Leitura espacial:
o olhar do aluno sob seu espaço geográfico.
Reading Space:
the look of the student under its geographical space.
Hudson Giovanni Nunes Soares1
Glaciene Januário Hottis Lyra2
Resumo
Muito de discute na atualidade sobre a construção do conhecimento que é proporcionada
através do uso da realidade do aluno no dia-a-dia da sala de aula. Em suas aulas, os
professores de geografia expõem os conceitos chaves sobre espaço geográfico, educação
ambiental e a dinâmica da adaptação do homem no meio ambiente, além de suas vertentes,
como território, paisagem, espaço, espaço de pertença, impacto físico humano na natureza,
interação homem no meio, homem com o homem e meio com o homem, dentre outros, e
apresenta esses conceitos na busca de fazer com que o aluno possa intercalar o
conhecimento e compreender a dinâmica do espaço geográfico. Foca-se, nesse processo,
na dinâmica da influência do homem na construção, manutenção e adaptação no meio e o
quanto isso influencia diretamente na cultura, hábitos e costumes das comunidades. Com
isso, são expostos os conceitos de influência e impacto físico, cultural e econômico.
Conhecer o Espaço Geográfico do aluno é primordial para melhor exposição e mediação do
conhecimento para o profissional da geografia e biologia educacional. O presente artigo,
busca compreender o espaço geográfico sob a ótica dos alunos da Comunidade de
Conceição, Ensino Médio da Escola Estadual Emília Esteves Marques - Polivalente, em
Carangola, MG. Para tanto, firmou-se uma parceria entre o NUPEX/UEMG-Unidade
Carangola (Núcleo de Pesquisa e Extensão da UEMG-Unidade Carangola) e o Curso de
Licenciatura em Geografia da mesma Casa e com a Universidade Aberta e Integrada de
Minas Gerais (UAITEC-Carangola). O projeto de pesquisa e extensão em execução busca
em um primeiro momento analisar os dados colhidos através da produção textual proposta
aos alunos sobre seus espaços geográficos, focando, a priori, na influência do social,
cultural, econômico e físico deste espaço. No segundo momento do projeto, este torna-se
extensionista na busca de intervir socioambientalmente na construção do espaço de
pertencimento do aluno fomentando a autoconstrução do espaço geográfico e a manutenção
deste.
Graduado em Geografia – [email protected] - (32) 98293642 - Professor de Geografia na
Escola Estadual Emília Esteves Marques – Polivalente, Carangola, MG; Professor de Geografia na Escola
Officina do Saber, Carangola, MG. Educador Ambiental do Consórcio CAPARAÓ – Região do Caparaó
Capixaba, ES; Pesquisador em Geografia pela UEMG-Carangola.
1
2
Mestre- [email protected] (32) 9926-1717- UEMG- Unidade de Carangola. Psicanalista
Psicopedagoga Clinica e Hospitalar- Professora UEMG- Unidade de Carangola- Coordenadora de Extensão.
Consultório Psicopedagógico Officina do Saber- Carangola- MG
Palavras-Chave: Educação, Espaço Geográfico, Pertencimento, Análise, Socioambiental.
Summary
Lot of discussion today about the construction of knowledge that is provided through the
use of the student reality in the day-to-day classroom. In his classes, teachers of geography
expose the key concepts of geographical space, environmental education and the dynamics
of adaptation of man on the environment, and its variations, such as territory, landscape,
space, belonging space, physical human impact on nature man interaction in the middle,
man with man and half to the man, among others, and presents these concepts in the pursuit
of making the student can merge the knowledge and understand the dynamics of
geographical space. It focuses, in the process, the dynamics of man's influence on the
construction, maintenance and adaptation in the middle and how it directly influences the
culture, habits and customs of the communities. Thus, the concepts of influence and
physical, cultural and economic impact are exposed. Knowing the Geographic Area of the
student is paramount for optimal exposure and mediation of knowledge for professional
geography and biology education. This article seeks to understand the geographical space
from the perspective of students of Community Conception High School State School of
Emilia Esteves Marques - Multipurpose in Carangola, MG. Therefore, it signed up a
partnership between the NUPEX / UEMG-Unit Carangola (Center for Research and
Extension Unit UEMG-Carangola) and the Degree in Geography in the same house and the
Open University and Integrated Minas Gerais (UAITEC -Carangola). The research and
extension project seeking execution at first analyze the data collected through the text
production offered to students about their geographic areas, focusing, a priori, the influence
of social, cultural, economic and physical this space. In the second phase of the project, it
becomes extension in the search for socially and environmentally intervene in the
construction of the student belonging space fostering self-construction of geographic space
and maintaining this.
