Análise comparativa da força muscular de mulheres

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ANÁLISE COMPARATIVA DA FORÇA MUSCULAR DE MULHERES IDOSAS
PRATICANTES DE GINÁSTICA E HIDROGINÁSTICA
Rita de Cássia Marçal Araújo
Graduada em Educação Física pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG
Maria Teresa da Silva Barbosa
Mestre em Educação Física pela Universidade de Brasília - UCB
Docente do Curso dm Educação Física do Unileste-MG
[email protected]
RESUMO
O envelhecimento é marcado por um decréscimo das capacidades motoras, redução
da força muscular, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo, dificultando a
realização das atividades diárias e a manutenção de um estilo de vida saudável. Para
a execução de uma grande quantidade de atividades cotidianas é necessário um bom
nível de força muscular, sendo que no idoso é por vezes tão reduzida interferindo em
sua autonomia. Para se trabalhar as alterações funcionais que ocorrem com o avanço
da idade sugerem-se a realização de atividades aeróbias incluindo atividades
localizadas como o trabalho de força. O aumento da força muscular e da massa óssea
associados a um trabalho de coordenação, equilíbrio e cardiorespiratorio promovem
uma segurança na realização das atividades diárias. Sendo a ginástica e
hidroginástica atividades físicas aeróbias e de fortalecimento muscular, o objetivo do
presente estudo foi comparar a força muscular utilizando-se dos testes flexão do
cotovelo em 30 segundos e levantar da cadeira em 30 segundos (RIKLI E JONES,
1999) aplicados em 26 mulheres idosas, sendo 13 praticantes de ginástica com idade
média de 71 anos (±5,7) e 13 praticantes de hidroginástica com idade média de 72
anos (±5,3). Através da análise dos resultados obtidos pelo test t student p< 0,05,
verificou-se que não houve diferença significativa da força muscular entre essas idosas
praticantes de ginástica e hidroginástica, sendo que ambas tiveram níveis de força
semelhantes.
Palavras-Chave: Envelhecimento, Força muscular, Ginástica e Hidroginástica.
ABSTRACT
The getting old is pointed by a decreasing of motor’s capacity, muscular power
reduction, flexibility, velocity and Vo2 maximum level, dificulting the daily life activities
perform and maintenance of a healthy life stile. To execute a great amount of daily
activities is necessary a good level of muscular power, being that in the elderly is by
times so reduced interfering to it’s autonomy. To word-out the functional alterations that
occur with the advance of age is suggest a realization of aerobics activities including
local’s activities as power work. The increasing of muscular power and bone’s mass
associated to a work of coordination, balance and cardio respiratory provide security in
the realization of daily activities. Being gymnastic and hidroginastic aerobics physical’s
activities and of muscular strength, the objective of the present study was to compare
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muscular power using elbow flexibility in 30 second’s and get up from a chair in 30
seconds (RIKLI E JONES, 1999) applied on 26 elderly women’s, being 13 gymnastic
practicing with median age of 71 (±5,7) and 13 hidroginastic practicing with median age
of 72 (±5,3). Throughout of analyze of resulting getting by student test ‘t’ p< 0,05, were
certified that has not great difference of muscular power among these elderly
gymnastic and hidroginastic practicing, being that both of them had a similar power
level.
Key word: Getting old, Muscular power, Gymnastic and Hidroginastic.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento é associado ao declínio da aptidão física devido à diminuição
da capacidade aeróbia, da força muscular, da flexibilidade, do equilíbrio, do tempo de
reação e de movimento, da agilidade e da coordenação, que tem como causa uma
intolerância ao esforço físico, reduzindo drasticamente para muito idosos a capacidade
