Luas do sistema solar - Pradigital

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Conceição Reis
Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho
UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração
Área: STC – Sociedade Tecnologia e Ciência
Módulo5: Domínio de Referência 3
Formadora: Maria João Canudo
Satélite
artificial
é
um
veículo
espacial,
tripulado ou não, colocado em órbita de um
planeta, de um satélite ou do Sol. É utilizado
principalmente na pesquisa científica e nas
telecomunicações em geral, como na retransmissão de sinais de
rádio e de televisão e na interligação de redes de computadores,
como a Internet.
Os primeiros satélites postos em órbita foram o Sputnik I
(04/10/57) e o Sputnik II (03/11/57), lançados pelos soviéticos, e
seguidos
pelo
Explorer
I
(31/01/58),
lançado
pelos
norte-
americanos. Nas telecomunicações, o satélite pioneiro foi o
Telstar, lançado pelos norte-americanos em 1962.
A órbita de um satélite é definida em função de diversos
parâmetros, entre eles: raio de inclinação, inclinação do plano da
órbita, período de revolução, etc. O número de revoluções diárias,
isto é, quantas vezes o satélite gira em torno da Terra num dia é
importante porque define a altitude que o satélite deverá ser
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colocado em órbita. Por exemplo, a órbita de 35.800 a 36.000 km
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de altitude desempenha um papel particular. Todos os satélites
colocados a essa altitude gastam, para dar uma volta em torno da
Terra, 23 h 56 min, que é igual ao período de rotação da Terra.
Neste caso, a órbita é denominada geossíncrona. Se o plano da
órbita confundir com o do equador, o satélite parecerá imóvel a
um
observador
terrestre,
sendo
então
chamado
de
geoestacionário.
Na década de 50 foram lançados os primeiros satélites militares
com o objectivo de efectuar o reconhecimento fotográfico do
território inimigo.
Os
satélites
militares
são
desenvolvidos
com
objectivo
de
telecomunicação, observação, alerta avançado, ajuda à navegação
e reconhecimento. Um exemplo de satélite militar, muito utilizado
hoje, são os 16 satélites de posicionamento global (Global
Positioning System - GPS), que fornecem coordenadas geográficas
exactas.
Os americanos dispõem de satélites fotográficos, como o Big Bird
que permitem identificar objectos com poucos centímetros e de
satélites denominados Key Hole, que fazem análise das zonas
observadas e retransmitem as informações em tempo real.
No campo da exploração cósmica, o primeiro satélite lançado ao
espaço foi o Explorer 1, pelos EUA. No ano seguinte (1959), os
soviéticos lançam o Projecto Lunik (ou Luna), com o lançamento
da primeira sonda espacial a Lunik 1, para explorar a Lua. Em
Setembro a Lunik 2 atinge a superfície da Lua e, em Outubro são
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feitas as primeiras fotografias da face oculta do satélite, pela
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Lunik 3. A partir daí, soviéticos e americanos lançaram sondas em
direcção a Vénus, Marte, Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno,
assim como para algumas luas dos planetas gigantes.
Em 1968 teve início um estudo sistemático do céu, utilizando
ultravioletas e infravermelhos. A primeira cartografia completa do
céu foi realizada pelo satélite IRAS, no ano de 1983.
Com relação a satélites empregados para colecta de dados, o
programa mais importante no momento é o Earth Science
Enterprise (NASA), para estudar fenómenos físicos, químicos e
biológicos da Terra. As áreas de estudo incluem: nuvens, ciclo da
água e energia, oceanos, química da atmosfera, usam da terra,
processo da água e ecossistema, cobertura de gelo glacial e polar
e a parte sólida da Terra. O primeiro satélite de observação, o
EOS-AM Spacecraft, foi lançado em 18 de Dezembro de 1999.
Os satélites de comunicação são utilizados na transmissão de
informações.