Keywords: Education, Geographic Space, Belonging, Analysis, Social and Environmental.
Introdução
O artigo, trata-se do relato da experiência do projeto de pesquisa e extensão
executado na Universidade do Estado de Minas Gerais – Unidade de Carangola, em
parceria com a Escola Estadual Emília Esteves Marques – Polivalente, em Carangola,
Minas Gerais, onde se busca compreender o espaço geográfico sob a ótica do aluno busca
em um primeiro momento analisar os dados colhidos através da produção textual proposta
aos alunos sobre seus espaços geográficos, focando, a priori, na influência do social,
cultural, econômico e físico deste espaço embasado na dinâmica da interação do homem
com o homem e do homem com seu meio ambiente.
A situação histórica do mundo, a herança dos objetos passados que permanecem no
presente revela que Santos chama de rugosidade, pois o espaço “[...] testemunha um
momento de um modo de produção pela memória do espaço construído, das coisas fixadas
na paisagem criada.” (SANTOS, 1986, p.138), porém, “as rugosidades não podem ser
apenas encaradas como heranças físico-territoriais, mas também como heranças
socioterritoriais ou sociogeográficas.” (SANTOS, 2012a, p.43).
No segundo momento do projeto, este se torna extensionista na busca de intervir
socioambientalmente na construção do espaço de pertencimento do aluno fomentando a
autoconstrução do espaço geográfico e a manutenção deste através da educação
socioambiental.
Objetivos e Metas
O presente projeto busca analisar dados colhidos a partir da produção textual dos
alunos seus pontos de vista sociais, econômicos e ambientais de seus espaços geográficos.
Após a análise, serão levantados meios de intervenção pedagógica na busca de fomentar a
construção das noções de pertencimento espacial.
Na busca desta melhoria da qualidade do ensino para os alunos do Ensino Médio de
Conceição, foi firmado parceria entre o Núcleo de Pesquisa e Extensão da UEMG –
Unidade Carangola (NUPEX) e a escola citada através dos professores Belarmino Araão
Crescêncio (regente das aulas de geografia das turmas de 2ª e 3ª séries do E. M.), Betty
Giovanonni de Oliveira (Diretora da Escola) e o professor Hudson Giovanni N. S. (regente
das aulas de geografia da 1ª série do E. M.).
Objetivos da Pesquisa:
Análise dos dados colhidos a partir da construção de textos, orientados pelo
professor de geografia do Ensino Médio da Escola Emília Esteves Marques – Polivalente
(extensão na comunidade de Conceição, Carangola, Minas Gerais).
Objetivos Específicos da Pesquisa:

Analisar os textos escritos, desenhos e fotografias dos alunos do Ensino Médio da
Escola Emília Esteves Marques – Polivalente (extensão na comunidade de Conceição).

Identificar as perspectivas da compreensão dos componentes humanos, físicos, culturais,
econômicos e humanos do Espaço Geográfico dos alunos envolvidos;

Compreender a dinâmica do Homem no Meio dentro do Espaço Geográfico da
Comunidade de Conceição em Carangola, MG, e sua manutenção socioambiental,
cultural e econômica da Comunidade Escolar de Conceição.
Objetivos da Extensão:
O presente projeto busca inserir os alunos de graduação em Licenciatura em
Geografia e Ciências Biológicas envolvidos na iniciação a docência de forma que colabore
diretamente com a formação destes. Além de fomentar as noções de pertencimento
geográfico nos alunos da comunidade Conceição.
Objetivos Específicos da Extensão:
 Incentivo à iniciação à docência dos alunos dos Cursos de Licenciatura em Geografia e
Licenciatura em Ciências Biológicas da UEMG-Unidade Carangola e iniciação à
produção acadêmica dos graduandos.
 Intervenção pedagógica na busca de incentivar a noção de pertencimento espacial e
manutenção do espaço cultural, social e ambiental daquela comunidade.
Referencial Teórico
Falar de alunos e espaços tem sido um tema que ganhou visibilidade nos últimos
anos
na
educação
com
a
postura
multidisciplinar.
Berger
(1972)
define
multidisciplinaridade como a aproximação de disciplinas diversas, ás vezes sem aparente
relação entre elas. Podemos afirmar que Multidisciplinaridade ótica das disciplinas sobre
assuntos e pontos que estão fora de suas exposições didáticas.
