COMPORTAMENTO DA PERMISSIVIDADE DIELÉTRICA DA ÁGUA COM A TEMPERATURA ELINTON LUIZ LEGUENZA Professor - Engenharia da Computação - UnicenP/Centro Universitário Positivo [email protected] RENÊ ROBERT Professor - Departamento de Engenharia Elétrica - UFPR/Universidade Federal do Paraná [email protected] JOSÉ. A. GIACOMETTI Professor - Departamento de Física, Faculdade de Ciência e Tecnologia - UNESP/Universidade Estadual Paulista [email protected] da da Vinci Vinci , Curitiba, , Curitiba, v. 2v.,2n., 1, n. p. 1, 87-104, p. 1-208,2005 2005 105 COMPORTAMENTO DA PERMISSIVIDADE DIELÉTRICA DA ÁGUA COM A TEMPERATURA RESUMO Água é o líquido fundamental da biosfera e exibe propriedades incomuns e certamente devidas às ligações formadas por pontes de hidrogênio. O conhecimento detalhado da estrutura líquida assim como a microdinâmica da água é um dos problemas pendentes da física da matéria condensada. Diversas investigações em torno de uma melhor compreensão das características incomuns da água como líquido e solvente têm sido empregadas através de solutos orgânicos selecionados como prova. Estudos da dependência da temperatura com a permissividade são utilizados para entender os mecanismos de associação e dinâmica de reorientação de líquidos polares. A partir de diversos estudos de propriedades dielétricas em líquidos, entretanto, os movimentos de reorientação molecular em sistemas aquosos ainda não são suficientemente conhecidos. No estudo aqui realizado sugere-se uma correção do modelo de Onsager na investigação da dependência da permissividade com a temperatura em amostras de água no estado líquido. Os dados experimentais da permissividade em função da temperatura foram ajustados através da função modificada de Onsager que leva em conta a expansão térmica da água. De acordo com essa proposta para a função de Onsager, neste trabalho foram encontrados resultados mais satisfatórios com dois parâmetros de ajuste. Adicionalmente, os resultados encontrados concordam com resultados prévios da literatura. Palavras-chave: água, dielétrico, permissividade, temperatura, efeito dipolar, campo elétrico. ABSTRACT Water is a fundamental liquid of the biosphere and shows uncommon properties, certainly, because of the chemicals bonds related to the hydrogen bridges. The detailed knowledge of the liquid structure as well as the microdynamics of the water is one of the hanging problems of the condensed-matter physics. Many investigations aiming a better understanding of the uncommon characteristics of the water as liquid and solvent have been using organic solutes as probes. The dependence of the permittivity on temperature studies are used to understand the mechanisms of association and dynamics of reorientation of polar liquids. Despite several dielectric properties studies on liquids, however, reorientation molecular motions in aqueous systems still insufficiently known. In the study carried out here a correction of the Onsager´s model was suggested of the permittivity dependence on temperature of the water in the liquid state. The experimental data of the permittivity behavior on temperature is fitted through a modified Onsager´s function leading in to account the thermal expansion of the water. The correction of the Onsager´s function suggested in this work leads to a more satisfactory fitting of the experimental data using two fitting parameters. Additionally, results agree to the previous results described in literature. Key words: water, dielectric, permittivity, temperature, dipolar effects, electric field. 106 da Vinci , Curitiba, v. 2 , n. 1, p. 105-116, 2005 ELINTON LUIZ LEGUENZA, RENÊ ROBERT E JOSÉ. A. GIACOMETTI COMPORTAMENTO DA PERMISSIVIDADE DIELÉTRICA DA ÁGUA COM A TEMPERATURA ELINTON LUIZ LEGUENZA / RENÊ ROBERT / JOSÉ. A. GIACOMETTI 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS O interesse pelo entendimento dos fenômenos naturais da eletricidade remonta aos tempos antigos. Entretanto, apenas no século XVIII com o desenvolvimento dos estudos em laboratório foi possível estabelecer uma clara distinção entre carga elétrica positiva e negativa bem como os materiais isolantes e condutores. A descoberta da garrafa de Leyden, em 1745, por Cunaeus e