Podem
ter
acesso
múltiplos,
isto
é,
servir
simultaneamente a diversas estações terrestres de localidades ou
mesmo de países diferentes.
O TELSTAR 1, o primeiro satélite construído e financiado por uma
indústria
privada
(AT&T’s
Bell),
lançou
uma
revolução
na
telecomunicação, marcando o início do comércio espacial. Esse
território do espaço (órbita geossíncrona), tornou mais tarde, o
congestionamento de satélites de várias nações.
O primeiro satélite meteorológico colocado em órbita da Terra
foi o TIROS 1 (EUA), lançado a 1 de Abril de 1960. São equipados
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com infravermelhos capazes de operar mesmo sobre a face escura
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da Terra. Os dados armazenados são transmitidos para estações
de recepção na Terra.

Dentre as suas habilidades, podemos citar a aquisição de imagens
de alta e média resolução, monitorizar a atmosfera terrestre
(temperatura e humidade do ar, mapeamento diurno e nocturno
de nuvens, temperatura das nuvens, distribuição de aerossóis,
ozónio e dióxido de carbono), os continentes (avaliações precisas
do gelo e da neve, avaliação de vegetação e agricultura, detecção
de queimadas e actividades vulcânicas) e os oceanos (massa
d'água, temperaturas da superfície do mar, direcção e velocidade
dos ventos próximos a superfície dos oceanos).
).
Os satélites de sensoriamento remoto, estudam a superfície
terrestre, através de poderosas lentes. Podem produzir fotografias
da superfície com precisão de até um metro.
Cerca de 8.000 objectos orbitam o nosso planeta, e mais de 100
podem ser vistos a olho nu, antes do pôr do Sol ou antes do seu
nascer.
Os
objectos
de
grande
tamanho
ou
de
órbita
relativamente baixa, tais como a Estação Espacial Internacional,
são visíveis a olho nu mais facilmente, mesmo quando as
condições não são muito favoráveis.
Órbitas geoestacionárias (também chamada geossíncrona ou
síncrona)
são
aquelas
nas
quais
o
satélite
está
sempre
posicionado no mesmo ponto sobre a Terra. Muitos satélites
geoestacionários estão acima de uma faixa ao longo do equador,
com altitude de aproximadamente 35.786 km, ou quase um
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
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décimo da distância até a Lua. A área de "estacionamento de
satélites" está a tornar-se cada vez mais congestionada pelas
centenas
de
satélites
de
comunicação,
de
televisão
e
meteorológicos. Cada um deles precisa de estar muito bem
posicionado para evitar a interferência com sinal de satélites
adjacentes. Televisão, comunicações e programas meteorológicos
usam
satélites
com
órbitas
geoestacionárias.
Órbitas
geoestacionárias são o motivo pelo qual as antenas parabólicas de
TV DSS são colocadas numa posição fixa.

Os jipes espaciais programados usam uma órbita assíncrona
muito mais baixa, o que significa que passam pelo céu em
diferentes horas do dia. Outros satélites em órbitas assíncronas
estão em média a 644 km (400 milhas) de altitude.
Numa órbita polar, o satélite geralmente voa a baixa altitude e
passa através dos pólos da Terra em cada revolução. A órbita
polar permanece fixa no espaço, à medida que a Terra faz a
rotação dentro da órbita. Como resultado, muito da superfície da
Terra passa sob um satélite em órbita polar. Em virtude dessas
órbitas alcançarem excelentes coberturas do planeta, elas são
usadas para mapeamentos e fotografias.
Como
são
previstas
as
órbitas
dos
satélites?
Um software especial para satélites, disponível para computadores
pessoais, prevê as órbitas dos satélites. O software usa dados
keplerianos para predizer cada órbita e mostrar como o satélite
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
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se vai posicionar. Os últimos "Keps" (em inglês) estão disponíveis
na Internet também para satélites de radioamadores.
