UESB CONTEXTUALIZAÇÃO DO USO DE HERBICIDAS EM LAVOURAS DE CAFÉ NO MUNICÍPIO DE PLANALTO – BA VIVALDO RIBEIRO DOS SANTOS FILHO VITÓRIA DA CONQUISTA - BA 2013 VIVALDO RIBEIRO DOS SANTOS FILHO CONTEXTUALIZAÇÃO DO USO DE HERBICIDAS EM LAVOURAS CAFEEIRAS NO MUNICÍPIO DE PLANALTO - BA Monografia apresentada à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação Lato sensu em Gestão da Cadeia Produtiva do Café com Ênfase em Sustentabilidade, para obtenção do título de “Especialista”. Orientador: Pesq. M.Sc. Gabriel Fernandes Pinto Ferreira VITÓRIA DA CONQUISTA - BA 2013 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho de conclusão do curso em Gestão da Cadeia Produtiva do Café, com Ênfase em Sustentabilidade aos meus pais Vivaldo Ribeiro dos Santos e Gizélia Silva Santos, aos meus irmãos: Givaldo Silva, Cleide Jane, Lucia Márcia e Waguina, que estiveram presentes ao meu lado em todos os momentos de dificuldades, me apoiando e me fortalecendo diante de todas as adversidades desta e de outras caminhadas. Com muito amor, dedico também este trabalho a minha esposa Aline Lima, pelo incentivo e cooperação em todas as etapas deste curso, como também a minha filhinha Gabriela, que foi o meu suprimento de energia na busca de novos conhecimentos. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele, nada seria possível na minha vida. À minha família que sempre esteve ao meu lado, me fortalecendo e me passando confiança para que eu buscasse os meus adjetivos. Em especial à minha colega de trabalho e de curso Zorai Santana, que esteve ao meu lado na confecção de algumas etapas deste trabalho. Aos Engenheiros Agrônomos e amigos, Alan Oliveira e Henrique Curvelo que foram parceiros em todo o curso. A todos os meus amigos, e todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para realização desse sonho. RESUMO SANTOS FILHO, V. R. dos. Contextualização do uso de herbicidas em lavouras de café no município de Planalto – BA. Vitória da Conquista - BA: UESB, 2013. 39p. (Monografia – Especialização Lato sensu em Gestão da Cadeia Produtiva do Café com Ênfase em Sustentabilidade) O controle de plantas daninhas é uma prática de manejo de elevada importância para a cafeicultura. Atualmente, um dos métodos mais utilizados para controlar essas plantas é o químico, representado pelo uso de herbicidas. Entretanto, seu emprego deve ser realizado seguindo-se critérios técnicos de recomendação para obtenção de resultados satisfatórios, além de evitar a contaminação ambiental e intoxicação humana, visto tais produtos se tratarem de agrotóxicos. O objetivo deste trabalho foi, portanto, avaliar a contextualização do uso de herbicidas em lavouras de café de diferentes regiões produtoras do município de Planalto, Estado da Bahia. A metodologia utilizada para tanto consistiu na aplicação de um questionário, contendo 10 (dez) questões objetivas, a 30 (trinta) cafeicultores das regiões de Baixa do Lico, Barra do Rio, Parafuso, Baixa do Facão, Laginha e Queimadas. Os dados obtidos nos questionários aplicados foram interpretados determinando-se as frequências (%) com que os mesmos ocorreram nas respostas. Conforme o resultado observou-se com evidência que a maioria dos cafeicultores tem mais de 50 anos de idade e apresentam baixo nível de escolaridade. A maioria deles utiliza herbicidas em suas lavouras de café, mas relatam que não verificam o período de carência do produto e que nunca sentiram sintomas de intoxicação pelo uso desses agrotóxicos, mesmo utilizando equipamentos de proteção individual (EPI), porém incompletos. Alguns resultados também se destacam de forma negativa, como exemplo a compra de herbicidas que é realizada sem receituário agronômico, o armazenamento desses produtos que é feito em galpões sem procedimentos específicos, a não realização da tríplice lavagem nas embalagens e a não destinação final adequada dessas embalagens. De posse dessas informações é possível estabelecer ações prioritárias para orientação sobre o uso de herbicidas de forma adequada aos cafeicultores da região do respectivo estudo. Palavras-chave: Coffea arabica, agrotóxicos, manejo integrado, sustentabilidade. Orientador: Gabriel Fernandes Pinto Ferreira, M.Sc., EBDA. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10 2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 12 2.1 Cafeicultura na Bahia ................................................................................................... 12 2.2 Manejo de plantas daninhas na cafeicultura ................................................................. 14 2.3 Uso de herbicidas na cultura do café ............................................................................ 16 3 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................. 19 3.1 Tipo de estudo .............................................................................................................. 19 3.2 Local do estudo ............................................................................................................. 19 3.3 Participantes da pesquisa .............................................................................................. 19 3.4 Metodologia de coleta dos dados ................................................................................. 20 3.5 Análises dos dados ....................................................................................................... 20 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................... 21 4.1 Contextualização da faixa etária dos cafeicultores entrevistados 21 4.2 Contextualização do nível de escolaridade dos cafeicultores entrevistados ..................................... 21 4.3 Contextualização da utilização de herbicidas nas lavouras de café ..................... 22 4.4 Contextualização da verificação do período de carência dos herbicidas .................................. 23 4.5 Contextualização de cafeicultores que já sentiram sintomas de intoxicações .......................... 24 4.6 Contextualização da utilização de equipamento de proteção individual – EPI .................. ................... 24 4.7 Contextualização da aquisição de herbicidas ................ 