Marcelo Roberto Pereira Uma análise comparativa de desempenho de longo prazo entre a caderneta de poupança, fundos de investimentos e planos de previdência Taubaté - SP 2003 Marcelo Roberto Pereira Uma análise comparativa de desempenho de longo prazo entre a caderneta de poupança, fundos de investimentos e planos de previdência Monografia apresentada para obtenção do Certificado de Especialização pelo Curso de Pós Graduação MBA em Gerência Departamento Administração Financeira de e e Controladoria Economia, Secretariado do Contabilidade, – ECASE da Universidade de Taubaté. Área de Concentração: MBA em Gerência Financeira e Controladoria Orientador: Prof. Mestre Marco Aurélio Vallim Reis Taubaté - SP 2003 MARCELO ROBERTO PEREIRA UMA ANÁLISE COMPARATIVA DE DESEMPENHO DE LONGO PRAZO ENTRE A CADERNETA DE POUPANÇA, FUNDOS DE INVESTIMENTOS E PLANOS DE PREVIDÊNCIA. UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ, TAUBATÉ, SP. Data:______________________________ Resultado:__________________________ COMISSÃO JULGADORA Prof. MSc. Marco Aurélio Vallim Reis Assinatura:_____________________________________________________________ Prof. MSc. Paulo Aurélio dos Santos Assinatura:_____________________________________________________________ Prof. MSc. Rose Lima de Morais Campos Assinatura:_____________________________________________________________ Aos meus Pais e demais membros de minha família que sempre me apoiaram e incentivaram minha vida acadêmica, aceitando minha ausência. Agradecimentos Primeiramente a Deus, pela sua fidelidade e amor incondicional e por ter me honrado nas horas mais difíceis. Ao Prof. Mestre Marco Aurélio Vallim Reis pela sua assistência e colaboração, me conduzindo na realização desse trabalho. Ao Sr. Eduardo Jurcevic Diretor de Investimentos do ABN AMRO ASSET MANAGEMENT, que prontamente me auxiliou no levantamento de dados e relatórios utilizados no trabalho. Ao Banco ABN AMRO REAL que colaborou com incentivos financeiros para a conclusão do curso de MBA. As amigas Vilma e Ana Lúcia que trabalharam auxiliando meu desenvolvimento intelectual. A amiga Andréia Ribas pelas palavras de incentivo nos momentos difícieis. Já minhas amigas Dalva e Clarice no meu desenvolvimento espiritual. A todos que direta ou indiretamente contribuíram em mais uma realização na minha vida. PEREIRA, Marcelo Roberto. Uma análise comparativa de desempenho de longo prazo entre a caderneta de poupança, fundos de investimentos e planos de previdência. 2003.páginas 68p. Monografia (Especialização, MBA – Gerência Financeira e Controladoria) – Departamento de Economia, Contabilidade, Administração e Secretariado – ECASE, Universidade de Taubaté, Taubaté. O presente trabalho teve como objetivo analisar o desempenho no longo prazo de três alternativas de investimentos. Para isto, comparou-se o desempenho da rentabilidade entre a da Caderneta de Poupança, Fundos de Investimentos de Renda Fixa e os Planos de Previdência Complementar, oferecidos pelos bancos múltiplos. A metodologia consistiu na simulação de cenários futuros com modificação das taxas de juros, determinando-se qual o valor final do capital investido por cada um desses investimentos em quatro determinados períodos de tempo, sendo 5, 10, 15 e 20 anos. Concluiu-se, através deste estudo, que os planos de previdência analisados proporcionam ao investidor melhor rentabilidade, consequentemente melhor retorno do capital investido. Palavra chave: Sistema Financeiro Nacional, Bancos, Risco, Retorno, Alternativas de Investimentos. PEREIRA, Marcelo Roberto. A comparative analysis of acting of long period among the savings account, funds of investments and welfare plans. 2003.páginas 68p. Monograph (Specialization, MBA - Financial Management and Accountability) Department of Economy, Accounting, Administration and Secretariat - ECASE, University of Taubaté, Taubaté. The present work had as objective to analyze the acting in the long period of three alternatives of investments. For this, the acting of the profitability was compared among the one of the savings account, Fund of Investments of Income Fasten and the Plans of Complemental Welfare, offered by the multiple banks. The methodology consisted of the simulation of future sceneries with modification of the interest rates, being determined which the final value of the capital invested by each one of those investments in four certain periods of time, being 5, 10, 15 and 20 years. It is ended, through this study, that the analyzed welfare plans provide to the investor better profitability, consequently better return of the invested capital. Key word: National Financial System, Banks, Risk, Return, Alternatives of Investments. SUMÁRIO RESUMO ..........................................................................................................................5 ABSTRACT......................................................................................................................6 LISTA DE TABELA ........................................................................................................9 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................10 2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.................................................................12 2.1. SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO ......................................................12 2.1.1. BANCO CENTRAL DO BRASIL.............................................................14 2.1.2. COMISSÃO VALORES MOBILIÁRIO....................................................14 2.1.3. SUPERINTENDÊNCIA DE SUGUROS PRIVADOS..............................15 2.1.4. SECRETARIA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ........................15 2.1.5. BANCOS..................................................................................................16 2.1.6. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS ..............................17 2.1.7. EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS ..........................................................18 2.2. O BANCO TRADICIONAL ...........................................................................19 2.2.1. A FASE INTERMEDIÁRIA .....................................................................19 2.3. O BANCO ATUAL.........................................................................................19 2.4. FUNÇÃO SOCIAL DOS BANCOS ...............................................................21 3. GERENCIAMENTO DE INVESTIMENTO .........................................................24 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. RISCO E RETORNO ESPERADO.................................................................26 RELAÇÃO RISCO/RETORNO E INVESTIMENTO ...................................28 DIVERSIFICAÇÃO DO RISCO ....................................................................29 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CARTEIRAS..................................30 4. CADERNETA DE POUPANÇA............................................................................ 32 5. FUNDOS DE INVESTIMENTO............................................................................38 5.1. TRIBUTOS PRÁTICADOS NOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS...........42 5.1.1. A CRIAÇÃO IOF.....................................................................................42 5.1.2. O IOF VIRTUAL .....................................................................................44 5.1.3. IMPOSTO DE RENDA SOBRE GANHOS DE CAPITAL DOS FUNDOS DE RENDA FIXA E VARIAVEL .............................................................................44 5.2. RENTABILIDADE DOS FUNDOS ...............................................................45 5.3. RATING DOS FUNDOS ................................................................................46 5.4. MARCAÇÃO A MERCADO – REGRAS DO BC .........................................47 5.5. ASSET MANAGEMENT UNIT ....................................................................51 6. FUNDOS DE INVESTIMENTO ORIENTADOS À APOSENTADORIA........... 52 6.1. FUNDO DE APOSENTADORIA PROGRAMADA INDIVIDUAL.............52 6.2. PLANO GERADOS DE BENEFICIOS LIVRES - PGBL..............................54 6.3. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA TRADICIONAL ...............56 6.4. NOVOS PLANOS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA ......57 6.4.1. PLANO COM REMUNERAÇÃO GARANTIDA E PERFORMANCE ....57 6.4.2. PLANO COM ATUALIZAÇÃO GARANTIDA E PERFORMANCE .......58 6.4.3. VIDA GERADOR DE BENEFICIOS LIVRES ........................................59 6.4.4. VIDA COM REMUNERAÇÃO GARANTIDA E PERFORMANCE........59 6.4.5. VIDA COM ATUALIZAÇÃO GARANTIDA E PERFORMANCE...........59 6.4.6. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR.......................................................60 6.4.7. APOSENTADORIA BÁSICA...................................................................60 7. COMPARATIVO DOS TRÊS INVESTIMENTOS : CADERNETA DE POUPANÇA, FUNDO DE INVESTIMENTO, PLANOS DE PREVIDÊNCIA .......61 8. CONCLUSÃO ........................................................................................................63 GLOSSÁRIO .................................................................................................................. 65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................67 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - RECURSO DA CADERNETA DE POUPANÇA APLICADOS EM IMÓVEIS....................................................................................................................... 35 TABELA 2 - ÍNDICE DE RENDIMENTO DA POUPANÇA DE 2000 A 2003........ 37 TABELA 3 - TABELA REGRESSIVA DO IOF (APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO).................................................................................................... 43 TABELA 4 - TABELA PROGRESSIVA DO IR......................................................... 53 TABELA 5 - MONTANTE AUFERIDO COM RENTABILIDADE NA POUPANÇA DE 6% AO ANO E RENTABILIDADE BRUTA (FUNDO DE INVESTIMENTO, PGBL E VGBL) DE 10% AO ANO.............................................. 61 TABELA 6 - MONTANTE AUFERIDO COM RENTABILIDADE NA POUPANÇA DE 8,5% AO ANO E RENTABILIDADE BRUTA (FUNDO DE INVESTIMENTO, PGBL E VGBL) DE 15% AO ANO.............................................. 61 10 1 Introdução Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise comparativa de desempenho de longo prazo entre três investimentos existentes no mercado bancário, sendo Caderneta de Poupança, Fundos de Investimentos e Planos de Previdência demonstrando sua evolução em quatro determinados períodos, sendo 5, 10, 15 e 20 anos. Adotou-se, como instrumento de análise, o comparativo dos três tipos de investimento e a simulação de como se comportam recebendo um capital mensalmente por um determinado período. A metodologia empregada na coleta de dados baseou-se em pesquisas bibliográfica de teses, livros, sites da internet, bem como em uma pesquisa documental nos relatórios internos da área de investimentos de um banco e nas análises das carteiras existentes nesta Instituição Financeira. A relevância do estudo está no fato de que, com o presente controle da inflação, e existindo mais investidores atualmente preocupados com seu futuro, o presente estudo lhes proporcionaria uma melhor visão desses investimentos oferecidos pelos bancos e facilitaria no seu momento de escolha, de acordo com seu perfil de investidor. O trabalho está estruturado em sete capítulos, sendo que o primeiro capítulo constitui a introdução e descreve o objetivo e a metodologia utilizada. O segundo capítulo aborda o tema Sistema Financeiro Nacional, sua atual estrutura, autoridades monetárias, de apoio e instituições financeiras, enfatizando os bancos múltiplos. No terceiro capítulo são apresentados o gerenciamento de investimento, risco e retorno esperados, diversificação do risco e avaliação do desempenho de carteiras. No quarto capítulo apresenta-se o investimento mais tradicional oferecido pelo mercado bancário que é a caderneta de poupança, com suas características, e seu índice de rentabilidade dos últimos três anos. O quinto aborda o tema fundos de investimentos, suas características, divisões, seus tributos e suas avaliações (Rating). O sexto capítulo enfoca os fundos de investimentos orientados à aposentadoria, mais conhecidos como Previdência Privada. No sétimo capítulo apresenta-se uma análise comparativa de desempenho de longo prazo entre a caderneta de poupança, fundos de investimentos e planos de previdência de um determinado montante (ativo) investido nessas três modalidades de 11 investimentos, oferecidos por bancos múltiplos num determinado período e sua evolução. A forma adotada para demonstrar os resultados desses investimentos, é através da sistemática de análise de um exemplo concreto. No último capítulo apresentou-se a conclusão do trabalho, destacando o diferencial que existe entre investir em caderneta de poupança, fundos de investimentos e planos de previdência, enfatizando nesse últimos os planos PGBL e VGBL. Com o estudo sobre o desempenho dos investimentos, propiciou-se uma nova visão da oportunidade de rentabilizar recursos, bem como identificou-se o melhor retorno do capital investido. 12 2.1 Sistema Financeiro Brasileiro Souza (2001), cita que o Sistema Financeiro Brasileiro deve ser considerado como um grupo de conjuntos ordenados de instituições, distintas entre si, com natureza, finalidade e atuação especifica, que se inter-relacionam, interdependem e inter-atuam, com o objetivo global de suprir, de forma adequada e oportuna, os recursos financeiros necessários ao funcionamento normal dos diversos setores da economia brasileira. Ele é responsável pela movimentação de bilhões de reais, distribuídos entre as instituições financeiras e representados pelos haveres monetários e não monetários, inclusive títulos da dívida pública em poder do Banco Central do Brasil. As instituições financeiras tem a visão da capacidade que elas possuem de criar ou não moeda escritural. Essa capacidade de criar moeda origina-se no fato de manipularem um sistema de reservas fracionárias, mantendo em caixa apenas parte dos depósitos que recebem do público. O Sistema Financeiro Brasileiro é bem diferenciado perante os sistemas de outros países, em um estágio igual ou superior de desenvolvimento econômico. Esse sistema passou por grandes transformações e a mais importante destas foi a criação de um Banco Central. O balanço de qualquer banco é organizado de acordo com normas estabelecidas pelo Banco Central e registra operações em extremo detalhe. Foi o BC que autorizou a criação dos bancos universais. A formação desses bancos universais, fez com que o sistema brasileiro passasse a ser dominado por esses tipos de bancos. A inflação alta, por sua vez leva o sistema a especializar-se no financiamento dos EUA através da absorção de títulos de dívida pública. Essa mudança só mudou com a estabilização de preços alcançada com o Plano Real, mas por outro lado aumentou a vulnerabilidade da economia brasileira. O Banco Central, para lidar com essa vulnerabilidade, eleva os juros. Ainda, segundo as citações de Souza (2001), a evolução recente do Sistema Financeiro no Brasil iniciou-se com o Plano Real, em julho de 1994. O novo ambiente de estabilização macroeconômica não era condizente com a dimensão que o sistema bancário havia alcançado, fruto de vários anos de inflação alta e de desequilíbrios macroeconômicos. Esses anos levaram à constituição de um número elevado de instituições financeiras que, para se beneficiar das receitas inflacionárias, faziam uso de um número elevado de agências para captação de depósitos e aplicações, com custos elevados. 