CURSO DE MEDICINA Trabalho de Conclusão de Curso

CURSO DE MEDICINA
Trabalho de Conclusão de Curso
Resumos
Turma 4ª B – 2010.2 / 2011.1
COORDENADORA DO CURSO:
Prof.ª Marta Silva Menezes
SALVADOR
RESUMO
TÍTULO: Influência da Infecção Pelo Schistosoma Mansoni na Evolução Clínica
da Infecção Pelo Vírus HTLV-I.
ALUNA: Andréa Bacellar Soares de Andrade
ORIENTADOR: Edgar Marcelino de Carvalho Filho
Introdução: O HTLV-I infecta aproximadamente 20 milhões de pessoas
mundialmente e é o agente causal da mielopatia associada ao HTLV-I
(HAM/TSP) e da leucemia/linfoma de células T do adulto (ATLL). Esta infecção
também tem sido associada a diversas condições inflamatórias e às
manifestações neurológicas, como disfunção erétil e bexiga hiperativa. A
prevalência de esquistossomose em pacientes portadores do vírus é maior que
em indivíduos soronegativos e o Schistosoma mansoni tem a capacidade de
modular a resposta imune ao HTLV-I podendo, desta forma, influenciar no
curso da doença viral. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi comparar a
resposta imune em pacientes co-infectados pelo HTLV-I e S. mansoni e em
indivíduos monoinfectados com o vírus e avaliar se o S. mansoni influencia nas
manifestações clínicas da infecção pelo HTLV-I. Metodologia: Estudo de
coorte retrospectiva composta de 36 pacientes monoinfectados pelo HTLV-1 e
18 pacientes co-infectados pelo HTLV-I e S.mansoni, acompanhados no
Ambulatório Multidisciplinar de HTLV do Hospital Universitário Professor
Edgard Santos, Universidade Federal da Bahia, por um período de 2 a 10 anos.
A produção de TNF-α, IFN-γ, IL-5 e IL-10 antes e após o tratamento da
esquistossomose foram determinadas por ELISA em sobrenadante de culturas
de linfócitos. A carga proviral foi medida pela reação em cadeia da polimerase
(PCR). Foram analisados os seguintes desfechos clínicos: HAM/TSP; Bexiga
hiperativa e Disfunção erétil. Pacientes co-infectados pelo HTLV-1 e S.mansoni
foram tratados com praziquantel após o diagnóstico. Resultados: A maioria
dos indivíduos de ambos os grupos era assintomáticos na admissão. As
concentrações de TNF-α foram menores nos indivíduos co-infectados pelo
HTLV-1 e S.mansoni em relação aos indivíduos infectados apenas pelo HTLV1 (p<0,05), enquanto as concentrações das demais citocinas foram similares
entre os dois grupos (p>0,05). Após o tratamento da esquistossomose,
observou-se aumento das concentrações de TNF- α, porém sem diferença
estatística. Nenhum paciente desenvolveu HAM/TSP. Não houve diferença nas
prevalências de disfunção erétil e bexiga hiperativa entre os dois grupos.
Entretanto, foi identificado um importante número de indivíduos que
desenvolveram estas manifestações neurológicas nos dois grupos.
Conclusão: 1) Apesar da infecção pelo S. mansoni modular negativamente a
resposta Th1, esta documentação in vitro não resultou em alterações das
manifestações clínicas relacionadas com a infecção pelo HTLV-I. (Não pode
ser excluída a hipótese de que uma infecção prolongada e com carga
parasitária elevada atenue estas manifestações; 2) É possível que a ausência
do efeito atenuador de manifestações clínicas induzidas pelo S. mansoni não
tenha sido observado devido à baixa carga parasitária e por todos os coinfectados terem sido tratados com praziquantel; 3) O aumento da frequência
de disfunção erétil e bexiga hiperativa nesta coorte indica que dano neurológico
ocorre não só em grande percentual de infectados, mas de forma rápida,
levando ao aparecimento precoce de manifestações neurológica.
Palavras-chave: HTLV-I, Schistosoma mansoni, Manifestações Clínicas,
Resposta Imune.
RESUMO
TÍTULO: Morbidade Neonatal Evitável por Sífilis Congênita nas Capitais do
Brasil.
ALUNA: Alessandra Laís Fernandes Silva
ORIENTADOR: Bruno Gil de Carvalho Lima
A Sífilis Congênita (SC) é uma causa importante de morbimortalidade em
nosso país, mesmo tratando-se de uma doença totalmente passível de
prevenção. A incidência desse agravo reflete a qualidade do atendimento à
gestante, ao recém-nascido e o impacto das políticas de intervenção nessa
assistência. A eliminação da sífilis congênita é viável, mesmo não sendo ainda
uma realidade no nosso país. O objetivo do trabalho foi calcular as taxas de
morbidade neonatal secundárias a Sífilis Congênita nas capitais brasileiras no
ano de 2008 e testar a associação entre morbidade neonatal por SC e o
número de consultas de assistência pré-natal. Para isso, foi realizado um
estudo ecológico da morbidade neonatal por causas relacionadas à Sífilis
Congênita (CID 10 – A 50) nas capitais do Brasil. As informações foram
coletadas na base de dados do DATASUS. Os números de casos confirmados
de sífilis congênita entre crianças de 0 a 27 dias de vida no ano de 2008 foram
extraídos do Sistema de Informações sobre Agravos de Notificação
Compulsória (SINAN-DATASUS-MS). AS informações sobre a assistência prénatal nas unidades da rede própria ou credenciadas ao SUS no ano de 2008
foram fornecidas pelo Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-DATASUS)
e as informações sobre nascidos vivos, do Sistema de Informações sobre
Nascidos Vivos (SINASC-DATASUS). Foi calculado o coeficiente de correlação
de Spearman para avaliar a associação entre morbidade neonatal por SC e a
proporção de nascidos vivos com mais de seis consultas pré-natais realizadas
nas capitais do País, aceitando-se valor p < 0,05. O coeficiente de morbidade
neonatal por sífilis congênita variou entre 0,21%0 em Teresina e 8,80%0 em
Recife. Foi possível perceber um grande índice de sub-notificação nas cidades
com menos estrutura, quando comparadas aos grandes centros urbanos. Ainda
assim, oito das dez capitais com maiores coeficientes de morbidade neonatal –
CMNN por sífilis congênita foram do Norte-Nordeste. A heterogeneidade da
distribuição da SC no Brasil reflete o histórico de investimentos desiguais em
saúde nas macrorregiões. Logo, a realização de políticas diferenciadas, com
medidas de controle ajustadas às condições locais é imprescindível para
alcançar o controle dessa doença. Da mesma forma, a integração entre
diferentes níveis técnicos e de gestão, profissionais de saúde, população civil e
serviço de vigilância epidemiológica é fundamental. Concluiu-se que persistem
desníveis de acesso a serviços de saúde no território nacional e que a
assistência pré-natal é ferramenta eficaz para proteger os neonatos da sífilis
verticalmente transmitida.
RESUMO
TÍTULO: Hormonioterapia na Cirurgia de Hipospádia:
Sistemática da Literatura.
ALUNA: Anucha Andrade Schindler Leal
ORIENTADOR: Ubirajara de Oliveira Barroso Jr.
Uma
Revisão
Introdução: A hipospádia é a anomalia congênita mais frequente do pênis,
caracterizando-se pela localização ectópica do meato uretral, na face peniana
ventral, proximal à sua localização habitual. A hipospádia pode estar associada
à presença curvatura peniana ventral (“chordee”), micropênis e formato cônico
da glande. A correção cirúrgica da hipospádia é proposta com o intuito de
melhorar a qualidade estética e funcional do pênis. Visando obter melhores
condições cirúrgicas, a terapia hormonal precedendo a correção cirúrgica é
proposta. Existem, contudo, divergências na literatura no que diz respeito à
terapia hormonal de escolha, ao tempo de uso desta antes da cirurgia, à dose
adequada e à via de aplicação.
Objetivo: Comparar os diferentes tipos de hormonioterapia empregados antes
da cirurgia para correção de hipospádia. Materiais e métodos: Pesquisa
eletrônica nas bases de dados PubMed e Cochrane Central Search Library,
conduzida de agosto a outubro de 2010, limitada aos artigos escritos na língua
inglesa e publicados a partir do ano de 1990. A estratégia de busca identificou
8 ensaios clínicos, dois dos quais randomizados, não cegos. Resultado: Os
artigos foram analisados quanto ao desenho de estudo, classificação da
hipospádia, associação com “chordee”, associação com criptorquidia, hormônio
utilizado, via de aplicação, dose e duração do tratamento, comprimento
peniano antes e após a terapia hormonal, circunferência da glande antes e
após a terapia hormonal, níveis séricos de testosterona antes, durante e após a
terapia hormonal, efeitos adversos, efeitos na maturação óssea e complicações
cirúrgicas. Não foi possível determinar o tratamento neoadjuvante ideal com
base nos ensaios clínicos avaliados. Observa-se uma preferência pela
utilização da testosterona. A aplicação intramuscular parece apresentar menos
efeitos adversos quando comparada à terapia tópica, que apresentou níveis
séricos variáveis de testosterona, atingindo valores superiores ao limite para
idade das crianças avaliadas. Os efeitos adversos são pouco descritos e não
houve acompanhamento a longo prazo dos pacientes tratados. A escassez de
ensaios clínicos randomizados e controlados sobre o tema impede que seja
estabelecida uma conduta fixa.
Conclusão: Apesar de ser corrente o uso da terapia hormonal no préoperatório da cirurgia de hipospádia, não está definido o real benefício desta
conduta nos resultados cirúrgicos.
Palavras-chave: Hipospádia, Testosterona, Gonadotrofina Coriônica Humana,
Diidrotestosterona, Terapia hormonal.
RESUMO
TÍTULO: Perfil das Mulheres Internadas em uma Maternidade Pública de Salvador com
Diagnóstico de Abortamento.
ALUNA: Andréa Fonseca Maniçoba
ORIENTADOR: David da Costa Nunes Junior
Introdução: O aborto é grave problema de saúde pública e reflete questões de gênero,
culturais e religiosas, além de fatores socioeconômicos e educacionais. Realiza-se em
larga escala, em condições precárias e sem o mínimo de suporte técnico necessário,
acarretando diversas complicações, que levam a internações em larga escala nos
hospitais públicos. No Brasil, responde por 11,4% dos óbitos maternos. O Nordeste e o
Sudeste são as regiões responsáveis pelo maior número de internações por
abortamento no Brasil. A curetagem é, em Salvador, o segundo procedimento mais
frequente na rede do SUS. É importante, pois, conhecer o perfil dessas mulheres para
fornecer auxílio à promoção de campanhas públicas e estratégias que visem a abordar
o tema nas populações mais vulneráveis. Dessa forma, reduzir-se-ão as taxas de
internações hospitalares e de mortalidade materna. Objetivos: Descrever o perfil
socioeconômico e reprodutivo de mulheres internadas no Instituto de Perinatologia da
Bahia (IPERBA) com diagnóstico de abortamento, identificando os fatores relacionados
ao evento. Materiais e métodos: estudo descritivo de corte transversal realizado no
IPERBA. Aplicou-se um formulário contendo características socioeconômicas, aspectos
sexuais e reprodutivos. Construiu-se um banco de dados no programa Microsoft Office
Excel 2007 para análise dos dados. Resultados e Discussão: Foram entrevistadas 46
mulheres submetidas à curetagem uterina. A maioria das entrevistadas procedeu de
Salvador (84,78%). As negras eram maioria (47,83%). Foram 18 (39,13%) abortos
declarados como provocados, contra 28 espontâneos (60,87%). A mediana foi 25,5
anos, com maior incidência entre 20 e 39 anos, dados semelhantes aos de 2006 e 2007
também no IPERBA, quando as internações por curetagem concentraram-se nessa
mesma faixa etária. As adolescentes e as mulheres com idade entre 30-39 anos foram
responsáveis por 13 dos 18 casos de abortos provocados, sendo a quase totalidade
solteira ou em união estável. Do total de 46 entrevistadas, 52,17% referiram estar
exercendo alguma atividade remunerada. A maioria tinha 1º grau completo ou mais
(72,22%). Dessas, as que induziram o aborto, foram responsáveis por 28,26% do total
de abortos e metade trabalhava, evidenciando variação no perfil educacional dessas
mulheres. Dos abortos induzidos, 10 referiram ter religião, demonstrando que o credo
não parece ter um papel significativo na proteção ao abortamento provocado. Tem-se
tendência seguida do uso do misoprostol (66,67%). A violência sexual foi referida por
13,30% das entrevistadas, fato que alerta para a assistência precária às mulheres nessa
situação. Quanto à idade gestacional, 87% foram abortamentos precoces, enquanto
32,61% foram tardios. A paridade e a coitarca média foi de 1,33 e 16,68,
respectivamente. A falha do método contraceptivo foi responsável por 60,87% das
gestações, com predomínio do anticoncepcional oral (36,96%), destaque para o
desconhecimento sobre o uso adequado do método. Conclusão: as ações de saúde na
assistência às mulheres que abortam devem ser integradas e considerar questões
sexuais, reprodutivas e contraceptivas, além da autonomia feminina na sociedade. Fazse necessário, portanto, compreender todas as minúcias relacionadas ao tema, da
criação à efetivação e eficiência das políticas públicas de planejamento familiar.
Palavras-chave: Aborto, Aborto Provocado, Abortamento Incompleto, Sexualidade,
Contracepção, Saúde da Mulher.
RESUMO
TÍTULO: Gastrectomia Vertical: Portal Único Versus
Convencional.
ALUNA: Ana Paula Lago Silva Pessoa
ORIENTADOR: João Eduardo T. de Menezes Ettinger.
Laparoscópica
Introdução: a obesidade é uma doença crônica de etiologia múltipla e
complexa. Pode ser resultante de causas genéticas, psicológicas, ambientais,
endócrinas ou ser conseqüente de tratamentos farmacológicos por um período
prolongado. Segundo a estimativa da OMS atualmente 1,6 milhões de pessoas
estão com sobrepeso e 400 milhões são obesos. Uma doença que traz consigo
muitos problemas associados como a redução da qualidade e da expectativa
de vida do paciente, além de provocar ou agravar algumas doenças, como as
comorbidades. O tratamento para obesidade é complexo e multidisciplinar. A
escolha é baseada na gravidade do problema e na presença de complicações
associadas. Este tratamento vai desde mudanças do estilo de vida, até a
realização das cirurgias bariátricas. A gastrectomia vertical ou Sleeve é uma
delas. A busca por melhores técnicas de cirurgias bariátricas vêm
impulsionando o aparecimento de novas técnicas, como as cirurgias por
orifícios naturais (CETON) e as cirurgias por incisão única transumbilical. Essas
novas técnicas visam menores ou nenhuma cicatriz, e consequentemente
menores complicações pós-operatórias. No entanto a aplicabilidade dessa
técnica trouxe alguns desafios técnicos ainda a serem superados. Métodos:
trata-se de uma revisão de literatura não sistemática que compara as técnicas
cirúrgicas laparoscópicas convencionais por 5 ou 6 incisões, da incisão única
na gastrectomia vertical. Os trabalhos científicos foram identificados na Base
de dados PubMed, Scielo, Lilacs, busca manual em lista de referência dos
artigos identificados e selecionados, além de busca em revistas científicas,
todos referentes aos anos de 2004 a 2010. Resultados: Foram encontrados 26
trabalhos, dos quais 4 não encontravam-se disponíveis. Dos 22 artigos
restantes, 9 foram selecionados para a comparação das duas técnicas. Dos
trabalhos analisados podemos comparar as seguintes variáveis: número de
pacientes, as médias de idade, peso e IMC pré-operatório, tempo cirúrgico,
internação hospitalar, excesso de peso perdido (%), perda de peso absoluta,
IMC pós-operatório, acompanhamento após a cirurgia, perda sanguínea
estimada, número de complicações e a melhora das comorbidades. Discussão:
pode-se notar com a comparação dos resultados que na técnica de incisão
única as taxas de complicações menores, assim como o menor tempo de
internação hospitalar pós-operatória. Na desses artigos nesse estudo obteve
um tempo de cirurgia na nova técnica maior do que o relatado na literatura. Isto
se deveu a um dos trabalhos que abordava a laparoscopia convencional, ter
uma amostra pequena de pacientes (4) super-obesos. Conclusão: A cirurgia
por incisão única transumbilical na gastrectomia vertical laparoscópica é viável,
segura e reprodutível. Muitos desafios técnicos precisam ainda ser superados
para a sua aplicação na cirurgia bariátrica. Entretanto estudos prospectivos
randomizados são necessários para a comprovação da sua real eficácia no
futuro.
Palavras-chave: Incisão Única Transumbilical, Cirurgia Por Orifícios Naturais,
Cirurgia Bariátrica, Gastrectomia Vertical Laparoscópica, Obesidade.
RESUMO
TÍTULO: Métodos Alternativos no Tratamento dos Efeitos Locais do Acidente
Botrópico.
ALUNO: André Luis Xavier Franco
ORIENTADORA: Luciana Lyra Casais e Silva
Introdução: As serpentes do gênero Bothrops são responsáveis por 73,1%
dos acidentes ofídicos no Brasil. Este grupo de serpentes, popularmente
conhecidas como Jararacas, está distribuído por todo território nacional. Os
efeitos sistêmicos do acidente botrópico — alteração na coagulação sanguínea,
cefaléia, gengivorragia, vômito, hematúria e alteração na cor da urina — são
sanados com a administração do soroantibotrópico. No entanto, os efeitos
locais do envenenamento por estas serpentes, que incluem a dermonecrose, a
mionecrose e hemorragia, não são inibidos pela administração do soro
antiofídico específico. Objetivo: Comparar a eficácia das terapias, alternativas
ao soro antibotrópico, na inibição dos efeitos locais do acidente botrópico.
Metodologia: Revisão de literatura não sistemática. Foram utilizados como
base de dados os sites de literatura científica Pubmed e Scielo. Resultados: Os
artigos utilizados nesta revisão analisaram as seguintes substâncias, na
inibição do veneno botrópico ou de suas toxinas: Batimastat, Marimastat,
CaNa2EDTA, EDTA, TPEN, BAPTA, composto CGS-270, clodronato,
doxiciclina, anticorpos antimetaloproteinases, fragmentos de imunoglobulinas
F(ab’)2, AIPLAI, cromoglicato de sódio, tiomalato áureo de sódio,
dexametasona, HOE 140, PCFe BPB. Nenhuma das drogas mostrou-se eficaz
em inibir os efeitos locais do envenenamento botrópico com uma administração
tardia. No entanto, o Batimastat e o CaNa2EDTA demonstraram alta eficácia se
aplicados imediatamente após a inoculação do veneno e depois de alguns
minutos para a inibição de algumas das lesões locais. Discussão: As drogas
estudadas atuam inibindo algumas das toxinas do veneno botrópico. Desta
forma, a mistura desses fármacos ao veneno botrópico anterior à inoculação
nos animais utilizados em cada experimento demonstrou eficácia na redução
dos danos locais por todas as drogas estudadas. No entanto, por conta da
instalação rápida dos danos locais e da progressão de uma resposta
inflamatória que não cede aos medicamentos testados, a maioria das drogas
estudadas não se mostrou eficiente quando administradas independentemente
do veneno de Bothrops com um atraso inferior a 5 minutos. Conclusão: Drogas
como o Batimastat e o CaNa2EDTA, apesar de não se mostrarem eficazes na
resolução dos efeitos locais do acidente botrópico, na maioria das situações
reais, demonstram superioridade em relação ao soro antibotrópico na terapia
das lesões locais decorrentes do envenenamento por Bothrops, e seu estudo,
leva a um melhor entendimento da fisiopatologia dos eventos locais associados
ao acidente botrópico.
Palavras-chave: Bothrops, Efeitos Locais, Tratamento, Inibidores De
Metaloprotenases, Inibidores De Fosfolipases A2, Inibidores De Hialuronidases.
RESUMO
TÍTULO: Estudo do Fluxo de Pacientes do Pronto Atendimento de Vila de
Abrantes Para Identificar o Déficit da Atenção Básica.
ALUNO: Alexandre Magno da Rocha Passos Souza
ORIENTADOR: Ademir Lima e Silva
A unidade pronto atendimento 24 horas de Vila de Abrantes está localizada no
sub-distrito de mesmo nome, pertencente ao distrito de Abrantes no município
de Camaçari. A Unidade em estudo atende uma clientela diária (24 horas) de
100 pacientes, aproximadamente. Os centros de emergência têm sido
estudados mundialmente. A principal razão para esta situação tem sido o
aumento excessivo no volume de seu uso, principalmente por motivo de
consulta de natureza ambulatorial. A emergência não substitui de maneira
efetiva as situações geradas pelo déficit da assistência básica. Tal estudo
almeja estabelecer um perfil demográfico e epidemiológico da clientela
atendida, objetivando identificar o grupo formado de pacientes desgarrados da
atenção básica e apontar as procedências dos mesmos. O estudo é descritivo
retrospectivo do tipo transversal, e a população estudada foi a clientela
atendida no Pronto Atendimento 24h de Vila de Abrantes durante o ano de
2010. Os dados foram coletados diretamente das fichas dos pacientes,
arquivadas no PA. A amostra foi dimensionada permitindo o levantamento de
dados referentes à demanda ao referido serviço. Sendo assim, considerando
um volume de 3.000 atendimentos mensais e balizando o tamanho da amostra,
decidiu-se por amostrar 60 prontuários de cada mês, no total de 720
prontuários o que permite estimar prevalências mensais da mesma ordem, com
erro absoluto menor ou igual a 0,5%. O projeto do presente estudo foi aprovado
pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Escola Bahiana de Medicina e Saúde
Pública – EBMSP – em maio de 2011, sob o protocolo 048/11. Após a
identificação de situações médicas e as sistematizar em emergência e urgência
propriamente dita, e em falsa demanda, resultou em 28,75% e 71,25%
respectivamente. O presente trabalho alcançou o objetivo de estabelecer o
perfil demográfico e epidemiológico da clientela, antes desconhecida em
detalhes, da Unidade de Pronto Atendimento de Vila de Abrantes, podendo o
mesmo ser usado como base para estudos futuros. Demonstrou também que a
fragilidade de algumas ações no atendimento e falta de trabalhos de Educação
em Saúde à comunidade, passam a serem os motivos básicos da superlotação
na unidade de emergências.
Palavras-chave: Emergência, Urgência, Fluxo, Pronto Atendimento.
RESUMO
TÍTULO: Imunopatogênese da Asma: Revendo o Paradigma TH1 x TH2.
ALUNO: Alexandre Lopes Martins Filho
ORIENTADOR: Ricardo Riccio Oliveira
A asma é um problema de saúde pública a nível mundial, desde que
aproximadamente 300 milhões de pessoas são acometidas. Essa forma de
transtorno
brônquico
apresenta
três
características
principais:
hiperresponsividade brônquica, obstrução intermitente da vias aéreas e
inflamação dessas estruturas. A imunopatogênese da doença representa o
principal objeto de estudo, pois seus complexos mecanismos ainda não estão
totalmente elucidados, dificultando o controle clínico da doença. A “hipótese da
higiene” é uma das teorias existentes para definir a origem da asma, mas
novas descobertas no âmbito imunológico tem contrariado essa tese. Estudos
recentes surgem no sentido de rever o paradigma de células Th1 e Th2,
originando novas linhas de pesquisa na tentativa de gerar medidas terapêuticas
mais efetivas. O objetivo desse estudo é sintetizar o conhecimento existente
sobre a imunopatogênese da asma, revendo o paradigma Th1/Th2. Foi
realizada uma revisão bibliográfica de artigos científicos que abordam como
tema principal a imunopatogênese da asma. A estratégia de busca utilizada foi
a pesquisa nas bases de dados PUBMED e LILACS utilizando como Palavraschave: (1) Immunopathogenesis of asthma, (2) Cytokine in asthma, (3)
Pathogenesis of asthma, (4) Immune response in asthma, sendo também
utilizados os correspondentes em português. Critérios de inclusão e exclusão
foram utilizados para manter a relevância científica e o conteúdo atualizado. Os
resultados foram organizados em cinco tópicos, abordando aspectos gerais da
asma, a resposta imune do tipo Th2, a resposta imune do tipo Th1, as novas
descobertas sobre citocinas e grupos celulares na patogênese da asma, e a
regulação da resposta imune nessa patologia. Após análise e discussão dos
resultados, conclui-se que a imunopatogênese da asma apresenta elementos
imunológicos que atuam de forma integrada no processo inflamatório crônico
das vias aéreas. Estudos indicam a necessidade de medidas terapêuticas
baseadas na imunomodulação, revendo o conceito de polarização da resposta
imune pelos grupos celulares Th1 e Th2. Maiores pesquisas são necessárias
para que as estratégias criadas tornem-se seguras e clinicamente efetivas.
Palavras-chave: Imunopatogênese da Asma, Paradigma Th1/Th2, Citocinas,
Imunomodulação.
RESUMO
TÍTULO: Técnicas de Cirurgia Bariátrica em Adolescentes.
ALUNO: Antonio Afonso de Miranda Neto
ORIENTADOR: João Eduardo T. de Menezes Ettinger
Introdução: Sobrepeso e obesidade são estados de acúmulo excessivo ou
anormal de gordura que pode trazer malefícios a saúde. Pode-se dizer que
esta condição está intrinsecamente ligada ao surgimento de co-morbidades
associadas à obesidade, que antes eram vistas somente em adultos, mas que
agora começam a se destacar cada vez mais entre crianças e adolescentes.
Associado a esses fatores, observa-se que medidas terapêuticas puramente
farmacológicas e de modificação de estilo de vida, não tem surtido o efeito
desejado na redução de peso sustentada dessa população. Com isso, a
cirurgia bariátrica que já é tão efetiva na população adulta, começa a ser cada
vez mais adotada na população pediátrica, levando a se propor o
estabelecimento de medidas específicas para a realização dessa modalidade
cirúrgica nessa faixa da população que apresenta características específicas.
Objetivo: O objetivo deste trabalho é realizar uma análise comparativa entre as
técnicas de Derivação Gástrica (DG) e a Banda Gástrica (BG), analisando e
comparando itens entre as duas como: porcentagem de perda de excesso de
peso (%PEP), complicações intra e pós-operatótias, mortalidade, resolução das
co-morbidades associadas à obesidade, além da satisfação ou não dos
pacientes com os procedimentos realizados. Metodologia: Revisão não
sistemática da literatura. Critérios de Inclusão: artigos de atualizações, relatos
de casos, revisões de prontuários, guidelines, relacionados ao tema. Literatura
publicada entre os anos de 1998 e 2010. Faixa etária da adolescência de 10 a
19 anos. Pacientes com IMC superior ou igual a 35kg/m2 associado ou não
com co-morbidades. Avaliação de porcentagem de perda de peso, resolução
completa ou não de co-morbidades, realização de duração de
acompanhamento pré e pós-operatório, grau de satisfação e qualidade de vida
de pacientes no pós-operatório, complicações intra e pós-operatórias e
mortalidade. Critérios de Exclusão: pacientes que tenham realizado as duas
técnicas cirúrgicas. Técnicas de cirurgia bariátrica descritas que não sejam a
BG ou DG. Literatura que aborde alguma das duas técnicas com finalidades
terapêuticas/cirúrgicas que não seja a bariátrica. Resultados: 37 artigos
selecionados, 24 excluídos e 13 incluídos (09 sobre BG e 04 sobre DG). Total
de 356 pacientes em todos os trabalhos. Follow-up médio de 12 a 24 meses.
Nenhuma complicação intra-operatória em todos os trabalhos foi descrita e
houve maior prevalência de complicações nutricionais envolvendo a DG e
maiores complicações relacionadas à banda gástrica na sua própria técnica.
Não houve mortalidade em todos os trabalhos. Houve maior %PEP com a DG
e resolução de co-morbidades. Conclusão: Ambas as técnicas são seguras e
efetivas no tratamento da obesidade entre adolescentes. Embora tenha sido
observado maior perda de excesso de peso na DG e resolução de comorbidades associadas, esta diferença acabou por ser discreta e garante as
duas como boas opções terapêuticas.
Palavras-chave: Cirurgia Bariátrica, Adolescentes, Derivação Gástrica, Banda
Gástrica.
RESUMO
TÍTULO: Relação Entre Líquen Plano e o Vírus da Hepatite C: Um Estudo de
Metanálise.
ALUNA: Ana Carolina Esteves Cattony
ORIENTADORA: Liliane Elze Falcão Lins Kusterer
Objetivo: Após a identificação do Vírus da Hepatite C (VHC), em 1989, muitos
estudos buscaram entender a associação entre o vírus e algumas
manifestações extra-hepáticas. Algumas já foram bem esclarecidas, outras,
entretanto, continuam indeterminadas, entre elas a associação do VHC com o
Líquen Plano (LP). O objetivo desse estudo foi desenvolver uma revisão
sistemática com metanálise sobre a prevalência de infecção pelo VHC em
pacientes com LP, para avaliar a existência de associação entre as duas
manifestações.
Métodos: Realizou-se uma busca nas bases de dados MEDLINE, LILACS e
Cochrane, utilizando as Palavras-chave “Hepatitis C” e “Lichen Planus”. Foram
selecionados os resumos de estudos de caso-controle abordando a prevalência
de HCV em pacientes com LP. A partir daí, foram analisados apenas os
estudos que confirmavam a sorologia anti- HCV com testes confirmatórios
(PCR e RIBA). Três pesquisadores independentemente analisaram os resumos
e revisaram todos os estudos incluídos. Os trabalhos selecionados foram
organizados em uma tabela (Tabela 1), para análise do Odds Ratio (OR),
através da análise de Efeito Aleatório de DerSimonian-Laird, do programa
BioEstat
5.0.
Resultados e discussão: Treze (13) estudos foram incluídos na Tabela 1, cuja
metanálise evidenciou que, em pacientes com LP, a prevalência de HCV é
aproximadamente 3.36 vezes maior que em não portadores de LP (OR 3.3668;
intervalo de confiança de 95% 2,1476 a 5,2780; p < 0,0001).
Conclusão: Esses dados sugerem a existência de uma relação entre as duas
manifestações. Entretanto, existem estudos na literatura que se opõem aos
nossos resultados, trazendo questionamentos geográficos, genéticos e
ambientais acerca da relação entre a prevalência de HCV em pacientes com
LP. Há necessidade de mais trabalhos apresentando metodologia e amostra
semelhantes além de estudos populacionais que possam estimar a prevalência
de HCV em portadores de LP e vice-versa.
Palavras-chave: Líquen plano, HCV, Metanálise, Associação.
RESUMO
TÍTULO: A Importância do Aleitamento Materno na Prevenção da Obesidade
Infantil.
ALUNA: Bianca Fagundes Muraro
ORIENTADORA: Junaura Rocha Barretto
Introdução: A obesidade é um grave problema de saúde pública, devido às
suas inúmeras complicações. No final do século passado, houve um importante
aumento na prevalência dessa morbidade na faixa pediátrica em todo mundo, e
no Brasil foi observada uma elevação de cinco vezes nos últimos vinte anos,
levando os setores responsáveis a focar em medidas preventivas para esse
problema. O leite materno, dentre seus inúmeros benefícios, foi descrito como
uma alternativa protetora para essa questão, ressaltando mais ainda sua
essencialidade na saúde infantil e futura do adulto.
Justificativa: Tendo em vista o crescente aumento na prevalência da
obesidade, as severas complicações dessa doença para uma criança e a
possível diminuição desse problema com medidas simples de prevenção, o
presente estudo visa descrever o efeito benéfico e protetor do aleitamento
materno.