Na visão de Piaget (1972), temos a aplicação dos conceitos de multidisciplinaridade
quando a solução e análise de um determinado problema necessita da obtenção de
informações de uma ou mais ciências ou setores do conhecimento, sem que as disciplinas
que são convocadas por aqueles que as utilizam sejam alteradas ou enriquecidas por isso.
Mas antes de discutimos o papel modulador e modificador do espaço geográfico que
nossos alunos possuem, precisamos analisar os conceitos de espacialidade deste espaço.
Ainda seguindo as análises de Mello e Lopes chamam de espaço geográfico o
[...] o espaço que contém a presença humana, construído ao longo da
historia de nossa própria espécie, recente na historia geológica do planeta.
Essa posição aqui assumida, por mais que pareça reducionista e simplória,
guarda nela um conjunto de complexidades e inquietações... (2009)
No presente trabalho iremos discutir o Espaço como resultado da ação do homem no
meio, mas também, iremos analisar quais as influencias que este espaço tem na cultura da
sociedade inserida nele. Em foco, a Comunidade de Conceição, em Carangola, Minas
Gerais. Mello e Lopes Consideram o espaço como dado não significa compreende-lo
somente como armas que determinam e condicionam a experiência humana na Terra,
como palco social, repleto de possiblidades, como influencia e agente de modificação, de
ação e de criação.
Milton Santos em suas pesquisas está efetivamente focando em não somente
descrever, mas em analisar e compreender as transformações, modificações e adaptações
socioespaciais, tanto em escala local quanto mundial. O Pensador faz isso em sua obra com
propriedade e rigor investigativo e questionar. Argumenta que o espaço possuí uma
multiplicidade de significados, o que torna necessário estabelecer uma definição conceitual
apropriada para a geografia.
O espaço deve ser considerado como uma totalidade, a exemplo da
própria sociedade que lhe dá vida. Todavia, considerá-lo assim é uma
regra de método cuja prática exige que se encontre paralelamente através
da análise, a possibilidade de dividi-lo em partes. Ora, a análise é uma
forma de fragmentação do todo que se caracteriza pela possibilidade de
permitir, ao seu término, a reconstituição desse todo. Quanto ao espaço,
sua divisão em partes deve poder ser operada segundo uma variedade de
critérios. A que vamos aqui privilegiar e tentar, através do que chamamos
"os elementos do espaço" é apenas uma dessas diversas possibilidades
(SANTOS, 1985).
Portanto, norteados por essa visão miltoniana do espaço, podemos analisar que uma
sociedade se torna e se molda através de seu espaço, do espaço que essa sociedade produz.
Mas também devemos analisar que o espaço só é inteligível através da sociedade. Sendo
assim, não há razão para afirmarmos que sociedade e espaço como se fossem tópicos
separados e distintos, mas que sim, ambos são resultados e influenciadores da formação um
do outro.
José Willian Vesentini nos apresenta suas teorias de análise e interpretação do meio
através da interação do homem com a natureza. Para o autor, a natureza é igualmente uma
realidade objetiva, um encadeamento de processos naturais (ou seja, físico-químicos e
biológicos) que possui a sua dinâmica própria e autônoma. (2009). Para ele, o grande
problema da geografia consiste no entendimento desse processo contraditório, desse ser e
não ser concomitante da natureza. A primeira natureza, ou natureza original e
independente da ação humana, não mais existiria e no seu lugar haveria tão somente uma
segunda natureza ou natureza humanizada, reelaborada pela sociedade moderna
(VESENTINI, 2009).
No ensino de geografia, nas escolas, deve-se levar como fundamental o contexto e
tema globalização atual, porém deixando o educando conhecer o mundo em que vive, desde
a escala local até a escala regional, a nacional e a planetária. Temos de permitir que o aluno
conheça o mundo em que vive, e isso não significa meramente transmitir e expor as
informações, mas sim orientar pesquisas, discussões, análises e interpretação de bons textos
e mapas, elaborando e operacionalizando com frequência trabalhos de campo na busca de
conhecer o espaço do aluno, colocando em prática o conhecimento teórico.
A sala hoje é um espaço de construção do conhecimento, uma vez que já vimos que
o aluno trás consigo suas análises pré-estabelecidas sobre o mundo a sua volta,
principalmente sobre o seu mundo. Com isso, a geografia crítica torna-se uma ferramenta
diária e extremamente utilizada no cotidiano do aluno.
Moro (1986) ao dizer que os problemas ambientais, por exemplo, tão em vogo
discutidos hoje em dia, mas relacionando esses fatos ao mundo do aluno, não só devido ao
aumento numérico da população, mas, sobretudo, devido aos problemas sociais daí
decorrentes, pois a organização do espaço, nada mais é do que a expressão real sobre o
território de uma organização social.