13 Diante do quadro de estabilidade macroeconômica, o sistema financeiro brasileiro teve de passar por profundas modificações, sendo redimensionado além de reorientado para novas formas de financiamento de suas atividades. Pode-se dividir em três fases, que se sobrepõem, em parte, as mudanças que vêm ocorrendo no sistema financeiro desde o início do Plano Real. A primeira fase caracteriza-se: pela diminuição do número de bancos na economia brasileira em decorrência da liquidação, incorporação, fusão e transferência de controle acionário de várias instituições bancárias; e implementação do Proer em conjunto com as modificações adotadas pelo Banco Central referentes à legislação e à supervisão bancária. Essa primeira fase seria representada pelo período que vai do início do Plano Real até meados de 1996. Pode-se dizer que sua duração foi relativamente curta, o que foi de fundamental importância para diluir os receios quanto à possibilidade de uma crise bancária no sistema financeiro brasileiro. A segunda fase do processo, iniciada em meados de 1996, tem sido caracterizada pela entrada de bancos estrangeiros e pelo início dos ajustes do sistema financeiro público. A entrada de bancos internacionais deverá ocasionar efeitos positivos tanto em relação à concorrência bancária, quanto em relação à qualidade das instituições financeiras presentes na economia brasileira. Quanto a isso, pode-se citar tanto a entrada de bancos estrangeiros que não operavam previamente na economia brasileira, quanto aqueles que já operavam como acionistas minoritários e passaram a deter o controle acionário dos bancos nos quais já participavam. O interesse dos bancos estrangeiros pelo mercado financeiro brasileiro vai propiciar, inclusive, que no futuro parcelas dos bancos estaduais possam ser privatizados com a forte participação do capital estrangeiro no processo. Por fim, a terceira fase do processo de ajuste do sistema financeiro brasileiro reflete uma profunda modificação no modelo operacional que era seguido previamente à introdução do Plano Real. A receita inflacionária está sendo substituída tanto pelo crescimento da receita proveniente da intermediação financeira (diferença entre os juros recebidos e pagos), quanto pela receita de serviços, via cobrança de tarifas. (SOUZA, 2001) Roples e Bacci (2002), citam que ao contrário dos países desenvolvidos, o sistema financeiro brasileiro ainda tem um forte potencial de crescimento tanto nos serviços de intermediação financeira, pois o mercado de crédito doméstico parte de uma situação de baixa alavancagem, quanto na oferta de serviços bancários: administração de portfólio, custódia e emissão de títulos, custódia de ações. O setor brasileiro ainda prossegue, já que se trata de adaptar-se a várias novas situações. 14 2.1.1 Banco Central do Brasil (BCB) Segundo o site (www.bcb.gov.br), o Banco Central do Brasil tem o direito e a obrigação de financiar o sistema bancário; só ele se relaciona com outros bancos, o único ente não bancário que tem conta no BC é o Tesouro Nacional. Visto como o banco dos bancos, a medida em que recebe, os depósitos compulsórios dos bancos comerciais, fornece empréstimo de liquidez e redescontos para atender as necessidades imediatas das instituições financeiras e regulamenta o funcionamento dos serviços de compensação de cheques e outros papéis. Banqueiro do governo, a medida em que financia o Tesouro Nacional, mediante a colocação de títulos públicos, administrador das reservas internacionais do País e executa as operações ligadas a organismos financeiros internacionais. Sendo o banco emissor, pois, a medida em que detém o monopólio da emissão de papel moeda e da moeda metálica, executa serviços de saneamento do meio circulante. Ainda com informações extraídas do site, o Banco Central é o executor da estrutura monetária na medida em que regula a expansão dos meios de pagamento, elaborando o orçamento monetário e utilizando os instrumentos de política monetária. É o Superintendente do Sistema Financeiro Nacional, à medida que adapta seu desenvolvimento, os fundos e programas especiais por ele administrados às reais necessidades e transformações verificadas na economia do País, baixando normas, fiscalizando e controlando as atividades das instituições financeiras, concedendo autorização para seu funcionamento e decretando intervenção extrajudicial dessas instituições. 2.1.2 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Tem as seguintes funções: 9 assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; 9 proteger os titulares de valores mobiliários contra emissão irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores imobiliários; 9 evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; 15 9 assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que tenham emitido; 9 estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; 9 promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas; 9 Assegurar a observância de práticas comerciais eqüitativas no mercado de valores imobiliários. (SOUZA, 2001) 2.1.3 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) Segundo Fortuna (2002), SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta e capitalização. Zela pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados. Promove o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados, com vista à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização. Promove a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operam, zela pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado. Tem como função também a disciplina e acompanhamento dos investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas, fazendo também cumprir as deliberações do CNSP, exercendo as atividades que por este forem delegadas; promove a alienação da carteira de planos ou seguros das operadoras de assistência à saúde e dos serviços de Secretaria Executiva do CNSP. 2.1.4 Secretaria de Previdência Complementar (SPC) Segundo informações extraídas do site (www.maps.gov.br), o SPC é definido em três tipos de planos: 9 Plano de beneficio definido (BD): a entidade de previdência assume o compromisso de pagar benefícios pré-definidos; 9 Plano de contribuição definida (CD): as contribuições da patrocinadora e dos participantes, tanto em valor, quanto em periodicidade, são previamente definidos; 9 Plano misto: uma composição dos anteriores. 16 2.1.5 Bancos Ainda com informações extraídas do site do Banco Central, os bancos são instituições financeiras autorizadas a captar seus recursos, através de aceitação de depósitos. Podem ser: 9 Banco de Investimento: são instituições financeiras que têm como objetivo principal a prática de operações de investimento, participação ou de financiamento a prazos médio e longo, para o suprimento de capital fixo ou de movimento de empresas do setor privado, mediante aplicações de recursos próprios e coleta, intermediação e aplicação de recursos de terceiros. Constituem-se obrigatoriamente sob a forma de sociedade anônima, e sua denominação deve contar a expressão Banco de Investimento. A função do banco de investimento é permitir às empresas quem tem o interesse em investir ou a governos que tem planos de gasto poder fazê-lo na época que seja mais favorável. 9 Banco de Desenvolvimento: são instituições financeiras públicas não federais, obrigatoriamente constituídas sob a forma de sociedade anônima, com sede na capital do Estado que detiver seu controle acionário. O objetivo principal é proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos que visem promover o desenvolvimento econômico e social do Estado onde tiver sede. 9 Banco Comercial: atua na segmentação de curto e médio prazo, e captam recursos não apenas como depósito a vista, mas também depósito a prazo. Levando em consideração a facilidade que possui de criarem moeda escritural, tornando-se sobre outro aspecto, também geradores de meios de pagamento, o funcionamento e as atividades dos bancos comerciais encontram-se sobre o controle e a fiscalização do Banco Central do Brasil. A função mais importante deste banco é a de dar liquidez às operações de praticamente todas as outras instituições financeiras , à exceção dos bancos de poupança e das cooperativas de créditos. 17 9 Banco Múltiplo: o tipo de instituição financeira brasileira, em que uma única pessoa jurídica, pode realizar todas as operações ativas e passivas, “intrínsecas” a cada um dos tipos individuais de instituições, a saber: bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento e sociedades de crédito imobiliário. 9 Banco de Poupança: Atuam no mercado de credito como os bancos comerciais. Ocupam um segmento especifico que é o financiamento da aquisição de imóveis, especialmente os residenciais. 9 Cooperativas de Créditos: são instituições não voltadas para o lucro. Opera com o fundo rotativo, sem multiplicação de depósitos, pois o seu objetivo não é expansão no mercado, mas o atendimento das demandas da própria comunidade que criou a cooperativa. Todas as operações facultadas às cooperativas são exclusivas aos cooperados. São instituições que atuam basicamente no setor primário da economia ou são formados entre os funcionários da empresas. 2.1.6 Instituições Financeiras não bancárias O site Bolsa de Valores de São Paulo (www.bovespa.com.br), cita que instituições financeiras não bancárias são aquelas que captam recursos através da colocação de títulos. São elas: 9 Bolsas de Valores: são supervisionadas pela Comissão de Valores Mobiliários, são associações civis, sem fins lucrativos, em cujo recinto se realizam operações de compra e venda de título mobiliário num mercado livre e aberto, a preços certos entre as partes. Atuando como delegadas do poder público, têm ampla autonomia em sua esfera de responsabilidade. A razão principal da existência das bolsas de valores, pode ser expressa em sua essência por um simples termo: liquidez. Financeiramente, um título mobiliário tem liquidez quando pode ser comprado ou vendido, em questão de minutos, a um preço justo de mercado, determinado pelo exercício natural das leis da oferta e da procura. É por meio da bolsa de valores que se atinge um objetivo de grande expansão no programa econômico, o estimulo à poupança do grande público e o investimento em empresas em expansão 18 que, diante desse apoio decisivo, terão asseguradas as condições para seu desenvolvimento. Portanto, só podem operar no recinto as sociedades corretoras que forem membros daquela bolsa. O ingresso das corretoras nas Bolsas de Valores se dá mediante a compra de títulos patrimonial, que representa o patrimônio social da Bolsa. 9 Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento: são empresas que além de seu capital próprio, sua principal fonte de recursos com que contam é a colocação de letras de câmbio junto ao público, onde possuem boa penetração como alternativa rentável de poupança. Elas operam e atuam nos seguintes segmentos de mercado: 9 São agentes financeiros de fundos especiais como FINAME; 9 Operam na venda de quotas de fundos mútuos de investimentos; 9 Aceitam, vendem e resgatam letras de câmbio sacadas pelos seus financiados; 9 Adquirem títulos e valores mobiliários por conta própria ou de terceiros; 9 Administram tais títulos e garantem a subscrição de ações e de debêntures de outras empresas. (ROPLES e BACCI, 2002) 2.1. Empresas não financeiras São elas: 9 Companhias de seguros: as que tem várias companhias de seguro, como: seguradora do ramo de vida, de incêndio, de roubo, seguro saúde e inclusive aquelas envolvidas nos planos de previdência privada. Elas têm obrigações junto ao público, pelo pagamento do prêmio pelo comprador daquela obrigação 9 Sociedades de arrendamento mercantil (leasing): é um acordo mediante o qual uma empresa (arrendatária) necessitando usar um determinado bem do ativo fixo (bens móveis ou imóveis) ao invés de comprá-lo, consegue que outra empresa (de leasing-arrendante) adquira o bem e arrende-o à interessada, por prazo determinado, findo o qual poderá a arrendatária optar entre a devolução ou renovação do contrato ou compra do bem por um valor residual acordado no inicio do contrato. As empresas de leasing, quando 19 necessário, captam recursos através da emissão de debêntures, títulos que tem como garantia o patrimônio que os emitiu, já que sendo, operações de longo prazo, para a sua segurança necessitam de um “fuding” também a longo prazo. (ROPLES e BACCI, 2002) Como esse estudo limita-se ao comparativo de três modalidades de investimentos praticados pelos bancos, maior ênfase será dado nesse instrumento de prestação de serviços. 2.2 O Banco Tradicional O modelo bancário trazido ao Brasil pelo Império foi o europeu. Segundo Fortuna (2002), entendiam-se como atividades básicas de um banco as operações de depósitos e empréstimos (descontos). Outros serviços praticamente inexistiam. Os bancos sempre guardaram, através do tempo, uma característica excessivamente nobre ou, por que não dizer, austera. Um exemplo desse eram as próprias gerências operacionais, as quais obrigatoriamente deveriam manter contato com o público e ficavam situadas no fundo das agências, com portas muito bem trancadas, por onde pouco ousariam entrar. Essa situação estendeu-se até a metade do século XX, quando, então, começaram as grandes transformações provocadas pelo progresso e pela euforia do pós-guerra. 