Avaliação do tratamento com LASER de CO2 para as lesões HPV

Propaganda
Avaliação do tratamento com LASER de CO2 para as lesões HPV
induzidas em trato genital inferior de mulheres grávidas
Fábio Ohara, Silvana Maria Quintana e Geraldo Duarte
Setor de Moléstias Infectocontagiosas (SEMIGO) do Departamento de
Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo-USP (FMRP-USP)
1- Objetivo:
A infecção genital pelo HPV é
a doença sexualmente transmissível (DST)
mais
freqüente
em
todo
o
mundo,
apresentando
alta
prevalência
e
transmissibilidade. A transmissão do HPV
ocorre pelo ato sexual em 98% dos casos,
porém destaca-se a transmissão vertical (TV)
no momento da passagem do feto no canal de
parto. Durante a gestação, há maior replicação
viral, principalmente na segunda metade,
ocorrendo risco de TV. A complicação mais
temida no binômio HPV/gestação é a
papilomatose de laringe. Segundo Monif, em
1992, a transmissão vertical do HPV é de baixa
efetividade na disseminação desse vírus. Há
controvérsias de qual seria o método mais
efetivo para o tratamento da infecção pelo
HPV, sendo o LASER de gás carbônico (CO2)
uma opção para o tratamento das lesões virais
clínicas e subclínicas, sejam planas ou
exofíticas, cervicais, vulvares ou vaginais. No
período
gestacional
preferem-se
os
tratamentos físicos que vaporizam a lesão.
Entre
eles
podem
ser
utilizados
a
eletrocauterização, criocauterização, o bisturi
de lâmina fria e o LASER de CO2. Devido ao
grande número de possibilidades terapêuticas,
é necessário que se avalie qual a melhor opção
terapêutica para as lesões HPV-induzidas
durante a gestação. O objetivo deste trabalho
foi avaliar a segurança do uso do LASER de
CO2 durante a gestação;
2- Materiais e Métodos: Foi realizado
um estudo retrospectivo avaliando todas as
gestantes com lesões clínicas e subclínicas por
HPV, atendidas no SEMIGO-DGO FMRPUSP e
submetidas à terapia com LASER de CO2, no
período de 2001 a 2005. Os dados obtidos
foram digitados, utilizando o Programa Excel,
Office 2000.
3- Resultados e discussão: Das 37
gestantes que foram submetidas à vaporização
com LASER CO2, 89,2% estavam entre 20 e
35 anos, 81,1% eram brancas e 59,5% tinham
cursado o 1º grau escolar. A idade da 1ª
relação sexual foi abaixo de 16 anos em 37,8%
e 67,6% referiam parceiro sexual único durante
a avaliação. A maioria das gestantes (70,0%)
referiu menos de cinco parceiros sexuais após
o início da atividade sexual. 64,9% eram
primigestas. A principal indicação da terapia
destrutiva com LASER CO2 foi a infecção
clínica pelo HPV, isto é, verrugas em qualquer
localização do trato genital inferior. 54,1% das
gestantes nunca haviam ouvido falar sobre a
infecção pelo HPV nem da possibilidade de
estarem apresentando uma DST. Das 18,9%
que já conheciam o HPV, apenas 10,8%
conheciam a associação deste vírus com
carcinoma de colo do útero. 78,4% das
gestantes necessitaram apenas uma sessão de
vaporização para o desaparecimento das
lesões verrucosas e nenhuma paciente
apresentou complicações decorrentes deste
tipo de tratamento como trabalho de parto prétermo, infecção local, sangramento local ou
óbito intra-útero.
4- Conclusão: a terapia com LASER CO2
é uma opção eficaz e segura para o tratamento
da infecção clínica pelo HPV durante a
gestação.
5- Referências Bibliográficas:
1– Arena S. et. al., Pregnancy and condyloma.
Evaluation about therapeutic effectiveness of
laser CO2 on 115 pregnant women. Minerva
Ginecol. 53(6):389-96 (2001,Dec).
2- Frega A. et. al. Regression rate of clinical
HPV infection of the lower genital tract during
pregnancy after laser CO2 surgery. Clin Exp
Obstet Gynecol. 33(2):93-5 (2006)
3- Ruge S., CO2 laser vaporization in the
treatment of cervical human papillomavirus
infection in women with abnormal Papanicolaou
smears. Gynecol Obstet Invest. 33(3):172-6
(1992).
Download