Braz J Periodontol - March 2013 - volume 23 - issue 01 CONHECIMENTO E CONDUTA DOS NEFROLOGISTAS FRENTE À RELAÇÃO BIDIRECIONAL ENTRE A DOENÇA PERIODONTAL E A DOENÇA RENAL CRÔNICA Knowledge and conduct of nephrologists front bidirectional relationship between periodontal disease and chronic renal failure Thayanna Corletto Tavares Mana1, Lívia Queiroz1, Vitor Nunes2, Gustavo Fernandes3, Luiz Claudio Borges4, Joel Alves4, Walter Machado5, Gustavo Oliveira Santos6, Carlos Sardenberg2 ¹ Cirurgiã – Dentista; Pós –graduada em Periodontia pela Odontoclínica Central do Exército (OCEx) - RJ; ² Cirurgião –Dentista; Mestrando emClínica Odontológica UFF; Professor do curso de Especialização em Periodontia da Odontoclínica Central do Exército ³ Cirurgião – Dentista; DoutorandoClínica Odontológica UFF; Professor do curso de Especialização em Implantodontia da Odontoclínica Central do Exército 4 Cirurgião – Dentista; Doutor em Periodontia (UERJ); Professor do curso de Especialização em Periodontia da Odontoclínica Central do Exército 5 Cirurgião – Dentista; Livre Docente em Periodontia (UERJ); Professor do curso de Especialização em Periodontia da Odontoclínica Central do Exército 6 Cirurgião – Dentista; Especialista em Periodontia (ABO-Niterói), Mestre em Odontologia (UFF), Doutor em Dentística (UERJ) Recebimento: 03/01/13 - Correção: 18/02/13 - Aceite: 05/03/13 RESUMO Objetivo: Avaliar o conhecimento ea conduta dos nefrologistasativos diante da possível relação entre a DRC e DP. Métodos: Por meio de perguntas via e-mail foram entrevistados cinquenta (50) nefrologistas. As respostas tiveram caráter confidencial e forampertinentes a pesquisa. Resultados: Foram avaliados 58% do gênero masculino e 42% do gênero feminino, com idades variando de 27 a 70 anos. Dos cinquenta nefrologistas entrevistados 90% conhecem e 10% desconhecem o que é DP; 68% confirmam e 32% não sabem a existência de uma possível relação entre a DP e a DRC; 46% perguntam e 54% negam perguntar na anamnese sobre a visita ao dentista; 90% afirmam e 10% discordam sobre algum paciente ter relatado problema na gengiva; 66% já e 34% não perguntaram ao paciente sobre a saúde bucal; 64% afirmaram e 36% nunca se comunicaram com algum dentista; 60% notaram melhora na taxa de filtração glomerular em pacientes com boa saúde bucal e 40% não avaliaram a saúde bucal; 50% já leram e 50% nunca leram algum artigo relacionando a DP e a DRC; 76% iriam a um curso relacionando ambos os temas (DP e DRC) e 24% não iriam; 100% acham possível uma maior aproximação profissional entre ambas as classes (médica e odontológica) Conclusão: Diante da possível existência darelação bidirecional entre a DRC e a DP, nefrologistas e cirurgiões-dentistas devem trabalhar em uma estreita cooperação visando uma melhoria na qualidade de vida do paciente renal. UNITERMOS: Doença Renal Crônica, Saúde Bucal, Periodontite, Doença Periodontal, Alteração Glomerular, Insuficiência Renal. R Periodontia 2013; 23:56-61. INTRODUÇÃO A doença renal crônica é particularmente alta com prevalências de 47, 35 e 28%, de indivíduos acima de 70 anos nos EUA, Europa e China, respectivamente, com diagnóstico de DRC (Hallan et al., 2010). Embora haja poucos estudos disponíveis na literatura sobre a prevalência da doença renal no Brasil, o aumento da DRC no Brasil também tem sido alarmante (Bastos et al., 2009). Segundo censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia 56 de 2008, há aproximadamente 2 milhões de pessoas com algum grau de disfunção renal no Brasil. Deste total, 70% não sabem serem portadores de doença renal crônica. Um número de 87044 brasileiros faz diálise, mas pelo menos 150 mil deveriam ser submetidos ao tratamento. Dos 25 mil brasileiros que iniciam programa de diálise a cada ano, somente 3 mil pacientes são transplantados por ano e apenas 25 mil transplantados estão em acompanhamento. Em 2007, ocorreram 13.338 óbitos, sendo as principais causas: doença cardiovascular (37%), infecção (26%), cerebrovascular (10%), outras (21%), desconhecida (6%). Em An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 Braz J Periodontol - March 2013 - volume 23 - issue 01 - 23(1):56-61 Associação entre doença periodontal e Doença renal crônica As doenças periodontais podem ser classificadas basicamente em dois grupos principais: as gengivites e periodontites. As gengivites são definidas como inflamações gengivais sem perda de inserção clínica e sem evidência radiográfica de perda óssea alveolar (Armitage, 1999). Em 1999, a Academia Americana de Periodontia revisou a classificação das doenças periodontais e