2.2.1 A Fase Intermediária A partir dos anos 50, solidificaram-se as posições brasileiras, explodindo aos poucos seu potencial econômico. Propagaram-se os bancos e, com eles, os primeiros sintomas de uma debilitada capacidade empresarial para administrá-los. Mais de 500 matrizes bancárias funcionavam na ocasião. Em 1945, através do Decreto-Lei nº 7.293, foi criada a conhecida Sumoc (Superintendência da Moeda e do Crédito), em substituição a critérios inadequados de fiscalização, que tiveram início em 1920 com a Inspetoria Geral dos Bancos. Seu objetivo imediato era exercer o controle do mercado monetário. O mesmo decreto criava, como instrumento de controle do volume de crédito e dos meios de pagamento, o depósito compulsório. Inúmeros bancos encerraram suas atividades. Outros tantos desapareceram, através de fusões e incorporações. 20 Saneou-se e, ao mesmo tempo, solidificou-se o Sistema Financeiro Nacional. 2.3 O Banco Atual Ainda com informações de Fortuna (2002), a reforma bancária de 1964 (Lei nº 4.595, de 31/12/64) e a Reforma do Mercado de Capitais (Lei nº 4.728, de 14/07/65) definiram uma política que procurava acabar com a controvérsia relativa às instituições financeiras, ou seja, evolução no sentido europeu, pela qual os bancos eram as principais peças do sistema financeiro, operando em todas as modalidades de intermediação financeira, ou adoção de modelo americano, no qual predominava a especialização. Por tais normas, o banco ficaria com o segmento de capital de giro e outras operações de curto prazo. Existindo as empresas de crédito, financiamento e investimento desde 1959, criaram-se os bancos de investimento, em 1965, e as associações de poupança e empréstimo, em 1969. Na área oficial, já existia o Banco Nacional de Crédito Cooperativo, desde 1951, e o BNDES, desde 1952. Em 1964, foi criado o BNH. Nos anos recentes foram extintos o BNCC e o BNH, este absorvido pela Caixa Econômica Federal. O Banco do Brasil ficou como banco comercial misto, operando também em longo prazo, enquanto os Bancos da Amazônia (reorganizado em 1966) e do Nordeste (criado em 1962) exerceram funções típicas de bancos comerciais e de agentes da Sudam e da Sudene, respectivamente, estas duas últimas, extintas por decreto no ano de 2001. Apesar desta opção, em virtude de condicionamentos econômicos e, em especial, da necessidade de buscar economia de escala e melhor racionalização do sistema, os bancos passaram a assumir o papel de líderes de grandes conglomerados, onde atuam coordenadamente todas as modalidades de instituições financeiras. A estrutura atual básica do sistema financeiro resulta, portanto, dessa reforma institucional do biênio 64/65, que criou o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil, além da regulamentação das diferentes instituições de intermediação, entre as quais as integrantes do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Posteriormente, foi incorporado ao quadro institucional do sistema a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criada pela Lei nº 6.385, de 07/02/76. 21 Mais recentemente , a Resolução nº 1.524/38, de 22/09/88, facultou às instituições financeiras sua organização com uma única instituição com personalidade jurídica própria, vulgarmente denominada banco múltiplo. O processo de globalização, a abertura econômica e o Plano Real provocaram, em seu conjunto, com o apoio do PROER, do FGC, do PROES e da adesão do Brasil ao Acordo da Basiléia, um processo de saneamento, privatização e fusão de instituições bancárias que, atualmente, no início do século XXI, pode-se dizer que iniciou uma revolução nos métodos e práticas da atividade bancária. 2.4 Função Social dos Bancos: Os bancos participam como função social nos seguintes âmbitos: Prestação de Serviços Segundo Fortuna (2002), dificilmente se poderá identificar uma data a partir da qual os bancos passaram a exercer as funções de grandes prestadores de serviços. Procurando atrair sempre um maior número de clientes, os bancos passaram a oferecer serviços mais rápidos e sofisticados que, com o tempo, acabaram se tornando rotina. Essa agilização beneficiou sobremaneira os correntistas, principalmente os institucionais. Os primeiros carnês de pagamento levaram muito tempo para serem aceitos pelos bancos. Hoje, existem milhares de convênios assinados com empresas. O banco atual instala caixas avançados em grandes cliente, retira numerário, paga seus empregados e fornecedores, credita a cobrança no mesmo dia de pagamento, oferece caixas automáticos (ATM), cartões de crédito, cheques especiais, cheques de viagem, custódia e ordens de pagamento; oferece ainda outros produtos como depósitos a prazo fixo, fundos, seguros, poupança e previdência privada. Há bancos mais ativos que, como reciprocidade, oferecem serviços de controle de faturamento, contabilidade, fluxo de caixa, mercados externos e até micros online, com uma série de informações. Desnecessário mencionar, é claro, todas as operações ativas tradicionalmente postas à disposição dos clientes. A facilidade de atendimento ao grande público levou os órgãos da administração pública a utilizar intensamente a rede bancária nacional na arrecadação de sua receita. Junto com esses recebimentos, surgiram outras atribuições, tais como o pagamento a funcionários públicos e beneficiários da Previdência, assim como a prestação de 22 serviços burocrático-administrativos, que obrigaram os estabelecimentos bancários a criar controles para posterior informação ao Governo e aos clientes. Arrecadação de Tributos e Pagamento de Benefícios Conforme relata Fortuna (2002), até a década de 60, quase todo o relacionamento entre povo e órgão público era feito diretamente entre as partes. Cada entidade mantinha a própria estrutura para arrecadação de impostos e taxas de serviços, ou para pagamento de benefícios. Assim, na maioria dos municípios, eram mantidas as Coletorias Federais e Estaduais. As empresas de serviços públicos (luz, água, gás e telefone), por sua vez, mantinham órgãos específicos para arrecadação das taxas que lhes eram devidas. É fácil perceber, portanto, o custo do recebimento dos tributos e das taxas de serviços, pois cada uma dessas atividades arcava com o ônus de todo um aparato arrecadador. Por outro lado, os bancos constituíam-se em pequenas redes de agências, voltadas basicamente para os serviços de depósitos e descontos. As funções de caixa e empréstimo a clientes eram os objetivos únicos da empresa bancária. Ainda segundo as citações de Fortuna (2002), com o desenvolvimento econômico da sociedade brasileira e, consequentemente, a crescente complexidade das relações econômicas, o aumento na execução de serviços públicos e a concessão de benefícios, o sistema de arrecadação passou a consumir recursos crescentes, já que obrigava os órgãos públicos a manter sistemas e estruturas que, em alguns casos, não cobriam os custos da arrecadação. Para o contribuinte, isso passou a significar uma crescente perda de tempo na execução de pagamentos e no recebimento de benefícios. Extensas filas, em diversos locais, obrigavam-no a uma maratona impediosa e desgastante. Para os bancos, o desenvolvimento econômico possibilitou a disseminação de sua rede de agências por todo o território nacional, para atender à crescente necessidade de transferência de ativos financeiros entre as entidades econômicas. Estruturados para processar com rapidez as transferências de numerário, os bancos passaram a substituir as coletorias e postos de recebimento de taxas de serviços público e pagamento de benefícios, servindo de intermediários entre o órgão público e o contribuinte. 23 Com isso, o custo social do sistema foi tremendamente reduzido, já que o contribuinte passou a fazer os pagamentos e recebimentos num só local, e os órgãos públicos puderam desativar ou reduzir de forma drástica suas estruturas de atendimento. O custo de processamento de arrecadação foi transferido para os bancos e, em geral, ressarcido pela aplicação do dinheiro arrecadado, durante o prazo de permanência. É notório o ganho de escala propiciado à sociedade pelos bancos, através da absorção do processamento da arrecadação. A atividade bancária brasileira possui características próprias. O nosso banco tem múltiplas funções. Muitas tarefas às vezes consideradas até como estranhas à área financeira acabaram sendo transferidas aos bancos, que souberam, de alguma forma, assimilar essas peculiaridades. Como prestadores de serviços, tanto a clientes oficiais quanto a particulares, como agentes reguladores do mercado financeiro, como intermediadores na movimentação dos valores ou mesmo como absorvedores de mão-de-obra, com centenas de milhares de funcionários, os bancos estão engajados e firmemente arraigados no cenário econômico-financeiro-social do País. Com o advento do Plano Real e a consequente queda das receitas geradas pela inflação, as atividades da prestação de serviços começaram a ser fortemente tarifadas, ao mesmo tempo que se iniciou um processo de descentralização dessas atividades para outros agentes econômicos com rede de distribuição ampla viabilizada pelo desenvolvimento da tecnologia teleinfomática e pela maior credibilidade da população nos instrumentos tecnológicos à disposição. O estágio atual, autorizada pelo Banco Central, a criação da figura do correspondente bancário, viabilizou-se a disseminação de pontos de atividade bancária nos mais de 5.500 municípios brasileiros e, sua diversificação nos grandes centros, com a criação de pontos de atendimento em lojas comerciais e de serviços, tais como supermercados, farmácias, loterias e correios. Os conceitos revistos neste capítulo serão utilizados como referência para direcionar o conteúdo dos demais capítulos do presente trabalho. 24 3 Gerenciamento de Investimentos Sá (1999), cita que o processo de gerência de investimentos pode ser segmentados em quatro etapas: 9 seleção das alternativas de investimento; 9 face os recursos disponíveis e o preço de mercado das alternativas selecionadas, montagem do conjunto de carteiras eficientes e, dentre estas, seleção daquela que maximize a satisfação do investidor; 9 medição periódica do desempenho da carteira; 9 reavaliação periódica das alternativas em termos de retorno esperado e risco a fim de reestruturar a carteira. De acordo com a moderna teoria de finanças, o investidor no processo de seleção das alternativas de investimento leva em consideração três parâmetros : 9 retorno esperado do investimento (rentabilidade no período); 9 risco do investimento; 9 liquidez do investimento. Em função destas três variáveis, o investidor procura maximizar o retorno para um dado nível de risco e minimizar o risco para um dado nível de retorno e, para isso, se utiliza da covariância entre os retornos dos ativos, obviamente que ajustado a liquidez dos investimentos às suas necessidades futuras de caixa. Como o futuro não pode ser previsto com certeza, na tarefa da busca dos investimentos com o maior valor esperado de retorno para o período selecionado do investimento, o investidor é forçado a estabelecer várias premissas que podem ou não vir a se realizar no futuro. Para isso, faz um levantamento de informações do desempenho passado de variáveis chave da economia e dos mercados dos ativos em geral e, a partir da situação presente e de expectativas de cenários alternativos futuros, atribui diferentes graus de probabilidade à realização de suas premissas de retornos prováveis para cada ativo e, levando em conta essa distribuição de probabilidade associada ao retorno de cada ativo, calcula o valor do retorno esperado para a alternativa em análise, bem como o risco quantificado pelo desvio-padrão dessas distribuições de probabilidades. Terminada esta primeira fase do processo e de posse, portanto, do retorno esperado e do risco de cada ativo em análise, o investidor parte para o processo de combinar os 25 ativos em análise, o investidor parte para o processo de combinar os ativos em diferentes proporções, constituindo carteiras de tal forma a maximizar o retorno esperado para um dado nível de risco e minimizar o risco para um dado nível de retorno esperado. Assim, o investidor constrói a fronteira eficiente dos ativos disponíveis no mercado, onde se situam todas as carteiras de ativos que atendem às condições de maximização do retorno e minimização do risco (fronteira eficiente de Markowitz). A terceira fase do processo consiste na avaliação periódica do desempenho da carteira selecionada em termos de retornos obtidos e do risco incorrido na obtenção desses retornos. Para isto foram desenvolvidos índices específicos que são aplicados, considerando o retorno obtido e o risco incorrido, e que dão ao investidor um posicionamento de sua carteira relativamente ao desempenho do mercado como um todo e de outras carteiras em comparação. A quarta fase do processo é indispensável, tendo em vista as modificações de expectativas a cada instante. Vale lembrar uma observação do professor Arthur Zeikel: “Súbitos acontecimentos cristalizam opiniões”; e outra colocação de Lord Keynes: “Os fatos da situação presente contribuem de maneira desproporcional na formação das expectativas futuras”. Sá (1999), cita ainda que tendo em vista que a indecisão tem custado mais aos investidores do que uma má avaliação, é fundamental, de tempos em tempos, reavaliar os ativos e sua composição na carteira, de forma a reestruturar a carteira para adaptá-la a novas situações. No início da década de 50, mais precisamente em 1952, o professor Harry Markowitz, publicou um trabalho, “Portfolio Selection”, que revolucionou os meios acadêmicos de então. De acordo com Markowitz, “a análise de carteiras inicia-se com a análise de títulos individuais e termina com a obtenção de carteira eficiente que melhor atenda os objetivos do investidor”. Markowitz começa com a premissa de que o investidor necessita de informações sobre cada título em particular a fim de estimar o retorno esperado e o risco associado à distribuição dos retornos esperados, informações estas extraídas de dados históricos e de hipóteses formuladas para o futuro. 26 A partir daí constrói-se a fronteira eficiente das carteiras e, entre estas, seleciona-se aquela que ofereça melhor retorno esperado e menor risco. Todavia, os processos matemáticos para a geração da fronteira eficiente, além de serem complicados de entender para a maioria das pessoas exigem um grande número de estimativas de covariância entre os retornos dos títulos dois a dois, bastante difíceis de serem gerados na prática (antes do aparecimento dos computadores). Em virtude disso, a teoria de Markowitz, apesar de representar um marco decisivo para a gerência de investimentos, não teve, por muito tempo, aplicação prática no mercado em geral. Baseado nas idéias de Markowitz, um aluno seu – o professor Willian Sharpe – desenvolveu o denominado “Modelo do Índice Único” no início da década de 60 e, em 1964, apresentou o “Capital Asset Pricing Model”, um modelo para precificação de ativos em mercados de títulos de risco em equilíbrio (consenso de expectativas). Este modelo, apesar de impor certas limitações no seu desenvolvimento teórico, aliás como qualquer modelo, provou ser eficaz na prática, e vem sendo utilizado até hoje, constituindo-se em poderoso instrumento para análise de títulos individuais e carteiras, relacionando o retorno esperado e o risco. 