Filosofia

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Filosofia
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Helson
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01 Leia a fábula de La Fontaine, uma possível explicação para a expressão ¯ ”o amor é cego”.
No amor tudo é mistério: suas flechas e sua aljava, sua chama e sua infância eterna. Mas por que o amor é cego?
Aconteceu que num certo dia o Amor e a Loucura brincavam juntos. Aquele ainda não era cego. Surgiu entre eles um
desentendimento qualquer. Pretendeu então o Amor que se reunisse para tratar do assunto o conselho dos deuses.
Mas a Loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada tão violenta que lhe privou da visão. Vênus, mãe e mulher, pôs-se a
clamar por vingança, aos gritos. Diante de Júpiter, de Nêmesis – a deusa da vingança – e de todos os juízos do inferno,
Vênus exigiu que aquele crime fosse reparado. Seu filho não podia ficar cego. Depois de estudar detalhadamente o
caso, a sentença do supremo tribunal celeste consistiu em declarar a loucura a servir de guia ao Amor.
Fonte: LA FONTAINE, Jean de. O amor e a loucura. In: Os melhores contos de loucura. Flávio Moreira da Costa (Org.). Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
A fábula traz uma explicação oriunda dos deuses para uma realidade humana. Esse tipo de explicação classifica-se como
a) estética.
b) filosófica.
c) mitológica.
d) científica.
e) senso comum.
02 A cultura grega marca a origem da civilização ocidental e ainda hoje podemos observar sua influência nas ciências,
nas artes, na política e na ética. Dentre os legados da cultura grega para o Ocidente, destaca-se a ideia de que
a) a natureza opera obedecendo a leis e princípios necessários e universais que podem ser plenamente conhecidos
pelo nosso pensamento.
b) nosso pensamento também opera obedecendo a emoções e sentimentos alheios à razão, mas que nos ajudam a
distinguir o verdadeiro do falso.
c) as práticas humanas, a ação moral, política, as técnicas e as artes dependem do destino, o que negaria a existência
de uma vontade livre.
d) as ações humanas escapam ao controle da razão, uma vez que agimos obedecendo aos instintos como mostra hoje
a psicanálise.
e) as ações humanas não escapam ao controle da razão, mas ainda possuem vínculos com o mito, algo do qual a
filosofia não conseguiu ainda uma separação.
03 Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre.
HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. 3.ed. Trad. de Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1995. p.91.
Segundo a mitologia ioruba, no início dos tempos havia dois mundos: Orum, espaço sagrado dos orixás, e Aiyê, que
seria dos homens, feito apenas de caos e água. Por ordem de Olorum, o deus supremo, o orixá Oduduá veio à Terra
trazendo uma cabaça com ingredientes especiais, entre eles a terra escura que jogaria sobre o oceano para garantir
morada e sustento aos homens.
“A Criação do Mundo”. SuperInteressante. jul. 2008. Disponível em: <http://super.abril.com.br/religiao/criacaomundo-447670.shtm>. Acesso em: 1 abr. 2014.
No começo do tempo, tudo era caos, e este caos tinha a forma de um ovo de galinha. Dentro do ovo estavam Yin e
Yang, as duas forças opostas que compõem o universo. Yin e Yang são escuridão e luz, feminino e masculino, frio e
calor, seco e molhado.
PHILIP, N. O Livro Ilustrado dos Mitos: contos e lendas do mundo. Ilustrado por Nilesh Mistry. Trad. de Felipe Lindoso. São Paulo: Marco Zero, 1996. p.22.
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Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a passagem do mito para o logos na filosofia, considere as afirmativas
a seguir.
I. As diversas narrativas míticas da origem do mundo, dos seres e das coisas são genealogias que concebem o nascimento ordenado dos seres; são discursos que buscam o princípio que causa e ordena tudo que existe.
II. Os mitos representam um relato de algo fabuloso que afirmam ter ocorrido em um passado remoto e impreciso, em
geral grandes feitos apresentados como fundamento e começo da história de dada comunidade.