chegou ao consenso de que as periodontites se dividem em três grandes grupos: periodontite crônica, periodontite agressiva e periodontitecomo manifestação de doenças sistêmicas (Caselli et al., 2006). A doença periodontal é um processo destrutivo progressivo que afeta os tecidos periodontais, causado por microrganismos que colonizam áreas dento gengivais na forma de placa dental (Gavaldá et al.,1999). Segundo alguns autores o índice de placa em pacientes acometidos por IRC é maior quando comparados com pacientes sistemicamente normais (Been & Engel, 1982; Naugle et al.,1998). As bactérias presentes no ambiente subgengival apresentam potenciais diferentes para indução de doença periodontal, dependendo do seu “arsenal” de fatores de virulência. P.gingivalis, T.denticola, T.forsythia e A.actinomycetemcomitans são alguns dos microrganismos mais agressivos relacionados ao início e progressão das periodontites (Figueredo & Feres, 2005; Offenbacher et al., 2008). Esse ambiente inflamatório estimula a resposta de defesa do organismo induzindo a migração de leucócitos para a área afetada. Simultaneamente ocorre a liberação de mediadores químicos inflamatórios, provenientes das próprias células de defesa ou dos tecidos danificados. Citocinas (interleucinas e fator de necrose tumoral), derivados do ácido aracdônico (prostaglandinas e leucotrienos), metaloproteinases (colagenases e elastases) e proteínas da fase aguda da inflamação, com a proteína C – reativa, são alguns dos principais mediadores químicos da inflamação (Figueredo & Feres, 2005). Essas substâncias potencializam o próprio processo inflamatório, facilitando o deslocamento de mais células de defesa por meio de reações vasculares (hiperemia e aumento da permeabilidade vascular) ou celulares (quimiotaxia de neutrófilos e macrófagos), e ainda pelo próprio dano tecidual direto, representado pela destruição de colágeno pelas colagenases. Desta forma, todo o processo vai se amplificando e eventualmente ocorrerá a destruição tecidual e reabsorção óssea, observadas na doença periodontal instalada (Ezzo & Cutler, 2003; Figueredo & Feres, 2005; Offenbacher et al., 2008). Segundo Loos (2005), estudos sugerem que os aumentos sistêmicos e prolongados nos níveis sanguíneos desses produtos da inflamação, provenientes da doença periodontal podem contribuir com a etiopatogênese de outras doenças no organismo, o que pode ser um risco de co-morbidade na DRC. Vários fatores têm sido confirmados, através de dados epidemiológicos, como risco potencial para a doença periodontal (DP), entre eles: tabagismo, hereditariedade e stress, além de alterações e doenças sistêmicas, como AIDS, distúrbios nutricionais (deficiência proteica, deficiência de vitaminas e desnutrição), distúrbios hormonais (diabete mellitus, hiperparatireoidismo, hormônios sexuais e corticosteróides), desordens hematológicas (anemia, leucemia e trombocitopenia), desordem das imunodeficiências (desordens leucocitárias e deficiência de anticorpos), desordens cardiovasculares e desordens psicossomáticas(Machado, 2003; Lindhe et al., 2009; Almeida et al., 2009). Além disso, a periodontite tem sido associada também, como fator de risco para algumas doenças sistêmicas, entre elas, cita-se as doenças cardiovasculares, principalmente aterosclerose, doenças cerebrovasculares e pneumonia. Com esta visão sistêmica, alguns autores (Scannapieco, 2003; Borawski et al., 2007; Craig et al., 2007; Kshirsagar et al., 2007; Kotanko, 2008; Scannapieco, 2008; Fisher et al., 2008; Almeida et al., 2009) observaram uma possível associação entre DP e DRC. A existência de doenças periodontais ou de quaisquer alterações da saúde bucal pode representar focos de infecções aos pacientes renais crônicos em hemodiálise, fato este importante no agravamento da DRC (Sowell, 1982; Gonçalves et al., 2007). De acordo com Kshirsagar et al., (2007) que pesquisou An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 57 2008, o aumento do número de casos foi 18% Com base no grande número de grupos de risco, a previsão é que ultrapasse 125.000 casos em 2010 (Almeida et al., 2009). Essa situação mundial da DRC assume grande importância no que se refere à doença periodontal (DP), considerada de caráter infeccioso multifatorial, pois em função da preocupação maior com a saúde geral, esses pacientes não têm como prioridade a higiene dental e o tratamento dos dentes, associado ainda ao fato de que a grande maioria é de indivíduos que não podem trabalhar necessitados de recursos financeiros e com grande dificuldade de acesso ao tratamento dentário público ou