3.1 Risco e Retorno Esperados O conceito de risco pode ser entendido de diversas maneiras, dependendo do contexto da pessoa que o está avaliando. Segundo Assaf Neto (2001), o risco é interpretado pelo nível de incerteza associado a um acontecimento (evento). Existindo uma ampla abrangência do entendimento do risco, a avaliação de uma empresa delimita-se aos componentes de seu risco total: econômico e financeiro. As principais causas determinantes do risco econômico são de natureza conjuntural (alterações na economia, tecnologia etc.), de mercado (crescimento da concorrência, por exemplo) e do próprio planejamento e gestão da empresa (vendas, custos, preços, investimentos etc.). O risco financeiro, de outro modo, está mais diretamente relacionado com o endividamento (passivos) da empresa, sua capacidade de pagamento, e não com as decisões de ativos, conforme definidas para o risco econômico. 27 Dessa maneira, pode-se introduzir que o risco total de qualquer ativo é definido pela sua parte sistemática (risco sistemático ou conjuntural) e não sistemática (risco específico ou próprio do ativo). Assaf Neto (2001), cita ainda que o risco sistemático é inerente a todos os ativos negociados no mercado, sendo determinado por eventos de natureza política, econômica e social. Cada ativo comporta-se de forma diferente diante da situação conjuntural estabelecida. Não há como se evitar totalmente o risco sistemático, sendo indicada a diversificação da carteira de ativos como medida preventiva para redução desse risco. Segundo Vince (1999), o risco definido por não sistemático é identificado nas características do próprio ativo, não se alastrando aos demais ativos da carteira. É um risco intrínseco, próprio de cada investimento realizado, e sua eliminação de uma carteira é possível pela inclusão de ativos que não tenham correlação positiva entre si. Por exemplo, as carteiras diversificadas costumam conter títulos de renda fixa e de renda variável, os quais são atingidos de maneira diferente diante de uma elevação de juros da economia; ações de empresas cíclicas (montadoras de veículos, construção civil etc.), de maior risco, costumam compor carteiras com ações de negócios mais estáveis (menos cíclicos) diante das flutuações da conjuntura econômica, como indústrias de alimentos; e assim por diante. O risco total de qualquer ativo é mesurado da seguinte forma: Risco Total = Risco Sistemático + Risco Não Sistemático A mensuração do risco de um investimento processa-se geralmente por meio do critério probabilístico, o qual consiste em atribuir probabilidades – subjetivas ou objetivas – aos diferentes estados de natureza esperados e, em conseqüência, aos possíveis resultados do investimento. Dessa maneira, é delineada uma distribuição de probabilidades dos resultados esperados, e mensuradas suas principais medidas de dispersão e avaliação do risco. Vince (1999), cita ainda que a probabilidade objetiva pode ser definida a partir de séries históricas de dados e informações, freqüências relativas observadas e experiência acumulada no passado. A probabilidade subjetiva, por seu lado, tem como base a intuição, 28 o conhecimento, a experiência do investimento e, até mesmo, um certo grau de crença da unidade tomadora de decisão. 3.2 Relação Risco/Retorno e Investidor A postura de um investidor em relação ao risco, segundo Brigham e Houston (1999), é pessoal, não se encontrando uma resposta única para todas as situações. A preocupação maior nas decisões de investimento em situação de incerteza é expressar as preferências do investidor em relação ao conflito risco/retorno inerente a toda alternativa financeira. Em outras palavras, deseja-se refletir sobre suas preferências com relação a um determinado nível de consumo atual, ou maior no futuro, porém associado a um certo grau de risco. A teoria da preferência tem por objetivo básico revelar como um investidor se posiciona diante de investimentos que apresentam diferentes combinações de risco e retorno. Em decisões que envolvem este conflito, é esperado que o investidor implicitamente defina como objetivo maximizar sua utilidade esperada. A utilidade, nesse contexto da análise do risco, é definida de forma subjetiva, expressando a satisfação proporcionada pelo consumo de determinado bem. (BRIGHAM e HOUSTON, 1999) Todo investidor, a partir da comparação racional que pode promover entre as utilidades das alternativas financeiras disponíveis, é capaz de construir uma escala de preferências, conceito essencial de sua decisão em condições de risco. Na escala de preferências, coexistem inúmeras possibilidades de investimentos igualmente atraentes ao investidor, apresentando idênticos graus de utilidades (satisfações) em relação ao risco e retorno esperados. Assim, seguindo um comportamento de natureza comparativa, o investidor pode selecionar racionalmente uma alternativa de aplicação de capital que lhe proporcione a maior satisfação (utilidade) possível. (DAMODARAN, 1999) Bernstein e Damodaran (2000), citam que a escala de preferência do investidor é representada pela denominada curva de indiferença. Essa curva é compreendida como um reflexo da atitude que um investidor assume diante do risco de uma aplicação e do retorno produzido pela decisão, e envolve inúmeras combinações igualmente desejáveis. Qualquer combinação inserida sobre a curva de indiferença é igualmente desejável, pois deve proporcionar o mesmo nível de utilidade (satisfação). 29 Essa abordagem de representação da curva de indiferença visa avaliar a reação de um investidor de mercado diante de diferentes alternativas de investimentos, demonstrando aquelas capazes de satisfazer suas expectativas de risco/retorno. É um enfoque essencialmente comparativo, permitindo a visualização das preferências do investidor diante do objetivo de maximização de sua satisfação (grau de utilidade). 3.3 Diversificação do Risco O risco de um ativo qualquer pode ser mensurado pela variabilidade dos retornos projetados em torno do retorno esperado, ou seja, pelo grau de dispersão dos retornos em relação à média. A medida estatística usualmente adotada para quantificar o risco de um ativo, é o desvio-padrão, que vem a ser a dispersão para baixo ou para cima da rentabilidade diária em relação à média da rentabilidade em determinado período. Bernstein e Damodaran (2000), citam ainda que por meio do conceito da diversificação, é possível esperar que ativos com risco possam ser combinados no contexto de uma carteira (portfólio) de forma que se apure um risco menor que aquele calculado para cada um de seus componentes. Desde que os retornos dos ativos não sejam perfeita e positivamente correlacionados entre si, há sempre uma redução do risco da carteira pela diversificação. No entanto, essa redução constatada em uma carteira diversificada ocorre até certo limite, sendo impraticável a eliminação total do risco da carteira. Isso é explicado, conforme observou-se, pela enorme dificuldade em encontrar-se na prática investimentos com correlação perfeitamente negativa. O que se consegue, em verdade, é a minimização do risco, e não sua eliminação completa. A diversificação procura combinar títulos que apresentam alguma relação entre si, de forma a promover a redução do risco da carteira. Essas colocações introduzem, implicitamente, duas importantes classes de risco: risco sistemático - ou não diversificável e risco diversificável – ou não sistemático. Conforme citação de Brigham e Houston (1999), o denominado risco diversificável é aquele que pode ser total ou parcialmente diluído pela diversificação da carteira. Está relacionado mais diretamente com as características básicas do título e do mercado de negociação. 30 De outro modo, o risco sistemático é aquele que não pode ser eliminado (ou reduzido) mediante a diversificação, estando sempre presente na estrutura do portfólio. Ainda com informações de Brigham e Houston (1999), esse risco tem origem nas flutuações a que está sujeito o sistema econômico como um todo, sendo suas principais fontes as variações nas taxas de juros da economia, o processo inflacionário, a situação política e o comportamento das cotações no mercado de títulos. Dessa maneira, ao repartir eficientemente as aplicações em ativos com covariâncias inversas, consegue-se reduzir o risco total de uma carteira pela eliminação (ou redução) do risco diversificável, mantendo-se contudo, o risco sistemático comum a todos os ativos. Em verdade, o processo de diversificação do risco é uma medida estratégica indispensável de ser adotada em ambientes sob condições de incerteza. 3.4 Avaliação do Desempenho de Carteiras Segundo Sá (1999), o aspecto fundamental para o processo de tomada de decisões de investimentos é a avaliação do desempenho passado das aplicações efetuadas. Qualquer processo de avaliação de desempenho de carteiras é, essencialmente, um processo de comparação das rentabilidades obtidas entre as carteiras que estão sendo avaliadas, em iguais intervalos de tempo, é fundamental para a justiça da comparação que tais carteiras sejam verdadeiramente comparáveis, significando que: 9 as carteiras devem ter nível e estrutura de risco semelhantes; 9 as carteiras devem estar sujeitas a restrições semelhantes (diversificação, tipos de ativos etc.); 9 as carteiras devem ser de porte parecido. Seria incorreto comparar uma carteira que, por imposição, só possa conter títulos de renda fixa, com uma carteira de administração livre, isto por que esta última pode se beneficiar, em termos de rentabilidade, de aplicações em títulos com maior risco como, por exemplo, opções de ações, contratos em mercados futuros etc., que oferecem, em compensação, expectativas de retorno mais elevadas. Vince (1999), nas suas citações, menciona que comparar também a rentabilidade de carteiras de porte muito desigual prejudica a carteira de maior porte que tem, naturalmente, 31 mais dificuldade em se deslocar entre os diferentes ativos, em busca de melhores oportunidades, em virtude do tamanho de seus mercados. Em suma, o processo de avaliação de desempenho não é tão simples como pode parecer à primeira vista, mas nem por isso deve deixar de ser efetuado corretamente sob pena de se prejudicar todo o processo de gerência de investimentos. E mais, um processo de avaliação de desempenho, efetuado como preceitua a boa técnica, servirá de subsídios para as correções necessárias na correta alocação dos vários ativos disponíveis na carteira. Os conceitos revistos neste capítulo serão utilizados como referência para continuar direcionando o conteúdo dos demais capítulo do presente trabalho. 32 Caderneta de Poupança Fortuna (2002), cita que caderneta de poupança é a aplicação mais simples e tradicional, sendo uma das poucas, senão a única, em que se podem aplicar pequenas somas e ter liquidez, apesar da perda de rentabilidade para saques fora da data de aniversário da aplicação. A caderneta de poupança é um produto exclusivo das SCI, das carteiras imobiliárias dos bancos múltiplos, das associações da poupança e empréstimo e das caixas econômicas. Eles compõem o chamado Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE que em 12/99 reuniam 41 instituições, sendo 26 privadas e 15 públicas. Totalizavam recursos de R$ 89,6 bilhões de instituições privadas e 40,5 bilhões de instituições públicas. Segundo o site do Banco Central (www.bcb.gov.br), os recursos das cadernetas de poupança devem ser aplicados de acordo com regras preestabelecidas pelo próprio Banco Central e que, conforme as variáveis econômicas do momento, podem ser alteradas. - Até 29/07/99 eram distribuídas da maneira que se segue: 9 30% na Faixa Não-Habitacional: 9 15% em depósito compulsório no BC, podendo ser deduzidos da base de incidência os créditos junto ao FGDLI – Fundo de Garantia de Depósitos e Letras Imobiliárias, recolhidos em espécie, fazendo jus à remuneração diária com base na TR mais juros anuais de 6,17%. O período de cálculo para efeito de compulsório compreende os dias úteis de segunda a sexta-feira, iniciando-se o período de recolhimento na segunda-feira da semana que se segue. 9 Os 15% de recursos remanescentes em disponibilidades financeiras e operações de faixa livre. 9 70% na Faixa Habitacional (sendo 80% no mínimo para o SFH): 9 21% (no máximo) do percentual acima em operações no âmbito do SFH. 9 35% (no máximo) do percentual acima em operações da Faixa Especial (Carteira Hipotecária Light) que é bem mais flexível que o SFH. 33 As únicas exigências são que o limite das taxas de juros não seja superior à TR mais 12% a.a., o valor máximo do imóvel seja de R$ 300mil e o valor do financiamento não supere R$ 150 mil. O seguro habitacional não precisa ser do SFH e pode ser contratado junto ao mercado. Não é obrigatório ser o único imóvel do adquirente. 9 Os 14% de recursos restantes podem ser aplicados em outras faixas específicas. Através da Resolução n.º 2.578 da CMN foi estabelecido que 15% do exigível de faixa habitacional podiam ser direcionados para a compra de letras hipotecárias especiais emitidas pelo sistema financeiro com TR + 6,17 a.a. A base de cálculo do depósito da poupança para o direcionamento da distribuição percentual anterior é feita calculando-se a média dos saldos diários dos últimos 12 meses anteriores ou a média aritmética dos saldos diários do mês de referência, o que for menor. O site do Banco Central cita ainda que com o Pacote Fiscal de 11/97, o BC estabeleceu novas regras de aplicação dos recursos da poupança, estabelecendo que todos os recursos novos da poupança que superassem a média do saldo dos últimos 12 meses deveriam ser recolhidos ao BC rendendo TR + 6% a.a. ao invés de terem 70% destinados ao crédito imobiliário. Podia ser considerado no cálculo de 70% o valor dos imóveis retomados de mutuários inadimplentes e ainda não vendidos, bem como as castas de crédito já concedidas às construtoras e às pessoas físicas por até seis meses após a emissão. Vencido o prazo o valor da carta, obrigatoriamente, precisava ser efetivamente transformada em contratos de financiamento para ser considerada como exigibilidade. As letras hipotecárias de emissão especial da Caixa, para cobrir as dívidas do FCVS com os resíduos dos financiamentos habitacionais, também podiam ser consideradas para cobrir o direcionamento dos 70% da faixa habitacional. Caso não houvessem financiamentos junto ao SFH que preenchessem os requisitos e/ou percentuais acima estabelecidos, os recursos da Caderneta de Poupança não aplicados deveriam ser depositados junto ao BC, que os remuneraria apenas por 80% da remuneração da TR. Assim, de cada 100 aplicados em caderneta de poupança, 70 iam para o SFH e, 30 eram aplicados conforme determinação do BC. 34 - Após 29/07/99 passaram a ser distribuídas da maneira que se segue: Através da Resolução n.