funcional interferindo sobre as atividades da vida diária e sobre a sua independência
(OKUMA, 2002).
Para Monteiro et al (1999), muitas das alterações nas estruturas e funções
fisiológicas que ocorrem com a idade resultam da inatividade física. Para um idoso
realizar suas tarefas cotidianas, como subir escadas, carregar suas compras e abaixarse, ele necessita de um conjunto de capacidades como força muscular, resistência
localizada e flexibilidade.
A partir dos 60 anos há uma diminuição mais acentuada da força muscular,
principalmente nas mulheres, sendo essa diminuição da força a músculos específicos,
principalmente nos membros inferiores. As primeiras causas que levam à redução da
força é a perda da massa magra, e nos músculos há uma perda maior com o
envelhecimento, pois estão associados a diminuição no nível de atividade física do
idoso, fatores nutricionais, hormonais, endócrinos e neurológicos (MATSUDO, 2001).
De acordo com Mota & Carvalho (s/d) para se trabalhar as alterações
funcionais que ocorrem com o avanço da idade, sugere-se a realização de atividades
aeróbias incluindo atividades localizadas como o trabalho de força. O aumento da
força muscular e da massa óssea associado a um trabalho de coordenação, equilíbrio
e cardiorrespiratorio promovem uma segurança na realização das atividades diárias
diminuindo as quedas e a probabilidade de fraturas ósseas é inferior.
Força muscular é definida como a quantidade máxima de força de tensão que
um músculo ou grupamento muscular consegue exercer contra uma resistência em um
esforço máximo (FOSS & KETEYIAN, 1998). A partir dessa definição são
considerados os três tipos de contrações musculares: isotônica ou dinâmica – o
músculo encurta-se com tensão variável ao deslocar uma carga constante; isométrica
ou estática – desenvolve-se tensão, porém não existe mudança no comprimento do
músculo; autotonica – que se caracteriza pela combinação das contrações isotônica e
isométrica.
A força é importante na relação aptidão-saúde, pois é requerida em várias
atividades diárias, assim como em emergências ocasionais (GLEDHILL,1990 apud
MONTEIRO,1997), enfatizando também que níveis mínimos de força são essenciais
para todos os indivíduos, principalmente idosos.
Para Santarém (2001), os exercícios que estimulam o aumento da massa
óssea, da massa muscular e mobilidade articular são os mais eficientes para os
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idosos: o aumento da massa óssea diminui a probabilidade de fraturas; o aumento da
massa muscular diminui a possibilidade de quedas por facilitar a recuperação postural
nas situações de desequilíbrios do corpo; possibilita a realização de tarefas comuns
que exigem força muscular, entre outros benefícios; o aumento da mobilidade articular
permite a realização de atividades comuns da vida diária, frequentemente
impossibilitadas nos idosos sedentários por diminuição da flexibilidade.
Um treino sistemático da força pode desacelerar a perda da massa muscular e
assim manter seus níveis (FLECK, 1993 apud OKUMA, 2002), o mesmo autor ressalta
que a atividade física moderada resulta num ganho de força de 10% a 20%.
Sendo a ginástica e hidroginástica atividades físicas, essas estimulam várias
funções essenciais do organismo como à manutenção do aparelho locomotor, que
segundo Okuma (2002) “é o principal responsável pelo desempenho das atividades da
vida diária e pelo grau de independência e autonomia do idoso”.
Conforme Rocha (1994) e Bonachela (1994), a prática da hidroginástica torna o
idoso mais apto e mais saudável devido aos vários benefícios que ela oferece, tais
como: aumento da amplitude articular o que promove um menor risco de problemas
articulares, da força muscular, da densidade óssea; promove um relaxamento
muscular, uma desintoxicação das vias respiratórias, um controle do peso corporal;
melhora as funções orgânicas e os sistemas cardiovascular e cardiorrespiratório;
