Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração Área: STC – Sociedade Tecnologia e Ciência Módulo5: Domínio de Referência 3 Formadora: Maria João Canudo Satélite artificial é um veículo espacial, tripulado ou não, colocado em órbita de um planeta, de um satélite ou do Sol. É utilizado principalmente na pesquisa científica e nas telecomunicações em geral, como na retransmissão de sinais de rádio e de televisão e na interligação de redes de computadores, como a Internet. Os primeiros satélites postos em órbita foram o Sputnik I (04/10/57) e o Sputnik II (03/11/57), lançados pelos soviéticos, e seguidos pelo Explorer I (31/01/58), lançado pelos norte- americanos. Nas telecomunicações, o satélite pioneiro foi o Telstar, lançado pelos norte-americanos em 1962. A órbita de um satélite é definida em função de diversos parâmetros, entre eles: raio de inclinação, inclinação do plano da órbita, período de revolução, etc. O número de revoluções diárias, isto é, quantas vezes o satélite gira em torno da Terra num dia é importante porque define a altitude que o satélite deverá ser Pág | 1 colocado em órbita. Por exemplo, a órbita de 35.800 a 36.000 km Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração de altitude desempenha um papel particular. Todos os satélites colocados a essa altitude gastam, para dar uma volta em torno da Terra, 23 h 56 min, que é igual ao período de rotação da Terra. Neste caso, a órbita é denominada geossíncrona. Se o plano da órbita confundir com o do equador, o satélite parecerá imóvel a um observador terrestre, sendo então chamado de geoestacionário. Na década de 50 foram lançados os primeiros satélites militares com o objectivo de efectuar o reconhecimento fotográfico do território inimigo. Os satélites militares são desenvolvidos com objectivo de telecomunicação, observação, alerta avançado, ajuda à navegação e reconhecimento. Um exemplo de satélite militar, muito utilizado hoje, são os 16 satélites de posicionamento global (Global Positioning System - GPS), que fornecem coordenadas geográficas exactas. Os americanos dispõem de satélites fotográficos, como o Big Bird que permitem identificar objectos com poucos centímetros e de satélites denominados Key Hole, que fazem análise das zonas observadas e retransmitem as informações em tempo real. No campo da exploração cósmica, o primeiro satélite lançado ao espaço foi o Explorer 1, pelos EUA. No ano seguinte (1959), os soviéticos lançam o Projecto Lunik (ou Luna), com o lançamento da primeira sonda espacial a Lunik 1, para explorar a Lua. Em Setembro a Lunik 2 atinge a superfície da Lua e, em Outubro são Pág | 2 feitas as primeiras fotografias da face oculta do satélite, pela Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração Lunik 3. A partir daí, soviéticos e americanos lançaram sondas em direcção a Vénus, Marte, Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno, assim como para algumas luas dos planetas gigantes. Em 1968 teve início um estudo sistemático do céu, utilizando ultravioletas e infravermelhos. A primeira cartografia completa do céu foi realizada pelo satélite IRAS, no ano de 1983. Com relação a satélites empregados para colecta de dados, o programa mais importante no momento é o Earth Science Enterprise (NASA), para estudar fenómenos físicos, químicos e biológicos da Terra. As áreas de estudo incluem: nuvens, ciclo da água e energia, oceanos, química da atmosfera, usam da terra, processo da água e ecossistema, cobertura de gelo glacial e polar e a parte sólida da Terra. O primeiro satélite de observação, o EOS-AM Spacecraft, foi lançado em 18 de Dezembro de 1999. Os satélites de comunicação são utilizados na transmissão de informações. Podem ter acesso múltiplos, isto é, servir simultaneamente a diversas estações terrestres de localidades ou mesmo de países diferentes. O TELSTAR 1, o primeiro satélite construído e financiado por uma indústria privada (AT&T’s Bell), lançou uma revolução na telecomunicação, marcando o início do comércio espacial. Esse território do espaço (órbita geossíncrona), tornou mais tarde, o congestionamento de satélites de várias nações. O primeiro satélite meteorológico colocado em órbita da Terra foi o TIROS 1 (EUA), lançado a 1 de Abril de 1960. São equipados Pág | 3 com infravermelhos capazes de operar mesmo sobre a face