III. Para Platão, a narrativa mitológica foi considerada, em certa medida, um modo de expressar determinadas verdades
que fogem ao raciocínio, sendo, com frequência, algo mais do que uma opinião provável ao exprimir o vir-a-ser.
IV. Quando tomado como um relato alegórico, o mito é reduzido a um conto fictício desprovido de qualquer correspondência com algum tipo de acontecimento, em que inexiste relação entre o real e o narrado.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
04 A palavra Filosofia é resultado da composição em grego de duas outras: philo e sophia. A partir do sentido desta
composição e das características históricas que tornaram possível, na Grécia, o uso de tal palavra, pode-se afirmar que:
a) Sólon, mesmo sendo legislador, pode ser incluído na lista dos filósofos, visto que ele era dotado de um saber prático.
b) a palavra, atribuída primeiramente a Parmênides, indica a posse de um saber divino e pleno, tornando os homens
verdadeiros deuses.
c) a Filosofia, como quer Aristóteles, é um saber técnico, possibilitando, pela posse ou não de uma habilidade, tornar
alguns homens os melhores.
d) a Filosofia, na definição de Pitágoras, indica que o homem não possui um saber, mas o deseja, procurando a verdade
por meio da observação.
e) a Filosofia é um método científico fundamentado no mito.
05 No poema Teogonia, as Musas aparecem ao poeta Hesíodo e dizem-lhe o seguinte:
“sabemos dizer muitas mentiras semelhantes aos fatos e sabemos, se queremos, dar a ouvir verdades”
(vv. 25-6)
Com base neste trecho
a) A Filosofia assemelha-se ao mito por entender que a verdade baseia-se na autoridade de quem a diz.
b) No mito, há espaço para contradições e incoerências, pois a verdade nele se estabelece em um plano diverso daquele
em que atua a racionalidade humana.
c) O mito entende que a verdade é, por um lado, uma conformidade com alguns princípios lógicos e, por outro, a verdade
deve ser dita em conformidade com o real.
d) A crença e a confiança no mito provêm da autoridade religiosa do filósofo que o narra.
e) O mito é um processo exclusivamente racional que não admite contradições.
06 No poema Sobre a Natureza Parmênides afirma: “os únicos caminhos de inquérito que são a pensar: o primeiro
que é e portanto que não é não ser, de Persuasão é caminho (pois à verdade acompanha); o outro, que não é e portanto que é preciso não ser, este então, eu te digo, é atalho de todo incrível; pois nem conhecerias o que não é nem
o dirias.”. Pode-se daí inferir que
a) apenas o ser pode ser dito e pensado.
b) o não ser de algum modo é.
c) o ser e o pensar são distintos.
d) o ser é conhecido pelos sentidos.
e) o ser é e não é ao mesmo tempo.
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Texto I
“Muitos não percebem tais coisas, todos os que as encontram, nem quando ensinados conhecem, mas a si próprios
lhes parece que as conhecem e percebem.” (DK 22 B 17)
Texto II
“Más testemunhas para os homens são os olhos e ouvidos, se almas bárbaras eles têm”
(DK 22 B 107)
A partir destes dois textos de Heráclito, pode-se afirmar que, para ele
a) as sensações, como as águas de um rio, são infalíveis e nos proporcionam nelas mesmas a apreensão do real.
b) o conhecimento é obtido unicamente a partir da percepção sensível.
c) as sensações por si só não são garantias de conhecimento.
d) o conhecimento é proporcionado pelo ensino obtido pela atividade da alma, qualquer que esta seja.
e) as sensações nos leva à verdade independentemente das circunstâncias.