Musschenbroek, permitiu armazenar cargas elétricas em quantidades consideráveis. Em 1837, Faraday1 publicou, em seu trabalho, resultados experimentais obtidos para alguns materiais que se comportavam como isolantes denominando-os de dielétricos. Segundo Faraday1, a capacidade de armazenar cargas está relacionada com as propriedades intrínsecas do material dielétrico. Faraday introduziu ainda o termo capacidade indutiva específica, quantidade normalmente conhecida como permissividade dielétrica relativa ou constante dielétrica, representada por e. Maxwell2 definiu os materiais que apresentavam um comportamento dielétrico como o meio em que podem ocorrer, simultaneamente, os processos de condução e indução. Portanto, os materiais dielétricos são diferentes do condutor ideal que apresenta apenas fenômeno de condução e do isolante ideal que apresenta apenas fenômeno de indução. Em um material dielétrico na presença de um campo elétrico aplicado, a distribuição das cargas nas moléculas, as quais formam inicialmente uma distribuição neutra, passam a sofrer mudanças nas posições de equilíbrio. A nova situação das moléculas onde suas cargas positivas e negativas, , estão separadas por uma distância finita , gera os dipolos elétricos. Isto, conseqüentemente, implicará o aparecimento de um momento de dipolo , definido por, (1.0) Para os dipolos induzidos o momento de dipolo é proporcional ao campo elétrico , sendo expresso por, (1.1) onde a constante a é chamada de polarizabilidade, a qual depende da natureza das ligações químicas dos átomos nas moléculas. Quando as cargas num material dielétrico sofrem um deslocamento na presença de um campo elétrico aplicado dando origem aos dipolos dizemos que este dielétrico está polarizado. A polarização dielétrica, pode, neste caso, ser relacionada com o campo elétrico local FARADAY, M. Phil. Trans., v. 128, n. 1837/38, p. 1, 79, 265. MAXWELL, J. C. A treatise on electricity and magnetism. 3. ed. New York, Dover, 1891. 1 2 da Vinci , Curitiba, v. 2 , n. 1, p. 105-116, 2005 107 COMPORTAMENTO DA PERMISSIVIDADE DIELÉTRICA DA ÁGUA COM A TEMPERATURA aplicado, , por, (1.2) onde, é a permissividade dielétrica relativa, é a constante de permissividade do vácuo e x é a susceptibilidade dielétrica. Existem, no entanto, materiais que apresentam uma polarização finita mesmo sem a aplicação de um campo elétrico externo, por exemplo, os eletretos e os ferroelétricos. Ainda no século XIX surgiram modelos fenomenológicos tentando relacionar a permissividade com a estrutura microscópica da matéria. Faraday1, em 1847, propôs em seu modelo um meio não condutor composto por esferas condutoras. Em seguida, em 1879, Mossotti3,4 obteve a permissividade em termos do volume da esfera condutora em um meio dielétrico. Clausius e Lorentz, independentemente, determinaram a validade da relação de Maxwell em um meio dielétrico3,4. Em seu trabalho, Lorentz introduziu também o conceito de campo interno3,4. Através da observação experimental de que o número de partículas por unidade de volume é proporcional à densidade do composto foi obtida a equação conhecida como Lorenz-Lorentz3,4. A discrepância que ocorria entre os resultados experimentais e os modelos teóricos continuou até 1912 quando Debye5 propôs uma teoria quantitativa. Partindo da teoria de Clausius-Mossotti e dos cálculos de Langevin para a orientação média dos momentos de dipolos magnéticos Debye encontrou uma nova relação para a permissividade. A mesma é função não somente da polarizabilidade molecular mas também do momento permanente das moléculas e da temperatura. A polarização gerada por campos elétricos estáticos foi inicialmente tratada por Debye. Utilizando a função de Langevin e considerando um meio em que moléculas polares não interagem entre si, apenas influenciadas pela agitação térmica, Debye encontrou para a polarização, a seguinte equação5, (1.3) é o valor da permissividade dielétrica relativa onde é a permissividade dielétrica relativa, no limite de altas freqüências, N é o número de dipolos permanentes, k é a constante de Boltzmann e T é a temperatura absoluta. Depois de algum tempo Onsager6, em 1936, propôs mudanças no modelo de Debye considerando que o campo interno dentro do