Os satélites usam uma variedade de sensores sensíveis à luz para
determinar a sua posição. O satélite transmite sua posição para a
estação de cootrole em terra.
GPS
(Sistema
(Global
de
Positioning
System)
Posicionamento
Global)·
O GPS é um sistema de posicionamento
geográfico que nos dá as coordenadas dum
lugar na Terra, desde que tenhamos um
receptor de sinais de GPS. Este sistema foi
desenvolvido pelo Departamento de Defesa
Americano para ser utilizado com fins civis e
militares.·
A nossa posição sobre a Terra é referenciada
em relação ao equador e ao meridiano de Greenwich e traduz-se
por três números: a latitude, a longitude e a altitude. Assim para
saber a nossa posição sobre a Terra basta saber a latitude, a
longitude e a altitude. Por exemplo, os aeroportos têm as três
coordenadas bem determinadas, que aliás estão escritas em
grandes cartazes perto das pistas, e os sistemas automáticos de
navegação aérea utilizam esta informação
para
calcular
as
trajectórias
entre
aeroportos.·
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Hoje em dia é possível haver um sistema
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de
posicionamento
global
devido
à
utilização
dos
satélites
artificiais. São ao todo 24 satélites que dão uma volta à Terra em
cada 12 horas e que enviam continuamente sinais de rádio. Em
cada ponto da Terra estão sempre visíveis quatro satélites e com
os diferentes sinais desses quatro satélites o receptor GPS calcula
a latitude, longitude e altitude do lugar onde se encontra.·
Latitude
A latitude é a distância ao Equador
medida ao longo do meridiano de
Greenwich. Esta distância mede-se
em graus, podendo variar entre 0º e
90º para Norte ou para Sul. Por
exemplo, Lisboa está à latitude de
38º 4´N, o Rio de Janeiro à latitude
22º
55´S
e
Macau
à
latitude
de
22º
27´N.·
Longitude
A longitude é a distância ao
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de
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meridiano de Greenwich medida ao longo do Equador. Esta
distância mede-se em graus, podendo variar entre 0º e 180º para
Este
ou
para
Oeste.
Por exemplo, Lisboa está à longitude de 9º 8´W, o Rio de Janeiro
à longitude de 34º 53´W e Macau à longitude de 113º 56´E.·
Altitude·
A Terra é aproximadamente esférica, com um ligeiro achatamento
nos pólos. Para se definir a altitude de um ponto sobre a Terra
define-se uma esfera --- geoide --- com um raio de 6378 km. A
altitude num ponto da Terra é a distância na vertical à superfície
deste geoide. Por exemplo, a altitude média do Aeroporto de
Lisboa é de 114 m, mas a altitude média da Holanda é negativa.·
Existem algumas páginas na Internet com a informação relativa à
latitude
e
longitude
de
cidades:
http://www.realestate3d.com/gps/world-latlong.htm
A
Sistema
infra-estrutura
tecnológica
associada
GPS
ao
sistema
GPS
é
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O
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constituída
por
1-
subsistema
2-
Subsistema
3-
três
de
de
satélites
controlo
Subsistema
-----
subsistema:
segmento
segmento
do
aéreo.
terrestre.
utilizador.·
1- O subsistema de satélites é constituído pelos 24 satélites que
dão duas voltas à Terra por dia, a uma altitude de 500 km. As
órbitas dos satélites foram escolhidas de modo que de qualquer
ponto da Terra se possam ver entre 5 e 8 satélites. No entanto,
para calcular com precisão a nossa posição basta apenas receber
em boas condições o sinal de apenas quatro destes satélites.·
2- O subsistema de controlo é constituído por várias estações
terrestres.
Nestas
estações
terrestres
são
observadas
as
trajectórias dos vários satélites GPS e é actualizado com grande
precisão o tempo. Esta informação é transmitida aos satélites.