aumento da coordenação, da agilidade, da percepção, do esquema corporal; melhora
do equilíbrio, alivia as tensões e o stress do dia-a-dia; proporciona bem-estar físico e
mental, não há o desconforto da transpiração.
Entende-se por ginástica a “exercitação corporal, o conjunto de exercícios
físicos e mentais em ações que solicitem e ativem os diversos sistemas e aparelhos
orgânicos, visando ao desenvolvimento de qualidades físicas, mentais e sociais do ser
humano” (PEREIRA, 1988 apud COSTA ,1998a).
Há várias modalidades dentro da ginástica, entre elas a ginástica aeróbia e a
ginástica localizada.
A ginástica aeróbia trabalha o sistema cardiorrespiratório, tornando-o mais
eficiente para realizar atividades diárias e promove uma modificação na composição
corporal melhorando o fator estético resultando também numa menor sobrecarga nas
articulações (COSTA, 1998 b).
Segundo Costa (1998 a), Ginástica Localizada é caracterizada por gestos
motores devidamente orientados, utilizando de exercícios localizados concentrados em
determinado segmento corporal para atingir seus objetivos. São utilizados para manter
e desenvolver a força e a resistência de um determinado músculo ou grupo muscular
promovendo benefícios como o aprimoramento da capacidade física, melhora da
saúde, melhor disposição física e bem-estar emocional, melhora da auto-estima.
Devido a essas observações o estudo teve como objetivo comparar a força
muscular entre mulheres idosas praticantes de ginástica e hidroginástica.
METODOLOGIA
Fizeram parte da amostra 26 idosas voluntárias na faixa etária de 60 a 81 anos
de idade, sendo as mulheres praticantes de ginástica, com a média de 71 anos (±5,7)
e as mulheres praticantes de hidroginástica uma média de 72 anos (±5,3).
Foram selecionadas as que participavam das atividades de ginástica e
hidroginástica no mínimo há 2 anos, mantendo uma freqüência às aulas de
agosto/2005 a novembro/2005.
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Para efeito de comparação foram 13 mulheres praticantes de ginástica do
núcleo Ativaidade do Unilestemg da cidade de Ipatinga com freqüência de três vezes
por semana e com período de 60 minutos e 13 mulheres praticantes de hidroginástica
na academia Fernanda Ferraz em Ipatinga com freqüência de duas vezes por semana
e com período de 45 minutos, ambas no período da manhã.
Após devidamente autorizada pelos responsáveis do núcleo Ativaidade do
Unilestemg e da academia Fernanda Ferraz, foi aplicado o teste Flexão do Cotovelo
em 30 segundos (RIKLI E JONES, 1999 apud MATSUDO, 2000) para mensurar
indiretamente a força muscular dos membros superiores; a avaliada executava a
flexão do cotovelo com 1 halter de 2 kg em 30 segundos sentada numa cadeira com
encosto reto com altura de 43 cm e sem apoio para os braços. Foi aplicado o teste de
Levantar da cadeira em 30 segundos (RIKLI E JONES, 1999 apud MATSUDO, 2000)
para mensurar indiretamente a força dos membros inferiores, com a qual a avaliada
levantava da cadeira com encosto reto e altura de 43 cm com os braços cruzados a
frente em 30 segundos. Todas assinaram um termo de consentimento informado.
Na análise dos resultados foi utilizada a estatística quantitativa verificando
média e desvio padrão baseado no teste t student para amostras independentes com
nível de significância de p<0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os valores referenciais de Rikli e Jones (1999) para o teste de flexão do
cotovelo em 30 segundos são apresentados na tabela 1. Na tabela 2 temos os
resultados obtidos pelas mulheres idosas praticantes de ginástica e de hidroginástica.
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Tabela 1 – Valores padrões de referência (repetições) para a população americana
Rikli e Jones (1999), em média e desvio padrão, do teste de flexão do cotovelo em 30
segundos, de acordo com o sexo e a idade cronológica.
60~64
65~69
70~74
75~79
80~84

