IAC-Carioca-Tybatã: o feijoeiro da fartura

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IAC-Carioca-Tybatã: o feijoeiro da fartura
O
programa de melhoramento genético
do feijoeiro no Instituto Agronômico,
dentro de seu objetivo central e permanente de aumentar a capacidade produtiva
dessa importante leguminosa, está colocando
à disposição dos produtores mais uma opção
de cultivar do tipo carioca, o mais importante
para o mercado paulista e o de outros estados
do Brasil. A nova cultivar, denominada IAC
Carioca-Tybatã, foi apresentada pelo IAC
durante o Agrishow 2001, em Ribeirão Preto. Seu alto potencial produtivo deu origem
à denominação da nova cultivar, sendo que
a palavra Tybatã, em tupi-guarani, significa
fartura.
A história do IAC Carioca-Tybatã remonta à década de trinta, com o início dos estudos
sobre o feijoeiro no Instituto Agronômico
ocorrido em 1932, numa época em que a cultura constituía apenas uma atividade agrícola
secundária, tipicamente de subsistência.
A partir de 1950, nas antigas Seções de
Genética e de Leguminosas, os trabalhos se
intensificaram, resultando na introdução no
mercado, em 1967, da variedade Carioca,
também conhecida e comercializada com a
denominação carioquinha. Esse novo tipo
de feijoeiro conquistou os campos paulistas,
de outras partes do Brasil e mesmo de outros
países, especialmente da África, por sua
qualidade de grãos e produtividade.
O melhoramento do feijoeiro Carioca no
IAC passou a ser baseado em cruzamentos
controlados e seleção de linhagens, visando
à incorporação de algumas características
desejáveis para a cultura. Como resultado
desses trabalhos, em 1980 foi lançada a variedade Carioca-80, mais resistente a doenças
e com porte de planta mais ereto, mas que
pelo simples fato de possuir sementes com
halo alaranjado, não teve boa aceitação pelo
mercado. Esse problema foi prontamente
resolvido mediante a retirada da linhagem
10-6-2 de halo alaranjado e a manutenção
das linhagens com as mesmas características
favoráveis do Carioca-80, que passou a ser
denominado Carioca-80SH ou simplesmente
IAC-Carioca.
Na década de 90 as pesquisas de melhoramento intensificaram-se com testes de produtividade, reação a fitopatógenos e outras características de interesse agronômico, sendo
obtidas as variedades IAC-Carioca-Akytã,
IAC-Carioca-Pyatã e IAC-Carioca-Aruã.
Principalmente como conseqüência dos trabalhos de melhoramento realizados pelo Instituto Agronômico, a produtividade do feijoeiro do tipo carioca no Estado de São Paulo,
segundo dados do Instituto de Economia
Agrícola, aumentou 140%, passando de 490
kg/ha para 1.177 kg/ha no período de 1970
a 1998.
Pompeu exibe o Tybatã:
um verdadeiro troféu
Em 1999, surge uma nova geração de
cultivares de feijoeiro com o IAC-CariocaEté, lançado no primeiro semestre daquele
ano (O Agronômico, v. 51, n. 1, p. 35-36,
1999). Em 2001, é a vez o IAC CariocaTybatã.
O feijoeiro ‘IAC-Carioca-Tybatã’ é a seleção “Gen 14-6” do cruzamento das linhagens L933 e LM30630, visando resistência ao vírus do mosaico dourado do feijoeiro (bean golden mosaic geminivirus) e a
outros patógenos, assim como quanto à
arquitetura da planta. Os trabalhos de campo
que levaram à obtenção da linhagem Gen
14-6 foram realizados na Estação Experimental de Agronomia de Votuporanga.