º 2.623 do BC reduziu a exigibilidade dos recursos aplicados em poupança, a serem alocados ao SFH de 70% para 60%, posteriormente aumentada para 65% pela Resolução n.º 2.706 do BC em 30/03/00 e, autorizou novas formas para os bancos cumprirem estas obrigações para os contratos assinados até 30/06/00, a saber: 9 Empréstimos para imóveis de menor valor (R$ 70 mil no Rio e em São Paulo, e R$ 50 mil nos demais municípios) para efeito de cálculo da exigibilidade são multiplicados por 1,5; 9 Empréstimos com juros de até 10% ao ano são multiplicados por dois; 9 Créditos a receber do FCVS de responsabilidade do Tesouro Nacional; 9 Imóveis recebidos em liquidação de contratos; 9 Antigos créditos de fundos extintos geridos pelo antigo BNH como o Fabre e o Festa. Os bancos podem, também, adquirir recebíveis e letras hipotecárias em poder de construtoras, referentes a empréstimos imobiliários e contabilizarem seu valor para efeito de cumprimento da exigibilidade. Estes recebíveis terão que se referir a imóveis de valor de até R$ 300 mil financiados com taxas não maiores do que 12% a.a. Os excessos decorrentes da aplicação dos fatores de multiplicação acima não podem exceder a 15% da base de cálculo do direcionamento dos depósitos de poupança. A tabela a seguir, que tem como fonte o Relatório de Estatísticas Básicas do SFH, elaborado pelo BC em 11/99, dá uma visão da orientação dos recursos da caderneta de poupança. 35 Tabela 4.1: Recurso da Caderneta de Poupança aplicados em Imóveis (R$ Bilhões) Bancos Privados Bancos Públicos Total Depósitos em poupança 49,81 40,5 89,6 Exigência de aplicação em 28,0 24,3 52,3 Total de aplicação efetivada 30,5 48,3 78,8 Em imóveis habitacionais 14,7 25,7 40,4 Em imóveis comerciais 0,11 0,14 0,25 Em créditos do FGVS 11,6 21,2 32,8 Em 2,50 0,27 2,77 1,60 0,97 2,57 imóveis letras e cédulas hipotecárias Em fundos e outros Fonte: BC – nov./1999 Fortuna (2002), cita que a caderneta de poupança é remunerada pela TR da data de aniversário mais o tradicional 0,5% a m.. Assim, a caderneta passou a ter uma correção diferenciada para os vários dias do mês, funcionando como um CDB pós-fixado. Os valores de remuneração da caderneta são conhecidos quando do cálculo da TR e divulgados nos principais jornais do País. Assim, a poupança é um ativo que rende de acordo com a quantidade de dias úteis no mês e a variação da TR do período. Ela recebe depósito de pessoas físicas e jurídicas. A abertura pode ser feita em qualquer dia do mês, sendo que as contas abertas nos dias 29, 30 e 31 começam a contar rendimento a partir do dia primeiro do mês seguinte. A remuneração é mensal para as pessoas físicas e jurídicas sem fins lucrativos. Para pessoas jurídicas com fins lucrativos (empresas), o rendimento é trimestral. Atualmente, as aplicações em cadernetas de poupança de pessoas físicas e jurídicas não tributadas com base no lucro real estão totalmente isentas de impostos. As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real serão tributadas apenas na declaração de rendimentos. Além disso, as cadernetas oferecem seguro sobre valores depositados em caso de morte ou invalidez por acidente do titular. Os valores máximos estipulados para cobertura do seguro variam em cada instituição. 36 O segredo da popularidade da caderneta de poupança foi o fato de ela ter sido garantida pelo Governo pelo FGDLI, para valores até 5 mil (Resolução n.º 2.169 do BC, de 2/07/95), por poupador e em cada instituição financeira. Atualmente a sua proteção enquadra-se no Fundo Garantidor de Créditos – FGC. Pode-se ter quantas cadernetas quiser, escolhendo livremente a data de aniversário. Ainda com as informações de Fortuna (2002), os bancos, em função da concorrência, vêm criando alternativas e facilidades para a poupança, que viabilizem um aumento de liquidez e da facilidade de movimentação das cadernetas, como por exemplo: 9 depósitos e saques diretos pela conta corrente; 9 mesmo número e senha da conta corrente; 9 aplicação e resgate pelo telefone; 9 programação do investimento por períodos de até um ano, bastando informar datas de aplicação e resgate. 9 possibilidade de abertura de até 28 subcontas de uma única conta. Segundo o site do Banco Central (www.bcb.gov.br), em 14/07/93, pela Circular n.º 2.339 do BC, para vigorar durante o período de recolhimento do IPMF, ou seja, 31/12/94, foi criada uma nova modalidade de caderneta de poupança para pessoas físicas, exclusivamente, com prazo mínimo de resgate de três meses, para efeito de absorção dos rendimentos. Tais depósitos eram corrigidos pela TR mais 0,5% ao mês, igual à caderneta de poupança normal, além de uma remuneração adicional de 0,25%, desde que os depósitos tivessem permanecido inalterados, sem saques, pelo prazo mínimo de 90 dias. Assim, o BC compensou a alíquota de 0,25% do IPMF incidente sobre as operações financeiras na ponta do débito. Os depósitos da nova caderneta só poderiam ser feitos na data de aniversário trimestral da conta. Qualquer aplicação fora do vencimento implicava a abertura de uma nova conta, fato que evidentemente tirava flexibilidade dessa nova caderneta, com relação à tradicional, que permite várias datas de aniversário de uma mesma conta. Este produto manteve-se com a modificação do IPMF para CPMF, variando apenas os percentuais, em função dos novos percentuais da CPMF. 37 Tabela 4.2: Índice de Rendimento da Poupança de 2000 a 2003 Mês do Crédito 01/2000 02/2000 03/2000 04/2000 05/2000 06/2000 07/2000 08/2000 09/2000 10/2000 11/2000 12/2000 % de Rendimento 0,8013 0,7160 0,7340 0,7253 0,6308 0,7504 0,7151 0,6555 0,7035 0,6043 0,6323 0,6203 Mês do Crédito 01/2001 02/2001 03/2001 04/2001 05/2001 06/2001 07/2001 08/2001 09/2001 10/2001 11/2001 12/2001 % de Rendimento 0,5996 0,6376 0,5370 0,6733 0,6554 0,6836 0,6465 0,7453 0,8453 0,6635 0,7928 0,6938 Mês do Crédito % de Rendimento 01/2002 0,6993 02/2002 0,7604 03/2002 0,6177 04/2002 0,6767 05/2002 0,7369 06/2002 0,7113 07/2002 0,6590 08/2002 0,7669 09/2002 0,7493 10/2002 0,6965 11/2002 0,7782 12/2002 0,7657 Fonte: ABECIP- out./2003 Mês do Crédito 01/2003 02/2003 03/2003 04/2003 05/2003 06/2003 07/2003 08/2003 09/2003 10/2003 % de Rendimento 0,8627 0,9902 0,9137 0,8801 0,9905 0,9673 0,9187 1,0492 0,9058 0,8381 Obs.: Índice (%) de Rendimentos inclui Correção e Juros. 38 5 Fundos de Investimentos Segundo Fortuna (2002), esta forma de aplicação se caracteriza pela aquisição de cotas de aplicações abertas e solidárias, representativas do patrimônio do fundo, que têm o benefício da valorização diária. O segredo dos Fundos de Investimento é a idéia do condomínio, ou seja, embora os aplicadores tenham o direito de resgatar suas cotas a qualquer momento, nem todos o fazem ao mesmo tempo, isto é, sempre fica uma grande soma disponível, que pode ser aplicada em títulos mais rentáveis. Conforme informações extraídas do site da Anbid (www.anbid.com.br), tradicionalmente, e em sentido mais amplo, os Fundos podem ser classificados como de renda fixa ou de renda variável. A partir daí, existe uma diversidade de tipos que são criados para atender aos diferentes interesses dos investidores, do mais conservador ao mais agressivo. Podem ser: 9 Fundos de renda fixa, ativos e passivos. Os fundos passivos também são conhecidos como fundos DI. O DI é uma abreviatura de Certificados de Depósito Interfinanceiro (CDI), que é a taxa de juro que os bancos praticam quando emprestam dinheiro uns para os outros. Essa taxa “entre bancos” ou interbancária é considerada o juro referencial do sistema financeiro, que baliza, direta ou indiretamente, os juros de quase todos os empréstimos. Os fundos DI são considerados menos arriscados porque sua rentabilidade acompanha os juros referenciais e eles investem quase que somente em títulos públicos federais, sem risco. Já os fundos de renda fixa de diversos tipos (renda fixa, crédito e multiíndice) são mais arriscados. Os gestores também podem investir em títulos de empresas privadas e em títulos corrigidos pela inflação, cujo desempenho não necessariamente acompanha os juros referenciais. Essa é a categoria mais importante e responde por mais de 90% do total de recursos da indústria de fundos. 39 9 Fundos de renda variável, ou de ações. Seu patrimônio é muito menor e eles investem preferencialmente nas ações de empresas negociadas nas bolsas de valores. São fundos bem mais arriscados, pois o preço de uma ação pode oscilar violentamente ao longo do tempo. Assim como na renda fixa, os fundos de ações podem ser ativos ou passivos. Os fundos ativos dependem da estratégia do gestor e costumam ter uma taxa de administração mais elevada porque há mais “inteligência” envolvida no processo de gestão. Os fundos passivos visam acompanhar a variação de um índice de ações, como o Ibovespa ou o IBX. 9 Fundos contábeis. Investem principalmente em títulos públicos corrigidos pelo dólar, esses títulos não compram dólares, são um tipo de renda fixa. Sua rentabilidade não é definida apenas pelos altos e baixos do dólar, mas também pelos juros que os títulos públicos cambiais pagam ao investidor, uma taxa conhecida como cupom cambial Por isso, esses fundos não são a melhor proteção contra a alta do dólar. Um momento das cotações da moeda americana poderá reduzir o preço dos títulos públicos que integram a carreira dos fundos, cancelando esse ganho. Nesta categoria de fundos cambiais também estão os Fundos de Investimento no Exterior (Fiex), que compram títulos da dívida externa brasileira negociados em dólares. 9 Fundos Multirriscos . Permitem que o gestor invista em vários tipos de ativo. Ele pode comprar títulos de renda fixa públicos ou privados, ações e investir em câmbio. O desempenho desses fundos depende mais diretamente da competência do gestor em acertar quais ativos estão baratos e tem chance de subir de preço (sendo propício comprar) quais estão caros e podem cair (sendo propicio evitar ou vender). Os multirriscos são divididos em três sub-categorias. Os balanceados mantém uma relação mais ou menos constante entre títulos de renda fixa e ações. Os multimercados são mais flexíveis e podem ter, por exemplo, de zero a 305 de sua carteira investida em ativos cambiais. Eles podem ser com ou sem renda variável, quer eles invistam ou não em ações. 40 9 Fundos Alavancados: São fundos de diversos tipos de ações, renda fixa cambiais e multirrisco que têm uma característica em comum: podem perder bastante dinheiro do investidor. Seus gestores apostam pesado no mercado derivativos, que pode oscilar bastante. Segundo as informações extraídas do site da Anbid, as instituições financeiras estruturam seus Fundos de acordo com algumas variáveis exógenas determinadas pelo BC ou CVM como, por exemplo, os limites de composição da carteira de cada tipo de fundo que, por sua vez, vão determinar o perfil de liquidez do mesmo. Entretanto, vai ser a variável endógena da escolha da composição risco/rentabilidade (retorno) desejada pela instituição financeira que vai criar a “personalidade” de cada Fundo e atrair cada perfil de investidor, conforme acima. Sá (1999), cita que para medir a volatilidade de um fundo, considera-se a variação diária do valor da cota em determinado período de dias úteis. Compara-se a variação sucessiva a cada dia nas cotas e, utilizando-se um algoritmo matemático, chega-se a um índice da volatilidade que determina o grau de risco para um investidor. Um exemplo é o Índice de Sharpe-IS, também conhecido como índice de eficiência que indica ao investidor se os riscos assumidos pelo fundo foram bem remunerados. O cálculo deste índice leva em conta a volatilidade e a rentabilidade ajustadas, isto é, após a subtração de um benchmark que pode ser, dependendo do tipo de fundo, o CDI, ou o Ibovespa, por exemplo. Ele mede a performance de uma carteira de títulos, ou de um fundo, sob a ótica da rentabilidade e do risco. Não necessariamente o fundo mais rentável é o melhor mas, sim a rentabilidade (retorno) classificado pelo risco (menor volatilidade) a ela associado. O conceito é que, todo retorno tem o seu preço e, portanto, quanto maior o IS melhor e, ninguém deveria aceitar uma carteira com IS negativo, pois ele teria um retorno abaixo do seu benchmark. Um IS de 10, por exemplo, indica que a carteira oferece 10 unidades de retorno adicional para cada unidade adicional de risco. Sá (1999), cita ainda que mesmo olhando o passado de um fundo, é sempre melhor dar atenção ao sucesso do seu IS ao invés de apenas a sua rentabilidade. Na 41 responsabilidade da performance de um fundo podemos “rankear” os seguintes fatores pela sua importância. 9 Asset Allocation ( Alocação dos recursos nos diversos mercados); 9 Stock Picking (Escolha dos ativos); e, 9 Market Timing (Momento certo de entrar ou sair do mercado). Um dado importante é que deve existir dentro da instituição financeira, de forma bastante consolidada, o conceito, do chamado chinese wall, que é a separação clara entre a administração dos recursos da tesouraria das instituições financeiras e a administração dos recursos de terceiros. Para minimizar tais conflitos de interesses os Fundos estão autorizados a aplicar, apenas, um percentual previamente definido do seu patrimônio em títulos de renda fixa de emissão de instituições financeiras coligadas. No que tange ao cálculo do valor da cota de um fundo, a Circular n° 2.654, de 01/96, determina que os títulos e instrumentos de renda fixa da carteira devem ser contabilizados pelo seu valor de mercado – mark to market. Assim, o valor de resgate do título deve ser trazido diariamente ao seu valor presente de acordo com a taxa de spot de juros esperada. Tal fato, no caso de juros em alta, pelo fato de aumentarem a taxa de desconto e, portanto, diminuir o valor presente vai representar uma diminuição da rentabilidade da cota do fundo que, na realidade, só se efetiva se o investidor resgatar sua aplicação. O inverso acontece (ganho na cota) no caso de baixa nos juros. Segundo Bernstein e Damodaran (2000), os fundos, que investem procurando uma rentabilidade que replique a rentabilidade de um índice ou indexador de largo uso na economia (exemplo Ibovespa), são ditos como tendo uma gestão passiva. Perdem em flexibilidade, mas ganham em custo operacional. Halfed (2001), cita que a gestão de um Fundo é um trabalho de equipe e não de uma só pessoa. O tamanho da equipe não importa, mas sim sua qualidade. A formação técnica da equipe, sua postura ética em relação aos investidores e seu compromisso com a instituição gestora complementam os valores que garantem o sucesso de um Fundo. 