Objetivo: O objetivo desse estudo é demonstrar a importância do aleitamento
materno na prevenção da obesidade infantil. Metodologia: Trata-se de uma
revisão da literatura, em que foram analisados livros textos, artigos científicos,
revisões retiradas de bibliotecas virtuais, sites médicos, por meio das bases
Lilacs; Google; Bireme; Scielo e revistas científicas de acordo com a
abordagem do tema. Os artigos selecionados foram os publicados entre 1994 e
2010.
Desenvolvimento: Nesta revisão, foram abordados os conceitos de
obesidade, suas causas, suas complicações, e a prevenção, enfocando na
importância do aleitamento materno como medida protetora, descrevendo suas
inúmeras propriedades e benefícios.
Considerações finais: O entendimento da prática do aleitamento materno
como uma forma protetora para a obesidade infantil é muito importante,
principalmente no que diz respeito a evitar suas graves complicações.
Palavras-chave: Obesidade, Amamentação, Infantil, Leite Materno.
RESUMO
TÍTULO: Manifestações Cardiovasculares em Pacientes com Infecção pelo
Vírus da Imunodeficiência Humana: Uma Revisão de Literatura.
ALUNO: Bruno Oliveira Isabella
ORIENTADORA: Eloina Nunes de Oliveira
Introdução: As alterações cardiovasculares associadas ao HIV estão
relacionadas a infecções oportunistas, ao uso de drogas antirretrovirais e ao
próprio vírus. Dentre as alterações, pode-se observar a cardiomiopatia dilatada,
a pericardite, a endocardite, derrame pericárdico e tumores. A prevalência de
alterações cardíacas também está relacionada ao estado imunológico do
paciente, quanto mais baixo o numero de células CD4, mais prevalente são as
alterações, com pior prognóstico.
Objetivo: O objetivo do presente estudo é descrever a prevalência de
alterações cardiovasculares em pacientes HIV+.
Métodos: Trata-se de uma revisão da literatura de artigos que satisfizeram o
objetivo do estudo. Foi realizada uma busca ativa por artigos presentes na
literatura vigente inseridos no banco de dados da biblioteca virtual do
MEDLINE. Foram utilizados apenas os artigos em inglês, com estudos feitos
somente em humanos, prospectivos e publicados nos últimos vinte anos. Os
descritores utilizados foram: “cardiomiopathy” AND “HIV”, sendo excluídos
estudos que tratam das cardimiopatias não associadas ao HIV.
Resultados: Os artigos analisados mostraram que as alterações
cardiovasculares
podem
ser
percebidas
pela:
clínica,
exames
eletrocardiográfico e ecocardiográfico. Pelo ecocardiograma percebe-se
alterações como: cardiomiopatia dilatada, disfunção do ventrículo esquerdo,
dilatação do ventrículo direito, doença do pericárdio e insuficiência cardíaca
congestiva.
Conclusões: A prevalência de alterações cardiovasculares associadas ao HIV
depende do estado imunológico do indivíduo, quanto mais baixo o numero de
CD4, pior é o prognostico do paciente e mais grave é a manifestação
cardiovascular. Houve maior prevalência de alterações como ICC,
cardiomiopatia dilatada, derrame pericárdico e endocardite.
Palavras-chave: Cardiomiopatia, HIV, Doenças Cardiovasculares.
RESUMO
TÍTULO: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem no
Município de Salvador.
ALUNO: Bruno Chagas Matos
ORIENTADORA: Nilma de Castro Meira
Introdução: Os estudos sobre os determinantes de saúde masculina, incluindo
os fatores contextuais das relações de gênero pressionaram o desenvolvimento
e construção de uma política de promoção, prevenção e recuperação da saúde
desse grupo populacional. Nesse contexto, o Brasil lançou em agosto de 2009,
a Política Nacional de Atenção Integral à saúde do Homem (PNAISH) com o
objetivo geral de promover a melhoria das condições de saúde da população
masculina. Considerando a recente iniciativa pública e a carência de estudos
relacionados ao tema, faz-se mais que necessária a investigação do processo
de implantação na realidade soteropolitana. Objetivo geral. Realizar
mapeamento da implantação da PNAISH no município de Salvador- BA.
Metodologia. Estudo descritivo utilizando entrevista e questionário à
responsável pela Área Técnica de Saúde do Homem, e obtenção de dados
documentais na Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Estado da Bahia.
Resultados e Discussão. Foram identificadas várias discordâncias entre as
práticas municipais com os documentos propostos pelo Plano de Ação
Nacional (2009-2011). A maioria dos critérios e parâmetros descritos na Matriz
de Avaliação estava fora do prazo de cumprimento ou descumpridos.
Diferentemente do previsto, o município de Salvador teve como porta de
entrada para os homens, no serviço, o nível de atenção secundária. Além
disso, o único centro de referência em saúde do homem, embora tenha
mostrado de excelência no atendimento a esta população, ainda encontra
problemas para efetuação da política. No levantamento de possíveis fatores
quem estariam dificultando a implantação da PNAISH, o primeiro ponto a ser
assinalado foi o atraso na emissão do incentivo financeiro, condição esta,
imprescindível para tornar possíveis as práticas em saúde. Aliados a isso,
verifica-se a falta de gerenciamento em todos os níveis de atenção, erros em
encaminhamento de paciente, falta de capacitação de profissionais,
precariedade de recursos humanos, falhas na divulgação da PNAISH, pouca
captação da população masculina, dentre outros. Considerações finais. Há um
atraso na implantação da política em Salvador. Apesar de o mapeamento ter
sido realizado com incompletudes em relação ao projeto original, foi possível
identificar a viabilidade da criação de recursos na implantação da PNAISH
através de um melhor planejamento gestor.
Palavras-chave: Saúde do Homem, Políticas de Saúde do Homem, PNAISH
no Município de Salvador-Ba.
RESUMO
TÍTULO: Escala Cornell Para Depressão na Demência: Estudo Sobre Seu
Desenvolvimento e Utilização.
ALUNA: Bruna Lopes Ferraz de Avelar
ORIENTADORA: Manuela Oliveira de Cerqueira Magalhães
Cenário: A Depressão é uma doença muito prevalente na população idosa, no
entanto permanece subdiagnósticada causando inúmeras repercussões
negativas ao paciente e ao sistema de saúde. Uma maneira de avaliar
Depressão em pacientes idosos com comprometimento cognitivo é a Escala
Cornell de Depressão na Demência. No entanto, ainda não existe um estudo
que compila dados a respeito de fatores importantes dessa escala como
confiabilidade inter-avaliadores, acurácia, validade em diferentes populações.
Objetivo: Estudar o desenvolvimento, validação, acurácia e utilização da Escala
Cornell para Depressão na Demência. Métodos: Revisão de Literatura não
sistemática a partir de bases de dados MEDLINE, SCIELO, BIREME E
PUBMED. Resultados: Foram encontrados 10 artigos de relevância sobre o
tema. A ECDD demonstrou boa aplicabilidade a pacientes com e sem déficit
cognitivo, satisfatória confiabilidade inter-avaliadores, alta consistência interna
e boa acurácia em pontos de corte específicos para cada população e critério
diagnóstico.
RESUMO
TÍTULO: Psicoimunoneuroendocrinologia: Uma Nova Compreensão do
Processo Saúde – Doença Sob a Perspectiva da Integração Mente – Corpo.
ALUNA: Cristiane Bahiana Cruz
ORIENTADORA: Ana Cristina Carneiro Reis
O presente trabalho consiste em uma Revisão da Literatura, cujo objetivo
principal é evidenciar que a abordagem da Psicoimunoneuroendocrinologia
proporciona uma nova compreensão da dinâmica saúde-doença, sob uma
perspectiva de integração das múltiplas dimensões do ser humano. As
concepções sobre a saúde e as tentativas de compreensão acerca de como se
desenvolvem as doenças são inerentes à existência humana. Assim, diversos
foram os conceitos elaborados a respeito do processo saúde-doença ao longo
da história do homem. Certas definições desempenharam influência marcante
no pensamento médico, tais como a perspectiva dualista proposta por
Descartes, que defendia que o corpo e a mente constituíam-se em entidades
radicalmente separadas, e o modelo Biomédico – que, por sua vez, constituíase em um paradigma mecanicista, que atribuía às doenças causas
exclusivamente relacionadas a males localizados no corpo. No entanto, desde
a antiguidade, Hipócrates já reconhecia que a psyché exercia uma função
reguladora sobre o corpo – e, portanto, como uma só unidade que formavam,
jamais poderiam ser analisados separadamente. A partir da necessidade da
elaboração de um conceito capaz de compreender a inseparabilidade dos
aspectos psicológicos e biológicos do homem, houve o surgimento da
concepção da psicossomática. Porém, enquanto o paradigma mecanicista
consistia em um modelo incompleto, por associar as etiologias das doenças
exclusivamente a fatores orgânicos, a abordagem da psicossomática, por outro
lado, também não se constituía em um modelo adequado para explicação do
processo de adoecimento – já que o seu foco era excessivamente direcionado
ao aspecto psicológico como fator causal das doenças. Assim, surge a
necessidade de estabelecer-se uma concepção que seja capaz de contemplar
as múltiplas dimensões do indivíduo de um modo equilibrado, considerando a
importância fundamental tanto dos elementos físicos quanto dos psicossociais
– dentre os quais se destacam as condições de stress – no contexto da
dinâmica saúde-doença. Devido à sua capacidade de promover esta integração
entre os aspectos psíquicos, emocionais, sócio-ambientais e somáticos do
homem, o advento da psicoimunoneuroendocrinologia emerge como uma
abordagem promissora para uma nova compreensão do processo saúdedoença – cujo propósito consiste na abrangência de uma visão de integralidade
do ser humano.
Palavras–Chave: Psicoimunoneuroendocrinologia, Psiconeuroendocrinologia,
Psiconeuroimunologia, Psicossomática, Saúde–Doença, Mente-Corpo, Stress.
RESUMO
TÍTULO: A Ação das Estatinas na Função Endotelial: Efeito Hipolipemiante x
Efeito Pleiotrópico.
ALUNA: Cláudia Velloso Baptista Heine Filha
ORIENTADORA: Maristela Magnavita Oliveira Garcia
Introdução: As estatinas tornaram-se os fármacos redutores de lipídeos mais
amplamente prescritos na maioria dos países. Sua ação hipolipemiante devese a inibição da enzima HGM-CoA Redutase (3-Hidroxi-3-Metil Glutaril
Coenzima-A). Vários estudos vêm mostrando que as estatinas podem reduzir o
risco cardiovascular por mecanismos outros além do efeito hipolipemiante: os
efeitos pleiotrópicos. O cenário considerado ideal em humanos para testar os
efeitos pleiotrópicos das estatinas é comparando grupos com terapêuticas
eqüipotentes do ponto de vista hipolipemiante. É importante esclarecer se o
efeito endotelial das estatinas se deve exclusivamente a redução do LDL-c ou
se a ação pleiotrópica da droga exerce influência. A literatura diverge quanto
aos métodos e resultados dos estudos que avaliaram esse assunto, sendo
necessária uma revisão para organizar o conhecimento a respeito do efeito
hipolipemiante e pleiotrópico na função endotelial.
Objetivo: Avaliar se a terapia com estatina melhora a função endotelial e se
isso se deve a ação hipolipemiante ou pleiotrópica da droga.
Métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica de ensaios clínicos
randomizados entre os anos de 2000 e 2011 que avaliavam o efeito endotelial
com o uso das estatinas isolada ou em combinação com ezetimiba nos bancos
de dados: PubMed, Lilacs e Bireme, com os descritores: “endothelial function”,
“pleiotropic effects”,” coronary artery desease”, atheromatous plaque”.
Resultados: Todos os estudos que utilizaram terapia combinada concordaram
quanto a melhora da função endotelial com o uso da terapia hipolipemiante.
Sendo que dois deles consideram que a monoterapia de estatina foi mais
eficiente e dois consideram o efeito da terapia combinada equivalente ao da
monoterapia. Na comparação de monoterapia versus terapia combinada dois
observaram que apenas o uso da estatina melhorou a FE e um observou que
ambas as terapias melhoraram a FE.
Discussão: A avaliação dos trabalhos demonstra a heterogeneidade dos
grupos estudados. A presença de diferentes comorbidades nas populações
estudadas podem interferir distintamente nos resultados da terapia com
estatina, dificultando comparações precisas de seus efeitos nos trabalhos
selecionados.
Conclusão: Observou-se que a terapia com estatinas é benéfica para a função
endotelial. Não é possível concluir se esse benefício se deve a sua função
hipolipemiante ou seus efeitros pleiotrópicos, e qual a magnitude desses
efeitos. É necessário realização de trabalhos com rígidas metodologias que
utilizem desfechos clínicos capazes de esclarecer a importância desses efeitos
pleitrópicos.
Palavras-chave: Statin, Pleiotropic Effects, Endothelial Function.
RESUMO
TÍTULO: Prescrição de Antidepressivos em um Ambulatório de Clínica Médica
em Salvador-BA.
ALUNO: Cristiano Silva Rocha
ORIENTADORA: Rosa Garcia Lima
Introdução: Os antidepressivos figuram entre os medicamentos psicotrópicos
mais comercializados do mundo, na quarta colocação, atrás apenas dos
antiinflamatórios, analgésicos e contraceptivos. No Brasil, entre 2005 e 2009,
as vendas registraram, em reais, um aumento de 74%. Observa-se que esse
aumento está relacionado a diversos fatores, por exemplo, à prescrição
indiscriminada por médicos não especialistas, principalmente clínicos,
neurologistas e geriatras. Além disso, são prescritos como medicamentos
adjuvantes para diversas patologias não psiquiátricas, especialmente a dor
crônica.
Objetivo: Descrever a prevalência da prescrição de antidepressivos em um
ambulatório que assiste à rede pública de saúde em Salvador, Bahia, além de
estabelecer o perfil dos pacientes em que foram prescritos estes
medicamentos, identificar quais são os antidepressivos prescritos e avaliar o
motivo da prescrição destes.
Metodologia: Estudo descritivo retrospectivo, realizado com a revisão de 300
prontuários de pacientes atendidos na área de clínica médica do Ambulatório
Docente-Assistencial da Bahiana (ADAB), localizado em Salvador-BA. Os
dados foram obtidos através da revisão da ficha de anamnese de cada
prontuário sorteado, correspondendo ao período de janeiro a dezembro de
2010, no qual se preencheu uma ficha de revisão de prontuários com os dados
requisitados do objetivo. A análise estatística foi realizada através do programa
SPSS versão 17.0.
Resultados: A idade da população estudada variou entre 32 a 86 anos, com
média de 56,6 anos e mediana de 57 anos. Com relação ao sexo dos
pacientes, 68 (91,9%) eram mulheres e 6 (8,1%) eram homens. Observou-se
que 38 (51,4%) eram casados, 15 (20,3%) viúvos e 14 (18,9%) solteiros.
Quanto à profissão, 40 (54,1%) eram trabalhadores ativos e 22 (29,7%)
aposentados. Os antidepressivos tricíclicos (ADTs) obtiveram a maioria das
prescrições com 62,2% do total e os inibidores seletivos de recaptação de
serotonina (ISRS) com 37,8%. O medicamento amitriptilina prevaleceu entre os
ADTs e à fluoxetina entre os ISRS. Os principais motivos de prescrição foram
as algias, principalmente a dor crônica, seguido por depressão.
Conclusão: O presente estudo ratificou a tendência atual no aumento da
prescrição de psicofármacos na atenção primária. Mais que isso, evidenciou o
aumento da prescrição dos antidepressivos tricíclicos para uma população
predominantemente idosa, a qual teve, como motivo dessa prescrição, as
síndromes álgicas.
Palavras-chaves: Antidepressivos, Clínica Médica, Depressão, Dor Crônica.
RESUMO
TÍTULO: Risco de Infarto Agudo do Miocárdio em Pacientes HIV- Positivos em
Uso de Terapia Antiretroviral.
ALUNA: Carine Rocha Oliveira
ORIENTADORA: Eloina Nunes de Oliveira
A introdução da terapia antiretroviral (TARV) nos pacientes infectados pelo
vírus da imunodeficiência humana (HIV) foi um marco na medicina pois
diminuiu muito a morbi-mortalidade, aumentando a expectativa de vida nesses
pacientes. Porém, o uso da TARV vem sendo associada à maior incidência de
infarto agudo do miocárdio e já sabidamente pode levar a alterações
metabólicas que elevam o risco cardiovascular como dislipidemia, resistência à
insulina, diabetes mellitus e redistribuição da gordura corporal. No entanto, a
associação dessas drogas com o aumento da incidência de infarto do
miocárdio ainda não está consolidada na literatura médica. Muitos estudos
foram realizados mas a divergência entre eles é notável. Ainda não se sabe se
essa elevação do infarto relatado em muitos estudos ocorre devido a exposição
à TARV, a infecção pelo HIV por si só, a outros fatores de risco presentes nos
pacientes infectados pelo HIV, como tabagismo, ou a combinação desses três
fatores. Essa pesquisa foi realizada com o objetivo de analisar se há um
aumento da incidência de infarto agudo do miocárdio em pacientes infectados
pelo HIV em uso de terapia antirretroviral. Para isso foram utilizados artigos
inseridos no banco de dados da biblioteca virtual do MEDLINE/Pubmed. Após
levantamento de dados, foram obtidos 15 artigos publicados na língua inglesa
entre 1998 e 2011 para serem analisados.
Palavras-chave: HIV, Terapia Antirretroviral, Infarto Agudo do Miocárdio.
RESUMO
TÍTULO: Síndrome Dolorosa Miofascial: Frequência em Pacientes Oncológicos
Atendidos no Ambulatório de Dor do CICAN.
ALUNA: Camila Tavares Teixeira
ORIENTADORA: Edilma Maria Lima Dorea
Introdução: O câncer é um grande problema de saúde pública da atualidade.
No Brasil em 2010, foram estimados quase meio milhão de novos casos de
câncer, sendo mais de 40,5 mil destes casos só no estado da Bahia. Com os
avanços na área da oncologia, a sobrevida desse grupo de pacientes
aumentou, surgindo uma nova preocupação: os cuidados paliativos e a
manutenção da qualidade de vida dos doentes. A dor é uma queixa
extremamente comum entre os pacientes com câncer, principalmente entre
aqueles com doença avançada. Entre as causas de dor podemos destacar a
síndrome dolorosa miofascial (SDM) como uma afecção frequente, porém
ainda subdiagnosticada e, que merece especial atenção neste contexto, devido
às suas peculiaridades no que diz respeito ao diagnóstico e tratamento.
Objetivos: Avaliar a frequência de síndrome dolorosa miofascial em pacientes
oncológicos atendidos no ambulatório de dor do CICAN em Salvador-BA, e os
efeitos terapêuticos da inativação de pontos-gatilho com anestésico local no
tratamento da SDM. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo de caráter
observacional envolvendo 41 pacientes adultos com idade media de 53,3 anos
(DP±13,46). Todos foram submetidos à avaliação clínica para busca de SDM,
seguindo os critérios de Simons et al para o diagnóstico dessa doença.
Posteriormente, aqueles com diagnóstico confirmado e, que concordaram com
o procedimento proposto, foram submetidos à inativação de pontos gatilho com
lidocaína 0,5%, utilizando a técnica de Fisher. A escala numérica de dor (END)
foi aplicada antes e depois do procedimento para determinação do índice de
eficácia. Resultados: A síndrome dolorosa miofascial foi encontrada em 26
pacientes (63,4%). Os pacientes acometidos eram predominantemente
portadores de câncer de mama (53,8%). Os grupos musculares mais atingidos
foram o trapézio superior (73%), rombóide (38,5%) e supraescapular (23%),
com uma média de 2,8 (DP±2,18) pontosgatilho por indivíduo. Todos os
pacientes que foram submetidos à injeção de anestésico local obtiveram
melhora, medida através da END, com uma média de 6,5 pontos (DP±1,91)
antes do agulhamento e 3,5 pontos (DP±1,63) após o procedimento.
Conclusão: Os dados encontrados apontam a importância da síndrome
dolorosa miofascial na população oncológica, já que se trata de uma entidade
clínica encontrada com alta frequência nesses indivíduos. Porém, ainda
existem diversos obstáculos no diagnóstico e tratamento desta afecção. Uma
busca ativa adequada, com exame apropriado, deve ser realizada por
profissional treinado. É importante que seja estabelecida uma estratégia
terapêutica adequada, com resultados satisfatórios, que garantam uma melhor
qualidade de vida para esse grupo de doentes.
Palavras-chave: Síndrome Dolorosa Miofascial, Dor Oncológica, Dor Crônica,
Pontogatilho, Agulhamento, Infiltração de Anestésico Local.
RESUMO
TÍTULO: Neurólise Ulnar Sob Anestesia Local em Pacientes com Hanseníase.
ALUNA: Clarissa Cerqueira Ramos
ORIENTADOR: José Marcos Pondé de Fraga Lima
Contexto: A hanseníase é uma doença endêmica em nosso meio e pode
provocar deformidades físicas se não tratada adequadamente. A
descompressão cirúrgica do nervo periférico acometido por vezes é necessária
para prevenção dessas ocorrências.
Objetivo: Relatar a técnica de descompressão de nervo ulnar, o mais
frequentemente acometido na hanseníase, realizada ambulatorialmente em
serviço de referência no estado da Bahia.
Material e métodos: Os autores relatam a experiência com 84 pacientes
submetidos à cirurgia ambulatorial de neuropatia compressiva ulnar, entre
fevereiro de 2008 e fevereiro de 2009. O quadro clínico mais encontrado foi dor
de difícil manejo terapêutico e as incapacidades físicas. As cirurgias tiveram
uma média de duração de 30 minutos. O procedimento consistiu em
descompressão seguida de neurólise de nervo ulnar sob anestesia local sem
utilização de garrote.
Resultados: Os pacientes toleraram bem as cirurgias, e a dor, avaliada pela
escala analógica, melhorou em praticamente todos os casos.
Conclusão: A técnica ambulatorial de descompressão ulnar é um método
eficaz, com baixo índice de complicações e adequada para manuseio de
doença tão desafiadora como a hanseníase em países em desenvolvimento.
Palavras-chave: Neurólise de Ulnar, Hanseníase.
RESUMO
TÍTULO: Relação Entre Asma e Ansiedade na Criança.
ALUNA: Caroline Heleno Chagas de Carvalho
ORIENTADORA: Iêda Maria Barbosa Aleluia
Introdução: A asma é uma das doenças crônicas mais comuns na infância.
Acredita-se hoje que ela está associada a um aumento de transtornos
psiquiátricos e doença mental como a ansiedade. A asma pode trazer prejuízos
para o desenvolvimento por restringir a realização de atividades típicas da faixa
etária, dificultar a socialização e o desenvolvimento de uma auto-imagem
positiva aumentando a vulnerabilidade para transtornos psiquiátricos.
Objetivo: Descrever a relação entre a asma e ansiedade e a influência no
prognóstico de crianças portadoras de asma.
Método: Foi realizada a revisão da literatura através da utilização dos bancos
de dados LILACS, PUBMED e SciELO e foram feitas buscas ativas nas
referências bibliográficas dos artigos encontrados.
Resultados: Foram adquiridos 17 artigos nas línguas portuguesa e inglesa
correspondentes ao período de 2003 a 2011 e realizada a análise quanto a
presença de associação da ansiedade com a asma, presença de associação
com o tipo de asma, função pulmonar, maior percepção dos sintomas e gênero.
Conclusões: Destaca-se a importância de o médico estar atento a associação
da asma e ansiedade para que possa abordar o paciente asmático de forma
mais abrangente onde não apenas a medicação é fundamental, mas também o
acompanhamento psicológico para que haja maior adesão ao tratamento e
essas crianças possam ter um melhor prognóstico. São necessários ainda mais
estudos que envolvam a população geral e tenham em sua metodologia
avaliação médica e utilização de medidas fisiológicas para aumentar a
confiabilidade na existência dessa relação.
Palavras-chave: Asma, Ansiedade, Criança.
RESUMO
TÍTULO: Doença Parenquimatosa Crônica do Fígado: Aspectos Clínicos
Epidemiológicos em um Centro de Referência da Bahia.
ALUNO: Cícero Rodrigo Medeiros Alves
ORIENTADORA: Nádia Regina Caldas Ribeiro
Introdução: A Doença Parenquimatosa Crônica do Fígado (DPCF) pode ser
secundária a um vasto espectro de etiologias que, por distintos mecanismos
fisiopatológicos, levam a um estado permanente de lesão ao fígado, com
subsequente reestruturação anormal do parênquima hepático. Este processo
se desenvolve de forma crônica e insidiosa, levando um longo período até que
a sintomatologia e complicações da mesma se manifestem clinicamente, os
quais são causa de uma alta morbi-mortalidade e ônus às redes de Saúde em
todo o mundo. As etiologias subjacentes à DPCF apresentam significativas
variâncias epidemiológicas nas distintas regiões demográficas globais. No
Brasil - e especificamente na Bahia - há uma grande lacuna do saber quanto à
incidência e prevalência da DPCF e suas principais entidades de base.
Objetivos: Determinar qual a distribuição das etiologias subjacentes à DPCF,
assim como o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes acompanhados em
um centro de referência da Bahia. Metodologia: Os dados foram obtidos
através de revisão de prontuários em um centro de referência de hepatologia
da Bahia. A análise estatística foi realizada por modelo descritivo quantitativo
para determinação da distribuição das freqüência das variáveis. Resultados:
Foi observado que, em ordem decrescente de frequência, a Hepatite Viral B
Crônica, seguida pela Doença Alcoólica do Fígado, Hepatite Viral C Crônica e
Esteato-Hepatite Não-Alcoólica foram as quatro etiologias de maior
representação. Quando somadas, estas quatro entidades representaram 90,5%
dos 359 pacientes incluídos no estudo. A média de idade dos pacientes com
ambas Hepatites Virais sugere um perfil de infecção tardio. O sexo masculino
foi preponderante em frequência para as 3 primeiras etiologias, enquanto
apenas na EHNA houve predomínio do sexo feminino. As demais etiologias
analisadas apresentaram menor participação. Discussão: Este estudo tende a
confirmar que na Bahia, assim como referido na literatura em estudos
epidemiológicos globais, as quatro etiologias referidas são as protagonistas no
âmbito da DPCF. Convém destacar que as mesmas são consideradas
potencialmente evitáveis. A infecção adquirida na idade adulta das Hepatites
Virais Crônicas para ambos os sexos é compatível com o padrão observado
em países Ocidentais. A distribuição não equilibrada entre os sexos para as
principais etiologias sugere exposição diferenciada aos fatores de risco. Ainda
são necessários, entretanto, estudos populacionais abertos de grande poder
amostral para elucidar o perfil-clínico-epidemiológico das entidades de baixa
incidência e prevalência. Conclusão: Apesar de o estudo ter sido realizado em
uma população fechada em um centro de referência, os dados fornecem
importante embasamento científico para estimular medidas de saúde públicas
preventivas em níveis primários, secundários e terciários de atuação,
direcionadas àquelas etiologias de maior importância e ao respectivo perfil
clínico-epidemiológico identificado para as mesmas.
Palavras-chave: Doença Parenquimatosa Crônica do Fígado, Saúde Pública,
Epidemiologia, Cirrose Hepática, Hepatites Virais Crônicas, Hepatite Viral B
Crônica, Hepatite Viral C Crônica, Doença Alcoólica do Fígado, EsteatoHepatite Não-Alcoólica, Hepatite Auto-Imune, Cirrose Criptogênica.
RESUMO
TÍTULO: Estudos de Fatores de Risco Para Doenças Cardiovasculares em
uma Amostra da População do Município de Mutuípe- Bahia.
ALUNA: Daiana Campelo Weber Silva
ORIENTADORA: Alcina Marta de Souza Andrade
Introdução: As Doenças Cardiovasculares (DCV) constituem a principal causa
de morbimortalidade em países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Determinantes que corroboram com o surgimento de DCV, são chamados de
Fatores de Risco (FR), os quais foram divididos em FR modificáveis como
Diabetes
Mellitus
(DM),
Hipertensão
Arterial
Sistêmica
(HAS),
hipercolesterolemia e tabagismo, e não-modificáveis, idade, sexo masculino e
história familiar de DCV. Os fatores de risco mais importantes no cenário da
saúde cardiovascular do Brasil são: HAS, DM, tabagismo, obesidade e
dislipidemias. Atualmente, se tem considerado que a mudança dos hábitos
alimentares e prática de atividade física atuam significativamente na prevenção
e/ou controle desses fatores de risco. Na Bahia em 2008, dos óbitos
registrados, o maior percentual (32,4%) foi por doenças no aparelho
circulatório, principalmente pelas doenças cerebrovasculares seguido do IAM.
Neste período, o município de Mutuípe localizado no Recôncavo Baiano,
registrou cerca de 41% do total de óbitos para estas mesmas patologias. No
Brasil, apesar das várias pesquisas realizadas pouco se sabe sobre os
principais fatores de risco cardiovasculares que acometem a população de
cidades de pequeno porte. Objetivo: Descrever os principais fatores de risco
para Doenças Cardiovasculares numa amostra da população do município de
Mutuípe, Bahia. Metodologia: Os dados foram obtidos através da aplicação de
questionário em visita às residências dos indivíduos hipertensos e ou
diabéticos selecionados. A análise estatística foi realizada por modelo
descritivo quantitativo para determinação da distribuição das frequência das
variáveis. Resultados: A idade média dos indivíduos estudados foi 63 anos,
sendo o sexo feminino preponderante. 97,3% cursam com DCV, sendo que
destes 75% cursam com HAS; 59,2% tem antecedentes familiares; 27,7% são
diabéticos; 60,3% relataram ter dislipidemia; a circunferência abdominal média
ficou em 93 cm; 37,8% são usaram cigarro industrial; 52,3% afirmaram praticar
algum tipo de atividade física. Discussão: Neste estudo também ficou evidente
a existência de mais de dois FR num mesmo paciente. A HAS, sem dúvida, foi
o fator mais prevalente já que os entrevistados foram selecionados a partir do
cadastro de hipertensão do município com 75%. Neste estudo, o DM se tornou
mais predominante (27,7%) do que em outros estudos. A alta prevalência da
CA aumentada e DLP tornaram-se riscos com valor significativo nesta
população. Conclusão: É possível afirmar, que alguns FR são bem mais
conhecidos do que outros. Este achado deve servir para que sejam realizadas
ações que visem alertar a importância dos demais FR que são desprezados
pelos pacientes provavelmente devido a falta de conhecimento sobre eles.
Palavras-chaves: Doenças Cardiovasculares, Fatores de Risco Cardíaco,
HAS, DM, Obesidade, Sedentarismo, IAM.
RESUMO
TÍTULO: Tipos 16 e 18 do Papilomavírus Humano (HPV): Associação Com o
Câncer do Colo Uterino e Importância da Vacinação Para Sua Prevenção.