Sendo assim, a Geografia torna-se, então, uma disciplina multidisciplinar. Berger
(1972) define multidisciplinaridade como a aproximação de disciplinas diversas, ás vezes
sem aparente relação entre elas. Podemos afirmar que Multidisciplinaridade ótica das
disciplinas sobre assuntos e pontos que estão fora de suas exposições didáticas.
Na visão de Piaget (1972), temos a aplicação dos conceitos de multidisciplinaridade
quando a solução e análise de um determinado problema necessita da obtenção de
informações de uma ou mais ciências ou setores do conhecimento, sem que as disciplinas
que são convocadas por aqueles que as utilizam sejam alteradas ou enriquecidas por isso.
Santos (2008, p. 81) expõem sobre a importância desse conceito na busca de
compreender que:
A geografia do comportamento vai ainda mais longe, porque se
fundamenta no princípio mesmo da existência de uma escala espacial
própria a cada individuo e também de um significado particular para cada
homem, de porções do espaço que lhe é dado frequentar, não apenas em
sua vida cotidiana mas ainda durante lapsos de tempo mais importantes.
Tendo isto é preciso que o professor de geografia esteja atento a sua visão de
mundo, uma vez que lemos e interpretamos nosso espaço todo o tempo, e com isso,
acabamos por influenciar o meio. O professor com o decorrer de sua trajetória
socioambiental vai ganhando características analíticas e descritivas do espaço a sua volta.
Metodologia
A metodologia utilizada se embasa na análise dos textos produzidos pelos alunos do
Ensino Médio da Escola Estadual Emília Esteves Marques (Polivalente), extensão da
Comunidade Conceição, Carangola, MG.
Lakatos e Marconi (1999, p. 15) afirmam que a pesquisa “é um procedimento
formal, com método de pensamento reflexivo, que requer tratamento científico e se
constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdade parciais”.
Acrescentam ainda que a finalidade da pesquisa é descobrir respostas para as questões
levantadas por meio de métodos científicos.
Demo (1996, p.34) insere a pesquisa como atividade cotidiana considerando-a como
uma atitude, um “questionamento sistemático crítico e criativo, mais a intervenção
competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido
teórico e prático”.
Tendo isto, a presente pesquisa caracteriza-se como uma Pesquisa de Campo
Exploratória, que para Rodrigues (2007, p. 3 e 4) “É a observação dos fatos tal como
ocorrem. Não permite isolar e controlar as variáveis, mas perceber e estudar as relações
estabelecidas.” E continua afirmando que “Fatos são observados, registrados, analisados,
classificados e interpretados, sem interferência do pesquisador; Uso de técnicas
padronizadas de coleta de dados (questionário e observação sistemática)”.
Lembrando que a pesquisa mesmo como todo seu arcabouço estrutural pode no
decorrer do percurso sofrer alterações, uma vez que sendo uma pesquisa baseada na
interpretação de textos, imagens e desenhos, elaborados pelos alunos do Ensino Médio,
podemos nos deparar com informações que irão acrescentar de forma tão grandiosa que
mude a estrutura e/ou amplie os horizontes da presente pesquisa. Estamos falando de
assuntos nos quais estaremos abordando pela primeira vez, e também tudo é passível de
mudanças.
Experiência em Sala de Aula
A educação hoje toma uma postura, frente à nova demanda de nosso alunato, de
estar posicionando-se de forma mais técnica e científica. A sala de aula se transforma em
um ambiente não somente expositor do conhecimento didático e pedagógico, mas também,
toma uma postura investigativa e questionadora.
Para Corrêa (2003), o espaço geográfico pode ser visto como um tanto quanto vago,
por vezes associado a uma porção específica da superfície da Terra identificada seja pela
natureza, seja por um modo particular como o Homem ali imprimiu as suas marcas, seja
com referência a simples localização. Neste trabalho, vemos o Espaço Geográfico como
agente de influência nos costumes e hábitos humanos, assim como também resultado das
ações do homem nele.
O professor precisa tomar a postura de cientista, pesquisador e mediador um
conhecimento prático e aplicado. A parceria com a Universidade tonar-se um instrumento
eficaz na busca de fazer da sala de aula um campo, também, científico.
Estando ainda em execução, o projeto já desenvolve algumas ações que vem
trazendo grandes avanços e resultados.