escura Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração da Terra. Os dados armazenados são transmitidos para estações de recepção na Terra. Dentre as suas habilidades, podemos citar a aquisição de imagens de alta e média resolução, monitorizar a atmosfera terrestre (temperatura e humidade do ar, mapeamento diurno e nocturno de nuvens, temperatura das nuvens, distribuição de aerossóis, ozónio e dióxido de carbono), os continentes (avaliações precisas do gelo e da neve, avaliação de vegetação e agricultura, detecção de queimadas e actividades vulcânicas) e os oceanos (massa d'água, temperaturas da superfície do mar, direcção e velocidade dos ventos próximos a superfície dos oceanos). ). Os satélites de sensoriamento remoto, estudam a superfície terrestre, através de poderosas lentes. Podem produzir fotografias da superfície com precisão de até um metro. Cerca de 8.000 objectos orbitam o nosso planeta, e mais de 100 podem ser vistos a olho nu, antes do pôr do Sol ou antes do seu nascer. Os objectos de grande tamanho ou de órbita relativamente baixa, tais como a Estação Espacial Internacional, são visíveis a olho nu mais facilmente, mesmo quando as condições não são muito favoráveis. Órbitas geoestacionárias (também chamada geossíncrona ou síncrona) são aquelas nas quais o satélite está sempre posicionado no mesmo ponto sobre a Terra. Muitos satélites geoestacionários estão acima de uma faixa ao longo do equador, com altitude de aproximadamente 35.786 km, ou quase um Pág | 4 Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração décimo da distância até a Lua. A área de "estacionamento de satélites" está a tornar-se cada vez mais congestionada pelas centenas de satélites de comunicação, de televisão e meteorológicos. Cada um deles precisa de estar muito bem posicionado para evitar a interferência com sinal de satélites adjacentes. Televisão, comunicações e programas meteorológicos usam satélites com órbitas geoestacionárias. Órbitas geoestacionárias são o motivo pelo qual as antenas parabólicas de TV DSS são colocadas numa posição fixa. Os jipes espaciais programados usam uma órbita assíncrona muito mais baixa, o que significa que passam pelo céu em diferentes horas do dia. Outros satélites em órbitas assíncronas estão em média a 644 km (400 milhas) de altitude. Numa órbita polar, o satélite geralmente voa a baixa altitude e passa através dos pólos da Terra em cada revolução. A órbita polar permanece fixa no espaço, à medida que a Terra faz a rotação dentro da órbita. Como resultado, muito da superfície da Terra passa sob um satélite em órbita polar. Em virtude dessas órbitas alcançarem excelentes coberturas do planeta, elas são usadas para mapeamentos e fotografias. Como são previstas as órbitas dos satélites? Um software especial para satélites, disponível para computadores pessoais, prevê as órbitas dos satélites. O software usa dados keplerianos para predizer cada órbita e mostrar como o satélite Pág | 5 Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração se vai posicionar. Os últimos "Keps" (em inglês) estão disponíveis na Internet também para satélites de radioamadores. Os satélites usam uma variedade de sensores sensíveis à luz para determinar a sua posição. O satélite transmite sua posição para a estação de cootrole em terra. GPS (Sistema (Global de Positioning System) Posicionamento Global)· O GPS é um sistema de posicionamento geográfico que nos dá as coordenadas dum lugar na Terra, desde que tenhamos um receptor de sinais de GPS. Este sistema foi desenvolvido pelo Departamento de Defesa Americano para ser utilizado com fins civis e militares.· A nossa posição sobre a Terra é referenciada em relação ao equador e ao meridiano de Greenwich e traduz-se por três números: a latitude, a longitude e a altitude. Assim para saber a nossa posição sobre a Terra basta saber a latitude, a longitude e a altitude. Por exemplo, os aeroportos têm as três coordenadas bem determinadas, que aliás estão escritas em grandes cartazes perto das pistas, e os sistemas automáticos de navegação aérea utilizam esta informação para calcular as trajectórias entre aeroportos.