16,1
15,2
14,5
14
13
dp
4,6
4,3
4,4
4,4
4,1

19,0
18,4
17,4
16,2
16,0
dp
4,7
5,3
5,0
4,6
4,3
Idade (anos)
Mulher
Homem
Tabela 2 – Resultados alcançados (em número de repetições) pela amostra das
mulheres idosas praticantes de ginástica e hidroginástica, expressos em média e
desvio padrão (dp), para o teste de Flexão do Cotovelo em 30 segundos, de acordo
com a idade cronológica.
Idade ( anos)
Ginástica
Hidroginástica
60~64
65~69
70~74
75~79
80~84

17,5
15,7
18,7
21,3
18
dp
7,8
3,8
3,5
6,1
0

-
21
16,5
17,5
21
dp
-
3,2
3,5
6,5
0
dp = Desvio padrão
De acordo com a tabela 2 os resultados do teste de flexão de cotovelo 30
segundos, tanto das mulheres praticantes de ginástica quanto das mulheres
praticantes de hidroginástica, foram superiores em todas as idades, destacando-se
nas idades mais avançadas.
Numa pesquisa realizada por Carvalho (2003) em uma população de idosos
praticantes de atividades físicas em Campinas/SP, também se obteve valores de
média superiores do teste de flexão de cotovelo 30 segundos em mulheres em
relação aos valores referenciais de Rikli e Jones (1999).
Tabela 3 - Distribuição dos valores (em número de repetições) de média, desvio
padrão e do resultado encontrado através da aplicação do teste t student (p<0.05)
do grupo de idosas praticantes de ginástica e hidroginástica no teste de Flexão do
cotovelo 30 segundos.
Teste de Flexão do cotovelo em 30 segundos
Ginástica
Média 
(do número de
repetições)
Desvio padrão
(do número de
repetições)
Resultado do
teste t de Student
18
4,6
0,72
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Hidroginástica
18,7
4,6
Na avaliação da força de membros superiores através do teste flexão do
cotovelo 30 segundos, os resultados mostraram que as idosas praticantes de
ginástica alcançaram médias de 18 repetições, com valores mínimos e máximos de
12 e 28 repetições respectivamente. Já os resultados da média das idosas
praticantes de hidroginástica foram de 18,7 repetições do mesmo teste tendo como
valor mínimo de 13 repetições e máximo de 27 repetições.
De acordo com a análise dos resultados através do teste t de Student p<0,05
observou-se que não houve diferença significativa (0,72) da força muscular dos
músculos superiores entre os grupos de idosas praticantes de ginástica e de
hidroginástica.
Os valores referenciais de Rikli e Jones (1999) para o teste de Levantar da
cadeira em 30 segundos são apresentados na tabela 4. Na tabela 5 temos os
resultados obtidos pelas mulheres idosas praticantes de ginástica e de
hidroginástica.
Tabela 4 - Valores padrões de referência (repetições) para a população americana
Rikli e Jones (1999), em média e desvio padrão, do teste de Levantar da cadeira
em 30 segundos, de acordo com o sexo e a idade cronológica.
Idade (anos)
Mulher
Homem
60~64
65~69
70~74
75~79
80~84

14,5
13,5
12,9
12,5
11,3
dp
4,0
3,5
3,6
3,8
4,2

16,4
15,2
14,5
14,0
12,4
4,3
4,5
4,2
4,3
3,9
dp
Tabela 5 - Resultados alcançados (em número de repetições) pela amostra das
mulheres idosas praticantes de ginástica e hidroginástica, expressos em média e
desvio padrão (dp), para o teste de Levantar da cadeira em 30 segundos, de acordo
com a idade cronológica.
Idade (anos)
Ginástica
Hidroginástica
60~64
65~69
70~74
75~79
80~84