42 Ainda segundo as citações de Halfed (1999), normalmente os fundos cobram uma taxa pela administração da carteira que é conhecida como taxa de administração e é cobrada como um percentual diário sobre o patrimônio do fundo. Podem, entretanto, cobrar uma taxa de ingresso ao fundo ou uma taxa de saída antecipada, de forma a induzir o cliente a permanecer por mais tempo no fundo. Muito utilizada também, quando permitido pelos orgãos reguladores é a taxa de performance ou sucess fee na forma de um percentual sobre o ganho que o fundo obtiver acima de um determinado índice previamente pactuado. 5.1 Tributos praticados nos Fundos de Investimentos 5.1.1 A criação do IOF Fortuna (2002), cita que a partir de 02/08/99, conforme Resolução do CMN (Comitê Monetário Nacional), os fundos de renda fixa de curto prazo e de 30 dias foram desobrigados do recolhimento do compulsório. A partir desta mesma data, deixou de existir o prazo mínimo de carência para resgate nos fundos de 30 e 60 dias, tornando-os fundos de liquidez imediata, como os de curto prazo. Desta forma, ficou sem sentido, a divisão dos FIF (Fundos de Investimento Financeiro) e dos FAC (Fundos de Aplicação em Cotas) em função dos prazos, já que, a partir daquela data, todos são de liquidez imediata. Como contrapartida á eliminação da carência, para estimular o alongamento dos prazos de aplicação, foi criada uma tabela de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), regressiva em função do prazo de aplicação. Assim o investidor poderá aplicar pelo prazo que lhe convier, ficando sujeito apenas a um redutor de rentabilidade, que é o IOF, até o 29º dia de aplicação. Os fundos ficaram em uma posição igualada aos demais títulos com a vantagem de uma menor movimentação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras – alíquota de 0,38%). 43 Tabela 5.1: Tabela Regressiva do IOF (Aplicações Financeiras de Curto Prazo) Número de Dias Limite tributável do Número de Dias Limite Tributável Corridos de Investimento (%) Corridos de do Aplicação Investimento (%) Aplicação 1 96 16 46 2 93 17 43 3 90 18 40 4 86 19 36 5 83 20 33 6 80 21 30 7 76 22 26 8 73 23 23 9 70 24 20 10 66 25 16 11 63 26 13 12 60 27 10 13 56 28 6 14 53 29 3 15 50 30 00 Fonte: SRF/ME. Ainda segundo as citações de Fortuna (2002), o IOF incide sobre o valor de resgate com uma alíquota de 1% ao dia, limitando-se ao valor do imposto calculado, a um determinado percentual do rendimento obtido na aplicação, regressivo em função do prazo da aplicação. Na prática, portanto, o que vale é a tabela com seus limites, e não o valor calculado do IOF. A partir do 30º dia não haverá valor de IOF a recolher, pois o percentual de rendimento tributável é zero. 44 O IOF incide sobre as aplicações tanto em títulos de renda fixa como em fundos de renda fixa. Também estão sujeitas as operações em mercados de derivativos, efetuadas para simular operações de renda fixa. O IR (Imposto de Renda) incide após o IOF, ou seja, sobre o rendimento líquido de IOF e, no caso dos fundos, sendo cobrado no momento do resgate ou ao final de cada mês, o que ocorrer primeiro. 5.1.2 O “IOF Virtual” A SRF (Superintendência da Receita Federal), segundo Assaf Neto (2001), criou o IOF virtual, que é uma conta em separado dos bancos para recolher IOF dos investidores que aplicaram ao longo do mês. Neste caso, o banco terá que recolher “virtualmente” o IOF de acordo com a tabela regressiva do IOF. Este “IOF virtual” será descontado do valor da cota do investidor, para que o fundo possa recolher, no fim do mês, o IR de 20% sobre o rendimento líquido do fundo. Se o investidor não mexer na sua aplicação, no prazo corrido de 30 dias, o “IOF virtual” será incorporado á cota do investidor. Este “IOF virtual” não terá nenhum efeito sobre a arrecadação, mas é uma garantia de que o IR será recolhido, caso o investidor saque antes do IOF ser zerado. 5.1.3 Imposto de Renda Sobre os Ganhos de Capital dos fundos de Renda Fixa e Renda Variável Segundo o site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br), o imposto de renda sobre os ganhos de capital auferidos por qualquer investidor, inclusive as pessoas jurídicas isentas, em suas aplicações em um fundo de investimento de renda fixa é cobrado pela alíquota de 20%, da seguinte maneira: 9 no resgate da cota ou no último dia útil de cada mês, o que ocorrer primeiro, no caso dos fundos de liquidez imediata, ou seja, sem carência; 9 na data em que se completar cada período de carência para resgate de cotas com rendimento, no caso dos fundos sujeitos a essa condição e, desde que com carência igual ou inferior a 90 dias; 45 9 no resgate da cota ou no último dia útil de cada trimestre-calendário, o que ocorrer primeiro, no caso dos fundos com período de carência superior a 90 dias. A cobrança do IR é feita apenas, sobre os ganhos de capital líquidos do IOF, quando esse for aplicável. O valor em moeda correspondente ao IR devido, quando de sua cobrança, deve ser feito na forma da redução do número de cotas possuídas pelo investidor cujo montante seja equivalente ao IR devido. 5.2 Rentabilidade dos Fundos Fortuna (2002), cita ainda que c exemplo abaixo mostra o impacto do IOF quando combinado com o IR e a CPMF, na rentabilidade dos fundos, considerando o rendimento líquido da taxa de administração. A simulação leva em conta a inflação de, por exemplo, o IGP-M, de 06/99 de 0,36% e a aplicação no último dia útil do mês. Aplicação de R$ 100.000,00 + CPMF de 0,38% pago na data da aplicação. Valor do desembolso R$ 100.380,00 Supondo a rentabilidade mensal bruta média do FIF 30 em um mês (30 dias corridos e 21 dias úteis) de 0,99%. O valor resgatado após 21 dias (14 dias úteis) seria composto por: Rentabilidade real bruta – 0,6589% IOF em 21 dias incide sobre 30% da rentabilidade, liberando 70%. Rentabilidade líquida de IOF – 0,4612% Rentabilidade líquida de IR – 0.3690% Valor resgatado – R$ 100.369.00. Ganho (Perda) – R$ 11,00. O valor resgatado após 22 dias (15 dias úteis) seria composto por: Rentabilidade real bruta – 0,6740% IOF em 22 dias incide sobre 27% da rentabilidade, liberando 73%. Rentabilidade líquida de IOF – 0,4919% Rentabilidade líquida de IR – 0,3936%. Valor resgatado – R$ 100.393,60 46 Ganho (Perda) – R$ 13,60. Poderíamos afirmar que para este nível de rentabilidade real bruta, com as características deste mês, os fundos só seriam rentáveis após o 21º dia corrido. 5.3 Rating dos Fundos Segundo o site da Anbid (www.anbid.com.br), as empresas especializadas em classificação – rating, quando da avaliação de um fundo de investimento, têm, obrigatoriamente que, analisar também o país de origem e a instituição gestora deste fundo. Na elaboração do rating, todos os riscos que podem impactar o retorno dos investimentos são cuidadosamente avaliados. Resumidamente, os riscos mais importantes em cada caso são: 9 Países – possibilidade de reestruturação unilateral de dívida, confiscos, impostos, etc.; 9 Instituições financeiras – solidez financeira; 9 Empresas de Asset Management – histórico de desempenho e tecnologia de gestão de ativos; 9 Títulos – capacidade de repagamento do emissor e a estrutura legal do título; 9 Fundos de investimento – composição de carteira e consistência da performance ao longo do tempo. Vince (1999), cita que o rating é importante porque é uma forma rápida de um investidor poder comparar as diferentes alternativas de investimento e decidir onde aplicar. O rating de uma empresa de Asset Management é uma avaliação de sua solidez e capacidade de fornecimento de bons serviços aos seus clientes. Normalmente, os principais pontos analisados são: 9 Solidez do grupo controlador; 9 Autonomia de atuação da empresa em relação ao grupo controlador; 9 O tamanho e o histórico de atuação do mercado; 9 O processo de seleção de ativos; 9 A política de alavancagem; 9 A análise e o monitoramento do risco; 9 A comparação da performance com o benchmark; 47 9 As auditorias interna e externa; 9 O processo operacional; e 9 A política de recursos humanos. Fortuna (2002), cita que no caso dos fundos de investimento a Fitch IBCA desenvolveu um modelo de avaliação de risco que leva em consideração o risco de crédito e o risco de mercado assumido pelo fundo, ou seja, avalia a possibilidade de perda para quem está investindo em função de uma eventual falência dos emissores dos títulos, reescalonamento ou atraso de pagamento dos títulos que compõem a carteira do fundo e, o risco de perda nos ativos do fundo em função de oscilações de taxas de juros ou de câmbio, perdas em derivativos, liquidez e alavancagem. Risco de Crédito 9 Investment Grade – AAA/AA/A e BBB. (Grau Qualitativo) (Excelente) (Bom). 9 Speculative Grade – BB/B/CCC/CC/D. (Grau Especulativo) (Especulativo) (Falência – default). Risco de Mercado 9 Baixo risco – V1 + /V1/V2 (não compromete o principal investido). 9 Risco Moderado – V3/V4. 9 Risco Moderado a Alto – V5/V6/V7. 9 Risco Especulativo – V8/V9/V10 (pode haver perda do principal). Ao aplicar em um fundo analisado por agências de rating, o investidor deve ter ciência dos critérios utilizados para a classificação. 5.4 Marcação a Mercado – Regras do BC Sendo Marcação a Mercado – Mark to Market – MtM, a precificação diária dos títulos e valores mobiliários e, dos instrumentos financeiros derivativos existentes nas carteiras das instituições financeiras, quer sejam adquiridos no Brasil ou no exterior. Conforme informações extraídas do site do Banco Central (www.bcb.gov.br), com este objetivo, as Circulares n.º 3.068, de 08/11/01, e 3.082, de 30/01/02, do BC estabelecem 48 os critérios a serem seguidos para o registro e a avaliação contábil pelas instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo BC. A Circular n.º 3.068 estabelece o critério dos títulos e valores mobiliários adquiridos, executando as cooperativas de crédito, agências de fomento e sociedades de crédito ao microempreendedor. Eles devem ser registrados pelo valor efetivamente pago, inclusive os gastos com corretagens e emolumentos, e classificados nas seguintes categorias: 9 títulos para negociação – onde devem ser registrados os títulos e valores mobiliários adquiridos com o propósito de serem ativa e freqüentemente negociados. 9 títulos mantidos até o vencimento – onde devem ser registrados os títulos e valores mobiliários, exceto ações não resgatáveis, para os quais haja intenção e capacidade financeira da instituição de mantê-los em carteira até o vencimento. 9 títulos disponíveis para venda onde devem ser registrados os títulos e valores mobiliários que não se enquadrem nas categorias anteriores. A capacidade financeira acima mencionada deve ser caracterizada pela disponibilidade de recursos de terceiros, exceto dívidas subordinadas e instrumentos híbridos de capital e dívida elegíveis a capital, referenciados na mesma moeda e com prazo igual ou superior ao dos correspondentes títulos. Os títulos e valores mobiliários classificados nas categorias de títulos para renegociação e de títulos disponíveis para venda devem ser ajustados pelo valor de mercado, no mínimo por ocasião dos balancetes e balanços. Assaf Neto (2001), cita que a metodologia de apuração do valor de mercado é de responsabilidade da instituição e deve ser estabelecida com base em critérios consistentes e passíveis de verificação, que levem em consideração a independência na coleta de dados em relação ás taxas praticadas em suas mesas de operação, podendo ser utilizado como parâmetro: 9 preço médio de negociação no dia da apuração ou, quando não disponível, o preço médio de negociação no dia útil anterior; 9 valor líquido provável de realização obtido mediante adoção de técnica ou modelo de precificação; e 49 9 preço de instrumento financeiro semelhante, levando em consideração, no mínimo, os prazos de pagamento e vencimento, o risco de crédito e a moeda ou indexador. Os títulos e valores mobiliários, exceto ações não resgatáveis, classificados na categoria títulos mantidos até o vencimento, devem ser avaliados pelos respectivos custos de aquisição, acrescido dos rendimentos auferidos, os quais devem impactar o resultado do período. Ainda segundo as citações de Assaf Neto (2001), a Circular n.º 3.082 estabelece o critério para as operações com instrumentos financeiros derivativos realizadas por conta própria, incluindo as administradoras de consórcios. 9 nas operações a termo deve ser registrado, na data da operação, o valor final contratado deduzido da diferença entre esse valor e o preço à vista do bem ou direito, reconhecendo as receitas e despesas em razão do prazo de fluência dos contratos, no mínimo, por ocasião dos balancetes mensais e balanços; 9 nas operações com opções deve ser registrado, na data da operação, o valor dos prêmios pagos ou recebidos na adequada conta de ativo ou passivo, respectivamente, nela permanecendo até o efetivo exercício da opção, se for o caso, quando então deve ser baixado como redução ou aumento do custo do bem ou direito, pelo efetivo exercício, ou como receita ou despesa, no caso de não exercício, conforme o caso; 9 nas operações de futuro deve ser registrado o valor dos ajustes diários na adequada conta de ativo ou passivo, devendo ser apropriados como receita ou despesa, no mínimo, por ocasião dos balancetes mensais e balanços; 9 nas operações de swap deve ser registrado o valor a receber ou a pagar na adequada conta de ativo ou passivo, devendo ser apropriado como receita ou despesa, no mínimo, por ocasião dos balancetes mensais e balanços; 9 nas operações com outros instrumentos financeiros derivativos, deve ser realizado registro em contas de ativo ou passivo de acordo com as características do contrato, inclusive aqueles embutidos, que devem ser registrados separadamente em relação ao contrato a que estejam vinculados. 