25 4.8 Contextualização do armazenamento de herbicidas nas propriedades cafeeiras ................................................................... 26 4.9 Contextualização da realização da tríplice lavagem das embalagens de herbicidas .............. 28 4.10 ........Contextualização da destinação final das embalagens de herbicidas 28 5............................. CONCLUSÕES................................................................................................................ 31 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 32 APÊNDICE ........................................................................................................................ 35 ANEXO A .......................................................................................................................... 38 ANEXO B .......................................................................................................................... 39 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Mapa da região Sudoeste da Bahia ..................................................................... 13 Figura 2. Mapa do município de Planalto – Bahia ............................................................. 14 Figura 3. Embalagens de herbicidas encontradas em lavouras de café .............................. 30 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Número de produtores entrevistados por região no município de Planalto - BA Tabela 2. Contextualização (%) da faixa etária dos cafeicultores entrevistados no município de Planalto – BA................................................................................................. .................................................................................................................... Tabela 3. Contextualização (%) do nível de escolaridade dos cafeicultores entrevistados no município de Planalto – BA ........................................................................................... 19 21 22 Tabela 4. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam herbicidas nas lavouras de café no município de Planalto - BA..................................................................................... 22 Tabela 5. Contextualização (%) de cafeicultores que verificam o período de carência dos herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto - BA .................................. 23 Tabela 6. Contextualização (%) de cafeicultores que já sentiram sintomas de intoxicações com o uso de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto – BA........................................................................................................................................ Tabela 7. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam equipamento de proteção individual - EPI nas lavouras de café do município de Planalto - BA ................................ Tabela 8. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam o receituário agronômico para aquisição de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto – BA........................................................................................................................................ 24 25 25 Tabela 9. Contextualização (%) do tipo de armazenamento de herbicidas nas propriedades cafeeiras do município de Planalto - BA ....................................................... 26 Tabela 10. Contextualização (%) dos cafeicultores que realizam a tríplice lavagem das embalagens rígidas de herbicidas utilizadas nas lavouras de café no município de Planalto – BA ...................................................................................................................... 28 Tabela 11. Freqüência (%) da destinação final dada às embalagens de herbicidas pelos cafeicultores entrevistados no município de Planalto - BA ............................................... 28 LISTA DE ABREVIATURAS AGROFIT Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários ANDEF Associação Nacional de Defesa Vegetal BHC Benzenohexacloreto CONAB Companhia Nacional de Abastecimento CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CONFEA Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CREA Conselho Regional de Engenharia, Agronomia e Arquitetura DDT Dicloro – difenil – Tricloroetano DL50 Dose Letal Média – 50% EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EPI Equipamento de Proteção Individual EUA Estados Unidos da América IBC Instituto Brasileiro do Café OMS Organização Mundial da Saúde PND Plano Nacional de Desenvolvimento PRRC Plano de Renovação e Revigoramento de Cafezais SEAGRI Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia SEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia SINDAG Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola 1 INTRODUÇÃO A cultura do café apresenta elevada importância econômica e social para o Brasil, pois proporciona a geração de renda e emprego para grande número de trabalhadores (CAIXETA et al., 2008). Atualmente, o País é considerado o maior produtor e exportador mundial desse produto. A produção nacional na safra 2012 foi de aproximadamente 50,8 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado, das espécies das espécies Coffea arabica L. (café arábica) e C. canephora Pierre (café conillon) (CONAB, 2012). Diante da relevância dessa cultura para o Brasil, verifica-se a necessidade da adoção de práticas sustentáveis que garantam a produtividade da cultura cafeeira em longo prazo. Sabe-se que a sustentabilidade na cafeicultura está diretamente relacionada aos impactos econômicos, sociais e ambientais provocados pela utilização de práticas agrícolas adequadas. Dentre as principais práticas de manejo adotadas nas lavouras de café destaca-se o controle de plantas daninhas, visto que o cafeeiro é uma planta bastante sensível à competição, normalmente imposta por essas plantas, que competem por água, luz e nutrientes, ocasionando efeitos adversos significativos na produção. Neste contexto, para minimizar os efeitos dos danos ocasionados pela interferência das plantas daninhas ao cafeeiro torna-se fundamental controlá-las. O controle dessas plantas em lavouras cafeeiras pode ser feito através de diversos métodos, dentre eles destacam-se os mecânicos, os físicos, os culturais, os químicos