12,5
16,5
13,7
18,3
12
dp
2,1
4,0
2,1
4,9
0

-
14,4
13,5
14
13
dp
-
2,1
2,1
3,6
0
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A tabela 5 nos mostra os resultados alcançados pelas mulheres idosas
praticantes de ginástica e hidroginástica no teste de levantar da cadeira em 30
segundos, no qual apenas a faixa etária de 60 a 64 anos no grupo de idosas
praticantes de ginástica obteve-se o resultado inferior à tabela de referência da
população americana (Rikli e Jones, 1999); os demais resultados das outras faixas
etárias foram superiores.
Vale ressaltar que o resultado dessa pesquisa é semelhante ao resultado
encontrado por Carvalho (2003) com uma população de idosos praticantes de
atividades físicas em Campinas/SP, em relação aos resultados da média sendo
superiores no teste de Levantar da cadeira em 30 segundos em mulheres em relação
aos valores referenciais de Rikli e Jones (1999).
Tabela 6 - Distribuição dos valores (em número de repetições) de média, desvio
padrão e resultado encontrado através da aplicação do teste t student (p<0.05) do
grupo de idosas praticantes de ginástica e hidroginástica no teste de Levantar da
cadeira em 30 segundos.
Teste Levantar da cadeira em 30 segundos
Ginástica
Média
(do número de
repetições)
Desvio padrão
(do número de
repetições)
14,9
3,8
Resultado do
teste t de Student
0,57
Hidroginástica
13,9
2,3
A média para a variável força de membros inferiores, obtida a partir dos
resultados do teste de levantar da cadeira em 30 segundos foi de 14,9 repetições no
grupo de idosas praticantes de ginástica, sendo o valor mínimo de 11 repetições e o
valor máximo de 24 repetições. O valor da média obtido pelo grupo de idosas
praticantes de hidroginástica foi de 13,9 repetições, sendo o valor mínimo de 11
repetições e o valor máximo de 19 repetições.
De acordo com a analise dos resultados através do teste t student p<0,05
observou-se que não houve diferença significativa (0,57) da força muscular dos
membros inferiores entre os grupos de idosas praticantes de ginástica e de
hidroginástica.
Para Okuma (2002), o aumento da força é uma das principais modificações que
podemos encontrar em pessoas que praticam atividade física como musculação,
ginástica localizada, hidroginástica. Esse aumento da força muscular aumenta o limiar
anaeróbio e a capacidade aeróbia, o que aumenta a resistência para esforços em
geral. Isso garante uma melhor execução de atividades diárias, como caminhadas,
subidas de escadas, compras em supermercados, atividades caseiras entre outras.
Nesse estudo pode-se observar que as atividades de ginástica e hidroginástica
favorecem o fortalecimento muscular entre outros benefícios.
Segundo Nóbrega (1999), a atividade física regular, particularmente exercícios
nos quais sustentam o próprio peso e exercícios de força, promove fixação de cálcio
nos ossos, auxiliando no tratamento da osteoporose, aumento da força muscular, o
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equilíbrio e a flexibilidade, diminuindo a incidência de quedas, fraturas e suas
complicações para idosos.
Um programa de exercícios de Hidroginástica consiste de exercícios do tipo
aeróbio, incluindo exercícios que desenvolva flexibilidade, força muscular e resistência
(KRASEVEC & GRIMES), (s/d).
Em um estudo realizado por Sanders & Maloney-Hills (1998) apud Rabelo
(2002), em mulheres idosas com idade média de 75 anos, participantes de um
programa de exercícios aquáticos, observou-se uma melhora significativa na força de
extensão e flexão dos joelhos como também na força de extensão e flexão dos
cotovelos.
O valor da ginástica está na execução dos exercícios regularmente sendo estes
bem selecionados para o fortalecimento da musculatura mantendo o aparelho
locomotor elástico e as articulações flexíveis (COSTA, 1998 a).
Num estudo realizado por Silva et al (1999) citado por Raso (2000), propuseram
um programa de exercícios de ginástica com peso para mulheres na faixa etária de 54
a 81 anos, constituído de aulas de ginástica aeróbia de baixo impacto, alongamento e
exercícios localizados, realizados 2 vezes por semana e com duração de 50 minutos,
sendo verificado uma resposta estatisticamente significativa (p< 0,05) para a
capacidade de levantar da cadeira apresentando tendência de melhora (15,4%).
De acordo com os achados de Raso (2000), utilizando de um programa de
exercícios com peso em pessoas idosas, obteve-se ganhos de força muscular dos
músculos superiores em 66,8%.
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, (NÓBREGA et al,
1999 apud DIOGO et al, 2004), a prescrição de exercícios para a população idosa
deveria contemplar diferentes componentes da aptidão física como o condicionamento
cardiorrespiratorio, a resistência e a força muscular, a composição corporal e a
flexibilidade. Pois devido aos benefícios já citados pela prática da ginástica e
hidroginástica pode-se destacar que essas atividades trabalham os componentes
prescritos pela Sociedade de Geriatria e Gerontologia, valorizando assim a sua pratica
por parte dos idosos.
A limitação do estudo foi não ter caracterização da amostra em relação à
estatura e peso corporal o que poderia influenciar no desempenho dos testes,
interferindo nos resultados.
Outro fator limitante foi encontrar outras pesquisas que comparam a força
muscular entre essas duas atividades físicas ginástica e hidroginástica para efeito de
confirmar ou mesmo questionar o resultado dessa pesquisa.
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Na amostra de idosas praticantes de ginástica e hidroginástica em relação à
força de músculos superiores, os resultados alcançados foram superiores aos dados
referenciais utilizados e recomendados por Rikli e Jones (1999), sendo ainda mais
expressivo na faixa etária avançada.
Em relação à força dos músculos inferiores os resultados alcançados pela
amostra foram superiores em relação aos dados referenciais de Rikli e Jones (1999). A
exceção aparece nas mulheres idosas praticantes de ginástica na faixa etária de 60 a
64 anos com o resultado inferior.
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Numa analise geral tanto as idosas praticantes de ginástica quanto as idosas
praticantes de hidroginástica, alcançaram-se resultados satisfatórios quando
comparados aos valores referenciais de Rikli e Jones (1999).
Através do resultado do teste t de Student observou-se que não houve diferença
significativa da força muscular tanto dos membros superiores quanto dos membros
inferiores entre idosas praticantes de ginástica e idosas praticantes de hidroginástica.
Visto que na literatura encontram-se muitos autores que declaram os benefícios
da prática de ginástica e hidroginástica do idoso para a aquisição e manutenção da
força muscular, tornam-se necessárias mais ações de conscientização de hábitos de
vida associados à prática dessas atividades por parte dos idosos.
Deve-se, portanto buscar constantemente comportamentos que propiciem a
qualidade de vida, dando ênfase à prevenção da saúde física, mental e social.
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