Com estes dados, o sistema informático em cada um dos satélites
recalcula e corrige a sua posição absoluta e corrige a informação
que é enviada para a Terra. A estação primária de controlo da
constelação GPS está localizada nos Estados Unidos, no estado do
Colorado.·
3- O subsistema do utilizador é constituído por um receptor de
rádio com uma unidade de processamento capaz de descodificar
em tempo real a informação enviada por cada satélite e calcular a
posição. Cada satélite envia sinais de características diferentes em
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intervalos de 30 em 30 segundos e de 6 em 6 segundos. Para
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haver uma determinação precisa da posição são necessários pelo
menos de 12 minutos e 30 segundos de boa recepção dos vários
tipos de sinais enviados. Na informação enviada pelos satélites
estão envolvidas técnicas matemáticas que permitem recuperar a
informação perdida na transmissão devido a más condições
atmosféricas e ionosféricas. Mesmo assim, nos períodos de grande
actividade solar a maior parte da informação enviada pelos
satélites perde-se não sendo fiável a informação processada pelos
receptores
do
sinal
GPS.
De acordo com o tipo de utilizador (civil ou militar) os sinais dos
vários satélites podem ser descodificados de acordo com o fim em
vista. Existem essencialmente dois modos de descodificação do
sinal GPS. O modo Preciso (militar) e o modo Standard (civil): A
precisão destes dois modos de posicionamento é a seguinte:
operar a informação perdida na transmissão devido a más
condições atmosféricas e ionosféricas. Mesmo assim, nos períodos
de grande actividade solar a maior parte da informação enviada
pelos satélites perde-se não sendo fiável a informação processada
pelos
receptores
do
sinal
GPS.
De acordo com o tipo de utilizador (civil ou militar) os sinais dos
vários satélites podem ser descodificados de acordo com o fim em
vista. Existem essencialmente dois modos de descodificação do
sinal GPS. O modo Preciso (militar) e o modo Standard (civil): A
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precisão destes dois modos de posicionamento é a seguinte:
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Modo
Precisão
Preciso:
na
Precisão
Precisão
latitude
na
no
e
longitude:
altitude:
tempo:
22
27.7
200
Precisão
m
nanossegundos
Modo
Precisão
m
Standard:
na
latitude
na
e
longitude:
altitude:
100
156
m
m
Precisão no tempo: 340 nanossegundo
···O GPS pode ainda funcionar em modo diferencial, sistema
DGPS. Neste caso, o sinal de GPS é armazenado no computador e
processado posteriormente com
dados cruzados pedidos às
estações de controlo fixas (segmento fixo). Com este processo,
eliminam-se erros sistemáticos e a precisão do GPS pode chegar a
ser da ordem de 1 metro. Isto é particularmente útil em trabalhos
de cartografia em que as coordenadas espaciais são fixas no
tempo.
Um satélite natural ou lua (em letra minúscula) ou ainda
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planeta secundário é um corpo celeste que orbita um planeta ou
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outro corpo menor. Dessa forma, o termo satélite natural poderia
se referir a planetas anões orbitando a uma estrela, ou até uma
galáxia
anã
orbitando
uma
galáxia
maior.
Porém,
ele
é
normalmente um sinónimo de lua, usado para identificar satélites
não artificiais de planetas, planetas anões ou pequenos planetas.
Por exemplo, a Lua é o satélite natural da Terra.
Há 240 objectos no Sistema Solar classificados como luas. Dentre
esses, 166 orbitam 8 planetas, 4 orbitam planetas anões e mais
algumas dezenas orbitam corpos menores do sistema solar.
Porém, algumas luas são maiores que alguns planetas principais,
como
Ganímedes
e
Titã,
satélites
de
Júpiter
e
Saturno,
respectivamente, que são maiores que Mercúrio. Assim sendo
estes satélites, se não orbitassem planetas, seriam eles mesmos
planetas. Apesar disso, existem outros satélites que são muito
menores e têm menos de 5 km de diâmetro, como várias luas do
planeta Júpiter.
