forma intensa nas atividades do hospital, colaborando com a reabilitação nos pacientes necessitados, sendo o maior serviço de cirurgia plástica do Paraná. Sua mensagem pelo cinquentenário do hospital é de perseverança: “Temos a expectativa de melhores dias, com a contratação de profissionais para o funcionamento da unidade de cirurgia plástica”. 67 | Revista do Hospital O professor associado Gilvani Azor de Oliveira e Cruz, também chefe do serviço e coordenador da área, explica que o serviço de Cirurgia Plástica já funcionava havia alguns anos junto à cadeira de dermatologia, cujo catedrático era o professor Ruy Noronha de Miranda. O responsável pelo serviço era o Prof. Alcione Roth, que realizava o tratamento dos tumores cutâneos e das patologias deformantes da hanseníase. A especialidade implantou-se, efetivamente, com a contratação, como Professor Adjunto I do Dr. Gilvani Cruz, e a integração dos médicos especialistas Ilian Roth e Eros Rodrigues (este pioneiro da microcirurgia no Paraná). “Naquela ocasião, a Disciplina passou a ter caráter eletivo no curso de graduação de Medicina, e, em 1988, tornou-se obrigatória no currículo pleno da Medicina”, explica o Dr. Cruz. Na década de 1990, foram integrados, após concurso, os doutores Julio Roth, Egas Izique Junior, Carlos Eduardo Bush Pires e Ovídio Lacerda Ferreira. Em 1993, o professor Alcione Roth foi jubilado, assumindo a direção o Professor Adjunto IV Gilvani Cruz. Cinco anos depois, foi aprovado em concurso para professor assistente o Dr. Renato da Silva Freitas. E, naquele mesmo ano, foi criado o Curso de Especialização, reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Em 2008, por concurso, a Dra. Ruth Graf foi admitida como professora adjunta. Hoje, a Cirurgia Plástica é um serviço do hospital e uma disciplina no departamento de cirurgia do Setor de Ciências da Saúde da UFPR. Possui nove leitos de adultos e dois infantis. O ambulatório funciona no SAM 3 (Secretaria de Ambulatório Médico), com atendimento de 90 pacientes e as cirurgias são realizadas diariamente. As reuniões semanais ocorrem às quintas-feiras as 7:00 h e às 11:30 h. “Há uma supervisão contínua dos especializandos e doutorandos dos estágios eletivos. O serviço recebe, continuamente, estagiários nacionais e internacionais, como observadores durante 30 dias”, explica o professor adjunto Renato da Silva Freitas. ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA 68 | Revista do Hospital CENTRO DE EXCELÊNCIA NACIONAL EM DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS E METABÓLICOS O Serviço de Endocrinologia surgiu no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná logo após a sua inauguração, por iniciativa do Professor Dr. Atlântido Borba Côrtes, que foi o primeiro Chefe do Departamento de Clínica Médica da UFPR. Porém, foi em 1998 que um grande projeto de expansão e modernização denominado “Projeto SEMPR” foi idealizado pelo Professor Dr. Cesar Luiz Boguszewski e aprovado pelo então Chefe da Especialidade Professor Dr. Hans Graf, dando origem a um dos maiores centros brasileiros para educação, assistência médica e formação profissional em Endocrinologia e Metabologia. Aqui são atendidos pacientes com doenças bastante prevalentes na população brasileira, como diabetes, obesidade e síndrome metabólica, hipo e hipertireoidismo, câncer de tireóide, osteoporose, além de várias outras doenças menos prevalentes, mas de grande impacto social, como tumores de hipófise, doenças adrenais e distúrbios hormonais masculinos e femininos. O Professor Dr. Cesar Luiz Boguszewski, atual Chefe do SEMPR, lembra que, até 1998, a Endocrinologia funcionou na sala 1.107 do 11º andar do HC, quando foi então instituído o “Projeto SEMPR”. Uma das principais mudanças resultantes do projeto foi a criação de infraestrutura própria que, nos primeiros anos, contou com inestimável apoio da Associação dos Amigos do HC e da FUNPAR. Paralelamente ao crescimento do SEMPR, houve a necessidade de se estabelecer uma estrutura administrativa e gerencial que levou, em 2002, a criação da Associação SEMPR Amigos que, desde então, vem mantendo e viabilizando todas as atividades do SEMPR. A primeira sede do SEMPR foi inaugurada, em 22 de junho de 1999, num imóvel alugado localizado próximo ao HC. Desde 2006, o SEMPR conta com sede própria na Avenida Agostinho Leão Junior, nº 285, a duas quadras do HC, que foi adquirida com recursos captados pela Associação SEMPR Amigos: “Nossa sede atual conta com biblioteca, mini-auditório de 60 lugares, salas de aula, salas de