e os métodos considerados integrados (ALCÂNTARA; SILVA, 2010) que consistem no uso de técnicas conjuntas que promovem o controle e a redução dessas plantas daninhas (FONTES et al., 2003). Atualmente, um dos métodos de controle predominantes em lavouras cafeeiras é o químico, representado pelo uso de herbicidas, que apresenta como principais vantagens a economia de mão-de-obra, a praticidade de aplicação, a rapidez de ação, a relação custo/benefício e o não revolvimento do solo. Entretanto, há de se considerar também que seu emprego inadequado pode ocasionar problemas como a contaminação ambiental, a intoxicação humana e o próprio surgimento de plantas resistentes. A maioria dos estudos de percepção de risco no trabalho rural no Brasil foi realizado com grupos produtores rurais da agricultura familiar. Esse grupo de trabalhadores está mais vulnerável aos problemas gerados nas relações entre a saúde, o trabalho e o ambiente. Isso se deve a carência na assistência técnica oferecida a estes indivíduos; ao fato de estarem expostos ininterruptamente aos efeitos nocivos destes agentes e a dificuldade no entendimento 10 das informações disponíveis sobre saúde e segurança relacionadas ao uso de agrotóxicos na agricultura (GREGOLIS et al., 2012). Assim, objetivou-se com este trabalho verificar a contextualização do uso de herbicidas em lavouras cafeeiras no município de Planalto, Estado da Bahia, com vistas a subsidiar formas de manejo adequado do uso destes produtos. 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Cafeicultura na Bahia A cafeicultura teve início na Bahia a partir da década de 70, notadamente no período que vai de 1975 a 1980, a partir do Plano de Renovação e Revigoramento de Cafezais – PRRC (OLIVEIRA et al., 2007), proposto pelo extinto Instituto Brasileiro do Café - IBC (DUTRA NETO, 2004). A partir de então o Estado passou a fazer parte do cenário da cafeicultura comercial brasileira, recebendo financiamentos governamentais para o plantio desta cultura (OLIVEIRA et al., 2007). A Bahia possui um parque cafeeiro expressivo (FERNANDES, 2011) sendo atualmente o quarto maior produtor nacional de café, tendo produzido na safra de 2012 aproximadamente 2,14 milhões de sacas de 60 Kg de café beneficiado o que correspondeu a 4,23% da produção nacional. A área cultivada é de 146.543 hectares, sendo que 8.330 ha correspondem às áreas de café em formação e 138.213 ha as áreas em produção (CONAB, 2012). As principais regiões produtoras da Bahia são o Oeste e o Planalto, onde são cultivados café arábica (C. arabica L.) e a regiões Sul e Extremo Sul onde cultivam-se café conillon (C. canephora Pierre). Na região do Planalto estão localizadas as sub-regiões de Vitória da Conquista, da Chapada Diamantina e de Itiruçu/Vale do Jiquiriçá/Brejões (FERNANDES, 2011). Na região do Planalto de Vitória da Conquista, onde se cultiva café arábica, encontram-se doze municípios produtores: Vitória da Conquista; Barra do Choça; Poções; Planalto; Encruzilhada; Ribeirão do Largo; Itambé; Caatiba; Iguaí; Nova Canaã; Boa Nova e Ibicuí. O total das áreas cultivadas com C. arabica, nessa região, é de aproximadamente 50 mil hectares (DUTRA NETO, 2004). Nesta região estão localizados os mais antigos cafezais do Estado (BLISKA et al., 2009). Na região Sudoeste da Bahia está localizado o município de Planalto (Figura 1) que está situado numa área de transição entre a zona da mata e o semiárido, com pluviosidade média anual em torno de 750 mm e altas temperaturas durante o verão. No inverno as temperaturas são amenas, atingindo 10ºC. A economia agropecuária do município baseia-se na produção de café, feijão, milho, mandioca e hortifrutigranjeiros assim como a bovinocultura de corte e leite e a caprinocultura (SOARES, 2011). Verifica-se, portanto, que a produção de café é importante para o desenvolvimento socioeconômico do município, visto que, segundo afirma Oliveira et al. (2007), a cafeicultura 12 no Estado da Bahia contribuiu para a fixação do homem no campo e a geração de emprego e renda. O município de Planalto (Figura 2) se formou a partir de uma antiga fazenda pertencente ao município de Poções onde aos poucos foi se formando um ponto de encontro para o comercio de produtos diversos. A partir daí, formou-se o arraial do Peri-Peri que cresceu progressivamente até que em 1962 foi emancipado do município de Poções denominando-se Planalto. Essa nomenclatura se deu em função das características do relevo local (PMP, 2013). Figura 1. Mapa da Região Sudoeste da Bahia, onde se encontra o município de Planalto. Fonte: http://www.a-bahia.com (2013). 13 Figura 2. Mapa município de Planalto - BA. Fonte: http://www.planalto.ba.gov.br (2013). De maneira geral, a cadeia produtiva do café na Bahia se caracteriza pela elevada competitividade (FERNANDES, 2011). O acirramento dessa competição está exigindo do cafeicultor maior eficiência e esta será a condição para se manter na atividade. A competitividade pode ser obtida pela adequada produtividade dos cafezais cultivados, pela qualidade do produto, bem como pela comercialização eficiente (CAIXETA et al., 2008). Assim, as práticas de manejo adotadas devem ser economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis. Neste sentido, o controle de plantas daninhas se insere como uma das principais estratégias para manutenção de uma lavoura cafeeira produtiva. 2.2 Manejo de plantas daninhas na cafeicultura O cultivo do café está sujeito a uma série de fatores que podem afetar o seu desenvolvimento e produção. Dentre esses fatores, destaca-se a interferência das plantas daninhas que competem por luz, nutrientes e água, produzem efeitos alelopáticos (DIAS et al., 2005), e interferirem em práticas culturais, como fertilizações, controle de pragas e doenças e na colheita (SILVA et al., 2006). Quando em um mesmo espaço se desenvolvem plantas daninhas e cultura agrícola, estabelece-se a competição. A competição entre as plantas infestantes e a cultura tem efeitos negativos sobre as duas, porém, a espécie daninha quase sempre supera a cultivada (FIALHO, 2010). 