Caronte, a lua de Plutão tem mais ou menos metade do diâmetro
deste último, e visto que o primeiro não gira exactamente em
torno do segundo (visto que o baricentro do sistema plutónico
localiza-se acima da superfície plutónica), o que leva certos
astrónomos a pensarem no conjunto como um planeta duplo. De
facto, o próprio sistema Terra-Lua (embora o baricentro do
sistema esteja dentro da Terra, e a Lua tenha menos de um
quarto o diâmetro terrestre) é, também, considerado por alguns
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astrónomos como um planeta duplo.
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Os primeiros satélites (exceptuando a Lua) só foram descobertos
no início do século XVII por Galileu Galilei[1]. Esta descoberta foi
contestada pelo astrónomo alemão Simon Marius, que travou uma
longa disputa com Galileu chamando a primazia da descoberta
[2].
Os nomes das luas, Io, Europa, Ganímedes e Calisto, foram dados
por Marius, usando personagens mitológicas amantes de Júpiter
(Io e Calisto eram ninfas, Europa uma princesa mortal e
Ganimedes um príncipe troiano). A maioria dos autores hoje
considera que Galileu observou as quatro luas antes de Marius;
uma excepção
notável é,
Asimov
que
atribui a Marius a
descoberta de Calisto[3].
45 Anos depois é descoberta uma grande lua em Saturno a que se
chamou de Titã, e pensou-se que se tratava da maior lua jamais
vista. Hoje sabe-se que Ganímedes é maior que Titã.
Não obstante e até ao final do século XVII, só mais quatro
satélites foram descobertos em Saturno. No século XVIII são
descobertas mais duas luas em Saturno e duas em Úrano.
Até o desembarque do Homem na Lua, eram conhecidas duas em
Marte, cinco em Júpiter, nove em Saturno, cinco em Úrano e duas
em Neptuno.
Nos dias de hoje com as sondas espaciais que exploraram todo o
sistema solar, passou-se a conhecer um grande número de
satélites a orbitar os planetas exteriores e conheceu-se de perto
as grandes luas do sistema solar. Assim são conhecidas, até a
data: uma na Terra, duas em Marte, 63 em Júpiter, 49 em
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Saturno, 27 em Úrano e 13 em Neptuno. De facto, Mercúrio e
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Vénus não têm satélites naturais. Um total de 158 satélites em
todo o sistema solar.
De notar, que grande parte destes satélites é apenas pedaços de
rocha ou gelo em forma de batata a girar em torno de um planeta
e não planetas secundários perfeitamente formados com uma
forma razoavelmente esférica tal como a Lua da Terra ou as
colossais luas de Júpiter. Ao todo no sistema solar, existem 20
dessas grandes luas, a maior é Ganímedes com mais de 5000 km
de diâmetro e a menor é Mimas com cerca de 400 km.
Recentemente descobriu-se que alguns asteróides como o Ida
(que tem o satélite Dactyl, descoberto pela sonda Galileu),
possuem satélites naturais. Mas, como não orbita um planeta, não
pode exactamente ser considerado um satélite.
Formação ou aparecimento dos satélites naturais
Existem, basicamente, três formas de criação dos sistemas
Planeta/Satélite: formação simultânea; captura; e processos
catastróficos.
No caso da formação simultânea, o satélite tem a sua génese
simultaneamente à do planeta principal. Durante a fase da sua
formação chamada de acreção o proto-satélite já está em órbita
do planeta principal. Este tipo de processo de formação de
satélites parece ser o mais importante no caso dos satélites de
maiores dimensões.
No caso dos satélites menores e com órbitas menos regulares, o
processo de formação parece estar relacionado com a captura.
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Neste caso, os satélites são desviados das suas órbitas iniciais
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pela acção
dos campos gravitacionais dos planetas e são
colocados em órbitas mais ou menos estáveis em torno desses
mesmos planetas.
