Como enxergar o que é “invisível”

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08/07/2016
Como enxergar o que é “invisível”
Como enxergar o que é “invisível”
07/07/2016 - 19H07/ atualizado 19H07 / por Equipe Caminhos para o Futuro
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Você sabe como os meios de contraste utilizados em diagnósticos por imagem funcionam no
seu corpo?
O contraste foi usado pela primeira vez em 1896 (Foto: Thinkstock)V
ocê já deve ter assistido a algo parecido em algum seriado sobre investigação criminal: na busca por pistas para elucidar um assassinato, policiais
espalham, na cena do crime, uma substância química (o luminol, um pó diluído em água oxigenada) e, depois, examinam esses pontos com uma luz
negra, a fim de revelar manchas de sangue que são invisíveis a olho nu, mas que, misturadas a essa substância, emitem uma cor azuladofluorescente. Exames feitos com a utilização de contrastes - compostos químicos que são injetados nas veias dos pacientes - funcionam mais ou
menos desse jeito.
Utilizados como importantes ferramentas no diagnóstico por imagem, os contrastes ajudam na detecção de lesões ou anomalias que não podem ser
detectadas nos exames tradicionais, permitindo uma melhor visualização dos tecidos e dos vasos sanguíneos e, ainda, oferecendo um diagnóstico
mais confiável sobre as condições do paciente. “Os contrastes nos ajudam a diferenciar as estruturas vasculares das demais nos exames de imagem,
como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética”, explica Gustavo Meirelles, médico especializado em Radiologia Torácica e PET/CT
do Grupo Fleury Medicina e Saúde. “É um recurso que nos ajuda muito na elaboração dos laudos desses exames”, complementa.
Muita gente fica com o pé atrás quando o médico solicita a realização de um exame de imagem com o uso de contraste, mas não é preciso ter medo.
Primeiro porque esse procedimento só pode ser feito após uma avaliação personalizada das condições clínicas do paciente, assim como ocorre em
outros procedimentos. É necessário verificar, por exemplo, se o indivíduo apresenta certas doenças ou alergia ao componente. A maior parte das
pessoas pode utilizar o contraste, a não ser que tenha apresentado algum tipo de reação em um exame anterior, sofra de insuficiência renal ou
cardíaca, esteja com crise de asma ou grávida.
“É um meio de diagnóstico cada vez mais seguro, principalmente para a ressonância magnética, onde se utilizam contrastes não-iônicos. Estes, aliás,
são os mais avançados e provocam uma frequência muito baixa de reações alérgicas”, destaca Meirelles. Existem vários tipos de meios de contraste:
à base de bário, contraste paramagnético e os iodados. Estes são divididos em iônicos e não iônicos. Os contrastes não-iônicos são considerados
mais seguros e menos tóxicos, como é o caso do Visipaque, da GE Healthcare. Único do mercado que apresenta uma osmolalidade (quantidade de
partículas dissolvidas em um determinado solvente) fisiológica similar à do sangue, esse contraste de última geração promove maior tolerância renal e
cardíaca e gera menos desconforto para os pacientes.
Com relação aos contrastes, de maneira geral, as formas de reação são leves e podem incluir calor no braço, logo após a aplicação, vermelhidão no
rosto e urticária. “Esses sintomas desaparecem sozinhos, sem a necessidade de medidas adicionais”, ressalta Meirelles, acrescentando que o
contraste é expelido como qualquer outra substância ingerida pelo organismo, sendo filtrado pelos rins e eliminado pela urina.
Histórico
O primeiro estudo utilizando o mecanismo de contraste em exames de imagem foi aplicado apenas um ano depois da descoberta do raio X pelo físico
alemão Wilhelm Conrad Roentgen, em 1896, numa radiografia do estômago e intestino de um porco. Desde então, os meios de contraste vêm
ajudando a medicina, no mundo todo, a ver o “invisível”, tornando os diagnósticos mais precisos e a vida dos pacientes mais resguardada, a fim de
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impedir a ação de problemas que se desenvolvem, muitas vezes, silenciosamente. A título de curiosidade, o luminol foi inventado em 1928 e, da
mesma forma, já ajudou no esclarecimento de crimes antes insolúveis, em diferentes partes do mundo.
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