08 “(…) enquanto tiver ânimo e puder fazê-lo, jamais deixarei de filosofar, de vos advertir, de ensinar em toda ocasião
àquele de vós que eu encontrar, dizendo-lhe o que costumo: ‘Meu caro, tu, um ateniense, da cidade mais importante e
mais reputada por sua sabedoria, não te envergonhas de cuidares de adquirir o máximo de riquezas, fama e honrarias,
e de não te importares nem pensares na razão, na verdade e em melhorar tua alma?’ E se algum de vós responder
que se importa, não irei embora, mas hei de o interrogar, examinar e refutar e, se me parecer que afirma ter adquirido
a virtude sem a ter, hei de repreendê-lo por estimar menos o que vale mais e mais o que vale menos (…).”
PLATÃO. Apologia de Sócrates, 29 d-e.
A partir do trecho acima de Platão, é correto afirmar que para Sócrates
a) a Filosofia é um saber que se transmite como lições morais, visto ele conheça a verdade.
b) o filosofar é uma atividade que busca a verdade e a melhora da alma pela refutação de falsos saberes.
c) o questionamento ao interlocutor ocorre independentemente se este se dispuser a responder às questões formuladas
por Sócrates.
d) a posse de bens materiais é para ele um valor inquestionável.
e) o conhecimento verdadeiro ele já possui. O que ele faz com seu método é ensinar a verdade aos seus interlocutores.
09 Segundo Marilena Chauí, a resposta à pergunta “O que é filosofia? ” poderia ser: a decisão de não aceitar como
óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência
cotidiana; jamais aceita-los sem antes havê-los investigado e compreendida.
O texto acima nos diz que
a) a filosofia identifica-se inteiramente com o senso comum.
b) as reflexões filosóficas apresentam o mesmo nível qualitativo das reflexões cotidianas.
c) filosofar significa apresentar um ponto de vista crítico sobre a realidade.
d) a filosofia deve, necessariamente, apresentar um ponto de vista místico ou religioso sobre a realidade.
e) todo filósofo é necessariamente ateu.
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10 Leia o trecho a seguir.
Segundo uma tradição, durante o cerco de Jerusalém, no ano 70 da nossa era, um general romano, Tito, condenou
alguns escravos à morte. Submeteu-os a um breve julgamento mandou encadeá-los todos juntos e jogá-los no mar,
próximo ao monte de Moab. Os condenados, porém, não se afogaram. Repetidamente foram jogados ao mar e todas
as vezes, como cortiças, vinham dar em terra. O inexplicável fenômeno impressionou Tito de tal modo que ele acabou
por perdoar os pobres criminosos. Flávio Josefo, historiador judeu que viveu os últimos anos da sua vida em Roma, cita
repetidamente um “lago de asfalto”. Os gregos falavam com insistência em gases venenosos que se desprenderiam
por toda parte nesse mar, e os árabes diziam que havia muito nenhuma ave conseguia voar até a margem. Segundo
eles, ao sobrevoa-lo, as aves se precipitavam subitamente na água, mortas. (...) nenhum cientista o tinha visto e explorado ainda. Foram os Estados Unidos que, no ano de 1848, tomaram a iniciativa. (...) A primeira coisa que fizeram foi
tomar banho. Os homens que saltaram na água tiveram a impressão de que vestiam salva-vidas, tal a maneira como
foram impelidos para cima. As antigas narrativas não haviam, pois, mentido.”
KELLER, Wermer... e a bíblia tinha razão. São Paulo: Círculo do livro. 1978. p. 83-89.
Com base no exposto, podemos concluir que
a) que há uma relação entre mito, natureza e ciência, já que à época não havia conhecimento sobre o estranho e misterioso mar, o que deixava os homens perplexos e fantasiados, fato que veio a ser desvendado cientificamente no
século XIX.
b) que o mito do Mar Morto foi criado para justificar inexplicáveis acontecimentos que ocorriam naquele misterioso mar
da Palestina.
c) não há relação verdadeira entre esse mito do Mar Morto e a ciência, já que na época não foi possível desvendar o
mistério.
d) que realmente esse mar era misterioso e só servia para espantar os homens.
e) que o fato de aqueles homens terem sido devolvidos após terem sido jogados ao mar é um mito que demonstra que,
quando isso ocorria, era um sinal de que os criminosos deveriam ser perdoados.