Nos processos catastróficos, como por exemplo (possivelmente)
no caso da Lua, a formação é efectuada através da força de um
impacto entre corpos planetários.
Luas do sistema solar
A maioria das luas do sistema solar é tão pequena que não possui
um formato definido, sendo comparáveis a asteróides: Júpiter tem
mais de 60 dessas. Outras são bem grandes, caso orbitassem o
Sol seriam planetas. As maiores luas são Ganímedes de Júpiter,
Titã de Saturno esses dois primeiros são maiores que o planeta
Mercúrio, Calisto e Io de Júpiter, Lua da Terra, Europa de Júpiter e
Tritão de Neptuno. As mais interessantes são claro, as que
conseguiram tomar um formato esférico sobre influência de sua
própria força gravitacional, como a Lua da Terra (1), Júpiter (4),
Saturno (7), Úrano (5) e Neptuno (1).
Marte
Por que Marte chama tanto a atenção? Por que não viajar para
Vénus que é o planeta que chega mais perto da Terra? Em
tamanho e massa Vénus é mais parecido com a Terra do que
Marte, o que resulta numa gravidade praticamente igual a nossa.
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Sua atmosfera, no entanto, é composta basicamente de dióxido
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de carbono, 96%. Ao contrário da nossa atmosfera com 78% de
nitrogénio e 21% de oxigénio, na de Vénus há cerca de 3% de
nitrogénio e praticamente nada de oxigénio. As nuvens mais altas
são de ácido sulfúrico. Próximo à superfície do planeta a pressão
atmosférica chega a 90 vezes a nossa. A esse cenário infernal
soma-se o efeito estufa que eleva a temperatura média de Vénus
a 400 graus.
Marte
é
cerca
de
metade
do
tamanho
da
Terra,
com
aproximadamente um décimo da nossa massa o que resulta numa
gravidade de pouco mais de um terço da terrestre. Isso não é tão
mau, pois na Lua, que o homem já andou, a gravidade é muito
menor, pouco mais de um oitavo da nossa. Sua atmosfera
também é composta basicamente por dióxido de carbono, 95%,
com cerca de 3% de nitrogénio e 0.15% de oxigénio. Nada
agradável, mas a pressão atmosférica é bem pequena, menos que
1% da nossa. A temperatura varia de? 80 graus a noite para ?30
de dia, o que é suportável com as devidas precauções. Marte
possui estações do ano, que duram o dobro das nossas. Em certas
estações, tempestades de areia muito velozes podem alcançar
grandes altitudes e serem vistas daqui da Terra. Provavelmente a
característica mais infernal de Marte é o conteúdo baixíssimo de
ozónio, cerca de 1000 vezes menos que os verificados na Terra, o
que implica numa grande quantidade de radiação ultra-violeta
alcançando a superfície e esterilizando a mesma.
Muito do que sabemos sobre Marte foi obtido através de
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observações feitas daqui mesmo da Terra. No entanto, já em
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1964 a nave Mariner 4 enviava as primeiras fotografias obtidas
por sonda. Em 1971 a Mariner 9 fotografou toda a superfície
marciana e também seus dois satélites, Fobos e Deimos. Tornouse o primeiro satélite colocado pelo Homem noutro planeta. A
primeira sonda a tentar pousar em Marte era soviética, mas
espatifou-se no pouso em 1971. A segunda, também em 1971 e
soviética, pousou mas não funcionou. A terceira, em 1974 e
também soviética, chegou a mandar sinais enquanto descia, mas
falhou no pouso. A primeira sonda a chegar com sucesso foi a
americana Viking 1, em 1976, sete anos após a descida do
Homem na Lua. Ela funcionou por seis anos, muito além do
esperado, enviando milhares de fotografias. No mesmo ano chega
a Viking 2 também com sucesso e que funcionaria por quatro
anos. O custo dessas missões foi de três bilhões de dólares.