trabalho, Densitometria Óssea, Pesquisa Clínica e Laboratório de Endocrinologia Molecular”, detalha o Chefe do SEMPR. A estrutura interna do SEMPR conta com oito unidades interdependentes que promovem projetos de ensino, pesquisa, assistência médica e campanhas públicas, englobando todas as sub especialidades relacionadas a Endocrinologia: Diabetes, Obesidade e Síndrome Metabólica, Tireóide, Metabolismo Ósseo, Neuroendocrinologia, Adrenal e Gônadas, Endocrinologia do Adolescente e Endocrinologia Geral. As atividades de ensino do SEMPR têm ligação acadêmica com a UFPR através da Disciplina de Endocrinologia do Departamento de Clínica Médica do Setor de Ciências da Saúde da UFPR, ao passo que as atividades assistenciais ligam o SEMPR ao organograma do HC. Já as áreas de pesquisa, extensão e formação profissional têm conexões tanto com a UFPR como com o HC. É grande a integração do SEMPR com os vários Serviços do HC. Há ambulatórios e reuniões semanais em parceria com o Serviço de Tocoginecologia e Obstetrícia, Reumatologia, Cirurgia Geral, Neurocirurgia, Ortopedia, Cirurgia Vascular, Radiologia, Anatomia-Patológica, Medicina Nuclear, Nutrição, Psicologia, entre outros, que aprimoram e agilizam o atendimento dos pacientes. Na estrutura do HC, o SEMPR é uma das unidades assistenciais do hospital, prestando atendimento médico para pacientes com doenças endócrinas e metabólicas. Atualmente, são cerca de 29.000 atendimentos por ano, em 17 ambulatórios semanais a cargo das diversas Unidades do SEMPR, com mé- dia de 2.400 atendimentos mensais. “Nosso público-alvo é de maiores de 14 anos, uma vez que pacientes abaixo desta faixa etária são atendidos na Unidade de Endocrinologia Pediátrica, ligada ao Departamento de Pediatria. Pelas características das doenças endócrinas, cerca de 70% do público atendido é do sexo feminino”, relata o Dr. Cesar Boguszewski. O SEMPR é também responsável por cerca de 100 internamentos anuais, além de responder e acompanhar todos os pedidos de consultoria de outras clínicas relacionados a problemas endócrinos e metabólicos. O Projeto SEMPR também foi responsável pela instalação da primeira e ainda única “unidade de Densitometria Óssea do HC”, contando com dois aparelhos de densitometria óssea, que foram adquiridos por iniciativa das Professoras Dra. Victoria Borba e Dra. Carolina Kulak e viabilizados com recursos da Associação SEMPR Amigos. A equipe do SEMPR realiza vários outros procedimentos diagnósticos e terapêuticos, como monitoramento contínuo de glicose, punção de tireóide e escleroterapia de nódulos de tireóide guiada por ecografia, iodoterapia para câncer de tireóide, pulsoterapia, testes hormonais, calorimetria, entre outros. A equipe do SEMPR conta, atualmente com oito professores (todos com Mestrado e seis com Doutorado), sendo sete do Departamento de Clínica Médica e um do Departamento de Nutrição da UFPR, além do apoio de professores e médicos dos Departamentos de Cirurgia, Pediatria e Tocoginecologia. , O SEMPR conta com catorze médicos especialistas, seis médicos residentes do Programa de Residência em Endocrinologia do HC-UFPR e vários profissionais da área de saúde, incluindo psicólogos, nutricionistas, enfermeiros e assistentes sociais, que desenvolvem atividades acadêmicas e assistenciais. Com orgulho, o Chefe do SEMPR explica que a formação profissional é feita através do Programa de Residência Médica, que já formou 62 endocrinologistas que atuam em vários locais no Brasil e no exterior, com 100% deles aprovados na Prova de Título de Especialista, anualmente realizada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Fazem parte das atividades de ensino reuniões clínicas realizadas duas vezes por semana, que incluem discussões de casos clínicos, journal-clubs, revisões, desenvolvimento de protocolos, além de palestras de professores convidados da UFPR e de outras instituições de ensino do Brasil e do exterior. Na área de pesquisa, o SEMPR é um dos centros com maior número de publicações científicas do HC em revistas especializadas nacionais e internacionais, além de contribuições em vários livros e capítulos de livros e materiais didáticos. Os interessados podem acessar toda a produção científica realizada no site www.sempr.org.br. O “Projeto SEMPR” tem ainda como finalidade unificar todas as atividades ambulatoriais em um único local e com uma equipe multidisciplinar própria para isso está em construção o Centro Médico Laboratorial do SEMPR – uma área de 320 m2 com 15 consultórios, sala de enfermagem, nutrição, psicologia e