11 Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único,
causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima ...
podendo, com boa dose de razão, ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar
civilização ocidental.
REALE, Giovanni. História da filosofia: Antiguidade e Idade Média: São Paulo: Paulus, 1990.p.29.
A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-socráticos. De acordo
com o texto, o principal problema por eles investigado é
a) a ética, enquanto investigação racional do agir humano.
b) a estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.
c) a epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.
d) a cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo.
e) a filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.
12 Heráclito de Éfeso (500 a.C.) concebia a realidade do mundo como mobilidade, impulsionada pela luta dos contrários. Sobre sua filosofia, é correto afirmar que
I- a imagem do fogo, com chamas vivas e eternas, representa o Logos que governa o movimento perpétuo dos seres.
II- a luta dos contrários é aparência que afeta apenas a sensibilidade humana.
III- a mobilidade dos seres resulta no simples aparecer de novos seres.
IV- a harmonia do cosmo é resultado da tensão eterna da luta dos contrários.
Assinale
a) se as afirmações II e III são corretas.
b) se as afirmações I e IV são corretas.
c) se apenas a afirmação IV é correta.
d) se apenas a II é correta.
e) se apenas a afirmação I é correta.
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13 Parmênides de Eléia, filósofo pré-socrático, sustentava que
I- o ser é.
II- o não-ser não é.
III- o ser e o não-ser existem ao mesmo tempo.
IV- o ser é pensável e o não-ser é impensável.
Assinale
a) se apenas I, III e IV estiverem corretas.
b) se apenas I, II e III estiverem corretas.
c) se apenas II, III e IV estiverem corretas.
d) se apenas I, II e IV estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
14 O método argumentativo de Sócrates (469-399 a.C.) consistia em dois momentos distintos: a ironia e a maiêutica.
Sobre a ironia socrática, pode-se afirmar que
I- tornava o interlocutor um mestre na argumentação sofística.
II- levava o interlocutor à consciência de que seu saber era baseado em reflexões, cujo conteúdo era repleto de conceitos vagos e imprecisos.
III- tinha um caráter purificador, à medida que levava o interlocutor a confessar suas próprias contradições e ignorâncias.
IV- tinha um sentido depreciativo e sarcástico da posição do interlocutor.
Assinale
a) se apenas a afirmação III é correta.
b) se as afirmações I e IV são corretas.
c) se apenas a afirmação IV é correta.
d) se apenas a afirmação II é correta.
e) se as afirmações II e III são corretas.
15 A construção de uma cosmologia que desse uma explicação racional e sistemática das características do universo,
em substituição à cosmogonia, que tentava explicar a origem do universo baseada nos mitos, foi uma preocupação da
Filosofia
a) medieval.
b) antiga.
c) iluminista.
d) contemporânea.
e) estética
16 O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, recusa e aprova coi-
sas e pessoas, elaborando juízos de fato e de valor por meio dos quais procura orientar seu comportamento teórico e
prático. Entretanto, houve um momento em sua evolução histórico-social em que o ser humano começa a conferir um
caráter filosófico às suas indagações e perplexidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e escolhas.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia
a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração dos sentimentos, das percepções
e dos anseios humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões.
b) existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou uma época específica para seu nascimento, o que
nos autoriza a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e exige o trabalho da razão.
c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e as certezas cotidianas que nos são impostos pela tradição e
pela sociedade, visando educar o ser humano como cidadão.
d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e justificações racionais que validam ou invalidam suas crenças,
seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade revelada pela codificação mítica.
e) mesmo após ter surgido continuava fortemente ligada ao mito a tal ponto de ambas se confundirem como alternativas
para explicarem a origem do mundo.