ALUNA: Daniela Oliveira Mota
ORIENTADORA: Elenice Ramos
Introdução: A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é atualmente
considerada a doença sexualmente transmissível (DST) mais freqüente no
mundo. Esse é um importante problema de saúde pública, principalmente nos
países menos desenvolvidos, responsáveis por mais de 80% dos casos. O
HPV é o principal responsável pelo câncer de colo uterino, sendo encontrado
em mais de 99% dos casos. Os tipos 16 e 18 são os principais do grupo
oncogênico e são responsáveis por cerca de 60% dos casos no mundo. O
câncer de colo uterino corresponde a cerca de 10% dos casos de câncer em
mulheres, sendo a segunda causa mais comum de morte por neoplasia em
mulheres no mundo. O uso de vacinas profiláticas na redução da incidência do
câncer de colo uterino e também na prevenção de outras doenças e cânceres
associados ao HPV tem sido citado em muitos estudos, o que sugere a
importância da incorporação desta nova tecnologia ao serviço público de
saúde. Objetivos: Demonstrar a associação dos tipos 16 e 18 do HPV com o
câncer de colo uterino e analisar a importância da vacinação para sua
prevenção. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica da literatura
nacional e internacional que teve como fontes de pesquisa o Pubmed, Lilacs e
Uptodate, revistas virtuais e livros texto. Foram usadas as palavras de busca
HPV, câncer de colo uterino, vacinação, HPV 16 e 18 e seus respectivos em
inglês. Discussão: Os estudos confirmaram a alta eficácia das vacinas
bivalente e quadrivalente contra a infecção por HPV, principalmente em
pacientes que não iniciaram a vida sexual, havendo também o benefício de
proteção cruzada contra outros tipos desse vírus. O principal obstáculo para a
adição da vacina contra o HPV ao calendário vacinal infantil, principalmente em
países em desenvolvimento, ainda é o seu alto custo. Conclusões: Sendo o
HPV um vírus de alta prevalência mundial e sua infecção considerada uma
epidemia mundial, é importante que o examinador esteja atento às
manifestações dermatológicas apresentadas pelas pacientes durante o
preventivo. Se forem detectadas e acompanhadas precocemente, essas
pacientes podem ter seus prognósticos favorecidos. A disponibilidade de uma
vacina eficaz e segura traz uma expectativa real para a redução do grande
número de casos de câncer cervical. No entanto, mesmo após a adição da
vacina bivalente ou tetravalente ao calendário vacinal infantil, o rastreio dos
tipos oncogênicos do HPV continuará sendo necessário.
Palavras-chave: Papilomavírus Humano (HPV), HPV-16, HPV-18, Câncer de
Colo Uterino, Vacinas Profiláticas.
RESUMO
TÍTULO: Linfadenectomia na Ressecção Cirúrgica do Adenocarcinoma
Gástrico Avançado: Uma Revisão Sistemática da Literatura.
ALUNO: Eduardo Doria Pinto Rodrigues da Costa Filho
ORIENTADOR: Álvaro Nonato de Souza
Introdução: O adenocarcinoma gástrico corresponde a 90 – 95 % das
neoplasias malignas do estômago e o seu tratamento é sempre cirúrgico, com
a quimioterapia e/ou radioterapia apresentando-se como terapias adjuvantes.
As linfadenectomias utilizadas na cirurgia curativa do Ca gástrico é um tema
bastante controverso. Alguns autores defendem que 20 a 30% dos pacientes
com adenocarcinoma gástrico em estágio não precoce (>T1) apresentam micro
metástases para linfonodos para-aórticos abdominais, fazendo-se necessário
uma ressecção gástrica associada a uma linfadenectomia D3. Já outros artigos
não associam a técnica D3 a um impacto na sobrevida em 5 anos nos
pacientes com adenocarcinoma gástrico avançado. Objetivo: comparar os
diferentes tipos de linfadenectomias utilizadas no tratamento do
adenocarcinoma gástrico avançado. Materiais e Métodos: Ensaios clínicos
randomizados e ensaios não randomizados foram identificados através de uma
estratégia de busca prédefinida. As taxas de morbi-mortalidade, o tempo
cirúrgico, o sangramento intra-operatório e a sobrevida em 5 anos foram
comparadas entre as diferentes técnicas de linfadenectomia utilizadas.
Resultados: Foram relacionados 6 artigos, sendo analisados quanto ao
desenho de estudo, morbi-mortalidade, tempo cirúrgico/perda sanguínea, e
sobrevida em 5 anos. Conclusão: Apesar da linfadenectomia super-ampliada
(D3) poder ser realizada com segurança no tratamento do adenocarcinoma
gástrico avançado, ela não apresenta um impacto na sobrevida em 5 anos nos
pacientes com doença avançada.
Palavras-chave: Linfadenectomia D2, Linfadenectomia D3, Adenocarcinoma
Gástrico.
RESUMO
TÍTULO: Características Funcionais dos Linfócitos T CD8+ de Pacientes com
HAM/TSP.
ALUNO: Enzo Loandos Oliveira
ORIENTADORA: Rita Elizabeth M. Mascarenhas
Introdução: O HTLV-1 é um retrovírus que infecta cerca de 20 milhões de
indivíduos no mundo, estabelece uma infecção persistente, mas sem
sintomatologia em 90% dos casos. Uma das principais patologias associadas a
esta infecção é a mielopatia associada ao HTLV-1/paraparesia espástica
tropical (HAM/TSP), uma doença inflamatória crônica e progressiva que
acomete o sistema nervoso central. Um dos mais importantes aspectos da
patogênese da HAM/TSP é a função de linfócitos T CD8+ frente à infecção
pelo HTLV-1, ocorrendo citotoxicidade direta de células infectadas,
degranulação de granzima B e perforina e liberação de citocinas próinflamatórias. O papel desta ação dos linfócitos T CD8+ em pacientes com
HAM/TSP é controverso.
Objetivo: Descrever as características funcionais de linfócitos T CD8+ em
indivíduos infectados pelo HTLV- 1 com HAM/TSP.
Metodologia: Revisão não-sistemática da literatura sobre o tema, tendo como
bases de dados os portais PubMed, Scopus e Web of Science.
Resultados: Foram selecionados 23 artigos, nos quais os achados mais
comuns nos linfócitos T CD8+ de pacientes com HAM/TSP foram a
degranulação de granzima B e perforina, a maior expressão superficial de
CD107a durante processo degranulatório ativo, a predominância do padrão de
resposta imune Th1, com expressão de citocinas próinflamatórias, como IFN-_
e TNF-_, e a menor eficiência de lise.
Discussão: A ação CTL na infecção pelo HTLV-1 pode ser benéfica ao reduzir
a carga proviral e impedir progressão para estágios avançados da mielopatia.
Por outro lado, mecanismos ainda não completamente entendidos,
comprometem a eficácia dos CTL e estas passam a ter um papel
preponderante no dano à medula espinhal, favorecendo o desenvolvimento da
HAM/TSP.
Conclusão: Estudos prospectivos, que avaliem parâmetros virológicos, bem
como imunológicos e genéticos de indivíduos infectados pelo HTLV-1
assintomáticos podem apontar marcadores de evolução clínica e perspectivas
de tratamento para a mielopatia, e desta forma contribuir para melhorar a
qualidade de vida dos indivíduos infectados pelo HTLV-1.
RESUMO
TÍTULO: Avaliação da Adequação de Laudos Histopatológicos Para a Tomada de
Decisão Terapêutica em Pacientes Com Hepatite Crônica Viral.
ALUNO: Eduardo Carvalho Marques
ORIENTADOR: Luiz Antônio Rodrigues de Freitas
As hepatites virais de curso crônico são um importante problema de saúde pública.
Estão inseridas no grupo de doenças parenquimatosas crônicas do fígado, que
compartilham a característica de evolução insidiosa, podendo progredir para doença
hepática terminal, com presença de fibrose avançada, cirrose até carcinoma
hepatocelular. O laudo histopatológico é o método padrão-ouro para diagnóstico e
seguimento de pacientes com hepatite crônica. Os sistemas de classificação histológica
Metavir e da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), pouco complexos e reprodutíveis,
são utilizados para graduar a atividade necroinflamatória e estadiar a fibrose na lesão
histológica, por escores. O Ministério da Saúde (MS) do Brasil, em seu Programa
Nacional de Hepatites Virais, tem como base a utilização das classificações SBP e
Metavir para elegibilidade de paciente ao tratamento gratuito disponibilizado pelo
Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS). O Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
(FIOCRUZ/Ba) em parceria com o Ministério da Saúde no Programa Nacional de
Hepatites Virais, recebeu 458 fotocópias de laudos histopatológicos de pacientes
portadores de hepatite crônica viral inscritos para tratamento, para avaliação da
adequação de seus parâmetros de acordo com portarias ministeriais. Foi realizado um
estudo descritivo do tipo corte transversal em amostra por conveniência. 395 laudos
foram incluídos no estudo, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, a
maioria provenientes das regiões Norte (34,2%), Nordeste (37,2%) e Centro-Oeste
(24,6%). Foi contabilizado maior número de casos de pacientes do sexo masculino
(67,6%) com idade média de 46±9 anos para o gênero. Resultados de análises
bioquímicas do sangue não estavam documentadas em 89,6% dos laudos e a virologia
não estava referida em 56,2% deles. A documentação sobre colorações especiais
utilizadas para avaliação da lesão histológica estavam informadas em 59,7% dos
laudos. Não foram documentadas informações sobre quantidade de espaços-porta em
237 laudos (60%). Da amostra avaliada, foi observado que 68,3% eram de pacientes
elegíveis ao tratamento de acordo com critérios do protocolo do MS, dos quais 37%
provinham da rede pública e 63% da rede privada. A região Norte foi aquela com menor
percentual válido de laudos elegíveis nessa amostra, 46,7%, enquanto 89,6% daqueles
oriundos da região Nordeste foram elegíveis. Da descrição de virologia, carga viral,
genótipo de vírus C, perfil bioquímico do sangue, tamanho do fragmento hepático,
número de espaços porta completos, e alusão à classificações utilizadas, mais de
70%(para todos os parâmetros) dos laudos que informaram, coincidiram com laudos
elegíveis. Foram encontrados 31,6% de laudos não elegíveis. Os custos das
medicações para o tratamento da hepatite crônica viral disponibilizadas gratuitamente
pelo SUS são elevados, convém ressaltar a gravidade dos efeitos colaterais
apresentados por pacientes em uso dessas medicações. A inadequação dos laudos
influencia na condução de cada caso clínico. Espera-se contribuir com os dados obtidos
nesta análise amostral, para enfatizar a necessidade da qualidade e adequação de
laudos de biópsia hepática, além de estimular novos estudos nessa perspectiva.
Palavras-chave: Hepatite Crônica Viral, Hepatite B, Hepatite C, Biópsia Hepática,
Sistema Metavir, Sociedade Brasileira de Patologia, Saúde Pública, Ministério da
Saúde, Sistema Único de Saúde, Cirrose Hepática, Carcinoma Hepatocelular.
RESUMO
TÍTULO: Repercussões Sistêmicas da Cirurgia Bariátrica: Análise de Série
Com 2 Anos de Seguimento.
ALUNO: Fernando Ribeiro Sá
ORIENTADOR: Alexis Dourado Guedes
A obesidade é uma condição de relevante prevalência, com etiologia e
abordagens complexas. Está relacionada com distúrbios de diversos sistemas
e doenças com potencialidade letal, como diabetes melito do tipo 2,
hipertensão arterial sistêmica e neoplasias. Uma das opções de tratamento
desta condição é a cirurgia bariátrica. A técnica da gastroplastia em Y de Roux
(técnica de Fobi-Capella) está associada a perda ponderal importante,
resolução/melhora de comorbidades e melhora da qualidade de vida. Por outro
lado, induz deficiências nutricionais e aumenta o risco para ocorrência
colelitíase. 52 pacientes foram incluídos no estudo e tiveram seus dados
coletados nos períodos pré-operatório, 01, 03, 06, 09, 12 e 24 meses da data
de realização do procedimento cirúrgico, através de fichas padronizadas, onde
foram anotados dados antropométricos, de exame físico, história clínica,
doenças pregressas e exames laboratoriais. Ocorreu um predomínio de
mulheres (88,5%) sobre os homens, com uma média de idade de 41,5 anos
(dp: +8,83). Foi encontrada, ainda, redução média do peso de 29,39% (124,5
Kg- 87,9Kg; p< 0,001), e 31,31%(47,7Kg/m² - 33,7Kg/m²; p< 0,001) do IMC,
melhora estatisticamente significativa para diversas comorbidades, incluindo
hipertensão arterial sistêmica, apnéia do sono, dislipidemia, diabetes melito do
tipo 2, esteatose hepática e doença do refluxo gastroesofágico; alterações
significativas nos níveis de hematócrito, hemoglobina, glicemia, colesterol total,
LDL, HDL, triglicerídeos. Os resultados deste estudo, na maioria dos seus
aspectos, reproduziram os de outras séries analisadas na literatura.
Palavras-chave: Obesidade, Cirurgia Bariátrica, Bypass gástrico em Y-deRoux, Repercussões Sistêmicas.
.
RESUMO
TÍTULO: A Recuperação Anestésica Imediata do Paciente Obeso.
ALUNO: Felipe Neves Azevedo
ORIENTADOR: Túlio César Azevedo Alves
Introdução: O desflurano, sevoflurano e o isoflurano, anestésicos inalatórios
globalmente utilizados, apresentam ótimos perfis de recuperação e de indução
do processo da anestesia. Seus coeficientes de solubilidade sangue/gás
parecem exercer ampla influência nos aspectos da recuperação anestésica
imediata, o que representa grande importância para a população obesa, que
possui riscos aumentados de eventos adversos no pós-operatório imediato.
Considerando a importância desse fato, faz-se necessário um estudo sobre a
recuperação anestésica inicial com drogas bastante utilizadas em tais
procedimentos.
Objetivo: Descrever e comparar a recuperação anestésica imediata (tempo de
abertura ocular, extubação e recuperação da consciência) de indivíduos
obesos, submetidos à anestesia geral com desflurano, sevoflurano e isoflurano.
Metodologia: Revisão sistemática da literatura visando responder a questão:
“Qual fármaco, dentre desflurano, sevoflurano e isoflurano, promove melhor
recuperação anestésica imediata em indivíduos obesos?”. Os artigos foram
selecionados através de busca em bancos de dados eletrônicos utilizando as
combinações dos termos “desflurano”, “isoflurano”, “sevoflurano”, “obesidade” e
as suas traduções para a língua inglesa. Foram incluídos apenas estudos do
tipo ensaio clínico randomizado que abordassem ao menos um critério da
recuperação anestésica imediata (tempo para abertura ocular, extubação e
recuperação da consciência) em pacientes obesos. Foram excluídos artigos
publicados há mais de 11 anos.
Resultados: Foram selecionados um total de 8 artigos para essa revisão. Os
aspectos demográficos e operatórios foram homogêneos em 100% dos artigos
estudados. Em relação aos parâmetros da recuperação anestésica imediata, o
desflurano sempre apresentou, com significância estatística (p<0,05), tempos
inferiores às outras drogas, com exceção de dois trabalhos que não
encontraram diferenças entre este fármaco e o sevoflurano. Porém, em um
desses dois artigos não houve padronização da técnica cirúrgica utilizada nos
pacientes. O isoflurano, em 100% dos artigos que o estudaram, se demonstrou
com tempos superiores aos outros dois anestésicos.
Conclusão: Em indivíduos obesos, o desflurano, devido ao seu baixo
coeficiente de solubilidade sangue/gás, promove uma recuperação anestésica
imediata mais rápida, com menores tempos para abertura ocular, extubação e
recuperação da consciência em relação ao sevoflurano e ao isoflurano.
Portanto, ela pode ser considerada uma droga relativamente mais segura em
relação aos riscos de eventos adversos relacionados à retomada tardia dos
reflexos das vias aéreas em pacientes de IMC ≥ 30 kg/m².
Palavras-chave: Recuperação anestésica imediata, Obeso, Obesidade,
Anestesia. Desflurano. Sevoflurano. Isoflurano.
RESUMO
TÍTULO: Frequência dos Tumores do Sistema Nervoso Central em
Crianças Submetidas a Neurocirurgia no Hospital São Rafael.
ALUNA: Fernanda Silva da Paz Castro
ORIENTADOR: Nazel Oliveira Filho
Introdução: As neoplasias primárias do SNC, sejam elas malignas ou
benignas, constituem o segundo maior grupo de câncer pediátrico, perdendo
apenas para as leucemias. Esses tumores podem ocorrer desde o período
neonatal ao da infância, sendo um dos mais comuns tipos de câncer sólidos
infantil. Além da relevante incidência, essas patologias destacam-se pelas altas
taxas de mortalidade. Dentre os diversos tipos histológicos de tumores
pediátricos do SNC os astrocitomas, com o seu subtipo pilocítico, e os
meduloblastomas são os mais comuns. Quanto ao quadro clínico, os sinais e
sintomas costumam refletir a localização do tumor, que em crianças,
diferentemente dos adultos, pode ser classificada em infra ou supratentorial.
Em relação ao tratamento, esse pode ser cirúrgico, quimioterápico e/ou
radioterápico a depender de cada caso.
Objetivo: Avaliar a frequência dos diferentes tipos histológicos de tumores
cerebrais em crianças submetidas à neurocirurgia em um hospital de
referência.
Metodologia: Análise estatística descritiva com dados obtidos através de um
estudo retrospectivo de 106 prontuários referentes a crianças, de 0 a 17 anos,
submetidas à neurocirurgia no Hospital São Rafael, Salvador-Bahia, no período
de 2005 a 2010. Os dados coletados foram organizados em uma planilha no
Microsoft Excel® 2003, e em seguida agregados através de cálculos de
indicadores.
Resultados: Houve predomínio do sexo masculino (55,7%). A idade dos
pacientes variou de 0 a 17 anos, sendo a média de 7,8 anos. A faixa etária
mais prevalente foi a de 0 a 5 anos, com 39 pacientes (36,79%). Quanto ao
peso, esse variou de 7 a 90 kg, sendo a média de 30 kg. A faixa de peso mais
prevalente foi a de 20 a 50Kg, o que corresponde a 69 crianças (65%). Em
relação à procedência, 43 pacientes (51,8%), de um total de 83, eram
provenientes do interior do Estado. Quanto ao resultado anatomopatológico, o
astrocitoma foi o mais prevalente, ocorrendo em 40 crianças (37,73%), sendo
seguido pelo meduloblastoma, o qual acometeu 8 crianças (7,54%). Dos
astrocitomas, o subtipo pilocítico foi o mais comum, ocorrendo em 27 pacientes
(25,47%). Em relação à mortalidade, apenas 5 pacientes (4,7%) foram á óbito
em até seis meses após a ressecção cirúrgica.
Conclusões: Os tipos histológicos mais frequentes encontrados nesse
trabalho estão de acordo com a literatura, assim como a maior prevalência do
sexo masculino. As faixas etárias relacionadas a cada tipo tumoral também se
assemelharam aos dados expostos em outros estudos. Além disso, é relevante
salientar que quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances
de um prognóstico favorável ou até mesmo de cura.
Palavras-chave: Astrocitoma pilocitico, Meduloblastoma, Craniofaringioma,
Ependimoma.
RESUMO
TÍTULO: Transtornos Psiquiátricos em Pacientes Submetidos à Cirurgia
Bariátrica.
ALUNA: Fernanda Castro Souza
ORIENTADORA: Manuela Garcia Lima
A obesidade tem se tornado uma epidemia mundial. Como conseqüência
houve um aumento crescente na busca por métodos invasivos, como a Cirurgia
Bariátrica, para diminuição de co-morbidades em obesos mórbidos. Vários
estudos demonstraram associação entre obesidade, transtornos psiquiátricos e
cirurgia bariátrica. O objetivo deste artigo é determinar a freqüência de
Transtornos Psiquiátricos em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica na
avaliação pré-operatória e os Transtornos Psiquiátricos desenvolvidos póscirurgia.
Delineamento do Estudo: Estudo descritivo, retrospectivo.
Material e Métodos: Estudo realizado em uma clínica privada, utilizando como
fonte de dados 254 prontuários de pacientes em avaliação psiquiátrica para
Cirúrgia Bariátrica atendidos pelo serviço de psiquiatria nos anos de 2005 a
2009.
Resultados: Dentre os 254 pacientes, 72,8% apresentaram um ou mais
diagnósticos de Transtornos Psiquiátricos na avaliação pré-cirúrgica. Os
Transtornos mais freqüentes foram os relacionados à Ansiedade, com 43,2%
da amostra e Compulsão Alimentar com 33,0%. Oitenta e um pacientes foram
acompanhados no seguimento pós-cirúrgico. Entre aqueles sem psicopatologia
prévia 23 desenvolveram transtornos psiquiátricos, sendo mais freqüentes os
relacionados à depressão, com 56,5% e à ansiedade, com 43,5%.
Conclusão: Há uma necessidade crescente de uma avaliação psiquiátrica
entre os pacientes candidatos à Cirúrgia Bariátrica e de um acompanhamento
psiquiátrico regular após a cirurgia, para o acompanhamento do funcionamento
psicológico posterior durante o seguimento cirúrgico.
Palavras-chave: Obesidade, Transtornos Psiquiátricos, Cirurgia Bariátrica.
RESUMO
TÍTULO: Aspectos Imunológicos e Evolução Clínica em Uma Coorte de Indivíduos CoInfectados Pelo HTLV-1 e Strongyloides Stercoralis.
ALUNA: Fernanda Correia Salles
ORIENTADOR: Edgar Marcelino de Carvalho Filho
Introdução: O HTLV-1 é o agente causal da mielopatia associada ao HTLV-1
(HAM/TSP), leucemia/linfoma de células T do adulto (ATLL) e outras manifestações
clínicas, como disfunção erétil e bexiga hiperativa. Estudos prévios têm demonstrado
que o HTLV-1 predispõe a infecção grave e recorrente pelo S.stercoralis, ao diminuir a
resposta de defesa contra a helmitíase. Todavia, enquanto a influência da infecção pelo
HTLV-1 na estrongiloidíase é bem documentada, o papel da infecção por este helminto,
no curso clínico da infecção pelo HTLV-1 apresenta resultados controversos, sendo a
principal doença relacionada à co-infecção a ATLL. Objetivos: 1) Comparar a resposta
imune em pacientes infectados pelo HTLV-1 com e sem estrongiloidíase; 2) Determinar
em uma coorte de pacientes co-infectados pelo HTLV-1 e S.stercoralis a freqüência de
reatividade da estrongiloidíase e de formas disseminadas da infecção helmíntica após o
tratamento da helmintíase; 3) Avaliar biomarcadores associados com a ATLL em
indivíduos infectados pelo HTLV-1 com e sem estrongiloidíase; 4) Avaliar se a coinfecção com o S.stercoralis interfere no desenvolvimento das manifestações clínicas
associadas ao HTLV-1. Metodologia: Estudo composto de 60 pacientes infectados
apenas pelo HTLV-1 e 30 pacientes co-infectados com S.stercoralis, acompanhados no
Ambulatório de HTLV do Com-HUPES da Universidade Federal da Bahia, por um
período de 2 a 10 anos. As concentrações de TNF-α, INF-γ, IL-5 e IL-10 foram
determinadas por ELISA em sobrenadante de cultura de linfócitos e a determinação de
receptor solúvel de IL-2 (IL-2R) no soro também por ELISA. Carga proviral foi medida
pela reação em cadeia da polimerase (PCR), e foram realizados hemograma, avaliação
de morfologia de linfócitos e pesquisa de células em flor (flower cells). Foram analisados
5 desfechos clínicos: 1) desenvolvimento de ATLL; 2) HAM/TSP; 3) bexiga
hiperativa 4) disfunção erétil; 5) novos episódios da estrongiloidíase. Pacientes com
estrongiloidíase foram tratados com albendazol ou ivermectina. Resultados: A
prevalência de estrongiloidíase recorrente e disseminada após terapia anti-helmíntica foi
baixa, ocorrendo em 2 indivíduos. As concentrações de TNF-α e INF-γ foram menores
nos indivíduos com HTLV- 1 e estrongiloidíase do que nos infectados apenas pelo
HTLV-1 (p<0,05). As concentrações de IL-5 e IL-10 foram similares entre os dois grupos
(p>0,05) . Não foi observada relação entre a infecção pelo S.stercoralis e marcadores de
ATLL, e esta condição só ocorreu em uma paciente que apresentou estrongiloidíase
recorrente. Nenhum paciente desenvolveu HAM/TSP, e não houve diferença na
prevalência de bexiga hiperativa e disfunção erétil entre os dois grupos. Conclusões: 1)
Tratamento efetivo da estrongiloidíase e a busca ativa da reinfecção pelo S.stercoralis
contribuiu para a baixa freqüência de estrongiloidíase recorrente e disseminada; 2)
Apesar de não ter sido detectada evidências que a infecção pelo S.stercoralis contribui
para o desenvolvimento da ATLL, o único caso de leucemia foi no grupo com
estrongiloidíase; 3) Apesar da estrongiloidíase modular negativamente a resposta Th1,
nesta coorte previamente tratada para a helmintíase, não foi documentada atenuação
das manifestações clínicas associadas ao HTLV-1; 4) A prevalência de disfunção erétil e
bexiga hiperativa aumentou durante o acompanhamento, indicando a natureza
progressiva do dano medular.
Palavras-chave: HTLV-1, Strongyloides Stercoralis, Manifestações clínicas, Resposta
imune, ATLL.
RESUMO
TÍTULO: Tendência da Mortalidade Por Diabetes Mellitus no Brasil, de 1980 a
2008.
ALUNO: Gabriel Peixoto Mendes
ORIENTADOR: Carlos Maurício Cardeal Mendes
Introdução e justificativa:
Diabetes Mellitus (DM) é um grupo de doenças metabólicas de caráter crônico,
progressivo e silencioso, que associa-se a diversos fatores de risco
amplamente estudados, caracterizado por hiperglicemia relacionada à
deficiência e/ou ineficiência do hormônio insulina. A prevalência e a
mortalidade desta patologia são extremamente altas em todo mundo. No Brasil,
estima-se que o número de diabéticos seja de aproximadamente 10 milhões,
segundo dados do Ministério da Saúde e mais de 4 milhões de mortos ao ano
devido à doença e suas complicações, o que representa quase 10% da
mortalidade mundial total. Apesar da mortalidade ser extremamente elevada,
ela é subestimada, sobretudo no Brasil. Desta forma, em um cenário cujo
acesso à saúde e a qualidade de vida têm aumentado ao longo do tempo e, ao
mesmo tempo, onde os riscos para a doença tornam-se mais proeminentes,
torna-se evidente a importância da compreensão dos fatores determinantes
sobre a tendência da mortalidade por DM.
Objetivo: Descrever a tendência temporal do coeficiente de mortalidade (CM)
por DM no Brasil, no período de 1980 a 2008.
Metodologia: Estudo ecológico, do tipo séries temporais, com dados
agregados por ano, obtidos no DATASUS (http://www.datasus.com.br).
Resultados: De 1980 a 2008 foram registrados 742.314 óbitos devidos ao DM
no Brasil, resultando em um coeficiente de mortalidade médio (CMM) de 15,9
óbitos por 100 mil habitantes e uma variabilidade de 33,7 %. A região Sudeste
registrou a metade do total de óbitos e apresentou o maior CMM (19,9 óbitos
por 100 mil habitantes), enquanto que a região Norte apresentou o menor (7,2
óbitos por 100 mil habitantes). Houve um crescimento praticamente linear do
CM por DM no Brasil, à exceção da região Nordeste, que apresentou
crescimento aproximadamente exponencial, em média 1,07 óbito, por ano, a
cada 100 mil habitantes. O sexo feminino apresentou, durante todo período
estudado, maior CM e Coeficiente de Mortalidade Anual Médio (CMAM) que o
sexo masculino. Também observou-se aumento exponencial no CM, à medida
que a faixa etária aproxima-se dos 80 anos ou mais.
Conclusão: A tendência crescente do CM por DM alicerça-se sobre uma
conjuntura socioeconômica favorável à doença. Os esforços para controle do
DM, enquanto benéficos para qualidade e expectativa de vida do paciente
diabético, provaram-se insuficientes para reverter a tendência do CM,
evidenciando a necessidade de medidas de caráter preventivo, que busquem
reduzir a incidência da morbidade.
Palavras-chave: Mortalidade, Diabetes Mellitus, Brasil, Série temporal.
RESUMO
TÍTULO: Avaliação da Co-Infecção Pelo Vírus Linfotrópico de Células T
Humanas Tipo 1 (HTLV-1) na Hepatite Crônica Pelo Vírus C (VHC).
ALUNO: Gustavo Uzeda Machado
ORIENTADOR: Edgar Marcelino de Carvalho
A co-infecção pelo Vírus Hepatotrófico C (VHC) e pelo Vírus Linfotrópico de
Células T Humanas do tipo 1 (HTLV-1) tem sido relatada em várias regiões
geográficas, devido a semelhança nas vias de transmissão entre os vírus. Este
trabalho teve por objetivo avaliar os desfechos decorrentes desta co-infecção.
Foram estudados 23 pacientes co-infectados pelo VHC e pelo HTLV-1 e 21
pacientes monoinfectados pelo VHC, que foram avaliados do ponto de vista
clínico, epidemiológico, histológico, virológico e imunológico. Os grupos
avaliados foram homogêneos do ponto de vista clínico e antropométrico, sendo
os pacientes nos dois grupos pareados por sexo e idade. Os resultados deste
estudo não evidenciam que a infecção pelo HTLV-1 pode influenciar a evolução
da hepatite crônica pelo vírus C, porém, avaliações realizadas indicam uma
tendência de que pacientes portadores das duas infecções (VHC/HLTV-1)
possam apresentar alterações paramétricas com repercussões no seu curso
clínico. O grupo co-infectado produziu maior quantidade de INF-γ do que o
grupo monoinfectado (VHC). Pacientes co-infectados VHC/HTLV-1
apresentaram maior carga viral (VHC-RNA), em contra partida, a análise
histológica demonstrou menor freqüência de fibrose avançada neste grupo de
pacientes. Proteínas totais e globulinas foram encontradas em maior
concentração no grupo co-infectado VHC/HTLV-1, sendo este o único dado
com diferença significativa. Uma possível explicação para a ausência de
diferença estatística nos dados avaliados se deve ao reduzido número de
pacientes estudados. Além disso, a ativação linfocitária causada pelo HTLV-1 é
mais exacerbada nos indivíduos que desenvolvem mielopatia/paraparesia
espástica tropical (HAM/TSP) ou leucemia/linfoma de células T do adulto
(ATLL), e nenhum paciente co-infectado deste estudo se encontrava nestas
condições, sendo todos considerados portadores assintomáticos do HTLV-1.
Palavras-chave: VHC, HTLV-1, Hepatite Crônica, Proteínas Totais, Globulinas.
RESUMO
TÍTULO: Caracterização Molecular de Clones da Cepa 21SF do Trypanosoma
Cruzi Isolados de Camundongos Infectados e Tratados Com Benzonidazol e
Não Curados.
ALUNA: Gyoguevara Sol Queiroz Andrade Patriota
ORIENTADORA: Sônia Gumes Andrade
As cepas e clones (subpopulações) do Trypanosoma cruzi apresentam
diferentes comportamentos de resistência aos quimioterápicos. Estudos
avaliando a resposta ao tratamento, com diferentes medicamentos, de cepas
protótipos dos Biodemas Tipo I, II e III, vêm demonstrando que as cepas do
Biodema Tipo II apresentam variado grau de susceptibilidade (12,5% a 100%).
