Tem sentido preguiça de ir para o trabalho na segunda

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Tem sentido preguiça de ir para o trabalho na segunda-feira?
Se você fica angustiado durante todo o fim de semana só de lembrar que vai voltar ao batente,
não está sozinho
Uma pesquisa* recente, realizada em diversos países, apontou que muita gente por aí tem o fim de tarde e o
sono afetado no domingo só de pensar que precisa acordar cedo no outro dia para trabalhar. Essa angústia,
apesar de não ter sido analisada no Brasil, também é sentida por muitos trabalhadores daqui.
Segundo o psiquiatra Wolf Singal, cooperado da Unimed Paulistana, esse desânimo aparece por que as
pessoas passam grande parte de suas vidas voltadas para o trabalho e nem sempre gostam do que fazem.
"Para começar, a palavra trabalho já vem com uma carga de esforço, pois é derivada da palavra "trepalium',
que significa tortura. Isso para não falar daqueles que invejam os que se dão bem sem precisar trabalhar, por
exemplo”, explica o médico.
Ele esclarece, ainda, que, quando o desconforto sentido por determinados indivíduos no domingo à noite (ou
mesmo durante todo o fim de semana) se torna constante, é sinal de que algo que precisa ser feito no dia
seguinte é desagradável. “E geralmente é alguma coisa relacionada ao trabalho”, diz ele.
A expressão desse sofrimento pode vir por meio de sintomas físicos, como lapsos de memória, fadiga, insônia e
dores musculares, ou emocionais, como angústia, irritabilidade, mau humor e pensamentos negativos. Mas,
apesar desses sinais, o psiquiatra ressalta que a aversão ao início da semana não pode ser considerada uma
síndrome. “Os indícios que essas pessoas sentem são inespecíficos e não servem para caracterizá-los como tal.
Se fôssemos nos basear só na preguiça de ir trabalhar às segundas ou na de acordar para ir trabalhar, teríamos
também a Síndrome da Volta das Férias, a Síndrome do Fim de Tarde etc.”, elucida o médico. Ainda assim, ele
conta que algumas pessoas chamam esse tipo de aversão ao primeiro dia da semana de Síndrome do Domingo
ou da Boa Noite do Fantástico. “Essas síndromes não existem, assim como a da Segunda-Feira”, completa.
Identificando o problema
O psiquiatra destaca que uma empresa que ofereça um contexto ocupacional saudável, esteja atenta às
necessidades de seus colaboradores e saiba identificar como aprimorar o vínculo com eles, motivando-os a
produzir mais se forem reconhecidos, está colocando em prática alguns dos fatores que podem contribuir para
que alguns deles não sintam preguiça de ir trabalhar. “Isso passa por uma filosofia empresarial que, embora
pareça óbvia, geralmente não é seguida. Por exemplo, no caso de chefes que confundem autoridade com
autoritarismo e não aceitam críticas construtivas”, diz.
Segundo Singal, se não existe uma relação boa entre a empresa e o trabalhador, a tendência para atrasos ou
faltas será maior. Além disso, se um funcionário que precisa muito de seu emprego não tem instrumentos
emocionais para identificar se o problema está nele, no chefe ou no grupo, bem como refletir se não está na
hora de planejar uma mudança, mais cedo ou mais tarde ele apresentará sintomas negativos - físicos e
psíquicos.
Possíveis soluções
“Às vezes, a preguiça que chega com o fim de semana pode ser apenas cansaço, já que durante cerca de cinco
dias precisamos nos adaptar física e emocionalmente à correria insana do dia-a-dia. Por isso, dois dias podem
ser insuficientes para recarregar a bateria”, ressalta o médico. Assim, é fundamental uma rotina de lazer ao
longo da semana, seja praticando esportes, se reunindo com amigos ou fazendo programas culturais. Além
disso, é importante incluir na programação de segunda-feira atividades agradáveis como as dos sábados e
domingos para quebrar essa associação negativa.
Para identificar o que causa a aversão à segunda-feira, o psiquiatra diz que o primeiro passo é a pessoa
reconhecer que algo precisa ser mudado. “Se o problema for realmente com o trabalho, é preciso procurar um
“coach” (profissional que te orienta em mudanças, seja no trabalho, seja fora dele) ou um psicoterapeuta para
se conhecer melhor”, afirma.
*A pesquisa citada no início da matéria foi realizada pelo portal Monster, empresa especializada em
recrutamento e seleção online, e perguntou aos entrevistados de países como Reino Unido, Alemanha, Itália,
Bélgica, Suécia e França, se “pensar em trabalhar na segunda-feira de manhã afeta seu sono de domingo à
noite”.
Este material foi produzido pela equipe de Comunicação da Unimed do Brasil e pode ser utilizado em
todos os veículos de comunicação das cooperativas do Sistema, eletrônicos ou impressos.
Fonte: Unimed do Brasil. Autor: Fabiana Nogueira
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