assistente social. “Com a inauguração do Centro Médico-Laboratorial do SEMPR pretendemos melhorar ainda mais a qualidade dos atendimentos prestados a população”, diz o Dr. Boguszewski. O chefe do SEMPR destaca nesta edição especial que sua equipe parabeniza os 50 anos do HC não apenas com palavras de carinho, mas com ações concretas de amor ao Hospital. Cita como exemplo o fato de todos os recursos financeiros para o desenvolvimento do Projeto SEMPR e criação de sua infraestrutura terem sido captados junto a empresas públicas e à iniciativa privada pela própria equipe de professores, médicos e profissionais que atuam no SEMPR, através da Associação SEMPR Amigos, e doadas ao HC e à UFPR. “Um modelo próprio de gestão que muito nos orgulha por estarmos contribuindo para que cada vez mais nosso HC seja um centro de referência em Endocrinologia no Brasil”, afirma. E como reflexo da seriedade e reputação do serviço, nos últimos anos o hospital recebeu estudantes de Medicina e residentes de mais de duas dezenas de instituições de ensino e assistência de todas as regiões brasileiras e alguns de fora do Brasil para estágios de aperfeiçoamento. Mais informações a respeito do SEMPR podem ser obtidas diretamente no: www.sempr.org.br. 69 | Revista do Hospital A partir do “Projeto SEMPR”, a Endocrinologia passou a ter uma área física própria para o desenvolvimento de suas atividades, situada próxima ao HC Cirurgia do Aparelho Digestivo Experiências bem sucedidas nos EUA e Europa estimularam a criação do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo (CAD) do HC, em 1976 70 | Revista do Hospital Sofisticação técnica traz benefícios aos pacientes O Dr. Júlio Coelho, Professor Titular e Chefe do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo e Transplante Hepático, conta a história do serviço. Segundo ele, com o crescimento do número e da complexidade dos procedimentos de cirurgia do aparelho digestivo que ocorreu nas décadas de 1960 e 1970, vários departamentos de cirurgia dos Estados Unidos e Europa criaram um serviço específico para atender pacientes com estas afecções. O sucesso desta experiência motivou a criação do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo (CAD) do HC, em 1976. O primeiro chefe do Serviço foi o Prof. Dr. Giocondo Villanova Artigas. A CAD está organizada como serviço do Hospital e como disciplina no departamento de cirurgia do Setor de Ciências da Saúde da UFPR. Hoje, conta com oito médicos especialistas e todos com mestrado e doutorado. Também participam do serviço, assistentes sociais, enfermeiros e fisioterapeutas. O Dr. Júlio revela que a estrutura do hospital é adequada em qualidade para a realização do atendimento, mas não em quantidade. “Infelizmente, o número de pacientes que necessitam de atendimento é muito maior do que a possibilidade de atender todos”, diz. Entre as novidades mais recentemente implantadas e destaques da área estão a cirurgia minimamente invasiva ou cirurgia videolaparoscópica, que foi o grande avanço na área da cirurgia do aparelho digestivo nas duas últimas décadas. Praticamente, todas as operações do aparelho digestivo podem ser realizadas por esta nova via de acesso. Os benefícios para os pacientes foram múltiplos: menor taxa de complicações, menos dor, melhor resultado estético, maior aceitabilidade pelo paciente, menor tempo de recuperação e retorno mais rápido ao trabalho e às atividades usuais. No HC, já foram realizadas operações laparoscópicas do esôfago, estômago, intestinos, vesícula biliar e mesmo do fígado. As principais doenças do aparelho digestivo que requerem tratamento cirúrgico são o refluxo gastroesofágico (hérnia de hiato e esofagite de refluxo), cálculo da vesícula biliar, hérnias, tumores dos diversos segmentos do aparelho digestivo e afecções de emergência, como apendicite aguda e perfuração do trato gastrointestinal. “A Cirurgia do Aparelho Digestivo tem recebido todo apoio do HC para desenvolver o trabalho de atendimento dos pacientes, quase sempre graves. As equipes médica e de enfermagem tem sido dedicadas e demonstra grande conhecimento científico no tratamento dos pacientes”, avalia o Dr. Júlio. Em seguida, acrescenta que a respeitabilidade e aceitação da equipe pela população e pelas sociedades científicas têm sido extensivamente comprovadas pela elevada produção científica (trabalhos publicados em revistas científicas e apresentados em congressos tanto nacionalmente como internacionalmente) e pela implantação rápida e frequentemente pioneira de vários procedimentos da especialidade.