No presente estudo clones foram isolados de animais tratados com
benzonidazol por 90 dias, e não curados, e foram comparados molecularmente
a outros clones susceptíveis ao tratamento (obtidos de animais do grupo
controle Não-tratado) e à cepa parental 21SF. Anteriormente já havia sido
avaliado que as subpopulações da cepa 21 SF apresentam comportamento
biológico e isoenzimático semelhantes à cepa parental, ratificando a
estabilidade da cepa. Entretanto não havia estudos quanto à caracterização
molecular de clones resistentes ao tratamento. Após extração do DNA das
amostras, e amplificação dos minicírculos (especialmente a área variável do
DNA do cinetoplasto) pela PCR, as amostras foram submetidas à ação de
enzimas de restrição (RFLP), Hinf I e Eco RI, e analisadas em gel de
poliacrilamida. A análise molecular dos clones resistentes ao tratamento,
através da técnica de RFLP, não demonstrou alterações gênicas relevantes
que justificassem o seu comportamento.
RESUMO
TÍTULO: Carcinoma Anaplásico/Indiferenciado de Tireóide.
ALUNA: Gabriela da Silveira Aguiar
ORIENTADOR: Helton Estrela Ramos
Introdução: O carcinoma de tireóide representa 5% dos nódulos encontrados
na tireóide e 1% de todos os cânceres. É 3 vezes mais comum em mulheres,
acima de 50 anos, e tem fatores de risco associados como exposição prévia à
radiação ionizante, dieta pobre em iodo e hereditariedade. Seu diagnóstico é
feito através de USG e citologia do tumor. É classificado como diferenciado,
subdivido em papilífero e folicular, medular e anaplásico ou indiferenciado. Seu
prognóstico depende, principalmente, dos fatores de risco e do estadiamento
do tumor, feito através do sistema TNM. O carcinoma de tireóide anaplásico é
raro e considerado um dos cânceres mais agressivos.
Objetivo: demonstrar a importância de novos estudos sobre o carcinoma
anaplásico de tireóide devido ao seu prognóstico reservado e às limitadas
informações sobre o mesmo.
Metodologia: Foi realizada uma revisão de liteartura nos bancos de dados
eletrônicos do Pubmed, Lilacs e Scielo, além de revistas virtuais e livros textos,
nos idiomas português e inglês, utilizando as seguintes palavras chaves:
carcinoma de tireóide, anaplásico, indiferenciado, diferenciado, medular e seus
respectivos em inglês.
Carcinoma anaplásico de tireóide: O CTA é um tipo histológico raro, mais
freqüente em mulheres idosas, com prognóstico com sobrevida média de 6
meses após o diagnóstico e mortalidade superior a 90%. Seu diagnóstico é
feito através dos sintomas mais freqüentes, como rouquidão, crescimento de
massa cervical, dor cervical e disfagia, invasão de estruturas adjacentes
importantes como laringe e traquéia, citologia, histologia e imunihistoquímica.
Sofre metástases com frequência para pulmão, ossos e cérebro. Sua etiologia
ainda não está bem definida e sua citologia é característica por alta
celularidade, pleomorfismo nuclear, núcleos únicos ou múltiplos e inúmeras
figuras de mitose. Na imunohistoquímica, testes moleculares são feitos para
marcadores como BRAF, RAS e RET/PTC, além de marcadores epiteliais e
mutações de genes como p53. O tratamento é baseado em cirurgia, sempre
que possível, e a radioterapia é aplicada, normalmente, como tratamento
paliativo. Os quimioterápicos tem sido objeto de estudo com bons resultados
em laboratório ou e outros tipos histológicos, mas não há estudos concretos
quanto ao uso rotineiramente no CTA.
Conclusão: O CTA tem um prognóstico bastante limitado e poucas opções de
tratamento, sendo necessários estudos, principalmente moleculares, a fim de
melhorar o quadro atual da doença e ampliar as opções terapêuticas.
Palavras-chave: Carcinoma de Tireóide, Anaplásico, Indiferenciado, Medular,
Diferenciado, Papilífero, Folicular.
RESUMO
TÍTULO: Analisar os Valores Obtidos no Teste Ergométrico Pré-Operatório de
Pacientes Que Serão Submetidos a Cirurgia Bariátrica em Serviço Privado de
Salvador.
ALUNA: Gabriele Costa Gramacho
ORIENTADOR: Luiz Agnaldo Pereira de Souza
Introdução: Obesidade é uma doença crônica definida por um excesso das
reservas corporais de gordura e resulta com freqüência em prejuízos
significantes para a saúde. Atualmente, a obesidade é um dos mais graves
problemas de saúde pública. Sua prevalência é universalmente crescente nas
últimas décadas, o que levou a doença à condição de epidemia global. O
tratamento da obesidade pode ser cirúrgico. Em pacientes com indicação para
Cirurgia Bariátrica é bastante conhecida a associação da obesidade com
fatores de risco cardiovascular como hipertensão arterial, dislipidemia e
diabetes mellitus tipo 2, que favorecem o processo aterosclerótico e a
ocorrência de eventos cardiovasculares, em particular, os coronarianos. Uma
boa forma de avaliar as alterações cardíacas causadas pela obesidade e suas
morbidades associadas, seria através do teste de esforço. O teste ergométrico
pode oferecer dados relevantes das características próprias desta população
de alto risco cardiovascular.
Objetivos Analisar os valores obtidos em teste ergométrico pré-operatório dos
pacientes que serão submetidos à Cirurgia Bariátrica em serviço privado de
Salvador.
Métodos 128 pacientes obesos em serviço privado de Salvador que serão
submetidos à Cirurgia Bariátrica realizaram o teste ergométrico utilizando o
protocolo de rampa para teste de esforço.
Resultados Houve predominância do sexo feminino, 68% dos pacientes. A
idade dos pacientes variou entre 14 e 88 anos, demonstrando a presença de
adolescentes à procura da realização do tratamento cirúrgico da obesidade.
Houve um aumento significante (cerca de 14,65 mmHg) da pressão arterial
diastólica de repouso durante o teste de esforço. A freqüência cardíaca máxima
não atingiu 85% da freqüência cardíaca predita para os pacientes em estudo. O
equivalente metabólico (MET) pico foi 6,31.
Conclusão O teste de esforço permitiu avaliar alterações cardiovasculares, as
quais são conseqüências das comorbidades associadas a obesidade. Além
disso, o teste indicou um rebaixamento do condicionamento físico dos
pacientes obesos.
Palavras-chave: Obesidade, Comorbidades, Cirurgia Bariátrica, Teste
Ergométrico.
RESUMO
TÍTULO: Causas de Óbitos em Adultos de 18 A 49 Anos no Maior Hospital da
Rede Pública do Estado da Bahia.
ALUNA: Hellen Guimarães de Oliveira
ORIENTADORA: Delvone Frei Gil Almeida
O Hospital Geral Roberto Santos - HGRS - é uma das principais unidades
hospitalares de Salvador-BA, atendendo pacientes da capital e do interior do
Estado, com atendimento exclusivo pelo SUS. Possui 171 leitos cirúrgicos, 97
leitos clínicos, 64 leitos para obstetrícia, 20 leitos pediátricos e 67 leitos em
UTI. Além disso, possui atendimento ambulatorial, Serviço Auxiliar Diagnóstico
e Terapia – SADT e atendimento de urgência e emergência, oferecendo
atendimento de demanda espontânea e referenciada. Conta com vários
programas de residência e internato nas áreas de pediatria, clínica médica,
cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, além de ter uma emergência 24 horas
que atende diversos paciente oriundos de todas as localidades do estado.
Numa instituição com essa importância e com esse fluxo intenso de pacientes,
um registro mais abrangente e detalhado das causas de óbito na população de
adultos-jovens pode proporcionar informações de grande valia para a saúde
pública do Estado, de forma a aprimorar a sua capacidade de atendimento,
uma vez que terá índices confiáveis da causa de mortalidade dessa população
e, portanto, poderá se estruturar para a prestação de serviços baseados em
informações científicas que racionalizem e qualifiquem a assistência hospitalar
prestada. Além disso, os dados coletados na pesquisa serão importantes
fontes de informação epidemiológica para o Estado. Este estudo tem como
foco a análise de óbitos registrados no HGRS de pacientes entre 18 e 49 anos,
no período de março de 2005 a março de 2010, através da análise sistemática
de prontuários e da aplicação de um formulário para o registro das informações
coletadas.
Palavras-chave: Hospital, SUS, Registro, Óbitos, Formulário.
RESUMO
TÍTULO: Prevalência de Câncer de Próstata Por Faixa Etária em uma
População de Prostatectomizados em um Serviço de Oncologia na Cidade de
Salvador-BA.
ALUNO: Henrique Santos Pires
ORIENTADOR: Manoel Juncal Pazos
O presente trabalho é um estudo em que será discutida uma relação entre
idade e câncer de próstata. Já existe documentado na literatura uma faixa
etária em que ocorre uma maior incidência de câncer de próstata, que é a partir
dos 65 anos. Contudo, sabe-se que a incidência das neoplasias malignas da
próstata variam segundo uma série de fatores, sejam eles hábitos de vida,
alimentares e étnicos. Tendo em vista que a população de Salvador é
demasiadamente miscigenada, com hábitos alimentares e culturais diversos, é
válido documentar se tal relação se faz presente nos homens de Salvador.
Serão observados os prontuários de todos os pacientes que foram submetidos
a prostatectomia radical na AMO (assistência multidisciplinar em oncologia),
para serem posteriormente distribuídos por critério de idade.
RESUMO
TÍTULO: A Incidência de Cardiotoxicidade em Pacientes Submetidas a
Tratamento Com Trastuzumabe em Clínica de Oncologia de Salvador.
ALUNA: Gabriela Machado Alban
ORIENTADORA: Clarissa Maria de Cerqueira Mathias
Introdução: O câncer de mama Her-2 positivo se faz presente em 20 – 30%
das neoplasias de mama e conferem ao tumor pior prognóstico. O uso do
Trastuzumabe no combate a esse tipo de câncer trouxe resultados satisfatórios
no manejo da doença, reduzindo mortalidade e aumentando sobrevida dos
pacientes. Apesar deste benefício, o trastuzumabe é responsável por um
significativo risco de cardiotoxicidade para os pacientes que o utilizam,
representado por redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE)
assintomática ou até mesmo insuficiência cardíaca congestiva (ICC).
Objetivo: Descrever a incidência de cardiotoxicidade em pacientes com câncer
de mama em uso de trastuzumabe.
Metodologia: Foram avaliadas pacientes propostas para um ano de
tratamento adjuvante com Trastuzumabe no Núcleo de Oncologia da Bahia. A
cardiotoxicidade foi definida por redução da FEVE ≥ 10% ou presença de ICC,
ambas avaliadas por exames ecocardiográficos.
Resultados: 49 pacientes participaram do estudo, sendo que quinze (30,6%)
delas apresentaram redução de FEVE ≥10% assintomáticas e sete delas
(14,2%) apresentaram FEVE menor que 50% ou ICC sintomática, necessitando
de suspensão do tratamento.
Conclusão: Os dados aqui encontrados correspondem com a literatura préexistente, confirmando a idéia de que apesar da cardiotoxicidade representada
pelo trastuzumabe, os benefícios trazidos por esta medicação superam o risco
de cardiotoxicidade referentes a mesma, sendo o Trastuzumabe tratamento
indicado para o manejo de pacientes Her-2 positivo.
Palavras-chave: Câncer de Mama, Trastuzumabe, Herceptin,
Cardiotoxicidade, Her-2.
RESUMO
TÍTULO: Glioblastoma Multiforme – Análise de Consenso Para Reabordagem
Cirúrgica em Casos de Recidiva.
ALUNO: Gabriel Freire Oliveira
ORIENTADOR: José Marcos Pondé F. Lima
Introdução: o glioblastoma multiforme (GBM) é, dentre os tumores primários
do sistema nervoso central, o mais comum e que acarreta em um pior
prognóstico; seu pico de incidência é a sexta ou sétima década de vida. O
tempo médio para a recidiva de GBM após introdução de plano terapêutico
padrão é de 6,9 meses, mesmo com instituição de terapia otimizada, que inclui
ressecção cirúrgica, radioterapia e quimioterapia. A reabordagem cirúrgica para
recidiva de GBM é ponto controverso de discussão. Materiais e métodos: foi
realizada uma revisão bibliográfica sobre critérios e indicações para reoperaçao
de pacientes com recidiva de GBM nas diversas bases de dados disponíveis
(Pubmed, SciELO, Science Direct e Cochrane), nas quais os artigos foram
divididos segundo a força de sua evidencia. Resultados: foram selecionados 21
artigos, publicados entre 1981 e 2010, sobre o tema relacionado. As principais
indicações clínicas para reoperação foram relacionadas a efeitos paliativos
imediatos, como controle da hipertensão intracraniana ou de déficits
neurológicos focais progressivos relacionados a efeito de massa da lesão. Os
critérios clínicos de seleção do paciente para reoperação foram diversos;
contudo, os que têm maior evidência estatística foram a avaliação funcional do
paciente, o tempo livre de doença (tempo da abordagem inicial até a recidiva) e
o volume tumoral na recidiva. Conclusão: a reoperação nos casos de recidiva
de GBM constitui uma ferramenta importante no manejo do paciente, cuja
indicação deve ser feita baseada em aspectos clínicos, habilidade e
experiência do cirurgião e as expectativas do paciente e seus familiares.
Palavras-chave: Glioblastoma Multiforme, Recidiva, Reoperação.
RESUMO
TÍTULO: Comparação Entre o Modelo de Ensino de Ligadura Tradicional e um
Novo Modelo Experimental.
ALUNO: Haroldo Araújo Sampaio
ORIENTADOR: José Humberto de Oliveira Campos
O projeto visa comparar o novo modelo de ensino de Ligadura de vaso a partir
de modelo experimental com coelhos. Cem estudantes do curso de medicina
da disciplina de técnica operatória e cirurgia experimental dividiu-se em dois
grupos de 18 Controle e 18 Experimento. Ofertou-se dois modelos de ensino
de ligadura de vaso, um modelo para cada grupo. A avaliação dos
componentes dos grupos A e B foi segundo os critérios objetivos dos
procedimentos com que se realizou, na cirurgia experimental em coelhos e
também cada participante respondeu a um questionário referente a sua
participação no projeto de pesquisa. Na avaliação objetiva, a realização pelos
acadêmicos da ligadura definitiva sem pinçamento foi a que obteve melhores
resultados. Com destaque para à diferença do número de acertos na seleção
correta dos instrumentais em 33,3%(p=0,010), empunhadura correta da pinça
hemostática e mixter em 33,3%( p=0,010), apresentação do fio em
44,4%(p=0,002), recepção do fio 33,3%( p=0,010) e realização da técnica em
tempo adequado em 41,2%( p=0,014) favorecendo o grupo experimento em
relação ao controle. Foram também avaliados a ligadura falsa e ligadura
definitiva com pinçamento também apresentando melhores resultados para o
grupo experimento, mas sem significância estatística. Na avaliação subjetiva
observou-se que 27,7%(p=0,042) a mais dos acadêmicos do grupo
experimento em relação ao grupo controle concordam totalmente que o
treinamento permitiu a experiência de trabalho em grupo e o desenvolvimento
da capacidade de interagir e atuar em sincronia com o colega. Dessa forma,
nota-se o quanto é importante criar novos modelos de ensino que estimulem e
facilitem o aprendizado dos graduandos de medicina e superar limitações.
Assim, permite que profissionais sejam capacitados à reproduzir esse
procedimento com segurança.
Palavras-chave: Ligadura, Modelo de Ensino, Técnica Operatória.
RESUMO
TÍTULO: Abordagens Cirúrgicas no Rejuvenescimento do Terço Inferior da
Face.
ALUNO: Helden Henrique Vilas Boas Nunes
ORIENTADOR: Vinício Moitinho
O presente trabalho é uma revisão bibliográfica, que busca descrever os
procedimentos cirúrgicos mais realizados no rejuvenescimento do terço inferior
da face nos últimos dez anos. Ao mesmo tempo em que cresce a expectativa
de vida, valoriza-se cada vez mais o bem-estar físico, a auto-estima e a beleza.
Com isso, tem aumentado a exigência a em relação a resultados melhores e
mais duradouros. Diante do amplo desenvolvimento de técnicas cirúrgicas nos
últimos 30 anos, é importante conhecer as abordagens mais utilizadas no
tratamento do terço inferior da face, pois compreendem as técnicas com
maiores taxas de sucesso e satisfação dos pacientes. Conclui-se então que
procedimentos cirúrgicos mais utilizados no rejuvenescimento do terço inferior
da face nos últimos dez anos são: platismorrafia em jaquetão, ressecção do
músculo digástrico e glândulas submandibulares, lifting cervical gravitacional e
miotomia percutânea do platisma em se tratando de abordagens mediais. Nas
abordagens laterais realiza-se a SMASectomia lateral, o MACS lift, o VVFL, a
técnica de Webster, a técnica da pequena cicatriz e a platismoplastia
composta. No tratamento da gordura do pescoço realiza-se principalmente a
lipoaspiração e a lipectomia.
Palavras-chave: Rejuvenescimento, Terço, Inferior, Face, Ritidoplastia, Lift
Facial.
RESUMO
TÍTULO: Avaliação de Marcadores Clínicos e Metabólicos de Risco
Cardiovascular em Mulheres Com Sobrepeso e Obesas: Associação Com Grau
de Atividade Física.
ALUNA: Izadora Azi de Aguiar
ORIENTADORA: Maria de Lourdes Lima
Introducão: A obesidade vem tornando-se um dos grandes problemas de
saúde publica da atualidade, principalmente devido ao estilo de vida sedentário
e o consumo exagerado de alimentos ricos em carboidrato e gordura. O
excesso de peso, doenças cardiovasculares e a falta de atividade física estão
intimamente relacionados, observando-se uma diminuição dos fatores de risco
cardiovascular conforme se aumenta o nível de atividade física. Para avaliar a
pratica de atividade física de diferentes populações se tem usado o
Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ versão curta).
Objetivo: Avaliar a associação entre atividade física e os marcadores clínicos e
metabólicos de risco cardiovascular em mulheres com excesso de peso e
obesidade.
Métodos: Foram estudadas mulheres com excesso de peso e obesidade, que
foram avaliadas clinicamente por entrevista – com questionário padrão e com o
IPAQ versão curta para avaliação da atividade física – e por exame físico
completo, além de avaliadas por exames laboratoriais. A comparação entre os
grupos que realizavam atividade física desejável e indesejável foi feita pelo
teste t de Student. Para a análise de variância entre os grupos de níveis de
atividade física baixo, médio e alto, o teste correspondente foi o ANOVA.
Resultados: A media de idade da população estudada foi 45,6} 12,3 anos, a
maioria era parda, tinha 2o grau incompleto, era obesa, tinha PA elevada e
apresentava síndrome metabólica. A maioria das pacientes (76,9%) não
praticava o mínimo de atividade física recomendada – 30 minutos por dia, 3
vezes por semana – de acordo com o questionário sobre atividade física
programada. De acordo com o IPAQ, a maior parte das mulheres apresentava
atividade física desejável (63,2%). A análise da população estudada, conforme
atividade física desejável e nível de atividade física, não se mostrou
estatisticamente significante.
Conclusão: Nessa população o IPAQ não se mostrou um bom instrumento
para avaliação da pratica de atividade física, superestimando-a. Observa-se a
necessidade de um questionário para avaliar a atividade física em contextos
mais amplos que apenas a atividade física programada, mas que possa ser
aplicado em classes socioeconômicas menos favorecidas. Também se fazem
necessários mais estudos para comparar resultados sobre a pratica de
atividade física entre diferentes populações.
Palavras-chave: Obesidade, Atividade Física, Risco Cardiovascular, Ipaq.
RESUMO
TÍTULO: Aneurismas da Artéria Cerebelar Ântero-Inferior – Revisão Crítica da
Literatura.
ALUNO: Ícaro de Barros Miranda Barreto
ORIENTADOR: José Marcos Pondé F. Lima
Introdução: Os aneurismas da artéria cerebelar ântero-inferior (AICA) são
lesões raras que acometem em maior parte as pacientes do sexo feminino.
Surgem em torno da sexta década de vida. A hemorragia subaracnóidea é
descrita como o principal evento na fase aguda de ruptura de aneurisma de
AICA e está associada a cefaléia intensa súbita, déficit visual e vômitos não
precedidos de náusea. Outros achados mais incomuns incluem sinais e
sintomas flutuantes de ângulo ponto-cerebelar, paresia facial e epilepsia.
Metodologia: foi realizada uma revisão não-sistemática sobre o assunto,
através de busca nas bases de dados do Pubmed, SciELO e Science Direct
com os descritores anterior inferior cerebellar artery, microanatomy, surgery,
vertebrobasilar aneurysms, subarachnoid hemorrhage. Resultados e discussão:
Foram destacados aspectos anatômicos da AICA, bem como sítios comuns de
aneurismas desta artéria e suas classificações, achados clínicos, diagnóstico
radiológico e modalidades de intervenção cirúrgica. Conclusão: A revisão da
microanatomia cirúrgica, os achados clínicos e imaginológicos e as alternativas
para intervenção cirúrgica são ferramentas essenciais no aprimoramento
profissional. Os aneurismas de AICA, por serem raros e, por vezes, complexos,
exigem uma avaliação minuciosa na decisão da conduta do paciente.
Palavras-chave: Aneurismas Vertebrobasilares, Artéria Cerebelar ÂnteroInferior, Hemorragia Subaracnóide, Microanatomia Cirúrgica.
RESUMO
TÍTULO: Evolução Temporal das Principais Causas de Mortalidade Materna
nas Regiões Brasileiras.
ALUNA: Iana Vilasbôas Carruego
ORIENTADOR: Bruno Gil de Carvalho Lima
Introdução: O coeficiente de mortalidade materna é um indicador das
condições de vida de uma população, como aspectos sócio-econômicos,
demográficos, biológicos, religiosos, de determinação política para promoção
da saúde pública e qualidade de assistência médica. No Brasil, as causas
obstétricas diretas são responsáveis pelos elevados índices de mortalidade
materna, por exemplo, hipertensão, hemorragias e abortamentos.
Objetivos: Calcular a mortalidade materna proporcional pelas principais
causas obstétricas diretas nas regiões brasileiras de 1996 a 2007.
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo de mortalidade, no qual foram
estudadas mulheres em idade reprodutiva (10 a 54 anos), falecidas nos
municípios das capitais brasileiras, cujos registros se encontram disponíveis no
Sistema de Informações de Mortalidade do Departamento de Informática do
Sistema Único de Saúde, Ministério da Saúde (SIM-DATASUS-MS), por meio
do website www.datasus.gov.br. Para se avaliar as características das
principais causas de mortalidade materna nas capitais brasileiras, foram
colhidos os dados sobre óbitos disponíveis entre 1996 a 2007, sendo eles
causados por abortamentos, síndromes hipertensivas da gestação,
hemorragias, bem como informações sobre local de ocorrência e investigação
dos óbitos maternos.
Resultados: Em todas as macrorregiões, entre os anos de 1996 e 2007,
observa-se que há mais registros de óbitos maternos por causas hipertensivas,
seguidos de causas hemorrágicas e abortamentos. Nota-se que em todas as
regiões em 1997 e 2005 foi mais significativo o aumento dos registros totais,
principalmente pelas causas hipertensivas, seguido de hemorragias. Essas três
causas têm um importante impacto nos óbitos maternos nas unidades de
saúde.
Conclusões: Enquanto a qualidade da informação sobre a mortalidade das
mulheres em idade reprodutível não melhorar, sempre será difícil ter uma
correta idéia do coeficiente de mortalidade materna e assim melhorar as fases
deficientes desse processo de atenção à saúde da mulher.
Palavras-chave: Mortalidade Materna, Hipertensão, Hemorragia,
Abortamento, Planejamento Familiar.
RESUMO
TÍTULO: Impacto da Acupuntura no Tratamento da Dor Crônica.
ALUNO: Ianto Alberto Machado Silveira
ORIENTADOR: Luiz Alberto Cravo Pinto de Queiroz
A Acupuntura faz parte de um conjunto de modalidades terapêuticas da
Medicina Tradicional Chinesa, que inclui técnicas da massagem (Tui-Na),
exercícios respiratórios (Chi-Gung), moxabustão, orientações nutricionais (ShuShieh) e a farmacopéia chinesa (medicamentos de origem animal, vegetal e
mineral). O método da acupuntura consiste na estimulação (com agulhas,
eletricidade, esferas ou sementes) de pontos específicos da pele onde se
localizam os padronizados canais definidos como “meridianos”, onde passaria
a força vital (QÌ). Vários estudos apontam a acupuntura como um eficiente
método de tratamento de doenças que têm como importante sintoma a dor
(crônica ou aguda), quando comparada com acupuntura placebo ou nenhum
tratamento. Torna-se, então, necessário verificar o que existe escrito na
literatura sobre a acupuntura nesse tipo de tratamento, visto que existem
muitos trabalhos relacionando acupuntura e patologias específicas que cursam
com dor crônica, mas poucos que o fazem de uma forma geral. As pesquisas
foram feitas em sites que hospedam artigos científicos tais como: Pubmed
(www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed); Scielo (www.scielo.org); Biblioteca Virtual em
Saúde (www.bireme.org) que contem LILACS, Scielo, MEDLINE, Biblioteca
Cochrane, entre outras bases de consulta de artigos científicos. Foram
pesquisados artigos com os seguintes descritores: acupuntura, dor crônica,
acupuntura e dor crônica, eficiência e acupuntura, medicina tradicional chinesa,
prevalência e dor crônica. Foram incluídos os artigos que dataram de 1999 a
2011, que foram favoráveis ou desfavoráveis a acupuntura nesse tipo de
tratamento, e que abordaram sobre o impacto biopsicossocial e econômico da
acupuntura. Foram excluídos os artigos que estavam fora desta data e que
abordaram sobre a acupuntura como terapia de outras patologias que não
cursem com dor crônica. Os artigos incluídos foram classificados de acordo
com o nível de evidência científica e graus de recomendação segundo Centro
de Medicina baseada em Evidência de Oxford. Esse levantamento de dados foi
realizado entre os meses de setembro de 2010 a abril de 2011. Durante a
realização do levantamento de dados foram encontrados 22 artigos que se
referiam acupuntura. Destes, 16 discutiam sobre a acupuntura como
tratamentos para doenças e situações que cursam com dor crônica. Destes, 15
mostraram bons resultados com acupuntura no tratamento da dor crônica. A
maioria dos artigos pesquisados e utilizados para a construção desse estudo
teve grau de recomendação A. A grande diferença de efeito terapêutico entre
os grupos tratados por acupuntura verdadeira e os grupos tratados por
acupuntura placebo se devem a algumas variáveis nos estudos: seleção do
ponto, retenção da agulha, manipulação da agulha, estimulação elétrica
(freqüência, intensidade e duração de pulso), intervalo entre as sessões e
número de sessões. A realização deste trabalho permitiu perceber que a
acupuntura mostrou-se, com força de evidência, como uma modalidade
terapêutica eficaz independente das suas variadas formas de utilização no
tratamento de diversas patologias que cursam com dor crônica. A acupuntura é
uma modalidade de tratamento livre de efeitos colaterais, de baixo custo
quando comparada com o tratamento convencional, e com melhoras
significativas na qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Acupuntura, Dor Crônica, Medicina Tradicional Chinesa.
RESUMO
TÍTULO: Atresia das Vias Biliares: Perfil Clínico e Epidemiológico dos
Pacientes Pediátricos no Único Serviço de Referência do Estado da Bahia.
ALUNA: Juliana de Oliveira
ORIENTADORA: Luciana Rodrigues Silva
Introdução: A atresia das vias biliares (AVB) é a principal causa de transplante
hepático pediátrico e seu diagnóstico precoce representa uma urgência clínica
para a condução terapêutica adequada.
Objetivo: Descrever o perfil clínico e epidemiológico das crianças com atresia
das vias biliares atendidas no único serviço de referência para a patologia no
Estado da Bahia.
Métodos: Estudo descritivo dos prontuários dos pacientes com AVB, atendidos
no Serviço de Hepatologia Pediátrica do Centro Pediátrico Professor Hossanah
de Oliveira da Universidade Federal da Bahia em Salvador, Bahia, entre janeiro
de 1990 a dezembro de 2010. Foram analisados os dados clínicos e
epidemiológicos referentes à consulta de admissão, à cirurgia de Kasai e ao
transplante hepático.
Resultados: Foram diagnosticados no serviço de referência 114 pacientes
portadores de AVB, com 72 prontuários revisados. Destes, 38(52,7%) eram do
sexo feminino e a maioria das crianças, 47(65,2%), era procedente da capital
do estado. A média de idade na admissão dos pacientes foi de 129,8 dias (±
104,3), sendo que os residentes na capital do estado chegaram mais cedo ao
serviço 108,3 dias (± 35,5 dias) do que aqueles procedentes do interior, 170,2
(± 69,6 dias). A forma perinatal ou não sindrômica da AVB foi predominante na
maioria dos pacientes que apresentaram início da icterícia em torno da 2ª
semana de vida (14,9 dias ±20,4), boa média de peso ao nascer 3081,8 g (±
514,2) e baixo percentual de más formações (9,7%). A cirurgia de Kasai foi
realizada em 34 (47,2%) crianças com uma média de 90,0 (±38,8) dias de vida.
Entre as crianças que realizaram a portoenterostomia, apenas 9 (26,4%)
fizeram a cirurgia com idade menor ou igual a 60 dias de vida. O transplante
hepático foi realizado em 31(43,0%) crianças, numa média de idade de 1,5
anos (± 1,3 anos). Todos os transplantes foram realizados em São Paulo-SP e
a maioria (68,0%) foi do tipo intervivos. Cinco pacientes (6,9%) foram a óbito:
três crianças devido à hemorragia digestiva e outras duas por sepse.
Conclusão: O diagnóstico tardio da atresia biliar ainda representa um
problema no estado da Bahia, fazendo-se necessária ampla campanha de
esclarecimento para o diagnóstico precoce, o encaminhamento adequado e a
melhor interlocução entre as unidades de saúde do interior do estado com o
serviço de referência na capital.
Palavras-chaves: Atresia das Vias Biliares, Estado da Bahia.
RESUMO
TÍTULO: Avaliação da Eficácia das Manobras de Recrutamento Alveolar em
Pacientes com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo.
ALUNO: José Carlos Amaral Júnior
ORIENTADORA: Karla Portela Gramacho
A Síndrome do desconforto Respiratório Agudo (SDRA) caracteriza-se por
alteração da permeabilidade da membrana alvéolo-capilar, com
extravasamento de plasma para o interior dos alvéolos e formação de edema
pulmonar não-hidrostático, levando a uma diminuição da complacência
pulmonar, aumento do shunt pulmonar, com conseqüente hipoxemia refratária
à administração de oxigênio. As manobras de recrutamento alveolar visam a
abertura de unidades alveolares, objetivando a reexpansão do tecido pulmonar
colapsado, e têm sido responsáveis pela diminuição da taxa de mortalidade na
SDRA, convertendo sua evolução num prognóstico mais favorável, ao mesmo
tempo permitindo a utilização de menores níveis pressóricos e volumes
correntes (Vt) durante a ventilação mecânica (VM), e mantendo a resposta
funcional por até seis horas. Pode-se verificar através desse estudo, que
existem várias modalidades de manobras de recrutamento alveolar que são
realizadas em pacientes com SDRA e que seus resultados em reduzir os
efeitos das complicações pulmonares dessa patologia são indiscutíveis, e que
a mais utilizada na prática é a descrita por Amato et al em 1998.Sendo que não
se chegou ainda ao consenso de qual das manobras é mais eficaz, e inúmeros
estudos estão em andamento para compilar, os resultados encontrados até o
momento, e proporcionar uma visão mais evidente sobre esse tema.