50 Assaf Neto (2001), cita ainda que entende-se por instrumentos financeiros derivativos aqueles cujo valor em decorrência de mudanças em taxa de juros, preço de título ou valor mobiliário, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice de bolsa de valores, índice de preço, índice ou classificação de crédito, ou qualquer outra variável similar específica, cujo investimento inicial seja inexistente ou pequeno em relação ao valor do contrato, e que sejam liquidados em data futura. O valor de referência ou nocional das operações com instrumentos derivativos de ser registrado em contas de compensação. Para fins da avaliação, a metodologia de apuração do valor de mercado é de responsabilidade da instituição e de ser estabelecida com base em critérios consistentes e passíveis de verificação, que levem em consideração a independência na coleta de dados em relação ás taxas praticadas em suas mesas de operação, podendo ser utilizado como parâmetro: 9 preço médio de negociação representativa no dia da apuração ou, quando não disponível, o preço médio de negociação representativa no dia útil anterior; 9 valor líquido provável de realização obtido mediante adoção de técnica ou modelo de precificação; 9 preço de instrumento financeiro semelhante, levando em consideração, no mínimo, os prazos de pagamento e vencimento, o risco de crédito e a moeda ou indexador; e 9 valor do ajuste diário no caso das operações realizadas no mercado futuro. As operações com instrumentos financeiros derivativos, quando executadas com a finalidade de proteção – hedge devem ser classificadas em uma das categorias a seguir: 9 hedge de risco de mercado; 9 hedge de fluxo de caixa. Entende-se por hedge a designação de um ou mais instrumentos financeiros derivativos com o objetivo de compensar, no todo ou em parte, os riscos decorrentes da exposição às variações no valor de mercado ou no fluxo de caixa de qualquer ativo, passivo, compromisso ou transação futura prevista, registrado contabilmente ou não. 51 Na categoria hedge de risco de mercado devem ser classificados os instrumentos financeiros derivativos que se destinem a compensar os riscos decorrentes da exposição à variação no valor de mercado do item objeto de hedge. Na categoria hedge de fluxo de caixa devem ser classificados os instrumentos financeiros derivativos que se destinem a compensar a variação no fluxo de caixa futuro estimado da instituição. 5.5 Asset Management Unit – AMU Conforme informações do site da Anbid (www.anbid.com.br), Asset Management Unit é uma unidade empresarial criada pelos bancos para caracterizar a separação entre as áreas de gestão de recursos dos clientes e gestão de recursos da tesouraria das instituições financeiras (materialização do conceito chinese wall). Como mandamento da AMU, podemos citar: 9 A administração dos recursos não podem beneficiar operações ou papéis do banco controlador. A empresa também não pode ter acesso ao capital da tesouraria do banco, e vice-versa. Se quiser comprar papel de empresas do mesmo grupo, a escolha deve seguir padrões de mercado; 9 As companhias não fazem corretagem de papéis, ou seja, não obtêm ganhos em operações que utilizam recursos dos clientes. O ganho é revertido em favor dos clientes; 9 As empresas também não administram recursos próprios. Os acionistas podem aplicar nos fundos por elas administrados, sob as mesmas regras aplicadas aos demais cotistas; 9 As estruturas jurídica e física das empresas e dos controladores são separadas. A idéia é criar barreiras operacionais, do tipo chinese wall, para evitar conflito de interesses e focar o negócio na gestão dos recursos dos investidores. Ressalta-se, entretanto, que as diretrizes macroeconômicas e de captação, além da área de pesquisa, continuam as mesmas para toda a instituição financeira. A Resolução nº 2.451 do BC, de 11/97, tornou obrigatório a criação destas unidades para instituições administradoras de fundos. 52 6 Fundos de Investimento Orientados à Aposentadoria Fortuna (2002), cita que são aplicações cujas características de longo prazo orientam-no com o objetivo de complementação da aposentadoria de seu investidor. Tem como principal característica a garantia de uma renda mensal com o intuito de manter o padrão de vida na aposentadoria. 6.1 Fundo de Aposentadoria Programada Individual A lei n.º 9.477, de 24/07/97, instituiu o Fapi como uma nova forma de investimento voltado ao planejamento programado de uma aposentadoria individual. É constituído sob a forma de um condomínio aberto e administrado por instituições financeiras, CVTM e DTVM, desde que estas últimas tenham capital realizado superior a R$ 15 milhões e estejam credenciados no Sisbacen ou, seguradoras autorizadas pela Susep. O modelo do Fapi é inspirado no plano IRA – Individual Retirement Account.- um dos EUA, onde o cliente é o cotista de um fundo que administra sua poupança. Trata-se, portanto, de um fundo de investimento como os FIF cujo objetivo é constituir para o aplicador um plano de complementação da aposentadoria básica da Previdência Social. Pode ser considerado, portanto, como um produto de previdência complementar na forma de um condomínio capitalizado. Qualquer pessoa física poderá aplicar no Fapi mediante abertura de uma conta específica em banco múltiplo, comercial, de investimento, caixa econômica ou seguradora. Fortuna (2002), cita ainda que o público-alvo são as pessoas físicas que não dispõem de fundos de pensão, tais como profissionais liberais, empresários e funcionários de pequenas e médias empresas. As normas sobre a periodicidade dos depósitos são bastante flexíveis. Porém, apenas as contas mantidas pelo período mínimo de 1 ano receberão todas as vantagens fiscais, tais como a isenção de IOF no momento do saque. Cotas sacadas antes deste prazo sofrerão incidência de IOF de 5% . O governo só não cobrará impostos nos casos de saques por morte, aposentadoria ou invalidez. As contribuições ao Fapi, em conjunto com os abatimentos da previdência complementar, podem ser deduzidos até o limite de 12% do rendimento bruto do contribuinte. 53 Entretanto, no caso de Fapi, não se trata de isenção, mas sim de diferimento, já que deverá ser pago o IR no resgate do fundo, com a alíquota máxima de 27,5% sobre o valor resgatado, conforme tabela progressiva do IR. Tabela 6.1: Tabela Progressiva do IR. Valor Bruto Alíquota (%) Parcelas a Deduzir (R$) Até 1.058,00 - - De 1.058,01 até 2.115,00 15 158,70 Acima de 2.115,01 27,5 423,08 Fonte: MP n.º 22 – jan./2002 As empresas que quiserem adotar o Fapi para seus funcionários poderão criar o Plano de Incentivo à Aposentadoria Programada Individual – Piapi, desde que contribuam para, pelo menos, 50% de seus funcionários. Elas poderão abater estas despesas do IR, até o limite de 20% do salário bruto de cada funcionário. Os recursos utilizados pelo empregador na compra das cotas do fundo não serão considerados como parte integrante da remuneração do beneficiário. Ao final do período de contribuição ao Fapi, o investidor poderá sacar todos os recursos acumulados, dando-lhes o destino que lhe aprouver. Será cobrada pelo administrador do fundo uma taxa de administração que, junto com a rentabilidade obtida, será um instrumento de concorrência. Caso queira mudar de administrador, o aplicador poderá fazê-lo ao final de seis meses de contribuição (portabilidade), sem pagamento de multas ou impostos. No Fapi não haverá, como nos fundos de previdência aberta, uma rentabilidade mínima prevista, mas em compensação, todo o rendimento será repassado ao investidor. Segundo o site da CVM (www.cvm.gov.br), os recursos no Fapi poderão ser aplicados em uma carteira diversificada de títulos, valores mobiliários, demais ativos financeiros e modalidades operacionais, prévia e expressamente identificados com limites máximos de composição de aplicações e observada a seguinte estrutura básica: 9 até 100% em títulos públicos federais e créditos securitizados do tesouro Nacional; 54 9 até 80% em investimentos de renda fixa; 9 até 40% em investimentos de renda variável; 9 possibilidade de contratação de operações de empréstimo de ações na condição de emprestador, e em mercados organizados de derivativos. Ainda com informações extraídas no site da CVM, os limites de diversificação relativos às aplicações do Fapi em ativos de emissão e/ou coobrigação de uma mesma pessoa jurídica ou conglomerado econômico estão fixados em 10% do PL do fundo. É vedada a aplicação de recursos do fundo em papéis de responsabilidade da instituição administradora e de empresas do conglomerado ao qual pertença. O risco do investidor no Fapi é o risco dos títulos da carteira. 6.2 Plano Gerador de Benefícios Livres – PGBL Fortuna (2002), cita que em 12/97 o CMN regulamentou aplicação das reservas técnicas do Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) a serem oferecidos por bancos, seguradoras (que opera o produto) e empresas de previdência complementar como mais uma alternativa de complementação de aposentadoria do objetivo de alongamento do peso de aplicações geradoras do crescimento de poupança interna. O modelo do PGBL é inspirado no plano 401K dos EUA, sem garantia mínima de rendimento, e que permite ao cliente escolher o perfil do risco desejado em função de seu horizonte de investimento. O PGBL, ao invés de garantir uma rentabilidade mínima como na previdência complementar aberta, oferece ao investidor três modalidades distintas de investimentos na forma de FIF/FAC, com riscos distintos: 9 Plano Soberano – aplica os recursos apenas em títulos públicos federais; 9 Plano Renda Fixa – aplica os recursos em títulos públicos federais e outros títulos com características de renda fixa. 9 Plano Composto – aplica os recursos em títulos públicos federais, outros títulos com característica de renda fixa e até 49% dos valores em renda variável. A portabilidade do PGBL (permissão para a troca de gestor do fundo) é de 60 dias. Fortuna (2002), cita ainda que as contribuições ao PGBL podem ser fixas ou variáveis, aceitando, inclusive, depósitos adicionais. O total anual das contribuições em 55 conjunto com os abatimentos da previdência complementar e do Fapi pode ser deduzido até o limite de 12% da renda bruta. O PGBL cobra uma taxa de administração para ressarcir o gestor do FIF no qual aplica seus recursos e uma taxa de contribuição descontada sobre cada aplicação feita pelo investidor. Assim, a primeira remunera a gestão da carteira e a segunda a seguradora que vende o produto. O custo final do investidor é a soma das duas. A rentabilidade do PGBL vai depender do plano escolhido, de capacidade do administrador e das tendências da economia do País, ficando assim difícil prever o valor do benefício futuro. As suas principais características são portanto: flexibilidade na contribuição ao fundo, liberdade na escolha de aplicar os recursos financeiros e liberdade de resgate. Paga IR no resgate do fundo, conforme tabela progressiva do IR, da mesma forma que o Fapi e a Previdência Complementar Aberta. Entretanto, como os recurso do investidor são repassados para a seguradora, que é quem os aplica, não paga IR sobre ganhos de capital da carteira de títulos com os demais fundos de renda fixa. O risco do investidor é a seguradora. Segundo Fortuna (2002), ao final do período de aplicação (contribuição), o investidor (contribuinte) pode escolher entre sacar todo o valor acumulado, de uma só vez, ou receber uma das seguintes alternativas, caso as tenha contratado quando da aquisição do plano: 9 renda mensal vitalícia, da data da aposentadoria até seu falecimento; 9 renda mensal temporária, da data da aposentadoria por um período fixo estipulado em contrato, ou até seu falecimento, o que ocorrer primeiro; 9 renda mensal vitalícia com períodos mínimo garantido, da data da aposentadoria até seu falecimento e, caso faleça durante o período garantido, o beneficiário designado no contrato continuará recebendo até o final deste período; e, 9 renda mensal vitalícia transferível a um beneficiário, da data da aposentadoria até o falecimento do participante quando, então, uma fração do valor mensal permanecerá sendo recebida pelo beneficiário até o falecimento deste. Como complemento podemos, resumidamente, comparar estas opções de aposentadoria existentes. 56 Quadro Comparativo FAPI PGBL Um ano de carência para saques após a adesão. Antes Após cada saque há carência de 60 dias para se fazer disso cobra 5% de IOF. uma nova retirada. Não paga IR sobre ganhos de capital (20%). Não paga IR sobre ganhos de capital. Só cobra taxa de gestão, que incide sobre o saldo Além da taxa de gestão cobra taxa de administração financeiro. sobre as contribuições. Imposto sobre cheques é pago duas vezes, ao sacar da Imposto sobre cheque é pago três vezes, incluindo conta bancária para depósitos no fundo e ao efetuar o quando o aplicador faz aplicação financeira (recursos resgate da conta (recursos em nome do cliente como em nome da empresa gestora). O dinheiro muda de em qualquer fundo de investimento). “dono” a cada aplicação. O saque dos recursos tem que ser total na hora da O saque não precisa ser integral; há a opção de aposentadoria. transformar o montante em renda vitalícia. 6.3 Previdência Complementar Aberta Tradicional –PCA Segundo Fortuna (2002), previdência é uma opção de aposentadoria complementar às expensas do interessado na complementação; oferecida por bancos e seguradoras, sendo que existem duas opções de acordo com o plano adquirido: 9 Benefício definido em que o participante determina qual será o valor da futura renda mensal e faz os aportes necessários para atingi-la. O beneficiário sabe quanto vai ganhar, mas suas contribuições não são fixas; 9 Contribuição definida, em que o valor do benefício vai depender do saldo ao final do prazo de contribuição que é determinado pelo participante Este saldo depende dos resultados obtidos pelos administradores do fundo a partir dos valores pagos pelos beneficiário. A contribuição é fixa, mas o benefício não. O plano de contribuição definida é mais barato tanto para a patrocinadora quanto para o beneficiário em relação ao plano de benefício definido. Todas as contribuições podem ser deduzidas do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda bruta. A legislação garante uma rentabilidade mínima de TR (para os planos iniciados até 96) ou IGP-M (para os planos iniciados a partir de 97), mais juros de 6% ao ano. Acima disso, o administrador pode repassar um percentual do rendimento líquido obtido nas aplicações dos recursos das contribuições na forma de excedente financeiro cujo cálculo deveria ser do conhecimento do contribuinte. 57 Na PCA, além da natural Renda Vitalícia por Sobrevivência (aposentadoria por sobrevivência), o aplicador também poderá, desde que contribuindo com as parcelas de valor exigidas, garantir : 9 Renda Vitalícia (por invalidez) que consistem em uma renda mensal vitalícia concedida ao participante com início na data que haja sido declarada sua invalidez total e/ou permanente; 9 Renda Vitalícia por Morte (pensão) que consiste em uma renda mensal devida aos beneficiários indicados da aquisição da PCA; 9 Pecúlio por Morte (pecúlio) que consiste no pagamento de uma importância em dinheiro, em uma única vez, aos beneficiários indicados quando da aquisição da PCA. Sua vantagem em relação ao PGBL e ao FAPI é que o contribuinte sabe, em princípio, o que vai ganhar e, não sofre o risco de uma eventual rentabilidade negativa. Sua desvantagem é o custo de oportunidade de uma alternativa melhor no futuro, a falta de transparência e seus elevados custos de gestão. 