dielétrico deveria ter uma contribuição devido a interação com as moléculas vizinhanças, chamando-o de campo de reação. Onsager propôs um modelo que refinava o argumento do campo interno. O modelo considera um dipolo puntual no centro de uma cavidade de dimensões moleculares. Além disso, é levado em conta que o meio material linear e isotrópico de permissividade . Para derivar uma expressão geral para um dipolo polarizável de momento é considerado no centro de uma cavidade esférica de raio R, este produz um campo que polariza a cavidade onde a distribuição de cargas na superfície não é uniforme. Esta densidade de cargas não uniforme gera também um campo de reação uniforme paralelo ao dipolo, expresso por3,6, BOTTCHER, C.F.J.; BORDEWIJK, P. Theory of electric polarisation. 2.ed. Amsterdam: Elsevier, 1978. V.1. JONSCHER, A. K. Dielectric relaxation in solids. London, Chelsea Dielectrics Press, 1983. 5 DEBYE, P. Polar molecules. New York, Dover, 1945. 6 ONSAGER, I. Electric moments of molecules in liquids. J. Am. Chem. Soc., v.58, p. 1486-1493, 1936. 3 4 108 da Vinci , Curitiba, v. 2 , n. 1, p. 105-116, 2005 ELINTON LUIZ LEGUENZA, RENÊ ROBERT E JOSÉ. A. GIACOMETTI (1.4) onde, cavidade é é o momento de dipolo efetivo. Sendo o campo para regiões longe da , o campo dentro da cavidade vazia é uniforme, sendo expresso3,6 como, (1.5) O módulo do momento é a soma dos módulos, do momento de dipolo o momento de dipolo , na direção do campo aplicado , da cavidade é, com (1.6) Onsager assumiu ainda a validade da estatística clássica de Maxwell-Boltzmann sobre o dipolo de momento , com energia potencial orientacional , que faz um ângulo com o campo aplicado dentro da cavidade. Considerando o valor médio sobre o momento de dipolo , pode-se encontrar 3,6, (1.7) onde , e os parâmetros f e g são dados por, (1.8) mas como, (1.9) Substituindo a relação encontrada na Equação (1.7) em (1.9) obtém-se3,6 , (2.0) onde, é número de dipolos por unidade de volume (n é o número de dipolos) e R é o raio da cavidade esférica. A Equação (2.0) é similar a Equação (1.3) obtida pelo modelo de Debye a menos de um fator de correção. Ela leva em conta que o campo elétrico produzido por um determinado dipolo afetará dipolos vizinhos e estes, por sua vez, promoverão um campo elétrico de reação afetando o dipolo inicial. A Equação (2.0) é conhecida como equação de Onsager6. O modelo de Onsager leva em conta uma série de simplificações baseadas em simetria esférica, meio isotrópico, entre outras. A relação obtida, Equação (2.0), tem sido utilizada para descrever com restrições o comportamento da permissividade como função da temperatura em alguns líquidos reais3,4. da Vinci , Curitiba, v. 2 , n. 1, p. 105-116, 2005 109 COMPORTAMENTO DA PERMISSIVIDADE DIELÉTRICA DA ÁGUA COM A TEMPERATURA Fröhlich em 19487, utilizando teorias estatísticas, propôs um fator corretivo extra, g, na expressão encontrada por Onsager. O fator g depende da disposição dos dipolos permanentes, da anisotropia da polarizabilidade e da simetria da distribuição de cargas. Outros modelos clássicos foram propostos sendo revistos e conceitualmente discutidos na literatura3,4,8. 2 EXPERIMENTAL Os dados experimentais da permissividade em função da temperatura foram obtidos utilizando uma célula coaxial de aço de geometria cilíndrica de baixa capacitância. Na Figura 1 são ilustrados alguns detalhes construtivos de uma célula cilíndrica típica, destinada a realizar medidas de permissividade dielétrica em materiais líquidos. As amostras são inseridas na célula que é devidamente blindada e conectada a um analisador de impedância Hewlett-Packard 4191A. A freqüência do analisador é ajustada para um valor constante de 10 MHz. A representação do processo de medida é esquematicamente ilustrada na Figura 24,9. CÉLULA TETEX AG INSTRUMENTS MOD. 2903 1. Eletrodo 2. Eletrodo 3. Amostra 4. Conexão de Eletrodo 5. Conexão de Vácuo 6. Anel de Guarda 7. Termômetro 8. Sensor de Temperatura 9. Aquecimento Figura 1: Detalhes construtivos de uma típica célula utilizada para medidas de permissividade em dielétricos líquidos10. FRÖHLICH, H. Theory of dielectrics: dielectrics constant and Dielectric Loss. 2. ed. Oxford: Oxford University Press, 1958. VON HIPPEL, A.R. The dielectric relaxation spectra of water, ice, and aqueous solutions and their Interpretation – 1: critical survey of the status-quo for water. IEEE Trans. Elect. Insul., London, v. 23, n. 5, p. 801-816, 1988. 