Palavras-chaves: Recrutamento Alveolar, Síndrome da Angústia Respiratória
Aguda, Pressão Positiva Expiratória Final, Ventilação Mecânica na SDRA.
RESUMO
TÍTULO: Erros Inatos do Metabolismo: Abordagem Diagnóstica.
ALUNA: Arlane Caires Tanajura Lôbo
ORIENTADOR: Luiz Erlon Araújo Rodrigues
Introdução: os Erros Inatos do Metabolismo (EIM) são defeitos enzimáticos
determinados geneticamente. Juntos correspondem a 10% de todas as
doenças genéticas, somando mais de 500 doenças. O diagnóstico dos EIM
pode ser dividido em: clínico, laboratorial e profilático. O desenvolvimento de
métodos diagnósticos mais sofisticados incorporados ao programa de triagem
neonatal, têm permitido sua descoberta antes mesmo do aparecimento de
sintomas. Os EIM também podem ser diagnosticados numa fase pré-clínica,
tanto para casos com “alto risco” como em provas de triagem em massa.
Metodologia: revisão de literatura não-sistemática, na qual artigos científicos
publicados a partir de janeiro de 1999 foram selecionados através de pesquisas
em sites de busca médica como MEDLINE, Scielo e Pubmed, usando como
Palavras-chave erros inatos do metabolismo, diagnóstico laboratorial, triagem
neonatal, espectrometria de massa em tandem (MS/MS), bem como seus
correspondentes em inglês, isolados e combinados. Os artigos selecionados
enfocam condutas que auxiliam no diagnóstico diante dos EIM. Discussão e
Resultados: Seis estudos brasileiros de corte transversal sobre a investigação
dos EIM em pacientes de risco foram avaliados quanto a prevalência de
características clínicas e dos achados laboratoriais de maior apresentação,
bem como, achados gestacionais e familiares na tentativa de apontar para um
grupo específico de EIM que devam ser triados. Avaliação laboratorial primária
envolve principalmente a análise urinária através de testes bioquímicos
simples, em pacientes suspeitos de EIM. Exames complementares devem ser
feitos para avaliar a gravidade do quadro. A triagem por espectrometria de
massa em tandem tende a ser incorporada pelos programas de triagem
neonatal. Conclusão: para se suspeitar de um EIM é preciso conhecer suas
características clínicas, esclarecer sua história e solicitar a triagem urinária
básica, bem como, exames complementares. A MS/MS exige debates éticos e
estudos de longo seguimento para sua implantação com reais benefícios, mas
é uma tendência mundial.
Palavras-chave: Erros Inatos do Metabolismo, Triagem Urinária,
Espectrometria de Massa em Tandem.
RESUMO
TÍTULO: Desemprego e Depressão: Uma Revisão Sistemática Sobre Essa
Relação Nexo-Causal.
ALUNO: João Rana Vieira Sarquis
ORIENTADOR: José Pinto de Queiroz Filho
A Depressão ou Transtorno Depressivo Maior (TDM) deixou de ser
simplesmente uma doença para se tornar, nos dias de hoje, um tema
recorrente no diálogo das pessoas em todo o mundo, desde que ela provoca
uma drástica queda na qualidade de vida do homem, além de grande impacto
social e econômico. Os dados epidemiológicos revelam que o TDM é comum,
com uma prevalência durante a vida de cerca de 10-25% em mulheres e de 512% em homens. Vários aspectos biológicos e sociais estão associados ao
desenvolvimento da doença, sendo que o desemprego é um dos eventos vitais
mais fortemente relacionados à precipitação da depressão. Sabendo que esses
são dois problemas de ordem social, econômica e de saúde intimamente
ligados, o presente trabalho tem como objeto de estudo descrever os fatores
psíquicos e sociais associados ao desemprego que mais contribuem para a
precipitação do TDM. Trata-se de uma revisão sistemática e retrospectiva da
literatura, por meio da busca ativa de informações que versavam sobre o tema
na abordagem psicossocial. Foram utilizadas as bases de dados do Centro
Latino-americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME),
LILACS, Portal de Periódicos do CAPES, além da biblioteca virtual SciELO. Os
resultados demonstraram que o desemprego traz consequências econômicas
óbvias, mas também altera o modo como o indivíduo encara a sociedade, na
medida em que afeta: sua identidade; a estruturação temporal do cotidiano; seu
nível de atividade; o significado que ele atribui à vida; a noção de ordem e
segurança na vida das pessoas; o status e o contato com pessoas fora da
família. As reações diferem, no entanto, de acordo com algumas variáveis,
sendo as capacidades de reação aprendidas e o suporte social as mais
relevantes. Ao se compreender a dinâmica do desemprego como uma
transição psicossocial, é plausível considerar essa realidade como um fator de
risco para o desenvolvimento de TDM, bem como de outros transtornos
mentais. Essa percepção permite uma melhor abordagem do sujeito
desempregado e depressivo, auxiliando no diagnóstico precoce, no tratamento,
no encaminhamento para outras áreas de atuação (psicólogo, assistente social,
entre outros), no recrutamento de seu suporte social (família, filhos, amigos) e,
consequentemente, na contribuição para que o indivíduo se reinsira no
mercado de trabalho.
Palavras-chave: Depressão, Desemprego, Saúde Mental.
RESUMO
TÍTULO: Marcadores Prognósticos em Pacientes Com Angina Instável ou
Infarto Agudo do Miocárdio Sem Supradesnível do Segmento ST.
ALUNA: Jessica Carolina Matos D’Almeida Santos
ORIENTADOR: Mário de Seixas Rocha
Na busca da estratificação prognóstica em pacientes com angina instável e
infarto agudo do miocárdio sem supradesnível do segmento ST diversas
variáveis foram investigadas. A contagem total de leucócitos, neutrófilos,
linfócitos, razão neutrófilo/linfócito, glicemia de admissão, creatinina e taxa de
filtração glomerular foram consideradas preditoras de eventos adversos em
pacientes com síndrome coronariana aguda sem supradesnível do segmento
ST. O objetivo desse estudo é avaliar o impacto desses parâmetros
laboratoriais em desfechos intra-hospitalares desses pacientes em um hospital
de referencia de Salvador. Foram registrados prospectivamente dados
demográficos, clínicos e laboratoriais de 195 pacientes admitidos na Unidade
Coronariana do hospital, no período de janeiro a dezembro de 2010, com o
diagnóstico de angina instável e infarto agudo do miocárdio sem elevação do
segmento ST. Os eventos intra-hospitalares estudados foram: morte, angina
instável, infarto do miocárdio não fatal, choque cardiogênico e fibrilação atrial
aguda, Para avaliar o desempenho das variáveis estudadas foram utilizados o
teste t de Student, o teste qui-quadrado, a análise de regressão logística, e
também a análise da área sob a curva ROC. A idade média foi de 67 ± 12
anos, e 52% eram do sexo masculino. Os eventos ocorreram em 16,4% dos
indivíduos (n=32). De acordo com a análise da curva ROC, somente a razão
neutrófilo/linfócito (área sob a curva:70%, IC95%:56%–82%, p=0,006) e a
creatinina (área sob a curva:62%, IC95%:50%–80%, p=0,03) discriminaram
aqueles pacientes com angina instável e infarto agudo do miocárdio sem
supradesnível do segmento ST que apresentaram algum desfecho. A curva da
variável glicemia não foi significativa (área sob a curva:63%; IC95%:51%-75%;
p=0,062). Os pacientes que sofreram algum evento adverso durante a
internação apresentaram menores contagens de linfócitos (1502 ± 731/mm³ vs
2020 ± 862/mm³; p=0,002), menores TFG (51 ± 27 ml/min vs 77 ± 34 ml/min;
p<0,001) e maiores níveis séricos de creatinina (2,1 ± 2,7 mg/dl vs 1,1 ± 1,3
mg/dl; p=0,047) do que aqueles que tiveram uma hospitalização sem
intercorrências. As contagens de leucócitos, e neutrófilos, a RNL, e a GA não
apresentaram médias significativamente diferentes entre os dois grupos de
pacientes (7781 ± 3252/mm³ vs 8140 ± 2835/mm³, p=0,5; 5653 ± 3058/mm³ vs
5220 ± 2496/mm³, p=0,4; 5,0 ± 4,4 vs 3,5 ± 4,3, p=0,07; 153 ± 71 mg/dl vs 136
± 80 mg/dl, p=0,3; respectivamente). A análise de regressão logística
demonstrou que as variáveis que permaneceram como preditores
independentes e significativos foram: TFG (OR:1,03; p=0,002), e contagem de
linfócitos (OR:1,02; p=0,03). De acordo com os resultados desse estudo, a
avaliação da função renal, tanto pela creatinina sérica como pela TFG, e a
contagem de linfócitos fornecem uma informação potencialmente útil para a
estratificação do risco intra-hospitalar em doentes com síndrome coronariana
aguda sem supradesnível do segmento ST. A contagem de células brancas, de
neutrófilos e a GA não parecem ser bons marcadores de prognóstico nessa
população.
Palavras-chave: Angina Instável, Infarto Agudo do Miocárdio sem Elevação do
Segmento ST, Contagem de Células Brancas, Hiperglicemia, Função Renal e
Prognóstico.
RESUMO
TÍTULO: Edema Agudo de Pulmão no Envenenamento Por Escorpião: Ação
Cardiogênica e Não Cardiogênica.
ALUNO: João Felipe Barbosa Neves
ORIENTADORA: Luciana Lyra Casais e Silva
O escorpionismo é um problema de Saúde Pública reconhecido em vários
países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. No Brasil, os escorpiões de
importância médica são do gênero Tityus. A toxina escorpiônica apresenta
efeito fisiopatológico neurotóxico bem estabelecido, provocando alterações nos
canais de sódio, que levam a despolarização de terminações nervosas e
conseqüente liberação de mediadores que tem efeitos simpáticos ou
parassimpáticos. A maioria dos acidentes tem curso benigno, entretanto, os
acidentes por Tityus serrulatus são mais graves. Nos acidentes moderados e
graves, observados principalmente em crianças, surgem manifestações
sistêmicas. O edema agudo de pulmão é a principal complicação nos
envenenamentos em crianças, e também, a principal causa de óbito. O edema
agudo de pulmão tem duas principais fisiopatologias: cardiogênico e nãocardiogênico. Devido à gravidade do edema de pulmão neste tipo de acidente e
à falta de um consenso sobre o tema, o presente estudo visa analisar a
bibliografia existente sobre o edema agudo de pulmão provocado pelo
envenenamento por escorpiões, discutir sua fisiopatologia e tentar chegar a
uma conclusão de qual é a causa principal desta complicação. Estudos
mostraram que o envenenamento pela toxina escorpiônica provoca disfunção
ventricular esquerda que pode levar ao desenvolvimento de edema agudo de
pulmão. Os efeitos cardiovasculares do escorpionismo são atribuídos a
liberação maciça de catecolaminas. O edema agudo de pulmão de causa não
cardiogênica tem uma fisiopatologia baseada no aumento da permeabilidade
vascular, no aumento de infiltrado celular e na liberação de outros mediadores
que não os neuro-transmissores que acompanham uma cascata de resposta
inflamatória. Diante deste fato, é importante considerar que o edema agudo de
pulmão depois do envenenamento por escorpião tem duas importantes vias:
cardiogênica e não cardiogênica.
Palavras-chave: Escorpião, Tityus serrulatus, Edema Agudo de Pulmão.
RESUMO
TÍTULO: Associação Entre o Antígeno Prostático Específico (PSA) PréOperatório e Invasão de Margem Cirúrgica.
ALUNO: José Raimundo Ribeiro Leite Júnior
ORIENTADOR: Manoel Juncal Pazos
CO - ORIENTADOR: José de Bessa Júnior
O PSA pré-operatório figura entre os principais fatores prognósticos na
avaliação do câncer de próstata, servindo como importante ferramenta na
conduta do paciente. Além do PSA, o escore de Gleason da biópsia também
representa um dos métodos prognósticos mais importantes na abordagem
desta neoplasia. A avaliação diagnóstica inicial pode fornecer informações
valiosas à cerca da extensão da doença após a prostatectomia radical. O
presente estudo objetiva testar associações entre os principais fatores
prognósticos e o comprometimento de margem cirúrgica. Dessa forma, foram
estudados,
de
forma
retrospectiva,
prontuáriosbdebpacientesbcombdiagnosticobanatomopatológicode câncer de
próstata, atendidos em uma clínica especializada em oncologia, e que foram
submetidos à prostatectomia radical. Os dados foram compilados através do
Microsoft Office Excel 2007, utilizando-se o software GraphPad, versão 5.0.3,
para análise desses dados. Os resultados mostraram que a associação dos
fatores prognósticos PSA pré-operatório, Gleason da biópsia e idade ao
diagnóstico, não foram estatisticamente significantes. A relação entre o risco
clínico e comprometimento de margem foi estatisticamente significativa.
Conclui-se que o PSA pré-operatório, Gleason da biópsia e idade não são bons
preditores de doença extraprostática, não devendo ser utilizados
independentemente. O risco clínico demonstrou ser bom preditor, mostrando
que a utilização combinada das variáveis é a melhor forma de predizer doença
extraprostática.
Palavras-chave: PSA Pré-Operatório, Escore de Gleason, Invasão de Margem
Cirúrgica.
RESUMO
TÍTULO: Avaliação de Células T CD4+ Regulatórias e da Carga Proviral em
Indivíduos
Infectados
Pelo HTLV-1 Com Paraparesia
Espástica
Tropical/Mielopatia Associada ao HTLV-1 (HAM/TSP).
ALUNO: Joana Barreto Bittencourt
ORIENTADORA: Maria Fernanda Rios Grassi
A infecção pelo HTLV-1 é uma endemia negligenciada. Estima-se em 10-20
milhões o número de infectados no mundo, principalmente em países em
desenvolvimento. O Brasil é o país com o maior número absoluto de indivíduos
infectados pelo HTLV-1 no mundo, e Salvador-Bahia é a cidade brasileira com
a maior prevalência no país, cerca de 2%. O vírus é o agente etiológico da
Leucemia e Linfoma de células T do adulto (ATL) e da Paraparesia Espástica
Tropical/Mielopatia Associada ao HTLV-1 (HAM/TSP), que ocorre em 2 a 5%
dos infectados. Um número crescente de patologias inflamatórias tem sido
descritas, bem como maior morbi-mortalidade de doenças inflamatórias em
indivíduos infectados. A infecção pelo HTLV-1 é persistente e promove uma
ativação celular crônica, a qual pode influenciar no desenvolvimento de
doenças como a HAM/TSP. Este estudo propõe verificar a função dos linfócitos
T regulatórios em indivíduos infectados pelo HTLV-1 com diagnóstico de
HAM/TSP. Essas células poderiam influenciar o desenvolvimento de ativação e
inflamação crônica de linfócitos T CD4+. Marcações membranares e
intracelulares e a carga proviral dos linfócitos T CD4+ foram realizados. Este
estudo poderá contribuir para identificar marcadores que auxiliem medidas
terapêuticas que visem interromper o processo de dano tecidual na Mielopatia
Associada ao HTLV-1.
Palavras-chave: HAM/TSP, Linfócitos T CD4+, Células T Regulatórias.
RESUMO
TÍTULO: Sexualidade na Gestação: Descrição de Vida Sexual, Conceitos e
Sentimentos.
ALUNA: Karolline Estrela Campodonio Nunes
ORIENTADORA: Nilma de Castro Meira
A sexualidade está incorporada na natureza humana, necessitando de uma
abordagem integrada. Durante a gestação, o exercício da sexualidade sofre
alterações que variam de acordo com o trimestre e afetam não só a mulher,
como também seu parceiro, levando-se em conta que a gravidez corresponde
a um período de transformações físicas, sentimentais e sexuais. Diante da
relevância deste tema, o presente estudo objetiva descrever os conceitos, a
importância dada ao assunto, a vida sexual (desejo e freqüência sexuais) e os
sentimentos da gestante relativos à sexualidade. Trata-se de um estudo
descritivo, que consistiu de coleta de dados através de entrevista semiestruturada, com uma amostra de 13 gestantes em acompanhamento de prénatal no Ambulatório Docente-Assistencial da Bahiana (ADAB), em SalvadorBA. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo tomando como
referência os modelos propostos por Laurence Bardin e Laville & Dionne. A
partir dos resultados, pôde-se observar que as gestantes possuem concepções
diversificadas sobre sexualidade, definindo-a principalmente como sinônimo de
relação sexual. Níveis diferentes de importância foram dados ao assunto,
houve predominantemente diminuição no desejo e na freqüência sexuais, e os
sentimentos mais presentes foram de satisfação em relação à vida sexual atual
e ao companheiro, e de insatisfação em relação ao seu corpo. Sendo assim, as
gestantes necessitam de uma abordagem adequada por parte da equipe de
Pré-Natal, permitindo que se sintam confortáveis em expor tudo aquilo que lhes
aflige e vivam sua gestação de forma tranqüila e plena.
Palavras-chave: Gestação, Pré-Natal, Sexualidade.
RESUMO
TÍTULO: Análise Comparada da Eficácia de Drogas Agonistas Dopaminérgicas
no Tratamento de Tumores Hipofisários Produtores de Prolactina.
ALUNA: Luíza Sampaio Barretto
ORIENTADOR: Alexis Dourado Guedes
A hiperprolactinemia é uma alteração metabólica caracterizada por aumento
dos níveis séricos de prolactina. Possui causas fisiológicas, farmacológicas e
patológicas. Entre elas, o tumor hipofisário produtor de prolactina
(prolactinoma) é uma das principais causas. Os tumores podem ser divididos
em microprolactinomas (< 1 cm) e macroprolactinomas (> 1 cm). Os principais
sintomas apresentados são galactorréia, amenorréia, infertilidade e redução de
libido. Podem surgir sintomas como dor de cabeça, distúrbio de visão e
hipopituitarismo. O tratamento é baseado no uso de drogas agonistas
dopaminérgicas, principalmente Cabergolina e Bromocriptina.O estudo foi feito
com 52 pacientes em uso de Cabergolina ou Bromocriptina em Centro de
Referência Estadual para assistência ao Diabetes e Endocrinologia, Salvador
BA (CEDEBA). Foram realizadas comparações entre as duas drogas utilizando
dados de normalização de níveis de prolactina e redução de tamanho tumoral
inicial, além de descrição do perfil dos pacientes no início de tratamento. Os
resultados demonstraram grupo amostral de 52 pacientes, sendo 50 do sexo
feminino e 2 do sexo masculino. 21 (46,4%) fizeram uso de Bromocriptina com
dose semanal média de 24,58 mg (+ 10,9), por um período médio de 3,42 anos
(+ 2,43). 31 pacientes (59,6%) fizeram uso de Cabergolina com dose semanal
média de 0,86 mg ( + 0,36), por um período médio de 2,45 anos (+ 0,73). Os
sintomas apresentados no início de tratamento foram redução de libido (53,8
%), galactorréia (53 %), amenorréia (51%), infertilidade (15,4%) e
oligomenorréia (5,8%). Houve predominância de microprolactinomas (57,7%)
em relação a macroprolactinomas (42,3%). Foi observada uma normalização
dos níveis de PRL em 57,1% e redução tumoral em 34,5% dos pacientes em
uso de Bromocriptina. 77,4% dos pacientes obtiveram normalização da PRL e
65,5% redução tumoral com uso de Cabergolina. Uma maior redução tumoral
foi observada nos pacientes que apresentaram maior diâmentro tumoral no
início do tratamento (p= 0,014). Dados apresentados foram condizentes com
outros encontrados na literatura, demonstrando uma superioridade na eficácia
de tratamento com a Cabergolina quando comparada à Bromocriptina.
Palavras-chave: Hiperprolactinemia, Prolactinoma, Cabergolina,
Bromocriptina.
RESUMO
TÍTULO: Esteatose Hepática em Mulheres Obesas: Análise dos Perfis Clínicos
e Laboratoriais.
ALUNA: Luciana da Cruz Pereira
ORIENTADORA: Maria de Lourdes Lima
Introdução: A obesidade é uma doença que vem preocupando entidades de
saúde internacionais e nacionais, visto que sua prevalência vem aumentando,
em países em desenvolvimento como o Brasil. A esteatose hepática é o
acúmulo de gordura no fígado, essencialmente triglicerídeos, em quantidade
que exceda 5% do peso do órgão. Esta condição é justificada na fisiopatologia
da síndrome metabólica, indicando que este acúmulo gorduroso é componente
hepático desta síndrome. A exposição do fígado à grandes quantidades de
ácidos graxos (que ocorre no organismo do portador da síndrome metabólica),
aumenta a produção de VLDL-triglicérides e colesterol. Por fazer parte do
primeiro pilar da hepatopatia mais comum no mundo, sua identificação precoce
faz-se necessária.
Objetivos: Determinar a prevalência de esteatose hepática, em mulheres com
excesso de peso e obesidade e avaliar os perfis clínico, laboratoriais e
antropométrico envolvidos na associação.
Métodos: Foram estudadas 97 mulheres com excesso de peso e obesidade,
que tinham realizado ultra-sonografia de abdômen superior, sendo avaliadas
clinicamente por entrevista, com questionário padrão, e por exame físico
completo, além de avaliadas por exames laboratoriais. A comparação entre os
grupos com e sem esteatose hepática foi feita pelo teste t de Student.
Resultados: A idade média da população estudada foi de 46,22 ± 11,91 anos,
a maioria era parda ou negra, com escolaridade limitada ao ensino médio e
obesa. Fatores de risco cardiovascular foram identificados como pressão
arterial elevada, hiperglicemia, diabetes mellitus. A síndrome metabólica foi
definida em 85,4% das pacientes e de esteatose hepática em 28,9%. Não
foram identificadas alterações estatisticamente significantes das enzimas
hepáticas, porém alterações do perfil lipídico e glicêmico tiveram grande
importância. Apresentaram significância estatística: triglicerídeos p = 0,001;
Tg/HDL > 3,5 O.R = 4,07; glicemia de jejum alterada com média de 116,3 ±
45,5 mg/dL e p = 0,018; glicemia aos 120 minutos, com p = 0,009 e intolerância
à glicose com média de 144,7 ± 38,1 mg/dL em pacientes com esteatose
hepática. CONCLUSÃO: A doença hepática gordura não alcoólica é comum em
mulheres obesas, especialmente naquelas com perfil lipídico alterado. Sua
associação com a síndrome metabólica e seus componentes sugere que a
esteatose hepática, não é apenas um achado ultra-sonográfico isolado,
podendo ser considerada como o componente hepático desta síndrome.
Palavras-chave: Obesidade, Síndrome Metabólica, Esteatose Hepática.
RESUMO
TÍTULO: Efeitos Adversos Sistêmicos do Uso Prolongado de Inibidores da
Bomba de Prótons.
ALUNA: Larissa Teixeira Neves
ORIENTADORA: Daniela Rosa Magalhães Gotardo
Os inibidores da bomba de prótons (IBP) são a classe de medicamentos mais
eficaz no tratamento de doenças ácido-pépticas, tais como: doença do refluxo
gastroesofágico e úlcera péptica. São representados pelo omeprazol,
lansoprazol, rabeprazol, pantoprazol, e esomeprazol. Inibem de forma
irreversível a bomba H+/K+ ATPase, componente celular responsável pela
acidificação da secreção das células parietais do estômago. São bem tolerados
pelo organismo, os efeitos colaterais mais comuns são: diarréia, cólica, náusea,
cefaléia e turvação visual. Como são consideradas drogas de excelente
eficácia e segurança, seu uso vem aumentando dramaticamente, estando entre
os medicamentos mais prescritos no mundo. No entanto, estudos mais
recentes demonstram que a terapia com IBP não é isenta de riscos. Por
aumentarem o pH intragástrico, aumentam a susceptibilidade a infecções
gastrointestinais e até pneumonia. A supressão ácida por mais de 12 meses,
através do tratamento com IBP, pode causar supercrescimento bacteriano no
estômago, já que a acidez gástrica funciona como uma barreira contra
infecções intestinais. O risco aumenta quando o IBP é administrado por tempo
prolongado juntamente com antibióticos e fármacos quimioterápicos citotóxicos.
Existem relatos mostrando a associação entre o uso prolongado de IBP e o
risco aumentado de infecções por Clostridium difficile, fraturas relacionadas à
osteoporose, pneumonia, redução dos níveis séricos de vitamina C, ganho de
peso indesejado, além do desenvolvimento de pólipos gástricos. Portanto, o
objetivo do estudo, uma revisão da literatura, é descrever os efeitos adversos
sistêmicos mais comuns com o uso prolongado de IBP, para que se tenha
muita cautela à prescrição desses medicamentos, principalmente quando se
trata de pacientes hospitalizados, que fazem uso de muitos antibióticos e que
sofrem de inúmeras comorbidades.
Palavras-chave: Inibidores da Bomba de Prótons, Infecção Pelo Clostridium
Difficile.
RESUMO
TÍTULO: Síndrome da Reconstituição Imune Inflamatória Associada à CoInfecção HIV/LEISHMÂNIA: Relato de Caso e Revisão da Literatura.
ALUNA: Larissa Oliveira Gonçalves
ORIENTADOR: Roberto Badaró
CO - ORIENTADORA: Zuinara Pereira Gusmão Maia
A incidência da co-infecção Leishmania-HIV tem crescido desde o início da
década de 1990. O curso clínico da leishmaniose, quer visceral ou cutânea, em
indivíduos HIV positivos difere muito daquele visto em indivíduos sem
imunodeficiência. A terapia antirretroviral de alta eficácia (TARV) trouxe
consigo grandes benefícios para a maioria dos portadores do vírus HIV.
Entretanto, alguns indivíduos vivenciam uma deterioração clínica como
consequência da rápida e desregulada restauração da resposta imune: a
Síndrome de Reconstituição Imune Inflamatória (IRIS). Nos últimos anos,
alguns casos têm sido descritos na literatura sobre IRIS relacionada à infecção
por leishmânia. Devido à falta de critérios padronizados para o diagnóstico
deste fenômeno patológico, ainda existe uma grande lacuna no
reconhecimento e classificação dos possíveis casos de leishmaniose
relacionados à síndrome, e muitos permanecem subnotificados ou
erroneamente caracterizados. Realizou-se um relato de caso de um indivíduo
HIV-positivo, sexo masculino, 29 anos, que desenvolveu uma manifestação
grave de IRIS por leishmaniose cutânea-mucosa na face após 4 meses de
início da TARV, com a presença de extensas lesões ulcerativas e crostosas,
além de destruição de parte do septo nasal. O indivíduo foi tratado com
corticoesteróides, anfotericina B e suspensão da TARV. Obteve remissão
completa do quadro após 2 meses, quando retornou a fazer uso da terapia
ARV. A esse relato, foram comparados outros 34 casos descritos na literatura
sobre IRIS associada à leishmaniose em suas diversas formas clínicas
(visceral, cutânea, cutânea-mucosa, PKDL e formas atípicas, como a ocular).
Observou-se que a maioria dos casos ocorreu em indivíduos do sexo
masculino, com média de idade de 39 anos e mediana de 4 meses para o
tempo de TARV. A média da contagem de células TCD4+ anterior a TARV foi
de 94 ±77 células/µL e a média da proporção do aumento número de células
CD4 entre início da TARV e a manifestação de IRIS foi de 5 vezes o valor
inicial. As características comuns entre os casos analisados no presente estudo
foram: grande proporção do envolvimento tegumentar independente da espécie
de leishmânia identificada no indivíduo, ocorrência da doença sem relação com
o período em que, provavelmente, foram infectados pela leishmânia, rápida
recuperação das células CD4 positivas em sangue periférico, rápida evolução
da doença e evidente associação com o início da terapia antirretroviral. Diante
da análise dos casos apresentados e baseado em evidências da literatura,
pode-se sugerir a realização de ensaios clínicos que venham a analisar a
incorporação do uso de imunomoduladores concomitantemente ao início da
TARV em indivíduos portadores de grave deficiência imunológica, cujo
potencial de risco de ocorrência de IRIS grave e consequência fatal pode ser
antecipado.
Palavras-chave: Leishmaniose, HIV, Síndrome da Reconstituição Imune
Inflamatória, IRIS.
RESUMO
TÍTULO: Diferenças Entre Técnicas Cirúrgicas Invasivas e Não Invasivas no
Tratamento de Valvulopatias.
ALUNO: Lucas de Faro Ribeiro Santos
ORIENTADOR: Marcus Vinícius Santos Andrade
O presente trabalho objetiva traçar as diferenças entre as abordagens
cirúrgicas das valvulopatias cardíacas. Trata-se de uma revisão de literatura
feita a partir de artigos científicos, dados do Sistema único de Saúde e de
relatos de casos que abordem os temas citados. São descritas as três
principais abordagens terapêuticas utilizadas atualmente, enfatizando as
repercussões que estas patologias e intervenções provocam na qualidade de
vida e na sobrevida de cada paciente e na sociedade como um todo. Fala-se
dos diversos acometimentos dos folhetos valvulares, sua evolução clínica e as
complicações passíveis de existir. Além disso, são descritas taxas de
morbidade e mortalidade atreladas às doenças e às suas terapêuticas. Relatase também o ônus econômico acarretado aos cofres públicos brasileiros e
como os médicos e outros profissionais da área de saúde podem contribuir de
forma positiva ou negativa para cada caso, individualmente, a depender da
escolha da cirurgia de correção dos defeitos valvulares.
RESUMO
TÍTULO: Sexualidade na Gestação: O Diálogo na Consulta de Pré-Natal.
ALUNO: Luiz Humberto Guedes Andrade
ORIENTADORA: Nilma de Castro Meira
Estudo com o objetivo de descrever a comunicação entre profissional e
paciente na consulta de Pré-Natal, abordando aspectos relativos à temática
sexo/sexualidade na gestação em um serviço privado docente-assistencial em
Salvador- BA. Foram propostos três objetivos específicos: expectativa,
ocorrência de diálogo e satisfação. Os dados foram coletados através de
entrevista individual, utilizando-se questionários semiestruturados. Das 63
gestantes entrevistadas, 41 preencheram os critérios de inclusão da amostra.
No que se refere ao primeiro objetivo específico deste trabalho, expectativa da
gestante em relação à ocorrência do diálogo, dezoito entrevistadas (43,9%)
responderam ter desejado discutir a temática sexo/sexualidade em alguma
consulta de Pré-Natal (Grupo 01) e 23 (56,1%) responderam não ter desejado
(Grupo 02). Durante a pesquisa observou-se, através de depoimentos
espontâneos das gestantes, que entre aquelas do Grupo 02 havia um
quantitativo razoável, porém não mensurado, de mulheres que participaram do
Curso para Gestantes organizado por discentes da própria instituição
anteriormente à entrevista, no qual haviam recebido algum grau de informação
sobre a temática. Quanto à discussão do 2º objetivo específico, ocorrência do
diálogo, apenas quatro entrevistadas (22,2%) das que desejaram o diálogo o
fizeram, enquanto que entre as que não desejaram este número foi de cinco
(21,7%) entrevistadas, evidenciando a dificuldade das mulheres de apresentar
suas dúvidas durante a consulta. A análise do terceiro objetivo específico,
satisfação da gestante após o diálogo, mostrou 100% das mulheres satisfeitas.
O estudo possibilitou que se repensasse a realidade da atenção ofertada à
mulher no ciclo gravídico-puerperal, incluindo questões relativas à sexualidade.