14 A interferência causada pelas plantas daninhas resulta na diminuição do teor de nutrientes nas folhas, menor crescimento e, consequentemente, menor produção do cafeeiro. Todavia, o manejo eficiente e econômico das plantas daninhas constitui fator imprescindível para a viabilização da cafeicultura, sendo de extrema importância o conhecimento do comportamento, biologia e mecanismos de interferência entre plantas daninhas e cultura (PIVA, 2008). Em resposta à competição, podem ocorrer alterações na partição de matéria seca, com mudanças morfológicas na planta, como reduções na proporção de matéria seca de raízes em relação à parte aérea, na fase inicial de desenvolvimento da cultura. Essa é uma tentativa da planta em investir em determinado compartimento devido a maior carência de recurso (FIALHO, 2010). O cafeeiro, por ser uma cultura bastante sensível a mato-competição, requer um sistema de manejo de plantas daninhas bastante eficiente, e que preserve o potencial produtivo dos solos (ALCÂNTARA; FERREIRA, 2009). Embora estas plantas sejam altamente competitivas com as culturas, quando manejadas de forma adequada, podem promover uma cobertura sobre o solo que previne danos causados pela erosão hídrica e melhora o ambiente radicular por meio da decomposição dos seus restos vegetais (CHAVES et al., 2011). A competição pode causar prejuízos ao desenvolvimento das plantas cultivadas e dificultar os tratos culturais. Para diminuir os danos causados pela interferência de plantas daninhas, é necessária a adoção de métodos de controle eficientes (MARTINS, 2012). O controle de plantas daninhas consiste na adoção de práticas que resultam na redução da infestação. Assim, é necessária a adoção de dois ou mais métodos de controle, constituindo o controle integrado (LORENZI, 2006). Os métodos usuais de controle de plantas daninhas são os mais variados possíveis, abrangendo desde o arranque das plantas com as mãos até o uso de equipamentos sofisticados de micro-ondas para exterminar as sementes no solo. Os métodos de controle podem ser: preventivo, cultural, mecânico ou físico, biológico e químico (SILVA et al., 2001). O controle preventivo consiste no uso de práticas que visam prevenir a introdução de plantas daninhas em áreas livres da presença das mesmas. O controle cultural prevê práticas como rotação de culturas e uso de cobertura verde. O controle mecânico é feito com praticas de eliminação de ervas por meio de efeito físico-mecânico (máquinas para roçagem). No controle biológico, são utilizados inimigos naturais (LORENZI, 2006). Um controle ideal seria aquele que, economicamente, eliminasse os prejuízos causados pelas plantas daninhas e não causasse danos às mudas de cafeeiro. Então é preciso ressaltar 15 que as operações de controle químico não dispensam, mas facilitam o manejo integrado de plantas daninhas (PIVA, 2008). Métodos inadequados e repetitivos de controle das plantas daninhas podem comprometer a sustentabilidade da cafeicultura, ocorrendo impactos negativos à lavoura. A convivência do café com as plantas daninhas é possível através do manejo integrado. O manejo integrado envolve diferentes práticas de controle das plantas daninhas, visando a convivência da cultura com estas espécies, conservação do solo, redução dos custos de produção e menos impacto ambiental (SANTOS et al., 2011). 2.3 Uso de herbicidas na cultura do café Devido a sua importância, o controle das plantas daninhas é indispensável ao bom crescimento e desenvolvimento da cultura do café e à produção de grãos. O controle das plantas daninhas por meio da utilização de herbicidas tem expandido de forma considerável por este ser um método rápido, eficiente e economicamente viável. A escolha do herbicida a ser aplicado depende das características do produto, do solo, do clima e da sua persistência no ambiente (MARTINS, 2012). De acordo com a Lei nº 7.802/89 os herbicidas são classificados como agrotóxicos e, portanto, a venda aos usuários será feita através de receituário próprio, prescrito por profissionais, Engenheiros Agrônomos e Engenheiros Florestais, legalmente habilitados. O desenvolvimento acelerado da agricultura tem aumentado à necessidade do uso de herbicidas. O uso desses produtos tornou-se uma prática habitual devido à dificuldade de se encontrar mão-de-obra, no momento preciso e na quantidade necessária, além da eficiência e economicidade do controle químico (SILVA et al., 2001). Os resultados evidenciam ainda, que não basta a adoção de uma prática de manejo tecnicamente comprovada, faz-se também necessária uma avaliação econômica dessas praticas (ALCÂNTARA et al., 2009). O uso de herbicida pré-emergentes para o controle de planta daninha nas entrelinhas é o tratamento que traz o maior rendimento técnico e a melhor resposta em valores econômicos. Muitos cafeicultores utilizam herbicidas não seletivos, como o glyphosate, empregados em aplicações dirigidas, a fim de tornar o processo mais econômico. Para a eficiência da aplicação desse herbicida, há necessidade de equipamentos e técnicas apropriadas que evitem o contato das gotas pulverizadas com as plantas de café. Utilizam-se, para esse fim, barreiras físicas, pontas com indução de ar, adição de óleo vegetal à calda de 16 pulverização, além de cuidados com a pressão de trabalho, altura da barra, velocidade de operação e do vento. Contudo, apesar de todos os cuidados com a tecnologia de aplicação, são constatados casos de intoxicação em lavouras de cafeeiro devido à deriva acidental do produto (FRANÇA et al., 2013). Os herbicidas podem ser agrupados por atividade, uso, modo de ação, grupo químico ou tipo de vegetação controlada. O modo de ação dos herbicidas pode ser através do xilema da planta, após absorção pela raiz (herbicidas sistêmicos) ou pela absorção das folhas (herbicidas de contato). Seu uso pode ser pré-emergente (aplicado antes do plantio) ou pósemergente (aplicado após a germinação). O mecanismo de ação pode ser através de inibidores da acetil-coenzima A-carboxilase; inibidores da acetolacto-sintase; inibidores da enolpiruvilshikimato 3-fosfate-sintase; auxina sintética e inibidores do fotossistema. O herbicida é uma ferramenta fundamental no controle de plantas daninhas, porém deve ser utilizado dentro de um programa de manejo integrado de plantas daninhas (MIPD), um sistema que utiliza mais de uma técnica, que não se baseia unicamente em critérios de eficácia e rentabilidade e requer planejamento a longo prazo, visando resultados com o mínimo de impacto no ambiente (WERLANG, 2005). O grupo químico dos herbicidas registrados no Brasil para aplicação nas lavouras de café estão descritos no Quadro 1. 