· Pág | 6 Hoje em dia é possível haver um sistema Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração de posicionamento global devido à utilização dos satélites artificiais. São ao todo 24 satélites que dão uma volta à Terra em cada 12 horas e que enviam continuamente sinais de rádio. Em cada ponto da Terra estão sempre visíveis quatro satélites e com os diferentes sinais desses quatro satélites o receptor GPS calcula a latitude, longitude e altitude do lugar onde se encontra.· Latitude A latitude é a distância ao Equador medida ao longo do meridiano de Greenwich. Esta distância mede-se em graus, podendo variar entre 0º e 90º para Norte ou para Sul. Por exemplo, Lisboa está à latitude de 38º 4´N, o Rio de Janeiro à latitude 22º 55´S e Macau à latitude de 22º 27´N.· Longitude A longitude é a distância ao Pág | 7 de Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração meridiano de Greenwich medida ao longo do Equador. Esta distância mede-se em graus, podendo variar entre 0º e 180º para Este ou para Oeste. Por exemplo, Lisboa está à longitude de 9º 8´W, o Rio de Janeiro à longitude de 34º 53´W e Macau à longitude de 113º 56´E.· Altitude· A Terra é aproximadamente esférica, com um ligeiro achatamento nos pólos. Para se definir a altitude de um ponto sobre a Terra define-se uma esfera --- geoide --- com um raio de 6378 km. A altitude num ponto da Terra é a distância na vertical à superfície deste geoide. Por exemplo, a altitude média do Aeroporto de Lisboa é de 114 m, mas a altitude média da Holanda é negativa.· Existem algumas páginas na Internet com a informação relativa à latitude e longitude de cidades: http://www.realestate3d.com/gps/world-latlong.htm A Sistema infra-estrutura tecnológica associada GPS ao sistema GPS é Pág | 8 O Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração constituída por 1- subsistema 2- Subsistema 3- três de de satélites controlo Subsistema ----- subsistema: segmento segmento do aéreo. terrestre. utilizador.· 1- O subsistema de satélites é constituído pelos 24 satélites que dão duas voltas à Terra por dia, a uma altitude de 500 km. As órbitas dos satélites foram escolhidas de modo que de qualquer ponto da Terra se possam ver entre 5 e 8 satélites. No entanto, para calcular com precisão a nossa posição basta apenas receber em boas condições o sinal de apenas quatro destes satélites.· 2- O subsistema de controlo é constituído por várias estações terrestres. Nestas estações terrestres são observadas as trajectórias dos vários satélites GPS e é actualizado com grande precisão o tempo. Esta informação é transmitida aos satélites. Com estes dados, o sistema informático em cada um dos satélites recalcula e corrige a sua posição absoluta e corrige a informação que é enviada para a Terra. A estação primária de controlo da constelação GPS está localizada nos Estados Unidos, no estado do Colorado.· 3- O subsistema do utilizador é constituído por um receptor de rádio com uma unidade de processamento capaz de descodificar em tempo real a informação enviada por cada satélite e calcular a posição. Cada satélite envia sinais de características diferentes em Pág | 9 intervalos de 30 em 30 segundos e de 6 em 6 segundos. Para Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração haver uma determinação precisa da posição são necessários pelo menos de 12 minutos e 30 segundos de boa recepção dos vários tipos de sinais enviados. Na informação enviada pelos satélites estão envolvidas técnicas matemáticas que permitem recuperar a informação perdida na transmissão devido a más condições atmosféricas e ionosféricas. Mesmo assim, nos períodos de grande actividade solar a maior parte da informação enviada pelos satélites perde-se não sendo fiável a informação processada pelos receptores do sinal GPS. De acordo com o tipo de utilizador (civil ou militar) os sinais dos vários satélites podem ser descodificados de acordo com o fim em vista. Existem essencialmente dois modos de descodificação do sinal GPS. O modo Preciso (militar) e o modo Standard (civil): A precisão destes dois modos de posicionamento é a seguinte: operar a informação perdida na transmissão devido a más condições atmosféricas e ionosféricas. Mesmo assim, nos períodos de grande actividade solar a maior parte da informação enviada pelos satélites perde-se não sendo fiável a informação processada pelos receptores do sinal GPS. De acordo com o tipo de utilizador (civil ou militar) os sinais dos vários satélites podem ser descodificados de acordo com o fim em vista. Existem essencialmente dois modos de