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17 “Para referir-se à palavra e à linguagem, os gregos possuíam duas palavras: mythos e lógos. Diferentemente do
mythos, lógos é uma síntese de três ideias: fala/palavra, pensamento/ideia e realidade/ser. Lógos é a palavra racional
em que se exprime o pensamento que conhece o real. É discurso (ou seja, argumento e prova), pensamento (ou seja,
raciocínio e demonstração) e realidade (ou seja, as coisas e os nexos e as ligações universais e necessárias entre os
seres). [...] Essa dupla dimensão da linguagem (como mythos e lógos) explica por que, na sociedade ocidental, podemos comunicar-nos e interpretar o mundo sempre em dois registros contrários e opostos: o da palavra solene, mágica,
religiosa, artística e o da palavra leiga, científica, técnica, puramente racional e conceitual.”
(CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2011, p. 187-188).
A partir do texto, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) O mythos é uma linguagem que comunica saberes e conhecimentos.
02) As coisas próprias do domínio religioso são inefáveis, ou seja, não podem ser pronunciadas e ditas pela linguagem
humana.
04) O mythos não possui o mesmo poder de convencimento e de persuasão que o lógos.
08) O lógos é, ao mesmo tempo, o exercício da razão e sua enunciação para os seres humanos.
16) O lógos é muito mais do que a palavra, é a expressão das qualidades essenciais do ser, a possibilidade de conhecer
as coisas nos seus fundamentos primeiros.
A soma que corresponde às alternativa(s) correta(s) é:
a) 25
b) 06
c) 16
d) 28
e) 07
18 O surgimento da filosofia entre os gregos (Séc. VII a.C.) é marcado por um crescente processo de racionalização
da vida na cidade, em que o ser humano abandona a verdade revelada pela codificação mítica e passa a exigir uma
explicação racional para a compreensão do mundo humano e do mundo natural. Dentre os legados da filosofia grega
para o Ocidente, destaca-se:
a) a concepção política expressa em A República, de Platão, segundo a qual os mais fortes devem governar sob um
regime político oligárquico.
b) a criação de instituições universitárias como a Academia, de Platão, e o Liceu, de Aristóteles.
c) a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos como legado a recusa de uma fé inabalável na razão humana e a
crença de que sempre devemos acreditar nos sentimentos.
d) a recusa em apresentar explicações preestabelecidas mediante a exigência de que, para cada fato, ação ou discurso,
seja encontrado um fundamento racional.
e) a permanência do mito enquanto única alternativa para entendimento da realidade.
19 A atividade intelectual que se instalou na Grécia a partir do séc. VI a.C. está substancialmente ancorada num exercício
especulativo-racional. De fato, “[...] não é mais uma atividade mítica (porquanto o mito ainda lhe serve), mas filosófica;
e isso quer dizer uma atividade regrada a partir de um comportamento epistêmico de tipo próprio: empírico e racional”.
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998, p. 32.
Sobre a passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, assinale a alternativa correta.
A) A mentalidade pré-filosófica grega é expressão típica de um intelecto primitivo, próprio de sociedades selvagens.
B) A filosofia racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua especulação teórica e adotando a sua metodologia.
C) A narrativa mítico-religiosa representa um meio importante de difusão e manutenção de um saber prático fundamental
para a vida cotidiana.
D) A Ilíada e a Odisseia de Homero são expressões culturais típicas de uma mentalidade filosófica elaborada, crítica e
radical, baseada no logos.
E) A passagem do mito para a filosofia é marcado com a obra de Platão “Alegoria da Caverna” que nos mostra por meio
de uma história a saída do homem da visão mítica da realidade.
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20 Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as
evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra
atitude intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais
a fim de descobrir seu sentido último.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002.
Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante
aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à
a) adoção da experiência do senso comum como critério de verdade.
b) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas.
c) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade.
d) defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade.
e) compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente
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