17 Quadro 1. Herbicidas recomendados para a cultura do café Nome Comum Grupo Químico Classe(s) acetocloro cloroacetanilida Herbicida alacloro cloroacetanilida Herbicida ametrina triazina Herbicida carfentrazona-etílica triazolona Herbicida cianazina triazina Herbicida cletodim oxima ciclohexanodiona Herbicida Dibrometo de diquate bipiridílio Herbicida Dicloreto de paraquate bipiridílio Herbicida diurom uréia Herbicida flazasulfurom sulfoniluréia Herbicida fluazifope-P-butílico ácido ariloxifenoxipropiônico Herbicida flumioxazina ciclohexenodicarboximida Herbicida glifosato glicina substituída Herbicida glifosato-sal de isopropilamina glicina substituída Herbicida glifosato-sal de potássio glicina substituída Herbicida Glufosinato - sal de amônio homoalanina substituída Herbicida metribuzim triazinona Herbicida MSMA organoarsênico Herbicida orizalina dinitroanilina Herbicida oxifluorfem éter difenílico Herbicida Paraquate bipiridílio Herbicida pendimetalina dinitroanilina Herbicida simazina triazina Herbicida sulfentrazona triazolona Herbicida sulfosato glicina substituída Herbicida 2,4-D ácido ariloxialcanóico Herbicida Fonte: AGROFIT, 2013. Herbicidas como glyphosate, paraquat e 2-4 D têm sido largamente empregados no controle de plantas daninhas na cultura do café (RODRIGUES et al., 2003). 18 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Tipo de estudo O presente estudo classifica-se como pesquisa quantitativa, visto que busca demonstrar a contextualização do uso de herbicidas por cafeicultores do município de Planalto-BA. 3.2 Local do estudo Este estudo foi desenvolvido em trinta propriedades cafeeiras, representativas da cafeicultura familiar do município de Planalto - BA, nas regiões de Baixa do Lico, Barra do Rio, Parafuso, Baixa do Facão, Laginha e Queimadas, município de Planalto - BA. 3.3 Participantes da pesquisa Os sujeitos participantes desta pesquisa foram 30 (trinta) cafeicultores que participaram voluntariamente das entrevistas realizadas, conforme discriminação na tabela 1: Tabela 1. Número de cafeicultores entrevistados por região no município de Planalto-BA. Região Número de produtores entrevistados Baixa do Lico 12 Barra do Rio 05 Parafuso 03 Baixa do Facão 04 Laginha 03 Queimadas 03 Total 30 A seleção desses cafeicultores foi feita a partir de informações cedidas pela Secretária de Agricultura da Prefeitura Municipal de Planalto, Bahia, que tem o cadastramento e presta assistência técnica à maioria desses produtores rurais. Destaca-se que todos os entrevistados foram informados sobre o objetivo da pesquisa e sobre o sigilo envolvendo as informações prestadas. 19 3.4 Metodologia de coleta dos dados A metodologia de coleta dos dados para a presente pesquisa foi constituída de um questionário estruturado contendo 10 (dez) questões objetivas (APÊNDICE), cujas respostas contextualizam o uso de herbicidas em lavouras de café no município de Planalto - BA. Este questionário foi proposto de maneira a atenuar ao máximo a subjetividade nas respostas obtidas. O levantamento desses dados ocorreu nos meses de junho e julho de 2013. 3.5 Análises dos dados Os resultados dos dados obtidos nos questionários aplicados foram interpretados determinando-se as frequências (%) com que os mesmos ocorreram nas respostas dadas pelos cafeicultores entrevistados. 20 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Contextualização da faixa etária dos cafeicultores entrevistados Os resultados referentes à faixa etária dos cafeicultores entrevistados no município de Planalto – BA estão apresentados na Tabela 2. Tabela 2. Contextualização (%) da faixa etária dos cafeicultores entrevistados no município de Planalto - BA Faixa etária Número de entrevistados % ≤ 20 _ 0 21 – 30 04 13 31 – 40 08 27 41 – 50 06 20 ≥ 50 12 40 Total 30 100 De acordo com os resultados das entrevistas feitas com a população amostrada, verifica-se que 40 % dos produtores possuem idade superior ou igual a 50 anos. Vale ressaltar que foram entrevistados somente os responsáveis diretos pela aplicação de agrotóxicos nas lavouras de café. O objetivo desse questionamento foi verificar a existência de menores na participando das aplicações de agrotóxicos, o que não foi verificado na população amostrada. 4.2 Contextualização do nível de escolaridade dos cafeicultores entrevistados Os resultados referentes ao nível de escolaridade dos cafeicultores entrevistados no município de Planalto - BA estão apresentados na Tabela 3. 21 Tabela 3. Contextualização (%) do nível de escolaridade dos cafeicultores entrevistados no município de Planalto - BA. Escolaridade Nº entrevistados % Não alfabetizados 08 27 Ensino Fundamental I (incompleto) 14 46 Ensino Fundamental II (incompleto) 06 20 Ensino Médio 02 07 Ensino Técnico _ 00 Total 30 100 Em relação à escolaridade, observa-se que o nível entre os entrevistados é muito baixo, sendo que aproximadamente 50% apresentam apenas o curso do Ensino Fundamental I, com grandes dificuldades para leitura. Verifica-se também que um grande número de analfabetos e analfabetos funcionais no campo. Pode-se dizer de modo geral, que está é uma realidade da maioria dos trabalhadores do setor agropecuário nordestino. De acordo com Alves (2011), 41% dos produtores que dirigem o estabelecimento agropecuário no Nordeste não sabem nem ler nem escrever; 12,5% não tiveram nenhuma instrução educacional, mas sabem ler e escrever, 5,4% são adultos alfabetizados e 30,3% não terminaram o ensino fundamental. Esse panorama é um dos grandes entraves para que possa ocorrer uma mudança significativa com uso e manejo dos herbicidas no meio rural. 4.3 Contextualização da utilização de herbicidas nas lavouras de café Os resultados referentes à utilização de herbicidas nas lavouras de café no município de Planalto – BA estão apresentados na Tabela 4. Tabela 4. