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O HENRY FORD DA OFTALMOLOGIA
Sarah Martinelle
O objetivo deste trabalho é identificar alguns conceitos e pensamentos relacionados à
Administração, principalmente no que diz respeito à Produção, identificados no processo
cirúrgico utilizado pelas clínicas russas Svyatoslav Fyodorov.
Colatina, 14 de outubro de 2013.
(SLACK, Nigel et al. Administração da Produção. São Paulo, Atlas, 2005)
Muitos métodos são desenvolvidos na busca pela melhoria de processos cirúrgicos.
Porém, ainda é pouco conhecido o método apresentado pelo artigo “O Henry Ford da
Oftalmologia”, do livro Administração da Produção, Editora Atlas, do ano de 2005, cujo autor
é Nigel Slack.
Citando as clínicas russas Svyatoslav Fyodorov, o texto apresenta uma nova forma de
cirurgia para correção da miopia, fugindo das técnicas e características comuns às demais
operações, como a atenção pessoal do médico e a superindividualização no atendimento. Com
salas de cirurgia planejadas como uma linha de montagem, cada um dos seis profissionais se
responsabiliza apenas pela sua parte da operação de cada um dos oito pacientes que são
posicionados em círculo. Assim, tornam o processo mais rápido, satisfazendo os clientes no
que diz respeito ao custo e sucesso da operação.
Embora os custos unitários por cirurgia sejam menores, os profissionais envolvidos
são altamente remunerados – devido à “produção” ser de maior volume – e passam mais
segurança, uma vez que se especializam em determinado processo, garantindo a qualidade da
operação.
Principalmente por se tratar de um processo cirúrgico, aqui podemos citar o
conhecimento de William Edward Deming, estudioso do gerenciamento da qualidade, que,
como base para seus princípios, defende o “fazer certo da primeira vez”, o que, para um
paciente em operação, é imprescindível. Deming também defendia que a redução de custos
deveria ser a busca constante por melhorias no processo ou serviço, de forma a aumentar a
produtividade e a qualidade, o que também vemos no caso em análise.
Muitos outros conhecimentos acerca da Administração são apresentados, de forma
subjetiva, no artigo: a função produção com seus objetivos de desempenho; a análise dos
fornecedores e clientes internos; o controle dos processos e o consequente ganho financeiro
das clínicas, devido a todos esses conhecimentos serem considerados.
Uma questão, porém, que não pode deixar de ser abordada é o questionamento acerca
da despersonificação do indivíduo, que é visto como objeto no processo. É importante e vale
analisar até que ponto esse tratamento é sadio, visto que o “processo produtivo” analisado é
uma cirurgia, e os clientes são pacientes. Desconsiderar a individualização pode ser vantajoso
por um lado mas arriscado por outro.
O autor consegue, assim, de forma abrangente e ao mesmo tempo resumida,
demonstrar os conceitos e exemplos, os quais, relacionando-se à produção, tornam-na um
processo mais visível, até mesmo em clínicas.
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