O Tybatã é um autêntico feijão do tipo
carioca, com alto potencial produtivo,
podendo atingir mais de 4.000 quilos por
hectare. Em ensaios realizados pelo IAC em
1997 e 1998, a cultivar IAC-Carioca-Tybatã
produziu 4,3%, 9,9% e 18,7% mais que a
IAC-Carioca (Carioca-80SH), usada como
padrão, respectivamente nas épocas das
águas, da seca e de inverno. A nova variedade já foi testada por vários anos nas principais regiões produtoras do Estado de São
Paulo. É necessário alertar que o alto potencial produtivo da Tybatã somente se manifesta quanto se aplica tecnologia apropriada à cultura.
Produção de sementes de Tybatã no Núcleo Experimental de Campinas
O Agronômico, Campinas, 53(2), 2001
As plantas do IAC-Carioca-Tybatã apresentam crescimento indeterminado, hastes
verdes, de guia curta a longa em função do
ambiente, porte semi-ereto e flores de cor
branca. As folhas são de cor verde; as vagens
apresentam coloração amarelo-esverdeada
clara na maturação fisiológica, com ou sem
estrias avermelhadas. É uma cultivar de ciclo
médio: da emergência à colheita são necessários cerca de 86 dias no plantio das águas
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Tybatã:
autêntico
feijoeiro do
tipo carioca
e de 90 dias nos plantios da seca e de inverno.
Quando atingem o ponto de colheita, as vagens são de cor palha ou creme claro, com
ou sem estrias avermelhadas.
do produto, pois a maior aeração facilita a
secagem das vagens e o menor contato com
o solo mantém as vagens mais limpas até o
ponto de colheita.
As sementes do Tybatã são elípticas,
semi-cheias, de coloração creme marmorizado com listras marrons e halo creme claro,
características do tipo carioca. O peso médio
de cem sementes é de 23,2 g e teor médio de
proteína é de 24,1%. Algumas sementes podem apresentar quase toda a superfície com
a coloração das listas (marrom), persistindo
apenas algumas pontuações de coloração creme. Essas sementes com coloração intensa
não constituem nenhum problema, pois além
de ocorrerem com baixíssima freqüência,
quando propagadas resultam em plantas que
produzem sementes normais, características
do tipo carioca.
Quanto à reação aos diferentes agentes
causadores de doenças na cultura, o CariocaTybatã mantém as excelentes qualidades do
IAC-Carioca-Eté:
- Total resistência ao fungo Colletotrichum lindemuthianum, causador da antracnose, a principal doença do feijoeiro que
pode causar perdas de até 85% da produção.
- É resistente ao fungo Uromyces appendiculatus, causador a ferrugem, e ao vírus
do mosaico comum do feijoeiro (bean
common mosaic potyvirus).
- Apresenta ainda bom nível de resistência ao vírus do mosaico dourado, já citado
anteriormente, conforme observado em diversos ensaios realizados pelo IAC no Estado
de São Paulo, nos quais o vírus esteve presente afetando variedades susceptíveis de forma
severa.
A arquitetura da planta do Carioca-Tybatã é um importante diferencial da nova cultivar: seu porte semi-ereto facilita todo o manejo da cultura, incluindo tratos culturais e
fitossanitários e colheita manual ou mecanizada. Possibilita ainda melhorar a qualidade
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Participaram do desenvolvimento do
feijoeiro ‘IAC-Carioca-Tybatã’ os pesqui-
O Tybatã destaca-se pelo alto
potencial produtivo
sadores Antonio Sydney Pompeu, Sérgio
Augusto Moraes Carbonell, Margarida Fumiko Ito e Nelson Bortoletto. A produção
de sementes da Tybatã está sendo intensificada pelo IAC para atender à demanda inicial dos produtores, sendo que informações
podem ser obtidas no Centro de Produção
de Material Propagativo, Avenida Theodureto de Almeida Camargo, 1.500, CEP
13075-630, Campinas, SP, fone (19) 32415188, ramal 389, fax (19) 3241-5188 ramal
307.
Antonio Sydney Pompeu
IAC-Centro de Plantas Graníferas
Fone: (19) 3241-5188 ramal 370
O Agronômico, Campinas, 53(2), 2001
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