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam herbicidas nas lavouras de café no município de Planalto - BA. Produtores Número de entrevistados % Utilizam herbicidas 28 95 Não utilizam herbicidas 02 05 Total 30 100 22 Com relação à utilização de herbicidas nas lavouras de café, fica evidente em relação à população amostrada que esta prática é comum para 95% dos entrevistados. O herbicida mais utilizado pelos produtores entrevistados é o Glyphosate, que é um herbicida sistêmico, não seletivo do Grupo Químico Glicina substituída, da Classe Toxicológica III altamente tóxico. Foi verificado também nas entrevistas com os produtores, que apesar da utilização do método químico para o manejo das plantas daninhas, 90% destes produtores utilizam outros métodos para o manejo da planta daninha, como: capina manual e roçagem. 4.4 Contextualização da verificação do período de carência dos herbicidas Os resultados referentes ao percentual de cafeicultores que verificam o período de carência dos herbicidas nas lavouras de café no município de Planalto – BA estão apresentados na Tabela 5. Tabela 5. Contextualização (%) de cafeicultores que verificam o período de carência dos herbicidas nas lavouras de café no município de Planalto - BA. Período de carência Número de % entrevistados Não verificam, por desconhecimento 13 46,4 Não verificam, porque não se preocupam 05 17,8 Verificam, mas não se preocupam 02 7,1 Verificam e respeitam 06 21,6 Verificam para alguns 02 7.1 Total 28 100 Segundo o Decreto Federal nº 4.074 de 04 de janeiro de 2002, em seu artigo 1º, parágrafo XXI, o intervalo de segurança ou período de carência, na aplicação de agrotóxicos ou afins: a) antes da colheita: intervalo de tempo entre a última aplicação e a colheita; b) póscolheita: intervalo de tempo entre a última aplicação e a comercialização do produto tratado; c) em pastagens: intervalo de tempo entre a última aplicação e o consumo do pasto; d) em ambientes hídricos: intervalo de tempo entre a última aplicação e o reinício das atividades de irrigação, dessedentação de animais, balneabilidade, consumo de alimentos provenientes do local e captação para abastecimento público; e) em relação a culturas subsequentes: intervalo de tempo transcorrido entre a última aplicação e o plantio consecutivo de outra cultura. 23 Em se tratando do período de carência ou intervalo de segurança, 64% dos produtores declararam não verificar nas bulas dos herbicidas, sendo que 46% do grupo amostrado declaram que não verificam por desconhecimento e 18% informaram que não verificam, por não se preocuparem com o intervalo de segurança. 4.5 Contextualização de cafeicultores que já sentiram sintomas de intoxicações Os resultados referentes ao percentual de cafeicultores que já sentiram sintomas de intoxicações com uso de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto – BA estão apresentados na Tabela 6. Tabela 6. Contextualização (%) de cafeicultores que já sentiram sintomas de intoxicações com uso de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto – BA. Sintomas de contaminação Número de entrevistados % Já sentiram 08 29 Não sentiram 20 71 Total 28 100 Ao se observar os dados sobre os efeitos causados pelo contato dos aplicadores com os herbicidas, foi verificado que 71% da população amostrada nunca sentiu nenhum problema de saúde ao manusear e aplicar herbicidas na lavoura de café. Entretanto, vale ressaltar que muitos dos sintomas causados pela contaminação com agrotóxicos são percebidos semanas, meses ou anos após o contato com esses produtos (STOPPELLI, 2005). As principais vias de contaminação por agrotóxicos são: a via oral, dérmica, respiratória e ocular (ANDEF, 2005). Já os que afirmaram ter apresentado algum tipo de sintoma (29% dos produtores entrevistados que utilizam herbicidas), descreveram que os sintomas mais comuns foram: dor de cabeça excessiva, tontura e vômitos. 4.6 Contextualização da utilização de equipamento de proteção individual - EPI Os resultados referentes ao percentual de cafeicultores que utilizam equipamento de proteção individual - EPI nas lavouras de café do município de Planalto - BA estão apresentados na Tabela 7. 24 Tabela 7. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam equipamento de proteção individual - EPI nas lavouras de café do município de Planalto - BA. EPI Número de entrevistados % Utilizam completo 00 0 Utilizam incompleto 22 79 Não utilizam 06 21 Total 28 100 Quanto à utilização do equipamento de proteção individual – EPI ao preparar e aplicar herbicida na lavoura de café pode-se verificar que 79% da população amostrada utilizam de forma incorreta e incompleta, sendo que os EPI’s (Equipamento de Proteção Individual) comumente utilizados pelos produtores são botas e luvas. Já 21% dos entrevistados não utilizam qualquer equipamento de proteção. O uso dos EPI’s é fundamental para reduzir o risco de absorção do produto tóxico pelo organismo, protegendo a saúde do trabalhador. Os EPI’s mais comumente utilizados são: vestimentas (calça e jaleco de material impermeável); botas impermeáveis; avental impermeável; respiradores (máscaras), que podem ser descartáveis ou de baixa manutenção com filtros; viseira ou óculos com boa transparência; boné árabe e luvas de borracha nitrílica ou neoprene. 4.7 Contextualização da aquisição de herbicidas Os resultados referentes ao percentual de cafeicultores que utilizam o receituário agronômico para aquisição de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto – BA estão apresentados na Tabela 8. 25 Tabela 8. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam o receituário agronômico para aquisição de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto – BA. Utilizam o RA* Número de entrevistados % Sim 00 0 Não 28 100 Total 28 100 * Receituário Agronômico Os dados demonstram que apesar desta obrigatoriedade do seu uso pelos agricultores, o que se observou nas entrevistas com a população amostrada é que 100% dos mesmos não utilizam o receituário agronômico. Logo pode se concluir que não há uma exigência por parte das revendedoras de agrotóxicos por este documento, além do desconhecimento por parte dos produtores, bem como não há uma fiscalização mais efetiva dos órgãos competentes. De acordo com a Resolução do CONFEA nº 344, de 27 de julho de 1990, a venda e utilização de agrotóxicos e afins aos usuários, serão feitos por meio de receituário, prescrito por profissionais legalmente habilitados, Engenheiro Agrônomo e Engenheiro Florestal. 