Os dados foram discutidos tendo-se como principais referências documentostextos oficiais do Governo, que são o Manual Técnico do Pré-Natal e Puerpério
(2006) e a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS,
cuja principal filosofia é um atendimento que atenda expectativas e demandas
das pacientes que não se limitem ao processo saúde-doença.
Palavras-chave: Sexo/Sexualidade, Gestação, Pré-Natal, Diálogo ProfissionalGestante.
RESUMO
TÍTULO: Avaliação dos Efeitos da Terapia Com G-CSF Sobre a Função
Cardíaca em Modelo Experimental de Cardiopatia Chagásica Crônica:
Investigação dos Mecanismos de Ação.
ALUNA: Letícia Maria da Silva Garcia
ORIENTADOR: Ricardo Ribeiro dos Santos
CO - ORIENTADORA: Simone Macambira
Introdução: Na sociedade ocidental observa-se uma crescente epidemia de
insuficiência cardíaca crônica (ICC) decorrente da cardiopatia isquêmica.
Particularmente na América Latina, uma das maiores causas de morte por
insuficiência cardíaca (IC) é a doença de Chagas, a qual é causada pelo
protozoário Trypanosoma cruzi. No Brasil a prevalência da ICC é ainda mais
agravada por ser um país endêmico para a Doença de Chagas. Nenhum
tratamento se mostrou eficaz para o controle do processo evolutivo da
miocardite de pacientes com ICC de etiologia chagásica. Portanto, analisar o
potencial de novas opções terapêuticas em regenerar o tecido cardíaco é de
extrema relevância. Algumas pesquisas têm sido realizadas na área do
tratamento da Cardiopatia Chagásica Crônica (CCC), e recentemente foi
demonstrado o benefício da terapia com Granulocite Colony-stimulating Factor
(GCS-F) no tratamento da CCC experimental, porém ainda é necessário
elucidar os mecanismos inerentes ao GCS-F na sua ação benéfica sobre a
recuperação cardíaca na CCC.
Objetivos: investigar os possíveis mecanismos de ação envolvidos nos efeitos
benéficos do uso do G-CSF no tratamento da CCC (Macambira e cols., 2009).
Materiais e métodos: Neste trabalho foi utilizado o modelo experimental de
cardiomiopatia chagásica crônica (CCC) em camundongos da linhagem
C57bl/6 tratados com G-CSF. Foram feitas análise morfométrica para
quantificação de inflamação e fibrose, e imunofluorescência para detecção da
expressão de marcadores inflamatórios, tais como CD11b, Syndecan 4 e
Galectina 3.
Resultados: Os resultados mostraram uma redução significativa da presença
de inflamação e fibrose nos animais com CCC tratados com G-CSF, quando
comparados aos tratados com salina, em níveis semelhantes aos animais
controle. Da mesma forma, houve redução da expressão de células CD11b
positivas, galectina-3 e syndeca-4, mostrando uma ação do G-CSF na
promoção da regulação da resposta imune inflamatória na CCC.
Conclusão: do G-CSF em CCC experimental mostrou efeitos benéficos sobre
a estrutura cardíaca através de um efeito imunomodulador. Deste modo, criase uma nova perspectiva para o tratamento de pacientes chagásicos crônicos
com insuficiência cardíaca.
Palavras-chave: Cardiopatia Chagásica Crônica, G-CSF, Galectina-3,
Syndecan-4
RESUMO
TÍTULO: Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono e Estresse Oxidativo.
ALUNA: Larissa Lemos Meireles
ORIENTADORA: Carla Daltro
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do sono (SAOS) é o distúrbio respiratório do
sono mais importante devido tanto a sua prevalência quanto aos seus efeitos
adversos a saúde. A presença de despertares recorrentes, dificuldade de
concentração, sono não reparador e fadiga diurna excessiva – sintomas típicos
dos distúrbios respiratórios do sono – afeta diretamente a qualidade de vida
dessas pessoas. Evidencias indicam que os ciclos de hipoxia/reoxigenação que
ocorrem na apneia obstrutiva do sono provem a formação de espécies reativas
de oxigênio, induzindo ao estresse oxidativo. As espécies reativas de oxigênio
em excesso medeiam o dano celular através da modificação funcional de
várias estruturas celulares tais como as membranas, lipídios, proteinas e DNA
e está subjacente a fisiopatologia de várias doenças como hipertensão,
resistência a insulina, hiperlipidemia e obesidade. Desse modo, o objetivo
dessa revisão bibliográfica foi analisar se a relação entre aumento do estresse
oxidativo está bem estabelecida na literatura. Foram revisados um total de 26
estudos que foram divididos em 3 topicos: redução da capacidade antioxidante
e síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), uso de CPAP em pacientes
com SAOS e estresse oxidativo e níveis de estresse oxidativo em pacientes
com SAOS. Em relação a capacidade antioxidante a maioria dos artigos
encontraram uma piora da capacidade antioxidante, mas não encontraram
melhora desses níveis com CPAP na maioria dos indivíduos testados. Quanto
o uso de CPAP em pacientes com SAOS todos os artigos foram unanimes em
concluir que o uso de CPAP diminui os níveis de estresse oxidativo. Quando foi
analisado os níveis de estresse oxidativo em indivíduos com SAOS a maioria
dos artigos concordaram que há um aumento dos níveis de estresse oxidativo
em portadores de SAOS.
RESUMO
TÍTULO: Perfil Clínico e Epidemiológico de Gestantes Com Suspeita de
Influenza A (H1N1).
ALUNA: Mayala Moura Valença de Oliveira
ORIENTADOR: Juarez Pereira Dias
CO – ORIENTADORA: Maristela Rodrigues Sestelo e Carlos Tadeu Lima
Introdução: A gravidez tem sido historicamente um fator de risco para
aumento das taxas de admissão hospitalar, morbidade e mortalidade durante
os surtos de influenza. Em 2009, um estudo do CDC revelou que gestantes
possuem maior risco de complicações por infecção pelo vírus da influenza A
(H1N1), com 4 vezes mais chance de internação hospitalar que a população
em geral.
Justificativa: Apesar de o período atual ser considerado pós-pandêmico pela
OMS, sabe-se que casos e surtos dessa nova influenza continuarão a ocorrer e
grupos etários mais jovens, incluindo mulheres grávidas, deverão ser
desproporcionalmente mais afetados. A caracterização dessa parcela da
população pode ajudar na conduta de profissionais e na organização dos
serviços de saúde em eventos futuros.
Objetivo: Analisar o perfil clínico, epidemiológico e laboratorial das gestantes
internadas em um Centro de Referência para a influenza, segundo resultado do
RT-PCR quanto às variáveis pessoa, tempo e lugar e evolução da gravidez.
Metodologia: O estudo foi composto por mulheres grávidas internadas com
suspeita de influenza A (H1N1) submetidas ao exame do RT-PCR em um
Centro de Referência para a influenza pandêmica em Salvador-BA. Os dados
foram coletados de prontuários, tabulados e analisados no programa Epi Info
Windows versão 3.5.1.
Resultados: O total de gestantes internadas foi 36, destas 28 realizaram RTPCR e 46,4% apresentaram teste positivo para o novo subtipo pandêmico do
vírus H1N1, representando 52% do total de mulheres internadas com teste
positivo. As gestantes foram a maioria das mulheres em idade fértil internadas
com exame laboratorial positivo: 72,2%. A maioria das mulheres grávidas (11)
estavam no 3º trimestre, destas 7 eram RT-PCR positivas. As principais
queixas referidas pelas gestantes com ou sem a doença no momento da
admissão foram: cefaléia (85,7% gestantes), dispnéia (82,1%), história de febre
(82,1%), mialgia (67,8%) e tosse seca (57,1%). Doenças subjacentes
estiveram presentes em 30,8% das gestantes com influenza A e em 20%
daquelas sem a doença, a asma foi mais prevalente (14,3% das gestantes).
Cinco pacientes (38,5%) apresentaram síndrome respiratória aguda grave
(SRAG) sendo que 2 destas apresentaram RT-PCR positivo. Nenhuma
paciente com diagnóstico confirmado foi admitida na UTI, como também
nenhuma apresentou complicações como abortamento, interrupção da gravidez
ou trabalho de parto prematuro.
Conclusão: As gestantes apresentam maior risco de admissão hospitalar e em
UTI, maior mortalidade e morbidade por isso, este grupo merece atenção
especial e prioridade tanto no que diz respeito ao tratamento como prioridade
nas ações preventivas como as campanhas de vacinação contra o novo vírus
H1N1.
Palavras-chaves: Influenza A (H1N1), Gestantes, Perfil Clínico e
Epidemiológico.
RESUMO
TÍTULO: Perfil Clínico-Epidemiológico dos Pacientes Com Influenza A.
ALUNO: Marcus Vinicius Souza Almeida
ORIENTADORA: Maristela Rodrigues Sestelo
CO - ORIENTADOR: Carlos Tadeu Lima e Juarez Pereira Dias
A Influenza é uma infecção viral aguda do sistema respiratório de elevada
transmissibilidade e potencial distribuição global. A eclosão de pandemias
decorrentes de infecção por novas variantes do vírus da influenza representam
uma ameaça às políticas de saúde pública em todo o mundo. Este fato foi visto
com grande preocupação diante do surgimento, recente, de uma nova variante
do vírus H1N1, originária da população de suínos, cuja circulação se estendeu
aos humanos. No dia 24 de abril de 2009, a Organização Mundial de Saúde
(OMS), notificou aos países membros, incluindo o Brasil, a ocorrência de casos
humanos de influenza por esse novo subtipo A (H1N1) que vinham ocorrendo,
desde 15 de março, no México e Estados Unidos da América. Desde que a
OMS declarou a pandemia pela nova variante do vírus influenza A H1N1, e a
notificação dos primeiros casos no Brasil e no estado da Bahia, ainda não
foram analisados dados de forma detalhada que englobassem relevantes
informações clínicas, laboratoriais e sobre a evolução da doença em nosso
estado. Para isso foram analisados os dados dos pacientes atendidos e
admitidos com RT-PCR positivo no ambulatório especializado para Influenza A
H1N1 do centro de referência em Salvador-BA.
Palavras-chave: Influenza A H1N1, Pandemia, RT-PCR, Salvador.
RESUMO
TÍTULO: Valor da Hemoglobina de Admissão Adiciona Valor Prognóstico ao
Escore Grace em Síndromes Coronarianas Agudas sem Supradesnivelamento
do Segmento-ST.
ALUNA: Mariana Brito de Almeida
ORIENTADOR: Luis Cláudio Correia Lemos
Baixos valores de hemoglobina da admissão são associados com pior
prognóstico em pacientes com Síndrome Coronariana Aguda, porém escores
de risco não levam em consideração esta variável. Objetivou-se, portanto,
testar a hipótese que a mensuração da hemoglobina de admissão adiciona
informações prognósticas adicionais ao Escore GRACE em pacientes com
Síndrome Coronariana Aguda sem Supradesnivelamento do Segmento-ST. Em
225 pacientes com Angina Instável ou com Infarto Agudo do Miocárdio sem
elevação do segmento ST, o índice de eventos intra-hospitalar foi de 7% (10
mortes e 5 Infartos Agudos do Miocárdio sem elevação do segmento ST). A
hemoglobina prediz eventos, significativamente, com Estatística-C de 0.60
(95% CI = 0.60 - 0.73; P = 0.03) e 12.1 g/dL é o ponto de corte de melhor
desempenho. Após associação com o Escore GRACE, a hemoglobina se
mostrou um preditor independente, apresentando uma relação inversa com
eventos (OR = 0.73; 95% CI = 0.54 - 0.98; P = 0.03). Os coeficientes de
regressão logística indicaram que a hemoglobina baixa corresponde a 37
pontos do Escore GRACE. Contudo, o Escore GRACE-hemoglobina foi criado
por adicionar 37 pontos, caso a hemoglobina seja < 12.1 g/dL. O valor
prognóstico do Escore GRACE, mensurado através da Estatística-C de 0.80
(95% CI = 0.74 - 0.85), foi elevado para 0.84 (95% CI = 0.78 - 0.88) utilizando o
Escore GRACE-hemoglobina. Aparentemente, o Escore GRACE-hemoglobina
promove uma reclassificação de 16% amais na definição de alto risco para
eventos intra-hospitalares (P = 0.025). Concluindo, níveis de hemoglobina
predizem, independentemente, eventos recorrentes durante hospitalização e
melhoram o desempenho prognóstico do Escore GRACE em pacientes com
Síndrome Coronariana Aguda sem Supradesnível do Segmento-ST.
Palavras-chave: Hemoglobina, Escore GRACE, SCA.
RESUMO
TÍTULO: Valor Prognóstico da Troponina I de Alta Sensibilidade Versus
Troponina T Convencional em Pacientes Com Síndrome Coronariana Aguda.
ALUNO: Michael Sabino Rodrigues Soares
ORIENTADOR: Luis Claudio Lemos Correia, PhD
Contexto: Apesar da acurácia diagnostica superior, o valor prognóstico da
troponina I de alta sensibilidade ainda não foi validado frente à troponina T
convencional. O presente estudo almeija testar o valor prognóstico da troponina
I de alta sensibilidade, comparado com a troponina T convencional em
pacientes com síndrome coronariana aguda sem supradesnível de ST
(SCASSST).
Métodos: No momento da admissão hospitalar, uma amostra de plasma foi
colhida de 103 pacientes consecutivos com diagnóstico de angina instável ou
infarto agudo do miocárdio sem elevação de ST. Foram mensuradas troponinas
por ambos os métodos, da mesma amostra, e seu valor prognóstico foi
comparado. Como desfecho primário, eventos cardiovasculares maiores foram
definidos pela composição de morte, infarto agudo do miocárdio não fatal ou
angina refratária durante hospitalização.
Resultados: Durante uma média de hospitalização de 8 dias (intervalo
interquartil = 5 – 11), a incidência de eventos cardiovasculares foi 10% (5
mortes, 3 infartos agudos do miocárdio não fatais e 2 anginas refratárias não
fatais). Troponina I de alta sensibilidade predisse eventos cardiovasculares de
forma significativa, com estatística C de 0.73 (95% CI = 0.59 – 0.87), similar à
troponina T (0.70; 95% CI = 0.55 – 0.84) - P = 0.75. A definição de marcador
cardíaco positivo que promoveu a melhor acurácia prognóstica foi troponina I >
0.055 ug/L e troponina T > 0 ug/L, com igual sensibilidade de 90% e
especificidade de 52% para ambos os métodos. Assim, troponina I positiva foi
associada com 17% de incidência de eventos, comparada com 2% em
pacientes com troponina I negativa (P = 0.02).
Conclusão: Troponina I de alta sensibilidade prediz eventos cardiovasculares
de forma similar à troponina T convencional no contexto de SCASSST.
Palavras-chave: Valor Prognóstico, Troponina I de Alta Sensibilidade,
Troponina T. Convencional.
RESUMO
TÍTULO: Relação Entre Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono e Asma.
ALUNA: Marcela Veloso Viana
ORIENTADORA: Iêda Aleluia
A Síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS) é um transtorno respiratório
do sono relativamente comum, que atualmente é reconhecido como um
problema de saúde pública devido a sua estreita relação com o crescimento da
morbi-mortalidade cardiovascular e do número de acidentes de trabalho e de
trânsito. Estudos recentes tem apresentado a asma brônquica como um
elemento independente para o surgimento dessa patologia. Por outro lado,
sabe-se que a Síndrome da apnéia obstrutiva do sono pode se tornar um fator
de risco para exacerbações da asma. Muitos estudos já confirmaram a eficácia
na melhoria dos sintomas da asma após o início do tratamento para SAOS.
Neste contexto, é possível perceber que a apnéia obstrutiva do sono e a asma
são patologias que mantêm uma interação bidirecional onde uma pode
intensificar o quadro clínico da outra. Tendo em vista que a asma é uma
patologia de alta frequência e de significativa morbi-mortalidade,é de grande
importância o conhecimento mais aprofundado de fatores que possam
influenciar de forma negativa ou complicar o curso dessa doença. Sendo
assim, torna-se necessário alargar a compreensão da classe médica quanto à
estreita relação entre asma e SAOS, a fim de melhorar a qualidade de vida
desses pacientes. Objetivo: O objetivo deste trabalho é analisar as possíveis
relações existentes entre a asma e a SAOS. Métodos: Trata-se de uma uma
revisão de bibliográfica que foi realizada através de busca de artigos indexados
em base de dados, tais como MEDLINE, LILACS, PUBMED, SCIELO,
BIREME, no período de agosto de 2010 até abril de 2011. A literatura estudada
mostrou a existência de uma grande variedade de mecanismos que influenciam
uma relação de mão dupla entre Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono e
Asma. Os principais fatores de associação encontrados entre as duas
patologias foram obesidade, grau de gravidade da asma, DRGE e uso de
corticosteróide.
Palavras-chave: Asma; Apnéia do Sono; Distúrbios do Sono.
RESUMO
TÍTULO: Estudo Mostrando a Relação Entre o Descolamento de Retina e
Miopia.
ALUNA: Milena Rocha Peixoto
ORIENTADORA: Lívia Maria Nossa Moitinho
O descolamento da retina é a separação da retina neurossensorial do epitélio
pigmentar subjacente a ela, com acúmulo de líquido sub-retiniano neste espaço
virtual. Apesar dos indivíduos míopes corresponderem a apenas 10% da
população mundial, aproximadamente 40 a 55% dos descolamentos de retina
acontecem em olhos míopes. Na miopia, o evento patológico precursor do
descolamento de retina reside na junção vitreorretiniana, que tem início com a
liquefação prematura do gel vítreo e o decorrente aumento da incidência de
descolamento do vítreo posterior. Essas mudanças degenerativas no humor
vítreo ocorrem mais precocemente em todos os graus de miopia, quando
comparados com olhos emétropes. Se a miopia, entretanto, for alta, maior essa
probabilidade. Os sintomas mais comuns relatados por pacientes com
descolamento de retina regmatogênico espontâneo são flashes luminosos
(fotopsia) e presença de moscas volantes (entomopsias). A miopia é um erro
de refração relativamente comum e conhecido por muitas pessoas, no entanto,
poucos sabem da estreita relação de causa e efeito entre ela e o descolamento
de retina. Diante disso, o presente estudo tem por objetivo determinar a
freqüência do descolamento de retina associando à miopia. Trata-se de um
estudo de revisão bibliográfica, que foi realizada através de busca de artigos
indexados em base de dados, tais como MEDLINE, LILACS, PUBMED,
SCIELO, BIREME, no período de agosto de 2010 até abril de 2011.
Palavras-chave: Descolamento de Retina, Descolamento Regmatogênico de
Retina, Degenerações Retinianas, Miopia.
RESUMO
TÍTULO: Efeitos Oftalmológicos da Toxoplasmose.
ALUNA: Marcela Souza Garcez
ORIENTADORA: Lívia Maria Nossa Moitinho
A Toxoplasmose é uma zoonose bastante difundida no Brasil e é responsável
por 80% das causas de uveits posteriores. A forma ocular dessa doença é
encontrada em 10% da população brasileira sendo a principal causa de perda
visual evitável entre os jovens. Estudos realizados mostraram que a cidade de
Erechim, no Rio Grande do Sul, possui a maior prevalência dessa doença no
mundo. Sabe-se que o acometimento ocular mais freqüente desta doença é a
retinocoroidite, contudo ela pode apresentar-se de outras formas com
acometimento tanto da câmara anterior como da posterior do olho,
demonstrando assim a importância do conhecimento das diferentes
manifestações oculares possíveis de acometer a população. A partir dessa
realidade, este trabalho tem como objetivo descrever as alterações
oftalmológicas na Toxoplasmose e sua manifestação clínica ocular, permitindo
assim um diagnóstico e início de tratamento precoce. Através de pesquisa
bibliográfica pôde-se fazer uma revisão da literatura e observar que a
Toxoplasmose ocular possui uma rica variedade de apresentações como
nistagmo, catarata, estrabismo, uveíte anterior, microftalmia, glaucoma,
descolamento e rotura retiniana, acometimento do disco óptico e ainda
alteração na acuidade visual.
Palavras-chave: Toxoplasmose Ocular, Manifestações Oculares,
Retinocoroidite.
RESUMO
TÍTULO: Relação Entre a Percepção dos Pais de Seus Filhos Autistas, as
Suas Escolhas Terapêuticas e a Gravidade dos Sintomas das Crianças.
ALUNA: Meline Ivone Oliveira Celestino
ORIENTADORA: Milena Pereira Pondé
Introdução: Esse estudo busca compreender a percepção dos pais em relação
aos sintomas apresentados pelos seus filhos, buscando identificar a relação
entre a percepção da doença pelos pais, a gravidade dos sintomas das
crianças e as opções terapêuticas escolhidas.
Métodos: Entrevistas semi-estruturadas foram aplicadas aos pais, assim como
a escala ABC para avaliar a gravidade dos sintomas da criança. As crianças
foram diagnosticadas previamente quanto à presença do Transtorno autista
pelo DSM IV TR.
Resultados: Os problemas das crianças causam confusão e ansiedade aos
pais. A maioria dos pais enfatizou aspectos positivos do problema da criança,
assim como citou autismo como problema. Muitos também referem transtornos
comportamentais, atraso no desenvolvimento e alguns não referem problema.
A causa do problema a maioria afirma ser por dificuldades durante o parto,
sendo o melhor tratamento escola especializada e uma escola regular
modificada. Os pais esperam do tratamento independência para o filho,
seguido da fala e a socialização da criança.
Discussão: Os pais enfatizaram os aspectos positivos ou negam o problema
da criança como uma necessidade de manter a esperança no prognóstico de
seus filhos. Estabelecer um fator causal foi comum nos discursos e houve uma
relação entre as mães que citaram a etiologia genética e o número de
medicações utilizadas pela criança. Para enfrentar o estresse de ter uma
criança autista, a família procura assistência profissional e programas
educacionais. Além disso, esperam que a escola regular adapte-se para
receber uma criança autista.
Palavras-chave: Percepções, Pais, Autismo.
RESUMO
TÍTULO: Avaliação da Influência das Atividades de Educação em Saúde no
Grupo de Diabéticos e Hipertensos do Programa Candeal.
ALUNA: Monike Taynan de Carvalho Barbosa
ORIENTADORA) Renata Roseghini
CO - ORIENTADORA: Cláudia de Carvalho Santana
O processo educativo é um fator importante para as relações existentes entre
profissionais de saúde e indivíduos. A presente obra constitui-se de uma
revisão e reflexão sobre a evolução das práticas de educação em saúde e suas
interações no contexto histórico até os dias atuais, chegando ao conceito de
Educação Popular em Saúde para, então, avaliar um grupo específico da
comunidade Candeal – o grupo Doce Vida. Esse modelo de educação em
saúde ainda está em vias de implantação e possui como característica
fundamental a integralidade da saúde, que é um dos pilares do SUS e é o foco
das práticas destes grupos. Reflete-se sobre a importância do caráter
educacional que deve estar presente nas relações entre profissionais de
saúde-população, passando para este a possiblidade de escolhas, de
autonomia e de oportunidade de pensar e entender o processo saúde-doença
dentro de seu contexto social. A formação dos grupos de adesão representa
esta tentativa, aproximando comunidade e profissionais de saúde como
sujeito/atores em iguais patamares de importância em um momento de troca e
de ajuda mútua, e para avaliar estas repercussões realizou-se esta pesquisa
de natureza exploratória descritiva com enfoque qualitativo, em que se prioriza
o discurso dos entrevistados como fonte de informação primária. Os resultados
encontrados não destoaram do esperado, foram obtidos relatos que
evidenciaram autoestima, socialização com o grupo, efeito educativo, apoio;
evidenciando os benefícios psicosociais de tal atividade por meio do suporte
emocional e atividades lúdicas.
Palavras-chave: Educação em Saúde, Educação Popular em Saúde, Grupos
de Adesão, Saúde integral.
RESUMO
TÍTULO: Fitoterapia: Uma Ferramenta na Terapêutica Contra-Hegemônica.
ALUNA: Mariana Machado Aragão
ORIENTADOR: Luiz Alberto Cravo Pinto de Queiroz
Introdução: Em 2002 a OMS desenvolveu a primeira estratégia sobre medicina
tradicional, uma forma de normatizar e racionalizar o uso desta prática no mundo.
Muitos países, então, passaram a regulamentar suas políticas neste sentido, incluindo o
Brasil. Em 2006 e 2008 surgiram a Política Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos e o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF).
Entretanto, mesmo previsto no Programa, a educação oficial nas Escolas Médicas sobre
fitoterapia ainda não acontece no Brasil, de modo que isso dificulta a integralidade de
saberes proposta pelo SUS. Mesmo assim, atualmente há uma tendência da população
ao uso de técnicas e conhecimento naturais, buscando o equilíbrio entre a razão
científica e o saber etnobotânico, geralmente mais acessível. Esse contexto resulta em
três processos, afasta as sabedorias populares e acadêmicas, acentua as relações de
opressão e fragiliza a relação médico x paciente, promovendo uma amputação
antropológica, ratificada pelo discurso hegemônico mantido durante a formação médica.
O médico, portanto, fica inapto a qualquer prescrição ou suspensão deste tipo de terapia
e se torna mais uma ferramenta para a manutenção da medicina do capital.
Metodologia: Este é um estudo de revisão bibliográfica qualitativa que perpassa por três
áreas de saberes. Portanto, foi dividido em capítulos correspondentes. No primeiro
capítulo a fitoterapia foi tratada em seu histórico, contexto atual, internacional e
nacional, e perspectiva dos programas e políticas nacionais. Para tanto foram utilizadas
a “Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos” de 2006, o “Programa
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos” de 2008; e a “Estrategia de la OMS
sobre medicina tradicional 2002-2005”. No segundo capítulo foram abordadas questões
referentes às relações de opressão segundo os conceitos e experiências do pedagogo
Paulo Freire e do filósofo Michel Foucault. Neste sentido será feita uma revisão sobre
“Pedagogia do Oprimido” de 2005, em análise paralela com os pensamentos de
Foucault, utilizando principalmente sua obra “A ordem do discurso” de 1970. No terceiro
capítulo foi introduzida a questão referente à ideologia nos cursos de medicina e a
integralidade do currículo de medicina, buscando entender a relação entre a carência da
disciplina de fitoterapia nestes cursos, sua ideologia e a transformação curricular. Para
tanto será feita uma revisão do livro “Educação Médica em Transformação:
Instrumentos para a construção de novas realidades”, de 2004, produzido pela ABEM
organizado por João José Neves Martins e outros. Discussão: No capítulo 1 discorreuse sobre a fitoterapia e as razões para sua implantação na atenção básica da saúde. No
capítulo 2 demonstrou-se o valor de desejo e poder do discurso, promovendo e
mantendo as relações de opressão social, e como isto é reforçado na supressão da
fitoterapia como prática terapêutica. No capítulo 3 ressaltou-se como a educação
médica se mostra como mais um reforçador da prática da medicina hegemônica.
Conclusão: O estudo permite estabelecer relação de influência entre o paradigma da
medicina hegemônica e a escolha das práticas terapêuticas vigentes, que excluem as
práticas tradicionais, por se configurarem força para o discurso contra-hegemônico em
benefício do indivíduo e da população oprimida.
Palavras-chave: Fitoterapia, Medicina Tradicional, Educação Médica, Relações de
Opressão, Contra-hegemonia.
RESUMO
TÍTULO: Perfil Clínico Epidemiológico de Crianças e Jovens Com Suspeita de Influenza
A (H1N1).
ALUNO: Pedro Henrique Cunha Leite
ORIENTADOR: Carlos Tadeu Lima
CO - ORIENTADORA: Maristela Rodrigues Sestelo
Introdução: Em abril de 2009, o Centers for Disease Control and Prevention
(CDC/Atlanta/EUA) confirmou dois casos de influenza A/H1N1 no sul da Califórnia.
Tratava-se do início da nova pandemia de gripe do século XXI, que até novembro de
2009 atingiu 207 países com pelo menos 8.768 óbitos. A descrição clínico
epidemiológica de pacientes com Influenza A (H1N1), sugere que crianças,
principalmente aquelas com idade inferior a 2 anos ou portadoras de fatores de risco
como; doença respiratória, doença neurológica, imunossupressão, terapia prolongada
com aspirina, obesidade ou co-infecção bacteriana, possuem maior probabilidade de
evoluírem com complicações ou morte relacionada a infecção pelo H1N1.
Justificativa: Nesta pandemia, as crianças apresentaram maior risco de complicações
e internações hospitalares que a população em geral. Apesar de o período atual ser
considerado pós-pandemia pela Organização Mundial da Saúde, sabe-se que casos e
surtos dessa nova influenza continuarão a ocorrer e grupos etários mais jovens, deverão
ser desproporcionalmente mais afetados. A caracterização dessa parcela da população
pode ajudar na conduta de profissionais e na organização dos serviços de saúde em
eventos futuros.
Objetivo: Descrever o perfil clínico e epidemiológico de jovens menores de 18 anos
atendidos com suspeita de Influenza, em um Centro de Referência para influenza A
(H1N1).
Metodologia: Estudo observacional do tipo série de casos, baseado na coleta de dados
dos prontuários dos pacientes atendidos em ambulatório especializado para Influenza A
H1N1, em Salvador-Bahia, durante o período de julho 2009 a agosto de 2010. Os dados
foram colhidos segundo uma ficha padronizada de coleta, cedida pelo Grupo de
Trabalho em Influenza H1N1 do HEOM. Foram incluídos os pacientes abaixo de 18
anos com suspeita clínica de influenza A H1N1, sendo excluídos os pacientes com
suspeita clínica afastada. Os dados coletados foram digitados no EPIDATA e
exportados para análise e tabulação no programa estatístico Stata (Statistics/Data
Analysis, versão 8).
Resultados: Foi encontrado que dos pacientes confirmados para H1N1, cerca de um
terço tinha menos de 18 anos, sendo que a presença de sinais de gravidade foi um
fenômeno frequente entre eles. Vale ressaltar que os indivíduos maiores de 5 anos
representaram a maior proporção do grupo estudado.
Discussão: A distribuição de crianças e jovens menores que 18 anos com diagnóstico
confirmado para Influenza A (H1N1) é frequente, sofrendo alguma variação de acordo
com o serviços e amostras estudadas, especialmente o vírus da influenza sazonal. A
maioria dos pacientes pediátricos hospitalizados eram portadores de pelo menos uma
condição médica de risco.
Conclusão: A confirmação do diagnóstico de Influenza A (H1N1) foi frequente entre
crianças e jovens menores que 18 anos suspeitas, atendidos no Centro de Referência
para H1N1.A presença de sinais de gravidade e comorbidades foi um fenômeno comum
entre as crianças com suspeita de H1N1 sendo que a taquipnéia e asma foram mais
prevalentes.
Palavras-chave: Influenza A H1N1, Crianças, Jovens, Perfil Epidemiológico, Série De
Casos.
RESUMO
TÍTULO: Perfil Clínico e Epidemiológico de Pacientes Sintomáticos Respiratórios Com
Diagnostico de Influenza A (H1N1) Descartado.