6.4 Novos Planos de Previdência Complementar Aberta Segundo o site da Associação Nacional da Previdência Privada (www.anapp.com.br), estes novos planos, regulamentados pela Susep, substituem em tese o PCA tradicional cuja falta de transparência ao contribuinte é um fator desestimulante para a sua competitividade no mercado. Estes novos planos estão classificados em dois grandes grupos, a saber. O primeiro grupo envolve planos típicos de aposentadoria programada, a saber: 6.4.1 Plano com Remuneração Garantida e Performance – PRGP Seu objetivo é garantir uma taxa de juros básica de remuneração, associada à uma correção por índice de preços além de um excedente financeiro, ambos predeterminados na contratação do plano. 58 6.4.2 Plano com Atualização Garantida e Performance – PAGP Ainda com informações extraídas do site da Associação Nacional da Previdência Privada, este plano não garante uma taxa de juros, mas inclui a correção pelo índice de preços e o excedente financeiro predeterminados na contratação do plano. Estes novos planos terão seus recursos aplicados em Fundos de Investimento Financeiro – FIF e seus custos deverão ser cobertos por três diferentes taxas a saber: 9 taxa de carregamento, que é um percentual cobrado sobre a contribuição periódica e que diminui na medida do crescimento do valor da contribuição; 9 taxa de administração; e, 9 taxa de gestão financeira. Na contratação dos planos, o contribuinte tem o direito de exigir e receber todas as informações sobre o mesmo. No regulamento dos planos deve constar a descrição completa e detalhada tanto da metodologia de cálculo de déficits e excedentes, como das taxas e dos prazos adotados pelo plano para a época e periodicidade de incorporação da provisão de excedentes financeiros da valorização da cota do FIF, sobre a provisão matemática de benefícios a conceder. Os prazos adotados pelos planos devem ser idênticos para todos os participantes de um mesmo plano individual, ou dos planos empresariais sujeitos ao mesmo contrato. O segundo grupo compõe-se de alternativas resgatáveis de seguro de vida, com características ou semelhantes às do PGBL, ou semelhantes aos PRGP e PAGP, mas que não incluem a vantagem fiscal destes. Fortuna (2002), cita que foram criados pela Resolução n.º 49 do Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP que, em fevereiro de 2001, estabeleceu as regras de funcionamento e os critérios para operação da cobertura por sobrevivência oferecida em planos de seguro do ramo de vida, a serem regulamentados pela Superintendência de Seguros Privados – Susep. Esta cobertura é estruturada sob o regime financeiro de capitalização com a finalidade da concessão de indenização, pagável de uma única vez ou sob forma de renda, a pessoas físicas vinculadas ou não, a uma pessoa jurídica. O evento gerador da indenização será sempre a sobrevivência do segurado ao período de contribuição contratado. 59 Os recursos que irão permitir as indenizações são aplicados em Fundos de Investimento Financeiro – FIF. Os planos de seguro criados pela resolução são dos seguintes tipos: 6.4.3 Vida Gerador de Benefício Livre – VGBL Segundo Fortuna (2002), durante o período de contribuição variável, a remuneração estará baseada na rentabilidade da carteira de investimentos do FIF, no qual estarão aplicados os respectivos recursos, sem garantia de remuneração mínima e de atualização de valores. Os planos de seguro deste tipo poderão ser divididos em três subtipos, conforme a composição da carteira de investimentos do respectivo FIF, ao qual estiverem vinculados, a saber: 9 Soberano – VGBL-S; 9 Renda Fixa – VGBL-RF; e, 9 Composto – VGBL-C; 6.4.4 Vida com Remuneração Garantida e Performance – VRGP Garantem aos segurados , durante o período de contribuição, uma remuneração preestabelecida na contratação da taxa de juros e do índice de atualização dos valores além da reversão, parcial ou total, dos resultados financeiros obtidos. 6.4.5 Vida com Atualização Garantida e Performance – VAGP Segundo o site da Associação Nacional da Previdência Privada (www..anapp.com.br), este garantem aos segurados, durante o período de contribuição, por meio da contratação de índice de preços, apenas a atualização dos valores e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros obtidos. Em todos os tipos de planos de seguro acima mencionados poderá ser contratada a reversão dos resultados financeiros obtidos durante o período de pagamento da indenização sob a forma de renda. Todos os planos de seguro incluídos na resolução poderão ser estruturados nas seguintes modalidades: 60 9 Contribuição Variável – em que o valor e o prazo de pagamento dos prêmios são definidos previamente ou não, e o valor de indenização, pagável de uma única vez ou sob a forma de renda, por ocasião da sobrevivência do segurado ao período de contribuição. 9 Benefício Definido – em que, tanto o valor da indenização, pagável de uma única vez ou sob a forma de renda, quando os respectivos prêmios, são estabelecidos previamente na proposta de contratação. Diferentemente das outras alternativas de complementação de aposentadoria, este conjunto de planos sofre a incidência de imposto de renda sobre ganhos de capital quando do resgate, de acordo com a tabela progressiva de IR, no resgate dos benefícios, e não sobre o valor nominal resgatado. Por esta característica estes produtos seriam uma alternativa de aplicação ás pessoas que, não usufruem as vantagens fiscais, oferecidas pelas demais alternativas de complementação de aposentadoria. 6.4.6 Previdência Complementar (Fundo de Pensão) Segundo o site da Associação Nacional da Previdência Privada (www.anapp.com.br), é uma opção de aposentadoria complementar, oferecida pelas empresas aos empregados, ou seja, a empresa constitui um fundo de pensão para o qual contribuem a própria empresa e seus funcionários. Portanto, não é aberto à participação de outras pessoas e têm características diferentes de uma empresa para outra. Tem como seu principal representante a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil. 6.4.7 Aposentadoria Básica Ainda segundo as informações extraídas do site da Associação Nacional da Previdência Privada, aposentadoria básica é a aposentadoria oficial paga pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), onde todos os trabalhadores da iniciativa privada têm que contribuir para a Previdência Social, bem como todos os empregadores. As alíquotas para o trabalhador variam entre 7,82% e 11% do salário., mas incidem apenas sobre parte do salário que vai até a chamada contribuição máxima mensal. Já as empresas contribuem com 20% da folha de pessoal, ao INSS. 61 7 Comparativo dos Três Investimentos Caderneta de Poupança, Fundo de Investimento , Planos de Previdência Privada PGBL e VGBL. As tabelas abaixo comparam quanto é possível juntar investindo R$ 500,00 por mês em caderneta de poupança, fundo de investimento de renda fixa, plano de previdência PGBL e VGBL, com simulação de cenários futuros de duas diferentes taxas de juros. Tabela 7.1: Montante auferido com rentabilidade na poupança de 6% ao ano e rentabilidade bruta (Fundo de Investimento, PGBL e VGBL) de 10% ao ano Anos Poupança Fundo de PGBL VGBL Investimento (Renda Fixa) (Renda Fixa) (Renda Fixa) 5 34885,02 36776,76 38520,52 36170,00 10 81939,67 91677,42 101078,40 89650,72 15 145409,36 173633,59 203801,46 172251,23 20 231020,45 295978,47 372477,73 302667,83 Fonte: Elaborado pelo autor – out./2003 Tabela 7.2: Montante auferido com rentabilidade na poupança de 8,5% ao ano e rentabilidade bruta (Fundo de Investimento, PGBL e VGBL) de 15% ao ano Anos Poupança Fundo de PGBL VGBL Investimento (Renda Fixa) (Renda Fixa) (Renda Fixa) 5 37220,83 40834,83 44045,70 40175,97 10 94067,10 115019,34 135967,41 114945,27 15 180886,71 249790,10 329662,50 263500,53 20 313483,72 494627,68 737813,15 567536,15 Fonte: Elaborado pelo autor – out./2003 Por causa do adiamento do imposto de renda, um cliente que investe em PGBL estará aplicando por mês R$ 500,00 mais os R$ 189,65 do benefício fiscal (considerando 62 que receba um salário mensal de R$ 5747,10 e aplique no plano 12% da renda bruta anual). O fundo de investimento cobra 20% de imposto de renda somente sobre o ganho de capital: o PGBL tem cobrança de imposto de renda conforme a tabela progressiva sobre o saldo total do resgate: o VGBL tem cobrança de imposto de renda conforme a tabela progressiva somente sobre o ganho de capital; a taxa de carregamento é de 1,5% sobre as contribuições para o PGBL e o VGBL; a rentabilidade bruta (PGBL, VGBL e fundo de investimento) é de 10% ao ano numa simulação e 15% ao ano em outra. Na poupança, a rentabilidade é de 6% ao ano em uma simulação e 8,5% ao ano em outra, e não há cobrança de taxas de administração, carregamento nem imposto de renda. Como foi utilizado um parâmetro comparativo de um investimento mensal de R$500,00 por 5, 10, 15 e 20 anos em caderneta de poupança, fundos de investimento, plano de previdência PGBL e plano de previdência VGBL, com duas diferentes taxas de juros, observa-se que apresentam grande diferença, principalmente, tomando por base, o montante auferido ao longo dos anos com a caderneta de poupança em relação ao plano de previdência PGBL, que é a melhor opção nas duas simulações, desde que o cliente reaplique no plano o ganho com o adiamento do imposto de renda. O plano de previdência VGBL só ultrapassa o fundo de investimento a partir de 20 anos na primeira simulação e a partir de 15 anos na segunda simulação. A poupança perde de longe em todos os casos. Os cálculos para obtenção destes resultados foram realizados através da matemática financeira, utilizando a calculadora HP 12C. 63 8 Conclusão Com a crescente liberalização dos fluxos dos capitais financeiros em nível mundial, exige-se um permanente aprimoramento nas técnicas de administração de investimentos, levando cada vez mais os pequenos, médios e grandes investidores a terem uma melhor percepção desse poderoso universo. O gerenciamento de investimento está presente hoje na vida das pessoas em geral, onde através da economia com baixo índice inflacionário, proporciona uma melhor visão de sua vida financeira, buscando antecipadamente alternativas de como melhor investir suas sobras. Com a presença dos bancos múltiplos em nosso meio, e sua grande concorrência buscando atrair um maior número de clientes, é proporcionado ao pequeno e médio investidor alternativas de investimentos antes não possíveis, onde eram necessárias grandes quantias para participar desse novo universo. Através de uma pesquisa configurada como descritiva e exploratória, procurou-se dar uma nova visão de alternativas existentes no mercado financeiro, onde a pessoa pode de maneira simples e objetiva ter uma melhor percepção de aplicações, fundos de investimentos, e a possibilidade de presenciarem seus montantes sendo multiplicados de acordo com seu perfil de aversão ou não ao risco, buscando melhor rentabilidade para suas quantias. Para isso, o trabalho relatou um estudo analisando comparativamente três diferentes alternativas de investimentos do mercado financeiro, verificando qual deles apresentaria o melhor desempenho no longo prazo. Foi comparado o desempenho de rentabilidades entre caderneta de poupança, fundos de investimentos de renda fixa e os planos de previdência complementar, oferecidos pelos bancos múltiplos, através de simulações de cenários futuros da modificação das taxas de juros, verificando qual seria o valor final do capital investido por cada um desses investimentos em quatro diferentes períodos. Constatou-se através deste estudo, que os planos de previdência complementar analisados, proporcionaram ao investidor melhor rentabilidade, consequentemente melhor retorno do seu capital investido. Como este é um trabalho exploratório e amplo, naturalmente abre possibilidades para novos estudos no assunto, portanto, é necessário indicar linhas de pesquisa que 64 poderão complementar essa pesquisa, como exemplo a inclusão de outras variáveis financeiras relevantes em administração de investimentos, ampliando-o além do estudo de algumas modalidades de investimentos e da abordagem risco retorno. Uma segunda linha de pesquisa seria a necessidade de novos estudos dos diferentes planos de previdência hoje existentes no mercado e tão ainda obscuros aos investidores o que, evidentemente, merece um aprofundamento maior em função de sua importância. Por fim, espera-se que o trabalho tenha atingido os objetivos propostos contribuindo, de forma acadêmica e profissional, para um entendimento de opções de investimentos disponíveis nos bancos como maneira de rentabilizar os ativos investidos. Como já foi reafirmado, vários méritos podem ser atribuídos a estudos exploratórios dessa natureza e esta pesquisa pode contribuir, mesmo de forma mínima, para que o gerenciamento de investimento esteja mais acessível às pessoas em geral, proporcionando um melhor desenvolvimento econômico e social de países com grandes potencialidades como o Brasil. 65 Glossário BC – Banco Central BNCC – Banco Nacional de Crédito Cooperativo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNH – Banco Nacional da Habitação CCVM – Sociedade Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários CDB – Certificado de Depósito Bancário CMN – Conselho Monetário Nacional CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira CVM – Comissão de Valores Mobiliários DTVM –Sociedade Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários FAC – Fundos de Investimento em Cotas FAPI – Fundo de Aposentadoria Programada Individual FCVS – Fundo de Compensação de Variações Salariais FGC – Fundo Garantidor de Crédito FGDLI – Fundo de Garantia de Depósito e Letras Hipotecárias FIF – Fundos de Investimento Financeiro IGP-M – Índice Geral de Preços no Mercado IOF – Imposto sobre Operações Financeiras IPMF – Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira IR – Imposto de Renda PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre 66 PROER – Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional PROES – Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária SCI – Sociedade de Crédito Imobiliário SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia SFH – Sistema Financeiro da Habitação SFN – Sistema Financeiro Nacional SUSEP – Superintendência de Seguros Privados TR – Taxa Referencial VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre 67 Referências Bibliográficas ASSAF NETO, Alexandre. 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