4.8 Contextualização do armazenamento de herbicidas nas propriedades cafeeiras Os resultados referentes ao armazenamento de herbicidas nas propriedades cafeeiras do município de Planalto – BA estão apresentados na Tabela 9. Tabela 9. Contextualização (%) do armazenamento de herbicidas nas propriedades cafeeiras do município de Planalto - BA. Armazenamento N° de entrevistados % Em casa 00 0 Galpão sem procedimentos específicos 21 75 Galpão, seguindo normas técnicas 00 0 Outro local 07 25 Total 28 100 Foi verificado na entrevista com a população amostrada que 75% dos produtores armazenam os herbicidas em galpão, sem cuidados com o local, estrutura e a sinalização do 26 mesmo, sendo que esse depósito muitas vezes também é destinado para o armazenamento do café produzido, máquinas e ferramentas usadas no manejo da lavoura. De acordo com o (Manual de Uso Correto e Seguro de Produtos Fitossanitários – ANDEF, 2005), saber armazenar agrotóxicos, mesmo que seja uma pequena quantidade, requer conhecer procedimentos específicos: Construir um compartimento isolado para o armazenamento dos produtos fitossanitários é o mais recomendado, porém, se for absolutamente necessário guardá-los no galpão de máquinas, é preciso isolar a área do armazenamento com uma parede ou tela de proteção e mantê-la trancada. Se a opção for construir, deve ser em alvenaria, com boa ventilação e iluminação natural; Piso cimentado e o telhado livre de goteiras; As instalações elétricas devem estar em bom estado de conservação para evitar curto-circuito e incêndios; As portas devem permanecer trancadas evitando a entrada de crianças, animais e pessoas não autorizadas; Local deve estar sinalizado com uma placa de identificação com os dizeres: CUIDADO VENENO; Não fazer estoque de produtos, procurando manter as quantidades necessárias para uso na safra agrícola; Os produtos devem estar armazenados de forma organizada, com os rótulos sempre visíveis; Todos os produtos devem ser mantidos nas embalagens originais. Após uma remoção parcial do conteúdo, as embalagens devem ser novamente fechadas; No caso de rompimento das embalagens, estas devem receber uma sobrecapa, preferencialmente de plástico transparente, com o objetivo de evitar o vazamento de produto; Não armazenar produtos fitossanitários junto com alimentos, rações ou medicamentos. 27 4.9 Contextualização da realização da tríplice lavagem das embalagens de herbicidas Os resultados referentes ao percentual dos cafeicultores que realizam a tríplice lavagem das embalagens rígidas de herbicidas utilizadas nas lavouras de café no município de Planalto – BA estão apresentados na Tabela 10. Tabela 10. Contextualização (%) dos cafeicultores que realizam a tríplice lavagem das embalagens rígidas de herbicidas utilizadas nas lavouras de café no município de Planalto – BA. Realizam Tríplice Lavagem Número de entrevistados % Sim 08 29 Não 20 71 Total 28 100 Os resultados das entrevistas com os cafeicultores mostram que 71% não realizam a tríplice lavagem com as embalagens rígidas de herbicidas (plásticas, metálicas e de vidro) que acondicionam formulações líquidas para serem diluídas em água. Esse processo diminui a quantidade do agrotóxico que fica impregnado nas embalagens após a sua utilização, diminuindo os riscos de contaminação ao meio ambiente, além de evitar desperdícios. Os procedimentos para realização desta prática são: esvaziar completamente o conteúdo da embalagem no tanque do pulverizador; adicionar água limpa à embalagem até 1/4 do seu volume; tampar bem a embalagem e agitá-la por 30 segundos; despejar a água de lavagem no tanque do pulverizador; fazer esta operação 3 vezes; inutilizar a embalagem plástica ou metálica, perfurando o fundo (ANDEF, 2013). 4.10 Contextualização da destinação final das embalagens de herbicidas Os resultados referentes à destinação final dada às embalagens de herbicidas pelos cafeicultores entrevistados no município de Planalto - BA estão apresentados na Tabela 11. 28 Tabela 11. Contextualização (%) da destinação final dada às embalagens de herbicidas pelos cafeicultores entrevistados no município de Planalto – BA. Destino das embalagens Número de entrevistados % Enterradas 03 11 Jogadas na lavoura 09 32 Galpão da propriedade 03 11 Devolvidas c/ procedimento técnico 00 0 Queima, reutiliza etc. 13 46 Total 28 100 Verifica-se que 46% dos produtores entrevistados queimam, colocam em sacos plásticos não indicados e até mesmo reutilizam as embalagens de herbicidas. Pode-se observar também, que 32% da população amostrada ainda deixam embalagens jogadas pela lavoura de café ou próximo dela (Figura 4). A partir da analise dos dados sobre a destinação final das embalagens vazias de herbicidas, constata-se que os cafeicultores dão os mais diversos fins às mesmas exceto o destino adequado que é a devolução para a unidade de recebimento. A destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos é um procedimento complexo que requer a participação efetiva de todos os agentes envolvidos na fabricação, comercialização, utilização, licenciamento, fiscalização e monitoramento das atividades relacionadas com o manuseio, transporte, armazenamento e processamento dessas embalagens (ANDEF, 2005). Essas embalagens devem ser descartadas de forma adequada, pois as mesmas constituem um grande potencial de poluição ambiental. A legislação brasileira (Lei Federal nº 9.974 de 06.06.2000 e Decreto nº 4.074 de 04.01.2002) obriga o agricultor a devolver todas as embalagens vazias dos produtos na unidade de recebimento de embalagens indicada pelo revendedor. Antes de devolver, o agricultor deverá preparar as embalagens, ou seja, separar as embalagens lavadas das embalagens contaminadas. 29 Figura 3. Embalagens de herbicidas encontradas nas lavouras de café do município de Planalto – BA. Fonte: SANTOS FILHO, V. R. dos. (2013). 