9 CATENACCIO, A.; DARUICH, Y.; MAGALLANES, C. Temperature dependence of the permittivity of water. Chem. Phys. Lett., n.367, p. 669-671, 2003. 10 LEGUENZA, E. L; ROBERT, R.; GIACOMETTI, J. A. Dependência da permissividade da água com a temperatura. São Paulo : USP/ Instituto de Física de São Carlos, 2003. Exame Geral de Qualificação de Doutorado. 7 8 110 da Vinci , Curitiba, v. 2 , n. 1, p. 105-116, 2005 ELINTON LUIZ LEGUENZA, RENÊ ROBERT E JOSÉ. A. GIACOMETTI As medidas foram realizadas em amostras de água bidestilada e deionizada a fim de retirar impurezas e íons presentes nas amostras. Após este processo as amostras foram imediatamente submetidas a cinco séries de medidas. O controle da temperatura da célula, contendo a amostra de água, é feito através de um termostato Colora (Alemanha) de circulação de água, como mostrado na Figura 29. Figura 2: Diagrama esquemático representando a medida de permissividade de água em função da temperatura10. Os dados de permissividade foram calculados a partir dos valores de admitância, medidos da célula com e sem a amostra. Segundo resultados prévios9, os dados experimentais obtidos foram comparados com valores tabelados na literatura, apresentando variações de pelo menos 0,5% na permissividade para as temperaturas tabeladas. 3 RESULTADOS Os dados experimentais foram ajustados utilizando a raiz positiva da equação de Onsager original, Equação (2.0), a qual pode ser expressa por9, (2.1) onde , é o momento de dipolo tabelado da água, é a permissividade no limite de alta freqüência parâmetro ajustável e é a densidade de dipolos por unidade de volume na temperatura de referência de 277 K. Comparativamente, foi utilizada a função de Onsager modificada empiricamente [7] que pode ser expressa como9, (2.2) onde 277 K é uma temperatura de referência. Neste trabalho sugerimos expressar a dependência da permissividade levando em conta efeitos do comportamento linear da dilatação volumétrica do raio R das moléculas de água em função da temperatura num meio isotrópico e homogêneo. Partindo da equação de Onsager (Equação 2.0), podemos reescrevê-la da seguinte forma10, da Vinci , Curitiba, v. 2 , n. 1, p. 105-116, 2005 111 COMPORTAMENTO DA PERMISSIVIDADE DIELÉTRICA DA ÁGUA COM A TEMPERATURA onde (2.3) e como o termo que envolve o raio R(T) apresenta pequenas variações na dependência com a temperatura, portanto, pode-se expandir em uma série binomial e com isso encontra-se 10, onde e (2.4) Podemos encontrar duas raízes, uma positiva e outra negativa, pelo cálculo da equação (2.4) e se considerarmos que somente a raiz positiva representa uma grandeza física, tem-se, (2.5) onde é o coeficiente volumétrico de expansão térmica da água e é a densidade de dipolos por unidade de volume na temperatura de referência de 277 K10. 4 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Na Figura 3 podem ser observados os dados experimentais do comportamento da permissividade dielétrica da água em função da temperatura e as curvas ajustadas através da função de Onsager: original (Equação 2.1), empírica 9 (Equação 2.2) e a modificada (que foi obtida considerando a expansão térmica da água sobre a permissividade dielétrica, - Equação 2.5). 112 da Vinci , Curitiba, v. 2 , n. 1, p. 105-116, 2005 ELINTON LUIZ LEGUENZA, RENÊ ROBERT E JOSÉ. A. GIACOMETTI Figura 3: Comportamento da permissividade para a água em função da temperatura, indicando os ajustes feitos através das equações de: Onsager original, Onsager empírica e Onsager modificada9. Os dados experimentais da Figura 3 foram ajustados com a função Onsager original, Equação (2.0), e apontam discrepâncias teóricas entre a dependência experimental da permissividade da água com a temperatura. De acordo com o modelo de Onsager os efeitos de expansão térmica sobre as moléculas de água não estão previstos no modelo. A discordância entre os resultados experimentais e o modelo original pode ser pertinente ao efeito de expansão térmica da amostra de água, originalmente associado