Vinte e um anos após as missões Vikings, em 1997, chegou a
Marte a missão Mars Pathfinder, muito mais sofisticada e com
custo quinze vezes menor que o das Vikings. Ela encantou o
mundo, talvez não pelo que ela revelou sobre Marte, mas pela sua
maneira peculiar de pousar no planeta. Uma base, denominada
Pathfinder, carregando um mini jipe de 10 kg, de nome Sojourner,
após sete meses de viagem desceram envoltos em airbags
insuflados 10 segundos antes da queda. Após dezasseis saltos
sobre o solo marciano o sistema pára, o airbag é desinsuflado e
aberto. O mini jipe desceu por uma das pétalas da base e assim
analisar
o
solo
marciano
através
de
seu
principal
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pode
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instrumento, um espectrómetro de partículas alfa, de protões e de
raio-X.
Também em 1997, dois meses após o pouso do mini jipe
Sojourner, uma nova missão chegou com sucesso a Marte. A Mars
Global Surveyor não pousou nenhum dispositivo, mas colocou um
satélite artificial ao redor do planeta para fins de mapeamento
topográfico e estudos meteorológicos. Junto com a Mars Odyssey,
lançada em 2001 com objectivos geológicos e climáticos, hoje
servem como satélite de comunicação entre a Terra e missões
enviadas a Marte.
NO meio de tanto sucesso também temos fracassos, inevitáveis
quando se trata de pesquisas de tamanha envergadura. As
missões Mars Observer, lançada em 1992, Mars Climate Orbiter,
lançada em 1998 e a Mars Polar Lander, lançada em 1999, nunca
funcionaram devidamente e nem se sabe ao certo as causas. A
nave japonesa Nozomi, lançada em 1998, encontra problemas no
seu caminho para Marte, mas deve chegar neste ano. Esses
fracassos, no entanto, acabam por ajudar a aprimorar futuras
missões.
Nesse ano duas missões Americanas, ao estilo da Pathfinder, isto
é com mini jipes lançados dentro de balões insuflados, desceram
em Marte. A Spirit, desceu em 3 de Janeiro, mas apresentou
problemas
que
parecem
ter
sido
parcialmente
sanados.
A
Opportunity, que desceu 22 dias depois, parece funcionar bem.
Ambas enviam fotografias extraordinárias e aumentarão a região
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de solo já explorada, uma vez que conseguem caminhar cerca de
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40 metros por dia. Elas também procuram por evidências da
presença de água em solo marciano. Veja que nesta fase da
exploração, encontrar água é mais valioso que encontrar qualquer
outro metal precioso. Finalmente, a missão da agência espacial
europeia, ESA, a Mars Express, lançada em Junho último, chegou
a Marte e tornou-se mais um satélite artificial desse planeta.
Também lançou um módulo de aterragem (nos moldes do
Pathfinder) mas que apresenta problemas de comunicação.
Mesmo assim os resultados até agora já são muito reveladores
quanto a possibilidade de existência de água em Marte.
Em vista de todas as dificuldades apresentadas pelo ambiente
marciano ao ser humano, ainda teremos o problema da viagem
longa demais para nós. Tipicamente as sondas enviadas viajam
uma distância equivalente da Terra à Lua por dia e mesmo assim
demoram meses para alcançar Marte. Sendo assim, é inestimável
o trabalho que as sondas fazem, permitirá que o ser humano um
dia
possa
ir
mais
bem
preparado
ao
planeta
Marte.
http://www.cienciaviva.pt/latlong/anterior/gps.asp
http://www.astromador.xpg.com.br/satelite.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sat%C3%A9lite_natural#Forma.C3.A7.C3.A3o_ou_ap
arecimento_dos_sat.C3.A9lites_naturais
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http://ciencia.hsw.uol.com.br/satelites6.htm
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Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho
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UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração
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