privado.Contribuindo assim para um maior acúmulo de placa bacteriana aderida aos dentes, a qual é um dos principais fatores etiológicos da doença periodontal (Almeidaet et al., 2009). Braz J Periodontol - March 2013 - volume 23 - issue 01 - 23(1):56-61 anticorpos para periodonto-patógenos, presentes no soro, especificamente IgG, e a DRC em 4.928 indivíduos da ARIC (AtherosclerosisRisk in Communities), empregando a técnica de DNA checkerboard. Os autores observaram que indivíduos com alta titulação de anticorpos para P. gingivalis, T. denticola, S.noxia, V.par vula, A.actinomycetemcomitans estavam associados à redução da função renal quando comparados a indivíduos com titulação de anticorpos para os mesmos microrganismos mas sem a DRC. Através desse estudo de corte transversal, demonstrou-se que existe uma associação entre anticorpos para patógenos periodontais e a redução de filtração glomerular. Vários estudos sugerem que a eficácia da terapia periodontal pode diminuir marcadores sistêmicos de inflamação, inclusive os níveis de haptoglobina, em indivíduos com periodontite, (Ebersole et al., 1997; D’ajuto et al., 2004; D’ajuto et al., 2005; Craig et al., 2007). A adição de flurbiprofeno, um antiinflamatório não esteroidal, em associação com a terapia periodontal levou a uma redução não só dos níveis de haptoglobina, mas também de Proteína C-reativa na corrente sanguínea (Ebersole et al., 1997). Além desses, outros estudos recentes relataram queda da interleucina-6 (IL-6) e CRP após 6 meses de terapia (D’ajuto et al., 2004; D’ajuto et al., 2005; Craig et al., 2007). Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar se o nefrologista inclui em sua anamnese as questões odontológicas incluindo a DP como um potencial fator de risco para a DRC, com perspectiva de uma maior integração entre as áreas médica e odontológica, visando desta forma, uma melhor qualidade de vida ao paciente. presente momento. As respostas negativas (Não)identificavam que não houve uma abordagem e/ou condutado nefrologista diante da DP até o presente momento. RESULTADOS Os resultados do questionário estão expostos através de gráficos nas figuras de 1 a 10. Figura1 – Pergunta nº 1: Sr (a) sabe o que é doença periodontal? MATERIAIS E MÉTODOS Foram enviados duzentos (200) e-mails, para nefrologistas da cidade do Rio de Janeiro, utilizando o site do Conselho Regional de Medicina como banco de dados, no período de Julho de 2012 a Fevereiro de 2013, cinquenta (50) nefrologistasresponderam ao questionário, constituindo, portanto, 25% do total. Do universo da amostragem, 42% eram do sexo feminino (n=21) e 58% eram do sexo masculino (n=29). A idade mínima encontrada foi 27 anos e a máxima de 70 anos, com média de 47 anos. O questionário era composto por quatorze perguntas comduas opções de resposta Sim ou Não dispostos nas Figuras de 1 a 10. Da Figura 1 a 10 pode se avaliar por ordem, as dezperguntasrealizadas junto com o resultado das respostas. As respostas afirmativas (Sim) identificavam que houveuma abordagem e/ou conduta do nefrologista diante daDP até o Figura 2 – Pergunta nº 2: Sr (a) sabe se existe alguma relação entre a insuficiência renal crônica e a doença periodontal? 58 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 Figura3 – Pergunta nº 3: Na sua anamnese, Sr(a) inclui a pergunta se o seu paciente visitaregularmente o dentista? Braz J Periodontol - March 2013 - volume 23 - issue 01 - 23(1):56-61 Figura 4 – Pergunta nº 4: Algum paciente seu já relatou ter algum problema periodontal (na gengiva)? Figura8– Pergunta nº 8: Sr (a) já leu algum artigo relacionado à insuficiência renal crônica e a doença periodontal? Figura5 – Pergunta nº 5: Sr (a) já perguntou ao seu paciente como estava a sua saúde bucal? Figura9 – Pergunta nº 9: Sr (a) iria a um curso com o tema relacionado à insuficiência renal crônica e doença periodontal? Figura6 – Pergunta nº 6: Sr (a) já se comunicou com algum dentista sobre o tratamento de um paciente? Figura10 – Pergunta nº 10: Sr (a) acha possível ter uma maior aproximação profissional entre a classe médica e odontológica? DISCUSSÃO Figura7 – Pergunta nº 7: Sr (a) já notou se houve alguma melhora no nível de inflamação dos glomérulos dos pacientes com insuficiência renal em relação à boa saúde bucal? An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 A DRC é um problema de saúde que tem crescido mundialmente. Pacientes renais crônicos e os que necessitam de diálise ou transplante, exigem maiores cuidados quanto à dosagem de medicamentos ou, até mesmo, há contraindicação de alguns medicamentos utilizados rotineiramente na odontologia. É importante que o cirurgião-dentista mantenha assim contato com o nefrologista para que possa ser prescrito corretamente uma medicação. 