a redução de interações dipolo-dipolo entre as moléculas de água com o aumento da temperatura. O comportamento experimental da permissividade em função da temperatura também foi ajustado com a função modificada empiricamente de Onsager, Equação (2.2), como pode ser observada na Figura 3. Os resultados empíricos, via Equação (2.2), indicam boa concordância com os resultados experimentais. No entanto, efeitos térmicos sobre a amostra de água exigem que sejam promovidas correções sobre os valores de . De acordo com o modelo o empírico9,11, para se conseguir um bom ajuste, além de valores , deve-se introduzir adicionalmente os fatores de correção empíricos e .A inserção de fatores de correção, embora leve a uma boa concordância com o experimento realizado, necessita de significado físico9,11. Na Figura 3 os resultados experimentais foram ajustados com a Equação (2.5). Conforme apresentado na seção anterior neste trabalho, é feita a proposta de correção da equação de Onsager com a dilatação térmica volumétrica10. Vê-se na Figura 3 que nossos resultados teóricos10 concordam com os resultados experimentais, considerando-se um meio dielétrico isotrópico, homogêneo e linear. Também pode ser observada boa concordância com o comportamento da equação empírica, previamente publicada e ajustada com três parâmetros9. Em nosso modelo, essencialmente, buscou-se fazer uma correção DARUICH, Y.; MAGALLANES, C.; GIORDAN, L.; GARIS, E.; CATENACCIO, A. Temperature dependence of the permittivity of some pure alcohols. Mol. Phys., v. 99, n. 2, p. 77-79, 2001. 11 da Vinci , Curitiba, v. 2 , n. 1, p. 105-116, 2005 113 COMPORTAMENTO DA PERMISSIVIDADE DIELÉTRICA DA ÁGUA COM A TEMPERATURA no modelo original de Onsager e introduzir o significado físico da expansão térmica volumétrica da permissividade da água. Por fim sugerimos que os efeitos térmicos sobre a permissividade da água podem estar associados às flutuações sobre a densidade de dipolos e redução da interação dipolo-dipolo à medida que a temperatura aumenta9. 114 da Vinci , Curitiba, v. 2 , n. 1, p. 105-116, 2005 ELINTON LUIZ LEGUENZA, RENÊ ROBERT E JOSÉ. A. GIACOMETTI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOTTCHER, C.F.J.; BORDEWIJK, P. Theory of electric polarisation. 2.ed. Amsterdam: Elsevier, 1978. V.1. CATENACCIO, A.; DARUICH, Y.; MAGALLANES, C. Temperature dependence of the permittivity of water. Chem. Phys. Lett., n.367, p. 669-671, 2003. DARUICH, Y.; MAGALLANES, C.; GIORDAN, L.; GARIS, E.; CATENACCIO, A. Dependence of the permittivity of a binary mixture upon temperature. J. Mol. Liq., v.76, p.107, 1998. DARUICH, Y.; MAGALLANES, C.; GIORDAN, L.; GARIS, E.; CATENACCIO, A. Temperature dependence of the permittivity of some pure alcohols. Mol. Phys., v. 99, n. 2, p. 77-79, 2001. DEBYE, P. Polar molecules. New York, Dover, 1945. FARADAY, M. Phil. Trans., v. 128, n. 1837/38, p. 1, 79, 265. FRÖHLICH, H. Theory of dielectrics: dielectrics constant and Dielectric Loss. 2. ed. Oxford: Oxford University Press, 1958. JONSCHER, A. K. Dielectric relaxation in solids. London, Chelsea Dielectrics Press, 1983. LEGUENZA, E. L; ROBERT, R.; GIACOMETTI, J. A. Dependência da permissividade da água com a temperatura. São Paulo : USP/ Instituto de Física de São Carlos, 2003. Exame Geral de Qualificação de Doutorado. MARQUARDT, D. W. An algorithm for least-squares estimation of nonlinear parameters. J. Soc. Indust. Appl. Math., v.11, n.2, June 1963. MAXWELL, J. C. A treatise on electricity and magnetism. 3. ed. New York, Dover, 1891. ONSAGER, I. Electric moments of molecules in liquids. J. Am. Chem. Soc., v.58, p. 14861493, 1936. PETONG, P.; POTTEL, R.; KAATZE, U. Water-ethanol mixtures at different compositions and temperatures: a dielectric relaxation study. The Journal of Physical Chemistry, v.104, p. 7420-7428, 2000. VON HIPPEL, A.R. The dielectric relaxation spectra of water, ice, and aqueous solutions and their Interpretation – 1: critical survey of the status-quo for water. IEEE Trans. Elect. Insul., London, v. 23, n. 5, p. 801-816, 1988. da Vinci , Curitiba, v. 2 , n. 1, p. 105-116, 2005 115 COMPORTAMENTO DA PERMISSIVIDADE DIELÉTRICA DA ÁGUA COM A TEMPERATURA 116 da Vinci , Curitiba, v. 2 , n. 1, p. 105-116, 2005