ALUNA: Paula Caroline Matos Almeida
ORIENTADORA: Maristela Sestelo
CO - ORIENTADORA: Carlos Tadeu Lima e Juarez Pereira Dias
Introdução: Em abril de 2009, o mundo vivenciou a ocorrência de pandemia causada
pela infecção por um novo vírus influenza A (H1N1). Na Bahia, como parte do processo
de enfrentamento da pandemia, foi estabelecido no Hospital Especializado Otávio
Mangabeira, um ambulatório referência em atendimento a pacientes com suspeita desta
infecção. Clinicamente, inúmeras patologias podem apresentar quadro clínico
semelhante à infecção por influenza A H1N1. Portanto, diante do diagnóstico diferencial
da Influenza A com as demais doenças do inverno, o uso de estratégias diagnósticas e
terapêuticas baseadas em evidência, reduz morbimortalidade e gastos desnecessários
com o sistema de saúde. Justificativa: O principio de pânico verificado na população
associado ao aumento da incidência de doenças respiratórias que apresentam sinais e
sintomas semelhantes à infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) resultou no aumento da
demanda dos serviços de saúde, sobrecarregando-os. Portanto, a avaliação dos
diagnósticos observados em ambulatório público de referência para Influenza A H1N1
tem valor clínico e epidemiológico por permitir o conhecimento dos principais
diagnósticos diferenciais para esta infecção e os dados epidemiológicos dos pacientes
observados. Assim, os resultados deste estudo podem auxiliar o raciocínio clínico e
permitir a identificação de condutas médicas convergentes ou não com protocolos do
Ministério da Saúde. Essa análise auxiliará na determinação de futuras ações da
SESAB com relação à capacitação/atualização dos profissionais de saúde. Objetivo:
Analisar o perfil clínico e epidemiológico de pacientes sintomáticos respiratórios com o
diagnóstico de Influenza A (H1N1) descartado laboratorialmente, atendidos em Centro
de Referência para o novo subtipo pandêmico (H1N1). Metodologia: Trata-se de um
estudo observacional descritivo do tipo série de casos. Este projeto avaliará os
prontuários dos pacientes atendidos no Hospital Especializado Otávio Mangabeira em
Salvador-BA, que tiveram o diagnóstico de Influenza A H1N1 descartado
laboratorialmente, durante o período de julho de 2009 a agosto de 2010. Os dados
coletados serão digitados no EPIDATA e exportados para análise e tabulação no
programa estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences, versão 13.0).
Resultados: Foram coletados 2.943 pacientes, dos quais 6,6% realizam RT-PCR para
Influenza A H1N1. Destes 52,8% apresentaram resultado negativo. As principais
patologias encontradas nestes pacientes foram: H1N1 (53,9%), Infecção do Trato
Respiratório- ITR (36%), Síndrome Respiratória Aguda Grave (30,3%), Síndrome Gripal
(22,5%) e Pneumonia (18%). Foi descrito o perfil clínico-epidemiológico destes
pacientes bem como o desfecho clínico (alta hospitalar/internamento) observado. Foi
também calculada a confiabilidade dos diagnósticos formulados pelo plantonista do
Centro de Referência e por dois observadores externos, especialistas em Pneumologia.
Conclusão: A análise dos dados clínicos e epidemiológicos demonstrou que as
infecções virais agudas apresentam sintomalogia semelhante, o que pode dificultar o
raciocínio clínico. Entretanto, alguns diagnósticos e condutas adotadas divergem dos
protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde (MS). Caso os médicos sigam as
recomendações do MS, embora o diagnóstico etiológico permaneça dependente da
análise laboratorial, as condutas clínicas adotadas serão corretas. Portanto, é
importante analisar as falhas cometidas, com o objetivo de melhorar a qualidade da
assistência.
Palavras-chave: Perfil Clínico e Epidemiológico, Sintomáticos Respiratórios, Infecção
Respiratória.
RESUMO
TÍTULO: Influenza a H1N1 em Portadores de Comorbidades.
ALUNA: Queise da Costa Cettolin
ORIENTADORA: Carlos Tadeu Lima
CO - ORIENTADORA: Maristela Rodrigues Sestelo
Introdução: Em abril de 2009, o CDC identificou dois casos de infecção humana com
um novo vírus, Influenza A (H1N1), formado por uma combinação singular de
segmentos de genes que ainda não havia sido relatada. Tratava-se do início da nova
pandemia de gripe do século XXI, que em 2009 atingiu 208 países com pelo menos
12.799 óbitos. As características epidemiológicas desta doença revelam um predomínio
de casos em adultos jovens, com casos leves a moderados de síndrome gripal, baixa
letalidade e maior frequência de óbitos em portadores de comorbidades. Muitos estudos
revelam que os pacientes portadores de condições médicas de risco estão mais
susceptíveis a complicações decorrentes de infecção pelo vírus A H1N1, sendo que
estas condições representam importantes fatores de risco para hospitalização,
internamento em UTI e morte. Justificativa: Mesmo com os dados da vigilância
epidemiológica, ainda existem poucos estudos brasileiros que descrevam o perfil
epidemiológico dos pacientes suspeitos de influenza A H1N1, indicando quais as
principais comorbidades relacionadas com maior susceptibilidade e pior evolução
clínica, além das principais características de cada grupo de risco. Objetivo: Descrever
o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com suspeita de Influenza A H1N1 e
portadores de comorbidades, atendidos no centro de referência para a doença na
cidade de Salvador-BA, durante o período de julho de 2009 a agosto de 2010.
Metodologia: Estudo observacional do tipo série de casos, baseado na coleta de dados
dos prontuários dos pacientes atendidos no ambulatório para Influenza A H1N1 do
Hospital Especializado Octávio Mangabeira (HEOM). Foram coletadas informações
sobre manifestações clínicas na admissão, variáveis epidemiológicas, exames
complementares, histórico de exposição a locais de risco e contatos suspeitos,
vacinação para o vírus H1N1, presença de Síndrome Respiratória Aguda Grave,
necessidade de internamento, tratamento com antiviral, resultado de RT-PCR e
complicações desenvolvidas. Os dados coletados foram digitados no EPIDATA e
exportados para análise nos programas estatísticos SPSS versão 14.0 e STATA versão
8.0. Resultados: Dos 193 casos suspeitos de Influenza A H1N1 atendidos no
ambulatório, 39,4% eram portadores de comorbidades. Nesta população de risco, houve
prevalência da doença no sexo feminino (69,7%) e nos adultos jovens. Tosse (92,1%),
dispnéia (68,4%) e cefaléia (65,8%) foram os principais sintomas referidos. As principais
comorbidades apresentadas foram asma, HAS e obesidade. Além disso, 47,3% destes
casos foram confirmados por RT-PCR. O risco de internamento entre os portadores de
comorbidades foi 1,57 maior do que aqueles que não apresentavam doenças clínicas
subjacentes. Foi prescrito antiviral para 84,2% dos pacientes e apenas 1 paciente
apresentou complicações da doença. Houve 1 óbito na amostra estudada. Conclusão:
Neste ambulatório, os portadores de comorbidades apresentaram maior risco de
internamento que os não portadores de doenças de risco, porém a presença de
comorbidades não conferiu maior risco de mortalidade. Além disso, a presença de mais
de uma comorbidade não adicionou risco de adoecer pelo vírus H1N1.
Palavras-chave: Influenza A H1N1, Comorbidades, Grupos de Risco, Série de Casos.
RESUMO
TÍTULO: Associação Entre Tabagismo, Sintomas Depressivos e Gênero.
ALUNO: Rafael Assis Alves
ORIENTADOR: Esdras Cadus Moreira
O controle do tabagismo representa a principal estratégia de prevenção de
agravos à saúde do homem. O tratamento da dependência da nicotina pode
ser influenciado por doenças mentais associadas à dependência. Estudos na
área mostram uma prevalência elevada da associação de tabagismo com
transtorno depressivo. Diante disso, elaboramos um projeto de pesquisa para a
observação dessa associação em pacientes atendidos num programa de
tratamento de tabagismo em um centro especializado em dependência química
da cidade de salvador. Secundariamente, buscaremos analisar a distribuição
dos sintomas depressivos por gênero. Para tanto, utilizaremos dados de
prontuários dos pacientes atendidos no período de 2002 a 2009.
RESUMO
TÍTULO: Percentual de Recidiva da Tuberculose e Seus Fatores de Risco.
ALUNO: Rodrigo Leite Andrade
ORIENTADOR: Almério Machado Júnior
A tuberculose é uma doença milenar causada em 98% dos casos pelo Mtb. O
contágio ocorre por via inalatória através da aspiração de produzidas por
pessoas bacilíferas. Após o contagio pode ocorrer a eliminação do bacilo pelas
defesas do hospedeiro, o desenvolvimento de uma infecção latente, o
desenvolvimento progressivo da tuberculose ou a ativação da doença latente
vários anos depois. Os principais sintomas são tosse crônica por mais de duas
semanas, pode ser acompanhada ou não de expectoração e hemoptise; febre,
suor noturno, dispnéia e perda de peso lenta e progressiva. O tratamento de
escolha para o tratamento da tuberculose é uso diário por dois meses de
HRZE, seguido de uso por quatro meses de HR. Porém a tuberculose pode
recidivar após o tratamento, tanto por uma reativação endógena, quanto por
uma reinfecção exógena. Os fatores conhecidos como associados à recidiva
são a deficiências no tratamento a infeçcão pelo HIV, o alcoolismo e o
tabagismo.
Justificativa. A tuberculose é uma doença de alta incidência pelo mundo e o
conhecimento dos fatores de risco para sua recidiva é importante para que
possam ser tomadas providências para garantir o sucesso do tratamento.
Objetivo. Descrever os fatores de risco de recidiva da tuberculose tratada e o
seu percentual de ocorrência.
Metodologia. Revisão não sistemática da literatura sobre o tema, tendo como
bases de dados acervo de livros e os portais PubMed, LiLacs e SciELO.
Resultados. Foram encontrados através das estratégias de busca 193 artigos
e destes 17 foram utilizados para realização da revisão. O percentual médio da
recidiva foi de 5,6%, destes 66% reativação endógena e 34% apresentaram
reinfecção exógena.
Discussão. Os fatores de risco mais importantes foram a infecção pelo
HIV/AIDS, a presença de cavidade pulmonar no primeiro episódio, o
alcoolismo, o tabagismo e as causas relacionadas com o tratamento.
Conclusão. Os dados encontrados na revisão devem ser levados em
consideração pelos PNCTs para que os indivíduos que apresentem TB possam
ser tratados de forma adequada, recebendo todas as informações necessárias
sobre sua patologia e respectivo tratamento, cogitando até a possibilidade de
todos os pacientes realizarem o tratamento diretamente observado.
Palavras-chave: Tuberculose, Mycobacterium Tuberculosis, Recidiva, Fatores
de Risco.
RESUMO
TÍTULO: A Evolução de Pacientes com Câncer de Prostata Localmente
Avançado Submetidos à Prostatectomia Radical.
ALUNA: Raffaela Levy de Andrade
ORIENTADOR: Vinicius Carrera Souza
A abordagem do câncer de próstata localmente avançado permanece
controversa. Prostatectomia radical constitui-se uma opção viável e a
intensificação adequada do tratamento tem sido objeto de investigação
considerável nos últimos anos. O presente trabalho objetivou descrever as
opções de tratamento oferecidas a pacientes com câncer de próstata
localmente avançado submetidos à prostatectomia radical e avaliar a evolução
destes em relação à taxa de recidiva bioquímica e tratamentos adjuvantes
oferecidos. Assim, foram estudados retrospectivamente os prontuários de 63
pacientes com diagnóstico anatomopatológico de câncer de próstata T3-T4,
N0, M0 ou qualquer T, N1, M0 atendidos na Clínica AMO (Assistência
Multidisciplinar de Oncologia) na cidade de Salvador-BA, no período de 1989 a
2010. Os dados foram compilados e analisados através do Microsoft Office
Excel 2007. O tratamento cirúrgico foi eficaz em 52,2% dos casos. 33,3% dos
pacientes apresentaram recidiva bioquímica e a ocorrência de tal desfecho foi
associada a PSA inicial mais elevado, invasão de vesícula seminal e escore de
Gleason mais elevado. Cerca de 70% dos pacientes apresentavam alto risco
clínico ao diagnóstico e este grupo evouiu com maior taxa de PSA detectável
no pós-operatório, metástases e recidiva local comparado aos de risco
intermediário ou baixo. 71,4% dos pacientes foram submetidos a algum tipo de
tratamento secundário, seja adjuvante ou de resgate. Houve tendência em
realizar hormonioterapia adjuvante, mais do que radiotarapia adjuvante.
Registrou-se menor taxa de recidiva bioquímica e necessidade de tratamento
de resgate nos pacientes que realizaram hormonioterapia adjuvante em
comparação aos que não realizaram tratamento adjuvante Em 58,7% foi
necessário tratamento de resgate, e novamente hormonioterapia foi o mais
escolhido (56,7%), Os resultados do presente estudo mostraram-se em
concordância com a literatura, porém o número restrito de indivíduos limitou a
significância estatística. Demais estudos de maior porte devem ser realizados
para descobrir a estratégia ideal de tratamento desta doença tão heterogênea
que é o câncer de próstata localmente avançado.
Palavras-chave: Câncer de Próstata, Câncer de Próstata Localmente
Avançado, Câncer de Próstata de Alto Risco, Prostatectomia Radical, Terapia
de Supressão Androgênica, Assistência Multidisciplinar de Oncologia, Salvador
– BA.
RESUMO
TÍTULO: Revisão Sistemática e Metanálise da Acurácia dos Testes
Diagnósticos Baseados na Produção de Anticorpos Contra Mycobacterium
Tuberculosis.
ALUNA: Ruben José De Araujo Barbosa Junior
ORIENTADOR: Sergio Marcos Arruda
CO - ORIENTADOR: Iukary Oliveira Takenami
Estima-se que a tuberculose acomete aproximadamente 8-9 milhões de
pessoas e, mesmo após um século da descoberta da etiologia, dispondo de
esquemas de tratamento eficazes, ainda é responsável por 2-3 milhões de
mortes por ano. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são medidas
essenciais para a eficácia dos programas de controle da doença. Contudo,
devido às falhas existentes nos atuais testes diagnósticos, muitos estudos
buscam identificar potenciais antígenos do Mycobacterium tuberculosis que
possam ser utilizados em imunoensaios. Dentre os diferentes antígenos, os
lipídios da parede celular do bacilo são, em sua maioria, específicos e
altamente antigênicos, podendo então ser úteis no sorodiagnóstico. Assim, o
objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão sistemática e metanálise para
sumarizar a acurácia dos testes sorológicos utilizados no diagnóstico da TB
pulmonar. Depois de realizada uma busca por trabalhos indexados no
PubMed/MedLine referentes à testes sorológicos para o diagnóstico da TB,
foram avaliados e incluídos: estudos na língua inglesa e portuguesa que
satisfizeram aos critérios de elegibilidade e em que a cultura foi utilizada para
confirmar a TB pulmonar. Foram excluídos estudos anteriores a 2000, os dados
publicados apenas como resumo, os dados publicados sobre modelos
experimentais e os que não corresponderam ao objetivo do estudo. Os
resultados demonstraram uma grande heterogeneidade entre os estudos
havendo grande variação do desempenho. Os estudos que avaliaram os
anticorpos IgG apresentaram melhor acurácia embora tenha sido mostrado que
de forma global, os estudos que utilizaram mais de um antígeno e analisaram
mais de uma imunoglobulina tenham sido superiores. Assim, esses testes têm
pouco ou nenhum papel no diagnóstico da TB pulmonar. Atividades que levem
a descoberta de novos antígenos com potencial para imunodiagnóstico devem
ser intensificadas.
Palavras-chave: Tuberculose, Testes sorológicos, Sorodiagnóstico, Detecção
de anticorpos, Testes imunológicos.
RESUMO
TÍTULO: Estudo da Estabilidade Cromossômica
Mesenquimais Cultivadas In Vitro.
ALUNOA: Rafaela Fonseca Albuquerque
ORIENTADOR: Ricardo Ribeiro dos Santos
CO - ORIENTADORA: Sissi Brandão Carneiro Furtado
de
Células-Tronco
O uso de célula-tronco na Medicina Regenerativa tornou-se esperança de cura
para muitas doenças devido à capacidade de auto-renovação e diferenciação
dessas células. Novos avanços têm sido observados na terapia celular,
especialmente, no uso das células-tronco adultas, como as células-tronco
mesenquimais. Entretanto, é crescente entre os pesquisadores a preocupação
na busca de fatores que garantam a confiabilidade no uso destas células,
especialmente no que diz respeito à presença de aberrações cromossômicas e
potencial tumoral. Nesse trabalho foi avaliada a estabilidade cromossômica de
células-tronco mesenquimais, isoladas de dente de leite humano, tecido
adiposo e medula óssea, cultivadas in vitro. As células foram isoladas,
caracterizadas e monitoradas por citogenética clássica durante cinco meses.
Foi observada estabilidade cromossômica nas células cultivadas durante as
passagens iniciais, entretanto nas células isoladas de dente de leite foi
demonstrada alteração no cromossomo 9 após longo período de cultivo.
Embora tenha sido observada a importância da citogenética no monitoramento
cromossômico durante o cultivo das células-tronco, novas pesquisas precisam
ser realizadas envolvendo número maior de linhagens analisadas e utilização
de técnicas moleculares.
Palavras-chave: Célula-Tronco, Citogenética, Cultura Celular.
RESUMO
TÍTULO: Estudo Comparativo Entre a Mamografia Digital Versus a Mamomografia
Convencional no Ratreamento do Câncer de Mama.
ALUNO: Rodrigo Lavigne Gesteira Slaibi
ORIENTADORA: Mônica A. S. T. Nascimento
Introdução: O câncer de mama é a neoplasia mais frequente entre as mulheres no
Brasil. A incidência desse câncer esteve crescendo, porém a mortalidade reduziu-se
apenas nos países desenvolvidos, devido ao rastreamento pela mamografia e à
evolução no seu tratamento. A mamografia começou a ser utilizada para detecção de
anormalidades mamárias, devido a oferecer uma alta sensibilidade, alta especificidade,
baixo custo, baixos níveis de radiação e ser aceita socialmente pelas mulheres. A
mamografia digital foi criada para sanar as limitações geradas pela convencional. O
impacto do câncer de mama na saúde pública mundial justifica a necessidade de
analisar se compensa um investimento tão alto nessa nova tecnologia, que é a
mamografia digital. Objetivo: Comparar a mamografia digital e a mamografia
convencional analisando a qualidade da imagem, armazenagem, transporte da
informação, capacidade diagnóstica e custo-benefício. Material e Métodos: Foi
realizada uma busca eletrônica nas bases de dados: MEDLINE, BIREME e SciELO. As
palavras chaves utilizadas foram: “breast”, “câncer”, “mammography”, “digital”, mama,
câncer, mamografia, digital. Foram analisados somente artigos nas línguas portuguesa
e inglesa. Discussão: Este estudo comparativo entre a mamografia digital e
convencional foi setorizado em diversos tópicos: imagem, capacidade de
processamento, armazenagem, análise financeira, capacidade de rastreamento, custobenefício e as novas aplicações avançadas. Quanto à qualidade de imagem, a
mamografia digital é superior em relação à convencional, o que propicia uma melhor
capacidade de rastreamento, principalmente em mamas densas. A tecnologia digital
permite que haja uma capacidade de processamento após a aquisição da imagem,
possibilitando que diversas ferramentas sejam utilizadas para aumentar a acurácia do
laudo. Analisando o potencial de armazenamento, as vantagens apresentadas pela
mamografia digital é o rápido acesso a uma grande quantidade de dados e uma
economia com materiais de impressão utilizados na tecnologia convencional, mas
também possui algumas desvantagens. Comparando os custos da implantação de
equipamentos de uma mamografia digital com uma mamografia convencional
percebemos que o gasto é de 1,5 a 4 vezes maior, e o custo por exame é em torno de
60% maior no método digital que nn convencional. Quando analisamos os principais
ensaios clínicos que compararam acurácia diagnóstica da mamografia digital versus
mamografia convencional, percebe-se que as taxas de capacidade de rastreamento do
câncer de mama não apresentaram diferença estatisticamente significante, exceto em
certos subgrupos específicos que a mamografia digital se mostrou superior. Nas
pacientes acima dos 50 anos, o custo-benefício da mamografia digital é inferior à
mamografia convencional, enquanto que, entre as mulheres abaixo dos 50 anos, a
mamografia digital mostrou um melhor custo-benefício do que a convencional. Foram
criadas certas ferramentas avançadas, principalmente para a tecnologia digital, entre
elas o CAD (Computer Aided Detection), telemamografia, mamografia com uso de
contraste e tomossíntese. Conclusão: Atualmente, o investimento na mamografia digital
somente compensa em pacientes abaixo dos 50 anos. A médio e longo prazo, essa
diferença de custo-benefício também será superada nas pacientes acima dos 50 anos,
tendo como principal razão, o abandono da tecnologia convencional pela indústria de
equipamentos médicos.
Palavras-chave: Mamografia Digital, Mamografia Convencional, Câncer de Mama.
RESUMO
TÍTULO: Perfil dos Trabalhadores Baianos com Transtornos Mentais no
Período de 2007 a 2009.
ALUNA: Rosana Batista Oliveira
ORIENTADORA: Eliane Cardoso Sales
Este trabalho tem como objetivo traçar um perfil da população trabalhadora da
Bahia com transtornos mentais notificados entre os anos de 2007 e 2009.
Trata-se de um estudo exploratório, que descreve o perfil de trabalhadores
notificados pelo SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).
Para classificação dos transtornos mentais, foi utilizada a Décima Edição da
Classificação Internacional de Doenças (CID – 10). As variáveis utilizadas no
presente estudo foram: faixa etária, sexo, cor da pele/raça, escolaridade,
diagnóstico específico, ocupação, classificação por atividade econômica,
evolução da doença, residência por CEREST (Centro de Referência Regional
em Saúde do Trabalhador) e por macrorregião baiana. Foram definidos como
critérios de exclusão distúrbios que não possuem relação direta com o trabalho,
apesar de terem sido diagnosticados durante a investigação da saúde do
trabalhador. Os trabalhadores com transtornos mentais registrados eram em
sua maioria homens (33 dos acometidos, 55,9%), indivíduos na faixa etária
entre 35 e 49 anos (37 casos, 62,7%) e pessoas da cor da pele/raça parda
(total de 27, 45,8%). Nota-se uma maior frequência de casos com diagnóstico
de Reações ao Stress Grave e Transtornos de Adaptação (37,3%), seguido de
Episódios Depressivos (33,9%). As classificações por ocupação e por atividade
econômica evidenciam uma maior proporção de acometimentos em
trabalhadores da área dos transportes. Na evolução dos pacientes, a maioria
dos desfechos (62,7%) apresentou incapacidade temporária para o trabalho. A
análise evidencia uma progressão na incidência dos transtornos mentais a
cada 100.000 trabalhadores entre os anos de 2007 e 2009. Em um relatório da
OMS (Organização Mundial da Saúde) a Depressão aparece como a quarta
doença mais freqüente no mundo, com cerca de 121 milhões de pessoas
atingidas. De acordo ao Ministério da Saúde do Brasil, 2,3% do orçamento do
SUS (Sistema Único de Saúde) é gasto com saúde mental. Diante disso,
ressalta-se a necessidade de se ter um sistema que garanta eficiência no
diagnóstico e no estabelecimento do nexo ocupacional desses eventos, e
sobretudo qualidade no processo de notificação, para que se busquem
medidas de prevenção e promoção de saúde adequadas às demandas dos
trabalhadores.
Palavras-chave: Transtornos Mentais em Trabalhadores, Perfil de
Trabalhadores, Transtornos Mentais na Bahia
RESUMO
TÍTULO: Estudo Piloto Sobre a Influência da Saúde Mental de Pais de
Crianças Autistas na Gravidade dos Sintomas de Seus Filhos.
ALUNO: Samuel Bezerra Machado Junior
ORIENTADORA: Milena Pereira Pondé
Introdução: Este estudo piloto tem como objetivo determinar se alterações na
saúde mental de pais/cuidadores de crianças autistas, em particular ansiedade
e depressão, têm efeito negativo sobre os sintomas autísticos das crianças.
Além disso, verificar quais fatores estão relacionados ao adoecimento psíquico
desses cuidadores.
Metodologia: Ao todo 19 cuidadores foram selecionados em uma escola
especializada no tratamento de crianças autistas e responderam a uma escala
diagnóstica de ansiedade e depressão, além de um questionário para coleta de
dados sócio-demográficos e outra escala referente aos sintomas autísticos das
crianças. Foi realizada a somatória de pontos das escalas e esses resultados
foram dicotomizados em SIM ou NÃO, conforme a presença ou não de
transtornos de humor pela escala de ansiedade e depressão. As crianças
foram divididas também em dois grupos, em um estavam aquelas com
sintomas autísticos classificados como leves e no outro as crianças com os
sintomas graves, classificação essa de acordo com o numero de pontos
obtidos pela escala de comportamentos autisticos. Esses dados foram
comparados, a fim de se verificar a correlação das variáveis. Além disso, os
dados foram comparados com outras variáveis como: escolaridade, idade,
pratica de religião e sexo.
Resultados: Verificou-se na amostra uma quantidade de mulheres muito
superior a de homens, sendo que a maioria da amostra foi composta de mães
das crianças avaliadas. A prevalência de transtorno de humor encontrada
variou entre os grupos, sendo de 47,4% do total da amostra, 53% entre as
mulheres e 0% dentre os homens. No grupo das crianças, 78,9% apresentaram
sintomas autisticos graves e 21,1% sintomas classificados como leves.
Discussão: Das mulheres que apresentavam alterações de humor aquelas que
tinham apenas até o ensino médio eram mais acometidas com transtorno de
humor. Essa tendência também foi verificada com relação à idade das
mulheres: o grupo formado por mulheres com idade mais alta apresentaram
uma tendência maior a apresentar ansiedade/depressão. Notou-se também
que o grupo formado pelos cuidadores com depressão/ansiedade tinha as
crianças com sintomas mais graves.
Conclusão: Apesar de apresentar resultados preliminares, verificou-se uma
tendência dos cuidadores que apresentam sinais de transtornos de humor
terem filhos com sintomas autísticos mais graves. Alem disso, outros fatores
foram identificados como agravantes da saúde mental desses cuidadores
como, por exemplo, a baixa escolaridade, a idade elevada e a própria
gravidade dos sintomas autísticos das crianças. Esse estudo deverá ser
expandido para permitir inferências estatísticas.
Palavras-chave: Autismo Infantil, Pais, Saúde Mental.
RESUMO
TÍTULO: A Atividade da Doença Inflamatória Intestinal Sua Influência Sobre o
Prognóstico Gestacional e na Fecundidade.
ALUNA: Sara Vilasboas De Oliveira
ORIENTADORA: Maria Conceição Galvão Sampaio
Introdução: As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são uma das causas
importantes de doenças auto-imunes em todo o mundo. No Brasil, sua
prevalência e incidência vêm aumentando nos últimos anos. A maioria das
mulheres que desenvolvem estas doenças encontra-se em idade fértil,
despertando preocupação sobre problemas que poderiam ocorrer com relação
à gravidez e a influência sobre a fertilidade. Avaliamos a influência da DII na
fecundidade e gestação e vice-versa.
Objetivo: O objetivo desse trabalho é avaliar a influência da DII sobre a
fecundidade, evolução da gestação, o comportamento da DII durante esse
período, além do melhor tratamento a ser seguido.
Métodos: Foi realizada uma revisão na literatura em base de dados Medline,
Lilacs e Scielo, nos idiomas inglês, português e espanhol, utilizando as
seguintes palavras chaves: Inflamatory bowel disease and pregnancy.
Conclusão: A atividade das DII, ileostomia e anastomose íleo-anal parecem
influenciar na fecundidade das pacientes. A gestação influenciou positivamente
a evolução da doença, independente do uso de medicamentos. A atividade das
DII no período de concepção influencia na persistência da doença. Há relatos
de prematuridade, baixo peso ao nascer e aumento de abortamentos
espontâneos e provocados nas proles de mães com DII ativas. Há maior
comprometimento nas gestações quando todo o cólon estava comprometido na
mãe com RCUI. A DC influenciou o tipo de parto apenas nos casos de doença
perianal extensa, em situações de anastomose íleo-anal e em casos de risco
obstétrico. O tratamento em geral não interfere no prognóstico da gestação,
exceto em algumas situações, como o metrotexate, que é contra-indicado
formalmente na gravidez e na amamentação. Intervenções cirúrgicas não
impedem uma gestação bem sucedida.
Palavras-chave: Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), Gestação,
Fecundidade, Tratamento.
RESUMO
TÍTULO: Perfil de Trabalhadores com Pneumoconiose na Bahia Entre os Anos
de 2007 A 2009.
ALUNA: Tamillys Batista de Figueredo Andrade
ORIENTADORA: Maria Lúcia Ribeiro Rocha
As pneumoconioses são definidas pela Organização Internacional do Trabalho
(OIT) como doenças pulmonares causadas pelo acúmulo de poeira nos
pulmões, com reação tissular secundária à presença destas. Dados
epidemiológicos provindos de vários países mostram que o risco de ocorrência
de pneumoconiose ainda é um problema mundial, tanto nos países
desenvolvidos, quanto nos em desenvolvimento. No Brasil, são agravos
presentes em diversos setores da economia e determinam alterações clinicas
importantes na saúde do indivíduo, tendo em destaque a silicose e asbestose.
Entretanto, ainda são poucos os dados disponíveis sobre as características das
exposições ocupacionais relacionadas ao desenvolvimento destas
pneumopatias. O objetivo foi descrever o perfil dos trabalhadores com
pneumoconiose com registro no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN) entre os anos de 2007 a 2009 e a partir disso calcular a
incidência de pneumoconiose na Bahia, evidenciar os tipos de pneumoconiose
mais freqüentes, observar a correlação entre atividade econômica e ocupação
com a pneumoconiose desenvolvida e verificar o comprometimento da função
pulmonar secundária a esta doença nos trabalhadores estudados. Para isso, foi
realizado um estudo de corte transversal com obtenção de informações a partir
de um banco de dados de acesso público que compõe o SINAN. O perfil dos
trabalhadores foi definido pelas variáveis: faixa etária, sexo, raça, escolaridade,
local de residência, atividade econômica, ocupação, situação no mercado de
trabalho, tipo de poeira exposta, tabagismo, CID da pneumoconiose, métodos
diagnósticos, comprometimento funcional e evolução.Entre os anos de 2007 a
2009 foram notificados dezoito casos de pneumoconiose sendo 72,2% de
Pneumoconiose devida a poeira que contenha sílica (J62). A faixa etária de
maior acometimento foi de 50-64 anos (50%), com predominância no sexo
masculino (94,4%), grau de escolaridade de 5ª a 8ª série incompleta do ensino
fundamental (76,5%), raça parda (57,1%), tabagismo atual ou passado (60%).
O local de residência de maior incidência foi Jacobina (38,9%), a atividade
econômica mais envolvida foi de extração de pedra, areia e argila (26,7%).
Entre os métodos diagnósticos, o mais empregado foi radiografia de tórax
(83,3%) e a evolução dos casos evidenciou incapacidade permanente parcial
em 77%. Os dados avaliados permitiram comparação das pneumoconioses
registradas na Bahia com um banco de dados nacional e a maioria dos
resultados esteve em concordância com outros estudos. A silicose manteve-se
como principal pneumoconiose, seguida da asbestose e as ocupações de risco,
previamente conhecidas, continuam a fornecer casos, refletindo medidas de
prevenção a exposição a poeira ainda ineficientes, seja pela ausência de
implementação das mesmas, seja pela falha em sua execução. Reitera-se,
portanto, que as pneumoconioses são um importante problema de Saúde
Pública na Bahia, com agravos relevantes e, por isso, novos estudos, com
período de avaliação maior, devem ser realizados no intuito de melhor
estabelecer o perfil epidemiológico de acometimento desses trabalhadores,
identificando grupos de risco para a partir desses dados serem criadas
medidas preventivas mais eficazes ou reforçadas as já existentes.