descodificação do sinal GPS. O modo Preciso (militar) e o modo Standard (civil): A Pág | 10 precisão destes dois modos de posicionamento é a seguinte: Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração Modo Precisão Preciso: na Precisão Precisão latitude na no e longitude: altitude: tempo: 22 27.7 200 Precisão m nanossegundos Modo Precisão m Standard: na latitude na e longitude: altitude: 100 156 m m Precisão no tempo: 340 nanossegundo ···O GPS pode ainda funcionar em modo diferencial, sistema DGPS. Neste caso, o sinal de GPS é armazenado no computador e processado posteriormente com dados cruzados pedidos às estações de controlo fixas (segmento fixo). Com este processo, eliminam-se erros sistemáticos e a precisão do GPS pode chegar a ser da ordem de 1 metro. Isto é particularmente útil em trabalhos de cartografia em que as coordenadas espaciais são fixas no tempo. Um satélite natural ou lua (em letra minúscula) ou ainda Pág | 11 planeta secundário é um corpo celeste que orbita um planeta ou Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração outro corpo menor. Dessa forma, o termo satélite natural poderia se referir a planetas anões orbitando a uma estrela, ou até uma galáxia anã orbitando uma galáxia maior. Porém, ele é normalmente um sinónimo de lua, usado para identificar satélites não artificiais de planetas, planetas anões ou pequenos planetas. Por exemplo, a Lua é o satélite natural da Terra. Há 240 objectos no Sistema Solar classificados como luas. Dentre esses, 166 orbitam 8 planetas, 4 orbitam planetas anões e mais algumas dezenas orbitam corpos menores do sistema solar. Porém, algumas luas são maiores que alguns planetas principais, como Ganímedes e Titã, satélites de Júpiter e Saturno, respectivamente, que são maiores que Mercúrio. Assim sendo estes satélites, se não orbitassem planetas, seriam eles mesmos planetas. Apesar disso, existem outros satélites que são muito menores e têm menos de 5 km de diâmetro, como várias luas do planeta Júpiter. Caronte, a lua de Plutão tem mais ou menos metade do diâmetro deste último, e visto que o primeiro não gira exactamente em torno do segundo (visto que o baricentro do sistema plutónico localiza-se acima da superfície plutónica), o que leva certos astrónomos a pensarem no conjunto como um planeta duplo. De facto, o próprio sistema Terra-Lua (embora o baricentro do sistema esteja dentro da Terra, e a Lua tenha menos de um quarto o diâmetro terrestre) é, também, considerado por alguns Pág | 12 astrónomos como um planeta duplo. Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração Os primeiros satélites (exceptuando a Lua) só foram descobertos no início do século XVII por Galileu Galilei[1]. Esta descoberta foi contestada pelo astrónomo alemão Simon Marius, que travou uma longa disputa com Galileu chamando a primazia da descoberta [2]. Os nomes das luas, Io, Europa, Ganímedes e Calisto, foram dados por Marius, usando personagens mitológicas amantes de Júpiter (Io e Calisto eram ninfas, Europa uma princesa mortal e Ganimedes um príncipe troiano). A maioria dos autores hoje considera que Galileu observou as quatro luas antes de Marius; uma excepção notável é, Asimov que atribui a Marius a descoberta de Calisto[3]. 45 Anos depois é descoberta uma grande lua em Saturno a que se chamou de Titã, e pensou-se que se tratava da maior lua jamais vista. Hoje sabe-se que Ganímedes é maior que Titã. Não obstante e até ao final do século XVII, só mais quatro satélites foram descobertos em Saturno. No século XVIII são descobertas mais duas luas em Saturno e duas em Úrano. Até o desembarque do Homem na Lua, eram conhecidas duas em Marte, cinco em Júpiter, nove em Saturno, cinco em Úrano e duas em Neptuno. Nos dias de hoje com as sondas espaciais que exploraram todo o sistema solar, passou-se a conhecer um grande número de satélites a orbitar os planetas exteriores e conheceu-se de perto as grandes luas do sistema solar. Assim são conhecidas, até a data: uma na Terra, duas em Marte, 63 em Júpiter, 49 em Pág | 13 Saturno, 27 em Úrano e 13 em Neptuno. De facto, Mercúrio e Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração Vénus não têm satélites naturais. Um total de 158 satélites em todo o sistema solar. De notar, que grande parte destes satélites é apenas pedaços de rocha ou gelo em forma de batata a girar em