30 5 CONCLUSÕES Apesar de boa parte dos entrevistados possuírem faixa etária maior que 50 anos e possuírem uma longa experiência na cafeicultura, ainda assim, o nível de escolaridade é muito baixo. A maioria desses produtores desconhece o manejo adequado dos herbicidas, não lêem ou tem dificuldades para ler as bulas, além de desconhecerem o receituário agronômico. A maioria dos cafeicultores entrevistados não respeita o período de carência dos herbicidas e não utilizam equipamentos de proteção individual - EPI. Apesar de não se observar o consumo excessivo de herbicidas, os mesmos são utilizados de forma incorreta pela população amostrada. O principal herbicida utilizado pelos produtores entrevistados é o Glyphosate, que é um herbicida sistêmico. Mesmo não tendo estudos sobre intoxicação com herbicidas na região, parte dos entrevistados relata o aparecimento de sintomas, após a aplicação do agrotóxico. Os herbicidas adquiridos para lavouras de café são armazenados em depósitos, juntos com outros utensílios agrícolas e em alguns casos são armazenados no galpão de armazenamento do café colhido. A tríplice lavagem não é realizada pela maioria dos produtores. Não há a preocupação por parte da maioria dos produtores com o descarte adequado das embalagens de herbicidas. Muitos descartam no campo, reutilizam ou queimam. É preciso conscientizar e sensibilizar os produtores rurais do município de Planalto - BA sobre as consequências do uso indiscriminado de agrotóxicos, divulgar o receituário agronômico e orientá-los a respeito da utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI), além da intensificação da fiscalização pelos órgãos competentes. 31 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCÂNTARA, E.N. de; SILVA, R.A. Manejo do mato em cafezais. In: REIS, P.R.; CUNHA, R.L. da. (Eds). Café Arábica: do plantio à colheita. Lavras: EPAMIG SM, 2010. 1v. 896p.: il. cap. 9, p. 519-572. 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Quais?_____________________________ e) ( ) não controla 35 4 – O (A) Sr (a) verifica na bula do herbicida o período de carência ou intervalo de segurança? a) ( ) Não verifica, porque você desconhece esse intervalo de segurança. b) ( ) Não verifica, porque não se preocupa com o intervalo de segurança. c) ( ) Verifica, mas não se preocupa com o intervalo de segurança d) ( ) Verifica e respeita esse intervalo de segurança e) ( ) Verifica para alguns produtos, e não verifica para outros. 5 – Ao aplicar algum tipo de herbicida, o (a) Sr (a), já sentiu algum problema de saúde? a) ( ) Sim Qual?___________________________________________________ b) ( ) Não c) 6 – Quanto ao EPI (Equipamento de Proteção Individual), ao preparar e ao aplicar os herbicidas na lavoura de café, o (a) Sr (a)? a) ( ) utiliza calça, jaleco, botas, avental, máscara, viseira, boné árabe e luvas. b) ( ) utiliza só alguns utensílios. Quais?________________________________ c) ( ) não utiliza. d) ( ) utiliza algumas vezes. e) ( ) não utiliza porque não sabe o que é, e que sua utilização é obrigatória ao se preparar e aplicar agrotóxicos. 7 – Ao adquirir o(s) herbicidas(s), há a exigência por parte das comercializadoras, do receituário agronômico? a) ( ) Sim b) ( ) Não 8 – Onde são armazenados os herbicidas adquiridos para a lavoura de café na sua propriedade? a) ( ) Na sua casa b) ( ) Em um galpão, sem os cuidados com o local, a estrutura e a sinalização do mesmo. c) ( ) Em um galpão, seguindo as normas técnicas. 36 d) ( ) Em outro local. Qual?____________________________________ 9 – O (A) Sr (a) realiza a tríplice lavagem das embalagens rígidas (plásticas, metálicas e de vidro) dos herbicidas. a) ( ) Sim b) ( ) Não 10– O que você faz com as embalagens dos herbicidas utilizados na lavoura de café na sua propriedade? a) ( ) enterra em um local da propriedade. b) ( ) deixa jogado na lavoura. c) ( ) deixa armazenado no galpão destinado para agrotóxicos. d) ( ) faz a tríplice lavagem das embalagens aptas e armazena as embalagens flexíveis em embalagens destinadas, e posterior a isso destina as mesmas para um local indicado na nota fiscal. e) ( ) n.d.a. outro procedimento. Qual?_____________________________ 37 ANEXO A Avaliação da safra cafeeira produzida no Brasil no ano de 2012. Fonte: CONAB, 2012. 38 ANEXO B 6 - Período de carência 1 – Aquisição • Só compre agrotóxicos com a receita agronômica e exija • Examine o prazo • Não aceite a nota de embalagens •É o número de dias a ser respeitado entre a fiscal; última aplicação e a colheita. O período de validade; carência vem escrito na bula do produto. Este danificadas; prazo é importante para garantir que o • O rótulo e a bula devem estar legíveis. alimento colhido não possua resíduos acima 2 - Transporte • O transporte de agrotóxicos deve ser feito do limite máximo permitido. 7 - Higiene sempre com a nota fiscal do produto e em • Lave bem as mãos e o rosto antes de comer, veículo apropriado (caminhonete). beber 3 - Armazenamento • Armazene os agrotóxicos em local seguro • Ao final do dia de trabalho, lave as roupas (depósito de alvenaria) e separado de família; residências e outras instalações rurais; • Tome banho com bastante água e sabonete, 4 - Preparo da cauda lavando bem o 8 Primeiros socorros em • Use sempre roupas limpas. (EPI) e pessoas •Descontamine a pessoa de acordo com as intruções de primeiro socorros do rótulo ou da desprotegidas; bula do produto; • Utilize sempre água limpa para preparar a • Dê banho e vista uma roupa limpa na vítima, calda e evitar o entupimento dos bicos do levando-a pulverizador; o pulverizador e imediatamente para o hospital; • Mostre para o médico o rótulo ou a bula do • Leia o rótulo e a bula do produto. 5- Aplicação • Lave corpo; caso de contaminação ; • Manuseie os produtos longe de crianças, animais fumar; usadas na aplicação separadas das roupas da • O uso de Equipamentos de Proteção Individual ou produto; verifique o seu • Ligue para o telefone de emergência do funcionamento após cada dia de trabalho; fabricante, informando o nome e a idade do Importante: paciente, o nome do médico e o telefone do • Leia o manual de instruções do fabricante do equipamento pulverizador e saiba como calibrálo corretamente; • Pressão excessiva na bomba causa deriva e perda da calda Fonte: ANDEF, 2005. de pulverização; hospital. Todo empregador é obrigado a fornecer EPI 39 e treinar o empregado. O empregado é obrigado a usar EPI ao trabalhar com agrotóxicos, sob pena de demissão por justa