Foi exposto aos alunos uma aula inicial com os conceitos base da geografia: Espaço
Geográfico, Espaço de Pertencimento, Território e Paisagem. Ao ser exposto esses
conceitos, os alunos produziram, inicialmente, um desenho e um texto escrito, onde eles
descreveram seus espaços geográficos.
Nosso objeto de estudo, são as análises feitas pelos alunos do Ensino Médio da
Comunidade de Conceição. Sobre essas análises, Mello e Lopes nos elucidam que,
O espaço das crianças é, portanto, um espaço geográfico, e pensar suas
ações sobre esse deve ser percebido nessas condições. A experiência
sensório-motora, a percepção ambiental não pode ser compreendida
apenas como um conjunto de maturações e ações, mas sim em planos
culturalmente construídos, em que o processo de mediação esta sempre
presente. (2009).
Percebemos, ao cada aluno expor e comentar sobre seus espaços, que os alunos
focam nos impactos causados ao meio ambiente na produção agrícola. Os desenhos
apresentados, assim como os textos (ANEXO) mostram o quanto os alunos nos mostram
que seus espaços são compostos principalmente pela ação do homem na adaptação no meio
onde este é inserido.
Segundo Milton Santos o espaço organizado e modificado pelo homem sendo uma
estrutura subordinada-subordinante. E como as outras instâncias, o espaço, embora
submetido à lei da totalidade, dispões de certa autonomia (CORREA, 2003). Para Santos
(2008) o papel do profissional de geografia é o de atualizar os conceitos e realizar uma
análise crítica da sociedade e o meio onde esta está inserida. Santos ainda nos expõe que,
De um lado, o período atual vem marcado por uma verdadeira unicidade
técnica, pelo fato de que, em todos os lugares (norte e sul, leste e oeste),
os conjuntos técnicos presentes são grosso modo os mesmos, apesar do
grau diferente de complexidade; e a fragmentação do processo produtivo
em escala internacional se realiza em função dessa mesma unicidade
técnica. (SANTOS, 2008).
Embasado nisso, o projeto busca, através das aulas e intervenções pedagógicas,
apresentar aos alunos o quanto podemos buscar, através de práticas sustentáveis, o
equilíbrio com o meio ambiente.
O projeto busca, também, apresentar aos alunos que o conceito de meio ambiente
não se refere somente a fauna e flora, mas onde nós, humanos, estivermos inseridos,
atuando e modulando o espaço geográfico.
Sobre os relatos dos alunos, percebemos também forte pertencimento geográfico.
Os alunos, assim como toda a comunidade, são muito apegados ao espaço geográfico deles.
A própria escola é um reflexo disso. Há 10 anos os pais procuraram a direção da escola e
pediram que fossem abertas turmas de Ensino Médio na Escola João Batista Grossi
(municipal), a através de uma parceria firmada entre as escolas municipal e estadual os
alunos da Comunidade Conceição possuem três salas do Ensino Médio da Escola Estadual
Emília Esteves Marques na comunidade.
É evidente o pertencimento geográfico dos moradores de Conceição. E esse é nosso
principal foco de estudos. A sociedade inserida naquele espaço geográfico, sua adaptação,
interferência, resultado de impactos e o equilíbrio social e ambiental contidos na
Comunidade de Conceição, em Carangola, MG.
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ANEXOS
Figura 1 - Escola Municipal "João Batista Grossi” – Três salas cedidas ao Estado para as turmas de Ensino Médio da
Escola Estadual Emília Esteves Marques – POLIVALENTE.
Figura 2 - Alunos do Ensino Médio durante o recreio
Figura 4 - Profa. Me. Glaciene Lyra durante a
palestra aos envolvidos no projeto.
Figura 6 - Prof. Adalto Alarcon durante a palestra
aos envolvidos no projeto.
Figura 3 - Professor Hudson Giovanni durante a
palestra aos envolvidos no projeto.
Figura 5 - Prof. Belarnino Aarão durante a palestra aos
envolvidos no projeto.
Figura 7 - Professora Me. Sonia Maria de Oliveira durante a palestra aos envolvidos no projeto.
Figura 8 - Alunos da 2ª Série do Ensino Médio em Conceição
Figura 8 - Banner apresentado no 16º Seminário de Pesquisa e Extensão da UEMG (2014).
Figura 09 - Participação do Projeto no 16º Seminário de P&E da UEMG (2014) - Comunicação Coordenada e
Pôster.
Figura 10 - Descrição do Espaço Geográfico de um dos alunos da 2ª Série do Ensino Médio de Conceição
Figura 11 - Descrição do Espaço Geográfico em forma de texto descrita por uma das alunas da 2ª Série do Ensino
Médio de Conceição.