torno de um planeta e não planetas secundários perfeitamente formados com uma forma razoavelmente esférica tal como a Lua da Terra ou as colossais luas de Júpiter. Ao todo no sistema solar, existem 20 dessas grandes luas, a maior é Ganímedes com mais de 5000 km de diâmetro e a menor é Mimas com cerca de 400 km. Recentemente descobriu-se que alguns asteróides como o Ida (que tem o satélite Dactyl, descoberto pela sonda Galileu), possuem satélites naturais. Mas, como não orbita um planeta, não pode exactamente ser considerado um satélite. Formação ou aparecimento dos satélites naturais Existem, basicamente, três formas de criação dos sistemas Planeta/Satélite: formação simultânea; captura; e processos catastróficos. No caso da formação simultânea, o satélite tem a sua génese simultaneamente à do planeta principal. Durante a fase da sua formação chamada de acreção o proto-satélite já está em órbita do planeta principal. Este tipo de processo de formação de satélites parece ser o mais importante no caso dos satélites de maiores dimensões. No caso dos satélites menores e com órbitas menos regulares, o processo de formação parece estar relacionado com a captura. Pág | 14 Neste caso, os satélites são desviados das suas órbitas iniciais Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração pela acção dos campos gravitacionais dos planetas e são colocados em órbitas mais ou menos estáveis em torno desses mesmos planetas. Nos processos catastróficos, como por exemplo (possivelmente) no caso da Lua, a formação é efectuada através da força de um impacto entre corpos planetários. Luas do sistema solar A maioria das luas do sistema solar é tão pequena que não possui um formato definido, sendo comparáveis a asteróides: Júpiter tem mais de 60 dessas. Outras são bem grandes, caso orbitassem o Sol seriam planetas. As maiores luas são Ganímedes de Júpiter, Titã de Saturno esses dois primeiros são maiores que o planeta Mercúrio, Calisto e Io de Júpiter, Lua da Terra, Europa de Júpiter e Tritão de Neptuno. As mais interessantes são claro, as que conseguiram tomar um formato esférico sobre influência de sua própria força gravitacional, como a Lua da Terra (1), Júpiter (4), Saturno (7), Úrano (5) e Neptuno (1). Marte Por que Marte chama tanto a atenção? Por que não viajar para Vénus que é o planeta que chega mais perto da Terra? Em tamanho e massa Vénus é mais parecido com a Terra do que Marte, o que resulta numa gravidade praticamente igual a nossa. Pág | 15 Sua atmosfera, no entanto, é composta basicamente de dióxido Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração de carbono, 96%. Ao contrário da nossa atmosfera com 78% de nitrogénio e 21% de oxigénio, na de Vénus há cerca de 3% de nitrogénio e praticamente nada de oxigénio. As nuvens mais altas são de ácido sulfúrico. Próximo à superfície do planeta a pressão atmosférica chega a 90 vezes a nossa. A esse cenário infernal soma-se o efeito estufa que eleva a temperatura média de Vénus a 400 graus. Marte é cerca de metade do tamanho da Terra, com aproximadamente um décimo da nossa massa o que resulta numa gravidade de pouco mais de um terço da terrestre. Isso não é tão mau, pois na Lua, que o homem já andou, a gravidade é muito menor, pouco mais de um oitavo da nossa. Sua atmosfera também é composta basicamente por dióxido de carbono, 95%, com cerca de 3% de nitrogénio e 0.15% de oxigénio. Nada agradável, mas a pressão atmosférica é bem pequena, menos que 1% da nossa. A temperatura varia de? 80 graus a noite para ?30 de dia, o que é suportável com as devidas precauções. Marte possui estações do ano, que duram o dobro das nossas. Em certas estações, tempestades de areia muito velozes podem alcançar grandes altitudes e serem vistas daqui da Terra. Provavelmente a característica mais infernal de Marte é o conteúdo baixíssimo de ozónio, cerca de 1000 vezes menos que os verificados na Terra, o que implica numa grande quantidade de radiação ultra-violeta alcançando a superfície e esterilizando a mesma. Muito do que sabemos sobre Marte foi obtido através de Pág | 16 observações feitas daqui mesmo da Terra. No entanto, já em Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração 1964 a nave Mariner 4 enviava as primeiras fotografias obtidas por sonda. Em 1971 a Mariner 9 fotografou toda a superfície marciana e também seus dois