59 Braz J Periodontol - March 2013 - volume 23 - issue 01 - 23(1):56-61 Como foi observado na Figura 10, 100% dos profissionais entrevistados acham possível uma maior aproximação profissional entre a classe médica e odontológica. Entretanto, na Figura 2, foi observado que 32% do universo pesquisado não têm conhecimento sobre a existência de uma relação entre a DRC e a DP e como constatado na Figura 1 90% dos médicos entrevistados afirmam saberem o que é a DP. Devese salientar que nos próximos anos, a relação interdisciplinar pode sofrer mudanças positivas com o incentivo de novas pesquisas, promovendo um maior intercâmbio entre as especialidades médicas, aumentando desta forma, a gama de possíveis fatores de risco desconhecidos até o presente momento (Kshirsagar et al., 2007). Além disso, o nefrologista deve-se manter atualizado diante dessas novas pesquisas e associá-las com possíveis sinais clínicos nas suas condutas clínicas. Na figura 4, 90% responderam que possuem pacientes com problema periodontal, 66% já perguntou ao seu paciente como estava a sua saúde bucal (Figura 5) e 64% já se comunicou com algum dentista sobre o tratamento de um paciente (Figura 6). Em contrapartida, 54% ainda não incluem em sua anamnese se o seu paciente visita regularmente o dentista (Figura 3), por isso, seria importante acrescentar essa pergunta na anamnese para o paciente, visando uma possível eliminação de um possível fator de risco. Há muitos anos a DRC vem sendo apontada como um fator de risco para a DP e têm sido propostos diversos mecanismos pelos quais esta alteração pode contribuir para destruição dos tecidos periodontais (Scannapieco, 2008), e ainda assim 50% dos nefrologistas relataram nunca terem lido um artigo relacionando DRC e DP (Figura 8). Na Figura 7, 60% dos médicos nefrologistas entrevistados já notaram alguma melhora no controle glicêmico de seus pacientes que possuem uma boa saúde bucal e na Figura 9 76% afirmaram que iriam a um curso com o tema relacionado à DRC e DP. em ótimas condições. Caso haja algum foco de infecção após o transplante pode ser fatal ou resultar na perda do órgão transplantado. ABSTRACT Objective: To evaluate the knowledge and conduct of nephrologists active on the possible relationship between CKD and PD. Methods: Through questions via e-mail were inter viewed fifty (50) nephrologists. The answers were confidential and were relevant research. Results: A total of 58% males and 42% females, with ages ranging from 27 to 70 years. Of the fifty surveyed nephrologists know 90% and 10% unaware of what is DP, 68% and 32% confirmed not know the existence of a possible relationship between PD and CKD, 46% and 54% ask deny ask during the interview on the visit to dentist, 90% state and 10% disagreed on some patients have reported problems in the gums; 66% now and 34% did not ask the patient about oral health, 64% and 36% reported never communicated with any dentist, 60% noted improvement in glomerular filtration rate in patients with good oral health and 40% did not assess oral health, 50% have read and 50% never read any article relating to PD and CKD, 76% would go to a course linking both issues (and DP DRC) and 24% would not, 100% can find more professional approach from both classes (medical and dental) Conclusion: Given the possible existence of a bidirectional relationship between CKD and PD, dentists and nephrologists should work in close cooperation aimed at improving the quality of life of renal patients. UNITERMS: Chronic Kidney Disease, Oral Health, Periodontitis, Periodontal Disease, Change Glomerular, Renal Insufficiency CONCLUSÃO Conclui-se que apesar de quase todos os nefrologistas conhecerem a doença periodontal menos da metade deles incluem em sua anamnese se o seu paciente visita regularmente o dentista.Énecessária a avaliação prévia desses pacientes com DRC visando às alterações severas no organismo dos mesmos, pois são mais susceptíveis a processos infecciosos e a alterações plaquetárias o que poderá acarretar hemorragia trans e pós-operatórias. A higiene oral dos portadores de DRC, principalmente os que serão submetidos a tranplante renal, deve ser mantida 60 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 Braz J Periodontol - March 2013 - volume 23 - issue 01 - 23(1):56-61 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Hallan SI, Orth SR. 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