Palavras-chave: Pneumoconioses, Silicose, Asbestose.
RESUMO
TÍTULO: Epidemiologia dos Homicídios Por Arma Branca em Salvador no Ano
de 2010.
ALUNO: Thiago Dantas Matos
ORIENTADOR: Raul Barreto
É cada vez mais presente no cotidiano da sociedade a violência, essa pode ser
analisa de uma forma geral pelo o índice de mortalidade por causas externas.
O Brasil ocupa o quarto lugar nesse índice, em uma escala global, de acordo
com a OMS. O aumento da mortalidade por essa causa foi mais evidencia a
parti da década de 80, tanto no Brasil como na Bahia. Os principais agentes
causadores das mortalidades por causa externas é a arma de fogo e arma
branca. É importante uma análise mais detalhada dessa mortalidade por causa
externa. No presente estudo foi analisado o numero de homicídios por arma
branca na cidade de Salvador, Bahia, no ano de 2010, que deram entrada no
IMLNR. Foi totalizado 186 óbitos por arma branca. A partir desses dados foi
analisado de acordo com o sexo, faixa etária e padrão temporal. Os resultados
obtidos foi que há uma maior incidência de homicídios no sexo masculino com
155 óbitos. A prevalência dos homicídios na faixa etária de 15-39 anos, com
128 óbitos. E os homicídios ocorram com maior freqüência nos meses de
dezembro a março, e nos dias domingo e sábado. Dessa forma foi concluído
no estudo que os homicídios por arma branca no ano de 2010 em Salvador
seguiu um padrão em todos os critérios analisados, o que pode facilitar uma
política de segurança pública para o melhoramento da morbi-mortalidade por
causas externa.
Palavras-chave: Mortalidade por Causas Externas, Homicídios, Arma Branca,
Salvador- BA; Instituto Medico Legal Nina Rodrigues.
RESUMO
TÍTULO: Efeito do Transplante de Células Mononucleares de Medula Óssea Sobre a
Expressão de Interleucina 1Β e Interleucina 10 na Epilepsia Experimental.
ALUNO: Thiago Meneses de Carvalho
ORIENTADOR: Zaquer Suzana Munhoz Costa Ferro
A Epilepsia é uma desordem neurológica que acomete cerca de 50 milhões de
indivíduos no mundo, de causa variável, que pode ser única ou multifatorial, sendo que
as principais decorrem de acidentes vasculares, induções por drogas e traumatismos
crânio-encefálicos. A Epilepsia do Lobo Temporal, uma das 40 formas de apresentação
das crises epilépticas, é a forma mais prevalente das epilepsias refratárias ao
tratamento medicamentoso dentre as epilepsias focais em humanos adultos. A ELT tem
a fase aguda da doença associada a alta incidência de insulto cerebral inicial (Status
Epilépiticus), seguido do período de latência, no qual ocorre a epileptogênese e que
antecede a fase crônica. Baseado em observações clínicas, as crises epilépticas foram
caracterizadas como desencadeadoras de processos inflamatórios agudos, com
presença de citocinas e mediadores inflamatórios, que destacam a possibilidade da
inflamação cerebral ser um fator comum que contribui ou predispõe o ocorrimento de
crises e a excitotoxidade neuronal em seres humanos ou em modelos experimentais. O
insulto do SE causa alterações nas propriedades das células gliais, capazes de
aumentar os níveis de INF-γ, IL-1 (especialmente o IL-1β), IL-2, IL-6, TNF-α, TGF-β,
Receptor para IL-1 (IL-1R). A IL-1β se caracteriza como uma molécula pró-inflamatória,
enquanto que a citocina supressora IL-10 caracteriza-se por ser neuroprotetora, por
reduzir a inflamação. A importância da redução da neuro-inflamação surgiu como uma
hipótese para o tratamento dos cerca de 30% dos pacientes que são resistentes ao uso
do tratamento medicamentoso existente. A redução da inflamação em órgãos lesados já
foi obtida em modelos a partir do uso de células-tronco (CT) em patologias diversas. O
presente estudo avaliou os títulos das citocinas IL-1β e IL-10 produzidas pelo cérebro no
modelo agudo de ELT bem como o efeito do transplante com células tronco de medula
óssea na modulação da produção destas citocinas. Para isso, utilizou-se 42
camundongos Swiss machos, sendo separados 6 animais para o grupo controle, 18
para a indução ao SE e tratamento com solução salina (SE-Salina) e 18 animais foram
destinados ao tratamento com as células mononucleares de medula óssea (SE-CMO).
Os animais do grupo CMO receberam o transplante celular imediatamente após o
bloqueio da SE com Diazepam. Os animais foram sacrificados nos períodos de 12h e
24h e 7 dias após o transplante. Depois foi realizada a quantificação das citocinas IL-1β
e IL-10 por meio de PCR-RT e a análise estatística por meio do software Graph-Pad
Prisma. Os resultados obtidos demonstraram que o houve redução significativa da
expressão do IL-1β no grupo tratado (SE-CMO) quando comparado ao grupo controle,
no decorrer das primeiras 12 horas. Esses níveis mantiveram-se baixos, semelhantes
ao obtidos no grupo controle para os tempos de 24 horas e 7 dias. Os resultados do IL10 apresentaram a elevação acentuada da citocina nos tempos de 12 e 24 horas. A
partir disso, foi concluído que o transplante possui efeito sobre a neuroinflamação aguda
que ocorre durante o SE e reduz a concentração da citocina inflamatória IL-1β e
aumenta a concentração da anti-inflamatória IL-10.
Palavras-chave: Epilepsia, Células-Tronco Mononuclear, Neuro-Inflamação,
Interleucina-1β, Interleucina-10.
RESUMO
TÍTULO: Terapia Com Células Tronco Extraídas de Polpa Dentária no Controle
da Neuropatia Diabética Experimental.
ALUNO: Tiago Farias de Almeida
ORIENTADORA: Cristiane Flora Villarreal
Diabetes é uma doença crônica de grande prevalência e seus efeitos deletérios
envolvem múltiplos órgãos e sistemas; desses, o sistema nervoso periférico
(SNP) é um dos mais importantes. Sabendo que a maioria das drogas
analgésicas disponíveis mostra-se não eficaz no controle da dor neuropática e
que as recentes descobertas sobre células-tronco sugerem a sua utilização
como uma alternativa no tratamento do diabetes, esse trabalho buscou avaliar
o potencial da terapia com células tronco da polpa dentária de camundongos
em modelo experimental de neuropatia diabética. Para isso, o DM foi induzido
em camundongos através da injeção intraperitoneal de Estreptozotocina, uma
droga citotóxica para as células beta pancreáticas. Este estudo aponta que a
terapia com células tronco de polpa dentária de camundongos no modelo
experimental de diabetes e neuropatia diabética, em questão, impede as
alterações metabólicas que levam à redução progressiva do peso nos animais
diabéticos. Conclui também que tal terapia reverte uma das alterações de pior
prognóstico do diabetes mellitus, a dor neuropática. Sugerindo, portanto, que a
terapia celular poderá representar uma inovação no tratamento da dor
neuropática de origem diabética, além de abrir uma ampla perspectiva para o
desenvolvimento de novas pesquisas que elucidem os mecanismos envolvidos
em suas ações terapêuticas.
RESUMO
TÍTULO: Resposta Terapêutica em Pacientes Portadores de Hepatite C
Crônica, Tratados com Interferon Peguilado, Comparada à Resposta de
Pacientes Tratados com Interferon Convencional.
ALUNO: Tiago Silva De Oliveira
ORIENTADORA: Nadia Caldas
Introdução – O vírus da Hepatite C pertence à família Flaviviridae, ao gênero
Hepacivirus, sendo responsável pela infecção de aproximadamente 180
milhões de pessoas no mundo. O curso natural dessa doença é assintomático,
provocando em longo prazo lesão hepática crônica, podendo evoluir para
Cirrose, e em ultimo caso, Hepatocarcinoma, sendo uma das etiologias
principais do transplante hepático. A via de transmissão principal desse vírus é
a parenteral, através do compartilhamento de seringas ou instrumentos
contaminados. O diagnosticado é dado através de teste ELISA 2ª ou 3ª
geração, e caso seja reagente, é feito um exame PCR para confirmação da
carga viral. Mundialmente, o tratamento é feito com a associação de duas
medicações de atividade Antiviral, o IFN Alfa e a Ribavirina, que apresentam
impacto na resposta Virológica Sustentada, ou negativação da carga viral após
06 meses do fim do tratamento. Nem todo paciente consegue responder à
terapia de forma positiva. Hoje em dia o PEG-INF é uma citocina recombinada,
usada no lugar do IFN, e tem apresentado melhoria na RVS desses pacientes.
Objetivos – Investigar na literatura argumentos que provem que o uso do
PEG-IFN é de fato uma melhoria significativa na RVS de pacientes portadores
de Hepatite C Crônica, comparado ao uso do IFN convencional. Método – Foi
realizada uma revisão de literatura em bancos de dados virtuais, livros texto e
periódicos, na língua Inglesa, Portuguesa e Espanhola, buscando por artigos e
informações referentes ao tema, limitados entre os anos de 1999 e 2011.
Discussão – Há pouco mais de dês anos o IFN usado isoladamente era a
única terapia no combate ao vírus C, porém sua eficácia só atingia cerca de 1520% dos pacientes tratados. O uso da RBV associada ao IFN convencional
aumentou essa resposta terapêutica em níveis importantes, passando a
garantir ao doente uma maior probabilidade de alcançar a RVS, cerca de 3540%. Como o IFN convencional é uma droga de picos diários de concentração,
seria necessária a aplicação diária no paciente, para que se alcançassem
níveis ideais da droga no organismo. Porém, isso implicaria em incomodo e
dificuldade de adesão ao tratamento, comprometendo sua eficácia. O PEG-IFN
representou um avanço na molécula dessa citocina, ao garantir que os níveis
da droga fossem mais lentamente absorvidos. Com isso, a aplicação passa a
ser uma vez por semana e não três, diminuindo os efeitos negativos dessa
substancia e representando melhoria significativa em se tratando de RVS
(índices de sucesso terapêutico entre 56-63%). Conclusão – Atualmente a
terapia combinada de PEG-IFN e RBV representa a melhor alternativa para o
tratamento da doença crônica causada pelo HCV, comparada ao tratamento
com IFN e RBV.
Palavras-chave: Hepatite C Crônica, Interferon Peguilado (PEG-IFN),
Interferon Convencional (IFN), Ribavirina (RBV), Resposta Virológica
Sustentada (RVS), Tratamento.
RESUMO
TÍTULO: Prevalência do Perfil Face Longa Entre os Pacientes Submetidos à
Cirurgia Ortognática em uma Clínica de Salvador.
ALUNO: Vítor Vega Porto
ORIENTADORA: Vanessa Álvares de Castro
A alteração facial caracterizada como Padrão Face Longa, decorrente de
defeitos no crescimento e desenvolvimento dos ossos da face, como maxila e
mandíbula, apresenta os seguintes sinais: terço inferior da face aumentado,
incompetência labial, excesso de exposição dos dentes em repouso e
exposição gengival no sorriso. Os pacientes portadores de tal deformidade
cursam com problemas na fonação, deglutição, levando a sintomas digestivos,
alterações nas articulações têmporo-mandibulares, sintomas respiratórios com
quadros de apneia noturna, transtornos do sono e comprometimento estético,
acarretando ainda sintomas psicológicos. O padrão Face Longa é uma
alteração com prognóstico estético e funcional desfavorável, tendo a cirurgia
ortognática como técnica padrão-ouro para sua resolução. A cirurgia
geralmente realizada através de intervenção bimaxilar, com manipulação de
maxila e mandíbula, traz benefícios não alcançados apenas com intervenção
ortodôntica. O predomínio do Perfil Face Longa entre as alterações faciais mais
comumente indicadas à cirurgia ortognática traz a necessidade de se avaliar a
sua prevalência entre os pacientes submetidos a tal cirurgia, inclusive para que
o diagnóstico seja dado precocemente, evitando tratamentos paliativos
ineficazes para os sintomas inespecíficos, típicos do portador da deformidade.
O objetivo do presente estudo foi calcular a prevalência do Perfil Face Longa
entre os pacientes submetidos à cirurgia ortognática em uma clínica privada de
Salvador – Bahia, avaliando ainda a relação da alteração óssea com o gênero,
raça e idade dos pacientes. Esse estudo retrospectivo consistiu na análise de
71 prontuários referentes a todos os pacientes oriundos da clínica Vanessa
Castro que foram operados no período de janeiro a dezembro de 2009,
classificados como Face Longa ou não pela mesma cirurgiã, com o auxílio de
fotografias, radiografias e cefalometrias computadorizadas. Foi observado um
predomínio de 78,87% de pacientes Face Longa entre aqueles submetidos à
cirurgia ortognática no ano de 2009, além de maior prevalência da deformidade
entre pacientes negros e entre os pacientes mais jovens.
Palavras-chave: Face Longa, Cirurgia Ortognática, Prevalência.
.
RESUMO
TÍTULO: Perfil Leucométrico da População em uma Unidade de Saúde de
Salvador.
ALUNA: Vívian Sampaio Silva
ORIENTADOR: Ronald Sergio Pallotta Filho
No nosso país, as diferenças étnicas são indiscutíveis. Por isso a definição de
parâmetros de normalidade para nossa população se faz fundamental e o
presente estudo se propõe a descrever o perfil leucométrico de uma amostra
da população adulta de Salvador. O estudo piloto descritivo e de corte
transversal foi realizado com pacientes do Ambulatório Docente-Assistencial da
Escola Bahiana de Medicina que compareceram para coleta de material com a
finalidade de realizar o hemograma por motivo de consulta de rotina no
laboratório da instituição. Tal fato aumenta a validade dos dados uma vez que
os exames foram realizados com a mesma técnica de coleta e em um único
aparelho. No período de abril de 2011 a maio de 2011 foram incluídos no
estudo e avaliados 19 pacientes. As características desta amostra populacional
estudada foi de pacientes assintomáticos, predominando o sexo feminino numa
proporção de 2:1, a cor parda (auto-referida) com uma idade entre 30 a 65
anos e procedência de Salvador. Com relação às atividades profissionais
nenhum paciente apresentava riscos de exposição a produtos químicos, e
26,3% apresentavam hipertensão arterial sistêmica como co-morbidade. O
tamanho limitado da amostra inviabilizou uma análise mais detalhada de
variáveis como idade, sexo, cor e limitou a inferência de seus resultados A
população estudada sugeriu a presença de valores menores, principalmente no
índice mínimo do intervalo dito como referência quando comparados com os
valores da literatura, em especial quanto ao número de leucócitos totais e
neutrófilos. Embora a amostra de indivíduos estudados tenha sido pequena,
pode-se especular se a influência da etnia negra, que predomina na população
de Salvador, seria a responsável pelos valores inferiores do intervalo de
referência estarem menores no estudo do que os descritos na literatura.Faz-se
necessário dar continuidade ao estudo, para alcance de uma amostra com
maior número e maior diversidade de indivíduos.
Palavras-chave: Leucometria, Leucócitos, Intervalo de Referência, Perfil
Leucométrico.
RESUMO
TÍTULO: Alterações Glicêmicas, Marcadores de Síndrome Metabólica e
Fatores Associados em Crianças e Adolescentes Obesos.
ALUNA: Vanessa Vieira Alves
ORIENTADOR: Ney Boa-Sorte
A obesidade e o sobrepeso em crianças e adolescentes configuraram-se, nos
últimos anos, em epidemia, devida, principalmente, a mudanças nos padrões
de estilo de vida da população, com urbanização, industrialização, consumo de
alimentos ricos em gorduras e carboidratos e sedentarismo. Tal quadro refletese também em alterações importantes no metabolismo das crianças,
favorecendo aparecimento de disfunções orgânicas caracterizando a síndrome
metabólica e alterações glicêmicas, como diabetes mellitus do tipo2. O
presente estudo teve como objetivo avaliar a presença de alterações
glicêmicas e sua associação com marcadores de síndrome metabólica – IMC,
circunferência abdominal, pressão arterial, glicemia, colesterol total e frações,
triglicérides e ácido úrico. Foi realizado estudo de corte transversal, com
avaliação dados de prontuários de 149 crianças e adolescentes atendidos em
um centro especializado da cidade de Salavdor-Bahia. Foi observada
prevalência de 4,7% de glicemia de jejum alterada, embora nenhum caso de
DM2 tenha sido encontrado. Foi significante a correlação entre aumento da
glicemia e avançar da idade, porém foram fracas as associações entre
alteração glicêmica e alterações de outros marcadores de síndrome
metabólica. Tal associação, embora esperada, não é definitiva e fatores como
tempo de obesidade podem influenciar no desenvolvimento de tais alterações.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus Tipo 2, Obesidade, Síndrome Metabólica.
RESUMO
TÍTULO: Descrição das Opções Terapêuticas e dos Critérios Utilizados Para o
Tratamento de Ceratocone pelos Oftalmologistas do Brasil.
ALUNA: Ronald Rocha da Silva
ORIENTADORA: Lívia Maria Nossa Moitinho
Objetivo: Descrever as opções terapêuticas e os critérios utilizados para o
tratamento
de
ceratocone
pelos
oftalmologistas
brasileiros.
Método: Os dados foram coletados através de um questionário aplicado a 69
médicos oftalmologistas no V Congresso Brasileiro da SOBLEC, em abril de
2011. Resultados: Dentre as opções de tratamento existente, 64 (92.7%)
prescrevem óculos com lentes corretivas, 54 (78.3%) LCRGP, 39 (56.5%) LCG,
30 (43.5%) sistema “piggyback”, 4 (5.8%) as lentes híbridas, 36 (52.17%)
realizam a cirurgia de transplante de córnea, 21 (30.4%) crosslinking de
colágeno, 18 (26.08%) implante do anel intraestromal e 3 (4.35%) outras. Dos
critérios assinalados pelos participantes, foi notado que 61 (88.4%) deles
avaliam a acuidade visual, 56 (81.16%) a topografia da córnea, 52 (75.36%) o
exame biomicroscópico, 52 (75.36%) a ceratometria, 52 (73.36%) o grau
evolutivo de gravidade, 50 (72.46%) a idade, 41 (59.42%) o tempo de evolução,
41 (59.42%) o uso prévio de lentes de contato e 35 (50.72%) a opnião do
paciente. Dos 12 médicos que possuem sub-especialidade em córnea, todos
utilizam as LCRGP e 10 (83.33%) realizam o transplante de córnea. E dos 37
oftalmologistas que não possuem nenhum tipo de sub-especialidade, 8
(21.62%) utilizam as LCRGP e 19 (51.35%) realizam a cirurgia de transplante
de córnea. Conclusão: Foi descrito que os tratamentos mais praticados pelos
oftalmologistas foram as prescrições de óculos com lentes corretivas e as
LCRGP para melhorar a acuidade visual. E os 5 critérios mais utilizados para
determinação da conduta terapêutica foram a acuidade visual, o grau evolutivo
de gravidade, idade, ceratometria e opnião do paciente.
Palavras-chave: Ceratocone, Tratamento, Critérios.
RESUMO
TÍTULO: Endocardite Infecciosa: Características de Pacientes Portadores de
Valvulopatia Reumática Crônica Sob Risco ou Com Diagnóstico de Endocardite
Infecciosa Admitidos em Hospital de Referência em Cardiologia em Salvador
Bahia.
ALUNA: Karilena Fernandes Souza
ORIENTADORA: Marta Silva Menezes
Introdução: A endocardite infecciosa (EI) é uma grave afecção cardíaca que, se
não tratada, apresenta prognóstico sombrio. A maioria dos indivíduos acometidos
com EI apresenta doença cardíaca estrutural, valvopatia corrigida com prótese,
antecedente de EI ou são usuários de drogas intravenosas. O declínio da febre
reumática em países desenvolvidos promoveu modificação no perfil dos pacientes
acometidos pela EI, porém em nosso meio, em especial em populações de baixa
renda, ainda verifica-se elevado número de pacientes portadores de valvulopatia
reumática crônica (VRC) ou com próteses valvares sendo esses os principais alvos
dessa complicação infecciosa. Trata-se, pois de condição de elevada morbidade e
letalidade, e a proposta de aplicação de profilaxia efetiva é considerada de extrema
importância. Objetivos: Descrever o perfil sócio-demográfico e clínico, bem como o
conhecimento dos pacientes portadores de valvulopatia reumática crônica ou com
diagnóstico de EI sobre sua doença e medidas de profilaxia para EI. E ainda
identificar demais fatores de risco para EI nesta população. Pacientes e métodos:
Estudo descritivo. Realizada entrevista e anotação de dados de prontuário de
pacientes admitidos, em hospital de referência em cardiologia na cidade de
Salvador- BA, no período de novembro/2010 a maio/2011. Utilizado formulário
padronizado, avaliado o perfil demográfico, clínico e exames complementares, cuja
análise estatística foi feita através do programa SPSS. Resultados: A amostra do
estudo foi composta por 50 pacientes. A média de idade foi 37,56 anos, sendo 18
anos a idade mínima e 72 anos a máxima (dp : ± 13,389). Houve predomínio do
sexo feminino 33(66%) sobre o sexo masculino 17 (34%). Quanto à escolaridade, 3
(6,0%) eram analfabetos; 21 (47,7%) dos pacientes tinham primeiro grau
incompleto; 13 (26%) tinham o segundo grau completo; 7 (14%) tinham o segundo
grau incompleto; 3 (6%) referiam ter o terceiro grau completo e 1 (2%) era pósgraduado. Em relação à renda, 18 (39,1%) entrevistados recebiam menos de 1
salário mínimo; 25 (55,3%) diziam receber entre um e dois salários mínimos
mensais e 3 (6,5%) não souberam informar. Dos pacientes incluídos no estudo 13
(26%) tinham diagnóstico de EI. Em relação ao nível de conhecimento sobre a
Endocardite infecciosa, 44 (88%) não sabem o que é a doença, enquanto 6 (12%)
afirmam ter algum conhecimento sobre EI. 49 (98%) desconhecem medidas de
prevenção para EI e 1 (2%) diz saber acerca do tema. Conclusão: A idade
economicamente produtiva continua sendo a mais acometida tanto por VRC quanto
pela EI. De modo geral, os pacientes desconhecem a gravidade da sua condição
de saúde e também não sabem como evitar a progressão da doença. Desse modo,
são indispensáveis novas ações educativas de saúde no intuito de estimular esses
pacientes a realizarem medidas profiláticas simples como adequada higiene oral e
consultas odontológicas periódicas, o que poderia representar uma melhora no
prognóstico dessa grave afecção que é a EI. Todavia, é necessária a ampliação da
amostra com a finalidade de melhor comparar a realidade do paciente do país
subdesenvolvido com o de outras nações, sobretudo aquelas responsáveis pela
publicação dos guidelines de saúde.
Palavras-chave: Endocardite Infecciosa, Valva Protética, Prótese Valvar, Perfil
Clínico, Endocardite Bacteriana, Profilaxia.
RESUMO
TÍTULO: Febre Reumática: Causas de Não Aderência a Profilaxia Secundária.
ALUNO: Vitor Maia Teles Ruffini
ORIENTADOR: Marta Silva Menezes
A valvulopatia reumática crônica é uma condição frequente em países em
desenvolvimento, comprometendo uma população jovem e produtiva. Apesar
da efetividade, a profilaxia secundária para a febre reumática tem baixa
aderência. O objetivo deste trabalho é descrever as possíveis causas de não
aderência à profilaxia secundária para febre reumática em pacientes
portadores de valvulopatia reumática crônica, admitidos em hospital de
referência em cardiologia. Trata-se de um estudo transversal, com análise
descritiva de dados colhidos em entrevistas e prontuários. Foram incluídos
pacientes portadores de cardiopatia reumática crônica admitidos em hospital de
referência em cardiologia na cidade de Salvador-BA, de dezembro de 2010 a
março de 2011. A amostra foi composta por 47 pacientes. A idade média dos
pacientes foi de 36,94 anos ±13,04), com predominância feminina 70,2%
(n=33), não-brancos 89,3% (n=42) e primeiro grau incompleto 46,8% (n=22). A
maioria dos pacientes (61,6%) não estava trabalhando, sendo que 34% (n=16)
referiam estar afastado da sua atividade profissional em decorrência da
doença. Dentre os pacientes, 80,9% (n=38) referiam não ser aderentes à
profilaxia. Como causas de não-aderência, foram referidas por 60,5% (n=23)
dos pacientes causas relacionadas ao comportamento do paciente, por 52,6%
(n=20) causas relacionadas ao diagnóstico ou orientação prévios e por 36,8%
(n=14) causas associadas ao sistema de saúde. Concluímos que apesar de se
tratar de doença com possibilidade de profilaxia de baixo custo, ainda
verificamos número elevado de pacientes com formas graves de valvulopatia
reumática crônica sem uso regular dessa prevenção, sendo necessária a
implementação de medidas visando melhor aderência à profilaxia.
Palavras-chave: Febre Reumática, Profilaxia, Aderência.
RESUMO
TÍTULO: Ferritina Sérica e Perfil Hepático em Portadores de Anemia
Falciforme Infectados Pelo Vírus da Hepatite C.
ALUNA: Aline dos Reis Ferreira
ORIENTADOR: Luciano Kalabric Silva
A infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) acomete 170 milhões de indivíduos
ao redor do mundo e pode levar a hepatite crônica, cirrose e carcinoma
hepatocelular. A anemia falciforme é a doença hereditária monogênica mais
comum no Brasil, e está presente em um a cada mil recém-nascidos vivos.
Muitos portadores de anemia falciforme se infectaram com o VHC, através de
transfusões sanguíneas antes da triagem sorológica nos bancos de sangue,
implantada a partir de 1993. Ambas as doenças e o histórico de transfusões
sanguíneas podem levar ao acúmulo de ferro hepático. Necessita-se de
métodos não-invasivos confiáveis para estimativa do dano hepático nestes
pacientes. O objetivo deste estudo foi comparar níveis de ferritina sérica e
testes de função hepática em portadores de anemia falciforme infectados e nãoinfectados pelo VHC, para avaliar o dano hepático causado por este vírus.
Trata-se de um estudo de corte transversal, realizado a partir da revisão de
prontuários dos pacientes com anemia falciforme acompanhados na HEMOBA
nos últimos dois anos. Foram coletados dados de sorologias, transfusões
sanguíneas e exames laboratoriais de cinética do ferro e função hepática
realizados durante este período. O registro e a análise dos dados foram feitos
no programa EpiInfo, versão 3.5.2. Foram revisados 574 prontuários, entre
agosto de 2009 e agosto de 2010. Houve distribuição equivalente dos pacientes
quanto ao sexo e a idade média foi de 21,2 (±13,1) anos. A positividade para o
anti-VHC foi de 6,6% e a infecção esteve presente em 3,7% dos pacientes
(HCV-RNA positivo), sendo que 76,2% destes apresentaram genótipo viral tipo
1. A positividade para as sorologias foi significativamente mais prevalente entre
os indivíduos maiores de 17 anos e o risco de adquirir o VHC diminuiu na era
pós-triagem sorológica. No total dos pacientes, as médias dos níveis de TGO,
LDH, fosfatase alcalina, bilirrubinas, reticulócitos, e ferritina estiveram acima do
valor de referência. A média de ferritina elevada não foi estatisticamente
relacionada com a infecção pelo VHC. Níveis muito elevados de ferritina se
relacionaram com a alteração de albumina e TGP, os quais foram bons
indicadores de lesão hepática em indivíduos portadores de anemia falciforme
infectados pelo VHC. Pacientes que receberam transfusões sanguíneas nos
últimos 12 meses apresentaram média de ferritina de 778,59 (±895,46)µg/dL,
que foi muito mais elevada que entre os que não receberam transfusões,
366,75 (±421,39)µg/dL (p<0,001). Diversos exames laboratoriais estiveram
alterados nos indivíduos portadores de anemia falciforme e a positividade ao
anti-VHC agravou estes resultados. A ferritina foi um bom marcador de
sobrecarga de ferro pós-transfusional nestes indivíduos.
RESUMO
TÍTULO: Conduta Terapêutica em Pacientes com Cardiopatia Chagásica
Crônica.
ALUNA: Zilma Régia de Souza Barreto
ORIENTADOR: Joel Alves Pinho Filho
Introdução: A doença de Chagas é uma enfermidade potencialmente fatal
causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi (T. cruzi) e é considerada um
importante problema de saúde pública no continente sul-americano. Estima-se
que mais de 25 milhões de pessoas encontram-se sob risco de ser infectado e
cerca de 10 milhões são portadores da doença. A fase aguda é geralmente
assintomática, podendo cursar como uma doença febril auto-limitada. O
envolvimento cardíaco é o principal responsável pela elevada morbimortalidade
da doença. O acometimento cardíaco na fase crônica da doença inclui amplo
espectro de manifestações, que vai desde a presença de anormalidades
silenciosas até formas graves, como a insuficiência cardíaca (IC) refratária ou a
morte súbita. No Brasil, a cardiomiopatia chagásica crônica (CCC) é um dos
principais contribuintes do quadro nosológico da IC. Esses pacientes evoluem
com pior prognóstico em comparação com indivíduos portadores de IC de outra
etiologia. Apesar da grande importância clínico-epidemiológica da CCC, as
definições de abordagens terapêuticas referentes ao cuidado desses pacientes
são, habitualmente, derivadas da transposição de conhecimentos adquiridos
em outras cardiopatias. Objetivo: Revisar as principais abordagens
terapêuticas nos pacientes portadores de CCC. Metodologia: Foi realizada
uma revisão bibliográfica da literatura nacional e internacional visando aspectos
dos tratamentos clássicos e emergentes da CCC. Como fontes de pesquisa,
foram utilizados os bancos de dados eletrônicos do Pubmed, Lilacs e Scielo,
além de revistas virtuais e livros texto. Foram selecionados os trabalhos que
avaliaram estratégias terapêuticas que melhoraram a abordagem da doença.
Discussão: Nas últimas décadas, várias opções terapêuticas vêm sendo
desenvolvidas ou aprimoradas para retardar o progresso da disfunção cardíaca
em pacientes com cardiomiopatia chagásica crônica. Ainda não há consenso
quanto ao uso de drogas tripanocidas na CCC e os tratamentos antiarrítmicos e
tromboembólicos devem ser individualizados. O uso de marcapasso e
cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) tem sido adotado com sucesso na
prevenção de morte súbita nesses pacientes. Diversos fármacos utilizados na
insuficiência cardíaca têm demonstrado benefícios no tratamento da CCC. A
terapia celular tem se mostrado como método promissor na regeneração de
lesões cardíacas. Além disso, terapias imunológicas têm atuado juntamente
com tais técnicas, potencializando seus efeitos. O transplante cardíaco é outra
alternativa no tratamento da cardiopatia chagásica avançada. Conclusão: A
abordagem terapêutica varia conforme a apresentação clínica do paciente,
sendo desafiante identificar o melhor esquema para um determinado paciente.
Incluem-se como prioridade para pesquisas futuras a avaliação da segurança e
eficácia dos tratamentos não-convencionais, como uso de drogas tripanocidas,
CDI, imunoterapia e terapia com células-tronco na CCC. Sendo assim, ensaios
clínicos randomizados são claramente justificados para responder a estas
importantes perguntas.
Palavras-chave: Doença de Chagas, Cardiomiopatia, Chagásica, Crônica e
Tratamento.