satélites, Fobos e Deimos. Tornouse o primeiro satélite colocado pelo Homem noutro planeta. A primeira sonda a tentar pousar em Marte era soviética, mas espatifou-se no pouso em 1971. A segunda, também em 1971 e soviética, pousou mas não funcionou. A terceira, em 1974 e também soviética, chegou a mandar sinais enquanto descia, mas falhou no pouso. A primeira sonda a chegar com sucesso foi a americana Viking 1, em 1976, sete anos após a descida do Homem na Lua. Ela funcionou por seis anos, muito além do esperado, enviando milhares de fotografias. No mesmo ano chega a Viking 2 também com sucesso e que funcionaria por quatro anos. O custo dessas missões foi de três bilhões de dólares. Vinte e um anos após as missões Vikings, em 1997, chegou a Marte a missão Mars Pathfinder, muito mais sofisticada e com custo quinze vezes menor que o das Vikings. Ela encantou o mundo, talvez não pelo que ela revelou sobre Marte, mas pela sua maneira peculiar de pousar no planeta. Uma base, denominada Pathfinder, carregando um mini jipe de 10 kg, de nome Sojourner, após sete meses de viagem desceram envoltos em airbags insuflados 10 segundos antes da queda. Após dezasseis saltos sobre o solo marciano o sistema pára, o airbag é desinsuflado e aberto. O mini jipe desceu por uma das pétalas da base e assim analisar o solo marciano através de seu principal Pág | 17 pode Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração instrumento, um espectrómetro de partículas alfa, de protões e de raio-X. Também em 1997, dois meses após o pouso do mini jipe Sojourner, uma nova missão chegou com sucesso a Marte. A Mars Global Surveyor não pousou nenhum dispositivo, mas colocou um satélite artificial ao redor do planeta para fins de mapeamento topográfico e estudos meteorológicos. Junto com a Mars Odyssey, lançada em 2001 com objectivos geológicos e climáticos, hoje servem como satélite de comunicação entre a Terra e missões enviadas a Marte. NO meio de tanto sucesso também temos fracassos, inevitáveis quando se trata de pesquisas de tamanha envergadura. As missões Mars Observer, lançada em 1992, Mars Climate Orbiter, lançada em 1998 e a Mars Polar Lander, lançada em 1999, nunca funcionaram devidamente e nem se sabe ao certo as causas. A nave japonesa Nozomi, lançada em 1998, encontra problemas no seu caminho para Marte, mas deve chegar neste ano. Esses fracassos, no entanto, acabam por ajudar a aprimorar futuras missões. Nesse ano duas missões Americanas, ao estilo da Pathfinder, isto é com mini jipes lançados dentro de balões insuflados, desceram em Marte. A Spirit, desceu em 3 de Janeiro, mas apresentou problemas que parecem ter sido parcialmente sanados. A Opportunity, que desceu 22 dias depois, parece funcionar bem. Ambas enviam fotografias extraordinárias e aumentarão a região Pág | 18 de solo já explorada, uma vez que conseguem caminhar cerca de Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração 40 metros por dia. Elas também procuram por evidências da presença de água em solo marciano. Veja que nesta fase da exploração, encontrar água é mais valioso que encontrar qualquer outro metal precioso. Finalmente, a missão da agência espacial europeia, ESA, a Mars Express, lançada em Junho último, chegou a Marte e tornou-se mais um satélite artificial desse planeta. Também lançou um módulo de aterragem (nos moldes do Pathfinder) mas que apresenta problemas de comunicação. Mesmo assim os resultados até agora já são muito reveladores quanto a possibilidade de existência de água em Marte. Em vista de todas as dificuldades apresentadas pelo ambiente marciano ao ser humano, ainda teremos o problema da viagem longa demais para nós. Tipicamente as sondas enviadas viajam uma distância equivalente da Terra à Lua por dia e mesmo assim demoram meses para alcançar Marte. Sendo assim, é inestimável o trabalho que as sondas fazem, permitirá que o ser humano um dia possa ir mais bem preparado ao planeta Marte. http://www.cienciaviva.pt/latlong/anterior/gps.asp http://www.astromador.xpg.com.br/satelite.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Sat%C3%A9lite_natural#Forma.C3.A7.C3.A3o_ou_ap arecimento_dos_sat.C3.A9lites_naturais Pág | 19 http://ciencia.hsw.uol.com.br/satelites6.htm Conceição Reis Curso: TSHT- Técnico de Segurança no Trabalho Pág | 20 UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração